Comunidades quilombolas de Minas Gerais no séc. XXI - História e resistência

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Comunidades quilombolas de Minas Gerais no séc. XXI – História e resistência

Fundado em 1985, o CEDEFES é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, filantrópica, de caráter científico, cultural e comunitário, de âmbito estadual, com sede e foro em Belo Horizonte, Minas Gerais, que se define como um centro de documentação popular. Nossa missão é contribuir para a inserção social e política dos brasileiros, em especial dos grupos sociais afetados por questões territoriais, como os povos indígenas, os trabalhadores rurais e os remanescentes de quilombos. Por meio de ações voltadas para sua formação cultural e política, a documentação, a pesquisa e a divulgação, buscamos valorizar a memória social e contribuir para que os direitos dessas comunidades sejam efetivados. O Projeto Quilombos Gerais, do CEDEFES, apoiado pela Misereor, busca dar maior visibilidade às comunidades quilombolas de Minas Gerais por meio da identificação, documentação, divulgação e articulação social entre as lideranças das comunidades e o mundo institucional, público e privado. Conheça outros títulos da coleção CULTURA NEGRA E IDENTIDADES

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CEDEFES

A palavra “quilombo” ou “calhambo” é de origem banto e significa “acampamento” ou “fortaleza”. Foi usada pelos portugueses para denominar as povoações construídas por escravos fugidos. O termo também pode ser atribuído a "casa" ou "refúgio". Minas Gerais tem um grande contingente da população afro-brasileira, e nesse contexto há um número significativo de comunidades quilombolas. Elas se formaram no movimento de resistência, mas, muitas vezes, eram toleradas pelo regime dominante, pois se tornaram locais onde funcionavam postos comerciais ou de oferta de mão-de-obra escrava ou barata. A maioria das comunidades quilombolas de Minas Gerais se formou posteriormente ao decreto de Abolição da Escravatura em 1888. Quando o decreto foi expedido, grande parte dos negros não tinha mais onde ficar, não havia trabalho e não havia perspectiva de integração à sociedade brasileira. Assim, muitas famílias migraram para os grotões, para as terras desabitadas ou para as margens das fazendas. Algumas poucas famílias receberam terras como doações dos antigos senhores e ali constituíram comunidades. Outras famílias negras conseguiram comprar pequenas terras nas fazendas onde trabalhavam. Esses grupos vivem à margem de seus direitos fundamentais, principalmente o direito ao seu território tradicional. Hoje, essas comunidades estão organizadas para reivindicar sua cidadania e dignidade para um futuro que contemple a promoção da igualdade racial e a valorização da diferença étnica.

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• Afirmando direitos – Acesso e permanêcia de jovens negros na universidade Nilma Lino Gomes e Aracy Martins (Orgs.)

• Afro-descendência em Cadernos Negros e Jornal do MNU – Florentina da Silva Souza

• Bantos, malês e identidade negra – Nei Braz Lopes • Diversidade, espaço e relações étnico-raciais – O Negro na Geografia do Brasil Renato Emerson dos Santos (Org.) • O drama racial de crianças brasileiras – Socialização entre pares e preconceito Rita de Cássia Fazzi

Perseguidos, condenados, escondidos – essa foi a vida dos negros em nosso país. Para escaparem da escravidão e da marginalização subseqüente, sofridas ao longo de cinco séculos, os negros do Brasil buscaram locais e formas próprias de sobrevivência, em uma sociedade em que quase tudo lhes era negado. Construíram – antes e depois da Lei Áurea – comunidades próprias onde viveram e, até hoje, vivem e reproduzem suas famílias, seus modos de ser e de fazer, além da religiosidade, da arte e da cultura que secularmente foram criando, recriando e passando às novas gerações. Com a Constituição de 1988, essas comunidades obtiveram o reconhecimento de seus direitos sobre seu o território e a sua cultura. Somente a partir desse momento os quilombolas começaram a sair da "invisibilidade" social a que foram relegados nesses 500 anos. Este livro é uma fonte básica de consulta para todos aqueles que querem conhecer o que foi e o que ainda representa essa extraordinária luta pela vida, pela dignidade, pela terra e pela alegria dos quilombolas em Minas Gerais.

• Experiências étnico-culturais para a formação de professores – Nilma Lino Gomes, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (Orgs.) • Os filhos da África em Portugal – Antropologia, multiculturalidade e educação Neusa Maria Mendes de Gusmão • O jogo das diferenças – O multiculturalismo e seus contextos – Luiz Alberto Oliveira Gonçalves, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva

• Rediscutindo a mestiçagem no Brasil – Identidade nacional VERSUS Identidade negra Kabengele Munanga • Sem perder a raiz – Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra – Nilma Lino Gomes • Um olhar além das fronteiras – Educação e relações raciais – Nilma Lino Gomes (Org.)

Comunidades quilombolas de Minas Gerais no séc. XXI História e resistência

ISBN 978-85-7526-274-0

www.autenticaeditora.com.br 0800 2831322

Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – CEDEFES

9 7 8 8 5 7 5 2 6 2 7 4 0


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