Entre dois eclipses lunares, no ano de 2018, um blog de fundo roxo estrelado disparou uma série de proposições de experiências urbanas: tratava-se de um jogo. Chamou- se Arcanos Urbanos, um jogo disparador de experiências urbanas direcionado aos espaços públicos da cidade, a perscrutar acasos e afetos. Os vinte e quatro jogadores inscritos foram convocados através das redes. A aderência se deu por desejo e aposta. Propôs-se, provocou-se, deu-se lugar aos modos de existência em rede, apostando nas potências espaciais e tomando seus conteúdos como matéria de expressão. Em rede, os jogadores traçaram uma movida de apropriação encantada e, juntos, também se engajam em um fazer. Fabricaram com a cidade, numa relação de porosidade com o lugar, um espaço expressivo, onde foram livres para ensaiar outros modos de habitar e, com a cidade, conversar e criar, a partir da captura e da produção de fragmentos poético-narrativos da experiência, dando lugar a uma artesania coletiva, participativa, colaborativa e encantada.