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De perfil conciliador, Ticiano Americano mostra habilidade como presidente da Câmara Municipal
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São quase cinco meses à frente do segundo maior Legislativo de São Paulo. Apesar de estar em seu primeiro mandato como vereador em Guarulhos, Ticiano Americano (Cidadania) demonstra equilíbrio e habilidade na condução da Câmara Municipal como presidente, cargo para o qual foi eleito em dezembro. “Eu sou jovem, mas trabalho na política há muito tempo”, explica ele, que assessorou por vários anos o ex-vereador – e atual secretário de Governo do prefeito Guti – Edmílson Americano.
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Além da atuação nos mandatos parlamentares, Ticiano Americano também acumula experiências em áreas importantes da administração pública. “Eu fui secretário adjunto de Transportes e Trânsito, trabalhei no Departamento de Transporte Interno, na Secretaria de Serviços Públicos e no Detran-SP. Tudo isso antes de me candidatar a vereador em 2020”, afirma.
Nesta entrevista ao Guarulhos em Destaque, o presidente da Câmara Municipal de Guarulhos fala sobre os desafios do cargo, lembra de projetos importantes já aprovados – como o que determina a realização de check-up geral para alerta e orientação às mulheres, no mês de seu aniversário, sobre o diagnóstico precoce e prevenção de todas as doenças – e que aguarda apenas a regulamentação do prefeito Guti, e diz que pretende aproximar mais o Legislativo da população. Confira:
Qual o maior desafio de sentar na cadeira de presidente da Câmara Municipal de uma cidade como Guarulhos?
Todos os desafios desse cargo são consideráveis, afinal, estamos representando o Poder Legislativo da segunda maior cidade do estado mais importante do País. Somos em 34 parlamentares. São interesses diversos, que refletem diversas parcelas de uma população gigante, de quase 1,5 milhão de pessoas. Talvez, o maior desafio seja o de conciliar todos esses interesses justos de quem representa várias partes da população guarulhense. Para que a Câmara Municipal seja uma voz forte junto ao Poder Executivo e junto a parceiros importantes, como entidades da sociedade civil, academia, terceiro setor, etc.
Mesmo em pouco tempo, dá para fazer um parâmetro sobre a diferença entre o cargo de vereador, e o seu agora, à frente da Presidência da Casa? Qual é a função mais desafiadora?
É uma diferença grande, e uma responsabilidade ainda maior. Como vereador, tenho compromisso com o povo da cidade, não apenas aquele que confiou seu voto em mim. Mas, como presidente da Câmara, além desse compromisso com o guarulhense, tenho o dever de zelar pelo andamento da Casa Legislativa. Dar condições para que meus colegas também desempenhem seus papeis de representantes do povo de forma digna. E preciso zelar pelo bom uso do dinheiro público, fazendo com que cada investimento seja revertido em benefício da população.
Como administrar uma
Câmara Municipal com participação de partidos de oposição em comissões importantes na Casa?
A política é a arte da conciliação de ideias. Cada espectro político tem suas bandeiras e defende pontos de vista, por vezes, bem diferentes. Mas a democracia é isso: saber ouvir, saber argumentar de forma respeitosa e tomar decisões com base na razão. O que deve prevalecer sempre é o respeito entre os parlamentares, independentemente de qual seja sua vertente partidária. O interesse que precisa valer, no fim, é o do bem-estar da população de Guarulhos.
Recentemente você participou de uma reunião com a GCM. A pauta principal foi em relação ao plano de carreira e o reajuste da categoria. Como foi o encontro? O que ficou decidido na ocasião?
Nós fizemos diversas
Cargo
reuniões, aqui na Câmara e também na Prefeitura. Meu papel, como chefe do Legislativo, foi receber as demandas da categoria e buscar a aproximação com o Executivo, no sentido de fazer as partes dialogarem ainda mais e chegarem no melhor acordo, tanto para a é o entre os parlamentares, independentemente de qual seja sua vertente partidária. O interesse que precisa valer, no fim, é o do bem-estar da população de Guarulhos"
Administração quanto para os guardas civis. Havia um problema mais urgente, que era a regulamentação da Lei nº 7.792, de dezembro de 2019, que trata do plano de carreira da categoria. Nós mostramos à categoria que novas demandas – que são justas – precisam estar em um novo projeto de lei versando sobre o plano de carreira e salários da GCM de Guarulhos. Caso contrário os GCMs perderiam a oportunidade de garantir os avanços da Lei nº 7.792. E o consenso prevaleceu.
Quando falamos de le- gado, qual será o seu? Que tipo de inovação você planeja trazer ao Legislativo nestes dois anos?
Uma das minhas motivações é aproximar a Câmara do povo guarulhense. Levar o Legislativo para os bairros e trazer a população para conhecer e participar do processo político. É uma ação de cidadania! Só assim o guarulhense terá embasamento para, inclusive, poder criticar. Estando mais próximo ele vai entender o dia a dia dos vereadores e as relações políticas que levam a Câmara a aprovar ou não determinadas leis, que afetam a vida de todos.
E como pretende fazer para aproximar o munícipe da Câmara Municipal?
Há um projeto de minha autoria em tramitação, que trata das Sessões Itinerantes da Câmara Municipal. A ideia é levar as sessões do Legislativo para equipamentos públicos ou privados que tenham condições técnicas de receber essas reuniões.
Imagine o morador do Pimentas ter a oportunidade de participar de uma Sessão Ordinária que trate especialmente de projetos de lei que afetam aquela região da cidade! É uma oportunidade de incluir na discussão política a população que, por alguma razão, não pode vir até a sede da Câmara. Esta é uma das iniciativas, mas há outras, como ampliar a oferta de serviços públicos aqui na Casa, com unidade do Fácil, por exemplo. Já temos a Sabesp e podemos ter mais serviços aqui na sede. Tudo para trazer o povo para a Câmara.
Já são 5 meses à frente, como você avalia o relacionamento do atual Legislativo com o Executivo?
O relacionamento entre os poderes Legislativo e Executivo é respeitoso. Há harmonia na relação entre os poderes, como deve ser em um estado democrático. Temos parlamentares que compõem a bancada da oposição, que fazem as críticas que consideram necessárias. E temos a bancada da situação, que pondera situações e torna a discussão política saudável.