linha de pensamento educativo polítia, sensibilidade e arte

Page 206

estava na escola: que eu estava lá para, além de trabalhar conteúdo com eles, conseguir desenvolver a capacidade crítica e sensível de cada um, fazer com que se tornassem autônomos e capazes de construir suas próprias reflexões. No último dia de aula deste aluno, ele chegou a mim e me lembrou do que eu havia dito e me falou: “Lembra-se do que veio tentar fazer aqui? Comigo você conseguiu...”. Hoje este aluno é muito politizado, trabalha na Cepesp (Centro de Política e Economia do Setor Público), estuda na FGV (Fundação Getúlio Vargas - São Paulo) e é editor chefe da revista universitária Gazeta Vargas.

200

Obviamente, dentre os 35 alunos daquela sala, este foi apenas um que teve este tipo de manifestação. No entanto, nestes quatro anos em que estou na escola, já presenciei inúmeras manifestações de alunos estimulados pelas dicas. Uma das turmas, quando chegou ao 3º ano, me perguntou se poderiam, eles mesmos, colocar dicas na lousa. Eu, obviamente, deixei e fiquei orientando para que o processo se mantivesse contínuo, organizado e sério. Então, algumas coisas foram muito interessantes: uma aluna, certa vez, colocou na lousa um poema de sua autoria. Outro aluno, que estava lendo A Alma do Homem Sob o Socialismo de Oscar Wilde, colocou na lousa a frase do livro: “Viver é o que há de mais raro neste mundo. Muitos existem, e é só.” (WILDE, 2009 p.29)


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.