Revista H Saúde Nº13

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N.º

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Outubro > Dezembro 2021 PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | GRATUITA

Desmistificar os Genéricos 12 Ao apresentar a sua receita na farmácia já lhe deve ter sido questionado se preferia genérico e muitas vezes esta questão gera algumas incertezas. Este artigo destina-se a esclarecer e a ajudá-lo a tomar a opção correcta.

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Empatia e tolerância

Terapêutica com Testosterona 14 A testosterona é uma hormona maravilhosa que previne todas as causas de risco de mortalidade num homem, e deve pois ser suplementada sempre que necessária.

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Grande Entrevista

João Baracho Diretor Executivo do CDI Portugal REVISTA H SAUDE N13 4.indd 1

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Alcobaça* | Benedita | Pataias | Leiria

Teste rápido qualitativo dos anticorpos IgG e IgM do novo coronavírus (2019-nCOV) no sangue total, soro ou plasma humano: Este teste rápido tem a duração de cerca de 10 minutos entre a sua realização e o resultado final e apresenta uma sensibilidade de 97,5%.

(zaragatoa)

Teste imunocromatográfico rápido para a deteção qualitativa do antigénio da proteína da nucleocápside do coronavírus-2 em amostras de exsudado nasofaríngeo humano, colhido com zaragatoa, para auxiliar o diagnóstico rápido da infeção por coronavírus (COVID-19).

(zaragatoa)

Testes por PCR (polymerase chain reaction) ou testes moleculares, que pesquisam ácido ribonucleiro (RNA) do genoma do vírus SARS-CoV-2 e que nos dizem, num contexto clínico e epidemiológico adequados, se há, no momento de realização do teste, infeção pelo SARS-CoV-2.

Testes serológicos para pesquisa de anticorpos anti-SARSCoV-2: IgG e IgM. O teste que permite avaliar a imunidade a todos aqueles que possam ter contactado com o vírus.

Nas unidades do Grupo H Saúde pode fazer o seu teste à COVID-19. Mais informações e marcações: 262925610 www.grupoh.pt *Centro de Testes em regime "Drive-Thru" REVISTA H SAUDE N13 4.indd 2

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ÍNDICE N.º

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Outubro > Dezembro 2021 PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | GRATUITA

Índice e Ficha Técnica....................................................................................................................................................................................................................3 Editorial | Dr. António José Henriques ................................................................................................................................................................................. 4 Cultura | “Dia Internacional de Preparação Epidemiológica da ONU” | PhD António Delgado .................................................................................6 Gestão | Tempo de balanços e projectos | Henrique Alves Henriques.......................................................................................................... 10 Saúde | Farmácia Alves | Desmistificar os Genéricos | Dra. Sofia Lourenço Silva ...................................................................................12 Saúde | Patologia Clínica | Terapêutica com Testosterona | Dra. Ivone Mirpuri ......................................................................................15 Entrevista | João Baracho, Diretor Executivo do CDI Portugal .................................................................................................................................18 Academia H Saúde | A riqueza do conhecimento | Dr. Francisco Gonçalves .......................................................................................... 22 Saúde | Psicologia | Empatia e tolerância | Dra. Carla Ferreira ..........................................................................................................................24 Saúde | Nutrição | Preparar refeições saudáveis para a nossa semana | Dra. Maria Gama .........................................................26 Pessoas & Animais | Histórias com pêlo - Fausto e Pavlova | Aldina Duarte e Olga Roriz ..............................................................28 Breves ................................................................................................................................................................................................................................................30 Especialidades Médicas, Terapias e contactos.......................................................................................................................................................33 Todas as imagens são propriedade da Towerelephant | A publicação não respeita as regras do AO90 no entanto cada autor é livre de o respeitar ou não.

FICHA TÉCNICA Director: António José Rodrigues Henriques Nº de Registo: 127210 Propriedade: Grupo H Saúde - Policlínica Central da Benedita S.A. NIF- 501348786; Entrecolunas, Unip. NIF-507269543 - 86,11%; Presidente do Conselho de Administração: Dr. António José Rodrigues Henriques; Vogal: Dr. Nuno Miguel Alves Henriques; Registado na ERS - Entidade Reguladora da Saúde com nº E111471 Sede do Editor: Avenida Estados Unidos da América, nº72, 8ºDto, 1700-158- Lisboa Tiragem: 5000 exemplares Distribuição: Gratuita Impressão: Relgráfica, Artes Gráficas Lda, Benedita, Alcobaça, 2475-011 Algarão

Gabinete de Comunicação e Relações Públicas: Henrique Alves Henriques Colaboradores na edição: Dr. António José Henriques | Henrique Alves Henriques PhD António Delgado | Dra. Sofia Lourenço Silva | Dra. Ivone Mirpuri Dr. João Baracho | Dr. Francisco Gonçalves | Dra. Maria Gama Dra. Carla Ferreira | Aldina Duarte e Olga Roriz Sede da Redacção: Towerelephant, Lda - Rua Palmira Bastos, 7, 7.ºA, 2810-268 Almada e.mail: redaccao.revistasaudehoje@gmail.com Gabinete de Imagem: Dots of Light, Lda Publicidade e Marketing: Media Style/ mediastyle.ca@gmail.com Periodicidade:Trimestral

ESTATUTO EDITORIAL A publicação periódica Grupo H Saúde adopta claramente um estatuto editorial que abordará temas sobre saúde destinados aos utentes e público geral, com o objectivo de informar sobre a temática da saúde/sua prevenção/novas técnicas clínicas e inclui o compromisso de assegurar o respeito pelos princípios deontológicos e pela ética profissional dos jornalistas/médicos/opinion makers, assim como pela boa fé dos leitores.

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l a i r ito

Ed

As lições que devemos recordar Aprendemos vários termos novos e outra realidade que ainda nos parece tirada de um filme de ficção científica. Nunca antes nos tinhamos imaginado de máscara a não ser no Carnaval e muito menos com restrições à nossa liberdade após as conquistas de Abril. Impedidos de sair, de irmos ao restaurante que decidissemos e mais grave ainda, sem podermos visitar os nossos parentes e amigos. Realidade mutante que impede muitos dos nossos planos e que tão dificulta o nosso lado familiar e social. Aprendemos então a primeira lição, que os nossos planos, antes coroados de certezas, não passam afinal de intenções e que só se realizam se uma série de incógnitas colaborar. Aprendemos a incerteza consciente da precariedade da nossa saúde e dos que mais queremos. Antes da Pandemia, agendávamos umas férias e nem nos passavam pela cabeça premissas como estas: Será que estarei doente? Será que haverá voos? Será que poderão fechar as fronteiras e não terei como regressar? Será que serei obrigado a estar de quarentena?

nunca foi posta em causa e tão diminuída como agora. Que tudo isto não impeça o sonho, pois é aqui que tudo se inicia. E quantos dos nossos sonhos valem por si só e são transportados toda a vida dentro do peito ? Valem como afirmação do que somos, desejamos e amamos, como uma bússola, mesmo que nunca os consigamos atingir.

Mas, será que nos transformámos em pessoas melhores?

A segunda grande lição foi a dependência, a interligação, a rede, a ideia de que o planeta é um só e o cuidado que cada um de nós tem de ter para não atingir o outro, o próximo, o desconhecido, mesmo que a distância compreenda muitos quilómetros. Transportamos no bolso, saúde e doença, vida e morte.

Que o ano de 2022 seja mais indulgente e possamos ter aprendido a consagrar mais tempo para o que realmente importa, e entendendo as privações a que fomos sujeitos como um restabelecer de novas hierarquias, a não considerarmos nada garantido mas uma dádiva tão gratificante como é afinal a nossa vida n

E recentemente quando já ansiavamos pelo fim desta epopeia fomos confrontados com mais uma variante, felizmente menos letal mas mais contagiosa. Virão outras? Mais restrições? Mais vacinas? Não sabemos. E aqui surge a terceira grande lição: Aprendemos a ser mais resilientes, a não desistir, a enfrentar dúvidas e medos.

Espero que estas palavras convidem à introspecção singular e que cada um avalie os danos, o estado das suas expectativas e da tenacidade necessária para se manter saudável, física e mentalmente.

Dr. António José Henriques Director Editorial redaccao.revistasaudehoje@gmail.com

Em suma, a nossa relativa importância na concretização dos planos que engendramos

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CULTURA

PhD António Delgado Docente Universitário Investigador no CIEBA- U.Lisboa

“Dia Internacional de Preparação Epidemiológica da ONU” 27.12. 2021

Desenhos de Leonardo da Vinci, como utopias desta preparação. As pandemias impõem restrições a todos e as cidades de todo o mundo tiveram que aderir ao isolamento social com a Covid. Transformando o quotidiano de muitos milhões de pessoas cujas casas passaram a ser o seu único espaço no mundo e a concentrar todas as rotinas, em suma o lugar onde tudo passou a acontecer. Mas será que as urbes criam ou preparam soluções para superar esta realidade, quando neste contexto, a circulação das pessoas e a partilha dos espaços públicos são locais muitas vezes desadequados? As Pandemias fazem parte da história da humanidade e normalmente trazem mudanças substanciais nos modos de viver. Todos os locais desde os espaços públicos e de trabalho deixam de ser os mesmos e ganham outras perspectivas, após elas.

O texto de hoje vem na sequência de uma reflexão suscitada pelo «Dia Internacional de Preparação Epidemiológica da ONU» a 27 de Dezembro. Para ela reuni algumas pinturas com cidades dos séculos XIV,XV e XVI do Baixo e Alto Renascimento e como a arquitetura, e sua representação, teve um enorme impacto na pintura e consequentemente na planificação de cidades para elevar a qualidade de vida e melhorar a saúde publica no seu interior. De que modo idealizou Leonardo Da Vinci uma nova cidade para Milão, depois da antiga urbe ser assolada por uma pandemia. Facto que aproxima a ideia sugerida pela ONU a preocupações claras com as realidades pandémicas em Pleno Renascimento. Em casa dos meus pais existiam várias reproduções de quadros que me despertaram, desde tenra idade, a atenção,

pelo realismo como representavam as pessoas e os espaços. Na altura quem eram, o que faziam e onde era o local representado era-me totalmente desconhecido Achava curiosa a forma como as pessoas representadas se vestiam, tão diferente da minha, e das pessoas com quem privava, ficava fascinado pelas arquiteturas que mostravam espaços amplos, pisos bem ladrilhados e brilhantes. Estranhava, a ausência de lixo nas ruas, árvores ou papéis no chão e folhas caídas de árvores. Também não via crianças a brincar ou a correr como na pista de patins do jardim zoológico ou do Campo Grande... As minhas referências infantis levavam-me a projetar estas e outras ideias e espreitar por estas “janelas abertas” para lugares que não conhecia e despertavam a minha imaginação por se tratarem de lugares muito amplos sem obstáculos, direitos e limpos e quase sem

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Fig. 1 - Rafael Sanzio; Casamento da Virgem, 1504 (170cmX 117 cm) Pinacoteca di Brera Milão .

Fig. 2 - Piero de la Francesca; Cidade Ideal (detalhe), 1470/1480/1490, Galeria Nacional das Marcas, Urbino.

vivalma, que representavam a vantagem de se poder andar à vontade, até para longe, porque os meus pais me veriam sempre (FIG.1 e FIG.2).

planeado ou apenas idealizado, mas raramente consumado, cujo projeto reflete um esquema essencialmente geométrico, de critérios e princípios de racionalidade abstrata ou com uma «abordagem científica». E, frequentemente resguardada pela tensão ideal e filosófica com um forte caráter utópico.

Tudo isto ao contrário da cidade onde vivia (Lisboa) sempre cheia de gente a caminhar à pressa e aos encontrões, sem contacto entre si, distantes e frias e nada comunicativas. Ninguém sabia o nome de ninguém, a todos se designava indiferentemente por «Senhor ou Senhora» e quando alguém dizia «Senhor, por favor» logo todos viravam a cabeça. Era um drama para mim explicar à minha mãe que era aquela senhora da saia vermelha e não outra. A vida nas ruas fervilhava, sonora e viva, semelhante à Babel como a Bíblia descreve este símbolo urbano de espírito coletivo, mas ninguém se falava, conhecia ou mesmo entendia. Apesar disto a cidade, ao longo da história, constituiu sempre um ideal e um conceito

No entanto esta planificação seria impossível, sem haver concretamente considerações do ambiente característico que rodeia a vida humana no conjunto das modificações e alterações introduzida na superfície terrestre. Alterações com o objetivo de satisfazer as necessidades humanas inseparáveis da natureza, como sinal de uma vida social rica e cheia de aliciantes criativos. Por isso, só anos mais tarde percebi que uma daquelas imagens era uma “ aliciante e criativa” exemplificado na reprodução do famoso quadro de Rafael :casamento de

Fig . 3 - Piero della Francesca; Óleo e têmpera sobre tela, data provável entre 1455-1460

Maria com S. José inspirada pelos evangelhos apócrifos e num desenho de Leonardo de um edifício de planta central, religioso. (FIG.1) A cena teatral, desenrola-se num cenário que era de moda na pintura de então: a Perspetiva e que elevava a pintura ao nível da ciência para a subtrair à mera habilidade manual Esta ideia saiu da matemática depois de um aturado processo de análise tendo outra associada: a utopia que estava muito associada ao social e tinha repercussões diretas, no âmbito da arquitetura e do urbanismo. (FIG. 3) As duas irão proporcionar um acasalamento perfeito para a difusão das imagens religiosas, da arquitetura e urbanismo utópicos, pelo rigor geometrico e da prespectiva. (FIG. 4). Seria uma espécie de “dois em um”.

Fig . 4 - Leonardo da Vinci ; A Anunciação (1472-1475) Pintura a Óleo ( 98,4 cm × 217 cm ) Galleria degli Uffizi, Florença, Itália

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CULTURA Deste modo o sistema perspectivo idealizado pelos artistas italianos do século XV surge como o instrumento que tornará possível a representação da natureza e o desenvolvimento da ideia tridimensional no espaço. Anos mais tarde até foi considerado segredo de Estado. Não será excessivo referir o contexto da Peste Negra que assolou a Europa (1348), e a obra de Decameron de Bocaccio, como o marco ambiental, de referência à crise de valores que esta peste estimulou, no sentido de uma nova transformação social, cultural e económica que já havia começado mas agora com o Renascimento, atingia o seu ponto alto.. A ideia das «arquiteturas pintadas ou escritas» iniciadas no século XIV irão prolongar-se nos séculos XV e XVI, primeiro nas pinturas flamengas e depois nas Italianas, mas nesta cultura ganham estatuto de ciência e os pintores deviam ser versados em geometria para que a pintura fosse considerada uma ciência, como sugeriu Leonardo da Vinci e anos mais tarde Vasari exigia aos pintores. Moda esta de origem científica e observada com frequência, nas obras pictóricas dos grandes mestres de então. (FIG. 2, FIG. 3. FIG. 4 - Na página anterior.) Por então (séculos XV e XVI) os maiores artistas, reuniam em si uma série de aptidões operativas, sobre ourivesaria, carpintaria, arquitetura, escultura, pintura, engenharia civil e militar… Um bom testemunho disso é a Carta de Leonardo Da Vinci dirigida ao Duque de Milão a oferecer os seus préstimos como inventor, pintor, escultor arquiteto, engenheiro militar, onde salienta que: “em tempo de paz, sou capaz de preencher o posto de arquiteto, quer por edifícios públicos e particulares, quer para aqueles que servem à conduto e à distribuição de águas” também diz que saber “construir carros cobertos, com os quais se penetra nas fileiras do inimigo para destruir a sua artilharia e por detrás destes carro a infantaria pode avançar sem obstáculos”. Pela carta ou não, a verdade é que em 1483, Leonardo foi chamado para trabalhar em Milão e três anos após a sua chegada a cidade foi assolada por uma peste com consequências devastadoras e debates, pertinentes. De imediato imaginou uma cidade nova, de vários níveis, que devia ser (re) construida, nas

Fig. 7 - Desenho de Leonardo da Vinci; Manuscrito da Biblioteca de Paris

Fig. 6 - Desenho de Leonardo da Vinci; Manuscrito da Biblioteca de Paris

margens de um rio de águas límpidas, com ruas suspensas bem altas para peões (FIG. 6 E 7) e ruas em baixo para as viaturas de animais e um sistema de canais que permitiriam levar, por barcos, provisões até às portas das caves dos edifícios (FIG. 8) restringindo ao mínimo o contacto entre os de fora e de dentro da urbe. Esta Utopia encontra-se num dos seus famosos Diários: o Manuscrito da Biblioteca de Paris de onde apresento alguns desenhos.

Fig. 9- Desenho de Leonardo da Vinci; Manuscrito da Biblioteca de Paris

As ideias de Leonardo, pretendiam a melhoria da salubridade do espaço público e dos próprios edifícios no seu interior (FIG. 9), bem como a planificação urbanística de forma sustentada, no entanto para objetivar as suas ideias o artista necessitava do patrocínio de um mecenas. Sobretudo quando alguns edifícios, como o hospital (FIG. 5, FIG. 5B, FIG.10 - Na página seguinte.) alcançavam por este período a sua formulação tipológica concreta e surge como consequência do novo papel que

Fig. 8 - Desenho de Leonardo da Vinci; Manuscrito da Biblioteca de Paris

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Fig. 5 - Adams Elsheimer; Santa isabel da Hungria dando comida a pacientes num hospital (1598)

Fig. 5B - Beneficência num hospital. Autor desconhecido, pintura provável do séc. XV

assume o Poder como responsável da beneficência considerada como um bem público, mas igualmente relacionada com o desenvolvimento da ciência. No entanto o projeto de Vinci não transcendeu do papel, talvez por falta de mecenas, mas as suas ideias marcaram os arquitectos na planificação das cidades que desde então passaram por processos de mudanças com novos conceitos e cenários urbanos. No presente as cidades além do primitivo nome absorvem outros como Cidade inteligente, Cidade criativa, Turística, Industrial, termos saídos da

cartola de operadores económicos e turísticos quando se tenta dar a uma cidade a perspectiva da inovação ou de serviços onde a cultura e o espírito coletivo é o elemento norteador, quando não inventado «ad-absurdum” ou travestido, a mando da economia. Ao analisar a «A Morte em Portugal» num cenário de peste em 1500, verifiquei o ar pútrido e a falta de condições de higiene, mas igualmente a circulação dos animais à solta pelas ruas, as casas, as águas inquinadas e os lugares de inumação em torno das igrejas e seu interior, eram as

principais fontes de micróbios e miasmas. Servindo de viveiros para as doenças epidemiológicas . Em Lisboa, apesar da tentativa de mudar a cidade para a zona de Belém, foi no Bairro Alto onde esta realidade quinhentista de ruas amplas e ortogonais se iniciou. Os desenhos de Leonardo são, estranhamente modernos e dão sentido, há quinhentos anos, uma preocupação que a ONU definiu como “Dia Internacional de Preparação Epidemiológica”. E mostram como as Belas Artes sempre estiveram em sintonia com a Ciência e no campo dela n

Fig. 10 - Domenico di Bartolo; Pintura a Fresco 1440-1441 cuidar dos doentes no antigo Hospital de Santa Maria della Scala, Siena, Toscana, Itália.

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Henrique Alves Henriques Director Executivo do Grupo H Saúde

Tempo de balanços e projectos Temos um ano novo pela frente. altura habitual para fazermos contas à vida, Quais os objectivos cumpridos e quais as promessas de mudança que fazemos a nós próprios? Deparamo-nos com um ano novo, um novo caderno de páginas brancas para vivermos e repensamos as nossas opções, a firmeza dos alicerces com que vamos construindo pedra após pedra a nossa existência. O meu desafio é este: • Escrevam numa folha 5 aspectos da vossa personalidade que consideram menos bons ou fracos. Não se esqueçam ao olhar para essa página que é normalmente o erro que conduz

ao sucesso e que a detecção da falha é fundamental para a sua reparação. Guardem o papel numa gaveta mas não o esqueçam, revisitemno mentalmente ou sempre que incorrerem no que pretendem mudar. O processo já começou. Planeiem uma estratégica só vossa. Por exemplo: Quando estiverem prestes a adiar uma tarefa, por não se sentirem tão confortáveis a realizá-la ou não gostarem tanto de a executar, tentem começar por ela. Coisas assim mudarão o vosso dia, o vosso mês, o vosso ano. assim se avança e progride. Acreditem que é igualmente válido profissionalmente como pessoalmente.

Esta é a batuta do vosso novo maestro interno, que irá determinar o compasso do vosso novo ritmo, das novas escolhas, do critério e perseverança de valores. Não desejem um ano diferente, sejam vocês diferentes perante as situações com que se deparam. As mudanças mais importantes acontecem de dentro para fora e é isso que está ao alcance de todos nós. Que venha 2022 , embrulhado em paz, saúde e muitas surpresas e imprevistos que possamos sempre ultrapassar e com isso crescer ! n

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Dra. Sofia Lourenço Silva Farmacêutica

Desmistificar os Genéricos Ao apresentar a sua receita na farmácia já lhe deve ter sido questionado se preferia genérico e muitas vezes esta questão gera algumas incertezas. “Não deveria ser o médico a decidir?”, “Qual é a diferença?”, “Qual é o melhor?”, geralmente são as respostas que o farmacêutico recebe. Este artigo destina-se a esclarecer e a ajudá-lo a tomar a opção correcta.

O que é um genérico?

De acordo com o INFARMED, “um medicamento genérico é um medicamento com a mesma substância activa, forma farmacêutica, dosagem e com a mesma indicação terapêutica que o medicamento original, de marca, que serviu de referência” Para cumprir a definição acima, o medicamento

tem de garantir critérios de biodisponibilidade, através de estudos de bioequivalência.

O que é a Biodisponibilidade/ Bioequivalência?

Para um medicamento apresentar ação terapêutica, tem de ter uma determinada concentração no local onde vai actuar e

durante um período de tempo suficiente. A Biodisponibilidade estuda a quantidade de substância de um medicamento que é absorvida e que fica disponível para atuar na corrente sanguínea. Um estudo de Bioequivalência compara a biodisponibilidade de dois medicamentos. Se nas mesmas condições, os medicamentos tiverem a mesma biodisponibilidade, então

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“Quando termina a protecção da patente, qualquer empresa pode produzir e comercializar a mesma substância, bastando demonstrar os estudos de bioequivalência, já descritos. Desta forma, têm menos custos de investigação e desenvolvimento da molécula para incorporar no preço.”

os seus efeitos, em termos de eficácia e segurança, serão essencialmente os mesmos. Ou seja, medicamentos bioequivalentes têm a mesma segurança e eficácia. Sendo os genéricos bioequivalentes do medicamento que serviu de referência (“original” ou de “marca), vão ter a mesma segurança e eficácia. A forma de reconhecer um medicamento genérico é procurar a sigla [MG] na embalagem exterior.

Porque razão há uma diferença de preço?

Para compreender a diferença de preço temos de considerar como se

desenvolvem os medicamentos novos. Assim, que a nova molécula é desenvolvida, é protegida por um registo de patente por um período de vinte anos. Durante estes vinte anos, a empresa tem exclusividade de comercialização. Após o processo demorado de mais de dez anos, de vários estudos de segurança e eficácia, o medicamento recebe a Autorização de Introdução do Mercado (AIM), Quando termina a protecção da patente, qualquer empresa pode produzir e comercializar a mesma substância, bastando demonstrar os estudos de bioequivalência, já descritos. Desta forma, têm menos custos de investigação

e desenvolvimento da molécula para incorporar no preço. Também de acordo com o legislado em Portugal o preço de um novo medicamento genérico deverá ser inferior em pelo menos 20%.

Os medicamentos genéricos são tão bons como os originais?

Os medicamentos genéricos seguem as mesmas normas de qualidade, seja na produção, controle de qualidade e distribuição. Todos os medicamentos são produzidos em instalações que cumprem as leis em vigor.

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Como são prescritos os medicamentos genéricos? Os medicamentos são prescritos pelo nome da substância, Denominação Comum Internacional (DCI), seguida da dosagem e forma farmacêutica. Ou seja, geralmente não vem descrito se é para dispensar de marca ou qual o laboratório genérico. Na farmácia temos o dever de informar e dispensar os medicamentos mais baratos, excepto quando o utente escolhe um medicamento mais caro.

O utente tem o direito de escolher o medicamento que prefere, por isso se deve colocar a questão “tem preferência?”. Os medicamentos genéricos também são periodicamente inspecionados pelas autoridades e são testados de modo a demonstrar a sua eficácia.

Os genéricos têm vantagens?

Um medicamento genérico tem uma boa relação custo-benefício, apresenta menos custos para o utente, o que promove a adesão à terapêutica. São moléculas com muitos anos de comercialização, sendo por isso medicamentos com eficácia conhecida e elevado perfil de segurança. A escolha de um medicamento genérico também contribui para reduzir custos no sistema de saúde. Essa poupança pode ser utilizada para o desenvolvimento de moléculas inovadoras (medicamentos novos) ou outros projectos.

“Os medicamentos genéricos também são periodicamente inspecionados pelas autoridades e são testados de modo a demonstrar a sua eficácia.”

Em alguns casos, o médico pode prescrever por marca, por exemplo, em caso de alergias, medicação prolongada, medicamentos com margem terapêutica estreita.

Fiz alergia a um genérico, faço alergia a todos os genéricos? Apesar da substância activa ser a mesma, o método de produção poderá ser diferente e utilizar diferentes excipientes (são moléculas sem função activa, mas auxiliam no fabrico). Ser alérgico a um dos excipientes não significa que o seja a todos os genéricos.

Espero que a leitura deste artigo tenha contribuído para que da próxima vez que for à farmácia e lhe perguntarem se tem preferência por genérico ou de marca, consiga tomar uma decisão informada e sem receios n Fontes: INFARMED.pt

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Dra. Ivone Mirpuri Médica Patologista Clínica especialista em Modulação Hormonal | Certificação em Medicina Anti-Envelhecimento pelo CENEGENICS, Las Vegas | Especialista em Medicina Anti-Envelhecimento e Modulação Hormonal pela WOSAAM e International Hormone Society

Terapêutica com Testosterona Para que é utilizada a testosterona?

A testosterona é uma hormona maravilhosa que previne todas as causas de risco de mortalidade num homem, e deve pois ser suplementada sempre que necessária. A nível cardiovascular, a testosterona aumenta a força de ejecção cardíaca, provoca vasodilatação coronária, baixando a tensão arterial, diminui o colesterol e diminui a resistência periférica à insulina o que se traduz por redução na medicação

necessária para o controlo de uma diabetes tipo 2, por exemplo. A nível ósseo aumenta a densidade óssea. A percentagem de homens com osteoporose aos 70 anos é de mais de 30%, apesar de tal ser pouco mencionado. Os homens sofrem igualmente com problemas de osteoporose. Há que prevenir. A nível da composição do corpo humano , aumenta a massa muscular e diminui a massa adiposa, ajudando no controle do

peso e aumento da resistência desportiva. A testosterona diminui ainda o risco de aparecimento de todas as doenças degenerativas e de Doença de Alzheimer. Tem ainda muitas outras vantagens a nível cognitivo, como na diminuição da perda de memória, diminuição da irritabilidade, aumento da assertividade e do equilíbrio emocional. Isto para não ser mais exaustiva. E tantos são os benefícios da testosterona, que me ia esquecendo de falar dos benefícios a nível sexual, os mais conhecidos de toda a gente!

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Não há perigos no tratamento de testosterona?

A testosterona é uma hormona muito segura. Relativamente ao cancro, não há cancro da próstata antes dos 40 anos, quando os níveis de testosterona são mais altos. Este é o melhor estudo que temos: a observação empírica da natureza. ´No entanto, quando usada sem aconselhamento por médico experiente e conhecedor, podem ocorrer efeitos nefastos.

Há muitos tipos de testosterona, com vias de administração diferentes e que são utilizadas consoante a necessidade e indicação para cada utente. As doses também dependem de muitas condicionantes. Há que conhecer toda a fisiologia e fisiopatologia para bem medicar o doente. Um erro frequente que observo é o início indiscriminado da terapêutica sobretudo nos “ginásios” onde quem medica e

aconselha são os frequentadores que também o fazem. Isto não deve ser efectuado e deve ser denunciado, dadas as complicações que podem advir graves. E são bastantes as que ocorrem oriundas de maus aconselhamentos e erradas prescrições. Enumero algumas: atrofia dos testículos, ginecomastias (aumento das mamas), dor e sensibilidade mamária, problemas de aumento da próstata com queixas urinárias e aumento do risco

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“A testosterona é uma hormona fantástica e maravilhosa, contudo, há que saber utilizá-la. Não acarreta risco ou complicações se for usada em doses e forma de administração adequadas, em utente que dela necessite.”

actividade e a apneia do sono, que são contra-indicações relativas que temos que ter em consideração.

Como se “faz” a testosterona?

Pode ser de forma transdérmica, através de gel, por via oral através de comprimidos ou por via intramuscular através de injecções. A forma de administração depende da situação clínica do utente, da idade e da vontade do mesmo utilizar uma ou outra forma. Há vantagens e inconvenientes para cada forma de aplicação. Temos de verificar qual a mais adequada para cada utente explicando-lhe isto mesmo.

Há alguma idade mais apropriada para a administração de testosterona?

Pode-se fazer desde que haja indicação, em qualquer idade. Nos jovens, há que ter muito cuidado pois a conversão da testosterona em estradiol, pode levar ao encerramento das cartilagens de conjugação e o utente ficar de baixa estatura. Pessoalmente não concordo com a utilização antes dos 20 anos de idade. E nestas faixas etárias temos sempre de ponderar a alternativa a substâncias que estimulem a produção da testosterona destes homens jovens, em vez de a dar exogenamente. Há que ter cuidado com a inibição do eixo endócrino, que depende das doses efectuadas. Esta inibição é geralmente reversível em dois ou três meses, mas numa rara percentagem de casos pode ser permanente. cardiovascular por aumento do estradiol como consequência de doses sem controlo de “testosterona”, estão entre os mais frequentes episódios encontrados nestas situações, assim com a queda do cabelo e o acne. A testosterona é uma hormona fantástica e maravilhosa, contudo, há que saber utilizá-la. Não acarreta risco ou complicações se for usada em doses e forma de

administração adequadas, em utente que dela necessite.

Quais são as contraindicações ao uso da testosterona?

Há duas contra-indicações absolutas: a não necessidade e a presença de um tumor da próstata em actividade (dependendo do estadio). Também não deve ser utilizada em estadios recentes pós enfarto do miocárdio (um mês) Acrescento ainda a prostatite em

Medicar bem, requer um conhecimento profundo do assunto. Não se automedique, nem seja aconselhado por médico ou “terapeuta” inexperiente. Os médicos estão a destituir-se das suas funções e não é, infelizmente, raro ver utentes medicados por não médicos. Isto pode constituir um risco e perigo escusados, pois a testosterona é de facto uma hormona maravilhosa que a todos pode beneficiar a partir de uma certa idade, seguramente n

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Entrevista

Grande Entrevista João Baracho, Diretor Executivo do CDI Portugal

O CDI (Center of Digital Inclusion) Portugal nasceu em 2013 com o objetivo de dinamizar a Inclusão e Inovação Social através da utilização da tecnologia. A ideia da sua criação deveu-se a um grupo de entidades – Fundação EDP, Fundação PT, SRS Advogados, Egon Zhender, Mckinsey e PwC - que sentindo a necessidade de uma urgente transição digital nas populações mais desfavorecidas, decidiu avançar juntando voluntários e entusiastas e trazendo um dos fundadores e atual presidente da associação, Rodrigo Baggio, um dos mais reconhecidos empreendedores sociais do Mundo. Em que consiste a intervenção do CDI? Promovemos a nossa missão através de uma metodologia a que chamamos CDI Comunidade, que consiste em trabalhar com grupos na definição dos problemas comuns e na criação de projetos tecnológicos que os possam resolver ou minimizar. Neste momento, temos dois projetos principais: o Apps for Good, aplicado nas escolas, e o Centro de Cidadania Digital.

O primeiro consiste no desenvolvimento de Apps para smartphones ou tablets que representem soluções para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. No entanto, o verdadeiro objetivo do programa, é fazer evoluir o modelo educativo de forma a que inclua transversalmente a componente digital e que, além disso, permita que o professor seja mais facilitador do que líder, que os tempos expositivos sejam reduzidos e substituídos por trabalho colaborativo e que

exista uma maior aproximação da realidade escolar ao mercado de trabalho. Criado no Reino Unido, o Apps for Good tem vindo a crescer. Em Portugal, já estamos na 8.ª Edição e, até ao momento, envolvemos mais de 13.000 alunos e creditámos mais de 1.300 professores, contando com cerca de 200 escolas anualmente. E em Portugal como tem sido a adesão e o impacto? Em 2020, o Apps for Good em Portugal

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A Equipa CDI Portugal

“Em 2020, o Apps for Good em Portugal ganhou o Prémio Unesco para a melhoria da eficiência dos professores e foi reconhecido pela União Europeia como uma prática inspiradora para a Educação do Futuro”

ganhou o Prémio Unesco para a melhoria da eficiência dos professores e foi reconhecido pela União Europeia como uma prática inspiradora para a Educação do Futuro. O primeiro, deveu-se essencialmente ao nosso trabalho na formação de professores, cujo objetivo não se reduz apenas a explicar a dinâmica do programa mas sim e, fundamentalmente, a dar a conhecer novas metodologias de ensino e atividades inovadoras a desenvolver, com alunos cada vez mais exigentes e conhecedores e com acesso imediato a uma informação/ conhecimento global e acessível. Estes reconhecimentos trouxeram uma maior notoriedade internacional e uma motivação extra para a nossa equipa, cujo trabalho é assim valorizado. Porém, estes prémios nem sempre correspondem à maior facilidade na angariação de fundos e muitas vezes geram nos financiadores a ideia de que a sua contribuição já não é necessária. Que espera para 2022 e para os próximos anos? Para o futuro, estamos em conversações com o Governo para avaliar a hipótese de chegar a todas as escolas do país,

atingindo cerca de 180.000 alunos em 3.600 escolas e formando 7.200 professores. Internacionalmente, temos propostas para o desenvolvimento do nosso projeto alémfronteiras, mantendo o sonho de chegar aos PALOP’s e escolas em comunidades de emigrantes portugueses espalhadas pelo mundo. Quer falar-nos mais detalhadamente dos projectos actuais? Em Valongo, temos vindo a desenvolver os Centros de Cidadania Digital que evoluíram ao fim de 3 anos para o projeto Switch to Innovation. Este projeto pretende criar um ecossistema digital entre escolas, academia e comunidade através da gestão de dois Centros de Cidadania Digital, uma Casa do Conhecimento que integra a rede da Universidade do Minho e as escolas do concelho. Com o Switch to Innovation pretende-se atrair toda a comunidade para a utilização da tecnologia como forma de potenciar oportunidades e fornecer alternativas de vida. Os segmentos prioritários são os desempregados, pessoas excluídas digital ou socialmente, seniores e ainda os jovens à procura de alternativas

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Entrevista

para o seu futuro. É neste tipo de projetos que o conceito das Smart and Human Cities torna-se verdadeiramente crucial permitindo aos municípios criar novas oportunidades para os seus habitantes, de forma a colaborarem ativamente na evolução da comunidade em que vivem. Os projetos desenvolvidos vão desde incubadoras tecnológicas a projetos de consultoria tecnológica no comércio local, entre outros, sendo desenvolvidos por recursos locais desempregados ou, por qualquer razão, excluídos do sistema formal. Integrado neste projeto, desenvolvemos ainda a nossa plataforma de cursos gratuitos RECODE que permite a toda a comunidade que, de forma fácil, se atualize ou inicie nas ferramentas e conceitos tecnológicos. A grande novidade desta plataforma é o facto de incluir já conteúdos do Brasil, Portugal e Moçambique. Em 2021, o Switch to Innovation culminou numa montra que reuniu todos os projetos do município, envolvendo Cidadania e Tecnologia e a que demos o nome de Switch to Innovation Summit. O impacto do evento foi tão grande que está já em estudo uma próxima edição em 2022, que se

pretende poder ser estendida a toda a área metropolitana do Porto.

têm baixo nível de formação académica. Só não se “encaixam” no sistema formal.

Para o CDI Portugal, a Inclusão e Inovação Social e Digital não consistem apenas na introdução da tecnologia nas nossas vidas. A formação nas ferramentas digitais é inútil se não for aplicada às motivações dos seus utilizadores. Os atuais modelos social, económico e político estão obviamente esgotados, não correspondendo já às expectativas e necessidades de uma “franja” crescente da população. Necessitamos de maior ligação da escola à vida real, de abandonar sistemas obsoletos de educação maioritariamente expositivos, de maior participação cívica e, fundamentalmente, de permitir aos jovens evoluir de acordo com as suas motivações e características pessoais. Tudo isto, independentemente do seu grau de formação académica, onde os preconceitos são hoje um dos principais fatores de exclusão ou geração da crescente percentagem de jovens que não estão categorizados. Estes últimos são os jovens que não têm lugar em qualquer estatística porque nem são empregados, nem desempregados, nem estão a estudar e, na maior parte das vezes, não pertencem a famílias com dificuldades financeiras nem

Já há progressos e resultados? O CDI Portugal vai a caminho de fazer 9 anos de vida e, até ao momento, vemos com satisfação que a Inovação Social e Sustentabilidade tem vindo a ocupar um espaço cada vez maior na preocupação das empresas. De facto, as novas gerações assim obrigam: os jovens começam a preferir trabalhar em empresas que se “preocupam” e a optar por comprar a empresas com demonstrada responsabilidade social. Um dos principais fatores determinantes na nossa caminhada desde 2013 foi, sem dúvida, o tipo de parcerias conseguidas. Apesar do apoio financeiro ser obviamente fundamental, o alinhamento de estratégias, o envolvimento das equipas e o trabalho colaborativo e complementar, são características essenciais para um bom resultado da parceria. Desta forma, é também importante que os parceiros tenham contrapartidas dessa colaboração, seja através do envolvimento dos seus colaboradores e da sensibilização dos mesmos, da extensão das suas próprias ações, ou de outros benefícios, sejam

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Evento Apps for Good

“Os atuais modelos social, económico e político estão obviamente esgotados, não correspondendo já às expectativas e necessidades de uma “franja” crescente da população.”

eles internos ou externos. Esta é uma área que tem vindo a evoluir muito positivamente nas empresas e que se nota pelo crescente empenho na qualidade da colaboração e na preocupação com a medição do impacto conseguido. No caso específico da PwC, em que a parceria se traduz na auditoria aos nossos resultados financeiros, os resultados obtidos superam provavelmente a perceção que os seus próprios colaboradores têm do impacto da sua colaboração. De facto, e como exemplo, o Relatório Simplificado que apresentamos, facilita na maior parte das vezes as candidaturas a financiamentos internacionais, obrigando ainda a organização ao cumprimento escrupuloso das regras, garantindo externamente a credibilidade e clareza de que tanto nos orgulhamos. “Enquanto houver estrada para andar, nós vamos continuar”. Para além de replicar e ampliar o que fazemos, estamos já a estudar novos caminhos dentro da nossa missão. A pandemia trouxe a emergência climática e o wellbeing como temas urgentes a incluir nos primeiros anos de escola. Por isso, já estamos a fazer no Apps for Good o piloto do novo curso nestas áreas em 6 escolas, juntamente com o programa especialmente dedicado aos alunos com necessidades especiais, que

têm ocupado já uma quota relevante no programa atual. Por outro lado, a evolução tecnológica, abrindo caminho para uma maior democratização do conhecimento, gera perigos que queremos minimizar. Entre estes, a evolução da inteligência artificial exige uma educação cuidada onde conceitos éticos e de cidadania têm um lugar obrigatório nos primeiros anos de escolaridade, e eventuais dificuldades de acesso poderão causar desigualdades inesperadas. Previsões para os próximos anos? Em Valongo, e no próximo ano, contamos abrir novos laboratórios tecnológicos acessíveis à comunidade, que incluem desde a impressão 3D às Tecnologias Imersivas, e que se destinam a permitir que todos os munícipes possam contribuir com ideias e soluções para melhorar a sua comunidade. Mas esta nossa missão e ambição só faz sentido com os parceiros certos, e temos um grande orgulho em continuar a contar com a PwC, um dos nossos parceiros fundadores e, portanto, co-responsável por “tudo isto”. “Os atuais modelos social, económico e político estão obviamente esgotados, não correspondendo já às expectativas e necessidades de uma “franja” crescente da população. “n

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Dr. Francisco Gonçalves Diretor de Recursos Humanos do Grupo H Saúde Gestor de Formação da Academia H Saúde

A riqueza do conhecimento Atualmente, olhamos para os Recursos Humanos de forma completamente diferente daquela que existia nos finais do Séc. XIX, altura em que o Homem era encarado, somente, como um ser que apenas produzia e consumia, em vez de ser visto como “motor” da Organização. Cada vez mais é valorizado o potencial Humano. Nos dias que correm, há uma maior noção e valorização da competência, da qualificação e os Recursos Humanos são legitimamente considerados como um conjunto de aptidões técnicas e pessoais, essenciais para o desenvolvimento de qualquer empresa. Os Recursos Humanos são o recurso mais valioso que uma empresa pode possuir : sem as pessoas certas e competentes nos

locais adequados e nas funções certas torna-se impossível alcançar o sucesso que todos ambicionam. Desta forma é necessário, cada vez mais, que as empresas se preocupem em selecionar as pessoas adequadas à função certa, assumindo o compromisso do seu desenvolvimento e manutenção, tendo em vista a eficiência organizacional. Fruto das transformações ocorridas nas sociedades ocidentais, particularmente em contexto organizacional, nas últimas três ou quatro décadas, a gestão estratégica de recursos humanos assenta, atualmente, em três grandes pressupostos. Um deles é que o capital humano é a maior fonte de vantagem competitiva, outro é que são as pessoas que implementam o plano

estratégico e por fim, que deve ser adotada uma abordagem sistemática para definir onde a empresa quer estar e como quer lá chegar. O desenvolvimento de uma Gestão de Recursos Humanos eficiente tem vindo a ganhar cada vez mais importância ao longo dos anos, para isso é necessária a implementação de uma rede de práticas organizacionais estruturadas, que estimulem a satisfação dos trabalhadores. Apesar de ser visível o crescimento do interesse por esta área, acontece que ainda são muitas as questões que se colocam relativamente às práticas de gestão de recursos humanos e à valorização dessas mesmas práticas pelos trabalhadores, quer em termos metodológicos, quer pelas bases teóricas que sustentam os

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diferentes estudos, bem como a ausência de respostas concretas sobre as práticas de gestão de recursos humanos mais valorizados pelos trabalhadores. Se as pessoas são um fator chave para o sucesso organizacional, devemos ter especial atenção na sua gestão quer seja através de práticas mais antigas como a compensação, a formação ou os sistemas de gestão de desempenho, ou através de práticas mais recentes e progressistas de gestão de recursos humanos detetáveis nos investimentos em áreas como a seleção e desenvolvimento de competências e produtividade ou no desenvolvimento de instrumentos de aferição da função. Gerir pessoas é implementar de forma estruturada, políticas, práticas e sistemas que influenciem o comportamento, as atitudes e o desempenho dos membros da organização no sentido de aumentar a sua competitividade e a capacidade de organização que consequentemente

permitirá a evolução e sucesso organizacional. Para ser uma fonte de vantagem competitiva a gestão dos Recursos Humanos deve ser estratégica de forma a atrair, desenvolver e reter o capital humano essencial à prossecução dos objetivos organizacionais. Se reconhecemos aos Recursos Humanos um papel fundamental na organização pois constituem o “motor” da criação de riqueza, de que modo podemos otimizá-los ao máximo? A resposta é fácil : apostando na sua formação. Quem faz as organizações são as pessoas que a constituem. A forma como atuam traduz-se, consequentemente, na forma como atuará a empresa. É possível e necessária uma maximização do aproveitamento do potencial individual, formar os “líderes para o amanhã” pois estamos perante um novo mundo, concorrencial e globalizado, onde a

atualização dos saberes (saber-ser/estar, saber-fazer e saber-saber), faz parte das exigências básicas para o trabalhador do Séc. XXI. Toda e qualquer empresa, procura incessantemente encontrar meios e soluções para alcançar uma maior eficácia e potencial dentro da Organização. A formação dos trabalhadores é uma preocupação de qualquer organização, considerando os avanços inerentes à tecnologia e à procura da melhoria contínua. Mas não é só um fator de competitividade para a empresa, a formação é também um fator de sobrevivência, pois as empresas necessitam de trabalhadores com competências necessárias para fazerem face a qualquer exigência. O conhecimento é, sem dúvida, a maior fonte de riqueza que o indivíduo possui. É fundamental atualizarmo-nos, reciclarmonos e adaptarmo-nos aos mais variados contextos n

PME EXCELÊNCIA 2020 POLICLÍNICA CENTRAL DA BENEDITA, S.A.

É com grande honra que distinguimos o nosso Cliente Policlínica Central da Benedita, S.A., pela sua solidez financeira, qualidade e excelência de gestão. Candidatura apoiada pelo Crédito Agrícola.

Licínio Pina Presidente do Conselho de Administração Executivo Grupo Crédito Agrícola

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Carla Ferreira Médica Psicóloga na Clínica de Olhalvas e Policlínica da Benedita

Empatia e tolerância A história conta-nos que o ser humano sempre viveu de diferenças. Em eras ancestrais, quando imperava o poder absoluto em detrimento de qualquer direito humano, as classes sociais representavam sociedades marcadamente estratificadas, onde o nascimento ditava a que grupo se iria pertencer durante a vida. Com a evolução dos tempos e o crescimento de

conceitos como a empatia, solidariedade e igualdade, o ser humano começou a olhar em outras direcções, considerando de uma forma diferente a existência da dignidade e da possibilidade de olharmos os nossos semelhantes como seres únicos e com direitos, independentemente de critérios sociais. Porém, estamos ainda longe do pretendido, sendo que não

poderemos considerar que todos os direitos contemplados na Declaração Universal das Nações Unidas, são cumpridos. Se olharmos para a Europa e para o ciclo migratório actual, percebemos de imediato o quão ténues estão estes conceitos. Não raras vezes, convido a quem me rodeia que se tente projectar no outro. Que tente

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“A igualdade e a partilha encontram-se associadas a outras grandezas, que não contemplam a competição.”

ou de resistência, e onde a censura social se impõe intensamente, sem margem para aceitação ou para colaboração. Ou como seria ter perdido familiares nesta travessia do demónio, tão ou mais violenta como as tormentas do cabo bojador, que na época eram representadas por monstros e criaturas terríveis, e que agora se concretizam em morte e também em esperança. As reacções são muito diversas, mas não raras vezes encontro o julgamento cultural como uma justificação plausível para justificar as atrocidades que se dizem e cometem, sob o desígnio da religião. Focarmos o nosso olhar no crescimento e na educação, talvez fosse um princípio interessante para percebermos até que ponto fomentamos nos nossos filhos e nos nossos jovens, o conceito de igualdade, de equidade e de sintonia.

imaginar o que é ter sair do seu país de origem para salvaguardar a segurança da sua família e como seria ter de atravessar o oceano dentro de um barco de borracha, com crianças de colo no regaço, sem saber se chegariam a bom porto, ou se chegariam a porto nenhum. Como seria ainda recomeçar num lugar hostil, onde os olhos alheios são de crítica

Numa sociedade global que defende a competitividade como forma de vida, não me parece que sobre muito espaço para acolher e tolerar a diferença em pleno conceito, para que se respeite o outro na sua totalidade, enquanto ser humano. A igualdade e a partilha encontram-se associadas a outras grandezas, que não contemplam a competição. Ora vejamos: Se as crianças nas escolas fossem ensinadas a partilhar e a ajudar os colegas, não faria

sentido os quadros de honra, que mais não fazem do que incentivar a diferença e premiar a capacidade cognitiva. O ideal, seria premiar a capacidade de trabalho, que nem sempre está associada ao nível cinco no ranking da classificação. Continuo a encontrar na nossa sociedade os chamados “meninos de bem” e os chamados meninos que são “más companhias”. Sem que ninguém se debruce a sério sobre as fracas oportunidades associadas à vida destes últimos, ou sobre a panóplia de opções a que os outros têm direito, por questões culturais, financeiras e sociais. A tendência é sempre a perpetuação e a continuidade, muito embora exista a crença social de que quem tem poucos recursos, pode igualar com facilidade quem teve mais opções. Pode igualar, é um facto, uma quebra de corrente, uma inversão. Pode subir a pulso, pode vencer, pode ter sorte, trabalho, competência ou oportunidade, pode ter a coragem de vencer os obstáculos e efectuar um trajecto de ascensão. Mas para o fazer necessita de empreender um esforço acrescido, que derrube as barreiras erguidas nas mentes do mundo, um estranho muro que quase todos sabemos que existe, que muitos insistem em negar, e que outros tantos arriscam sonhar que já caiu. Urgente seria iniciar o percurso de baixo, numa intervenção primária, difícil, mas possível, que nos levaria a iniciar na base uma consciência social mais ampla e mais abrangente. O caminho não está no início. Apesar da distância ao ideal, encontro nos jovens de hoje uma visão mais humana, mais livre, mais colaborante. Olho-os muitas vezes de perto, escuto-os com muita atenção, e pasmo muitas vezes com a mudança de paradigma que os coloca a anos luz de distância de muitas pessoas mais velhas, com visões deturpadas e marcadamente conduzidas pelo racismo, pela xenofobia, pelo preconceito, ou tão só pelo medo. Arrisco dizer que vamos no caminho certo para enraizar nas gerações mais novas a colaboração, a aceitação, a entreajuda, a empatia. O outro, sou eu. Eu sou do mundo. O mundo é de todos nós n

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Dra. Maria Gama* Nutricionista

Preparar refeições saudáveis para a nossa semana Estamos quase a entrar num novo ano e uma das grandes dificuldades passa pela organização e preparação das refeições da nossa semana. Ou porque não temos tempo, ou porque estamos cansados do dia de trabalho, ou apenas porque a disponibilidade para o fazer é reduzida. Por isso mesmo, o planeamento, a organização e a preparação das refeições ao fim-de-semana é importante, de forma a nos aliviar esse trabalho durante a semana de trabalho.

Por muito que às vezes nos pareça que tal é difícil e demora muito tempo, existem alguns truques que nos podem ajudar e que se aplicarmos nos dias em que temos mais tempo, como ao fim-de-semana, torna tudo mais fácil. Uma das formas para que isso seja possível, é deixar as refeições minimamente preparadas, ou pelo menos, alguns alimentos que podem facilitar esta tarefa. Por isso mesmo, vamos então apresentar

uma lista de alimentos que pode preparar ao fim-de-semana ou no seu dia de folga, para conseguir manter uma alimentação saudável durante todos os dias da semana: Legumes estufados ou no forno. Veja a receita na página seguinte. É possível fazê-lo e depois guardar no frigorifico ou congelar, caso queira acondicionar durante mais tempo. Depois no próprio dia da refeição só é preciso aquecer e tem

*Licenciada em Ciências da Nutrição, é responsável pelo projeto Põe-te na linha que tem como objetivo promover a adoção de uma alimentação e estilos de vida saudáveis. Além de consultas de nutrição, desenvolve diversos workshops e palestras. No âmbito do projeto dinamiza também o blog Põe-te na linha no qual partilha diversos conteúdos relacionados com o seu estilo de vida, nomeadamente receitas e dicas. Pode conhecer o seu trabalho no site www.poetenalinha.pt, instagram @poete.nalinha ou facebook.

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Legumes Estufados ou no Forno Estas são algumas combinações de legumes que costumo utilizar. O modo de confeccionar é o mesmo para todos. Lavar e cortar, colocar na wok, no tacho ou levar ao forno no tabuleiro. Regar com azeite, sal e um bocadinho de água e deixar cozinhar. Podem acrescentar mais temperos como, pimenta preta, pimenta caiena, orégãos, tomilho… consoante o gosto! • Couve coração, pimento e alho francês • Cenoura, alho francês e cebola • Brócolos, cebola e cenoura • Abóbora, cebola e tomate • Couve roxa, pimentos e cebola • Beterraba, abóbora e courgete (só no forno porque a courgete larga muita água)

os legumes prontos (tao importantes nas nossas refeições). Além disso, se juntar ovos ou atum, fica com uma refeição completa preparada, legumes com ovos escalfados.

confecionar várias batatas-doces, podem ser o acompanhamento das suas refeições, sem ter de estar sempre a pensar o que irá fazer quando chegar a casa.

Arroz: É só cozer no dobro da água, temperar a gosto e fica pronto. Pode cozinhar em maior quantidade de forma a dar para vários dias, e durante a semana pode ir juntando o que tiver em casa, como atum, ovos, frango ou peixe desfiado por exemplo, de forma a variar o seu consumo.

Ovos: Um alimento que pode cozer para vários dias e fica assim tanto com ovos para as refeições principais como para os seus lanches. Claro que, sem abusar do seu consumo. Se cozer por exemplo 5 ou 6 ovos ao domingo, num dia em que não tenha lanche preparado pode coloca-lo numa marmita antes de sair de casa e não tem de se preocupar mais com o seu lanche. O mesmo para um almoço em que não tenha nada pronto: junta o ovo já cozido com a quinoa e os legumes, ficando com um almoço ou um jantar preparado num instante.

Assados, como por exemplo lombos de salmão no forno com batata-doce assada e brócolos cozidos. Pode confecionar por exemplo dois lombos de salmão, optando por desfiar um deles para fazer uma salada fria noutro dia da semana. A batata-doce assada pode ficar guardada no frigorifico e é um alimento que pode aquecer posteriormente. Caso possa

Peitos de frango: Pode optar por cozer vários peitos de frango, desfiar e guardar no frigorifico ou congelador. Desta forma,

quando não tiver nada pronto para o almoço, é só retirar e fazer por exemplo, uma salada fria, uma omelete de frango ou até um empadão de frango para o seu jantar. Aveia: Pode preparar as suas overnight oats, conhecidas como aveia adormecida, ao domingo para todos os seus pequenosalmoços. Ou então, pode também servir para os seus lanches, de forma a facilitar essa tarefa. É só colocar flocos de aveia com iogurte/bebida vegetal ou leite num frasco, e por fim uma peça de fruta. Todas estas ideias ajudam a que tenha uma semana organizada e que a preocupação da questão ´o que é que vou fazer para comer quando chegar a casa´, desapareça um bocadinho. Pequenos passos transformam-se em grandes resultados, e é apenas uma questão de nos habituarmos a esta organização… porque no fim, facilita bastante o nosso dia-a-dia n

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Pessoas & Animais

Histórias com pêlo Rita Dias e Ricardo Silva, voluntários da Casa dos Animais de Lisboa, tiveram a excelente ideia de pedir a escritores e personalidades públicas que batizassem e escrevessem sobre um dos "orfãos" a aguardar adopção. Dando assim maior visibilidade, para o sofrimento e necessidade de um lar, para tantos animais que entristecem todos os dias, vítimas de maus tratos e abandono, nas várias associações que lhes dão abrigo e os protegem, a aguardar por alguém que os adopte com responsabilidade.

Aldina Duarte Fadista e Letrista Portuguesa

Ficha 1112/20 Para adoção na Casa dos Animais de Lisboa Mais informações: https://bit.ly/3nvANPF Telefone da CAL: 21 817 2300 Fotografia :Ricardo Duarte Silva

Fausto por Aldina Duarte A vida tem altos e baixos, tenho resistido a todos eles. Dizem que tenho olhos de cientista atentos a tudo o que me rodeia, sou grande como um carrinho de mão, o meu pelo brilha como os dias solarengos e sou perna longa. Fiel, como um verdadeiro cão, a quem cuida de mim; tomo conta da casa com alegria e vocação natural, sou ponderado, um companheiro sereno e leal, a companhia de todos os dias, uma presença grata a quem acredita num mundo melhor, incluindo o amor dos animais. Sei ser uma fortaleza de esperança e um amparo para os momentos difíceis, comigo não há solidão. Espero confiante a vida nova e feliz, que já me faz sentir saudades do futuro. O amor é a cura para todos os males passados, presentes e futuros n

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Olga Roriz Coreógrafa e bailarina por. Entre vários galardões recebidos encontram-se o Prémio Bordalo (1991) e o Prémio Almada (2003). Foi nomeada Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (2004).

Pavlova por Olga Roriz Mesmo ao lado do Picasso, amiguinho do Tiago, vive a Pavlova. Pavlova é uma cadelinha bailarina que viajou pelas estepes, os fiordes, rios e vales para vir desaguar ao porto de Lisboa. Nascida de família de artistas, gosta de aventuras, viagens e de ter muitos amigos. Adora deitar-se ao sol e sonhar. Sonhar que rodopia nas suas patinhas delicadas, de focinho empinado e cauda em constante tour un l’air. “ É verdade, sim! Sou bailarina de nascença e das contemporâneas. Das que improvisam conforme o espaço e o tempo que têm. Dançarei para ti sempre que quiseres. Mas não te preocupes que também gosto de estar sossegadinha num cantinho da almofada, na dobra do teu braço, aos pés da tua cama. Leva-me contigo para onde quiseres, nunca te sentirás sozinh@ ou triste porque dançarei para ti.” n

Ficha 1566/21 Para adoção na Casa dos Animais de Lisboa Mais informações: hhttps://bit.ly/3GEcQgp Telefone da CAL: 21 817 2300 Fotografia :Ricardo Duarte Silva Ilustração: Paula Xavier Fernandes

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Breves NOVO CENTRO DE TESTES À COVID-19 NA NAZARÉ

Desde dia 10 de janeiro que está em funcionamento o novo Centro de Testagem à COVID-19 da Nazaré, na Bonarte, no Parque Atlântico. Este Centro tem capacidade para realizar 1000 testes por semana, destina-se ao comércio, instituições, munícipes e serviços do concelho, e funciona de segunda a sábado, das 8h00 às 15h00. O serviço resulta de uma parceria da Câmara Municipal com a Policlínica Benedita - Grupo H Saúde. O sistema de testagem à Covid-19 é em regime Drive THRU, com Teste PCR, por zaragatoa SARS - COV-2, e Testes Rápidos Antigénio. Com esta última opção é possível testar de forma mais rápida e simples, uma vez que este teste não requer equipamentos complexos e os resultados estarão prontos em cerca de 15/20 minutos. As marcações deverão ser feitas através do número da Policlínica Benedita: 262925610 ou através do website www.grupoh.pt n

A POLICLÍNICA DA BENEDITA RECEBEU OS ATLETAS DO ALCOBAÇA CLUBE DE CICLISMO

No dia 15 de dezembro de 2021 a Policlínica da Benedita, como Serviço Médico Oficial do Alcobaça Clube de Ciclismo, recebeu atletas daquele clube para a tão importante consulta de Medicina Desportiva. Apoiamos o Desporto! n

O GRUPO H SAÚDE EM DIRECTO NA CNN PORTUGAL

No dia 31 de dezembro de 2021 a CNN Portugal esteve em directo connosco através do Centro de Testes de Alcobaça. No dia 11 de janeiro de 2022 o Grupo H Saúde voltou a estar em directo no novo canal CNN Portugal, desta feita, no recém inaugurado Centro de Testagem Drive-Thru da Nazaré.

UMA MENSAGEM ESPECIAL

No passado 29 de dezembro começámos o dia com uma mensagem muito especial deixada na porta da Policlínica da Benedita pela nossa utente Maria Filomena de Jesus: “Boas Festas a Todos Meu nome é Maria Filomena de Jesus. Eu estive no vosso estabelecimento no dia 29-11-21 e venho por este meio vos agradecer pela atenção e o carinho com que fui tratada. Muito obrigada e um grande abraço para todos. Sejam felizes. Keep up to good work. Maria Filomena de Jesus” O Grupo H Saúde agradece as palavras da Sra. Maria Filomena. Feliz Ano Novo! n

ACTIVIDADES LÚDICAS DA AMACARE - APOIO AO DOMICÍLIO

O trabalho realizado diariamente com os utentes da AmaCare vai muito além dos cuidados básicos n

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DRIVE-THRU DA NAZARÉ EM DIRECTO NA CMTV

Neste dia foi a vez da CMTV vir ao Centro de Testagem Drive-Thru da Nazaré do Grupo H Saúde fazer várias reportagens em direto. A sua revista é dinâmica, leia o QrCode com a câmera do seu telemóvel ou através de aplicação móvel própria e veja como ganha vida n

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NOVAS ESPECIALIDADES!

A Medicina Física e de Reabilitação/Fisiatria é uma especialidade médica cujo objetivo principal consiste na reabilitação/ recuperação do indivíduo afetado funcionalmente por doença ou traumatismo e baseia a sua atuação numa abordagem própria no exame médico e na avaliação da funcionalidade. Desta forma procura reduzir a incapacidade e promover a integração do indivíduo na sociedade. A Oncologia acompanha os doentes oncológicos, faz o planeamento dos tratamentos oncológicos e o seguimento dos utentes que os realizam, durante e após estes tratamentos: • Quimioterapia; • Hormonoterapia; • Imunoterapia. A Policlínica da Benedita disponibiliza consultas de Oncologia com o Dr. Vasco Fonseca. Vasco Fonseca, médico oncologista no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Representante Nacional da Sociedade Internacional de Oncologia Geriatrica em Portugal (SIOG) e doutorando em Administração Pública em Saúde na Universidade de Lisboa. Médico pela Faculdade de Medicina de Lisboa e Oncologista Médico pelo Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Integrando o Grupo H e o plano de Oncologia Regional, dá prioridade ao tratamento de excelência de proximidade com articulação dos cuidados de saúde privados e públicos n

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ívio ae mas, duto ico. te a iver ano oa

Especialidades Médicas e Terapias Acupunctura

Dr. Francisco Fernandes CO

Bem-Estar

Hematologia

Dr. José Pedro Carda PCB Dra. Tabita Maia PCB

Ana Pereira CO Vânia Jacinto PCB

Homeopatia

Consulta da Dor

Medicina Dentária

Dra. Rafaela Azevedo CO

Oftalmologia

Dra. Ana Fernandes CO Dra. Paula Castela PCB Dra. Juliana Neves PCB

Oncologia

Dr. Vasco Fonseca PCB

Ortopedia

Dr. César Martins PCB Dr. Lima Bastos CO Dra. Martinha Henrique CMP

Dra. Elisabete Sousa CMP Dra. Joana Filipa Cunha PCB Dr. João Cardigos PCB Dr. João Castro PCB Dr. João Pisco CO Dra. Liana Fernandes CO Dra. Margarida Mendes CO Dra. Mariana Bárbara CO Dra. Mariana Guerreiro PCB Dra. Marta Ascenso CO Dra. Marta Gomes CO Dra. Raquel Balbino CO Dra. Sónia Rita PCB Dra. Rita Carreira PCB

Electromiografia

Medicina Geral e Familiar

Dr. Carlos Gonçalves CO

Dr. Nuno Alegre CO

Cirurgia Geral Dr. Branco Lopes PCB Dr. Franz Walter CO

Cirurgia Vascular Dr. João Rato PCB Dra. Viviana Manuel PCB

Dermatologia

Dr. Filipe Carvalho PCB

Endocrinologia

Dra. Ana Cristina Ribeiro CMP Dra. Cristina Ribeiro CO Dr. Nuno Vicente PCB

Estudo do Sono

Dr. José Carlos Boavida PCB

Fisiatria

Dra. Diana Ascenso CO PCB

Gastroenterologia

Dra. Cátia Quintela CO PCB Dr. Pedro Russo CO PCB Dr. Samuel Fernandes CO PCB Dr. Rui Mesquita CO PCB

Ginecologia

Dr. Gonçalo Ramos CMP CO Dra. Isabel Riscado PCB Dr. Rui Lagarto PCB Dra. Andreia Antunes CO Dra. Paula Retroz PCB CMP - Centro Médico de Pataias CO - Clínica das Olhalvas - Leiria PCB - Policlínica Central da Benedita

Dr. Borrego Pires PCB Dr. João Venda PCB Dr. Joaquim Antunes PCB Dr. José Gomes PCB Dr. José Tomás PCB Dr. Osvaldo Parreira CMP Dra. Dina Ruivaco CMP Dra. Maria Ivone Cruz CO CMP

Nefrologia

Dra. Cristina Cândido PCB

Neurocirurgia

Dr. Eduardo Bernardo PCB

Neurologia

Dr. Carlos Cruz PCB Dr. José Mouzinho CMP Dr. Sérgio Martins CO PCB

Otorrinolaringologia

Dr. António Marques Pereira PCB Dr. José Oliveira CO Dr. Mário Santos CMP Dra. Raquel Bento CO CMP

Pediatria

Dra. Margarida Santos PCB CO

Pedopsiquiatria Podologia

Dr. Cristovão Polónio CMP CO PCB

Provas Respiratórias Dr. Pedro Custódio PCB

Psicologia

Dra. Carla Ferreira CO PCB Dra. Filipa Vaz CO Dra. Luísa Lameiras CO Dra. Luísa Morgado CMP Dra. Paula Cardoso CMP Dra. Susana Henriques CO PCB Dra. Telma Pinto CO

Dr. Joaquim Cândido PCB Dra. Marlene Carvalho CO Dr. Peter Grebe PCB

Psicomotricidade

Neuropsicologia

Dra. Ana Rosário Fonseca CO PCB Dr. Cláudio Laureano CMP PCB Dr. Mário Simões CO Dr. Sérgio Martinho CO CMP PCB

Dra. Helena Pedrosa CO

Nutrição

Dra. Alexandra Xavier CMP Dra. Ana Bogalho CO

Dra. Sofia Ferreira CO PCB

Psiquiatria

Reumatologia Dr. Jorge Silva PCB

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Saúde Pública

Dra. Maria de Fátima Lorvão PCB

Terapia da Fala

Dra. Daniela Sousa PCB Dra. Margarida Cunha PCB Dra. Marta Violante CO Dra. Sandra Coelho CMP

Terapia Ocupacional

Ama Care - Apoio Domiciliário Av. Estados Unidos da América 8.º B n.º 72 1700-178 Lisboa t. 262 925 610 tm. 961 357 034 e. ama@grupoh.pt

Centro Médico Diálise da Benedita Rua da Policlínica s/n 2475-151 Benedita t. 262 925 615 e. geral@grupoh.pt

Sara Marques PCB

Urologia

Dr. António Oliveira CMP CO PCB Dr. Ricardo Borges CMP CO

Exames e Outros Seviços Centro de Enfermagem Centro de Fisioterapia Analises Clinicas Serviço de Médico Permanente

Centro Médico de Pataias

Av. da Lagoa, n.º 21, 2445-202 Pataias t. 244 585 040 · tm. 967 388 689 · f. 244 585 041 e. geral@centromedicopataias.com 2.ª a 6.ª - 08h00 às 20h00 Sábado - 08h30 às 13h00

Exames

Exames Auditivos ECG - Electrocardiograma EEG - Electroencefalograma EMG - Electromiografia Exames de Gastrenterologia Polissonografia (Estudo do Sono) Provas Funcionais Respiratórias Testes Cutâneos de Alergias Teste Rápido COVID-19 IgG/IgM Teste Rápido COVID-19 TRAg CMP - Centro Médico de Pataias CO - Clínica das Olhalvas - Leiria PCB - Policlínica Central da Benedita

Clínica das Olhalvas

Rua das Olhalvas, Olhalvas Park, 1.º 2410-198 Leiria t. 244 843 720 · tm. 967 386 480 · f. 244 843 729 e. geral@clinicadasolhalvas.com 2.ª a 6.ª - 08h00 às 20h00 Sábado - 08h00 às 18h00

Policlínica Central da Benedita

Rua da Policlínica s/n, 2475-151 Benedita t. 262 925 610 · tm. 969 655 534 · f. 262 925 619 e. geral@policlinicabenedita.com Horário: 2.ª a 6.ª - 08h00 às 21h00 Sábado - 08h00 às 13h00 Domingos e Feriados - 09h00 às 12h00

Farmácia Alves

Rua Rei da Memória, Bloco A, 134 Lj. E, R/C Dto. 2475-147 Benedita t. 262 925 510 · tm Whatsapp. 967 449 750 · Linha Azul 808 201 352 e. geral@farmacia-alves.com Todos os dias – 8h30 às 23h00 (inclusive domingos e feriados)

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