Guia da Mantiqueira - Edição 64 - Julho 2018

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do ano, em média, e assim permaneceu até 1984. Na época, Itajubá contava com um bom coral - o Coral da Fepi. O coro se apresentou no exterior; e quando cantávamos no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, éramos aplaudidos de pé! Na década de 1970, o Canto Coral estava meio parado na cidade. Sempre houve manifestações, pois Itajubá tem vocação para o Canto Coral. O maestro Frutuoso Vianna, que era de Itajubá, foi regente do coral do Teatro Municipal de São Paulo, do Coral Paulistano, criado por Mário de Andrade. Claro que quando eu cheguei em Itajubá eu não fui o primeiro, mas me senti responsável, porque estava saindo de uma faculdade, pretendia me estabelecer aqui, era professor do Conservatório, então existiam vários componentes que faziam com que eu me dedicasse ao Canto Coral.

Coral nas escolas

Itajubá: Capital Mineira de Canto Coral Essa denominação foi dada pelo atual secretário de Estado de Cultura, Ângelo Oswaldo, que esteve em Itajubá e ficou impressionado com o que viu, com quantas pessoas cantavam per capita, e disse que aqui era a capital mineira do Canto Coral. Mas isso não foi institucionalizado. Precisávamos de legislação específica para que isso acontecesse.

Laboratório Coral São 28 edições do Laboratório Coral. No começo da década de 1980, havia uma atividade de Canto Coral no País, coordenada pela FUNARTE, e dentro da Fundação havia vários institutos. Um deles era o Instituto Nacional de Música (INM), que coordenava o Projeto Villa Lobos. Villa Lobos foi um dos grandes artífices da música coral no Brasil. Ele resgatou músicas folclóricas, muitas IGdM

Arquivo Pessoal

Eu lecionava no Conservatório em Pouso Alegre, ensaiava o Coral da Fepi, dei aulas na Faculdade de Filosofia, na parte de Educação Artística; e nesse mesmo período ía e voltava para o Rio de Janeiro e ainda dava um curso de Educação Artística em Paraisópolis. Não me sobrava muito tempo para atividades com crianças. Mas, no começo da década de 1980, começaram algumas manifestações musicais e fui convidado para trabalhar no Colégio XIX de Março. Lá criamos o coral infantil, chamado Talco no Palco, que teve vida longa. A Marina, que no final dos anos 1980 já havia crescido e começou a vida profissional muito cedo, montou um coral no Colégio das

Irmãs, o Mensageiros da Alegria. Os corais nas escolas públicas surgiram depois, na década de 1990. Aos poucos, todas as escolas passaram a ter Canto Coral. Eu não saberia contabilizar quantos corais temos hoje, mas são milhares de crianças cantando em Itajubá. Sem falar nos reflexos disso. Encontro com pessoas que dizem: foi a coisa mais importante que aconteceu na minha infância, ter cantado em um coral infantil. Não tenho dúvidas de que é um grande legado para a cidade. Eu estou em final de carreira, mas gostaria que as pessoas continuassem e que a cidade levantasse essa bandeira do Canto Coral.

Laboratorinho Coral: exercícios de atenção, de prontidão, de aprimoramento da percepção, do som e do silêncio

Maestro Amaury ressalta a importância da música para a formação e o desenvolvimento das crianças

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