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Editorial | Dr. António José Henriques
Editorial

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Sobre a evolução
O ser humano chegou a Marte. E isto é motivo de regozijo para uma certa pequena parte do planeta. Essa conquista, a 55 milhões de quilómetros de distância, poderia induzir a quem lesse a notícia, de outro planeta, que tudo vai bem no nosso. Que a evolução tecnológica acompanha finalmente as mentalidades, que temos a nossa casa limpa e em ordem e que resolvemos ir passear e espreitar outros planetas. Que as guerras, a fome, a doença, a poluição, o devastamento dos recursos ambientais e extinção das espécies, entre tantas outras coisas …. como a corrupção na agenda do dia..., são temas do passado. Mas não é assim, infelizmente, como todos sabemos.
A nível global, fomos vítimas da Covid, sempre uns mais do que outros. Sempre os mais desfavorecidos e os mais frágeis a pagar a incúria dos governos e das más decisões, a pagar pelo desrespeito pelas espécies selvagens e corrida ao lucro fácil, atropelando regras básicas de bom senso.
Em todas as reformas que se poupam hoje por óbito, perdeu-se o saber, a experiência, o pilar familiar dos mais velhos, dos avós que já se visitavam pouco porque era mais empolgante passar a tarde a olhar para o smartphone a contar os likes das selfies .
Tantas palavras novas que entraram no quotidiano do nosso léxico já tão rico, neste atabalhoamento em que ficou a língua portuguesa depois do Acordo Ortográfico feito para unir os países de expressão portuguesa que nenhum dos outros países assinou.
Estamos mais pobres mas chegámos a Marte.
E tudo vai mal, tudo por resolver, tudo por decidir, as guerras não cessam, as de caneta e discursos e as das balas, êxodo e migrações em massa. Pensamos o futuro com reservas.
Podemos continuar o nosso caminho, a olhar para o chão, sempre convencidos de que são os outros que devem resolver o que está mal e sem sequer aproveitarmos a vantagem que as democracias nos conferem: o voto. Ou podemos passar a perceber que a grande lição que o corona vírus nos ensinou é que não estamos nem estaremos a salvo e que o problema é comum mesmo que não pensemos a essa escala.
Cabe a cada um de nós cumprir o seu papel: ser solidário, consciente, responsável, preocupado com a sua pegada ecológica e com a capacidade de mudar o mundo. Em suma com as suas obrigações e deveres humanos.
Comecem hoje a formular a pergunta: Que devo eu fazer para construir um futuro melhor? E podem crer que esse futuro estará mais perto dos nossos sonhos.
A resposta, da “verdadeira” evolução está sempre nas mãos de todos nós n

Dr. António José Henriques Director Editorial redaccao.revistasaudehoje@gmail.com