TFG - Revitalização ao Bosque Municipal de Casa Branca

REVITALIZAÇÃO AO BOSQUE MUNICIPAL DE CASA BRANCA

GUILHERME FRANCISCO FORTOLAN CORRÊA

Este caderno de pesquisa foi julgado e aprovado para obtenção do diploma de graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos, sob a orientação do Prof. José Edwalto de Lima Junior.

REVITALIZAÇÃO AO BOSQUE MUNICIPAL DE CASA BRANCA

CASA BRANCA, SP 2022

EPÍGRAFE

“Arquitetura não é só técnica e pesquisa, tampouco apenas arte e estética. Na realidade é tudo, é uma maneira de pensar, uma filosofia, é o planejar da vivência do homem como indivíduo e sociedade nos espaços. Não atoa é uma ciência de humanas.”

- Paulo Henrique Cuconati, 2014

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, pela vida, oportunidade e força nessa caminhada.

Agradeço aos meus pais, Sebastião Corrêa e Cilem Fortolan, por todo auxílio e contribuição durante a graduação, por

ter acreditado nos meus sonhos e contribuído para que ele acontecesse.

Agradeço as amizades construídas especialmente Alice Nogueira, Katherin Marques, Julia Chavegatti, Maria Clara Souza e Grazieli Falconi.

Agradeço a todos os professores que fizeram parte desses cinco anos de graduação ajudando e contribuindo para

meu futuro profissional.

Agradeço ao meu orientador Junior Lima pela paciência, disposição e contribuição durante a orientação.

ABSTRACT

RESUMO O presente trabalho final de graduação é referente a

The present final graduation work refers to the

percepção do abandono e degradação de um equipamento

perception of abandonment and degradation of an existing

urbano existente no município de Casa Branca, SP. Em

urban equipment in the municipality of Casa Branca, SP. As

razão

de

a result, we seek to carry out a proposal to revitalize a

revitalização à uma área verde pública da cidade, sendo

public green area of the city, which is the Municipal Forest,

ela, o Bosque Municipal, também conhecido como Parque

also known as Municipal Park, in which it is a place of

Municipal, em que o mesmo é local de vegetações nativas,

native vegetation, also defined as a place of leisure. and

definido também como um local de lazer e ainda um

still a historic equipment for the municipality. Having said

equipamento histórico para o município. Descrito isso, a

that, the qualification of this place is necessary so that it

qualificação desse local é necessária para que se torne um

becomes a living, safe and preservation place for the Casa-

lugar vivo, seguro e de preservação à população casa-

branquense population and their needs for leisure and

branquense e suas necessidades de lazer e contato com a

contact with nature.

disso,

procura-se

realizar

uma

proposta

natureza.

Palavras-Chave: Área Verde; Casa Branca (SP); Bosque Municipal; Parque Urbano; Revitalização; Lazer;

Key-words: Green Areas; Casa Branca (SP); Municipal Forest; Urban Park; Revitalization; Leisure;

LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Esquema da problemática...............................................15

Figura 23 – Baixa vitalidade no Bosque Municipal de Casa

Figura 02 – Porta da pequena capela danificada...............................16

Branca.................................................................................................33

Figura 03 – Mesas enferrujadas e bancos

Figura 24 – Doze características de sucesso de um espaço

quebrados............................................................................................16

público.................................................................................................34

Figura 04 – Dois bancos quebrados e uma vegetação

Figura 25 – O processo de revitalização............................................36

deteriorada...........................................................................................16

Figura 26 – As funções das áreas verdes

Figura 05 – Espaço sem cuidado e limpeza.......................................17

urbanas................................................................................................38

Figura 06 – Área coberta abandonada...............................................17

Figura 27 – Noticiários sobre o tema..................................................39

Figura 07 – Espaço com sinais de abandono.....................................17

Figura 28 – Vista superior Klyde Warren Park...................................42

Figura 08 – Terreno deformado..........................................................18

Figura 29 – Vista superior Mangal das Garças..................................42

Figura 09 – Caminhos em terra causando desconforto......................18

Figura 30 – Vista superior Mao Khe Park...........................................42

Figura 10 – Mobiliário ultrapassado....................................................18

Figura 31 – Parque Klyde Warren antes da

Figura 11 – Entrada do local vazia.....................................................19

intervenção..........................................................................................46

Figura 12 – Caminho até a capela......................................................19

Figura 32 – Parque Klyde Warren depois da

Figura 13 – Um dos caminhos ocioso................................................19

intervenção..........................................................................................46

Figura 14 – Mapa mental da problemática.........................................20

Figura 33 – Mapa de satélite de Dallas..............................................47

Figura 15 – Nuvem de palavras..........................................................23

Figura 34 – Imagem apresentando a conexão social.........................49

Figura 16 – Métodos de pesquisa.......................................................24

Figura 35 – Vista superior apresentando a conexão urbana..............49

Figura 17 – Birkenhead Park..............................................................28

Figura 36 – Implantação do parque Klyde Warren.............................51

Figura 18 – Central Park.....................................................................28

Figura 37 – Esquema apresentando iluminação................................52

Figura 19 – Pintura do Passeio Público..............................................30

Figura 38 – Mapa apresentando orientações solares........................53

Figura 20 – Benefícios das árvores....................................................31

Figura 39 – Esquema apresentando ventilação.................................54

Figura 21 - Motivações de visitas aos parques..................................32

Figura 40 – Mapa apresentando ventilação.......................................55

Figura 22 – Barreiras à visitas aos parques.......................................32

Figura 41 – Atrações numeradas do parque......................................56

LISTA DE FIGURAS Figura 42 – Imagem apresentando o programa.................................57

Figura 65 – Apresentando forma e conceito.......................................82

Figura 43 – Esquema de estratégias sustentáveis.............................58

Figura 66 – Conceito materializado....................................................83

Figura 44 – Apresentando materiais utilizados...................................59

Figura 67 – Conceito materializado....................................................83

Figura 45 – Apresentando o mobiliário...............................................60

Figura 68 – Implantação Mao Khe Park.............................................85

Figura 46 – Apresentando o mobiliário do restaurante.......................60

Figura 69 – Atuação da iluminação natural........................................86

Figura 47 – Antes da revitalização do Mangal das Garças................63

Figura 70 – Mapa apresentando a orientação solar...........................87

Figura 48– Depois da revitalização do Mangal das Garças...............63

Figura 71 – Atuação da ventilação natural.........................................88

Figura 49 – Localização de Belém.....................................................64

Figura 72 – Mapa apresentando a ventilação....................................89

Figura 50 – Natureza existente...........................................................66

Figura 73 – Imagem enumerando o programa...................................90

Figura 51 – Valorização da vegetação local.......................................66

Figura 74 – Imagens apresentando o programa................................91

Figura 52 – Implantação Mangal das Garças.....................................68

Figura 75 – Esquema de estratégias sustentáveis.............................92

Figura 53 – Atuação da iluminação....................................................69

Figura 76 – Materiais reutilizados.......................................................92

Figura 54 – Mapa apresentando a orientação solar...........................70

Figura 77 – Materiais utilizados..........................................................93

Figura 55 – Atuação da ventilação.....................................................71

Figura 78 – Apresentando o mobiliário...............................................94

Figura 56 – Mapa apresentando a ventilação....................................72

Figura 79 – Apresentando o mobiliário...............................................94

Figura 57 – Implantação Manga das Garças......................................73

Figura 80 – Primeira rua do município................................................97

Figura 58 – Imagens apresentando o programa................................74

Figura 81 – Mapa do Brasil e localização do município...................100

Figura 59 – Esquema de estratégias sustentáveis.............................75

Figura 82 – Áreas verdes em Casa Branca......................................103

Figura 60 – Apresentando materiais utilizados...................................76

Figura 83 – Entrada do Bosque........................................................104

Figura 61– Apresentando o mobiliário................................................77

Figura 84 – Pessoas ao lado do lago...............................................105

Figura 62 – Mapa apresentando o antes da

Figura 85 – Dois homens ao lado da área coberta...........................105

revitalização.........................................................................................80

Figura 86 – Localização dos programas...........................................106

Figura 63 – Mapa apresentando o depois da revitalização................80

Figura 87 – A área de diagnostico....................................................107

Figura 64 – Localização de Mao Khe.................................................81

Figura 88 – Mapa de uso e ocupações.............................................108

LISTA DE FIGURAS Figura 89 – Mapa de cheios e vazios...............................................109

Figura 113 – Esquema construtivo...................................................145

Figura 90 – Mapa de gabarito...........................................................110

Figura 114 – Implantação humanizada............................................147

Figura 91 – Mapa de hierarquia........................................................111

Figura 115 – Planta humanizada e perspectiva...............................148

Figura 92 – Mapa de publico e privado............................................112

Figura 116 – Perspectivas................................................................149

Figura 93 – Mapa de condicionantes................................................113

Figura 117 – Perspectivas................................................................150

Figura 94 – Mapa apresentando a área de intervenção...................115

Figura 118 – Perspectivas................................................................151

Figura 95 – Imagem do depósito e banheiro ...................................116

Figura 119 – Perspectivas................................................................152

Figura 96 – Esquema topográfico.....................................................117

Figura 120 – Perspectivas................................................................153

Figura 97 – Elaboração gráfica dos conceitos..................................118

Figura 121 – Cortes humanizados....................................................154

Figura 98 – Elaboração do partido....................................................119

Figura 122 – Cortes humanizados....................................................155

Figura 99 – Plano de Massas...........................................................124

Figura 123 – Cortes humanizados....................................................156

Figura 100 – Croquis........................................................................125 Figura 101 – Croquis........................................................................126 Figura 102 – Diagrama das esferas.................................................128

Figura 103 – Evoluções da Implantação..........................................129 Figura 104 – Planeta Terra...............................................................131 Figura 105 – Matérias sobre queimadas..........................................132 Figura 106 – Mapa dos municípios...................................................134 Figura 107 – Setorização do edifício ambiental................................135 Figura 108 – Evolução das formas...................................................137

Figura 109 – Evolução das formas...................................................138 Figura 110 – Materiais do projeto.....................................................139 Figura 111 – Esquema de ventilação...............................................143 Figura 112 – Esquema de iluminação..............................................144

LISTA DE TABELAS TABELA 01 - CLIMA CASA BRANCA, SP.......................................................................................................................101 TABELA 02 – PROGRAMA DE NECESSIDADES (ATRAÇÕES)....................................................................................120 TABELA 03 – PROGRAMA DE NECESSIDADES (ADMINISTRAÇÃO).........................................................................121 TABELA 04 – PROGRAMA DE NECESSIDADES (APOIO)............................................................................................121 TABELA 05 – ELABORAÇÃO DA FAIXA ETÁRIA DE CADA ATRAÇÃO........................................................................122 TABELA 06 – TABELA DE PAISAGISMO.......................................................................................................................141

LISTA DE SIGLAS SP: São Paulo EUA: Estados Unidos da América BR: Brasil VN: Vietnã Org: Organização USP: Universidade de São Paulo PA: Pará, estado do Brasil IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Mm: Milímetros N: Número Art: Artigo KM: Quilômetros

SUMÁRIO A INTERVENÇÃO.........................................115

INTRODUÇÃO................................................14

CONCEITO....................................................118

PROBLEMÁTICA............................................15

1

JUSTIFICATIVA DO TEMA............................21

5

OBJETIVO GERAL.........................................22

PROGRAMA DE NECESSIDADES..............120 PLANO DE MASSAS....................................123

METODOLOGIA.............................................24

CROQUIS......................................................125

PARQUE URBANO........................................26

2

PARTIDO.......................................................119

COMEÇANDO A PROJETAR......................128

NO BRASIL..........................29

EDUCAÇÃO AMBIENTAL...........................130

ESPAÇOS E VITALIDADE............................33

EDIFÍCIO AMBIENTAL.................................135

REVIT. DE ÁREAS VERDES.........................35

6

MATERIAIS...................................................139

PAISAGISMO................................................140 MOBILIÁRIO URBANO................................142

ESTUDOS DE CASO......................................42

ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS...............143

WARREN KLYDE PARK.................................44

3

SISTEMA CONSTRUTIVO...........................145

MANGAL DAS GARÇAS.................................61 MAO KHE PARK.............................................78

SOBRE OS ESTUDOS....................................95

7

IMPLANTAÇÃO..........................................147 PERSPECTIVAS.........................................148

MUNICÍPIO DE CASA BRANCA....................97

4

BOSQUE MUNICIPAL..................................104

LEVANTAMENTO DO ENTORNO...............107

BIBLIOGRAFIA...........................................157

apresentação inicial

C A P Í T U L O 0 1

14

I

NTRODUÇÃO Este trabalho apresenta a revitalização como um método super relevante ao intervir em espaços públicos já

existentes com o intuito de requalifica-los e revive-los para que estejam em melhores condições de infraestrutura, e

assim, as pessoas poderem usufruir do mesmo. A revitalização ocorre em uma área verde, um tipo de área pública que pode ser definida como: uma praça, um parque ou um jardim, ou seja, locais que trazem características naturais e recreativas em meio à vida urbana.

Constatando-se o abandono, degradação, inacessibilidade e ociosidade do Bosque Municipal de Casa Branca (SP), uma área verde do município, inspirou-se o início de toda a pesquisa deste trabalho, pois diante de todo o descaso

e falta de manutenção referente a um equipamento tão importante, faz-se necessário uma intervenção como essa que exalte e valorize o equipamento local e histórico mencionado. Um espaço público que não possui uma infraestrutura eficaz impede as pessoas de utilizá-lo, pois o local se torna inseguro e provoca um sentimento de abandono devido a sua real situação.

Cada capítulo é fundamental para a construção de todo o presente trabalho, há sete capítulos apresentando

problemática, justificativa, objetivos, estudos de caso, levantamento local, a proposta do projeto arquitetônico e o resultado final contendo as perspectivas.

15

P

ROBLEMÁTICA A problemática geral é formada por diversas outras questões e desconfortos que envolvem o Bosque Municipal de

Casa Branca e sua respectiva condição. O local é importantíssimo para o município, pois é parte do patrimônio histórico local e parte de áreas nativas existentes no mesmo, além de ser definido também como um equipamento de lazer destinado a população. São enumerados a seguir quatro problemas e desconfortos que formam toda uma problemática

geral, tais problemas afetam o município no quesito social, ambiental e urbano, ou seja, algo que pode ser solucionado através de uma revitalização que estuda o local e o qualifica.

POPULAÇÃO EQUIPAMENTO PÚBLICO EM

MÁS CONDIÇÕES

AFETA

CIDADE

AMBIENTE Figura 01 - Esquema da problemática.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

16

P

ROBLEMÁTICA 01 Espaço Degradado – O local apresenta problemas de degradação em todo o ambiente, dificultando assim, o uso por parte da própria população. Pode-se perceber degradações nas esquadrias das construções existentes

(Figura 02), mesas danificadas impossibilitando de serem utilizadas (figura 03) e ainda bancos também danificados junto a uma paisagem deteriorada (figura 04), todos esses problemas são os responsáveis por causar desconforto aos usuários e impactando negativamente no equipamento público.

Figura 02 – Porta da pequena Capela danificada. Fonte: Acervo próprio, 2021

Figura 03 - Mesas enferrujadas e bancos quebrados. Fonte: Acervo próprio, 2021

Figura 04 - Bancos quebrados e uma vegetação deteriorada. Fonte: Acervo próprio, 2021

18

P

ROBLEMÁTICA 03 3. Espaço Inacessível – O local apresenta má execução referente a sua topografia, isto, em razão do terreno possuir deformações que dificultam o acesso para pessoas com necessidades especiais, tornando-se um local

limitado a pessoas específicas, como na figura 08. Outro fator de inacessibilidade são os caminhos de terra existentes no local que dificultam o caminhar das pessoas no mesmo (figura 09). O terceiro fator é o mobiliário urbano do local que não possui funcionalidade e sentido em meio ao bosque (figura 10).

Figura 08 – Terreno deformado.

Fonte: Acervo próprio, 2021

Figura 09 – Caminhos em terra causando desconforto. Fonte: Acervo próprio, 2021

Figura 10 - Mobiliário ultrapassado e sem funcionalidade. Fonte: Acervo próprio, 2021

17

P

ROBLEMÁTICA 02 Espaço Abandonado – O local apresenta sinais de abandono, visto que é perceptível a falta de manutenção, cuidado e limpeza do ambiente. Existindo essa falta de cuidados gerais, o equipamento urbano degrada-se cada

vez mais com o tempo, podendo causar ainda mais problemas à própria infraestrutura e paisagem do local, afastando os usuários de utilizá-los devido a todo o descaso referente a um parque super importante para o município. Nas figuras 05, 06 e 07 apresentam fotografias que comprovam a situação de abandono.

Figura 05 - Espaço sem cuidados e limpeza. Fonte: Acervo próprio, 2021

Figura 06 - Área coberta abandonada. Fonte: Acervo próprio, 2021

Figura 07 - Espaço com sinais de abandono. Fonte: Acervo próprio, 2021

19

P

ROBLEMÁTICA 04 4. Espaço Ocioso – O local apresenta quase que totalmente uma ociosidade, isto é, pouca circulação e utilização pela população, tornando-se um espaço inseguro e provocando um local de atividades perigosas e ilícitas, portanto, ele não cumpre sua função social e econômica. Lugares como esse causam diversos problemas ao meio urbano em que estão inseridos. O motivo pelo qual espaços tornam-se ociosos são muitos, como: falta de atrativos, ineficiência de transporte da cidade, entre outros. Nas figuras abaixo, pode-se perceber tal ociosidade:

Figura 11 - Entrada do local vazia.

Fonte: Acervo próprio, 2021

Figura 12 - Caminho até a Capela.

Fonte: Acervo próprio, 2021

Figura 13 - Um dos caminhos ociosos. Fonte: Acervo próprio, 2021

20

CONCLUINDO...

ESPAÇO DEGRADADO

ESPAÇO INACESSÍVEL

PROBLEMÁTICA ESPAÇO ABANDONADO

POUCO FLUXO DE PESSOAS

Figura 14 – Mapa mental conclusivo da problemática.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

21

J

USTIFICATIVA DO TEMA Analisando a malha urbana do município de Casa Branca, procurou-se por um local que solicitasse uma

intervenção de revitalização, logo, encontra-se o Bosque Municipal, um local em más condições de uso, isto, pois, está

abandonado, degradado, sem manutenção, entre outros problemas que impactam em seu uso por parte da população, afetando até mesmo toda a vegetação e paisagem existente. Sendo um equipamento que faz parte da história do município, uma revitalização ao local torna-se a intervenção ideal para evidenciar e exaltar o patrimônio local existente.

Definido como uma área de espécies nativas, o local possui uma vasta área vegetativa que através das leis federais, deve ser preservada e protegida. Tais áreas de preservação são importantes, pois são responsáveis pela

preservação de todo o ecossistema existente, dos recursos naturais, da paisagem e além disso, proporciona bem-estar á sociedade. É importante ressaltar que qualquer necessidade de construção nessa área deve ser pensada de forma ecológica, causando o menor impacto referente as vegetações nativas existentes.

Definido também como um equipamento de lazer pela prefeitura, o local é composto por alguns bancos, mesas e brinquedos com o intuito das pessoas se divertirem, contemplarem e relaxarem nas horas livres. A definição de lazer é

definida pelo sociólogo e professor francês Joffre Dumazedier, autor pioneiro no que diz respeito aos estudos relacionados ao lazer. Ele aponta que o lazer é um conjunto de atividades que um indivíduo pode fazer de livre e espontânea vontade, como, por exemplo: relaxamento, divertimento, entretenimento ou recreação (DUMAZEDIER, 2008, p. 34)

22

O

BJETIVO GERAL O objetivo geral é desenvolver um levantamento, uma análise e um diagnóstico da atual situação do Bosque

Municipal de Casa Branca, afim de propor um projeto de revitalização nessa área, resgatando e qualificando esse

equipamento para que a população possa usufruir do mesmo.

OBJETIVO ESPECÍFICO • Proporcionar novos espaços de lazer; • Melhorar a paisagem local;

• Promover encontros sociais e interativos; • Valorizar o equipamento local; • Implantar um projeto paisagístico atrativo; • Proporcionar comércio alimentício; • Trazer um local de caráter público e acessível;

• Destacar a ecologia; • Causar bem-estar;

23

Figura 15 - Nuvem de palavras que representam os objetivos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

24

M

ETODOLOGIA

A estrutura de desenvolvimento deste trabalho acontece através de capítulos que são fundamentais para a construção de toda a pesquisa e análise. Cada capítulo é escrito de acordo com pesquisas em livros, documentos e sites com relevância.

LIVROS

CAPÍTULO 01: Apresentação Inicial, em que contém a introdução, problemática, justificativa do tema e objetivos, ou seja, uma apresentação inicial do presente trabalho.

CAPÍTULO 02: Fundamentação Teórica, em que contém todo um embasamento teórico construído e analisado para melhor discernimento do presente trabalho.

CAPÍTULO 03: Estudos de Caso, em que são escolhidos e estudados alguns projetos ao redor do mundo para enriquecer o estudo teórico e, consequentemente, o projeto arquitetônico. Foram analisados diversos Estudos de Caso ao redor do mundo, porém entrou na lista três projetos.

DOCUMENTOS E REVISTAS

CAPÍTULO 04: Levantamento Local, em que contém informações referentes ao entorno, situação, e mapeamento local para melhor entender os funcionamentos do equipamento e seu entorno.

CAPÍTULO 05: A Proposta, início de toda a proposta referente ao projeto arquitetônico, como, programa de necessidades, conceitos, partidos, ideias, intenções, croquis e outros.

CAPÍTULO 06: Projetando..., contendo toda a parte técnica como: plantas, implantações, cortes,

WEB

elevações e outros para melhor entendimento do projeto todo.

CAPÍTULO 07: Perspectivas, parte final do projeto contendo imagens em 3d e renderizações do resultado.

Figura 16 - Métodos de pesquisa. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

Fundamentação teórica

C A P Í T U L O 0 2

26

O PARQUE URBANO É UM PRODUTO DA CIDADE DA ERA INDUSTRIAL. (KLIASS, 2010, p. 7)

27

P

ARQUE URBANO A idealização dos parques urbanos aconteceu devido a algumas necessidades de compor as cidades de espaços

caracterizados pelo lazer, relaxamento e vegetações em meio a um denso núcleo urbano já consolidado. Todo o processo de evolução do Parque Urbano acompanha durante dois séculos as mudanças urbanas das cidades e serve como testemunha fundamental dos aspectos sociais e culturais. Porém, mesmo com todas essas mudanças, há certas características que ainda prevalecem na configuração de um Parque Urbano. (KLIASS, 2015, p. 7) Na Europa e na América do século XIX, o crescimento urbano exacerbado é responsável por descartar qualquer possibilidade de contato das pessoas para com as áreas verdes, portanto, grande parte das novas pessoas que vivem no núcleo urbano possuem origem rural, causando um sentimento de necessidade e nostalgia pelos Parques Urbanos.

(MACEDO, 2015, p. 87) Macedo também define o parque urbano como um lugar totalmente público estruturado por paisagens naturais e composto por atividades de lazer em uma área densamente urbana. (MACEDO, 2010, p. 13) Nos séculos XVI e XVII haviam alguns modelos de parques urbanos, porém nada que fosse realmente fundamentado.

Já no final do século XVIII, as definições de parque urbano sofrem alterações, sendo agora, áreas cercadas e destinadas a alguma recreação de lazer, contemplação e encontros sociais. No século XIX, o parque urbano sofre mais uma alteração, tornando-se ainda mais acessível para a população e sua finalidade recreativa continua junto as intenções de minimizar os conflitos urbanos e operários; Nesse momento há uma expansão de áreas verdes em ascensão por toda a Inglaterra, inclusive, toda essa expansão é responsável por influenciar outros países a adotar tais áreas verdes. (Albuquerque, 2020)

28

P

ARQUE URBANO No século XX, os parques urbanos se difundem por diversos países ao redor do mundo, evidenciando a importância da

natureza, lazer e sociabilidade em meio a um denso parâmetro urbano. E é neste século específico que as atividades esportivas começam a aparecer juntando-se ao lazer, bem como, uma outra questão revelada pelo parque urbano do século XX, como a preocupação com a preservação dos recursos naturais. (CARDOSO, 2018, p. 42-43; FIGUEIREDO, 2018, p. 4243) Alguns dos primeiros parques urbanos oficialmente projetados ao redor do mundo, são eles: “Birkenhead Park” (Figura 17) e “Central Park” (Figura 18). São reconhecidos e renomados internacionalmente e cumprem sua função em meio a um centro urbano.

Figura 17 - Birkenhead Park, inaugurado em 1847.

Fonte: DMC Photogallery

Figura 18 - Central Park, inaugurado em 1857. Fonte: Ed Yourdon, 2009

29

P

ARQUE URBANO NO BRASIL No Brasil, constantemente a cidade brasileira atual anseia por novos parques urbanos, pois são compostos por

diversas atividades e atrações destinadas ao lazer, esporte e cultura. Todo esse programa pertence ao novo modelo de parque urbano, pois os parques mais antigos só haviam um lazer mais contemplativo. (MACEDO, 2010, p. 13)

O parque urbano brasileiro, ao contrário do seu congênere europeu, não surge da urgência social de atender às necessidades das massas urbanas da metrópole do século XIX. O Brasil do século passado não possuía uma rede urbana expressiva, e nenhuma cidade, inclusive a capital, o Rio de Janeiro, tinha o porte de qualquer grande cidade europeia da época, sobretudo no que diz respeito a população e área. O parque é criado, então, como uma figura complementar ao cenário das elites emergentes, que controlavam a nova nação em formação e que procuravam construir uma figuração urbana compatível com a de seus interlocutores internacionais, especialmente ingleses e franceses. (MACEDO, 2010, p. 16)

O mais antigo parque urbano do Brasil é “O Passeio Público” localizado na cidade do Rio de Janeiro no bairro da Lapa.

O parque cresce junto a própria constituição do país e foi inaugurado no ano de 1783 em mandato do Vice-Rei Luís de Vasconcelos de Souza e projetado pelo urbanista mestre Valentim da Fonseca e Silva que em seu projeto ao parque urbano brasileiro segue as configurações e sofisticações do jardim clássico europeu. O equipamento público sofreu algumas

reformas conforme o tempo. (MACEDO, 2010, p. 18)

30

Figura 19 – Pintura apresentando a entrada do Passei Público. Fonte: THEREMIN, Karl. The Entrance of the Passeio Publico. SmartHistory; Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 1835. Litografia e Aquarela.

31

P

ARQUE URBANO NO BRASIL Os parques urbanos são equipamentos que costumam possuir grande quantidade de árvores e em razão disso, há

diversos benefícios destinados ao meio urbano, alguns deles são apresentados na figura 20 abaixo para melhor entendimento de como tais áreas são importantes e podem ajudar a população, a cidade e até a fauna existente.

Resfriar as ruas da cidade reduzindo as mortes por calor e cortando o uso de energia.

Proteger a biodiversidade, incluindo habitat para aves migratórias e polinizadores.

Reduzir as taxas de doenças cardíacas, derrames e asma devido à melhoria da qualidade do ar.

Controlar as águas pluviais mantendo os poluentes fora dos cursos de água e reduzindo as inundações urbanas.

Filtrar até um terço das partículas poluentes em um raio de 300 metros de uma árvore.

Reduzir o estresse ajudando a interromper os padrões de pensamento que levam à ansiedade e à depressão.

Figura 20 – Benefícios das árvores. Fonte: The Nature Conservancy, adaptado pelo autor; 2021

32

P

ARQUE URBANO NO BRASIL O instituto SEMEIA é uma organização que preza pela ecologia, preservação e qualidade de vida. A equipe trabalha a

nível federal, estadual e municipal contribuindo com o desenvolvimento da sustentabilidade na vida urbana. SEMEIA apresenta um diagrama que mostra os motivos pelos quais as pessoas visitam os parques urbanos e em contramão, um outro diagrama com motivos pelos quais as pessoas não visitam os parques urbanos. As figuras 21 e 22 mostram o resultado das pesquisas:

Figura 21 – Motivações para visita aos parques urbanos.

Fonte: Semeia.org, 2018

Figura 22 – Barreiras à visitação aos parques urbanos.

Fonte: Semeia.org, 2018

33

E

SPAÇOS PÚBLICOS E VITALIDADE URBANA A vitalidade urbana é referente à vida nas ruas,

praças, parques urbanos e outros espaços públicos abertos. Um lugar que possui a presença da vitalidade é

um espaço que há pessoas usufruindo daquele local, seja caminhando,

conversando,

brincando,

relaxando,

contemplando ou qualquer outra atividade entre indivíduos.

Portanto, tal vitalidade urbana é definida pela alta intensidade, circulação e riqueza de um espaço público e

as atividades que nele ocorrem. (SABOYA, 2016) Lynch descreve a vitalidade como algo capaz de acolher as pessoas através do espaço e ainda cita três questões que tornam um local vital, como: segurança, sustentabilidade e um último atrelado ao bom conforto

ambiental. (LYNCH, 2010, p. 117-118)

Figura 23 – Baixa vitalidade do Bosque Municipal de Casa Branca, SP. Fonte: Acervo próprio, 2021

34

E

SPAÇOS PÚBLICOS E VITALIDADE URBANA Outro fator que auxilia na vitalidade de um espaço

urbano é a intensidade de atividades econômicas que podem acontecer nele, além dessa atividade, outras atividades também são uma maneira de adquirir vitalidade.

Três elementos são responsáveis por trazer vitalidade a um

espaço público, são eles: o espaço físico, questões sensoriais e atividades, dando destaque a diversidade de atividades

e

como

elas

podem

atuar

no

local,

principalmente as de caráter comercial. (MONTGOMERY, 1998, p. 96; p. 105)

Entendendo a definição da vitalidade nos espaços urbanos, pode-se entender o motivo da baixa vitalidade no caso do Bosque Municipal de Casa Branca, um local com pouca circulação, poucas atrações, tornando-se inseguro e improdutivo em meio a cidade.

O autor Gehl delimita doze características que garantem um espaço público de sucesso, elas estão citadas na figura 24:

Figura 24 – Doze características de sucesso de um espaço público. Fonte: Gehl, 2014, p. 239

35

R

EVITALIZAÇÃO DE ÁREAS VERDES URBANAS A revitalização é um tipo de intervenção que iniciou-se nos anos 50 a partir do grande crescimento das cidades e

com isso os equipamentos e espaços urbanos começam a ficar degradados e ociosos conforme o tempo. Para resgatar tais áreas, foram criados tipos de intervenções que procuram reerguer o local. Portanto, é nesse momento que as ações de revitalização passam a acontecer com o objetivo de proporcionar um renascimento social, econômico e cultural de áreas degradas e abandonadas. Os projetos a serem revitalizados devem formar uma lista de intenções e a declarações sobre os problemas do local levando em consideração a malha urbana em que está inserido. (JANUZZI; RAZENTE,

2007, p. 147-148) Outro autor cita que o termo “revitalização’ surge no ano de 1960 através de uma época de degradação de áreas mais antigas das cidades devido ao deslocamentos das pessoas e os investimentos públicos e privados de outras partes do meio urbano.(PASQUOTTO, 2010, p. 145) A revitalização é um tipo de intervenção que proporciona uma nova vida a algo, isto é, revive e revigora um

espaço, edifício, local com o propósito de torná-lo vivo e intenso novamente, garantindo assim, a vitalidade que em um determinado momento perdeu-se no tempo. (PISANI, 2002, p. 20) Sendo um planejamento estratégico, a revitalização é responsável por entender e trazer valores múltiplos e cooperativos, contribuindo com os vínculos entre territórios, atividades e pessoas. Para isso, há três questões que devem ser implementadas ao processo de revitalização, como, por exemplo: 1 – A viabilidade econômica e financeira; 2

– A sustentabilidade física e ambiental; 3 – A coesão social e cultural.

36

R

EVITALIZAÇÃO DE ÁREAS VERDES URBANAS Portanto, a revitalização urbana interfere na requalificação em meio urbano, em situações sociais e econômicas e

ainda na vida daquela área definida. Com o intuito de auxiliar na vitalidade e dinâmica de um local, a revitalização desenvolve um modo de intervenção claramente organicista e vitalista em seu planejamento. (MOURA, et al., 2006, p.

21-22) A seguir, a figura (25) apresenta a lógica e processo por trás da revitalização de um local:

TERRITÓRIO, AMBIENTE E MOBILIDADES

COMPETITIVIDADE, CONHECIMENTO E INOVAÇÃO

REVITALIZAÇÃO URBANA QUALIDADE DE VIDA, COESÃO SOCIAL E BEMESTAR

CULTURA E LAZER

Figura 25 – O processo de revitalização. Fonte: Moura, et al, adaptado pelo autor, 2006

37

R

EVITALIZAÇÃO DE ÁREAS VERDES URBANAS As definições de áreas verdes passam por diversos momentos históricos e culturais, iniciam-se desde a questão

religiosa do paraíso prometido no livro do Gênesis da Bíblia, os jardins babilônicos e chegando aos jardins modernos, cada época foi importante para a construção do que são as áreas verdes atualmente. Dois lugares foram responsáveis pelo início das áreas verdes, o Egito, reproduzindo os sistemas de irrigação da agricultura, um tipo de alternativa para amenizar as altas temperaturas, enquanto na China, há a presença dos jardins naturalistas como instrumentos religiosos com diversos elementos paisagísticos que acabam influenciando até mesmo os japoneses e seus jardins. Mas foi na Grécia que os jardins tornam-se equipamentos públicos com características sociais e de lazer, pois antes eram destinados apenas a nobreza. A partir do período renascentista, os jardins tornam-se lugares de referência e arquitetura, trazendo ornamentos e refinamentos de alta classe artística. (LOBODA e ANGELIS, 2005, p. 127-128) Segundo Morero et al. (2007, p. 20), as áreas verdes urbanas são “[...] locais onde predominam a vegetação arbórea, praças, jardins e parques, e sua distribuição deve servir a toda população, sem privilegiar qualquer

classe social e atingir as necessidades reais e os anseios para o lazer, devendo ainda estar de acordo com sua estrutura e formação (como idade, educação, nível socioeconômico)”.

Nucci afirma que as áreas verdes em meio urbano é uma questão importante, mas desvalorizada no planejamento das cidades, pois sem contar todos os anseios do ser humano referentes à vegetação, é primordial relembrar que os meios urbanos estão cada vez mais agressivos, podendo ser amenizados pela conservação da vegetação existente.

(NUCCI, 2001, p. 23)

38

R

EVITALIZAÇÃO DE ÁREAS VERDES URBANAS O autor Vieira (2004) afirma que as áreas verdes possuem diferentes funções no meio social e urbano, ele ainda

destaca que é fundamental a manutenção de tais áreas verdes para que sejam capazes de cumprir completamente suas funções sociais, ambientais e urbanas. (VIEIRA, 2004 apud BARGOS; MATIAS, 2011, p. 180-181) Na figura 26 é possível analisar quais as funções das

áreas verdes e a maneira como cada uma delas atuam no meio urbano e social:

Figura 26 – As funções das áreas verdes urbanas. Fonte: Bargos, 2010; Modificado a partir de Vieira, 2004; Adaptado pelo autor, 2022

39

R

EVITALIZAÇÃO DE ÁREAS VERDES URBANAS Ao pesquisar sobre o tema nos noticiários, é perceptível que o assunto é atual e que a importância das áreas

verdes e suas revitalizações têm acontecido a nível nacional, como é possível ver na figura 27 abaixo:

Figura 27 – Notícias sobre a revitalização de áreas verdes. Fonte: Referenciadas separadamente na Bibliografia, adaptado pelo autor, 2022

40

C

ONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O TEMA Após toda a pesquisa referente ao tema de revitalização das áreas verdes urbanas, é perceptível o quão

importante o tema para um cidade e seu convívio, pois os centros urbanos frequentemente se expandem, enquanto as áreas verdes vão se tornando locais de abandono conforme o tempo. A visão das pessoas sobre o assunto é cada vez mais de preocupação e atenção, visto que essa pauta vem crescendo ao longo do tempo com o intuito de

responsabilizar e promover a qualidade de vida proporcionada pelas áreas verdes em meio ao núcleo urbano.

Junto a todo o entendimento sobre a promoção e valorização das áreas verdes, há uma intervenção de projeto destinada ao cumprimento desse propósito, a revitalização, que pode ser uma estratégia responsável por reviver e resgatar um certo dinamismo em um local tão importante do município, valorizando e exaltando fortes características que nele coexistem. São múltiplos os benefícios que as áreas verdes podem proporcionar, alcançando a população e até

mesmo o município como um todo, o que comprova a razão pelo qual uma intervenção de revitalização apenas beneficia a todos de modo geral.

Por fim, o tema têm crescido consideravelmente nos últimos anos, porém, ainda há muito o que se discutir sobre o assunto e muito o que acontecer em relação a inserção das áreas verdes como parte do planejamento urbano de um município, porém neste trabalho é possível entender a importância de áreas como essa.

estudos de caso

C A P Í T U L O 0 3

42

1

KLYDE WARREN PARK - EUA

2

MANGAL DAS GARÇAS - BR

Figura 28 – Vista superior do parque Klyde Warren. Fonte: Archdaily, 2012

Figura 29 – Vista superior do parque Mangal das Garças. Fonte: Fernando Sette Câmara, 2016

3

Três estudos de caso são escolhidos para serem analisados e

MAO KHE PARK - VN

estudados, a fim de auxiliar e enriquecer o presente projeto.

Todos são obras reais ao redor do mundo e possuem caráter paisagístico. O projeto 1 e 2 pertencem ao continente americano e são maiores em relação ao 3, pois atendem metrópoles com mais de 1 milhão de habitantes, enquanto o projeto 3 pertence ao continente asiático e atende uma distrito de 34 mil habitantes, uma realidade mais próxima do município Figura 30 – Vista superior do parque Mao Khe. Fonte: Le Minh Hoang, 2021

do presente trabalho. Foram escolhidos lugares diferentes para que possamos entender realidades distantes de um parque.

43

1

3

2

44

1

KLYDE WARREN PARK

Ficha Técnica

Localização: Dallas, Estados Unidos Área Total: 52.000 m² Ano da Proposta: 2006 Ano da Obra Finalizada: 2012

45

1

Klyde Warren Park

Escritório Responsável O escritório responsável pelo projeto do Parque “Klyde Warren” é o escritório “The Office of James Burnett” fundado e liderado por James Burnett no ano de 1989 até os dias atuais. Depois de alguns anos, o escritório foi crescendo e uma grande equipe foi formada em cada um dos cinco escritórios existentes no país (EUA). James e sua equipe constroem juntos projetos de paisagismo e planejamento urbano com o intuito de transformar a vida dos cidadãos trazendo design, ecologia e diversão.

O escritório já recebeu diversos prêmios importantes, como, por exemplo: três ULI Open Space Awards, uma competição global que analisa espaços públicos; Receberam em 2015 o prêmio de Firma da Arquitetura Paisagista, uma homenagem de honra da Sociedade Americana de Arquitetos Paisagistas e no ano posterior, recebem a Medalha de Design pela ASLA. Além dos citados, há mais de 80 prêmios.

46

1

Klyde Warren Park

História O projeto do parque urbano “Klyde Warren” foi realizado com o intuito de proporcionar uma área verde com atividades culturais e encontros sociais aos moradores e visitantes de Dallas, isto, pois, a fundação Woodall Rogers Park (WRPF) decidiu que um parque urbano seria interessante para o centro da metrópole, portanto, foi solicitado a opinião do público sobre a decisão e programa do mesmo, e então, o público concordou em receber um equipamento como esse à metrópole. Para a inserção do parque acontecer, havia desde 1960 uma proposta de um deck que vedasse a rodovia que atravessa abaixo, essa proposta permaneceu anos sem ser concluída até o momento em que surge a proposta do parque e tudo aconteceu a partir dele. (KLYDE WARREN ORG, 2012)

KLYDE WARREN PARK

Figura 31 – Parque Klyde Warren antes da intervenção. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2009

KLYDE WARREN PARK

Figura 32 – Parque Klyde Warren depois da intervenção. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2020

47

1

Klyde Warren Park

Localização O parque Klyde Warren é localizado no centro da metrópole de Dallas, nos Estados Unidos. A metrópole possui aproximadamente 1,3 milhões de habitantes e é bastante movimentada, recebendo muitos estrangeiros ao dia. O parque é rodeado por rodovias e todos podem ter acesso a ele de qualquer lado, evidenciando seu caráter público. Situado entre os bairros “Uptown” e “Arts District” da metrópole, o parque urbano é responsável por integrar ambos os bairros

que antes eram desconectados fortemente por rodovias importantes, mas atualmente com a inserção do parque, os bairros, e consequentemente, as pessoas, são reconectadas através desse equipamento público, formando assim, um projeto comunitário, cultural e divertido em meio a todo o caos das rodovias ao redor. (OJB ARCHITECTS)

LEGENDA DELIMITAÇÃO DE DALLAS

DALLAS, EUA

KLYDE WARREN PARK

0

100M

Figura 33 – Vista satélite de Dallas e o parque Klyde Warren Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2021

48

1

Klyde Warren Park

O Projeto James Burnett fundador e presidente do escritório “OJB” foi o responsável pelo projeto, segundo ele, o parque urbano foi criado com o intuito de ser utilizado e apreciado por todos. Seus espaços sofrem constantes mudanças que encantam os usuários trazendo atividades que vão mudando e inovando durante todo o ano. O mesmo evidencia que o conceito principal do parque é a conectividade que acontece no sentido urbano, isto é, integrando bairros, antes

separados fisicamente por vias e automóveis, e no sentido social, integrando as pessoas a conviverem em um mesmo espaço e finalidade. (Burnett, 2012) De acordo com o site oficial do parque Klyde Warren, o projeto também serviu como um catalisador de transformações contínuas na região, auxiliando na economia local e ainda proporcionando melhor qualidade de vida aos cidadãos, isto, pois o projeto criou novas tradições, novas experiências e bons momentos às pessoas. É descrito que o

parque é uma junção de pura engenharia e Design. (KLYDE WARREN ORG) Uma série de organizações públicas e privadas contribuíram para o financiamento da construção do parque, foram doados mais de 100 milhões, afinal, toda uma estrutura teria que ser erguida para que o parque pudesse ser implementado. Diversos são os desafios para a implementação do projeto, a engenharia por trás do sistema construtivo do deck, leis e regulamentos referentes as rodovias e até mesmo a topografia existente. (CNU ORG)

Nas figuras 34 e 35 a seguir, há duas fotografias apresentando bem o conceito do projeto e como ele é evidente:

49

CONEXÃO SOCIAL

Figura 34 – Imagem apresentando a conexão social. Fonte: Dillon Diers Photography, 2012

CONEXÃO URBANA

Figura 35 – Vista superior apresentando a conexão do parque entre dois bairros. Fonte: HR&A Advisors, 2021

50

1

Klyde Warren Park

Implantação A implantação do parque urbano possui um formato retangular vasto de vegetações em meio a uma densidade urbana já existente. A arborização segue as linhas retilíneas do parque, á medida que acompanha os caminhos angulares que tomam forma em meio ao enorme retângulo, formando um desenho contínuo de uma extremidade a

outra. Algumas das árvores são nativas, enquanto outras não, porém todas possuem um charme que encanta os frequentes usuários e visitantes.

Há vários caminhos que podem ser usados por pedestres e pessoas cadeirantes, isto é, qualquer espaço do parque é acessível à todos, evidenciando assim, sua preocupação com a acessibilidade e seu caráter público. Alguns caminhos são mais principais e diretos, enquanto outros são mais secundários.

É importante mencionar que a via chamada: “Harwood St” era uma via onde circulavam automóveis, porém ao ser projetado o parque, ela tornou-se via somente de pedestres para ligar uma parte do parque com a outra, antigamente separada pela mesma via. Em relação as outras vias de automóveis existentes, algumas são de sentido duplo, enquanto outras são de sentido único.

Não existe um estacionamento próprio para o parque urbano, porém há diversas vagas em que pode-se estacionar os automóveis e ainda há um bicicletário para quem chega ao parque de bicicleta. Todos as faces do parque possuem entrada direta e livre, pois desta maneira é possível convidar as pessoas a visita-lo fazendo com que todos se sintam confortáveis. Na figura 36 a seguir, pode-se ver todas essas informações referentes a implantação:

51

Figura 36 – Implantação do parque urbano. Fonte: Archdaily, adaptado pelo autor; 2021

LEGENDA ACESSOS

PEDESTRE

PNE

BICICLETÁRIO

SEM ESCALA

N

52

1

Klyde Warren Park

Iluminação Natural e Insolação A iluminação acontece em todo o parque, principalmente nas áreas sem arborizações em que o intuito é realmente

receber iluminação solar direta proporcionando minutos de sol que contribuam para a vitamina do corpo, enquanto outras áreas possuem maior quantidade de arborização, proporcionando assim, áreas de sombra para as pessoas relaxarem. Os edifícios ao redor possuem alturas favoráveis para que o parque obtenha o máximo de iluminação natural, pois sabe-se que a verticalidade do entorno de um projeto pode barrar a entrada de iluminação natural em muitos casos atualmente, mas não é o que acontece no parque urbano, exceto por um edifício que faz sombra sobre ao parque na

orientação Leste.

RESTAURANTE

No pavilhão restaurante situado no parque urbano, a iluminação natural (Figura 37) atinge

VAZIO

apenas uma parte do projeto, pois há um grande BEIRAL

beiral que barra a entrada direta de iluminação natural,

principalmente

se

for

no

horário

matutino, enquanto no horário vespertino, a ABERTURAS FIXAS

entrada de iluminação ao projeto pode ser mais eficaz. Todas as fachadas do restaurante são

LEGENDA ILUMINAÇÃO NATURAL Figura 37 – Esquema apresentando iluminação natural do restaurante do parque urbano. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

inteiramente em vidro, uma alternativa que compensa a entrada de luz barrada pelo próprio beiral avantajado.

53

Figura 38 – Esquema apresentando mapa satélite e orientações solares do parque urbano. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2021

LEGENDA PARQUE

0

100M

54

1

Klyde Warren Park

Ventilação Natural A ventilação natural atravessa todo o parque urbano, resfriando os espaços para que as pessoas possam se refrescar e relaxar. A orientação predominante de ventilação acontece pelo sul e sendo um parque urbano a céu aberto, o local possui potencial máximo de obter uma ventilação natural que circule por todo o parque seguindo sua própria forma retangular.

RESTAURANTE

Descrevendo o pavilhão restaurante VAZIO

(Figura 39), a ventilação natural atua somente

na área exterior, onde a mesma pode e deve circular por todo esse espaço, enquanto na área interior do restaurante, a ventilação ABERTURAS FIXAS

acontece somente através das portas, pois as janelas

de

vidro

são

fixas

possibilidade de serem abertas.

LEGENDA VENTILAÇÃO NATURAL

Figura 39 – Esquema apresentando ventilação natural do restaurante do parque urbano. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

e

sem

a

Figura 40 – Esquema apresentando mapa satélite e ventilação do parque urbano.

Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2021

55

NORTE

OESTE

LESTE

LEGENDA VENTILAÇÃO PARQUE

SUL 0

100M

56

1

Klyde Warren Park

Programa de Necessidades O programa de necessidades do parque urbano é algo mais familiar, alegre e comunitário; há atividades que trabalham com o lazer, esporte e cultura ao mesmo tempo, portanto, é um programa bastante educativo. Apesar de não ser tão extenso, as atrações são criativas e conseguem proporcionar bem estar aos seus usuários e visitantes. Além de toda diversão e atração, o parque também é contemplativo contendo jardins e arborizações. Muitas atividades como alongamento, meditação, shows vão acontecendo durante o ano, isto é, atividades não fixas que ocorrem em diversos

espaços abertos no parque urbano e vão se transformando conforme o tempo. Na figura 41 abaixo, todas essas atividades estão enumeradas:

3 6

7

9

2

9 10

1

4

5

4

8

11

4 12

Figura 41 – Implantação humanizada do parque e numeração de cada atração existente. Fonte: Warren Park Org, 2012

SEM ESCALA

N

57

Figura 42 – Imagens apresentando o programa do parque. Fonte: Compilação do autor¹

¹Compilação de diversas imagens coletadas em: 1 – Southern Botanical, 2 – OJB Architeture, 3 – Joe Mabel, 4 – Scott Womack, 5 – OJB Architeture, 6 – Savor Gastropub, 7 – Southwest Airlines, 8 – Klyde Warren Park Twitter, 9 – Archdaily, 10 – Kye R. Lee, 11 – Google Street View, 12 – OJB Architeture.

58

1

Klyde Warren Park

Sustentabilidade O parque é construído com diversas estratégias sustentáveis, como, por exemplo: reutilizando água, plantando vegetações nativas, optando por luzes LED e outros atributos presentes na figura abaixo: • 5,2 acres de rodovias em concreto foram substituídos por áreas verdes; • Foram plantados 322 árvores e 904 arbustos; • 52% de vegetação existente são nativas do Texas; • Purificar o ar existente através da vegetação; • Aumenta em 50% a permeabilidade do local; • O reservatório existente coleta 12.000 litros de água para reuso em irrigações, limpezas e afins; • A esteira de drenagem entre o solo e a infraestrutura do convés armazena o excesso de água; • Foram utilizados apenas luzes LED, pois são econômicas e rendem mais; • O pavilhão restaurante depende de energia Geotérmica para aquecimento e resfriamento; • Neutraliza grande parte do dióxido de carbono produzido pelos automóveis através das vegetações; • A vegetação também intercepta 64.214 galões de escoamento de águas pluviais anualmente; Figura 43 – Esquema apresentando estratégias sustentáveis. Fonte: American Society of Landscape Architects, 2017

59

1

Klyde Warren Park

Materiais Há uma variedade de materiais usados no parque urbano, como, por exemplo: concreto, ferro, alumínio e madeira, enquanto em outras áreas, há a presença de terras e gramas que compõem todo o parque urbano. Na figura 44, são

enumerados alguns materiais:

1

TERRA

2

GRAMA ARTIFICIAL

3

4

4 2

AZULEJO DE CONCRETO

FERRO

1 5 3

5

CONCRETO Figura 44 – Imagem apresentando materiais existentes no local.

Fonte: Dillon Diers Photography, 2012

60

1

Klyde Warren Park

Mobiliário Urbano O mobiliário urbano é caracterizado por mesas e cadeiras de alumínio com diversos tons que convidam o público pelo seu destaque. Já os bancos possuem dois tipos com materiais diferentes, há o banco de concreto e outro de madeira. É perceptível que os mobiliários são mais tradicionais e simples para que todos possam sentir-se confortáveis ao usá-los, e mesmo com toda tradicionalidade, eles funcionam super bem para as pessoas. Os mobiliários aparecem nas figuras 45 e 46: LUMINÁRIA REDONDA COM LUZ INDIRETA

CADEIRAS REPRESENTANDO GALHOS E SOFÁS CONFORTÁVEIS

MESAS E CADEIRAS DE ALUMÍNIO EM DIVERSAS CORES Figura 45 – Apresentando o mobiliário do parque. Fonte: South Austin Gallery

Figura 46 – Apresentando o mobiliário do restaurante. Fonte: Savor Gastropub

61

2 MANGAL

DAS GARÇAS

Ficha Técnica

Localização: Belém, Brasil Área Total: 46.000 m² Ano da Proposta: 1999 Ano da Obra Finalizada: 2005

62

2 Mangal das Garças Arquitetos Responsáveis Dois arquitetos são responsáveis pelo projeto completo do Mangal das Garças, o Paulo Roberto Chaves

Fernandes formado em Arquitetura e Urbanismo e ainda Secretário de Cultura do Pará, foi quem projetou os edifícios presentes no local, enquanto o paisagismo que envolve tais construções é projetado por Rosa Kliass, uma das maiores paisagistas do Brasil.

Paulo Chaves possui vários projetos culturais, paisagísticos e até mesmo projetos de revitalização de espaços, seus projetos estão todos situados pelo estado do Pará, especialmente a capital Belém. Graduado pela Universidade

Federal do Pará (UFPA) no ano de 1968, o arquiteto e urbanista já atuou como Coordenador de Arquitetura e Urbanismo da Prefeitura Municipal de Belém e também atuou por um tempo determinado como Secretário de Estado da Cultura.

Em seu escritório Chaves e Rosário, atuava junto a arquiteta e urbanista Rosário Lima. (Chaves & Rosário Arquitetura) Por outro lado, há a arquiteta e paisagista Rosa Grena Kliass graduada em 1955 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (USP). Ela já trabalhou com projetos urbanos e paisagísticos em alguns

estados do Brasil e foi a primeira arquiteta e urbanista a ser presidente da Abap (Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas). Para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo São Paulo, a arquitetura foi a pioneira no paisagismo Brasileiro. (CAU/BR, 2018)

63

2 Mangal das Garças História Inaugurado no ano de 2005, o parque naturalístico Mangal das Garças é uma revitalização de 40 mil metros quadrados á um local que antigamente era usado pela Organização Militar da Marinha, após isso, as condições da área eram de degradação e alagamento por conta do rio Guamá que permeia o local. A proposta idealizada e encomendada pelo Governo Paraense era de uma intervenção que transformasse e recuperasse a paisagem e vegetação existentes,

reintegrando um novo local que é situado em uma área importante e histórica da metrópole. Tal intervenção de revitalização é apenas mais uma dentre as demais ocorridas em Belém, mas dessa vez, serve como uma intervenção ambiental por tratar-se de um parque natural. (PONTE, 2007) Nas figuras 47 e 48, é perceptível o antes e depois:

ANTES

Figura 47 – Imagem apresentando o antes da revitalização ao parque.

Fonte: Gorski, 2008

DEPOIS

Figura 48 – Imagem apresentando o depois da revitalização ao parque. Fonte: Gorski, 2008

64

2 Mangal das Garças Localização O parque naturalístico localiza-se na extremidade da metrópole de Belém, PA. Sendo parte do bairro Cidade Velha, o bairro mais antigo de Belém, o parque se reintegra a um local antigo e histórico da cidade, proporcionando um novo olhar e refúgio a uma área já consolidada no quesito urbano. O parque encontra-se com o rio Guamá, uma

importante bacia hidrográfica que envolve grande parte de Belém, servindo a população e suas necessidades.

GUAMÁ RIORIOGUAMÁ

MANGAL DAS GARÇAS

RIO GUAMÁ BELÉM, BRASIL RIO GUAMÁ

RIO GUAMÁ

LEGENDA DELIMITAÇÃO DE BELÉM

Figura 49 – Imagem satélite apresentando a localização do parque e cidade. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor, 2021

0

100M

65

2 Mangal das Garças Projeto Para a revitalização desse parque acontecer, o tema foi a Vegetação Natural do estado do Pará, idealizando três questões macro regionais florísticas, como, por exemplo: as Matas de Terra Firme, as Matas de Várzea e os Campos.

Juntando a ideia da recuperação e conservação da natureza, educação e lazer, o parque proporciona uma linda paisagem natural e isso é explorado nos mínimos detalhes. A vegetação implantada é formada por espécies da flora

amazônica, considerado as adaptações ecológicas favoráveis. (PONTE, 2007) A solicitação dada a Rosa Kliass para o projeto de paisagismo do local foi a serventia máxima do que já existia, ou seja, uma das intenções do projeto é preservar sua configuração original trazendo novos espaços e atrações, porém mantendo sua originalidade. (CAU/PA, 2016) O objetivo era proporcionar aos habitantes de Belém uma oportunidade de sentir a natureza em meio ao centro

histórico e a partir disso, transformar uma área aterrada e ociosa em um grande parque natural que concentra ecologia, incrementa espaços públicos interessantes, exalta a importância ambiental e valoriza o equipamento local. (GORSKI, 2008, p. 193) Nas figuras 50 e 51 a seguir, é possível entender os conceitos elaborados no parque e como eles foram materializados na vida real:

66

EXALTAÇÃO DA NATUREZA

Figura 50 – Imagem apresentando um pouco da natureza existente do parque. Fonte: Tereza Cidade, 2019

VALORIZAÇÃO LOCAL

Figura 51 – Imagem apresentando a valorização da vegetação local no paisagismo. Fonte: Tereza Cidade, 2019

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2Mangal das Garças Implantação A implantação do parque naturalístico é bastante orgânica, tanto em seu paisagismo quanto na arquitetura existente. Os caminhos são diversos e conectam diferentes pontos do parque, isto, pois, sendo um parque mais contemplativo, há muitas maneiras de caminhar e acessar as atrações. As vegetações são vastas, pois trata-se de um

lugar cheio de árvores nativas do Pará e grande quantidade de água que permeia o local, proporcionando uma paisagem orgânica e natural em cada ponto do parque.

Muitos elementos paisagísticos são presentes na implantação, é perceptível a quantidade de pontes, lagos, pergolados, bancos, todos fazendo parte do parque e o enriquecendo a nível paisagístico. A água é um dos elementos mais integrantes do projeto, isto, pois é possível perceber seus percursos orgânicos durante todo o projeto, sem mencionar ainda a presença do Rio Guamá envolvendo o próprio local, portanto, há toda uma vegetação abraçando as águas e ao mesmo tempo, as águas abraçando a vegetação, ou seja, um verdadeiro local natural em que cada elemento se conecta formando um complexo da natureza.

Os locais de maior fluxo de pessoas no projeto são: o borboletário, os mirantes e o restaurante com comidas típicas do Pará. Para acessar o parque há uma entrada principal que leva os visitantes ao estacionamento e uma outra secundária para serviços específicos. Na figura 52 a seguir, é possível analisar tais entradas e demais informações:

68

SEM ESCALA Figura 52 – Implantação humanizada do parque. Fonte: Parques Urbanos no Brasil, adaptado pelo autor; 2021

LEGENDA ACESSOS PNE PEDESTRE

N

69

2 Mangal das Garças Iluminação Natural e Insolação A iluminação natural acontece em todo o parque, há espaços em que a iluminação natural é mais direta, isto é, a

incidência solar chega diretamente ao parque e há espaços em que é mais amena, sendo barrada por árvores e construções do próprio projeto. Não há um gabarito elevado dos edifícios próximos que intercepte a entrada de iluminação natural, todos possuem apenas um pavimento térreo, portanto, é capaz de conseguir mais iluminação natural ao projeto.

Em relação aos edifícios do parque, todos possuem boa capacidade de iluminação natural, desde o Armazém do

Tempo todo projetado em vidro e com a estratégia Lanternin como forma de adquirir iluminação, até mesmo o Borboletário, pois ele possui um sombrite que permite a entrada da incidência solar natural. Os quiosques também são bem iluminados, visto que são construídos e definidos como espaços livres e abertos trazendo iluminação natural.

ARMAZÉM DO TEMPO

BORBOLETÁRIO ESTRUTURA METÁLICA

LANTERNIN (ABERTURAS FIXAS)

ABERTURAS AJUSTÁVEIS LEGENDA

SOMBRITE ILUMINAÇÃO NATURAL Figura 53 – Esquemas apresentando a atuação da iluminação natural nos edifícios do parque. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

ABERTURAS FIXAS

70

Figura 54 – Imagem satélite apresentando as orientações solares em relação ao parque. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2021

LESTE SOL MATUTINO

NORTE

SUL MENOR INCIDÊNCIA SOLAR

MAIOR INCIDÊNCIA SOLAR

LEGENDA PARQUE

OESTE MENOR INCIDÊNCIA SOLAR 0

100M

71

2 Mangal das Garças Ventilação Natural A ventilação predominante na cidade de Belém provém da orientação Leste e atravessa o parque todo proporcionando um lugar arejado e refrescante, há áreas de incidência solar direta, enquanto outras áreas são de sombra para as pessoas se refrescarem, visto que a cidade de Belém possui altas temperaturas e assim o parque serve como um refúgio de toda essa ilha de calor existente. Além de orientação Leste, há também uma quantidade considerável de ventilação que provém do Norte, portanto, tal direção serve como uma segunda alternativa de ventilação

ao parque natural.

As construções são bons exemplos de lugares arejados, principalmente o Borboletário e os quiosques, pois são espaços abertos que permitem a entrada de ventilação diretamente sem nenhum empecilho. No caso do Borboletário, toda a trama em sombrite potencializa a entrada da ventilação ao mesmo e no caso do Armazém do Tempo, por ser construído todo em vidro, há diversas janelas em cada fachada da obra e duas portas provocando uma ventilação

cruzada ao local.

ABERTURAS FIXAS

BORBOLETÁRIO ESTRUTURA METÁLICA

ABERTURAS AJUSTÁVEIS

SOMBRITE

LEGENDA

ARMAZÉM DO TEMPO

VENTILAÇÃO NATURAL Figura 55 – Esquemas apresentando a atuação da ventilação nos edifícios do parque. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

72

Figura 56 – Imagem satélite apresentando a ventilação em relação ao parque. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2021

NORTE

OESTE

LESTE

LEGENDA VENTILAÇÃO PARQUE

SUL 0

100M

73

2 Mangal das Garças Programa de Necessidades O programa de necessidades do Mangal das Garças é composto por atividades que contemplam toda a fauna e flora existente em Belém. Há muitos elementos que compõem a paisagem local, como árvores, quiosques, mirantes e

animais, sendo um programa mais familiar e naturalista, descrito isso, qualquer pessoa pode visitar o local e suas atrações naturais. É importante descrever que o próprio programa possui relação mútua com o local em que está inserido, evidenciando e exaltando a natureza como uma área de lazer e contemplação destinada as pessoas.

Há um estacionamento, um restaurante e um banheiro para servir as necessidades dos visitantes, enquanto as atrações são compostas por dois mirantes, uma loja, um borboletário (O maior do Brasil), um orquidário, alguns

pergolados, fontes e outras atividades contemplativas.

2

9

7

10 1

3 8

6 4

5

5

11 12

N

Figura 57 – Implantação humanizada apresentando todo o programa existente no parque. Fonte: International Federation of Landscape Architects, adaptado pelo autor; 2021

74

Figura 58 – Imagens apresentando o programa do parque. Fonte: Compilação do autor² ²Compilação de diversas imagens coletadas em: 1 - Google Steet View, 2 - Classe Turista, 3 – Antonio Athayde, 4 – Cat, Le Chef, 5 – Alessanda Fratus, 6 – Igor Mota, 7 – Secom Pará, 8 – Ascom 2000 Pará, 9 – Maria Alice Furrer, 10 – João Angelo, 11 – Carlos Macapuna, 12 – Google Maps.

75

2 Mangal das Garças Sustentabilidade A sustentabilidade nesse parque é resultado da revitalização que por si é definida como um método de intervenção sustentável pelo fato de reaproveitar um local já existente e sem utilização, portanto proporciona-se uma nova função a um lugar antes vazio. Outras alternativas sustentáveis são apresentadas na figura 58 abaixo:

• A proposta de construir em uma área já existente e sem uso é uma estratégia sustentável, pois o local que antes era um terreno vazio, é agora transformado em um equipamento natural, exercendo uma função importante em meio à cidade; • Promove a natureza e suas riquezas; • A configuração original e seus recursos naturais foram mantidos; • Uso de materiais tradicionais e locais; Figura 59 – Esquema apresentando as estratégias sustentáveis do parque. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

76

2Mangal das Garças Materiais Os materiais usados nesse parque são bem diferentes, enquanto há alguns quiosques de madeira e telhado de piaçava, há outras construções em perfil metálico com tecido sombrite e ainda uma outra construção em perfil metálico e

vedado pelo material mais contemporâneo, o vidro.

1

2

CONSTRUÇÃO METÁLICA VEDADA POR UM TECIDO SOMBRITE

1 2

TELHADO PIAÇAVA 5

3

MADEIRA

3 4

PEDRAS PARA CONTENÇÃO 4

5

ÁREA GRAMADA

3 Figura 60 – Imagem apresentando os materiais utilizados no parque.

Fonte: Ascom 2000 Pará, adaptado pelo autor; 2021

77

2Mangal das Garças Mobiliário Urbano O mobiliário urbano é caracterizado por bancos todos em madeira que integram em toda a natureza existente no parque. Simples e tradicional, os bancos juntos aos pergolados servem aos usuários proporcionando relaxamento e contemplação. As áreas com bancos estão sempre em lugares específicos, principalmente onde há a presença de pergolados, já durante alguns caminhos não há bancos, o que evidencia que o parque serve como uma passagem e caminhada, fazendo com que o usuário contemple cada parte do parque antes que possa se sentar. Na figura 61, é possível ver os bancos e o pergolado de madeira:

PERGOLADOS DE MADEIRA BANCOS DE CONCRETO

Figura 61 – Imagem apresentando o mobiliário urbano do parque.

Fonte: João Angelo, adaptado pelo autor; 2021

78

3 MAO

KHE PARK

Ficha Técnica

Localização: Mao Khe, Vietnã Área Total: 33.000 m² Ano da Proposta: 2019 Ano da Obra Finalizada: 2021

79

3 Mao Khe Park Escritório Responsável Fundado em 2009, o escritório H&P Architects foi o responsável pelo projeto de revitalização ao parque Mao

Khe. Os arquitetos Doan Thanh Ha e Tran Ngoc Phuong foram os fundadores do escritório que já trabalhou com projetos culturais, residenciais, planejamento urbano, industriais e muitas outras categorias projetuais. A filosofia do escritório é formada por três questões, sendo elas: o “Comportamento”, a “Linguagem” e a “Mente”, em que cada uma possui um propósito direto para o desenvolvimento de um projeto qualificado.

Toda a equipe trabalha para oferecer o melhor ao aos seus clientes, atendendo as solicitações e desejos tendo

como primordial a eficiência econômica do projeto. O escritório já venceu mais de 50 prêmios, entre tais prêmios, alguns são nacionais, enquanto outros provém de países, como, por exemplo: Estados Unidos, Reino Unido, Itália e alguns outros países, evidenciando que o escritório não atua somente em seu país de origem, mas em nível internacional. (H&P Architects)

80

3 Mao Khe Park História O parque Mao Khe foi criado na década de 90, de acordo com o próprio escritório, o parque era degradado, abandonado e precisou ser fechado devido a sua situação, nele havia diversas atrações, como, um cinema, uma piscina, uma roda gigante, uma sala de tênis e outras atividades. É nesse momento que o escritório H&P decide revitalizar o local, proporcionando novas atividades e requalificando uma vasta área em meio ao distrito. Após a revitalização, o parque urbano foi revivido e volta a cumprir sua função principal de proporcionar para as pessoas muita cultura,

entretenimento e qualidade de vida, como uma forma de compensar a antiga situação do parque em que não cumpria sua função social e urbana. (H&P Architects) Algumas áreas foram preservadas e reformadas, enquanto outras foram demolidas para a criação de um novo espaço, na figura 62 e 63 abaixo, é possível analisar o antes e depois da revitalização ao parque urbano.

ANTES

DEPOIS MAO KHE PARK

MAO KHE PARK

0

100M

N

Figura 62 – Mapa satélite apresentando o antes da revitalização do parque. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2021

0

100M

N

Figura 63 - Mapa satélite apresentando o depois da revitalização do parque. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2021

81

3 Mao Khe Park Localização O parque urbano é localizado no distrito Mao Khe da província de Quảng Ninh, pertencente ao país Vietnã. Mao Khe é um distrito de apenas 34.628 mil habitantes, de acordo com um censo feito em 2009. (City Population) O pequeno distrito foi local da “batalha de Mao Khe” em 1951 na primeira guerra da Indochina e é próximo de

outros distritos que compõem toda a província Quảng Ninh.

Situado no centro do distrito de Mao Khe, o

parque é destinado a

MAO KHE PARK

servir a população e possui essa capacidade, pois o centro de uma cidade é um local mais

movimentado e utilizado pela população, tendo

MAO KHE, VIETNÃ

maior

destaque

e

importância.

LEGENDA 0

2KM DELIMITAÇÃO DE MAO KHE

Figura 64 – Mapa satélite apresentando a localização do parque e delimitação da cidade. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor; 2021

82

3 Mao Khe Park Projeto O parque urbano Mao Khe que possui o nome do distrito, é, na verdade, um projeto de revitalização, isto é, um tipo de intervenção com o intuito de requalificar determinado lugar para que possa exercer sua função social e urbana, esse é o maior propósito do projeto.

O conceito escolhido para construir e planejar o projeto foram os símbolos dos cinco anéis dos Jogos Olímpicos que juntos representam a união humana, a continuidade e a integridade do mundo, sendo diretriz e auxílio para o escritório projetar e intervir nesse caso, unindo cultura, esporte e educação que sirvam e tragam desenvolvimento à população. (H&P Architects) Na figura 65 abaixo, é possível perceber os anéis olímpicos e a maneira como foram trabalhados no parque, sua

inserção ao terreno provoca mudanças nas formas dos anéis, de círculos alguns tornam-se então, formas ovais a medida que vão se adequando e se ajustando ao terreno existente, enquanto há um único símbolo que permanece em círculo.

Figura 65 – Diagrama apresentando a forma e conceito escolhido.

Fonte: Archdaily, 2021

83

Figura 66 – Imagem apresentando o conceito materializado no parque.

Fonte: Le Minh Hoang, adaptado pelo autor; 2021

Figura 67 – Imagem apresentando o conceito materializado no parque.

Fonte: Le Minh Hoang, adaptado pelo autor; 2021

84

3 Mao Khe Park Implantação A implantação do parque Mao Khe é formada por uma vasta vegetação que envolve o programa existente, há diversos caminhos para se percorrer, proporcionando liberdade aos visitantes. Com a presença de cinco formas ovais e outras circulares, todas elas representam os anéis referentes aos Jogos Olímpicos, sendo parte do conceito do parque, eles são inseridos ao projeto trazendo desenhos cheios de caminhos que ligam um anel ao outro.

As entradas ao parque são diversas, existem entradas através dos lados leste, oeste e sul, enquanto o lado norte não há entradas pelo fato de existir uma barreira física dividindo o terreno do parque com uma escola infantil existente ao lado. O parque se estende por quase toda a quadra e ainda é rodeado por duas vias, trazendo destaque e acessibilidade ao local.

Não há um estacionamento próprio para veículos ou bicicletas, há apenas vagas na próprias vias que rodeiam o parque, isto, pois o mesmo está situado no centro do distrito tornando-se se um parque de passagem para as pessoas que estão caminhando diariamente naquele local.

Os fluxos sociais no parque estão sempre ligados a lugares que possuem atividades culturais, em que as pessoas se juntam com um propósito cultural, festivo, entre outras atividades que o equipamento urbano propõe. Para servir os usuários, há apenas um banheiro ao extremo leste. Através da figura 68 a seguir, é possível perceber cada um desses fluxos, entradas, banheiro e outras informações.

85

LEGENDA ACESSOS PNE PEDESTRE

Figura 68 – Imagem apresentando a implantação do parque. Fonte: Archdaily, adaptado pelo autor; 2021

SEM ESCALA

N

86

3 Mao Khe Park Iluminação Natural A iluminação natural acontece em muitos pontos do parque urbano, isto, pois, o projeto não possui vastas vegetações que possam proporcionar quantidade grande de sombras, portanto, o projeto recebe grande incidência solar durante toda a parte do dia, porém há alguns espaços de sombra para quem os procura.

Em razão de sua localização, outro fator que provoca grande iluminação natural ao parque são as construções ao redor, em que nenhuma contém mais que dois pavimentos na mesma quadra, sendo assim, não há grandes sombras projetadas acima do parque. As construções após a revitalização são três obras de espaços abertos com janelas e portas que auxiliam na entrada de iluminação natural. Na figura 69, há as três construções do parque e é possível ver como a iluminação natural atua em cada ambiente.

PLANTA TÉCNICA ESPAÇO MULTIFUNCIONAL

PLANTA TÉCNICA BANHEIROS

N

PLANTA TÉCNICA ESPAÇO CULTURAL

N

LEGENDA ILUMINAÇÃO NATURAL

Figura 69 – Imagens dos desenhos técnicos e atuação da iluminação natural nas três construções do parque. Fonte: Archdaily, adaptado pelo autor; 2021

N

87

Figura 70 – Imagem satélite apresentando a localização do parque e cidade. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor.

LESTE SOL MATUTINO

NORTE

SUL

MAIOR INCIDÊNCIA SOLAR

MENOR INCIDÊNCIA SOLAR

OESTE MENOR INCIDÊNCIA SOLAR

LEGENDA PARQUE

0

100M

88

3 Mao Khe Park Ventilação Natural A ventilação natural acontece com maior predominância na orientação Nordeste, em que a ventilação é mais intensa. O vento circula por todo o parque, visto que é uma área aberta, porém na orientação Norte há uma muro que pode barrar um pouco essa ventilação, fora isso não há outras barreiras físicas que afetem a ventilação do projeto.

Nos edifícios existentes do parque, a ventilação circula de forma eficaz, pois todos são construções mais abertas que integram o interior com o exterior, onde a ventilação circula mais facilmente como apresenta a figura 71: PLANTA TÉCNICA BANHEIROS

PLANTA TÉCNICA ESPAÇO MULTIFUNCIONAL

N

PLANTA TÉCNICA ESPAÇO CULTURAL

N

LEGENDA VENTILAÇÃO NATURAL

Figura 71 – Imagens dos desenhos técnicos e atuação da ventilação nas três construções do parque. Fonte: Archdaily, adaptado pelo autor; 2021

N

89

Figura 72 – Imagem satélite apresentando a ventilação do parque.

Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor, 2021

NORDESTE LESTE

NORTE

SUL

OESTE LEGENDA VENTILAÇÃO PARQUE 0

100M

90

3 Mao Khe Park Programa de Necessidades O programa de necessidades do parque é composto por atividades referentes a cultura, esporte e educação. O equipamento urbano pode ser definido como uma área mais contemplativa e paisagística, contendo muita vegetação, monumentos, estátuas e até uma fonte de água. Há espaço para festivais e performances, espaços multiuso, jardins e

outras atividades que irão proporcionar entretenimento a população. A figura 73 mostra a localização de cada um deles dentro do parque.

3

10 12 9

8

2 7

11 4

5

1 Figura 73 – Perspectiva apresentando o programa do parque.

Fonte: Archdaily, adaptado pelo autor, 2021

6

91

Figura 74 – Imagens apresentando o programa do parque. Fonte: Compilação do autor³

³Compilação de diversas imagens coletadas em: Todas as figuras são do Archdaily, exceto a figura 8 retirada do Tourist Link e a figura 12 retirada do Archello.

92

3

Mao Khe Park

Sustentabilidade Por tratar-se de uma revitalização, é importante analisar que o fato de

reutilizar e melhorar um equipamento antigo ao invés de criar um novo projeto em um novo terreno é um ato sustentável. Importante ressaltar também que diversos materiais foram reutilizados e usados na revitalização, uma estratégia muito interessante e econômica. A figura 75 mostra as alternativas sustentáveis, enquanto a figura 76 apresenta os materiais reutilizados.

• A proposta de revitalizar um equipamento público já existente é uma estratégia sustentável, pois aproveita-se de um local e o qualifica ao invés de construir outro; • Pelo equipamento já existir, não houve movimentação de terra; • Promove a importância das áreas verdes; • Os materiais usados são tradicionais da construção Vietnamita, isto é, locais; • Todos os resquícios da demolição, como, por exemplo, os metais foram reutilizados em alguns espaços do parque, é o caso do Espaço Multifuncional, o Jardim e os Banheiros em que suas construções foram criadas a partir de tais materiais; Figura 75 – Esquema apresentando as estratégias sustentáveis do parque. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

Figura 76 – Imagens apresentando os materiais reutilizados da demolição. Fonte: Archdaily, 2021

93

3

Mao Khe Park

Materiais Os

materiais

utilizados

no

parque

são

2

mais

tradicionais e usados em massa no mundo da arquitetura, há a presença de metais, concreto e tijolos compondo todas 4

as construções existentes no local. Uma arquitetura simples, bem planejada e que se adequa ao espaço em que está

1

inserida. Quase todo os caminhos do parque são feitos em 3

concreto e quase em todas as aberturas o vidro é utilizado, um outro material muito usado no mundo contemporâneo.

1

ESTRUTURA EM AÇO

4

PAREDE DE TIJOLO

5 2

TELHADO METÁLICO

5

ESTRUTURA DE CONCRETO

3

CHÃO EM CONCRETO

6

CHÃO EM PEDRAS DE CONCRETO

6 Figura 77 – Imagens apresentando os materiais utilizados no parque. Fonte: Le Minh Hoang, adaptado pelo autor; 2021

94

3 Mao Khe Park Mobiliário Urbano O mobiliário urbano do parque Mao Khe é quase inexistente, há apenas os bancos apresentados nas figuras abaixo que possuem um formato diferente assemelhando-se a uma estrela e parece ser feito de concreto. Ao longo do parque, não há outro tipo de mobiliário urbano, o projeto é vazio nesse sentido, existindo apenas as construções em que cada uma possui uma atividade específica. É possível ver o mobiliário nas figuras 78 e 79 abaixo:

BANCOS

BANCOS

Figura 78 – Imagem apresentando o mobiliário do parque. Fonte: Le Minh Hoang, adaptado pelo autor; 2021

Figura 79 – Imagem apresentando o mobiliário do parque Fonte: Le Minh Hoang, adaptado pelo autor; 2021

95

C

ONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS ESTUDOS DE CASO

1

O Parque Urbano Klyde Warren é um parque exemplar em diversos quesitos, em estratégias de localização, programa de necessidades, paisagem, implantação, sustentabilidade e um mobiliário simples que atende super bem seus usuários. Todas essas características auxiliam na construção do presente projeto. Um parque completo e totalmente vivo.

2

O Parque Natural Mangal das Garças é um grande exemplo no quesito nacional, ele possui uma característica tropical e representa bem a brasilidade do país, exaltando a fauna e flora referente ao

estado Paraense. Os modos construtivos e paisagísticos são boas influências para com o presente projeto, além de seu programa de necessidades mais contemplativo.

3

O Parque Urbano Mao Khe é um parque com boas estratégias de ventilação, métodos construtivos e acessos. A maneira como o local foi revitalizado também entra como modelo ao presente projeto respeitando uma certa originalidade do local e ao mesmo tempo trazendo novos espaços. Este estudo de caso é o responsável por trazer uma certa realidade, pois o parque também é situado em uma cidade de pequeno porte bem como o presente projeto.

levantamento local

C A P Í T U L O 0 4

97

O

MUNICÍPIO DE CASA BRANCA, SÃO PAULO

INFORMAÇÕES GERAIS POPULAÇÃO – 30.000 habitantes DENSIDADE DEMOGRÁFICA – 30 habitantes/km² ÁREA TERRITORIAL -864,18 km² DATA DE CRIAÇÃO DA FREGUESIA – 25 de Outubro de 1814 CRIAÇÃO DA VILA – 25 de Fevereiro de 1841 CRIAÇÃO DA CIDADE – 27 de Março de 1872 CRIAÇÃO DA COMARCA - 06 de Abril de 1872 ADJETIVO PÁTRIO – Casa-branquense NÚMERO DE DISTRITOS – 02 NOME DA CAPITAL ESTADUAL – São Paulo GRANDE REGIÃO GEOGRÁFICA – Região Sudeste ECONOMIA – Agricultura IDHM – 0,730

Figura 80 – Imagem da primeira rua do município. Fonte: Maria Clara Bozeda, adaptado pelo autor; 2021

98

O

MUNICÍPIO DE CASA BRANCA, SÃO PAULO

BREVE LINHA DO TEMPO

Casa Branca torna-se uma freguesia e começa a evoluir graças aos maiores açores daquela época.

Ano em que a freguesia de Nossa Senhora das Dores de Casa Branca é elevada a condição de uma vila, desfazendose assim, sua ligação com o território de MogiMirim, SP.

1814 1818

Inauguração da primeira Igreja do município, a Rosário e a primeira praça que a envolve, a Barão R Prado.

1841 1842

Casa Branca passa a ter a primeira Câmara Municipal com sete vereadores e funções executivas e legislativas.

Início da guerra do Paraguai, a agressão começa por parte dos paraguaianos ao aprisionarem um navio brasileiro. As tropas do Rio de Janeiro acampam na vila Casa Branca por alguns dias e depois continuam sua caminhada até a guerra.

1865 1872

A vila Casa Branca finalmente tornase uma cidade oficialmente.

O imperador Dom Pedro II visita Casa Branca afim de conhecer as voçorocas e a cidade, e ainda inaugurar os trilhos ferroviários.

Depois de um ano, é inaugurado o trem e seu percurso nos trilhos.

Inauguração da Igreja da Matriz e sua praça Barão de Mogi Guaçu.

1877 1885

Dom Pedro II visita a cidade pela segunda vez.

Chega a cidade o sacerdote Felix Brandi, arquiteto italiano que junto aos oficiais causam impulso na obra da Igreja Matriz e a praça que a envolve.

1888 1896

Surto de febre amarela no município causando diversas mortes.

1898 1902

É inaugurada a iluminação pública da cidade, sendo uma das primeiras cidades a realizar tal feito.

99

Inauguradas as primeiras redes de esgotos do município.

1912 1918

O município é acometido pela gripe espanhola e entra em desespero causando diversas mortes por dois anos.

Possível ano de inauguração do Bosque Municipal de Casa Branca.

1922 1925

Inicia-se o projeto de calçamento do município, isto é, os primeiros paralelepípedo s, um charme do local.

É inaugurado a ACCP – Associação Casabranquense de Cultura Physica, um clube particular destinado ao lazer e esporte. Sua localização é ao lado do Bosque Municipal.

1926 1932

É inaugurada a praça Dr. Carvalho que envolve a Escola Estadual Francisco Thomaz de Carvalho que começara a funcionar neste mesmo ano.

O prefeito João de Pádua Lima inaugura a instalação do Horto Florestal.

São inaugurados dois equipamentos importantes de cultura e lazer, sendo eles, a Biblioteca Municipal e o Centro Comunitário.

1942 1951

Acontece a primeira Festa da Jabuticaba, composta por feiras de produtos e alimentos, destacando a fruta jabuticaba.

1977 2002

As praças de Casa Branca, Lagoa Branca e Venda Branca recebem reformas.

O Bosque Municipal é reformado para melhor atender os habitantes casabranquenses

2011 2014

A cidade recebe o nome de: “Terra da Jabuticaba” em razão do seu grande plantio, festas e comercializações em torno da fruta.

O nome é honrado segundo Lei Estadual.

100

O

MUNICÍPIO DE CASA BRANCA, SÃO PAULO De acordo com o IBGE, Casa Branca é um município localizado na região sudeste do país, mais precisamente no

estado de São Paulo. Junto a Casa Branca, são formados dois distritos, sendo eles, Venda Branca e Lagoa Branca que fazem parte do município. Ele se estende por 864,2 km² e conta com 30.380 habitantes de acordo com o último censo do IBGE (2020). Os municípios vizinhos são Itobi (SP), Vargem Grande do Sul (SP), São José do Rio Pardo (SP), Mococa (SP), Tambaú (SP), Aguaí (SP) e Santa Cruz das Palmeiras (SP). Foi fundado há 207 anos atrás, na data de 25 de outubro de 1814.

O IBGE descreve que o município se originou ao redor de uma casa branca que era utilizada pelos bandeirantes como pousada, seus percursos eram acessados pelo antigo caminho de Goyaz ou "estrada dos Goiazes", onde ligava São Paulo às antigas minas de ouro de Goiás. Os registros históricos de Casa Branca como povoação só surgiram no final do século XVIII. Para explicar melhor a trajetória do município, uma breve linha do tempo é apresentada para entender a história do local e sua evolução.

Figura 81 – Mapa do Brasil e localização do município, SP. Fonte: InfoEscola, adaptado pelo autor; 2021

101

O

MUNICÍPIO DE CASA BRANCA, SÃO PAULO

CLIMA O clima no município é caracterizado como clima tropical de altitude, um tipo de clima caracterizado por verões quentes e úmidos, enquanto o inverno é seco e com quedas de temperatura. Na tabela abaixo, podemos ver como o clima atua no município de Casa Branca. Os meses mais quente são os meses de setembro e outubro alcançando 28 a 29 graus, enquanto os mais frios são os meses de junho e julho com mínimas em 12 a 13 graus.

Tabela 01 – Clima de Casa Branca, SP. Fonte: Climate Date, 2021

É possível também analisarmos os meses de chuva do município, os meses com mais chuvas são janeiro e fevereiro que os milímetros vão de 200 a 240mm de água, considerado baixo, visto que é calculado por mês, portanto chove muito pouco e esse cálculo é ainda menor nos meses de julho e agosto em que a intensidade da chuva diminui grandemente.

102

O

MUNICÍPIO DE CASA BRANCA, SÃO PAULO

ÁREAS VERDES Há uma quantidade de cinco áreas verdes no município, três funcionam como praças no centro da cidade, enquanto o Bosque Municipal e Horto Florestal funcionam como parques que servem à população. É importante ressaltar que as áreas verdes do município costumam receber cuidados de pintura, manutenção e limpeza, isto é, há um certo cuidado em relação as mesmas. Porém o único caso a ser tratado no momento é o Bosque Municipal pela sua condição atual.

A praça da Matriz e a praça Barão R. Prado citadas na figura 82, são praças acompanhadas de igrejas importantes do município e a praça Dr. Carvalho é acompanhada de uma escola pública. As três praças mencionadas localizam-se no centro da cidade e servem os usuários com bancos e diversas vegetações. Já o Bosque Municipal e o Horto Florestal são dois parques públicos próximos um ao outro, que inclusive, se conectam através de trilhas. O Horto Florestal recebeu uma qualificação e atualmente é um local bastante utilizado pelas pessoas diferente do Bosque que

ainda está subutilizado.

O Bosque Municipal e o Horto Florestal são dois equipamentos públicos e ambos se situam em meio a uma vasta e densa floresta super importante para o município pela presença de diversas faunas e floras.

103

Figura 82 – Áreas verdes em Casa Branca, SP. Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor, 2021

LEGENDA

1

HORTO FLORESTAL

3

PRAÇA DR. CARVALHO

2

BOSQUE MUNICIPAL

4

PRAÇA BARÃO DE MOGI-GUAÇU

5

PRAÇA DR. BARRETO CENTRO

104

O

BOSQUE MUNICIPAL DE CASA BRANCA O Bosque Municipal é parte de um dos

Com o passar do tempo, o local recebeu intervenções

pontos turísticos do município, ele possui uma

de revitalização, algumas apenas reformavam o local e sua

área de 28 mil metros quadrados que interligado

infraestrutura, enquanto outras traziam novas atrações. É

ao Horto Florestal, formam-se um conjunto de

importante dizer que todas estas intervenções foram

árvores nativas tropicais. Um grande número de

solicitadas pelos próprios prefeitos com o intuito de melhorar

pessoas já passaram pelo local, principalmente

o local, mas não há informações de que arquitetos ou

aos domingos, onde as famílias se reuniam para

paisagistas faziam parte desses projetos de revitalização.

se divertirem e relaxarem. Não há uma data

Um equipamento formado por vegetações e ar puro, o

definitiva de quando o Bosque foi inaugurado, há

Bosque encanta a todos com sua beleza natural e faz parte

quem diga que foi em 1926, no mesmo ano de

da história do município, além de ter sido o responsável por

inauguração do Clube ACCP, mas também há

propiciar boas memórias de gerações em gerações através

quem diga que foi inaugurado no ano de 1922,

das brincadeiras, diversões, reuniões familiares e demais

quando

atividades. (MOLINARI, 2014, p. 213)

um

campeonato

regional

de

bocha

aconteceu no local. (MOLINARI, 2014, p. 210)

Figura 83 – Entrada do Bosque Municipal. Fonte: Acervo próprio, adaptado pelo autor, 2021

105

Figura 84 – Pessoas ao lado do lago no Bosque Municipal de Casa Branca. Fonte: Maria Clara Bozeda, 2014

Figura 85 – Dois homens ao lado da área coberta no Bosque Municipal. Fonte: Maria Clara Bozeda, 2014

LOCALIZAÇÃO: Sendo um dos importantes pontos do município, principalmente anos atrás, o Bosque Municipal é

próximo ao centro da cidade e é um equipamento reconhecido por todo cidadão casa-branquense.

ACESSO: Há apenas uma via que acessa o equipamento, sendo ela, a via Cel. Castro, porém há também trilhas feitas de forma amadora que chegam ao local.

PROGRAMA: O programa de necessidades da atual situação do Bosque é bastante escasso, contendo apenas algumas atrações, como, por exemplo: um parquinho infantil, uma pequena capela e um espaço com mesas e cadeiras,

enquanto a parte comunitária é composta por um chafariz, um banheiro e um depósito. Na configuração paisagística, há dois lagos e uma vasta vegetação. A localização de cada programa é estabelecida na figura 86 a seguir:

106

ENTENDENDO O PROGRAMA área coberta

N

capela

Figura 86 – Localização de cada programa no local. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021 sanitário

chafariz

107

M

APAS DE LEVANTAMENTO DO ENTORNO

Os mapas de diagnóstico são mapas que coletam informações pertinentes sobre o entorno do terreno do Bosque Municipal e as características que o permeiam. A área dos mapas a seguir são de 1,4 quilômetros (km) ao redor do equipamento público, desse modo, consegue-se apresentar um maior núcleo de informações sobre o entorno, seus usos, gabaritos, cheios e vazios, hierarquia viária, público e privado, topográfico e o último mapa de condicionantes ambientais.

N

LEGENDA D:1.400 METROS R:700 METROS

Figura 87 – Diagrama apresentando a área delimitada de diagnostico. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

ÁREA DO BOSQUE

108

M

APAS DE LEVANTAMENTO DO ENTORNO

N

Ao analisar o Mapa de Uso e Ocupação, é

perceptível que a área ao redor do Bosque Municipal é composta por diversas vegetações, enquanto ao lado Sul, há uma parte da área urbana.

Pode-se entender que essa área é majoritariamente residencial, existindo apenas alguns comércios e

serviços. Os edifícios referentes ao lazer são próximos os mais próximos do bosque.

ÁREA DO BOSQUE

ÁREA DE VEGETAÇÃO L E G E N D A

COMÉRCIO RESIDENCIAL SERVIÇO

RELIGIOSO EDUCAÇÃO LAZER

Figura 88 – Mapa de uso e ocupações. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

109

M

APAS DE LEVANTAMENTO DO ENTORNO N Ao analisar o Mapa de Cheios e

Vazios, percebe-se que na orientação Norte, Oeste e Leste, há um grande vazio preenchido por vegetações que permeiam o bosque, enquanto ao Sul, há a presença de cheios formados pela área urbana que se estende até o bosque.

L E G E N D A

ÁREA DO BOSQUE CHEIOS VAZIOS

Figura 89 – Mapa de cheios e vazios. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

110

M

APAS DE LEVANTAMENTO DO ENTORNO

N

Ao analisar o Mapa de Gabarito, é possível perceber o quanto essa área do município possui edificações apenas no térreo, há apenas algumas com dois

pavimentos ou mais. Ao redor do bosque não há nenhum prédio que possa projetar sombras ao local, exceto pela própria vegetação existente.

L E G E N D A

ÁREA DO BOSQUE UM PAVIMENTO DOIS PAVIMENTOS OU MAIS

Figura 90 – Mapa de Gabarito. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

111

M

APAS DE LEVANTAMENTO DO ENTORNO

N

Ao analisar o Mapa de Hierarquia Viária, percebe-se a presença de vias

coletoras e locais, enquanto há apenas uma arterial, sendo ela, a via de entrada ao município. Há também duas vias não pavimentadas ao lado da via arterial. Em uma área de pesquisa de 1,4 km, há

apenas

dois

pontos

de

ônibus,

evidenciando certa falta de transporte público, principalmente para acessar o Bosque Municipal.

L E G E N D A

ÁREA DO BOSQUE

PONTO DE ÔNIBUS

VIA ARTERIAL

AVENIDA RENATO PISTELLI

VIA COLETORA

VIA LOCAL VIA NÃO PAVIMENTADA Figura 91 – Mapa de Hierarquia Viária. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

112

M

APAS DE LEVANTAMENTO DO ENTORNO

N

Ao analisar o Mapa de Público e Privado, percebe-se grande número de edificações

residencial)

privadas

e

alguns

(a

serviços

particulares,

enquanto

há

edificações

públicas,

sendo

comércios,

uma

escola

maioria

mais

algumas

pública,

elas, um

equipamento de lazer e alguns serviços.

L E G E N D A

ÁREA DO BOSQUE PÚBLICO PRIVADO Figura 92 – Mapa de Público e Privado. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

113

M

APAS DE LEVANTAMENTO DO ENTORNO

Ao

analisar

o

Mapa

N

de

Condicionantes, apresenta-se o percurso

do sol, em que na orientação Leste, o sol aparece no período matutino, depois passa pelo Norte e chega ao Oeste no período

vespertino.

predominante

Já

provém

a

ventilação

da

orientação

Leste.

Os ruídos próximos ao local provém do Clube Particular ACCP que possui um ginásio esportivo e atividades de lazer que

LESTE

OESTE

provocam altos ruídos.

L E G E N D A

VENTILAÇÃO RUÍDOS NASCER DO SOL PÔR DO SOL Figura 93 – Mapa de Condicionantes Ambientais. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

a proposta

C A P Í T U L O 0 5

115

A

INTERVENÇÃO A área total do Bosque Municipal é de aproximadamente 28.000 mil metros quadrados, portanto, toda essa área

deve receber a intervenção e proposta de um novo projeto. A via que acessa o Bosque e a entrada do mesmo também são parte de toda a intervenção, ou seja, a revitalização inicia-se pela via Rua Cel. Castro e alcança até a extremidade norte do Bosque. Grande parte do local é recheado de vegetação e deve continuar assim, enquanto outras partes do parque recebem novas construções, atrações e uma nova paisagem.

N

Além dos 28.000 m² referentes ao Bosque, há aproximadamente mais 4.500

m² referentes ao espaço onde deve ser construído um grande estacionamento com vagas para carros, motos, ônibus e

28.000

bicicletários totalizando assim, mais de 32.000 m² de intervenção. São mais de

90 vagas para receber e acomodar a todos os usuários e visitantes incluindo pessoas com necessidades específicas.

Rua Cel. Castro Figura 94 – Mapa apresentando a área de intervenção escolhida. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

116

Por ser um local já existente a receber um novo projeto, apenas duas pequenas construções são demolidas,

sendo elas, o banheiro e o depósito por não fazerem sentido em meio ao Bosque e em razão de estarem danificados. Os vasos sanitários e pias devem ser reutilizados para compor os novos banheiros previstos no projeto geral, enquanto as madeiras existentes na casinha de depósito também devem

ser reutilizadas nos novos mobiliários.

1

Essas são os únicas construções a serem demolidas, diferente da pequena capela e a área coberta que devem continuar

fazendo

parte

do

novo

projeto

recebendo

2

melhorias.

1

DEPÓSITO

2

BANHEIRO Figura 95 – Imagem do depósito e banheiro. Fonte: Acervo próprio, 2021

117

Ao analisar o esquema topográfico na figura ao lado (96),

N

é perceptível a quantidade de curvas de nível que atravessam a área do Bosque delimitada, são apenas três longas curvas existentes no local.

Na entrada do Bosque, há a primeira curva classificada

no nível 700, em segundo há a curva 700,5 enquanto a terceira é a 701 na extremidade norte. É importante destacar que entre as três curvas, o terreno aumenta 0,50 centímetros, ou seja, da 700 a 701 o terreno aumenta levemente de 0,50 em 0,50 centímetros, como é possível observar na figura ao lado:

L E G E N D A

ÁREA DO BOSQUE CURVAS DE NÍVEL

Figura 96 – Esquema Topográfico. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

118

C

ONCEITO Foram escolhidos dois conceitos que irão proporcionar diretrizes ao presente trabalho, tais conceitos são

elementos fundamentais na construção do projeto arquitetônico e suas características. Os conceitos são: 1/ INTEGRAÇÃO: O conceito “Integração” consiste em integrar partes do local, isto é, integrar atividades, espaços,

pessoas e até mesmo o próprio equipamento municipal ao entorno em que está inserido. Esse conceito é responsável por criar formas e maneiras de integração, visto que é uma precariedade no caso do Bosque Municipal devido a sua situação atual e sua localização em meio a uma vasta vegetação.

2/ INTERAÇÃO: O conceito “Interação” é a ação de interagir ao modo social, visual, natural e espacial, ou seja, interação entre pessoas, espaços, natureza e até mesmo à nível visual. Um conceito em que cada peça está em

constante relação até formar-se uma só obra.

1/

2/

Figura 97 – Elaboração gráfica dos dois conceitos presentes na proposta. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

119

P

ARTIDO ARQUITETÔNICO O partido arquitetônico de um projeto é definido como uma ferramenta responsável por realizar e materializar o

conceito, ou seja, enquanto o conceito é uma diretriz impalpável, o partido é a realização palpável de tal diretriz. Portanto, o partido é consequência do conceito, sendo eles: Integração e Interação. A seguir, é possível ver elaborações do partido:

madeira material integrador em relação a natureza

vidro - material que integra o interior e exterior

Arco elemento de interação visual e destaque

vegetação elemento de integração ao espaço

ponto de alimentação estratégia para interação social

Figura 98 – Elaboração do partido arquitetônico. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

120

P

ROGRAMA DE NECESSIDADES Todos os ambientes existentes e suas dimensões

são

construídos

através

dos

estudos

de

caso

(principalmente o caso Mao Khe Park), enquanto outros ambientes são dimensionados a partir do Módulo Mínimo, isto é, são dimensionados segundo o mobiliário e a circulação necessária para que o espaço funcione.

O banheiro e o depósito são os únicos ambientes demolidos,

porém,

resquícios

da

demolição

são

reutilizados, como, por exemplo: os vasos sanitários, pias do banheiro e a madeira do depósito. A pequena capela se transforma em um templo ecumênico, um

local mais destinado as pessoas em geral para orações sem cunho religioso específico.

Comparando a situação atual e a proposta definida, é perceptível a diferença de ambientes, visto que a proposta apresenta maior núcleo de atrações, justamente para sanar a baixa vitalidade existente no Bosque Municipal.

Tabela 02 – Elaboração do programa de necessidades (Atrações).

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

121

Toda a área de administração (Tabela 03) é

responsável por administrar o local de forma geral e cuidar da direção, coordenação, reunião, visto que o Bosque conta com aulas de educação ambiental, portanto, tais ambientes são necessários para um melhor funcionamento e organização do local.

Tabela 03 – Elaboração do programa de necessidades (Administração).

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

A área de apoio (Tabela 04) é um local que serve como apoio as necessidades dos usuários ou

visitantes ao Bosque. Essa área contém banheiros, depósito, enfermaria para cuidar de acidentes que possam ocorrer, estacionamento com mais de 90 vagas e alguns outros ambientes que são suporte para as pessoas.

Tabela 04 – Elaboração do programa de necessidades (Apoio). Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

122

P

ROGRAMA DE NECESSIDADES A faixa etária referente as atrações são

diversas, todas as idades foram atendidas e pensadas para que todos possam ter um mesmo passeio e experiência de lazer sem fazer

diferença

de

idade.

É

importante

ressaltar que todas as idades possuem acesso a qualquer programa, pois o local é um espaço público, porém, é claro que algumas atrações focam em uma faixa etária específica.

PARA

TODAS IDADES Tabela 05 – Elaboração da faixa etária de cada atração. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

123

P

LANO DE MASSAS Para a construção e planejamento do programa e os

4. Há dois banheiros em todo o Bosque, um para

percursos existentes no Bosque, há algumas estratégias a

atender a área de Educação Ambiental e outro para

serem pensadas como na figura 99 na página a seguir:

atender o próprio equipamento em si.

1. A proposta do programa do Bosque Municipal é

5. Os percursos e caminhos do projeto são mais

extensa e bastante distribuída de maneira que cada

orgânicos, pois desta maneira os usuários podem

programa da intervenção seja utilizado e vivo com a

contemplar toda a paisagem existente e assim o

presença de diferentes pessoas ao mesmo tempo.

caminhar torna-se mais prazeroso.

2.

recebem

6. A praça de alimentação e o banheiro são

intervenções ou usos, estas são partes preservadas

localizados na região central de todo o Bosque, pois

que não sofrem alterações, pois desta maneira causa-

desta maneira é capaz de servir melhor os usuários.

se menor impacto ambiental de forma geral.

7. Na entrada do equipamento é previsto o

3. O edifício de Educação Ambiental é um programa

estacionamento com diversas vagas para carros,

pensado no quesito privacidade e silêncio, pois é um

motos, ônibus e bicicletas.

local que necessita mais atenção. O edifício deve ser

8. A área de jogos junto a quadra poliesportiva devem

Algumas

partes

do

projeto

não

situado próximo ao estacionamento para questões de carga/ descarga e próximo também ao lago e matas nativas proporcionando visão privilegiada.

estar próximos representando a brincadeira como uma atividade do bem-estar.

124

N

L E G E N D A

ESTACIONAMENTO

HORTA

JARDIM SENSORIAL

ED. AMBIENTAL

QUADRA ESPORTIVA

TEMPLO ECUMÊNICO

ÁREA COBERTA BANHEIRO CAMPO GRAMADO PARQUINHO ALIMENTAÇÃO

VENTO PREDOMINANTE

CHAFARIZ POMAR ACADEMIA JOGOS PERCUSOS

Figura 99 – Elaboração do plano de massas.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

125

C

ROQUIS São elaboradas croquis de algumas atrações

previstas, isto é, uma breve apresentação de como esses espaços devem ser projetados e estudados.

banheiros 6 foodtrucks

mesas e cadeiras

Figura 100 – Elaboração dos croquis iniciais. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

equipamentos

126

banheiros administração

fonte interativa

acessos

Brinquedos infantis

quadra p/ jogos como: futebol, basquete, vôlei, futsal, handebol e outros.

Figura 101 – Elaboração dos croquis iniciais. Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

sala de aula

projetando...

C A P Í T U L O 0 6

128

C

OMEÇANDO A PROJETAR...

Dando continuidade ao processo de projeto no

Bosque Municipal como um todo, primeiro segue-se o conceito Integração e Interação para poder criar a idealização dos programas. Cada um deles devem possuir alguma relação entre si através de formas, materiais e cores, portanto, a forma escolhida foram diversas esferas dispostas na área de intervenção, dessa maneira cada programa existente teria uma maior relação entre si, tais

esferas se interagem e se completam formando uma interdependência entre elas.

Em segundo, é previsto um percurso que possui a intenção de “caminhar” por todas as esferas conectando uma a outra como um elemento integrador.

Após tal decisão, o terceiro passo é criar os próprios programas, portanto, foram pensados em ambientes abertos e para representar isso, as esferas formam amplos pátios a céu aberto, onde os usuários podem andar mais livremente e contemplar a paisagem local.

Figura 102 – Diagrama das esferas.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

129

A partir disso, diversos modelos iniciais de implantação foram criados para melhor entender o local e é perceptível que em cada evolução as esferas vão se integrando cada vez mais, isto, para seguir diretamente os dois conceitos adotados no projeto. Na figura abaixo, há todas as oito evoluções representadas até alcançar a nona evolução, vulgo, a definitiva.

EVOLUÇÃO 01

EVOLUÇÃO 05

EVOLUÇÃO 02

EVOLUÇÃO 06

Figura 103 – Evoluções da implantação. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

EVOLUÇÃO 03

EVOLUÇÃO 04

EVOLUÇÃO 07

EVOLUÇÃO 08

130

E

O QUE É?

DUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FORMA DE CONSCIENTIZAÇÃO

De acordo com a lei n 9.795 (27 de Abril de 1999 nos Art. 1, 2, 3) a Educação Ambiental, uma das atrações prevista no Bosque, é um local onde deve acontecer aulas referentes ao meio ambiente, um tipo de ensino responsável por mostrar aos alunos a importância, a preservação e sustentabilidade em relação ao mesmo, ou seja, uma educação que forma valores sociais, trazendo conhecimentos e habilidades fundamentais para uma melhor qualidade de vida da população como um todo, visto que cada cidadão possui o direito de acesso a essa educação. (BRASIL, 1999)

I - O enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II - A concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III – O pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV - A vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V - A garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI - A permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII - O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. (BRASIL, 1999, Art. 4)

Desta maneira, é possível entendermos a definição, o objetivo e importância da Educação Ambiental em meio a população e, consequentemente, o meio ambiente existente. O ensino é capaz de contribuir para um município mais conservado, sustentável e vital para gerações futuras e suas condicionantes.

131 DO PLANETA TERRA

APRENDER

Figura 104 – Planeta terra. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

132

E

DUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FORMA DE CONSCIENTIZAÇÃO

POR QUE?

Em meio ao projeto paisagístico do Bosque Municipal, existe a realização de uma obra arquitetônica, sendo ela, o edifício da Educação Ambiental, a escolha por um espaço de cunho ambiental ocorre devido ao grande número de queimadas dos últimos anos no município de Casa Branca (SP). Os incêndios criminosos ocorrem justamente no Bosque Municipal e Horto Florestal, e são responsáveis por deteriorar a fauna, a flora, o meio ambiente existente e ainda impactando negativamente na paisagem local. É possível observar na figura abaixo, matérias de jornais mostrando as queimadas no

município. Em 2018, o município ocupa a terceira posição, enquanto no ano de 2021 a primeira posição.

Figura 105 – Matérias jornalísticas sobre as queimadas em Casa Branca (SP). Fonte: Jornal EPTV, adaptado pelo autor, 2022

133

E

DUCAÇÃO AMBIENTAL E O PROJETO ARQUITETÔNICO

SETORIZAÇÃO

O primeiro passo para a concepção do edifício de Educação Ambiental é setorizar o programa de necessidades referente a ele. Há a presença de uma sala de aula, uma mini biblioteca/sala de estudos, uma sala de exposição, dois sanitários e a parte administrativa. Portanto, foram enumeradas algumas estratégias:

1. A sala de exposição situa-se ao centro do edifício por ser um espaço mais público podendo receber visitas dos visitantes do próprio Bosque.

2. A sala de aula por ser diagonal, se aloca tanto a Leste quanto a Oeste, pois as aulas acontecem no período vespertino, momento em que o sol está incidindo sobre essa orientação e iluminando todo o ambiente estudantil.

3. A mini biblioteca/sala de estudos situa-se ao lado da sala de aula, separados apenas por uma parede para melhor integração entre os espaços e ao mesmo tempo servindo as necessidades estudantis dos alunos.

4. Na área entre os três blocos existentes do edifício, há áreas de circulação e contemplação da paisagem formando amplos corredores destinados a tal contemplação.

5. A parte administrativa junto aos sanitários se alocam ao Sul e estão ao lado oposto da salas de aula para manter uma separação entre o ensino e o administrativo composto por professores e funcionários.

6. Á frente do edifício, há a presença de uma horta comunitária que deve ser supervisionada pelos próprios alunos e professor.

134

E

ONDE HÁ?

DUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FORMA DE N

CONSCIENTIZAÇÃO É importante ressaltar que Casa Branca (SP) é um dos municípios que não possuem espaços destinados ao ensino da educação ambiental.

Dentre a lista, outros municípios próximos como: Aguaí (SP), Itobi (SP), Tambaú (SP), Vargem

39,9km

Grande do Sul (SP) também não possuem esse tipo de educação, o que não é o caso de Mococa (SP) e Santa Cruz das Palmeiras (SP) que já contam com

um espaço para esse tipo de ensino, sendo ambos de caráter público. O mapa ao lado mostra a

21,1km

distância (km) de Casa Branca até as cidades mais próximas que possuem o ensino ambiental e como ele é pouco difundido nesses municípios.

40,2km

Figura 106 – Mapa dos municípios.

Fonte: Google Earth, adaptado pelo autor, 2022

135

Na figura abaixo (107), é possível observar cada um dos espaços do programa, onde estão situados e ainda suas respectivas entradas através das setas vermelhas:

sala de exposição do meio ambiente com duas entradas e visão privilegiada para a mata nativa

parte administrativa que cuida do edifício

ADM

WC

sanitários para atender os usuários

horta comunitária à frente do edifício tendo acesso de todos os alunos e visitantes.

Figura 107 – Setorização do edifício ambiental. Elaborado pelo autor, 2022

SALA DE EXPOSIÇÃO

HORTA

uma sala de aula com cadeiras, mesas e armários

MINI BIBLIOTECA SALA DE AULA

uma mini biblioteca, espaço de convivência e cabine de estudo integrados

136

E

DUCAÇÃO AMBIENTAL E O PROJETO ARQUITETÔNICO

FORMA

O edifício que concebe a Educação Ambiental é formado por três blocos, em um deles, há a presença de uma sala de aula destinada a uma certa faixa etária, sendo ela, crianças de 6 a 8 anos de idade e uma outra sala ao lado contendo uma mini biblioteca e espaços de estudo/aconchego para as crianças. O segundo bloco é composto por uma sala de exposição

fixa, onde conta-se um pouco sobre o meio ambiente e sua história, e por último, há o terceiro bloco composto pela parte administrativa do local, depósito e os banheiros. Para cumprir com a temática ambiental resgatada para o local, é interessante que o edifício possua estratégias mais ecológicas em relação aos materiais, conforto ambiental, construção e outras questões, podendo assim contribuir para um mundo mais qualificado.

Anexado ao edifício, há a presença de uma horta comunitária que deve ser supervisionada e cultivada constantemente

pelos próprios alunos junto aos professores para providenciar temperos e alimentos aos usuários do Bosque Municipal.

Algumas ideias abaixo direcionam a concepção da forma do edifício e como ela evoluiu conforme as ideias (Figura 108 à 109):

1. Forma que se abre e proporciona visão privilegiada para o resto do Bosque; 2. Piso elevado do solo auxiliando na ventilação natural e conservando a passagem de pequenos animais; 3. Fachada que possua algum painel decorativo; 4. Corredores livres trazendo integração e contato social/visual; 5. Cobertura responsável por integrar os três blocos; 6. Espaços abertos entre os blocos;

137

EVOLUÇÃO 01

Três

blocos

são

dispostos

separadamente, cada um possui um uso específico e entre eles, há um pátio central os conectando, onde previamente é a recepção e horta comunitária.

EVOLUÇÃO 01

EVOLUÇÃO 02 Os três blocos continuam existentes, porém agora são integrados em razão do conceito

de

integração.

É

possível

perceber que os blocos estão elevados do solo em colunas como já explicado na página anterior.

EVOLUÇÃO 02 Figura 108 – Evolução das formas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

138

EVOLUÇÃO 03 Ainda existente, os três blocos se integram ainda mais e dessa vez, o edifício produz duas abas que se abrem para o resto do Bosque proporcionando uma visão privilegiada. Uma cobertura EVOLUÇÃO 03

vegetal corredor

envolve

os

aberto

blocos se

e

um

dispõe

proporcionando relação do interior com

exterior.

Figura 109 – Evolução das formas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

139

M

ATERIAIS

Os materiais utilizados no Bosque e no Edifício Ambiental são diversos, isto, pois diferentes materiais enriquecem o projeto em sua totalidade. Os materiais referentes ao Bosque são mais coloridos para atrair os olhares dos usuários e possuem ecologia, no caso das borrachas de pneu reciclado revestindo o piso no parquinho infantil. Referente ao Edifício Ambiental foi escolhido a madeira pinus como protagonista e cores claras para os ambientes estudantis, cores estas que simbolizam terra e vegetação. Materiais usuais como o aço, tijolo e concreto são os líderes do projeto contendo um pouco

de cada um em cada parte do projeto.

cor: marrom arenoso cor: melão

madeira pinus

borracha pneu reciclado Figura 110 – Materiais do projeto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

concreto

cor: verde mar

140

P

AISAGISMO Algumas estratégias foram organizadas para poder entender um pouco sobre

a vegetação e como ela se implementa ao Bosque. Há diversos tipos de vegetações e elas são listadas abaixo: 1. As ornamentais que possuem formas interessantes e contemplam a paisagem

VEGETAÇÃO

atraindo os usuários; 2. As frutíferas que produzem frutos que alimentam a fauna existente; 3. As coloridas que através de cores variadas trazem alegria e se destacam dentre todo o verde existente; Além dos tipos de vegetações, há ainda duas maneiras de como elas podem ser distribuídas, sendo elas: O maciço homogêneo que consiste em um mesmo conjunto com espécies iguais, enquanto o maciço heterogêneo é o oposto, ou seja, consiste em um conjunto de duas ou mais espécies divergentes. (ABBUD, 2006)

MACIÇO HOMOGÊNEO

VEGETAÇÃO ORNAMENTAL

VEGETAÇÃO FRUTÍFERA

VEGETAÇÃO COLORIDA

MACIÇO HETEROGÊNEO

141

Na figura ao lado é possível observar todas as vegetações previstas no projeto, todas possuem formas, cores e frutos que

implementam na experiência dos usuários referente

a

vegetações relação

paisagem. que

entre

permitam os

São

escolhidas

visualização

programas

e

trazendo

Além

tropicalidade e cor.

das

vegetações, temos a

Os espelhos d’ água são elementos que

tabela de pisos com

faz parte do projeto interagindo e refrescando

blocos intertravados e

o local, trazendo assim, bem estar aos

pneus

usuários.

compondo o piso do

Outro elemento interessante no Bosque

reciclados

Bosque. As placas de

é o arbusto Pingo de Ouro que permeia grande

concreto

parte das esferas proporcionando lindas visões

caminhos

em

cinza,

e encantando os usuários com todo o seu

enquanto

a

grama

longo percurso em meio ao equipamento local.

formam

os

esmeralda preenche o Tabela 06 – Tabela de Paisagismo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

local.

142

M

OBILIÁRIO URBANO

Todo o mobiliário urbano é composto por bancos, mesas, cadeiras, redes e outros para melhor servir as necessidades de descanso, relaxamento e diversão dos usuários.

banco (madeira)

143

E

STRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS (VENTILAÇÃO NATURAL) A ventilação natural no Edifício Ambiental é caracterizada como ventilação cruzada, pois há grandes aberturas em

que o vento é capaz de circular em seu interior, isto, pois são direcionadas para o Leste, orientação predominante de ventilação natural no município. As portas pivotantes são as responsáveis por proporcionar eficaz circulação de ar no edifício. Na figura abaixo é possível observar como a ventilação atua nas salas: SALA DE EXPOSIÇÃO

LESTE SALA DE AULA

Figura 111 – Esquema de ventilação.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

144

E

STRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS (ILUMINAÇÃO NATURAL) A iluminação natural no Edifício Ambiental acontece

através de grandes aberturas como portas e janelas, as portas pivotantes são as responsáveis por trazer iluminação natural ao espaço interior, pois possuem uma tela vazada possibilitando iluminação e ventilação natural. Além dos extensos c e as portas

pivotantes, os corredores e espaços abertos também possibilitam a entrada de luz natural mais facilmente. Em contrapartida, para barrar uma intensa iluminação natural em dias de muito sol, há um beiral de dois metros barrando essa iluminação e ainda uma estrutura de madeira na fachada frontal.

OESTE

estrutura de madeira

Figura 112 – Esquema iluminação natural.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

beiral 2m

LESTE

145

S

ISTEMA CONSTRUTIVO O sistema construtivo é composto por uma variedade de materiais bastante usuais no mundo da Arquitetura e do

Urbanismo e essa diversidade enriquece o projeto como um todo. Na figura abaixo, um diagrama apresentando os métodos construtivos:

1 1 2

TELHADO – VEGETAL LAJE – MACIÇA DE

2

CONCRETO

3 4

VIGAS – AÇO

ALVENARIA – TIJOLO ECOLÓGICO

5

3 4

PILARES – CONCRETO

5 6

BASE PISO - CONCRETO

Figura 113 – Esquema construtivo. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

6

perspectivas

C A P Í T U L O 0 7

147

IMPLANTAÇÃO HUMANIZADA

N 10 09

08 01

07 02 06

03 05

04

Figura 114 – Implantação humanizada. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

148

01 - EDIFÍCIO AMBIENTAL

N

PLANTA HUMANIZADA

PERSPECTIVA

Figura 115 – Planta humanizada e perspectiva.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

149

01 - EDIFÍCIO AMBIENTAL (exterior)

Perspectiva 01

Perspectiva 02

Perspectiva 03

Perspectiva 04

Figura 116 – Perspectivas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

150

01 - EDIFÍCIO AMBIENTAL (interior)

sala de aula

estudo e estar

Figura 117 – Perspectivas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

mini biblioteca

sala de exposição

151

02, 03, 04, 05 - PROGRAMA

mesas de jogos

quadra poliesportiva

praça de alimentação

academia ao ar livre

Figura 118 – Perspectivas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

152

06, 07, 08 - PROGRAMA

parquinho

templo ecumênico/ área multifuncional

Figura 119 – Perspectivas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

jardim sensorial

templo ecumênico (interior)

153

09, 10 - PROGRAMA

pomar

Figura 120 – Perspectivas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

campo gramado

154

CORTES HUMANIZADOS

ESTACIONAMENTO

Figura 121 – Cortes humanizados. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

QUADRA POLIESPORTIVA

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

155

CORTES HUMANIZADOS

DENSA MATA

Figura 122 – Cortes humanizados. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

TEMPLO E ÁREA MULTIFUNCIONAL

JARDIM SENSORIAL

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

156

CORTES HUMANIZADOS

EDIFÍCIO AMBIENTAL HORTA COMUNITÁRIA

Figura 123 – Cortes humanizados. Fonte: Elaborado pelo autor, 2022

QUADRA POLIESPORTIVA

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

157

B

IBLIOGRAFIA

Abbud, Benedito. 2006. Criando Paisagens. São Paulo : Senac São Paulo, 2006.

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