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21 a 27 de Fevereiro de 2015
Inflação e crise hídrica afetam comerciantes em Santo Amaro
Haddad paraliza obras do programa Mananciais
Por Mathias Brotero e Bruna Barone
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esde janeiro de 2015, o Boletim Focus, um resumo das expectativas de mercado sobre indicadores da economia brasileira emitido pelo Banco Central, prevê um crescimento constante no IPCA (índice oficial de inflação). No primeiro mês do ano, o aumento total foi de 0,62%, resultando na inflação avaliada em 7,01%. Enquanto isso, só nas duas primeiras semanas de fevereiro, a inflação pulou para 7,27%. A meta estipulada pelo governo para o ano de 2015 é de 6,5% com dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com a nova avaliação, muitos comerciantes da região de Santo Amaro tiveram seus negócios afetados. “Todos os dias eu passo em dois ou três atacados para aproveitar alguma promoção. Produtos como o suco e o leite estão sempre aumentando”, conta Ademar Barbosa, vendedor da mercearia Boa Vista. “Tem coisa aqui que eu não ganho quase nada. É só para manter o cliente”, completa. Para a moradora da região, Elizabeth Carvalho, as idas ao supermercado diminuíram, mas os gastos não. “Às vezes eu saio de Santo Amaro e vou até algum outro bairro, como
a Lapa, porque lá está mais em conta do que aqui”, disse. Aliada à inflação, a crise hídrica proporcionou o repasse dos valores dos fornecedores para os comerciantes. “Por conta do reajuste da conta pela Sabesp, a ração vai aumentar em 15% a partir do mês que vem”, conta a vendedora do Neo Pet Shop. Além disso, os comerciantes sofrem com a nova multa da Sabesp, que penaliza aqueles que excedem a média do consumo de água em relação ao respectivo mês do ano anterior. Sobretudo durante os meses mais quentes, custos com o uso da água também podem resultar em aumentos nos preços repassados ao consumidor. “Para fazer pão, doces, vai muita água. Se consumimos demais, recebemos a multa, então eu não posso aumentar a produção para contrabalancear a alta de preço dos ingredientes”, disse Sérgio da Mata, proprietário da tradicional padaria Carmel. “Esse ano com certeza não vai ter crescimento, vai ser cruel”, finaliza. O empresário tem razão, pois além da inflação interna, o peso do dólar cotado a R$ 2,86 (aumento de 20% em 2015) pressiona o custo da farinha que é importada, entre outros insumos.
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Prefeitura pode restringir blocos no próximo ano
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Prefeitura de São Paulo poderá reduzir o espaço para os blocos de carnaval e aumentar a segurança com o apoio da PM em 2016. As medidas serão tomadas para evitar a confusão formada em algumas concentrações, especialmente na Vila Madalena. No local, que pertence a subprefeitura de Pinheiros, a Polícia Militar entrou em confronto com foliões ao tentar dispersar os grupos que excediam o horário previamente estabelecido com os organizadores dos blocos. Prevista para terminar a meia noite, com dispersão até 1h, a polícia deu suporte a equipe de limpeza da Prefeitura mas foi recebida com protesto pelos foliões que queriam estender a festa. Na televisão, o consumo de drogas ao ar livre foi registrado, bem como a depredação das ruas, lixeiras, garagens de casas e do comércio local. A Associação de Moradores do bairro montou uma central de monitoramento com câmeras para registrar as cenas de abuso de drogas, roubos e furtos, e de vandalismo. As imagens irão aju-
dar as autoridades a identificar os foliões e facilitar a ação da polícia. Durante o carnaval 30 pessoas foram presas pela PM por roubo, furto e tráfico de drogas. A proposta da prefeitura para amenizar o problema não foi detalhada, mas a intenção é controlar o acesso dos foliões em espaços delimitados por cordões de isolamento. Assim como acontece no carnaval da Avenida Paulista, os integrantes da festa serão revistados e será proibido ingressar no local com garra-
fas, latas e objetos cortantes. De acordo com a Prefeitura, 1,5 milhão de pessoas participaram do carnaval de rua em São Paulo. Uma pesquisa da SPTuris, empresa responsável pela organização de eventos turísticos na capital, aponta que 85% dos foliões são da própria região metropolitana. Na gestão atual, os blocos ganharam mais espaço nas ruas de São Paulo. Na zona sul a festa foi realizada no bairro de Interlagos, onde não foi registrado nenhum incidente.
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