OPT_Angélica em Revista 7

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Paternidade

”Pãe”: Desafio paterno Os pais são como ídolos para os filhos. Sem dúvida, as crianças enxergam na figura paterna o herói mais destemido que conhecem – que por sinal, não precisam, sequer, de uma fantasia de super-homem. Em suas cabecinhas, a força e a coragem paterna são fontes de inspiração e incentivo para a vida toda. Infelizmente, nem sempre é possível que pai e mãe convivam juntos, mas isso não é motivo para que as crianças sintam o reflexo dessa distância. “É uma tendência inovadora para a nossa sociedade, que os homens vêm assumindo a responsabilidade pela criação de seus filhos, o que favorece a mudança do papel do homem, se tornando um pai que além de provedor, terá que desenvolver outras habilidades”, avalia a psicóloga Erika Dávila, especialista em terapia cognitiva comportamental. Semelhante às mulheres, muitos homens também são capazes de educar seus filhos sozinhos, contando com o apoio da família. Erika acredita que há um certo preconceito em relação aos pais que criam seus filhos sozinhos, mas garante: “A sociedade está se adequando e passando a ter um olhar diferenciado sobre os novos papéis familiares mediante as constantes mudanças “. A maioria desses pais trabalha em tempo integral, e costuma conciliar ligações ao longo do dia, e assim, acompanhar o comportamento dos filhotes. À noite, todo um relatório de perguntas para saber o desempenho na escola e auxiliá-los no dever de casa. Dedicação que Erika acredita ser possível. “Quando há disposição, o pai consegue muito bem desempenhar este papel. Deve-se ressaltar que não é uma tarefa

fácil, se necessário, deve sim, recorrer a ajuda de parentes e de profissionais para orientá-lo nessa transição. O que deve ser analisado nesse caso é qual a melhor situação para a criança”. A psicóloga orienta que o diálogo contínuo com a criança é fundamental. É evidente que pais e mães contribuem de maneira específica e especial para o desenvolvimento social e emocional das crianças, mas os homens, assim como as mulheres, são capazes de “dar conta do recado”. Por isso, assuntos como virgindade, prevenção, primeiro amor, gravidez, dentre outros, nunca devem ser adiados. Pais que assumem o papel de mãe devem estar preparados para esses momentos. O industriário José Silva*, pai de dois filhos adolescentes, conta que após a separação, há 9 anos, a mãe das crianças foi viver em outro estado. ”Quando se é ‘pãe’ precisa-se definir prioridades, e sendo assim me dediquei intensamente em acompanhar o desenvolvimento dos meus filhos”. José afirma que apesar das dificuldades e dos desafios, faria tudo novamente. “É uma experiência que trouxe um aprendizado ímpar para a minha vida, onde descobri que sempre podemos superar as dificuldades, bastando acreditar em você, e saber que é necessário o apoio das pessoas que o cercam”. José deixa a dica para os pais que, atualmente, vivem a mesma situação. “É possível e muito enriquecedor, sendo necessário muita dedicação e acompanhamento de cada etapa de desenvolvimento dos filhos, e que certamente vai valer a pena.” ANGÉLICA EM REVISTA

*O nome utilizado na matéria é fictício, para preservar a identidade do entrevistado.

Como ser pai e mãe ao mesmo tempo

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