Revista Leetra Indígena volume 2

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gostou do nome? – Não, minha querida amiga, pelo contrário, adorei! Só estou pensando no seu nome, e será “Japu'a”. – Que lindo nome, Tumbija, grata. Assim as duas começaram a se chamar cada qual pelo seu novo nome. Muitos outros dias felizes vividos juntas, até que um dia uma maritaca foi visitá-las na companhia do urubu-rei, e as duas amigas foram muito bondosas oferecendo-lhes frutas e água, porém eles não aceitaram e logo foram falando: – Não queremos nada, somente perguntar para vocês uma coisa: quando cada um irá procurar sua espécie para se procriarem? Pois essa é a lei da floresta, cada um tem que seguir o seu caminho natural. Disse a maritaca, em tom alto e claro. Por sua vez o grande e belo urubu-rei perguntou: – E eu, como urubu-rei digo que vocês devem se separar, pois todos estão comentando da estranha amizade de vocês. De certo está na idade de cada um achar o seu parceiro para trazer novas vidas à floresta, senão tudo entra em desarmonia. Japu'a olhou para Tumbija que estava assustada, se direcionou para as visitas e lhes falou: – Nós não queremos fazer ou trazer mal para a floresta, nunca fizemos mal para ninguém, e não precisamos de outra coisa, sim, só um do outro. Somos felizes juntos. A maritaca muito maliciosa tornou a falar. – Viemos aqui para alertar vocês, porém não querem nos ouvir... Mais pensando na lei natural que é suprema, daqui a pouco vocês sen rão a necessidade de ter filhotes e outras coisas mais... Assim saíram sem se despedir. Naquela noite as duas não conversaram e no dia seguinte foi diferente. Tumbija estava pensa va e preocupada. – Japu'a eu não quero trazer a desarmonia para a nossa floresta. – Nem eu – Disse a tartaruga. – Mas acho que aqueles dois vieram aqui somente para nos deixar tristes, pois sentem inveja de nossa amizade e felicidade. Então tudo voltou a ficar como era antes: saíram para a floresta felizes, catando e comendo frutas saborosas. Muitos dias assim viveram. Porém, como dito pela maritaca, as duas começaram a sen r coisas estranhas, quando viam outros animais em números grandes e com filhotes, pensavam em algo que não falavam uma para a outra. Assim as duas foram cada dia perdendo sua alegria, sua vontade de brincar, e tudo que faziam juntas. Depois de passar muitos dias tristes, Tumbija falou para a amiga: – O que faremos, Japu'a? Você quer se juntar com o seu grupo de espécie igual? – Estou confusa, penso em ter filhotes, mas a gente se bastava, não é? Não quero me separar de você. Tumbija emocionada falou: – Minha única e querida amiga, eu também não quero viver longe de você, porém se esses sen mentos que nasceram em nós são da lei da natureza, talvez tenha que ser assim mesmo. E seus filhos seriam lindos como você. A floresta ficará feliz se nascerem outros Japu'a tão gen s como o pai. – Você é muito gen l minha querida amiga. – Então vamos procurar esse novo caminho. – Disse Tumbija. No dia seguinte, os dois amigos iniciaram a caminhada com um novo propósito. Depois de muito caminhar, se depararam com uma cachoeira linda, com muitas flores em


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