Revista Cip 10

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R E V I S TA D A

dez 2012 jan 2013 kislev • tevet • shevat 5773

Uma luz na escuridão: educação e cultura para deficientes visuais

e o movimento judaico liberal


Em 2013 solte sua voz!

Participe do coral da CIP, formado por voluntários que adoram cantar músicas judaicas e MPB. Não é necessário ser profissional. Solte a voz, venha cantar e se divertir!

Quartas-feiras, das 20h30 às 22h, na CIP, com o maestro Felipe Grytz Informações: secretaria@cip.org.br (11) 2808.6299


Diálogo com a comunidade Começo este meu editorial com alegria e preocupa-

nos do Peretz inicialmente nos cursos de Bar-mitsvá

ção. Alegria pelo trabalho que estamos empreendendo

(que serão oferecidos nas instalações da escola) com o

na CIP e preocupado com a situação em Israel.

intuito de fortalecer ainda mais a juventude de nossa

Em Iom Kipur falei sobre inovação dentro da comu-

comunidade. E falando de juventude, não se esqueçam

nidade e, ao mesmo tempo, respeito pelas nossas tradi-

das inscrições das colônias, machanot e acampamen-

ções. E busquei mostrar que os desafios atuais não são

tos que estão a pleno vapor. Em julho tivemos mais de

novos. Mas que precisamos encarar a inovação buscan-

450 jovens e algumas atividades com lotação esgotada!

do as necessidades atuais de nossa comunidade sem

O Lar das Crianças da CIP, para celebrar os 75

esquecer nosso passado. Toda a equipe da CIP se de-

anos de trajetória, lançou um livro contendo depoi-

dicou muito para este momento, quando temos a gran-

mentos de jovens que por lá passaram durante sua

de maioria de nossos sócios dentro de casa. Se, por um

história. Isto foi feito no evento realizado em no-

lado, temos muitos dos nossos sócios frequentando so-

vembro junto com a Casa de Amparo.

mente uma vez, é nesta vez que percebemos que nosso

Chanucá é a festa das luzes e, nesta edição, fala-

trabalho vale muito a pena. Neste momento único onde

mos sobre as diversas formas de se iluminar. Fala-

reforçamos, juntos, a continuidade do judaísmo.

mos sobre uma melhoria do serviço infantil durante

A novidade é que, para 5774, o salão do Centro de

as Grandes Festas; sobre como iluminar alguém que

Eventos São Luis não estará disponível. Esperamos

não pode ver, mas pode enxergar; sobre a recordação

em janeiro comunicar a todos nossos sócios onde

às vitimas do Holocausto, para que não deixemos esta

será o serviço religioso que tradicionalmente era re-

escuridão pairar novamente em nossos dias; sobre

alizado na rua Luis Coelho.

como investimos hoje nesta juventude para que te-

Estamos começando uma mudança na parte musical da CIP, buscando um serviço mais participati-

nham olhos abertos e dirijam com intensidade nossa comunidade e persistam no futuro.

vo. Neste novo formato, teremos uma maior parti-

Comemoramos no mês de novembro a cerimônia

cipação do público, e estamos criando novos grupos

da Smichá de nosso Rabino Uri. Uma cerimônia em

corais. Venham aos shabatot conhecer as primeiras

Jerusalém, de muita alegria, mas que num momento

mudanças no modelo.

de emoções conflitantes. Estamos muito preocupados

Há um esforço também no sentido de abrir a CIP

com os acontecimentos atuais em Israel. Defendemos

para a comunidade como um todo. Queremos evitar

Israel e sua necessidade de defesa e renovamos nossa

a replicação de esforços e buscar uma comunidade que

esperança de convivência em paz e harmonia.

melhor dialogue entre si. Fizemos diversos eventos juntos com a Comunidade Shalom e a Sinagoga Beth El, e anunciamos agora uma parceria com o Colégio I. L. Peretz. Nesta última, estamos apoiando os alu-

SÉRGIO KULIKOVSKY PRESIDENTE 3


Presidente

Sérgio Kulikovsky

Rabinato

Michel Schlesinger Ruben Sternschein Uri Lam

Vice-presidente de Relacionamento com o Sócio

ONDE ESTOU EU? E perguntou Deus: “Onde você está?” (Gênesis, capítulo 3) Natureza, morte e renovação são os temas do período que serão encontrados nesta

Ta t i a n a H e i l b u t K u l i k o v s k y

edição da Revista da CIP. Em dezembro celebramos Chanucá e em janeiro teremos

Diretora de Comunicação e MKT

o Dia de Recordação das Vítimas do Holocausto e a festa talmúdica de Tu b’Shevat.

Laura Feldman

Colaboradores desta edição:

Abrahão Kerzner Andréa Kulikovsky Andréia Hotz Anita Efraim Débora Sor Guita Feldman Lorena Quiroga Madrichim da Avanhandava Michel Schlesinger Ruben Sternschein Ta m a r a S i e b n e r F r a n k e n Theo Hotz Uri Lam

Editora e jornalista responsável

Andréia Hotz (MTB 61.981)

Marketing

Na primeira, nos lembramos da renovação de Jerusalém e da luz de seu templo. Na segunda ocasião lembramos a matança sistemática e a perda irreparável durante a Shoá e, na terceira, o chamado ‘aniversário das árvores’. Gostaria de propor um enfoque humano e responsável dos três eventos. Uma leitura que pergunte com coragem: “Como me posiciono eu, como indivíduo, como judeu e como membro da CIP e da humanidade, diante desses eventos?”. Sugiro que olhemos para Chanucá não como a festa do milagre do azeite, que é apenas uma pequena lenda que ocupa uma linha do Talmud, e sim como a façanha dos macabeus, documentada em vários livros e pesquisas, que escolheram o desafio de pegar a sua história nas mãos e sacrificar suas vidas para recuperar sua autodeterminação. Do mesmo modo, no Dia de Recordação das Vítimas do Holocausto, ao nos

Simone Rosenthal

enfrentarmos com a tragédia, proponho evitar a tentação de apenas especular

Projeto Gráfico

com a pergunta de “Onde estava Deus?” - sempre imprescindível e sem respos-

Jam Design

Fotos

Arquivo CIP e Shutterstock

Esta é uma publicação da Congregação Israelita Paulista. É proibida a reprodução total ou parcial de seu conteúdo. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião da CIP. Fale com a CIP PA B X : ( 1 1 ) 2 8 0 8 . 6 2 9 9 cip@cip.org.br w w w. c i p . o rg . b r

Administrativo/Financeiro: (11) 2808.6244 Comunicação: (11) 2808.6256 Diretoria: (11) 2808.6257 Escola Lafer: (11) 2808.6219 Juventude: (11) 2808.6214 Lar das Crianças: (11) 2808.6225 Marketing: (11) 2808.6247 Rabinato: (11) 2808.6230 Relacionamento com o Sócio: (11) 2808-6258 Serviço Social: (11) 2808.6211

ta - e nos focarmos na pergunta de onde estava o homem e onde ele está hoje a respeito da Shoá. Por fim, que em Tu b’Shevat não nos contentemos com saber que os antepassados celebravam a natureza com gratidão, e sim verifiquemos o nosso vínculo com ela hoje. A CIP, como comunidade liberal, teve sempre por vocação fazer história, intervir na sua história à luz dos valores judaicos e fazer a diferença. Proponho continuar essa linha. Em Chanucá, nos perguntarmos o que fazemos para desenvolver nossa liberdade judaica. Diante da Shoá, valorizarmos e reforçarmos nosso posicionamento político local e internacional. E, em Tu b’Shevat, não nos contentarmos com um plantar simbólico, por vezes em locais que não precisam dele. Em vez disso, verificarmos onde realmente podemos fazer diferença no cuidado da natureza e do planeta em geral. O que nos cabe fazer em prol da sustentabilidade de nossa herança recebida e em prol de sua transmissão. Sairemos de férias, descansaremos e nos encontraremos com nossas famílias, com paisagens e com o tempo. Voltemos depois com as forças renovadas com vontade sincera de participar na significação e no aprimoramento de nossas histórias e de nossas vidas.

4

Um forte abraç o, R abino Ruben Sternschein


Índice 36

SEÇÕES RELACIONAMENTO COM O SÓCIO

9

RADAR 8 CULTO 10

GASTRONOMIA 9

ACONTECE 12 LAR DAS CRIANÇAS 16

Ataiyef (panquecas sírias)

AÇÃO SOCIAL 18

Receita de Poopa Dwek

RABINATO 20

CAPA 24

JUVENTUDE 28 ESCOLA LAFER 31

O Iluminismo Judaico e o movimento judaico liberal

PARALELOS 33

texto do rabino Uri Lam

MEMÓRIAS 34

VALORES JUDAICOS 35

COM A PALAVRA 36 360 GRAUS 38

O CIAM e a inclusão religiosa de pessoas com deficiência intelectual texto do presidente do CIAM, Abrahão Kerzner

5

6


RELACIONAMENTO COM O SÓCIO por Tamara Siebner Franken, coordenadora de Relacionamento com o Sócio

Aprendizado e continuidade Grandes Festas dos Pequenos reuniu cerca de 200 crianças em atividades sobre Rosh Hashaná e Iom Kipur F.pdf

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2

9/11/12

8:31 PM

to en um em str o in toca ná? al a Qu ue se ash s se . q sh H asa sta o Ro 2 c resp le Pu tar a er ac

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O LADO PARA SH AC HA RIT DO DE UM UM PRE CORREN A AMIDÁ É COISAS, SEM ETIRMOS. NDO TANTAS SA PARA REFL MOS FAZE OS DE PAU SEMPRE ESTA U MOMENT DEUS CRIO ADECER OU : AGR ISSO OS SAR POR PEN OUTRO. NDO QUEREM ÃO VAMOS SOAS QUA ENTOS, ENT DIZER ÀS PES DESSES MOM PODEMOS VIVER EM PAZ. BONITAS QUE OUTROS A PARA NÓS. 1. FRASES S. O AJUDAR OS ESPECIAIS DOS ACERTO PAZ, E COM COMO SÃO S NO LIVRO A VIVER EM MOSTRAR SER INSCRITO NOS AJUDE A QUE AM S DEU NOS AJUD 2. PEDIR A MOS E QUE FAZE QUE BOAS 3. COISAS

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NESTE AV INU MOME NTO, LE OS NOSSOS COISA MA LK EIN U MBRAMO S QUE , QUE PERDOE S QUE QUEREM UM BOM ANO S E QUE NOS ACONTE DEUS TENHAMOS OS ES SABE DE E OS DOENTE CERAM. QUECER A DEUS QUE R. , QUE CUR O PEDIMOS TUDO, POR ISS E E O AMO QUE FIZ ENT JUSTA, LIVRO DA VIDA MOM INCLUSIV O É IM INE A CARIDAD NESTE EMOS, SEM NO RITOS NO PORTAN E SOBR MOS INSC ELE NOS ENS QU S ENGA SEJA QUE E QU QUE IMOS TE TENT E AQUE OS, EREMOS LEVOCH NAR, PO ERR EIS. PED LAS ARMOS ÊN LEVAT RQUE FINGIR ENTOS DIFÍC NOS AV DEUS OTO BE QUE NU PROTEJA EM MOM LEDOVE TAMBÉM ALIAR IOM DIN NCA R MESH SSIM, DE MAA ES UM ARIM BA TÁ VEND A MANE KI EIN BÁNU LEVATIK IOM DIN U VAANÊNU, O TUDO LEGOLÊ IRA VEOSSÊ ÊNU, CHONÊN AMUCOT NU. ISSO. CHES AVÍNU MALK LE D VEHOSHIÊ

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SED BE CHOM EL MA IOM DIN ASSÁV LEIODÊA BEIOM DIN MACH’SH AVOT BE UVECHE IOM DIN N, LECH Á TAAL VESSOL E KEDU EACH. SHA, KI ATA

BADIN LEHOGU . Ê DEOT BADIN LEZOCH . ER BERIT Ô BADIN LETAHE . R CHOS SAV BA LECOVE DIN. SH CA ASSÔ BADIN ELOHÊN . tra nas atividades U MÉLE mais você encon muito realizadas Isso eCH MOCH EL e do Shaat Sipur, do Shabat Ieladim os na CIP. -feiras e sábad todas as sextas 2808 .621 4 Infor maçõ es: g.br ip.or ur@c ou shaa t-sip

COLA

gos e percorra Junte os ami o shofar. o caminho até partes dados e cole as o e s peõe e quem Recorte os nte é uma cor icipa part a . indicadas. Cad começa o jogo dado no ero tirar o maior núm le que estiver dor será aque dados O próximo joga os e Jogu . começou ado. à direita de quem indic s de casa e ande o número ao final primeiro. quem chegar Ganha o jogo boa diversão. s das casas e Siga as instruçõe

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DE-NOS! POIS GRAÇA E ATEN SALVA-NOS. CONCEDE-NOS E AMOR E NOSSO REI, NOS CARIDADE NOSSO PAI, S. MOSTRADE BOAS AÇÕE CARECEMOS

! á Um etu cá Sh an á Tov

QUE EX AMINA OS CO QUE RE RAÇÕES VELA O NO DIA OCULT DO JUÍ QUE EN O NO JUÍ ZO. UNCIA ZO. A INTEG QUE MA RIDADE NIFESTA NO DIA DIS DO JUÍ CE QUE FIE RNIME ZO. LMENTE NTO NO PR JUÍ ATICA ZO. E ASSIM A BENE , POSS VOLÊNC A A SA IA NO DEUS NTIFIC DIA DO E REI, AÇÃO QUE AB JUÍZO. ASCEND SOLVE ER A TI, E PERD POIS ÉS OA. NOSSO

Este ano, uma das maiores preocupações da CIP para C h a ti m

as Grandes Festas foi promover experiências significa-

á To v á !

tivas e enriquecedoras também para nossas crianças. Para isso, uma equipe formada pelos rabinos, pelo sheliach André Wajnberg e pela coordenadora dos proje-

bre relações familiares, brigas, desculpas, respeito e

tos Shabat Ieladim e Shaat Sipur – de conteúdo judaico

conteúdo a respeito de Iom Kipur.

para crianças -, Rebeka Anbinder, começou a se reunir em fevereiro para desenvolver as atividades. Enquanto os pais acompanhavam os serviços re-

O projeto propiciou uma importante integração religiosa entre filhos e pais. Cerca de 200 crianças participaram das atividades.

ligiosos de Rosh Hashaná e Iom Kipur, as crianças,

O resultado final superou as expectativas e vá-

acompanhadas da coordenadora do projeto e de ma-

rios pais comentaram que ficaram felizes e satis-

drichim da CIP, foram dividias por faixa etária para

feitos com o resultado do projeto. “Vimos crianças

participar de atividades que abordaram o conteúdo

saindo com novos conteúdos e significados, pais

das Grandes Festas de forma prazerosa e lúdica. Hou-

saindo felizes e satisfeitos, madrichim se divertin-

ve também um momento de reza e leitura da Torá,

do e tendo a certeza de que fizeram a diferença na

adaptado às características dos grupos.

nossa comunidade. Sentimos a troca, o aprendi-

Uma peça teatral, que foi escrita especialmente para a ocasião e apresentada por três atores profissionais, foi apresentada para o grupo formado pelas crianças maiores. O texto trouxe uma mensagem so6

zado, a continuidade”, comentou a coordenadora Rebeka Anbinder. Colaborou Rebeka Anbinder, coordenadora do Shabat Ieladim, Shaat Sipur e Grandes Festas dos Pequenos.


A CONGREGAÇÃO ISRAELITA PAULISTA DÁ AS BOAS-VINDAS AOS NOVOS ASSOCIADOS DE SETEMBRO E OUTUBRO

• André Malbergier e Neli Wajsfeld Malbergier • Denis Szyfman e Natalia Tafla Barbara Arruda Silva • Eduardo Perlmann e Cintia Michailovici • Julio Cesar Moreira de Vasconcellos e Irit Iona Epelbaum Iberkleid • Marcos Tcherniakovsky e Simone Tcherniakovsky • Marisa Stella de Falcão Ballio • Phillip Scheinberg e Priscila Scheinberg • Ricardo Kochen e Ionah Murahovschi Kochen • Rodrigo Helcer e Luciana Costa • Ruth Hamburger • Simone Siebner Mendes de Almeida BRUCHIM HABAIM

ATIVIDADES REGULARES DA CIP

Visite o site da CIP para acompanhar toda a programação de eventos: www.cip.org.br

Ação Social

Juventude

Outros

Informática para Sênior Segundas e quartas, das 9h às 13h

Manhigut Sextas-feiras, às 16h

Costura da Boa Vontade Terças-feiras, às 13h

Chazit Hanoar Sábados, às 14h

Coral Sameach Quartas-feiras, às 15h

Avanhandava Sábados, às 14h

Danças Segundas-feiras (lehacat Eretz), às 20h Terças-feiras – harcadá iniciante às19h30/ harcadá intermediário às 20h15 Quintas-feiras (lehacat Nefesh), às 19h

Culto

Shaat Sipur Sábados, às 14h30

Grupo de Estudos da Parashá Segundas-feiras, às 20h Princípios Básicos do Judaísmo Terças e quintas, das 19h30 às 21h30

Coral ABANIBI Quartas-feiras, às 20h30

Ensino Escola Lafer segundas, terças e quartas-feiras, das 16h30 às 19h30 quintas-feiras, das 14h30 às 15h30 7


RADAR po r L o rena Q uiroga, d iretora d e E ve ntos

Conteúdo e curtição Oy Vey... Eventos? Oy, oy, oy.... Eventos! Dor de cabeça. Sim. Aquela que você não escolhe e nem sabe quando chega. Mas ela vem... Isso é certeza. Assim como era certeza a vontade de integrar e me integrar. E de dores de cabeça e vontades, deu-se passe

Lorena Quiroga, diretora de Eventos

de mágica: dirigir o setor que tem como obrigação mínima garantir o prazer e diversão de todos, assegurando

(onde a Paula Lima deu um show de voz e de presença!)

conteúdo judaico, diversidade e continuidade. Ser quem

enquanto a outra criava a programação da Festa das Lu-

traduz tudo isso em festas, encontros, palestras, jantares

zes. Chanuka para ninguém reclamar: desde palestra de

e até pedaladas. E fazer isso com todos, e para todos.

liderança no judaísmo até uma bela sessão da Cinemateca

Como foi em outubro na nossa sucá, que viu várias

do Rabino, passando pelo renovado Festival de Chazanim

gerações juntas ajudando na construção, na decoração,

e uma novidade re-inventada: a Cerimônia Judaica para

fazendo história. Ali, em 120 metros quadrados de bagun-

Formandos Universitários iluminada pela Orquestra de

ça, bem bagunçada e muito organizada, todos os departa-

Cordas Laetare.

mentos fizeram suas atividades, integrando a comunidade.

E em 2013 teremos uma programação rica, contínua e

Até agora o sabor do salmão ao molho de alcaparras com

acima de tudo, com muita energia e variedade. Começa-

aquela panqueca de palmito está aqui na memória...

mos com o importante Ato pelo Dia de Recordação das

E logo já era hora de mais alegria: alegria da Torá.

Vítimas do Holocausto, realizado em conjunto com fortes

Com direito a darbuka como tambor chefe das hakafot

instituições, para que sigamos recordando para nunca

e o emocionante momento em que vi lágrimas nos olhos

mais esquecer da grande dor do nosso povo.

de alguns marmanjos: a abertura de dois rolos da Torá,

As festas judaicas, plataforma principal do calendário,

a leitura das frases e versículos... E as crianças se lam-

serão cada vez mais agitadas, criativas e sempre de por-

buzando em gargalhadas tão doces quanto as balas e

tas abertas para todas as gerações, com sua alegria e

pirulitos nos saquinhos. A molecada até agora está me

suas novas ideias.

perguntando por que não temos Simchat Torá duas ou três vezes ao ano!

Sem esquecer que a CIP e todos nós, de todos os departamentos, estamos fazendo um esforço enorme para trazer

Na corrida desde Iom Kipur, com direito a Shabat, Su-

uma grande surpresa à comunidade em agosto de 2013.

cot, Simchat Torá, sem tempo para respirar, mais via

Este evento externo promete ser inesquecível e vibrante.

o esforço da equipe, mais vinha a vontade de superar

Bem, um pouco de mistério não faz mal a ninguém...

os obstáculos. E porque falar de obstáculos, se até nos

Eventos, sim. Mas com conteúdo judaico forte e gosto-

multiplicamos, feito bom milagre! Duas equipes: uma cui-

so. Tangível e educativo. Com o apoio de todos, a partici-

dando do jantar de 75 anos do Lar das Crianças da CIP,

pação de muitos, e a alegria da comunidade. Aliás, porque

com renda revertida ao próprio Lar e à Casa do Amparo

não temos Simchat Torá duas ou três vezes ao ano...?

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Receita extraída do livro Aromas of Aleppo, de Poopa Dwek.

Ingredientes 2 xícaras de farinha de trigo 1 colher de chá de bicarbonato

gastronomia

Ataiyef (panquecas sírias)

1 colher de sopa de açúcar ½ colher de chá de fermento ½ colher de chá de sal 1 ovo ligeiramente batido 1 xícara de ricota 1 xícara de óleo vegetal 1 xícara de calda de açúcar com água de flor de laranjeira Em Chanucá temos duas tradições gastronômicas diferentes: a primeira, e mais difundida, é a de comermos comidas fritas em óleo, para relembrar o óleo que milagrosamente queimou por oito dias até que mais óleo casher pudesse ser providenciado; a segunda é de comermos queijo em homenagem a Judith, que seduziu o general Holofernes com queijo e vinho. Os pratos ashkenazim mais tradicionais para a festa são sufganiot (sonhos) e latkes (bolinhos de batata). Nesta edição trazemos uma receita sefaradi, da comunidade síria, extraída do livro Aromas of Aleppo, de Poopa Dwek. A receita combina a fritura com o queijo, unindo assim ambas as tradições gastronômicas da festa. Andréa Kulikovsky,

modo de fazer Pré-aqueça uma frigideira, levemente untada com óleo. Junte a farinha, o bicarbonato de sódio, o açúcar, o fermento e o sal. Adicione o ovo e 2 xícaras e meia de água à mistura. Mexa até que esteja macia e sem grumos. Frite as panquecas, colocando a mistura a colheradas, para formar círculos de 8 cm aproximadamente. Frite somente de um lado, até que bolhas apareçam na superfície das panquecas. Cubra as panquecas quando retiradas do fogo, com um pano limpo.

Recheie cada panqueca com uma colher de sopa de ricota, dobre em formato de meia lua, e aperte bem as pontas, para que colem. Este passo deve ser feito rapidamente, para que as panquecas não ressequem. Aqueça bem o óleo em uma panela média. Frite as panquecas dos dois lados por aproximadamente 3 minutos ou até que fiquem da cor marrom. Unte as panquecas na calda de açúcar e as disponha em uma bandeja, sem que se sobreponham.

chef e consultora gastronômica

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9


culto

Chanukiot

Produtos judaicos Vsite a CIP e adquira belíssimos produtos judaicos para Chanucá. Para informações sobre os horários de atendimento, entre em contato através do email: produtosjudaicos@cip.org.br.

Você sabia?... por Theo Hotz, moré da Escola Lafer, baal corê e coordenador do Departamento de Culto da CIP ...que a História dos Macabím não está contada no Tanach? Durante o período helenista na terra de Israel, o aramaico e o hebraico deixaram de ser as línguas mais faladas pela população judaica, e foram substituídas, aos poucos, pelo grego. Em três gerações, praticamente desapareceram as pessoas que conheciam os idiomas judaicos. Na época dos Macabím, quase todos os livros e documentos foram escritos em grego, incluindo os livros de Judite, Tobias, Sabedoria, Ben Sirach e os dois livros de Macabeus. No processo judaico de canonização dos textos bíblicos, os textos gregos não puderam fazer parte da Bíblia Hebraica e não foram incluídos no cânon judaico. Mais tarde, durante o processo cristão de canonização dos textos bíblicos, a igreja romana (de tradição greco-latina) não viu problemas em incluir textos originalmente gregos em seu cânon. Deste modo, os livros citados anteriormente foram incluídos e podem ser facilmente encontrados em qualquer edição católica de uma bíblia cristã. Contudo, a história dos bravos Macabím era pública e notória. Sua luta pela liberdade religiosa e pela independência da Judeia (nome grego da terra de Israel), representadas pela reconsagração e reinauguração do Templo de Jerusalém, passaram a ser comemoradas anualmente, por oito dias seguidos, a partir de 25 de Kislêv, mesmo que esta história não esteja em nosso Tanach. 10

Serviços Religiosos Manhã de segunda a sexta-feira, às 8h aos sábados, às 9h30 aos domingos e feriados, às 8h30 Noite de domingo a sexta-feira, às 18h45 aos sábados: 1, 8 e 15/dez, às 19h15 22 e 29/dez, às 19h30 5, 12, 19 e 26/jan, às 19h30 Shabat Às sextas: Cabalat Shabat e Arvit com prédica, às 18h45, na Sinagoga Etz Chaim Shabat Ieladim, às 18h45, para crianças Cabalat Shabat e Arvit com prédica, às 18h45, na sede do Lar das Crianças da CIP (dia 7 de dezembro) Aos sábados: Shacharit, às 9h30, com leitura da Torá e prédica na sinagoga Etz Chaim Shacharit Neshamá, às 9h30, participativo e igualitário, com leitura da Torá na Sinagoga Pequena


Sevivonim

Kipot

Livro Madrich, de Nessim Hamaoui, cuja venda é revertida para o Shnat 2013

Mazal Tov Leitura da Torá Dezembro DIA 1 Vaishlach DIA 8 Vaieshev (Erev Chanucá) DIA 15 Mikêts (Chanucá VII) DIA 22 Vaigash DIA 29 Vaiechi Janeiro DIA 5 Shemot (Shabat Mevarchim) DIA 12 Vaerá (Rosh Chodesh) DIA 19 Bo DIA 26 Beshalach (Shabat Shirá)

Chevra Kadisha da CIP

A CIP está pronta para ajudar as famílias neste momento tão doloroso da perda de um ente querido, cuidando de todas as providências e detalhes burocráticos e religiosos. Plantão permanente: entre em contato com Sérgio Cernea, pelo tel/fax 3083-0005, cel. 9204-2668, ou e-mail: chevra@cip.org.br Falecimentos Dawid Hersz Rabinowicz, em 17 de setembro aos 87 anos. Rywka Zymberg, em 11 de outubro aos 78 anos. Moszek Chil Rubinsztain, em 2 de novembro aos 99 anos Paola da Silva Worms, em 4 de novembro aos 64 anos Izrael (Izidoro) Knobloch, em 13 de novembro aos 96 anos Leonor Margarita Jacoby, em 16 de novembro aos 65 anos Irene Esther Edit Oppenheimer Weil, em 18 de novembro aos 97 anos Mark Hotimsky, em 26 de novembro aos 84 anos.

SIMCHAT BAT Giovana Fiori Wajchenberg Letícia Zaroni Fruchtengarten Rachel Zac Halabi BAR-MITSVÁ Henry Mendes Wolf Rafael Ejnisman Matias David Mollin Raphael Harris Eduardo Roger Lowenthal Julien Berry Minerbo Marcelo Giulian de Castro Schajnovetz Mário Victor Fraiman Grazini Danny Marmelsztejn Dubner ANIVERSÁRIOS DE BAR-MISTVÁ Luiz Felipe Eisencraft CASAMENTOS Michel Zitman e Gabriela Sinai Altair Larrúbia e Gerson Zalcberg Maurício Orel e Débora Tarasautch Laura Affonso e Benny Spiewak Vivian Feldman e Marco Antonio Lourenço Michele Zitune e Daniel Tawil Manuela Belda e Rony Hamaoui AUF RIF Marcelo Milnitzky

11


acontece

1.

2. 3.

4. 1. e 4. Rabinos e representantes da sinagoga Beth El, Comunidade Shalom e CIP prestigiaram a palestra do professor Tzvi Bekerman, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que conduziu um bate-papo sobre identidade judaica e educação. O encontro foi promovido em conjunto pelas três entidades. 2. O rabino Uri Lam esteve presente à entrega do prêmio Cidadão Sustentável prestigiando Alexandre Chut, que ganhou na categoria 'Intervenção urbana' por seu trabalho de plantio de árvores na cidade de São Paulo. 3. A Orquestra Jovem de Violões do Lar das Crianças da CIP apresentou-se com o violonista Turíbio Santos no Museu da Casa Brasileira. Quase 500 pessoas acompanharam a apresentação. 5. No primeiro encontro da Cinemateca do Rabino, a comunidade recebeu o premiado diretor Amir Admoni, que participou de uma animado bate-papo com a comunidade após a exibição de três de seus curtas de animação. Na foto, o diretor acompanhado do rabino Michel Schlesinger e de funcionários e representantes da diretoria e presidência da CIP.

Fotos 1 e 4: Eliana Assumpção Foto 3: Mariana Chama

5.

12


6. 7.

8. 6. O rabino Michel Schlesinger conduziu o encontro do projeto Beheraion, que promoveu um bate-papo sobre os desafios da maternidade e da paternidade nos dias de hoje através de um olhar judaico. Participaram o Dr. Eduardo Vieira da Motta, ginecologista e obstetra; Dra. Claudio Reingenheim, pediatra intensivista neo-natologista; Dra. Gisela Castanho, psicóloga e terapeuta de casais e famílias; e Dr. Decio Blucher, mohel e cirurgião infantil. 7. e 9. Comunidade reunida para um jantar especial de Sucot com palestra conduzida pelo rabino Ruben Sternschein sobre Cabala e participação dos rabinos Michel Schlesinger e Uri Lam, além dos chazanim Avi Bursztein e Alê Edelstein. 8. A Orquestra Jovem de Violões do Lar das Crianças da CIP apresentou-se para os frequentadores do Clube das Vovós Lotte Pinkuss em homenagem ao mês das crianças. 10. Cerca de 120 pessoas, entre chanichim e madrichim, participaram do Dia do Amigo da Avanhandava, que teve como objetivo reunir os membros do grupo e dar a possíveis novos participantes a oportunidade de conhecer as atividades realizadas pela Ava.

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acontece

12.

11.

11. Mais recente encontro do projeto Shutafim, que contou com a participação da psicóloga Flávia Jungerman e da pedagoga Alzyra Ryngelblum, além do rabino Michel Schlesinger, reuniu na CIP uma boa quantidade de pais de jovens que participam dos movimentos juvenis e projetos da Juventude da Congregação. 12. A CIP recebeu a visita do rabino Marcelo Rittner, que fez parte do rabinato da Congregação entre as décadas de 1970 e 1980 e que hoje trabalha na Comunidade Beth El, na Cidade do México. 13. O rabino Ruben Sternschein conduziu mais um seminário do projeto Shidrug, cujo tema foi chaguim, festas judaicas. 14. As psicólogas Claudette Yedid Baroukh e Mônica Levi, do Projeto Psicologia, conduziram uma palestra sobre qualidade de vida na terceira idade. Acompanharam o evento o coordenador voluntário do projeto Disk Shalom Idoso, Sergio Heldiman, e a coordenadora de projetos da Terceira Idade do Departamento de Ação Social da CIP, Débora Sor.

13.

14.

14


15.

13.

16. 15. Os rabinos Michel Schlesinger e Uri Lam participaram da XVIII Assembleia Nacional do Diálogo Catálico Judaico realizada em Belo Horizonte. 16. Crianças, jovens e adultos da comunidade participaram da decoração da sucá da CIP, que foi conduzida pelos jovens da Avanhandava. 17.e 18. Cerca de 600 pessoas estiveram presentes no evento Uma Noite Brilhante, realizado no Buffet França pela Casa do Amparo e pelo Lar das Crianças da CIP. Além do jantar especial, do leilão e do show com a cantora Paula Lima, a noite contou ainda com a participação do ator e apresentador Dan Stulbach e da apresentadora Faa Morena como mestres de cerimônia. 19. Formatura da 19º turma do Curso de Informática para a Terceira Idade, realizado pelo Departamento de Ação Social da CIP. 20. Jovens da Chazit Hanoar foram voluntários no evento Uma Noite Brilhante.O grupo cuidou dos lances oferecidos no leilão silencioso.

18.

17.

19.

Fotos 17 e 18: Eduardo Brunelly Foto 20: Cassiano

20.

15


LAR DAS CRIANÇAS

Noite de sucesso A Casa do Amparo Jesus de Nazaré e o Lar das Crianças da CIP se uniram em prol das crianças e realizaram em novembro um jantar beneficente com show da cantora Paula Lima, no Buffet França, em Higienópolis. Na ocasião, o Lar das Crianças da CIP comemorou 75 anos da sua Fundação. Com o ator Dan Stulbach e a apresentadora Faa Morena como mestres de cerimônia, o evento, intitulado “Uma Noite Brilhante – May Help Dinner 2012”, reuniu cerca de 600 convidados, que disputaram lance a lance os itens de leilão, que contou com obras de arte de renomados artistas, como Victor Brecheret, Volpi, Gregório Gruber, Antonio Peticov, Gregory Fink, Aldemir Martins, entre outros. As Voluntárias do Grupinho, que há mais de 20 anos realizam os eventos de arrecadação do Lar das Crianças, receberam os convidados que lotaram o salão da mansão França. Entre os presentes no evento, estavam o presidente da Casa do Amparo, Gilberto Giardino, a diretora do Lar das Crianças, Luciana Mautner, o presidente da CIP, Sergio Kulikovsky, os vice-presidentes Marcos Lederman e Dora Lucia Brenner, o vice-presidente e o diretor da Casa do Amparo, Rubens Krausz e Juan Reppucci, o leiloeiro Sérgio Altit, os rabinos Ruben Sternschein e Michel Schlesinger, os artistas plásticos Antonio Peticov, Dolly Moreno e Gregory Fink, entre outros. Também presentes, Esther e Murillo Schattan, que presentearam todos os convidados com lindos brindes ORNARE. Foi entregue também aos convidados o livro de histórias do Lar, retratando diversos momentos de crianças que por lá passaram.

Acesse o link

As crianças das entidades fizeram lindos desenhos,

www.lardascriancas.org.br/uma-noite-brilhante

entregues a todos os convidados, como reconhecimen-

e veja mais fotos do evento.

to a grande colaboração de todos nesta festa. Fonte: Tagline Consultoria e Lar das Crianças. 16


Uma Noite Brilhante

May Help Dinner 2012

Patrocinadores Ouro

Lilian, Meyer Joseph Nigri e Família Betty e A. Jacob Lafer z´l

Prata

Família Eigier e Moreno Jayme Sverner Cliente: CHANDON Proyecto: Identidad Para tener validez este archivo digital, debe estar acompañado de una prueba de pre-prensa (cromalín) firmada por ambas partes: El cliente e Interbrand.

Ante cualquier duda comuníquese al 4788-9665 La Pampa 1351 - C1428DZA Bs. As. Argentina

Producto: Aplicación horizontal positiva color Fecha: 07/05/2010

PANTONE 872 C

PANTONE BLACK 6 C

Bronze

Apoiadores

Antonio Peticov / Gregory Fink

Realização e divulgação:

17


AÇÃO SOCIAL por Débora Sor, coordenadora de projetos da Terceira Idade do Depto. de Ação Social da CIP

Um novo olhar para o envelhecimento

C

hanucá nos lembra de nossa capacidade e res-

experiências anteriores, como se percebeu no mundo

ponsabilidade de efetivar o mundo ao nosso

e como as suas relações foram construídas. É um pro-

redor e nos prontifica a fazer brilhar a luz na

cesso singular. Ao envelhecer, o indivíduo se depa-

vida dos outros, com atos diários de bondade. Assim

ra com alterações físicas, psicológicas e emocionais,

como uma chama acende outra sem perder sua lumi-

além de mudanças principalmente no que se refere ao

nosidade, acendemos a chanukiá criando luz na escu-

seu lugar na estrutura familiar e social.

ridão, permitindo viver uma vida mais significativa e

Nesta etapa da vida podem ocorrer várias perdas, como

profunda, elevar-se, vencer desafios. Assim é processo

o afastamento do trabalho remunerado, a perda de pes-

de envelhecimento, viver sem perder a luminosidade,

soas queridas, a sensação de insegurança, o não perten-

viver uma vida mais significativa, vencer os desafios.

cimento e a fragilidade. Por outro lado, o indivíduo que

Não é de repente que a pessoa se torna idosa, enve-

consegue encontrar gratificações consigo e com os que

lhecer é um processo. O processo de envelhecimento

estão a sua volta preserva a sua independência e encontra

depende de como cada um vivenciou e elaborou suas

possibilidades produtivas, mesmo na longevidade.

18


Entre os principais desafios que a longevidade pode trazer para o idoso, podemos citar: • dificuldades para realizar tarefas diárias, sendo necessário aprender a lidar com as perdas orgânicas;

Em 2040, os maiores de 60 anos poderão representar quase 30% da população brasileira.

• realização de exercícios apropriados à faixa etária; • manter boa alimentação;

os dias da semana. Os projetos da terceira idade re-

• praticar exercícios de memória e raciocínio;

alizados pela CIP preocupam-se em proporcionar

• aproveitar bem o tempo livre, afastando o tédio alternativas para um envelhecimento saudável com objetivo de manter vínculos com pessoas da tercei ou a depressão; ra idade, aumentar a rede de convivência e suporte • não se isolar socialmente, participar de grupos e manter contato com pessoas;

social, além de, possibilitar ou reforçar informações

• receber o processo da aposentadoria como

sobre este momento de vida.

forma de viver com independência.

Em 2013, a Congregação irá realizar um ciclo de palestras informativas com convidados especializados

Nem sempre a família está preparada para perceber

trazendo informações importantes aos sócios, idosos e

e lidar com tantas mudanças que ocorrem no período

familiares sobre vários assuntos que dizem respeito ao

de envelhecimento. É preciso oferecer ao idoso um

envelhecimento saudável e a outros temas transversais.

ambiente afetivo e acolhedor para manter a sanidade

A CIP, por ser referência na comunidade judai-

física e mental, pois ele continua tendo vontades pró-

ca em prestar serviço de contratação de cuidadores

prias e mantém seus planos para o futuro.

para idosos, e com intuito de proporcionar bem es-

Há, também, idosos que, por não possuírem vín-

tar às famílias e qualidade no cuidado com o idoso,

culos familiares ou por não terem condições físicas e

oferecerá também no ano que vem um curso de ca-

psicológicas para ter uma vida independente, passam

pacitação para pessoas que queiram trabalhar como

a residir em instituições de longa permanência, onde

cuidadores de idosos. Realizado em parceria com a

recebem assistência e formam novos vínculos.

OLHE (Observatório da Longevidade Humana e En-

Segundo o IBGE, até 1970, a população brasileira

velhecimento), o curso tem como objetivo melhorar

ainda crescia. Mas a partir de então houve um pro-

cada vez mais a qualidade de vida, incentivar a auto-

cesso de declínio provocado pela diminuição da taxa

nomia da pessoa idosa e fortalecer a família quanto

de fecundidade. Em 2040, os maiores de 60 anos po-

ao processo de cuidar.

derão representar quase 30% da população brasileira.

Para saber mais sobre os projetos da CIP voltados

Assim, com o crescimento continuo da população,

para a terceira idade e sobre o serviço de contratação

vários elementos vêm contribuindo para melhorar

de cuidadores, entre em contato com o departamento

a qualidade de vida dos idosos. Por um lado, viver

de Serviço Social da CIP através do telefone 2808-

mais é uma das maiores conquistas da humanidade,

6210 ou do email ssocial@cip.org.br.

por outro, o desafio do crescente envelhecimento em todo mundo é assegurar melhores condições de vida.

Colaborou Paula Barouchel,

Muitos grupos da terceira idade dentro da comu-

analista de Recursos Humanos do Departamento

nidade judaica oferecem diferentes atividades todos

de Ação Social da Congregação. 19


R A B I N AT O po r rabino Michel Schlesinge r

Deus, o homem

e o Holocausto

O

versículo da Torá que descreve a praga da escuridão que abateu os egípcios por três dias consecutivos abre margem para uma interpretação metafórica daquela situação.

Os escravizadores tinham perdido toda a sua sensibilidade, estando completamente cegos para o sofrimento

Lo rahu ish et achiv, velo kamu ish mitachtav. Não viram uns os outros, e não se levantou nenhum homem de seu lugar. (Shemót 10:23)

dos israelitas. Não eram capazes de enxergar a humanidade do próximo ainda que esta estivesse a poucos centímetros de seus olhos. Talvez tenha sido esta a praga da escuridão. Pode ser que não se tratou de ausência de luz, mas de uma falta de empatia e consideração com a mazela alheia. Por isso, a Torá descreve a situação desta forma: ‘não viram uns os outros’, ou seja, perderam a capacidade de se importar, ‘e não se levantou nenhum homem de seu lugar’, aceitaram as determinações do Faraó com uma omissão covarde. Três mil e quinhentos anos depois, a Europa nazifascista demonstrou não ter aprendido a lição. Os novos egípcios requintaram seus métodos de tortura e assassinato. O laboro escravo passou para os campos de trabalho. Não apenas os meninos recém-nascidos eram mortos, mas todos os que a loucura ariana considerasse inferiores. Diferentes pensadores se perguntaram como Deus permitiu que o Holocausto acontecesse? Como é possível acreditar em Deus depois de Auschwitz? Onde estava Deus um dos mais terríveis capítulos da história humana? Para o professor Richard Rubenstein, a única resposta intelectualmente honesta para o Holocausto é a rejeição de Deus e o reconhecimento de que toda a

20

Memorial do Holocausto na Universidade Bar Ilan, em Israel


existência é sem sentido. Para ele, não existe plano ou proposta divinos e Deus não se importa com o mundo. Já Emil Fackenheim propõe que se olhe atentamente para o Holocausto e se encontre lá a nova revelação de Deus. Para este, rejeitar Deus por causa do Holocausto significa dar a vitória póstuma a Hitler. O rabino Eliezer Berkovits defende que o livre-arbítrio humano depende da capacidade de Deus de permanecer oculto. Se Deus intervém na história, anula a liberdade humana de fazer escolhas. O rabino Harold Kushner, por sua vez, acredita que Deus não é onipotente, portanto, não existe contradição entre a existência de um Deus bom e a maldade de certos humanos. Na peça O Julgamento de Deus, de Elie Wiesel, o Criador do Mundo é colocado no banco dos réus. A obra se baseia em eventos que Wiesel testemunhou durante sua adolescência em Auschwitz. No tribunal, vários argumentos são levantados contra Deus e a seu favor. Questionar-se sobre o lugar de Deus no Holocausto é importante para toda e qualquer pessoa de fé. No entanto, acredito, existe um questionamento ainda mais difícil do que ‘onde estava Deus durante o Holocausto?’. A pergunta que devemos nos fazer repetidamente é: ‘onde estava o homem?’. A Shoá não foi realizada por Deus, mas por pessoas. Pessoas incapazes de enxergar o outro mesmo quando a luz era abundante.

Lo rahu ish et achiv, velo kamu ish mitachtav. Não viram uns os outros, e não se levantou nenhum homem de seu lugar. (Shemót 10:23) Somente quando buscamos a responsabilidade do homem nos tornamos senhores da história e desenvolvemos a possibilidade de educar as novas gerações para a moderação e a paz.

21


R A B I N AT O po r r ab i n o Ruben Sternschein

O homem como árvore “Quando te aproximares de uma cidade para lutar com ela, clama primeiro pela paz... (...) E, se tiver que lutar, não destrua suas árvores, pois como o homem é a árvore.” (Deuteronômio, 20:10 e 20:19)

Esta emblemática passagem que reforça o valor da

próprio interesse. A segunda, uma interpretação ética: cui-

paz e que mostra a guerra como último recurso, mostra

dar da arvore pela árvore em si, para ela. Pelo “direito”

também uma sensibilidade especial pelas árvores. Quando

dela a existir.

não houver alternativa, e for necessário se defender em

Também as argumentações ecológicas e sustentáveis

uma luta, no mínimo as árvores precisam ser protegidas

de nossos dias apresentam essas duas linhas: a de cuidar

da barbárie humana. São diversas as interpretações sobre

do planeta por interesse próprio, por nossa própria saúde

a motivação desta sensibilidade aparentemente ecológica.

e vida, e a de cuidar do planeta pelo planeta em si. Uma

Alguns sábios comentaram que as árvores precisam ser

posição mais antropocêntrica e outra mais altruísta.

protegidas porque de nada serve a conquista de um territó-

Existe uma posição intermediária que diz cuidar do

rio se elas forem destruídas. O homem depende natureza

planeta pelas gerações futuras, pelos filhos e os netos,

para sua subsistência e o que não fez a guerra, o faria a

e também pelo fato de que recebemos um planeta com

ausência de árvores. Ganhar a guerra mas ficar sem árvo-

árvores, sustentado e sustentável, e não seria justo nem

res traria a morte de qualquer maneira.

ético “devolvê-lo” em menores condições.

Outros sábios propuseram uma leitura interrogativa. Se-

Esta posição intermediária aparece na literatura rabínica

gundo eles, a última frase que compara o homem com a

no famoso relato dos jovens que encontraram um idoso

árvore não é uma afirmação, e sim uma pergunta retórica:

plantando uma árvore. “Quantos anos levará essa árvore

acaso a árvore é como o homem (que pode fugir de um

para dar frutos?”- perguntaram os jovens. E o ancião res-

bombardeio)? E a resposta é obvia: não. Portanto, dizem

pondeu: “Setenta”. Os jovens replicaram: “E quantos anos

estes sábios, o texto nos obriga a salvar as árvores uma

tem o senhor?” E o idoso respondeu: “Setenta também”.

vez que elas não têm como fazê-lo por si próprias.

“E o senhor acha que poderá comer dos frutos dela?” E o

Ou seja, os primeiros sábios cuidam das árvores para

senhor explicou: “Quando cheguei ao mundo, o achei cheio

cuidar das pessoas. Os segundos cuidam das árvores das

destas árvores, que outros plantaram para mim. Agora é

pessoas. Eles cuidam do que as pessoas fazem às árvores

minha vez de plantar árvores para os que virão depois. Eu

com nossas guerras e demais intervenções.

vivi daquelas que plantaram os antepassados e os descen-

Os primeiros querem as árvores para as pessoas. Os

dentes viverão das que eu deixar plantadas para eles”.

últimos as querem para as árvores mesmas. A primeira

A festa de Tu b’Shevat é um apelo ao respeito pela natu-

é uma interpretação utilitarista: cuidar da árvore por meu

reza, ao convívio pacifico e harmônico com ela. Cuidar dela

22


pelo nosso bem, o bem das gerações e o bem do mundo

tos humanos: frutas com muita casca, dura e rígida repre-

em si mesmo. O bem do bem representado no mundo, nas

sentam pessoas distantes, que se defendem antes de tudo;

árvores, na ética e na retidão para com eles.

frutas com semente grande representando a criatividade e o

Assim, costuma-se, anualmente em Israel, que cada jovem em idade escolar plante uma árvore durante a festa. No século XVI, na cidade de Safed, os cabalistas da linha Luriana foram mais longe ainda e acharam uma forma de

avanço dentro da pessoa, o renascimento constante; frutas com casca suave e fina que pode comer-se junto; frutas com semente e casca comíveis representando a integridade e a totalidade dispostas às transformações e a se brindar.

relacionar a natureza com as essências humanas. Criaram

No nosso século, esse velho Seder de Tu b’Shevat foi

um Seder para Tu b’Shevat, como o seder de Pessach, por

renovado em kibutzim e nas comunidades liberais. Foram

exemplo, no qual as taças de vinho são de cores diversas

acrescentados, além das taças e das frutas, quatro valores

e representam a dinâmica das quatro estações e seu im-

que o mundo precisa para se aprimorar: a verdade, a bon-

pacto transformador na vida das pessoas. Uma taça de

dade, a sabedoria e a justiça. Incluíram–se canções atuais

vinho branco representando o frio, a neve e a necessidade

que chamam à consciência ecológica e à sustentabilidade

de proteção; uma taça de vinho branco com gotas de vi-

social e ética, assim como foram escritas novas rezas,

nho tinto representando o começo da primavera; uma taça

evocando esses valores.

meio a meio; e uma taça apenas com vinho tinto. Também atribuíram a diversas frutas as características básicas das personalidades humanas e dos relacionamenanuncio twiter.pdf

1

11/27/12

Que este Tu b’Shevat nos permita desfrutar da natureza em paz, cuidando dela, cuidando de nós com ela e vendo nossas essências e pendências através dela.

4:38 PM

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C A PA rabino Uri Lam

O Iluminismo Judaico e o movimento

judaico liberal “ Ao longo da nossa história, nós judeus nos mantivemos firmemente enraizados na tradição judaica, assim como aprendemos muito dos nossos encontros com outras culturas. A grande contribuição do Judaísmo Reformista é que ele permitiu ao povo judeu: introduzir a inovação e ao mesmo tempo preservar a tradição; abraçar a diversidade e manter o senso de comunidade; afirmar as crenças judaicas sem rejeitar aqueles que delas duvidam; e acreditar nos textos sagrados, sem sacrificar a leitura crítica.” Central Conference of American Rabbis Pittsburg, 1999 Na Europa do final do século 18, mais especificamente

queriam contato com não judeus - e já viviam em grandes

na Alemanha Ocidental, a Haskalá, termo que se refere ao

cidades como Berlim, por exemplo. Se antes a principal au-

Iluminismo Judaico, invadiu a vida judaica tradicional crian-

toridade na comunidade judaica era o rabino, que enfatizava

do um novo conjunto de princípios judaicos que pavimentou

a importância das práticas religiosas e era ao mesmo tempo

o caminho para o Judaísmo Liberal.

professor, juiz, conselheiro e líder religioso, com a chegada

A Haskalá defendia a adoção de valores até então evita-

do Iluminismo, os judeus, influenciados pelo mundo moder-

dos na maior parte das comunidades judaicas e hoje em dia

no, tornaram-se cada vez menos religiosos. Com isso, a figu-

tão comuns entre judeus religiosos e não religiosos - como

ra de autoridade do rabino também se enfraqueceu.

a educação laica, comum a todos os cidadãos europeus da-

Dependendo do ponto de vista, a influência da Haskalá

quele tempo. Naquela época, a maioria dos judeus havia dei-

pode ser vista como um movimento que afastou o obscu-

xado as aldeias judaicas - nas quais quase não tinham nem

rantismo religioso, visto como supersticioso e retrógrado

24


– ou, ao contrário, pode ser entendida como um processo de assimilação que escureceu as chamas das crenças religiosas e levou à descaracterização da identidade judaica. A primeira base de mudança criada pelo Iluminismo Judaico ocorreu na educação. Antes, os estudos judaicos estavam centrados nos estudos talmúdicos, aos quais os líderes da Haskalá buscaram somar o conhecimento também ensinado aos demais setores da população europeia, assim como as línguas modernas e o aprendizado de uma profissão, a fim de incentivar a integração judaica na sociedade. Quando, em 1780, houve uma determinação de governos europeus de que os judeus deveriam colocar seus filhos em escolas públicas, os iluministas judeus não só não se opuseram, como apoiaram a decisão, por entenderem que, antes de se estudar Talmud e ter um ensino religioso, era preciso formar uma nova geração de judeus versados em ciências naturais, filosofia e outras disciplinas, para haver mais chances de se integrarem à sociedade maior. Neste período foram criadas muitas escolas judaicas nas quais as crianças tinham tanto estudos judaicos quanto um

Ilustração do compositor alemão Louis Lewandowski.

currículo comum às demais escolas – como são, aliás, muitas das nossas escolas judaicas até hoje.

em pouco tempo, talvez em duas gerações, os judeus dei-

A segunda grande mudança trazida pela Haskalá foi a eli-

xassem de existir, de tão integrados na sociedade maior.

minação da barreira da língua entre judeus e não judeus na

Mas a tese tão difundida ainda hoje de que, entre judeus

sociedade europeia. Moshé Mendelssohn (1729-1786), um

laicos e liberais, não se sabe se seus netos serão judeus,

dos principais pensadores da Haskalá, era um entusiasta da

não se sustentava já no século 19. Apesar de, de fato, o

tese de que os judeus deveriam aprender as línguas moder-

Iluminismo ter levado a um aumento nos casamentos inter-

nas, tais como o alemão e o francês, que o hebraico fosse

-religiosos e à assimilação, a população judaica pulou de

adotado como o principal idioma religioso e que o iídiche,

1% para 2% da população europeia ao longo do século 19.

até então o dialeto mais falado pelos judeus europeus, fosse

O aumento populacional judaico provocou uma maior de-

abandonado. O próprio Mendelssohn, mais do que um pio-

manda pela igualdade de direitos das minorias entre a popu-

neiro, era fruto de sua época, pois desde o fim do século

lação europeia. Desta luta participaram muitos judeus, fruto

17 os filhos das famílias judias mais abastadas da Alemanha

da Haskalá, como Heinrich Heine e Nathan Rothschild, que

aprendiam francês e alemão, o que facilitava os negócios e

lutaram não apenas pelo direito dos judeus, mas pelo direito

a vida social com os não judeus. Ao mesmo tempo, o iídiche

de todas as minorias à liberdade. Os ideais da Revolução

era visto por estes como um dialeto de pessoas incultas

Francesa de igualdade, liberdade e fraternidade fizeram

– nada mais distante da realidade; o iídiche foi a língua de

com que a França fosse o primeiro país no qual os judeus

alguns dos maiores escritores judeus nos séculos 19 e 20.

foram reconhecidos como cidadãos plenos, em 1791, dois

Poderia se imaginar que todo este processo provocado

anos apenas depois da Revolução. Esta tendência avançou

pela Haskalá levasse a um tal avanço na assimilação que,

por toda a Europa, destacadamente a Alemanha. 25


– termo que, 200 anos depois, causa estranheza em muitos judeus, exceto pela nacionalidade judaica israelense. Os primeiros judeus liberais abraçaram os ideais nacionalistas de seus países e os consideravam como suas pátrias. O então recém-criado movimento sionista foi rejeitado pelos primeiros judeus liberais, que haviam abandonado a ideia de um exílio judaico que viria ter fim com a chegada de um messias. Curiosamente, uma coisa os judeus liberais e seus adversários – que iriam reagir e criar diversos grupos que no conjunto, apesar da flagrante diversidade interna, viria a ser conhecido como Judaísmo Ortodoxo – tinham em comum: ambos eram antissionistas. Os liberais, porque se viam como cidadãos de religião judaica e leais aos seus países; os ortodoxos, porque entendiam que Eretz Israel só voltaria a ser o Lar Nacional Judaico com a chegada do Mashiach. Outra curiosidade é que, apesar de tantas tentativas Moses Mendelssohn

de mudança – no idioma, na estética dos serviços religiosos, nas rezas e na arquitetura das sinagogas, para citar algumas – os judeus liberais acabavam justificando suas

Este processo colocou muitos judeus em uma encruzi-

tradições através de leis e regras criadas por seus pró-

lhada. Para muitos, era preciso escolher entre permanecer

prios rabinos, inspirados no Tanach (a Bíblia Hebraica), no

judeu e religioso, por um lado, ou assimilar os costumes

Talmud e em toda a tradição que se seguiu até os dias

locais e mergulhar na sociedade maior, abandonando as

atuais. Ao contrário do que se imagina, os judeus tradi-

crenças e práticas judaicas.

cionais não rejeitavam a uma só voz os liberais – alguns,

Foi neste contexto que surgiu o Judaísmo Liberal, no sé-

por exemplo, evitavam usar o termo “reformista”, mas se

culo 19. Ao contrário de ser um movimento assimilacionis-

referiam aos mesmos com a expressão “Comunidade de

ta, como foi e é acusado por seus adversários, o Judaísmo

Frankfurt” (como na “Torá - A Lei de Moisés” de Matzliah

Liberal buscou desde o início uma releitura judaica de uma

Melamed), o que no final das contas apontava para a mes-

forma que não entrasse em conflito com os princípios bá-

ma direção. Afinal, os líderes dos primórdios do judaísmo

sicos do judaísmo, mas que ao mesmo tempo o tornasse

liberal não queriam se distanciar do judaísmo rabínico,

possível para que os judeus se tornassem parte da socie-

mas revitalizá-lo, à luz dos tempos em que viviam.

dade maior sem perder a sua identidade religiosa e cultural.

Um dos exemplos de novos caminhos “iluminados” pela

Algumas décadas antes, no final do século 18, Hirschl

Haskalá é a transformação das sinagogas e seus serviços

Levin, o rabino-chefe da comunidade judaica em Berlim,

religiosos de um modo que hoje soa tão tradicional, com

defendia as ideias de Mendelssohn e entendia que havia

reflexos tão fortes na própria CIP e em outras congrega-

necessidade de mudanças na comunidade judaica, pois

ções liberais ao redor do mundo. A fim de atrair judeus

segundo ele o judaísmo tradicional havia perdido o apelo,

que não mais se identificavam com o judaísmo europeu

o que colocava o povo judeu em grave risco de dissolu-

pré-Revolução Francesa e que se sentiam atraídos por

ção. Inspirado nos valores da Haskalá, o Judaísmo Liberal

outros “templos”, como as universidades, as rodas de in-

buscou separar a religião judaica da nacionalidade judaica

telectuais, escritores, músicos, poetas, entre outros - em


1817 surgiu a primeira sinagoga com serviços religio-

dilemas éticos modernos são pensados e repensados, e

sos liberais, dirigidos quase que inteiramente em ale-

não poucas vezes acabam incluídos em nossas orações e

mão, com algumas citações em hebraico. O conceito

práticas. O Estado de Israel entrou definitivamente na vida

por trás disso – e até hoje defendido por muita gente

religiosa, em uma das maiores mudanças no judaísmo li-

em nosso meio – era o de que os judeus manteriam

beral em seus quase 200 anos de existência.

suas tradições se fossem capazes de entender o que rezavam e estudavam em seu próprio idioma. Além desta mudança, foram introduzidas outras que já foram muito populares no mundo judaico liberal e que hoje já são vistas como parte do “judaísmo reformista clássico”, como o coral litúrgico, introduzido sem maiores problemas; e o órgão – este sim sofreu maior resistência, mas acabou prevalecendo por mais de 150 anos - para acompanhar e abrilhantar os serviços religiosos. Grandes arranjos foram compostos para a liturgia judaica por compositores como Louis Lewandowski (1821–1894) e interpretados por grandes cantores e chazanim, cujos estilos influenciaram não só a música na CIP e o estilo de nossos chazanim, como também o estilo de chazanim das mais tradicionais e ortodoxas sinagogas ashkenazis do mundo, nem sempre de modo consciente, e se consciente,

O judaísmo liberal, hoje, lembra pouco o judaísmo liberal da Europa do século 19. E é bom que seja assim. Porque as luzes que iluminavam o espírito judaico de então têm hoje tonalidades diferentes.

quase nunca de modo admitido. Hoje em dia ainda sentimos a influência da Haskalá e de suas luzes no judaísmo liberal contemporâneo.

O judaísmo liberal, hoje, lembra pouco o judaísmo liberal

Progressivamente, novas luzes vão se acendendo, como

da Europa do século 19. E é bom que seja assim. Porque

as luzes de Chanucá, e iluminam novos campos que bus-

as luzes que iluminavam o espírito judaico de então têm

cam incluir cada vez mais judeus e judias na vida judaica.

hoje tonalidades diferentes. Porque cada época tem as

Se em outros tempos o intuito dos primeiros judeus re-

suas próprias velas, que iluminam a realidade durante um

ligiosos liberais era lançar luz sobre questões que dis-

certo tempo, até se apagarem e darem espaço a novas

cutiam, por exemplo, o afastamento das superstições, a

velas, a novas chanukiot. As luzes se apagam e outras são

compreensão mais clara do que se reza, a priorização do

reacesas para que o espírito judaico permaneça. Talvez

pensamento racional sobre o místico na vida religiosa,

uma das maiores lições que Chanucá nos traz é o da per-

atualmente lançamos luz sobre outros temas relevantes

manente reinauguração do Templo, com novas luzes, ma-

para nós hoje. Assim, por exemplo, cada vez mais ilumi-

cabeus renovados, judeus que a cada geração repensam

namos as discussões em torno do papel da mulher na vida

os caminhos tantas vezes trilhados por nossos antepassa-

religiosa judaica e na vivência sinagogal; alterações na

dos e os iluminam e renovam assim como fizeram também

liturgia tradicional que marcaram os primeiros sidurim (li-

nossos antepassados, cada geração à luz de sua época.

vros de rezas) liberais vêm sendo revistas: algumas rezas

Renovar a tradição, lançar novas luzes sobre nossos valo-

têm retornado à forma tradicional, mas ganham uma re-

res judaicos permanentes - é o que permite com que estes

leitura à luz dos valores judaicos e humanistas modernos;

continuem vivos e significativos.

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juventude • avanhandava

A nossa chama Assim como a festa de Chanucá, a Avanhandava também pode ser entendida como uma chanukiá, acesa aos poucos ao longo de seis meses. Começamos nosso semestre com um acampamento extraordinário que aconteceu em São José dos Campos. Tivemos novos madrichim, muita diversão nas atividades e um super fogo de conselho para acender a primeira chama do semestre. Durante o período fomos acendendo as outras velas, cada uma representando os grandes momentos que tivemos: todos os sábados de incríveis peulot, o Ecoday, a Intertnuot, a construção da sucá em conjunto com a CIP, o encontro de bogrim e o Dia do Amigo. Cada vela bem acesa que se mantém como aprendizado para chanichim e madrichim é um milagre especial para nós. Mas no nosso caso o milagre não vem sozinho: em cada sábado, evento e, principalmente, no acampamento, damos tudo de nós, nos dedicamos para que cada faísca vire uma grande fogueira. Agora estamos no momento de começar uma nova chanukiá para 2013. Gostaríamos da ajuda de todos para acender esse novo shamash com muita força, para que ele brilhe por muito e muito tempo. Chag Sameach! Madrichim da Avanhandava

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juventude • chazit

Competição como aprendizado No mês de outubro foi realizado o Chodesh da Chazit, uma competição esportiva e intelectual entre as kvutzot. Foi incrível! Essas duas semanas não foram apenas dias sem as peulot normais de todo o sábado, mas um conjunto de momentos que fortaleceram a união de cada kvutzá, além do vínculo dessas com seus madrichim. O foco que os madrichim tiveram com suas kvutzot foi mostrar que a competição é, na verdade, um incentivo para o conhecimento. Não apenas o conhecimento das partes que compunham as apostilas do Chidon, que eram Israel, Chazit, mundo e juventude e Sionismo. Mas o autoconhecimento, o conhecimento daqueles que fazem parte da kvutzá, da importância que há no trabalho em grupo, etc. O Chodesh terminou, como acontece desde sua primeira edição, com o anúncio dos três primeiros colocados. Porém, todos aqueles que tiveram oportunidade de participar deste marco da Chazit saíram ganhando. Depois deste evento realizado com êxito pelos peilim da tnuá, restam só mais três sábados de peulot no ano de 2012. Mas ainda não acabou. Para fechar o ano com chave de ouro, teremos a machané da Chazit Hanoar. Ela será realizada dos dias 14 a 20 de dezembro para chanichim do 4o ano do Ensino Fundamental ao 2o ano do Ensino Médio, e dos dias 16 a 20 para chanichim do 2o e 3o ano do Ensino Fundamental. Ninguém pode perder essa! Chazak Vê Ale. Anita Efraim, Rosh Harchavá

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COLÔNIA DE FÉRIAS DA CIP Campo de Estudos Fritz Pinkuss, em Campos do Jordão

Nitzanim 7 a 10 anos 18 a 23 de dezembro de 2012

Alonim 11 anos até Bat/Bar-mitsvá 18 a 27 de janeiro de 2013

Sharsheret Bat/Bar-mitsvá até 15 anos 6 a 17 de janeiro de 2013

Informações: juventude@cip.org.br ou (11) 2808.6214

CAMPO DE ESTUDOS FRITZ PINKUSS


escola lafer

Confiança e orgulho Foi realizado pela CIP um Cabalat Shabat Especial em homenagem às bnot-mitsvá de 2012 da Escola Lafer. Foi um momento de celebração, aprendizado e confraternização. Durante a cerimônia, as meninas fizeram quatro participações, cantando o nigun de abertura, o Ma Tovu, o Ossê Shalom e o Adon Olam. A participação foi muito bonita e festiva, tornando o serviço de Cabalat Shabat ainda mais especial. “Aqui na CIP, nos orgulhamos profundamente de nossas meninas. Temos certeza de que colocamos dentro de cada uma delas uma semente bem forte de judaísmo, que vai florescer e ajudá-las a formar lindas famílias. Garantindo a continuidade de nossa comunidade. Mas, acima de tudo, ficamos muito felizes pelas famílias terem nos escolhido para ajudá-las a trilhar este lindo e importante caminho, por terem nos confiado suas pequeninas para que nós lhes ensinássemos o primeiro passo para se tornarem mulheres judias”, comentou a diretora do Ensino, Andréa Kulikovsky, durante o serviço religioso. Finalizado Cabalat Shabat, foi oferecido um jantar de confraternização para as famílias das meninas que contou com as presenças do rabino Ruben e sua família, dos rabinos Michel Schlesinger e Uri Lam, do chazan Avi Bursztein e do maestro Felipe Grytz. A comida, carinhosamente preparada pelas famílias, estava deliciosa, e as sobremesas, caprichadíssima. Um verdadeiro banquete. Após o jantar, as meninas fizeram uma animada apresentação de dança israeli - uma surpresa preparada especialmente para as mães. Este foi o piloto de um projeto para a introdução de aulas de dança no currículo da Escola Lafer para o próximo ano. As bnot-mitsvá ainda presentearam seus pais com um álbum de família, preparado com a orientação das morot do Ensino. Em retribuição, as mães deram a suas filhas seus primeiros candelabros de Shabat. Foi um momento de muita emoção entre as famílias. Para terminar o evento, houve música e dança, e as meninas surpreenderam a equipe toda do ensino envolvida no processo de preparação para o Bat-mitsvá com uma linda lembrança.

Andréa Kulikovsky, diretora de Ensino

Ensaio final das bnot-mitsvá para sua participação no Cabalat Shabat Especial e jantar realizados em outubro

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Prepare seus filhos para o Bar e Bat-mitsvá Matrículas abertas para crianças que farão Bat-mitsvá em 2014 e Bar-mitsvá em 2015 Participação dos rabinos Michel Schlesinger, Ruben Sternschein e Uri Lam

Cultura e tradição judaica, além de convivência social, fazem parte do compromisso da Escola Lafer com você e sua família.

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(11) 2808.6219 escolalafer@cip.org.br


PA R A L E L O S Jason Clarke Photography

p or Claire Buckis

Gentileza, o segredo da felicidade Muito do que torna a vida mais difícil – uma batidinha no carro, uma porta que alguém não segurou quando você passou – se deve à falta de consideração. Imagine só como seria o mundo se todos fossem um pouquinho mais gentis. Ao tentarmos entrar numa rua movimentada, por exemplo, alguém nos cede a passagem; no supermercado, você deixa alguém apressado entrar na sua frente na fila do caixa; no metrô lotado, você se levanta para dar lugar a quem parece cansado. Uma nova teoria, chamada “sobrevivência do mais gentil”, diz que foi graças à gentileza que a espécie humana prosperou. O professor Sam Bowles, do Instituto Santa Fé, nos Estados Unidos, analisou sociedades antigas e verificou que a gentileza era componente fundamental da sobrevivência das comunidades. “Grupos com muitos altruístas tendem a sobreviver”, diz ele. “Os altruístas cooperam e contribuem para o bem-estar dos outros integrantes da comunidade.” Isso quer dizer que temos em nós a capacidade de ajudar os outros, principalmente os que nos são próximos, a

demais por causa do estresse, o sistema cardiovascular

fim de garantir nossa sobrevivência.

é afetado e a imunidade do corpo enfraquece.

Para ter saúde: altruísmo

A recompensa não pode ser dinheiro

A gentileza nos faz bem de outras maneiras. O profes-

“Muito do que faz a vida valer a pena depende de que

sor Stephen Post, autor de Why Good Things Happen to

pelo menos alguns de nós sejamos altruístas de vez em

Good People (Por que coisas boas acontecem a pessoas

quando”, diz Bowles. “Não podemos enfrentar problemas

boas), examinou os indícios de que ser gentil faz bem

como a mudança climática global, a disseminação de

à saúde. Um estudo com 2.016 frequentadores de en-

doenças e a violência mundial apelando apenas para o

tidades religiosas verificou que os que ajudavam os ou-

individualismo.”

tros regularmente tinham mais saúde mental e menos

A boa notícia é que é fácil aprender a ser gentil. “Basta

depressão. Outros estudos constataram que as pessoas

praticar mais atos de gentileza do que estamos acostu-

solidárias têm menos probabilidade de sofrer de doenças

mados, e de forma regular; por exemplo: cinco atos de

crônicas, e seu sistema imunológico tende a ser melhor.

gentileza toda segunda-feira”, diz Sonja Lyubomirsky.

“Existe uma relação direta entre bem-estar, felicidade e saúde nas pessoas gentis”, diz Post. A gentileza talvez ajude a regular as emoções, o que

A gentileza, portanto, é apenas uma questão de opção: é uma atitude que adotamos e que pode fazer diferença, ainda que pequena, na vida dos outros.

causa impacto positivo sobre a saúde. Se nosso instinto biológico automático do tipo “lutar ou correr” ficar ativo

Trecho de artigo publicado na revista Seleções (Reader’s Digest)

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MEMÓRIAS 1.

1.

2. 3.

4. 3.

5.

6.

4. 7.

8.

5.

O Arquivo Histórico Judaico Brasileiro é uma entidade de utilidade pública da comunidade judaica. Colabore doando fotos, livros, jornais, documentos pessoais (passaportes, certidões) e objetos litúrgicos. Visite o site e conheça mais do trabalho do AHJB www.ahjb.org.br

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Personalidades e formadores de opinião que participaram de eventos da CIP 1. Paulo Coelho, escritor, jornalista e compositor. 2. O compositor e violonista Toquinho. 3. Maurício de Souza. 4. O jornalista e apresentador Serginho Groisman. 5. Heródoto Barbeiro, jornalista. 6. Bóris Casoy. 7. Viviane Senna, empresária e irmã do piloto tricampeão mundial Ayrton Senna. 8. O escritor e professor Moacyr Scliar.

Possui alguma foto interessante sobre esses 75 anos de CIP? Compartilhe com a comunidade! Entre em contato através do email: comunicacao@cip.org.br e saiba como fazê-lo.


VALORES JUDAICOS po r Abrahão Kerzner, p resid e nte do C IA M

Acolher e integrar A iniciativa de criação de uma entidade que atendesse no âmbito escolar crianças e jovens com deficiência intelectual e dificuldade de aprendizado partiu de um diretor do Lar das Crianças da CIP, Sr. Henrique Rattner. Ele procurava um formato institucional adequado a crianças que viviam no Lar e, na sua avaliação, precisavam de outro modelo de atendimento. Foi quando, em decorrência desta iniciativa, houve uma mobilização do Conselho de Mães da Federação das Sociedades Israelitas do Estado de São Paulo. Assim, juntamente com psiquiatras, psicólogos e educadores, foi criado o CIAM (Centro Israelita de Assistência ao Menor), em reunião no dia 19 de junho de 1958, com finalidade de atender este público que necessitava de um atendimento verdadeiramente especializado. Num primeiro momento, atenderia crianças provindas do Lar das Crianças da CIP e do lar da OFIDAS (Organização

Almoço de Rosh Hashaná ocorrido na Aldeia da Esperança em 2012 e que contou com a participação de residentes do CIAM.

Feminina Israelita de Assistência Social). Então, a família Fromer fez uma doação de um imóvel no bairro do Jagua-

Para manter a entidade, temos um quadro de sócios con-

ré, onde passou a funcionar o internato e semi-internato

tribuintes, doadores, adote um residente, eventos, nota fis-

chamado Instituto Harry Fromer. Entre 1960 e 1965, a en-

cal paulista, projetos no FUMCAD e parcerias com iniciativa

tidade recebeu um total de 272 crianças e jovens oriundos

privada e esfera governamental.

de entidades e escolas, judaicas ou não.

Procuramos manter nossa identidade judaica e somos

O CIAM, hoje Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar, es-

filiados à Federação Israelita do Estado de São Paulo. Man-

tatutariamente tem por objetivo atender necessitados sem

temos e comemoramos algumas de nossas tradições. Às

qualquer distinção quanto à nacionalidade, gênero, credo,

sextas-feiras, realizamos a cerimônia de Kabalat Shabat,

cor ou religião dos beneficiários.

onde é feito o kidush e a brachá da chalá (produzida em

Atualmente, contamos com duas unidades. Uma delas é

nossa cozinha). Em Iom Kipur, dispensamos nossos funcio-

a Unidade do Jaguaré, onde o atendimento vai de 0 a 18

nários e em Chanucá instalamos e acendemos uma cha-

anos, com os seguintes programas: Centro de Estimula-

nukiá. Promovemos anualmente almoços alusivos a Pessa-

ção Essencial , Centro Integrado de Habilitação de Crian-

ch e Rosh Hashaná. Como neste último, procuramos ter a

ças e Adolescentes, Tecnologia Assistiva de Baixo Custo

presença de um chazan e coro e, às vezes, a de um rabino.

e Introdução ao Mundo do Trabalho. Neste local, temos

Nos almoços dessas datas são servidas comidas típicas e

apenas um assistido de origem judaica.

tradicionais, de acordo com a ocasião. E os eventos são

A outra é a Unidade da Aldeia da Esperança, no municí-

frequentados por nossos residentes de qualquer origem,

pio de Franco da Rocha, onde mantemos uma residência

seus familiares, nossos diretores, conselheiros, funcioná-

assistida para pessoas com deficiência intelectual a partir

rios e convidados.

dos 18 anos, além dos programas Aldeia dia e Aldeia hotel. Na Aldeia, temos hoje 55 residentes, dos quais 19 são de origem judaica.

*Alguns dados históricos foram tirados do livro Historia do Ciam, de agosto de 2004.

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com a palavra

Uma luz na escurid ã o Como a fundação dorina nowill para cegos oferece educação e cultura para deficientes visuais .

S

egundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma

deficiência visual. Desse total: 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos); e 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão subnormal). Do total da população brasileira, 23,9% (45,6 milhões de pessoas)

às crianças cujas mães a possuem. Já o adulto deve

declararam ter algum tipo de deficiência. Entre as

fazer o acompanhamento regular de doenças meta-

deficiências declaradas, a mais comum foi a visual,

bólicas e preexistentes, como pressão alta e diabetes,

atingindo 3,5% da população.

que também podem causar cegueira.

Colocada a dimensão da deficiência visual em

A Fundação Dorina Nowill para Cegos em seus

nossa sociedade, fica claro que a construção de uma

quase 67 anos de existência, colaborou com a melho-

verdadeira sociedade inclusiva passa pelo respeito às

ria de vida de muitas pessoas com cegas e com baixa

pessoas com deficiências e o atendimento adequado

visão, por meio do acesso à educação e a cultura. A

de suas necessidades.

instituição oferece programas de clínica de visão sub-

Glaucoma, retinopatia diabética, atrofia do nervo

normal, educação especial, reabilitação e emprega-

ótico, retinose pigmentar e degeneração macular re-

bilidade, além de produzir e distribuir livros braille,

lacionada à idade (DMRI) são as principais causas da

falados e digitais acessíveis.

cegueira na população adulta. Entre as crianças, as

Os serviços de reabilitação são gratuitos e têm

principais causas são glaucoma congênito, retinopatia

como objetivo oferecer, à pessoa com deficiência vi-

da prematuridade e toxoplasmose ocular congênita.

sual de todas as faixas etárias, tratamento adequado

A Organização Mundial da Saúde aponta que, se

às suas necessidades, proporcionando condições para

houvesse um número maior de ações efetivas de pre-

um desenvolvimento pleno, de acordo com seu po-

venção e tratamento, 80% dos casos de cegueira po-

tencial individual e suas condições sociais, educacio-

deriam ser evitados. A prevenção parte de uma me-

nais e econômicas, visando a sua inclusão social.

lhoria nas condições de vida da população que resulta em melhoria da saúde em geral, inclusive a ocular.

O trabalho é desenvolvido com equipe interdisciplinar composta por profissionais das áreas de:

Neste sentido, a avaliação oftalmológica permite a

Serviço Social, Psicologia, Pedagogia, Fisioterapia,

detecção de problemas visuais, o diagnóstico e a in-

Professores de Orientação e Mobilidade, Terapia

dicação do tratamento adequado para a garantia da

Ocupacional, Ortóptica e Oftalmologia.

saúde ocular. Para evitar a cegueira na infância é im-

Com tratamento precoce, atendimento educacio-

portante ainda a vacinação de mulheres adultas, fun-

nal adequado, programas e serviços especializados, a

damental na prevenção da rubéola, do sarampo, da

perda da visão não significa o fim de uma vida inde-

toxoplasmose, que podem levar doenças congênitas

pendente e produtiva.

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A reabilitação ajuda a iluminar a vida das pessoas com deficiência visual. Vale lembrar que um serviço especializado, na área de reabilitação, de educação e de todas as faixas etárias, tratamento adequado às suas necessidades, proporcionando condições para um desenvolvimento pleno, de acordo com seu potencial individual e situação social, educacional e econômica, visando a sua inclusão social. A Fundação Dorina acredita que a leitura é um dos meios mais importantes de incluir e transformar o mundo das pessoas com deficiência visual. Nosso trabalho é árduo na produção de livros acessíveis, sejam eles em áudio, em braille ou no formato Daisy (Digital Accessible Information System). O hábito de

Temos muito orgulho de trabalhar com respeito,

ler, seja o material produzido em qualquer formato,

ética, perseverança e dedicação para ajudar a ilumi-

promove o enriquecimento nas ideias, a mudança no

nar com a reabilitação, e os livros acessíveis, o ca-

modo de pensar e traz à luz sonhos que sempre fica-

minho das milhares de pessoas com deficiência vi-

ram engavetados.

sual que passam pela Fundação Dorina a cada ano.

A leitura é, para a pessoa cega ou para qualquer

Renascimento e Transformação são as palavras que

outro indivíduo, o veículo fundamental de desenvol-

expressam melhor essas vidas. O mais importante é

vimento da comunicação. Não se restringe apenas à

que se perceba que na muita coisa há para ser feita,

satisfação da necessidade de ler por prazer ou para

mesmo sem enxergar.

obtenção de informação genérica, mas representa fator decisivo para a formação e desenvolvimento educacional, cultural, técnico e científico.

Conheça mais sobre a instituição. Visite o site www. fundacaodorina.org.br. Fonte: Fundação Dorina Nowill para Cegos 37


360º po r Guita Feld man Doações milionárias

O cartão recebe um tratamento com uma mistura secreta de materiais orgânicos para torná-lo impermeável e anti-fogo e, por último, recebe uma cobertura com laca para dar uma boa aparência. Leve e barata, após passar meses submersa em água, ela passou na prova de durabilidade, mantendo-se intacta.

Dois milionários doaram seis e sete milhões de dólares para a construção do Museu Histórico dos Judeus Poloneses da Varsóvia, cuja abertura está prevista para

2013. Localizado onde foi o Gueto de Varsóvia, conta- China e Israel Ao longo dos próximos cinco anos um acordo trará rá a história dos judeus desde a Idade Média até os dias de hoje. A Polônia, onde antigamente habitavam 3,5 cerca de mil executivos, funcionários do governo e emmilhões de judeus, era uma base importante do judaís- presários da cidade chinesa de Nanjing para Israel para mo europeu e motivo de orgulho para muitos polone- cursos intensivos dados pelo programa de Educação ses, a ponto do diretor do Instituto Histórico Judaico Executiva Lahav da Universidade de Tel Aviv (TAU). "A da Polônia dizer “não há historia da Polônia sem os China sabe que não pode prosperar apenas de produção e mão de obra barata, eles querem aprender sobre nossos judeus e história de judeus sem a Polônia”. programas para a comercialização de invenções e sobre propriedade intelectual, o papel do capital de risco, entre outros”, diz Udi Aharoni, diretor do programa. Conhecer o Parque Industrial de Omer, reuniões com empresários de alta tecnologia em varias áreas, visitas a hospitais, bancos além de locais turísticos, farão parte da programação e do projeto de transferência e troca de tecnologia. "Eles querem entender por que um país tão pequeno como o nosso, sem recursos naturais, tem 100 empresas classificadas NASDAQ, enquanto os chineses têm muito

Bicicleta para todos Izhar Gafni, inventor da bicicleta feita quase que inteiramente de cartão, diz que esse invento pode transformar totalmente o meio de transporte em países cuja população não pode comprar bicicletas tradicionais. A bicicleta não tem nenhuma parte de metal; os pedais, o freio e as rodas são feitas de materiais reciclados. 38

menos", explica Aharoni.

“Os homens estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem. Na verdade, envelhecem quando deixam de se apaixonar.” (G.G.Marques)


VOCÊ PODE DESTINAR UMA

PARTE DO SEU

IMPOSTO DE RENDA

PARA AJUDAR

O DESTINO DE CENTENAS

DE CRIANÇAS. Escolha um dos projetos do Lar das Crianças da CIP aprovados pelo FUMCAD e receba isenção fiscal, dedutível do imposto de renda em até 1% para pessoas jurídicas e 6% para pessoas físicas. Assim, tanto a empresa quanto seus colaboradores podem ajudar a dar um futuro digno para crianças e jovens que recebem alimentação, atendimento em saúde, atividades educativas, sociais, culturais e recreativas no Lar das Crianças, entidade com 75 anos de existência. Conheça nossos projetos no FUMCAD:

kwarup.com

1- Crescer para a Vida: Atende crianças de 4 e 5 anos que frequentam o Lar das Crianças no contraturno escolar. 2- Capacitar: Atende jovens de 12 a 14 anos, ajudando sua colocação profissional por meio de cursos de preparação, visitas a empresas e palestras com profissionais de diferentes áreas. 3- Orquestra Jovem de Violões: Oferece curso de formação musical, gratuito e de qualidade, a crianças e jovens oriundos de escolas públicas.

A doação pode ser feita em qualquer valor pelo site http://fumcad.prefeitura.sp.gov.br, direcionada à Congregação Israelita Paulista – Lar das Crianças. Mais informações: Eve Pekelman (11) 2808-6226 - eve@cip.org.br www.lardascriancas.org.br

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ChanukaLO4.pdf

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11/30/12

1:43 PM

Venha acender as velas com a gente

8 a 15/12

Encontros e sufganiot C

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1ª vela dia 8, sábado 20h30 Acendimento da 1ª vela. 20h45 Venha descobrir a experiência em Uman, na Ucrânia, através de um bate-papo com Israel Grytz e o maestro Felipe Grytz, que estiveram lá recentemente. Participação dos rabinos da CIP.

2ª vela dia 9, domingo

5ª vela dia 12, quarta-feira 18h45 Tefilá. 19h30 Cinemateca do Rabino. Após o filme, venha debater o tema com os rabinos sob a ótica do judaísmo. Acendimento das velas e homenagem à juventude da CIP.

18h45 Tefilá e acendimento das velas.

6ª vela dia 13, quinta-feira

3ª vela dia 10, segunda-feira

18h45 Tefilá. 20h30 Acendimento das velas e homenagem aos profissionais da CIP.

18h45 Tefilá. Participe do encontro sobre "Liderança no judaísmo e os Macabeus" com o rabino Ruben Sternschein. 20h30 Acendimento das velas.

4ª vela dia 11, terça-feira 18h45 Tefilá. 20h30 Acendimento das velas e homenagem aos voluntários da CIP. Festival de Chazanim com a presença de diversos chazanim do Brasil e convidados especiais. Entrada franca.

Informações: 2808-6299 ou cip@cip.org.br

7ª vela dia 14, sexta-feira 18h45 Acendimento das velas de Chanucá e Cabalat Shabat. Kidush recheado de sonhos!

8ª vela dia 15, sábado 18h30 Shaat Sipur especial, atividade para crianças e pais. 19h30 Tefilá. 20h30 Acendimento das velas. Apresentação da Orquestra de Cordas Laetare com a maestrina Muriel Waldman. Cerimônia em homenagem aos jovens formandos universitários de 2012 com uma brachá especial.


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