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Quinta-feira 30 de novembro de 2017
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Esportes
Tricampeão da América COPA LIBERTADORES
GRÊMIO
estádio La Fortaleza foram os mais de 5 mil gremistas que foram à Argentina e viram de perto o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense voltar a pintar a América de azul, preto e branco. Com o título, o clube gaúcho se junta a Santos e São Paulo, como os brasileiros que mais venceram a Libertadores da América. E a cidade de Porto Alegre, assim como a capital paulista, soma cinco conquistas continentais. O clima hostil fora das quatro linhas denunciado pelos cartolas gremistas foi esquecido assim que a bola rolou. A proposta inicial do Grêmio foi de uma marcação alta, sem deixar espaços para os argentinos. Com isso, os comandados de Renato Portaluppi trocavam passes em busca do ataque. E, aos nove minutos, a primeira chegada dos visitantes. Após boa troca de passes, Barrios ajeitou para Fernandinho, que bateu rasteiro, mas Andrada segurou firme, sem dar rebote. A resposta do Lanús veio no minuto seguinte, mas Silva pegou muito embaixo e a bola subiu, longe do gol de Marcelo Grohe. Aos 27 minutos, Fernandinho
LANÚS
Deivison Ávila e Juliano Tatsch deivison@jornaldocomercio.com.br juliano@jornaldocomercio.com.br
Hugo de León, 1983. Adílson Batista, 1995. Pedro Geromel, 29 de novembro de 2017. Pelas mãos de mais um zagueiro, o Grêmio deu sequência a sina de defensores que levantaram a taça mais cobiçada da América. E não foi com sofrimento, com catimba ou com intimidação que o Tricolor chegou ao tricampeonato da Libertadores, ao bater os argentinos por 2 a 1. Com a bola rolando, o Grêmio foi superior o tempo todo, dominou as ações e acabou com o fenômeno Lanús, protagonista de grandes viradas ao longo da competição. Ontem, quem gritou mais alto no
O CAMINHO ATÉ O TRI 0x2
1x1 Grêmio
9/3
Guaraní 11/4
2x1
D. Iquique
D. Iquique
Grêmio 20/4
Grêmio
3/5
27/4
3x2 Grêmio
Título teve a assinatura de Luan, autor de um golaço em La Fortaleza
LANÚS 1
O Tricolor tinha o controle da partida e segurava o ímpeto argentino. Porém, aos 26 minutos, Acosta invadiu a área e foi empurrado por Jailson, pênalti para o Lanús. Sand deslocou Grohe e marcou seu nono gol na competição. E para dar um pouco mais de emoção nos minutos finais, Ramiro se envolveu em uma confusão com Marcone e acabou expulso. Contudo não havia mais nada que tirasse a taça das mãos de Geromel.
Andrada; José Gómez, Rolando García, Herrera (Marcelino Moreno) e Maxi Velázquez (Germán Denis); Román Martínez, Marcone e Pasquini; Alejandro Silva (Matías Rojas), José Sand e Acosta Técnico: Jorge Almirón
GRÊMIO 2
Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Bressan (Rafael Thyere) e Bruno Cortez; Jailson (Cícero), Arthur (Michel), Ramiro, Luan e Fernandinho; Lucas Barrios (Cícero) Técnico: Renato Portaluppi Árbitro: Enrique Cáceres (PAR)
Ganhar uma Libertadores da América nunca é fácil. Em sua trajetória na Copa Libertadores da América de 2017, o Grêmio teve que confrontar-se com brasileiros, paraguaios, chilenos, equatorianos e argentinos. Nenhum dos adversários tinha grande tradição continental. Isso, porém, não significou facilidades para o time de Renato Portaluppi que, apesar de ter uma camisa “mais pesada” sofreu para superar o Botafogo e o Lanús. Em uma campanha com 10 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, o Tricolor caminhou com segurança até à decisão de ontem que o sagrou tricampeão da América. Fase de grupos
Zamora
EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
deixou o sonho do tri mais próximo. A zaga do Lanús falhou no campo de ataque e perdeu a bola. O atacante gremista não quis saber de nada, avançou e disparou uma bomba na saída do goleiro Andrada, aumentando a vantagem gremista, abrindo o placar fora de casa. Atrás do marcador, os granates quase empataram com Velázquez, de falta, mas Grohe voou para salvar. No lance seguinte, Arthur meteu o pé, após chute de Edílson e quase marcou o segundo. Superior, sem se importar com a torcida adversária, o Grêmio confirmou a atuação de luxo aos 41 minutos. Luan, com certeza o melhor jogador do torneio, saiu driblando toda defesa e deu um toquezinho por cima do goleiro Andrada. Um golaço do camisa 7, calando de vez o estádio de La Fortaleza. Como já era esperado, o Lanús começou o segundo tempo em cima. Claramente nervosos e sem conseguir ameaçar a defesa gremista, os argentinos só criaram uma jogada mais perigosa aos 11 minutos. Sand invadiu a área, chutou a gol, mas acertou Bressan.
Quartas de final
0x1
0x0
Godoy Cruz
Grêmio
Luan é eleito o melhor do torneio e eterniza ainda mais a camisa 7, consagrada por Portaluppi Um jogador que já foi chamado de pipoqueiro, teve pipocas jogadas em seu automóvel na saída do CT Luiz Carvalho e teve questionado se assinaria um novo contrato com o Grêmio, podendo deixar o clube sem nenhuma resposta financeira. Mas Luan disse que isso não aconteceria de forma alguma. Em meio às semifinais, o camisa 7 renovou seu vínculo com o Tricolor e, ontem, foi o protagonista da partida ao marcar um golaço. Agora, o menino que já havia auxiliado o Brasil na conquista da medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, foi escolhido o melhor jogador da América pela Conmebol e eterniza, ainda mais, o número 7, consagrado
por Renato Portaluppi quando jogador. “Não poderia ser melhor, ser campeão e ainda ser escolhido o melhor do campeonato. Gostaria de agradecer a minha família, aos meus companheiros e a toda torcida que nunca deixou de apoiar e acreditar. Eu imagino que Porto Alegre está parada comemorando e que continue assim nesta quinta-feira, na sexta e emende até o final de semana. Agora é só comemorar. A gente sempre vinha batendo na trave. Nós merecíamos, está todo mundo de parabéns. Ao torcedor: vamos acabar com o planeta!”, gritou Luan.
Grêmio
Barcelona
Grêmio
Grêmio
Botafogo
Grêmio
Grêmio
Lanús 22/11
1/11
1x0 Godoy Cruz
Final 1x0
25/10
20/9
2x1 Zamora
Semi final 0x3
13/9
9/8
4x0 Guaraní
Botafogo
Grêmio 4/7
25/5
4x1 Grêmio
Oitavas de final
29/11
0x1 Grêmio
1x2 Barcelona
Lanús
Grêmio
Presidente Romildo Bolzan Júnior coloca seu nome na história do clube Três vezes prefeito de Osório, Romildo Bolzan Júnior deixou a política partidária para ser dirigente do Grêmio. E colocou seu nome no seleto grupo de presidentes gaúchos que conquistaram a América. Como nas outras duas Libertadores (1983 e 1995), o mandatário foi Fábio Koff, Bolzan comandou o Grêmio na retomada da conquista do continente. Depois de 22 anos, a taça volta a ter o nome do Tricolor. Bolzan solidificou as finanças gremistas, devolveu a autoestima ao torcedor e recolocou o clube no trilho das grandes conquistas. Se na partida na Capital, Bol-
zan criticou a arbitragem e entrou com recurso na Conmebol para tentar o cancelamento da punição a Kannemann, o que não ocorreu, além de pedir ao presidente da confederação, Alejandro Domínguez, uma atenção maior com a partida de volta, em La Fortaleza não teve do que reclamar. Ao contrário do primeiro jogo, a arbitragem foi impecável, assim como a atitude dos jogadores em campo. Agora, tudo é Mundial de Clubes. O próximo compromisso oficial com o time titular será no dia 12 de dezembro, contra os mexicanos do Pachuca ou os marroquinos do Wydad Casablanca, em Abu Dhabi. No domingo, o time reserva encerra o Brasileirão, diante do Atlético-MG.