Serviço educativo lura 20 2012

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Jornal do Serviço Educativo JANEIRO A MARÇO 2012 | NUMERO 20 Coordenação Elisabete Paiva Edição Elisabete Paiva e Inês Mendes Produção Gráfica Paulo Covas Comunicação Bruno Barreto Marta Ferreira

Design Atelier Martino&Jaña Textos de António Matos Brice Coupey Gimba Helena de Sousa Leite Lara Soares e Lígia Afonso Pedro Sobrado Xavier Araújo Alunos EB1 Azurém/ Monte Largo Alunos Centro Escolar de Urgezes Alunos EB1 Outeiro Serzedo

Ilustração Mafalda Neves Laboratório Gonçalo Alegria Distribuição Andreia Novais Carlos Rego Hugo Dias Pedro Silva Sofia Leite Susana Pinheiro

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL servicoeducativo@ aoficina.pt ISSN 1646-5652 Tiragem 3000 exemplares

Sou europeu. Sófocles, Eurípides, Shakespeare, Molière, Rembrandt, Miguel Ângelo, Kandinsky, Malevitch, Mozart, Bach… são a minha tradição, que abrange diversos domínios, da música à pintura, do romance ao teatro. (…) O combate de hoje vai no sentido de tentarmos continuar a ser europeus. Milko Sparemblek (coreógrafo croata) citado na Revista Boa União (Teatro Viriato)

JORNAL DE ARTES E EDUCAÇÃO

A MONTANTE

Será preciso queimar o espectador? Pedro Sobrado pág.04

PISTAS

Laboratórios de Criação e Formação para Jovens Lara Soares e Lígia Afonso pág.03

TRILHOS

A Palavra Manifesta

Gimba pág.08

EDITORIAL Na base da Europa como a conhecemos está uma pequena civilização mediterrânica inspirada onde nasceram o teatro, a democracia, a filosofia e a história. Na constituição deste velho continente pequeno e multíplice foram reclamados valores e práticas que nos inspiraram e inspiraram outros noutros pontos do globo: igualdade, fraternidade e liberdade (universais), conhecimento e debate, criação e diversidade.

1986. O que poderia significar para um pequeno país, último bastião dos grandes impérios ultramarinos, historicamente de costas voltadas para a Europa, ser europeu? 2012. O que poderá significar, hoje, acolher uma Capital Europeia da Cultura em Guimarães, berço de Portugal? O que poderá significar, hoje, para nós, ser europeu? Passou pouco mais de um quartel sobre o surgimento do projecto Capital Europeia da Cultura (1985) e sobre a entrada de Portugal na União Europeia (em 1986, CEE); atravessamos um momento decisivo, confrontados com mudanças de paradigma velozes que nos apresentam como irrefutáveis. Quem somos nós: como agimos, conhecemos, escolhemos? Que legado deixaremos? Os vindouros: quem serão e como se imaginarão? Que escolhas poderão fazer? Será possível ser, (es)colher sem (se) imaginar? Cultivar o imaginário é a primeira tarefa que cumpre a um serviço educativo. Não no sentido estrito da erudição, mas no sentido amplo do trabalho (na terra), das formas que emergem dos corpos em movimento. Das formas novas que cada um pode imaginar e fabricar para si, para nós. Se é esta a herança europeia, talvez agora seja o melhor momento para a reclamar. Elisabete Paiva


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