Revista Élégant 08 - Patricia Salvador

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Saúde

sódios de depressão. O ânimo desaba, a autoestima fica baixa, sentimentos de culpa e de frustração passam a dominar os pensamentos e as emoções da pessoa.

Gravidade da doença O Transtorno Bipolar pode ser considerado uma doença grave, pois se trata de um transtorno psiquiátrico grave.

Buscar ajuda A doença pode chegar a interferir de modo negativo e dramático na qualidade de vida do indivíduo. Dr. Adnet revela que dentro do possível e com a concordância do paciente, a família deve participar, até porque é importante saber como lidar com um familiar com esse mal, principalmente em momentos de instabilidade clínica. O médico adverte que ver um ente querido em profunda depressão ou em um franco estado de mania é algo angustiante e não são poucas as vezes em que a família experimenta uma desagradabilíssima sensação de impotência. Como diferenciar o Transtorno Bipolar de uma simples mudança de humor? O psiquiatra comenta que diversos pacientes chegam em seu consultório afirmando serem bipolares, mas que na verdade não são. “Particularmente não sou simpático a testes de bipolaridade feitos sem supervisão especializada. Já recebi casos onde pessoas realizaram alguns desses testes por conta própria e o resultado foi totalmente equivocado”, afirma. Há também situações em que pode haver alterações de humor e a pessoa ter um comportamento explosivo, mas isso não é o suficiente para diagnosticar que o indivíduo tenha bipolaridade. Por isso, o diagnóstico fica por conta do especialista, este, fará uma avaliação cuidadosa.

Idade Alguns estudos afirmam que o Transtorno Bipolar é mais frequente no final da adolescência e no início da idade adulta, mas o médico revela que até o momento, o que se tem observado, é que a doença se manifesta em qualquer fase da vida.

Depressão É importante destacar que o Transtorno Bipolar e a Depressão Maior são doenças psiquiátricas diferentes, até porque na depressão clássica o indivíduo não experimenta as fases de mania do Transtorno Bipolar.

Tratamento Primeiramente deve-se proporcionar ao paciente alívio dos sintomas da doença, o que é feito através de medicação que estabilize o humor. Segundo o especialista, as medicações mais modernas que atendem a esses requisitos, são pertencentes à categoria dos estabilizadores do humor. Dentre estes remédios mais modernos, hoje também se utilizam (e com excelentes resultados), antiepilépticos e os chamados antipsicóticos atípicos . “Em muitos casos a melhora clínica é dramática, ou seja, é bastante satisfatória”, declara o psiquiatra. Também não se pode esquecer do Carbonato de Lítio, que até bem pouco tempo era o medicamento de escolha para se estabilizar o humor em diversas situações. “Todavia, o Lítio vem perdendo progressivamente seu papel de destaque no tratamento do TB em razão da existência de outros medicamentos superiores em eficácia e com menos efeitos adversos”, conta Adnet. É preciso levar em consideração que o uso de antidepressivos no tratamento deve ser avaliado com cautela, pois em alguns casos podem até piorar a doença. “A escolha da medicação mais indicada em cada caso deve ser feita em função do estágio da doença”, acrescenta o médico.

Cura Segundo Adnet ainda não há um consenso universal se existe ou não a cura, mas existe sim controle e tratamento. Havendo uma boa resposta a isso, pode-se viver com qualidade de vida e trabalhar normalmente. A supervisão psiquiátrica em longo prazo é recomendada. “Ser portador do Transtorno Bipolar não significa, necessariamente, que o indivíduo estará sempre à mercê da doença, pelo contrário, o que se busca com o tratamento é que o paciente assuma o controle”, conclui o especialista. Fonte: Dr. Eduardo Adnet site:medico-psiquiatra.com

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