Revista Lindenberg - Edição 34

Page 13

Entrevista

Patricia Anastassiadis – Quan-

vinha de uma viagem a Minas Gerais,

Patricia – Quantos anos o senhor

do recebi o convite, fiquei lisonje-

voltei influenciado pela arquitetura colo-

tinha na época?

ada em saber que o entrevistaria,

nial. O estilo estava presente na deco-

al – Tinha 30 anos e durante os 10

que teríamos um bate-papo. A co-

ração por aqui, graças a um decorador

anos seguintes, na década de 60, só fiz

meçar pela profissão, gostaria de

chamado Ciro Marques. Ele e eu fize-

casa, e na década de 70 partimos para

saber como se deu sua escolha

mos uma dobradinha e começamos a

a construção de prédios.

pela arquitetura e qual caminho

fazer uma casa já meio decorada, com

levou-o a essa área?

sala e pátio meio decorado para a pes-

Patricia – É quando o estilo ne-

Dr. Adolpho Lindenberg – Em

soa ter uma ideia de como ficaria.

oclássico se torna a linguagem Adolpho Lindenberg?

primeiro lugar, quero dizer que estou muito satisfeito por ser entrevistado por

Patricia – Em que década?

al – Foi uma evolução do colonial, que

você. Já trabalhamos juntos e você está

al – Anos 50...

eu trabalhei nas casas. Já havia dois ar-

trilhando uma carreira brilhante. É uma

quitetos, o Alfredo Mathias e o francês

honra podermos conversar um pouco.

Patricia – Olha que moderno e

Jacques Pilon, que tinham começado a

Eu me formei em Engenharia na Univer-

atual!

fazer prédios nesse estilo.

sidade Mackenzie e comecei a trabalhar

al – E teve muito boa aceitação. Aí,

na Light, onde fiquei três anos. Depois,

coincidiu que comecei também a refor-

Patricia – Eu morei a vida inteira

meu pai faleceu e a pequena herança

mar algumas fazendas no interior de São

em um prédio do Alfredo Mathias,

deixada eu usei para construir a primei-

Paulo e acabei por me apaixonar de vez

o edifício Umuarama, em Higienó-

ra casa para

pelo estilo colonial e por essas constru-

polis, com paredes duplas e már-

v e n d e r.

ções que são muito típicas do Brasil, ao

more de Carrara, da Itália. Era uma

Como

contrário do colonial mineiro, que é uma

coisa maravilhosa.

construção autócna, ao passo que o

al – Aqueles prédios atrás do shopping

colonial de Recife, Salvador e Rio de Ja-

Iguatemi também são dele. Os dois já

neiro é português. Então foi um sucesso

eram conhecidos no estilo, aqui na cida-

e construí dezenas de casas. Lembro-

de. Mathias e eu construímos em neo-

me de uma vez que tínhamos 60 casas

clássico e trabalhamos na mesma época

em construção. Era uma coisa maluca.

e, engraçado, eu não cheguei a co-

Entrevista LL55 anos_b.indd 12

28/7/2010 10:03:26


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.