18 a 24 de Abril de 2015
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Rio Pinheiros, o que será de ti? EDITORIAL
m dos principais afluentes que contornam a cidade de São Paulo, o Rio Pinheiros, segue envergonhando o cidadão paulistano pela sua visível poluição e mau cheiro causados pelo crescimento desenfreado da população e pela instalação de indústrias sem saneamento planejado. Seria de extrema utilidade, além de conveniente, aproveitar o atual momento, em que a cidade está revendo o seu consumo de água, para despoluir nossos rios e represas. De agora em diante estes reservatórios terão uma responsabilidade ainda maior no atendimento hídrico. As empresas de tratamento de água continuam realizando trabalhos de desassoreamento e remoção do lixo superficial que chega ao leito do Rio Pinheiros rotineiramente, o que parece um serviço, se não inútil, que poderia ser aproveitado de outra maneira. O trabalho de remoção de resíduos cumpre apenas a função de garantir o funcionamento eficiente do sistema de controle de cheias, porque a despoluição do rio não acontece de forma efetiva. Para despoluí-lo completamente, a ponto de voltar a ser possível nadar e navegar em suas águas são necessárias medidas diferentes das que têm sido tomada. Os serviços de despoluição por meio do desassoreamento e remoção de lixo do rio são como enxugar o gelo, visto que a poluição, mais de 35% dela, é ocasionada pelo lixo jogado nas ruas e transportado pelos mais de 20 córregos e galerias que deságuam no Rio Pinheiros todos os dias. Somente no ano passado foram retirados aproximadamente 5.030 m³ de lixo, além de 3.800 m³ de vegetação emergente (desde
U
2011 já foram retirados mais de 2 milhões de m³ de material do leito do rio). Tomar como exemplo a despoluição de rios em outros países é o primeiro passo para se acreditar no investimento. Os rios Tâmisa, localizado na Inglaterra, assim como o Reno, que nasce na Suiça e deságua no Mar do Norte banhando, assim, vários países europeus, foram casos bem sucedidos. Depois de seguidos fracassos, em 1950 o Tâmisa foi finalmente despoluído com a construção das primeiras estações de trabalho de esgoto da cidade. Já na década de 70, os sinais iniciais de que os resultados apareceram. Prova era o flagrante do reaparecimento do salmão (peixe sensível à poluição e exigente em matéria de água limpa). Já no caso do Rio Reno, seus mais de 1,3 mil quilômetros de extensão recebiam diretamente os dejetos das zonas industriais. Em 1986, a situação chamou a atenção da opinião pública e das autoridades. Com altos investimentos da iniciativa privada e de governos dos países banhados pelo Reno, foi possível passar a tratar cerca de 95% dos esgotos das empresas. Os resultados do programa e da despoluição do Reno são visíveis. Das 64 espécies de peixes que ali habitavam, 63 delas já voltaram. A situação do Rio Pinheiros parece não alertar a opinião pública e as autoridades sobre a urgente necessidade de despoluí-lo. Quem tem dado o aviso a nós, paulistanos, é a própria natureza. Investimentos e conscientização da população são duas estratégias importantíssimas para recuperá-lo.
Somente no ano passado foram retirados aproximadamente 5.030 m³ de lixo
Prefeitura de São Paulo
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