1968 - Quando a Terra tremeu

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Natalie Wood, a antiestrela

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Sorridente, afável e belíssima, distribuindo autógrafos com muita simpatia, desembarcava no Rio de Janeiro, para uma temporada de duas semanas, a atriz norte-americana Natalie Wood. Era uma das convidadas internacionais para o Carnaval carioca de 1968. Usando uma minissaia bem acima do joelho e meias estilo colegial, Natalie aparentava ter bem menos do que seus 29 anos. Fazia bem o estilo “brotinho”, tão festejado na época. Mas por trás de tanta simplicidade estava uma atriz consagrada em Hollywood. Começara a trabalhar com apenas 5 anos e já tinha participado de quarenta produções. Para Natalie, Amor, sublime amor era o favorito entre seus filmes. O diretor com quem mais gostava de trabalhar era Elia Kazan, que a dirigira, ao lado de Warren Beatty, em Clamor do sexo. Brilhara também em Juventude Transviada, quando tinha apenas 17 anos, com James Dean, segundo ela, o ator que mais a impressionou na carreira. Seu jeito doce, a voz baixa, a suavidade dos gestos encantava os repórteres que a esperavam no aeroporto. Paciente, respondia a todas as perguntas e se mostrava crítica com relação à sua condição de estrela. Para Natalie, o estrelismo e o endeusamento das grandes atrizes do cinema era um fenômeno do passado: “O público atingiu uma objetividade que não tem nada em comum com aquele espírito de admiração excessiva dos velhos tempos”. E completou: “Sempre haverá atrizes de talento excepcional que serão admiradas, mas nunca mais idolatradas”. Crítica à Guerra do Vietnã, dizia que o conflito a entristecia muito e que esperava que ele terminasse o mais rápido possível. Reconheceu que não conhecia muito sobre o cinema brasileiro, mas que gostava muito da música produzida por aqui:“Sem exagero, adoro”, confessou. Completou anunciando que em breve seria lançado, no Brasil, Juventude Violenta, que acabara de filmar com Sidney Poitier. E assim FEVEREIRO | 57


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