Tradução Maíra Meyer
Título do original: The Witch’s Book of Spellcraft.
Copyright © 2022 Jason Mankey, Matt Cavalli, Amanda Lynn, Ari Mankey. Publicado originalmente por Llewellyn Publications, Woodbury, MN 55125 – USA –www.llewellyn.com.
Copyright da edição brasileira © 2023 Editora Pensamento-Cultrix Ltda. 1a edição 2023.
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Editor: Adilson Silva Ramachandra
Gerente editorial: Roseli de S. Ferraz
Preparação de originais: Alessandra Miranda de Sá
Gerente de produção editorial: Indiara Faria Kayo
Editoração eletrônica: Cauê Veroneze Rosa
Revisão: Luciane Gomide
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
O grimório moderno das bruxas : um guia prático para se conectar com a magia das velas, cristais, plantas, ervas e criar feitiços poderosos / Jason Mankey...[et al.] ; tradução Maíra Meyer. --
1. ed. -- São Paulo : Editora Pensamento, 2023.
Título original: The witch's book of spellcraft
Outros autores: Amanda Lynn, Matt Cavalli, Ari Mankey
Bibliografia.
ISBN 978-85-315-2281-9
1. Bruxaria 2. Esoterismo 3. Magia - Esoterismo 4. Paganismo 5. Rituais I. Mankey, Jason. II. Lynn, Amanda. III. Cavalli, Matt. IV. Mankey, Ari.
23-149479
Índices para catálogo sistemático:
1. Bruxaria : Magia : Ocultismo 133.43
Eliane de Freitas Leite - Bibliotecária - CRB 8/8415
Direitos de tradução para o Brasil adquiridos com exclusividade pela EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA., que se reserva a propriedade literária desta tradução.
CDD-133.43
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ADVERTÊNCIA
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Em memória de Michael Harris (1942-2021), mentor, ancião, amigo querido e irmão de Bruxaria
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Capítulo
Capítulo
Introdução:
O que é Magia?
Um: Filosofias e Ética do Magista Capítulo Dois: Preparando o Espaço Mágico
Três: Visualização Criativa e a Palavra Escrita
Capítulo
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Quatro: Feitiços por Visualização e Roteiro
Cinco: Sua Vontade, Poder Pessoal, e o Céu e a Terra
Seis: Feitiços da Lua e da Vontade
Sete: Magia com Velas
Oito: Feitiços à Luz de Velas
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Capítulo
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SUMÁRIO
Capítulo Dez: Feitiços
Plantas, Árvores
Flores Capítulo Onze: Pedras e Cristais Capítulo Doze: Feitiços por Pedras e Cristais Capítulo Treze: Óleos essenciais e Incensos Capítulo Catorze: Feitiços com Aromas e Defumação Capítulo Quinze: Nós Mágicos, Amuletos e Impedimentos Capítulo Dezesseis: Feitiços com Nó e Corda Capítulo Dezessete: Bonecos, Garrafas de Bruxa e Feitiços em Frascos Considerações Finais: Faça seu Próprio Feitiço 169 201 225 247 261 295 319 343 371 409
Capítulo Nove: Magia com Ervas e Plantas
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Apêndice I: Tipos de Feitiços e Correspondências Mágicas Apêndice II: Propriedades Gerais de Ervas, Óleos, Cores, Pedras e Cristais Apêndice III: Lista Mestra de Feitiços Apêndice IV: Feitiços por Categoria Glossário Bibliografia e Recursos Extras Agradecimentos 419 425 431 439 451 457 469
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INTRODUÇÃO
Que é Magia?
era noite de sexta-feira, meados de maio, e nosso coven estava excepcionalmente concentrado. Pela primeira vez na vida estávamos todos participando em conjunto de um grande feitiço para emprego. Vários de nós precisávamos de uma mudança em nossa situação vigente, e um feitiço para emprego parecia o melhor ponto de partida. Nem todos nós estávamos querendo recomeçar do zero. Ari, por exemplo, precisava apenas de um empurrãozinho para progredir na carreira. Independentemente do motivo exato para o envolvimento de cada participante no feitiço, estávamos todos inquietos e buscando novas oportunidades. Nosso feitiço envolveu disciplinas variadas. Havia símbolos representando riqueza e prosperidade, e uma coleção de pedras e ervas foi exposta, todas associadas a crescimento e novos começos. Embrulhamos todo esse material em pequenos quadrados de tecido, proferindo encantamentos enquanto atávamos nossos amuletos com cordas e os amarrávamos com nós. Com os saquinhos firmemente amarrados, nós os untamos com óleos para sucesso e selamos tudo com algumas gotas de cera de vela. Finalizamos o trabalho cantando juntos, infundindo os saquinhos com energia extra. Naquela noite, cada embrulho era único, no sentido de que cada feitiço era diferente, mas, por conta da energia compartilhada, cada embrulho também era parte de um todo maior.
Os resultados apareceram ao longo das semanas seguintes. Matt conseguiu um novo emprego de gerente em uma livraria esotérica local. Amanda deixou para
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trás a vida de barista e começou a comandar uma frota de food trucks no Vale do Silício. Ari conseguiu a promoção que queria e agora era a líder inconteste de seu departamento no trabalho. Jason recebeu um e-mail da Llewellyn Publications (os editores deste livro), perguntando se ele tinha interesse em escrever um livro para a casa editorial. Os resultados daquela noite foram reais e tangíveis, e todos nós tivemos outros êxitos ao utilizar o poder da magia.
Não é justo dizer que a magia foi a única razão de essas coisas acontecerem. Matt teve que se inscrever para o cargo que conseguiu e ter as habilidades para ser bem-sucedido nele. Amanda trabalhou duro para se formar e, então, teve de buscar um novo empregador. A feitiçaria não tornou Ari uma funcionária espetacular da noite para o dia; ela já o era. Jason escreveu textos on-line e ensinou em festivais pagãos durante anos antes que o chamassem para escrever um livro. Já estávamos em uma posição para essas coisas acontecerem, mas todos nós acreditamos que a magia teve um papel em nossos êxitos subsequentes. Ela foi o “empurrãozinho” que trouxe o que estávamos buscando para nossa vida.
Muitas pessoas acham que a magia não é real, e que, na maioria das vezes, é um truque da mente. Vale a pena explorar por alguns instantes por que não compartilhamos esse ponto de vista. E se o sucesso da magia vier simplesmente de uma crença em que podemos mudar nossas próprias circunstâncias? O que haveria de errado nisso? Se o resultado é o mesmo, quem se importa com a maneira como chegamos lá? Porém, porque todos nós vivenciamos a magia funcionando em nossa vida, ignoramos quem não poupa esforços para desacreditá-la.
Se você passou muito tempo lendo sobre magia ao longo dos anos, provavelmente leu várias explicações diferentes para ela. Algumas parecem quase científicas, enquanto outras são doces e fofas. O que todas essas fontes sugerem é que não há acordo real em relação ao que é magia. A definição mais notável de magia é do ocultista inglês Aleister Crowley, que, em seu livro Magick in Theory and Practice, de 1929, escreveu que magia é “a ciência e a arte de fazer a mudança ocorrer em conformidade com a Vontade.” Ainda que haja muitos motivos para gostar dessa definição, ela está longe de ser completa.
Magia é ciência e arte. Uma Bruxa ou Bruxo bem-organizada(o) manterá um registro dos feitiços que faz e gravará os resultados desses feitiços. Com o tempo, em geral emergem padrões, permitindo que examinemos nossos
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sucessos e falhas. Em certo sentido, feitiços são como experimentos de laboratório, em que certas ações produzem, de maneira consistente, certos resultados. Então, podemos optar por utilizar o que funciona melhor e descartar o restante. Feitiços também são como a arte. Pergunte a um grande pintor como pintar e é provável que você não receba uma resposta satisfatória. Sem dúvida a prática e o trabalho duro contribuem com a excelência, mas às vezes as pessoas simplesmente nascem com certas habilidades que outros não possuem. Muitas vezes, há pessoas que são simplesmente muito boas para trabalhar com magia e o fazem quase de maneira inconsciente. Frequentemente, nossa intuição serve como um poderoso guia mágico.
A maioria de nós provavelmente usa uma combinação de ciência e arte ao praticar feitiçaria. Podemos analisar a fase lunar, consultar alguns livros para descobrir as melhores ervas e pedras, e queimar um incenso específico ao elaborar um feitiço para obter determinado fim. Ao fazer um feitiço, podemos pronunciar alguns versos poéticos que pareçam apropriados para acrescentar à magia que estamos criando. Se sua feitiçaria é arte ou ciência, não importa. O mais importante são os resultados.
A definição de magia de Crowley menciona “Vontade”, termo que com frequência vem à tona quando se discute magia1. Há várias ideias dissonantes sobre de que se constitui nossa vontade, mas a definição mais simples pode ser resumida como “nossa intenção mais verdadeira”. Quando nossa vontade está guiando a magia, estamos buscando manifestar o que mais desejamos. Às vezes nossa vontade está em desacordo com nossa mente consciente sobre o que realmente queremos. Talvez você pense que uma promoção no trabalho vai melhorar sua vida, mas sua vontade, em vez disso, pode estar pressionando por uma mudança de carreira.
Quando nossa mente consciente está alinhada com nossa vontade verdadeira, nossa magia se torna muito mais forte. É por isso que um ditado repetido com frequência na magia é “Magista, conhece a ti mesmo”. Se você não se
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1. Dizer que Aleister Crowley era problemático é um eufemismo. Ele causou enorme impacto na prática da magia moderna, mas muitas de suas obras são sexistas, racistas e antissemitas. É difícil escrever sobre a filosofia da magia sem mencionar Crowley, mas de modo algum concordamos com todo o conjunto de sua obra.
conhece de verdade, será muito mais difícil manifestar as mudanças que quer na vida. Magia efetiva exige mais que apenas conhecer feitiçaria; ela exige que nos conheçamos de verdade.
No sentido mais cru, magia é tão somente energia. Muitas vezes, energia é algo que podemos sentir, embora vez ou outra não possa ser medida por meios convencionais. A energia, por si só, é neutra; ela existe, mas com frequência não tem nenhum propósito específico. Quando infundimos energia em nossa intenção (ou vontade), ela se transforma em magia. Depois de preenchermos essa energia com nossa intenção, a enviamos ao universo para que ela trabalhe para nós.
Quase tudo no mundo contém, pelo menos, um pouquinho de energia. Pedras e ervas podem ser usadas para fins de magia porque contêm energia, e essa energia geralmente afeta a maioria das pessoas de certa maneira. A aventurina (um tipo de quartzo verde) emite uma energia que tende a atrair dinheiro e prosperidade. Carregar um pedaço de aventurina no bolso o tornará beneficiário dessa energia.
Frequentemente, pessoas comuns sofrem do logro de que magia é “sobrenatural”. Magia não é sobrenatural; é a força propulsora do universo. Às vezes, é possível explicar a magia como uma semente que se torna broto e cresce da terra, mas ainda assim é magia. Nada se torna menos mágico só porque pode ser explicado. Magia é mais que feitiços à luz de velas; ela pode ser encontrada no espanto, nas maravilhas e no júbilo da existência.
Muitos argumentam que ciência e magia existem em oposição uma à outra, mas nada poderia estar mais longe da verdade. A própria ciência é mágica. O fato de vivermos em um universo em que novas estrelas, galáxias e planetas nascem continuamente é um exemplo da magia em ação. A energia existe em todos os lugares do universo. É a cola que tudo une. Podemos explicar uma enxurrada de coisas por meio da ciência, mas o fato de sistemas complexos de vida e morte serem criados do pó e gás é mágico, e é a magia que mantém cantarolando e se movendo.
O uso da magia é empoderador. Saber que podemos mudar circunstâncias nos proporciona certa confiança e superioridade. A magia mudou nossa vida por fora, mas também a mudou por dentro. Ela nos permite lidar melhor com o que o mundo nos lança. Magia não é uma muleta que usamos para nos mover; é uma potência que fortalece, em vez de enfraquecer.
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