JORNAL DO SERVIÇO EDUCATIVO SETEMBRO A DEZEMBRO 2014 | NÚMERO 27 Coordenação Elisabete Paiva Edição Elisabete Paiva e Sandra Barros Produção Gráfica Susana Sousa Comunicação Bruno Barreto Marta Ferreira Susana Magalhães
Design Atelier Martino&Jaña Textos de Ema Nunes Grécia Rodriguez & Leonardo de Albuquerque Joana Providência Leonor Keil Manuela Calheiros Manuela Paredes Marta Martins
Patrícia Portela Laboratório LURA (conteúdos) Lara Soares Patrícia Portela & Cláudia Jardim & Sónia Baptista Distribuição Carlos Rego
servicoeducativo@ aoficina.pt ISSN 1646-5652 Tiragem 3000 exemplares
"SE A CRIANÇA SE ELEVA ATÉ AO ADULTO ATRAVÉS DO JOGO, O ADULTO TAMBÉM NECESSITA DO JOGO PARA RECONHECER NA CRIANÇA O SEU OUTRO. QUANTO MAIS AS SOCIEDADES TENDEM A ABSORVER AS SUAS CRIANÇAS NAS SUAS PREOCUPAÇÕES ANSIOSAS, MENOS VALOR ATRIBUEM AO JOGO. QUANTO MAIS RECONHECEM A SUA AUTONOMIA, MAIS ACEITAM A IDEIA DE AS VEREM REPRESENTAR, LONGE DAS SUAS DORES E DOS SEUS TRABALHOS." ROLAND DORON, IN LE JEU DE L'ENFANT (1972)
JORNAL DE ARTES E EDUCAÇÃO
EDITORIAL
PISTAS
Fazer parte de uma mudança significativa no mundo é uma possibilidade muito remota no tempo de vida de um indivíduo. Com alguma sorte (e atenção) integramos uma cadeia de mudança que pode demorar várias gerações a concretizar-se. Mesmo assim, contra as probabilidades, algumas pessoas dedicam a sua vida a ser “condutores” de conhecimento: professores, investigadores, intelectuais, artistas. Possuídos de um desejo de avançar para o que agora os ultrapassa, empreendem em estudar, compreender e modelar o desconhecido, na expectativa (entre outras, é certo) de oferecer algo novo, melhor, inspirador a quem venha depois.
No “país pequeno que faz por caber numa Europa cansada”, esse Portugal de que falava o espetáculo Cara, de Aldara Bizarro, as pessoas que se dedicam a tais causas vão sendo empurradas borda fora. Curiosamente, uma professora de Físico-química sensível à natureza da sua profissão, alertou-me mais uma vez para a problemática do esquecimento organizado: se uma geração, ou duas ou três, decidir privar os vindouros do acesso a de-
terminadas ligações numa cadeia de conhecimentos, o futuro ficará empobrecido, a escolha será menor, a mudança mais improvável. Por isso, sem recato, dedicamos estas linhas curtas aos intelectuais e criadores portugueses que silenciosamente vamos deixando de ler, de ouvir ou de ver.
Como nasceram as Fábulas elementares Patrícia Portela pág. 3
TRILHOS
A Arte como Farol… Manuela Calheiros pág. 9
A MONTANTE
Artemrede: Uma rede de mediação cultural inscrita no território Marta Martins pág. 4