JORNAL DO SERVIÇO EDUCATIVO SETEMBRO A DEZEMBRO 2013 | NÚMERO 25 Coordenação Elisabete Paiva Edição Elisabete Paiva e Sandra Barros Produção Gráfica Susana Sousa Comunicação Bruno Barreto Marta Ferreira
Design Atelier Martino&Jaña Textos de António Matos Catarina Lacerda Daniela Paes Leão e Merel Willemsen f. marquespenteado Luís Ribeiro Manuel Fernandes Mario R. N. Cordeiro Sandra Barros
Laboratório LURA Samuel Silva Distribuição Andreia Abreu Andreia Novais Carlos Rego Hugo Dias Paulo Covas Pedro Silva Sofia Leite Susana Pinheiro
servicoeducativo@ aoficina.pt ISSN 1646-5652 Tiragem 3000 exemplares
TRANSMITIREMOS ORALMENTE O CONTEÚDO DOS LIVROS AOS NOSSOS FILHOS E OS NOSSOS FILHOS, POR SUA VEZ, LEVARÃO O ENSINO AOS OUTROS. MUITOS SE PERDERÃO, É INEVITÁVEL. MAS NÃO SE PODE FORÇAR AS PESSOAS A OUVIR. RAY BRADBURY, IN FAHRENHEIT 451
JORNAL DE ARTES E EDUCAÇÃO
EDITORIAL
A MONTANTE
Reconstituindo um momento fundador, os rituais permitem fixar traçados e sedimentar práticas, comportamentos e noções; ao mesmo tempo que pela experiência do retorno nos proporcionam o conforto do reconhecimento, instituem uma base sólida para nos lançarmos à aventura da vida. Um dos aspetos mais marcantes de se ser espectador é justamente a experiência do retorno. O regresso a determinado museu ou teatro, o regresso aos clássicos, que nos situa enquanto comunidade, o regresso à visão daquele objeto ou daquele fi lme que nos marcou. O regresso impressivo do cheiro de uma sala, a concretização do ritual que inclui a consulta de um programa para escolher um evento, o rasgar do canhoto, o gongo, as luzes que se apagam.
É de tal forma que parece impossível ser-se espectador apenas uma vez – espectador é aquele que regressa. E assim, regressando, diferentes ideias e figuras se vão tornando nossa companhia, reconfi gurando o nosso mundo e alargando a comunidade de que fazemos parte.
em assistir a um evento mas antes se alimenta do encadeamento de imagens diversas, da reconstituição de lugares e de gestos? Ser espectador é participar num processo constituinte das individualidades e das comunidades, ação que, fraturante ou agregadora, revitaliza a vida em comum.
Como dar conta desta experiência vital mas não obrigatória, fruto exclusivo da vontade? Como instituir este desejo, que não se esgota
Por todo o país, a temporada cultural recomeça. Sejamos espectadores - regressemos! Elisabete Paiva
TRILHOS
Museu da Crise Daniela Paes Leão e Merel Willemsen pág. 6
Sobre a intempérie, o abismo e a dúvida f.marquespenteado pág. 4
PISTAS
Sobre a língua e a Língua Catarina Lacerda pág. 2