Marina Silva
“Genésio Ferreira da Silva, esse o seu nome, assistira a toda a
preparação do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, arquitetado na fazenda por Darli e executado por seu filho Darcy no dia 22 de dezembro de 1988. E resolveu contar o que sabia à polícia e à justiça. [...] De todas as histórias que vivenciei profissionalmente, a de Genésio é a mais difícil e sofrida de contar. É melhor que ele mesmo a conte neste livro. – do prefácio de Zuenir Ventura
“Quem esteve no ‘olho do
furacão’, como Genésio, pode revelar a parte íntima do drama e nos fazer refletir sobre nossa responsabilidade na história do mundo, da qual participamos inapelavelmente.
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Marina Silva
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Genésio Ferreira da Silva e Zuenir Ventura em 2004 , na BR-317, entre Rio Branco e Xapuri.
Pásssaro sem rumo – Uma Amazônia chamada Genésio
o viu no noticiário, há muitos anos: um menino corajoso no tribunal, testemunha importante na condenação dos assassinos de Chico Mendes. Algo foi mostrado de sua infância difícil em meio à violência e ao trabalho duro numa fazenda. Dali por diante, poucas pessoas acompanharam seus passos. Genésio agora conta sua vida. Seu relato é dramático, pela exposição sincera de seus descaminhos, sua dificuldade de superar o passado e identificar-se nas novas oportunidades que se abriam. E também por revelar outros dramas amazônicos, de milhões de pessoas sob o domínio de pequenos grupos cuja ganância parece não ter limites. A devastação da floresta não é só a derrubada das árvores, mas a agressão aos povos, famílias e comunidades, sua diversidade cultural, valores, saberes. Quem esteve no “olho do furacão”, como Genésio, pode revelar a parte íntima do drama e nos fazer refletir sobre nossa responsabilidade na história do mundo, da qual participamos inapelavelmente. Nesses tempos de crise, não podemos nos conformar com a posição de espectadores, embora sejamos induzidos e até empurrados a isso. Este relato mostra que temos escolha a cada passo rumo ao futuro, mas também quanto ao passado. Como disse Sartre, não somos o produto do que o passado fez conosco, mas daquilo que fazemos com o nosso passado.
Genésio Fer reira da Silva
Muita gente lembra de Genésio como
Genésio Ferreira da Silva
Pássaro sem rumo Uma Amazônia chamada Genésio
O menino da floresta, cujo depoimento colocou os assassinos de Chico Mendes na cadeia, escreve a sua própria história...
ISBN: 978-85-65059-05-3
9 788565 059053
Prefácio de Zuenir Ventura
Tudo começou a partir da conversa de
dois jornalistas, Elson Martins, do Acre, e Ricardo Carvalho, de São Paulo, sobre a necessidade de manter viva a memória de Chico Mendes. Em sua casa, em 2012, Elson contou a história de um manuscrito de mais de 350 páginas que ele recebera anos antes. O jornalista paulista arregalou os olhos com a narrativa e, juntos, decidiram levar adiante a ideia de publicar o manuscrito, porque o Brasil real precisava conhecer a história do menino da floresta que, com 14 anos de idade e a coragem dos homens de bem, mandou para a cadeia, em 1989, os assassinos de Chico Mendes. O tempo passou, o menino Genésio se perdeu pelo mundão de meu Deus e só foi resgatado por amigos em 2004, no interior do Acre, doente, alquebrado e com uma joia debaixo do braço: o manuscrito que narra suas esperanças e seus desesperos em uma Amazônia que continua ameaçada pelo poder econômico, como nos tempos de Chico Mendes. De volta a São Paulo, foi só Ricardo falar com Ivo Herzog, do Instituto Vladimir Herzog, e convidar Rejane Dias, da Autêntica Editora, para os dois embarcarem nessa aventura de publicar histórias relevantes e comoventes de brasileiros importantes como Genésio Ferreira da Silva.