Caro, amante – spin off de o secretário

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Caro, Amante CONTO SPIN-OFF DE JASMIN PALUMBO

Conto spin-off com os personagens de ‘O Secretário’, também disponível à venda na Amazon. (Clique aqui para ser redimensionado ao livro, na loja)

Bem, ‘O Secretário’ é um livro sutil, embora, ainda sim, com temas fortes. Este conto, por sua vez, é um entretenimento leve e rápido.



Copyright Š 2016 Jasmin Palumbo Todos os direitos reservados.


Sinopse Chloe não saiu de casa pensando em trair o seu marido. Ela jura que não pensou. Mas enquanto ela bebia em um bar, sabendo, felizmente, que seus três filhos estavam na casa de sua mãe de consideração, Chloe quis descansar longe... Consequentemente longe de seu marido também. Mas e quando um desconhecido delicioso aparece no bar lhe dando cantadas que seu marido nunca faria? Mas e quando esse desconhecido sussurra fazendo-a ir à beira do prazer e excitação em dois segundos? E é aí que Chloe se entrega à mercê de um homem que não quer nem saber seu nome. Caro, Amante; não conte ao marido dela. Caro, Amante; a ame.


1 Gostosa Sim, deve ser horrível dizer em voz alta, mas: eu estou feliz que meus filhos não estão por perto de mim neste final de semana. Wendy é a mais nova, logo em seguida de Mabel e Timotheo. Não precisei dar à luz a nenhum deles para ser mãe. Wendy é filha biológica de Theodoro, meu marido. Sua esposa morreu dias após o parto. E eu e Theo começamos a nos relacionar quando Wendy tinha apenas dois anos. Hoje ela já tem oito. É, estou a quase seis anos casada. Timon e Mabel foram adotados por mim e Theo. Timon tinha apenas seis e Mabel quatro. Nós os amamos. Eu os amo igualmente, embora, sinto-me terrível e ao mesmo tempo aliviada em saber que neste final de semana não estou com eles. Os três estão com Elsa, minha mãe de consideração. Bem, eu tenho 38 anos, já não sou nenhuma “mocinha”, contudo, meu marido só me chama assim, de “moça” e todo dia diz o quanto sou linda. Para ele, que tem ainda 33 anos e é homem ou seja, não tem problemas com celulite e nada “caindo”, é fácil falar. Não me sinto feia. Longe disso. Contudo, às vezes, ouvir que você ainda é gostosa seria mais agradável para meu ego ferido do que o quanto sou bela. Tanta gente por aí é bonita sem ser gostosa. Hoje, sinceramente, eu quero ser gostosa. Eu amo meu marido! Porra, como amo. Mas, não me entenda mal, é que, eu só gostaria que ele entendesse. Eu já não sou tão jovem e provavelmente não sou tão bela, mas quero me sentir gostosa. E é por isso que eu digo meias verdades e algumas desculpas para Theo antes de sair de casa batendo à porta com força atrás de mim. Sinto muito, moço... Mas hoje eu não quero ser àquela moça bonita. Entro em meu carro com uma sandália rasteira e um vestido branco grudado em meu corpo, marcando tudo e um pouco mais. Fecho à porta do carro vendo meu salto alto preto jogado embaixo do banco do carona, como sempre deixo. Coloco meu cinto de segurança e me olho no retrovisor. Minha maquiagem não é nada avassaladora. Uma boa máscara de cílios levantam o que eu já tenho, dando um ênfase maior aos


meus olhos cinzentos. Meu batom é cor de vinho, de mulher, não de uma “moça”. Minhas bochechas estão rosadas naturalmente e eu nem sei de quê. Sorriu para mim mesma. Gosto do que vejo. Gosto de quem sou. Ligo o carro e abro o vidro da janela ao meu lado, sentindo o vento bagunçar meu cabelo loiro. Estava impecável, agora deve estar um tanto quanto bagunçado. Dirijo ao segundo bar mais próximo de minha casa. Eu não sei ao certo o que eu quero. Eu só sei que não queria mais ficar em casa e ver meu marido sempre tão perfeito me falando coisas que eu mesma não acredito que ele ainda vê em mim. Sim, nós não somos casados há décadas, embora tudo que já vivemos vale por décadas. Eu já disse que o amo, certo? Eu amo Theo. Ele é o melhor marido que uma mulher poderia pedir, mas eu me sinto, em determinados momentos, tão atrás dele. Quando brigamos normalmente é por minha culpa. Eu me sinto, quase sempre, muito culpada e isso não é normal, porém, Theo é sempre tão perfeito. Não ao ponto de irritar, mas ao ponto de eu, com meu ego ferido, me sentir menor por ter ao meu lado um homem tão bom. E é por isso que eu me dirijo ao bar não tão perto de minha casa.

*** – Uma cerveja, por favor. – digo ao garçom que anota meu pedido. Estou sentada em uma mesa de dois lugares em uma varanda singela do bar. Encaro a rua e as pessoas que entram e saem dele. Minha aliança brilha quando levanto minha mão para passar em meu cabelo. Não a tiro, afinal, não saí de casa com a intenção de fazer algo impróprio. Batuco o salto, que calcei no carro, no chão de madeira do bar, ouvindo o barulho insistente e de, certa maneira, tranquilizante do mesmo. Rapidamente o garçom volta com minha cerveja e em grandes goles eu bebo metade. Encaro, outra vez, a rua e as pessoas. Um homem me chama a atenção. Não vejo seu rosto direito, mas sua calça skinny preta, junto com uma jaqueta marrom me faz questionar se ele veste alguma camisa. Cruzo as pernas e descruzo. Minha curiosidade é grande e fico esperando aquele mesmo homem entrar no bar enquanto bebo o resto de minha cerveja. Peço ao garçom um litro de cerveja. Um copo não é o suficiente para mim. Não sou muito apegada ao álcool, raramente bebo e com isso escolho cerveja, pois é algo fraco. Um uísque ou vodca pesada não me deixaria bem.


Minutos depois quando o garçom volta com o litro da cerveja o desconhecido entra no bar. Mando o garçom ir embora antes do mesmo me servi com mais cerveja. Eu mesma quero me servi para ter alguma ocupação e não fitar o homem que adentra o bar. Sei quando encho o segundo copo de cerveja que já não posso voltar para casa com meu carro. Teria que pedir um táxi pela quantidade de álcool que já ingeri. Suspiro enquanto bebo, não querendo pensar nisso agora. Não estou com uma bolsa, apenas uma carteira de mão com o necessário que está em meu colo. Continuo batucando o salto no chão e um homem entra na varanda do bar. Reconheço pela calça que é claramente o desconhecido que vi, mas não subo meu olhar para sua jaqueta, muito menos seu rosto. Não quero parecer interessada... Pois não estou. Juro! Fixo meu olhar na mesa e na garrafa de cerveja quando ouço o ranger suave da única cadeira à minha frente. Devagar levanto meu olhar e encaro o desconhecido sorrindo amplamente como se já me conhecesse, como se já soubesse o que eu quero e o que eu procuro, embora nem eu saiba o que eu quero ou o que procuro. Arqueio uma sobrancelha em questão para ele, pergunto, sem falar, o porquê dele se sentar ali. – Eu achei que você precisasse de companhia. – sua voz não é muito rouca, mas é decidida. – Mas não preciso. – ralho e ele sorri mais. – Gostosa, você está sozinha em um bar, sábado à noite e não quer companhia? Engulo em seco. Quem ele pensava que é para me chamar de “gostosa” e para supor o que eu quero ou deixo de querer? Penso em discutir ou simplesmente sair daquela mesa, mas quando ele me dá um sorriso torto, eu estaco no lugar. Cruzo e descruzo as pernas. Caralho, estou com tesão por aquele homem!


2 Quando ele me beija Sinto-me suja, impura de maneiras incontáveis. Estou com tesão por um homem que não é meu marido. Encaro os olhos castanhos brilhantes do desconhecido em questão. Seu cabelo também é castanho e está bagunçado, só me fazendo imaginar como seria passar as mãos por ele, invés de arrumar, despentear ainda mais. Sua jaqueta está com todos os botões fechados, mas não é grande o suficiente para esconder a pele clara dele. Sim, o desconhecido não usa camisa. E puta que pariu, que sexy! Ele não parece ser muito forte, mas o pouco da pele que vejo em seu peito me deixa ainda mais inebriada, a ponto de cruzar e descruzar, pela milésima vez, minhas pernas, sem deixar de fazer meu barulho insistente com o salto. O homem ri de meus inúmeros toques e, sem cerimônia, pega meu copo sobre à mesa colocando mais cerveja e bebendo. – Você está louco? – praticamente grito. O desconhecido arrasta sua cadeira para meu lado e passa seu braço no encosto da minha cadeira, tocando, de leve, minhas costas cobertas. Sento-me ainda mais ereta na cadeira, para não sentir sua pele. Ele se aproxima e eu não consigo me afastar. Sua boca encosta na minha orelha e sinto sua barba bem feita roçar um pouco de meu pescoço, maxilar e orelha. Reprimo um gemido enquanto mordo meu lábio inferior. O tal coloca o copo de volta na mesa e sua mão grande descansa sobre a mesma. Como estou sentada encostada no muro que me impede de cair do primeiro andar do bar, fico encurralada por aquele homem. Não sinto medo ou nenhum tipo sequer de opressão. Sinto-me, estranhamente, calma. – Sim, estou muito louco... Por você, gostosa. Me afasto e encaro seu rosto. Ficamos muito perto um do outro. Deus, como ele é lindo!


– Pare de me chamar assim! – Por quê? – ele instiga e pega minha mão com a aliança – Seu marido te chama como? Engulo em seco. Não quero pensar em Theo... Ou quero? Deveria? Eu estou me sentindo tão confusa e sei que não é culpa do álcool, mas minha mesmo. – Não te interessa. – esbravejo e puxo minha mão da dela, mas ela está tremula e fria. – Não quer sair daqui? – ele questiona inabalável, como se eu não o tivesse cortado há segundos. – Não. Você está louco? – pergunto aquilo pela segunda vez e antes dele abrir a boca e soltar qualquer cantada eu levanto meu dedo próximo de seus lábios para calá-lo. Mais uma vez, ele pega minha mão, entretanto, dessa vez, beija meu dedo e instintivamente todo meu corpo estremece. Engulo em seco. O olhar castanho daquele homem me excita e sua confiança me assusta. Ainda segurando minha mão, ele instiga: – Eu sei o que você quer, gostosa... Então, por quê evitar, o inevitável? – O que eu quero? – rebato e aproximo um pouco mais meu rosto do dele. Sinto seu hálito de, o que eu acho ser, menta. Ele parece respirar mais pesado, propositalmente, dando, ao meu rosto, lufadas de ar. Seu cheiro é de recém-banhado. Não parece usar muito perfume, o que mais sinto é o seu próprio cheiro natural, cheiro de homem, mas um cheiro maravilhoso com um quê enorme de virilidade. Antes dele começar a falar, eu já estava respirando mais profundamente. – Você quer – ele começa encara minha boca e meus olhos; meus olhos e minha boca – sair daqui urgentemente. Você quer ir para onde eu vou. Você quer fazer algo selvagem. Você quer, desesperadamente, ser tirada desse vestido justo. Você quer que eu faça isso. Você quer tirar minha roupa mais rápido do que eu possa contar. Você quer, por fim, mas não menos importante, meu pau. Entrando... Profundamente... Em você. Ele pronunciava devagar, com aquela maldita confiança e ego infladíssimo. Eu deveria temê-lo. Eu deveria sair dali, agora! Toda via, eu não entendia nem a mim mesma, mas eu quis ficar. O encaro com a boca entreaberta e seca, mas com a calcinha molhada. Ele sorri, parece perceber o quão excitada eu estou apenas com suas frases ditas de modo simples, embora sussurrando, fazendo-me desejar, enlouquecidamente, tudo que ele dizia.


Eu sei que para sairmos dali, eu só preciso dizer. – Diz, – ele insiste com a boca roçando a minha, tanto quanto sua barba – e aí a gente saí daqui agora. Diz e eu farei o que você quiser. Fecho minha boca e abro. Penso em dizer centenas de coisas, penso em mandá-lo embora, mas então, antes de eu realmente dizer qualquer coisa, ele beija minha boca com sua mão puxando minha nuca. E eu já não preciso dizer nada, porque nada seria bom o suficiente para dizer. Sua boca não esmaga a minha, é sutil à sua maneira. É sutil, sem deixar de ser viril. É apaziguador. É leve. É delicioso. É tudo que eu quero e só soube naquele segundo. E quando ele me beija eu esqueço de todo o mundo. E quando ele me beija eu esqueço de quem eu sou, de quem ele é e de quem eu quero que ele seja. E quando ele me beija, me deseja, eu relaxo, eu extravaso, eu esqueço. E quando ele me beija, me deseja, eu o beijo de volta e o desejo também.


3 Eu quero tudo... Cansei de jogar o jogo de “não me toque”. Porque; bem, quando aquele homem me toca, eu já não quero que ele pare. Sua língua experiente explora minha boca de um jeito preciso, delicioso e sedutor. Tudo que eu faço é acompanhá-lo, mas ele é quem me comanda, sem mandar. Minha carteira de mão continua perfeitamente em meu colo e eu, involuntariamente viro todo o meu corpo em direção aquele homem que abre as pernas para as minhas ficarem entre as dele. Descruzo minhas pernas. Roço minhas coxas nuas, (porque o meu vestido está subindo) nas coxas – ainda – vestidas dele. Nunca acreditei que eu gostava de um homem com calça skinny e jaqueta, embora, devo admitir que ele deveria ser o primeiro. E possivelmente seria o último. O único. Sua mão em minha nuca sobe para entrelaçar com meu cabelo e sua outra mão, até então livre, toca minha coxa, deixando seu polegar, propositalmente, entre minhas pernas, que se abrem para ele. Sua mão sobe em minha coxa e seu polegar percorre um longo caminho até sua mão parar na barra de meu vestido. Minhas mãos vão ao cabelo daquele homem e uma delas ali eu deixo, enquanto com outra toco um pouco de sua pele exposta em seu peito. Eu preciso, rapidamente, rasgar, nem que seja com meus dentes, toda sua roupa para fora de seu corpo. Percebo que o tal estava certo. Eu estou louca, molhada e desesperada para senti-lo dentro de mim. Profundamente, como ele prometeu. Abro um botão de sua jaqueta da maneira mais ingênua possível e deslizo meus dedos para cima e para baixo no pouco de pele em seu peito e aquele outro pouco que “libertei”. Eu preciso de mais! Eu necessito de mais! Ela puxa levemente meu cabelo e eu gemo em sua boca. Sua mão em minha perna não sobe mais que o impróprio, embora faz um tortura excitante comigo. Ele sobe sua mão, até próximo demais de minha intimidade e desce, tocando meu joelho. E sobe outra vez. E desce. E sobe. E meu corpo


inteiro arrepia. Estou muito excitada. Cada vez mais a cada segundo. Minha calcinha, nesse momento, está encharcada e meu sexo arde. Controlo meu impulso de cruzar minhas pernas e tentar, de alguma forma, controlar minha excitação. Sua língua sai de minha boca e seus lábios chupam o meu lábio inferior. É lento, é excitante, é experiente. É como se ele soubesse que eu amo aquilo. É como se ele me conhecesse milimetricamente. Afasto minha boca da dele e descanso minha testa nele. Respiro profundamente, ainda sentindo sua mão subindo e descendo em minha perna, quando digo, o que eu quis dizer desde o primeiro segundo que o vi: – Eu quero tudo que você quiser... E é verdade. A mais plena verdade. A mais assustadora verdade. Com aquele homem, que me encara com seus olhos castanhos brilhantes, usando uma roupa simples e de uma marca barata, eu quero tudo! Tudo, contanto que ele queira de volta. Eu quero tudo... Tudo que ele quiser.


4 Minha O olhar daquele desconhecido me aquece. Ele não precisa dizer nada para eu sentir minha libido aumentar e, consequentemente, meu líquido molhar, ainda mais, minha calcinha. Ele sorri. E puta que pariu, quando ele sorri consegue ficar ainda mais bonito. Tento não pensar em nada externo, tento não pensar nas crianças, nos problemas da rotina e tento, ainda mais, não pensar em meu casamento. O homem levanta-se da cadeira, pega sua carteira e tira uma nota alta, deixando sobre a mesa. Depois que guarda sua carteira, pega minha mão, entrelaçando na sua e eu, com minha mão livre, seguro a minha própria carteira. Penso em não deixá-lo pagar, toda via, o contato de sua mão na minha é o suficiente para me fazer parar de pensar. É estúpido, é infantil, mas eu não consigo deixar de controlar meu corpo e meus batimentos cardíacos ao lado daquela pessoa. – Para onde vamos? – questiono enquanto saímos do bar. – Conheço um bom local. – é tudo que ele diz, antes de chegarmos ao seu carro e ele abrir à porta do carona para mim.

*** Não aconselho as pessoas à saírem com desconhecidos em bares e entrarem em seus carros. É completamente imprudente e surreal. Eu sei. Embora, quando o homem ao meu lado estaciona o carro, longos minutos depois, próximo a uma bela cachoeira eu não raciocínio direito, penso apenas em tirar aquele cinto de segurança e descer daquele carro. Antes de eu fazer qualquer coisa o tal me pede calma, baixinho, em um sussurro sensual. Sua voz me deixa calma de imediato e eu deixo ele sair do carro primeiro e abrir à porta do carona para mim, outra vez. Tiro o cinto de segurança que me prende e saio do carro, deixando minha bolsa-carteira no banco e meus saltos no chão do mesmo.


O homem me olha de cima a abaixo e umedece seus lábios. Estou descalça e possivelmente descabelada, com a maquiagem quase inexistente, em uma cachoeira deserta com um homem que mal conheço. Não sei seu nome, mas é quase como se soubesse. Embora parece que ele não quer saber o meu, porém, ainda sim, questiono, o que deveria ter perguntado antes: – Qual seu nome? O desconhecido tira seu sapato e abre a porta de trás do carro apenas para colocá-lo dentro, tirando de lá um lençol enorme. Ele para na minha frente e diz: – Gostosa, não vamos nos limitar a nomes. Assinto, sorrindo. – Como lhe chamarei quando eu gozar? – brinco e o olhar do homem a minha frente dilata e torna-se claramente malicioso. – Do que você quiser... Assinto novamente. – E você, do que me chamará quando gozar? Ele coloca uma mão em meu quadril e outra em minha nuca. Sua mão em meu quadril rapidamente me puxa para cima, para ficar na ponta dos pés e bem próximo a boca dele, aquela mesma mão vai a minhas costas e desce a minha bunda. Ele apalpa com precisão minha bunda, no meio entre as duas nádegas, enquanto um dedo levanta a beirada do meu vestido. Respiro fundo e sinto sua mão subir ainda mais meu vestido e aquela mão apalpar forte, mas sem deixar dor, uma de minhas nádegas, antes de voltar ao meio. – Minha. Dele. Eu sou dele. Porque quando ele diz com aquele voz firme, soado calmo e confiante, eu não sou de ninguém. Eu sou dele. Eu não consigo objetar, dizendo o oposto, pois, tudo que eu penso naquele momento é ele e quanto dele eu sou. Dele. Eu sou dele.


5 Meu Depois dele estender o lençol no chão, perto da cachoeira, nós nos sentamos nele e eu sorriu para ele. – Por que você levava um lençol em seu carro? Ele ri e em um piscar de olhos fica com seus joelhos flexionados ao lado de minhas pernas, quase sentando-se em cima de mim. – Eu já saio de casa com planos, Gostosa. E assim ele me chamou, de “gostosa”, como se fosse meu nome antes de puxar minha nuca e beijar minha boca. Minhas mãos fazem um caminho rápido até sua jaqueta e abrem todos os botões da mesma. Tiro ela dele antes que eu me arrependa. Quando sua jaqueta está fora de seu corpo, ele afasta sua boca da minha e se levanta, estende a mão para mim e eu aceito sem hesitar. – Quer entrar na cachoeira? Assinto e antes que eu possa pará-lo, ele se ajoelha na minha frente e levanta meu vestido, deixando minha calcinha também branca e barriga exposta. O vento daquele lugar bate em meu corpo parcialmente nu e eu me arrepio. O homem me olha de baixo e sorri como a atitude de quem está por cima. Beija minha barriga e desce seus beijos lentamente para minha calcinha. Agarro seu cabelo com as minhas mãos e deixo ele fazer o que quiser. Afinal, eu deixaria tudo... Suas mãos apalpam minha bunda apertando-as e sua boca beija uma de minhas costas. Riu quando sua barba roça minha perna e a arrepia ainda mais. Ele ri, percebe o que faz. Sabe o que faz comigo. Quando as mãos dele vão até meus quadris e puxam minha calcinha para baixo, eu levanto meu vestido para cima. Ficando apenas de sutiã com um desconhecido em uma cachoeira deserta à noite de um sábado. Poderia ser o começo de um filme de terror, mas não é. Não é começo de nada, tampouco é o final. É o meio, talvez o prelúdio.


Eu não sei. Não sei o que é. Não começaríamos ali, também não terminaríamos ali. Talvez um desenvolvimento. Desenvolvimento do qual eu não quero pensar, quero sentir. E sinto. Sinto as mãos dele afastarem minhas pernas e uma de suas mãos subir para minha intimidade. Dois de seus dedos lubrificam toda minha extensão com meu próprio líquido e eu gemo. Gemo de antecipação. E eu não estou errada pelo gemido de antecipação, porque quando aqueles mesmos dedos tocam meu clitóris inchado fazendo nele movimentos circulares, eu gemo mais. Eu não quero parar de gemer. Sua mão faz algo não só com meu corpo. É algo muito além do que um mero toque. É muito mais. E eu não sou boa o suficiente com as palavras para descrever o que aquele homem faz comigo. Com meu corpo. Minha alma. Dele. Eu sou realmente dele. Mas naquele momento também sou de outro. E esse outro pega minha perna e sabiamente põe sobre seu ombro, facilitando a entrada de seus dedos e sua língua. Meu corpo inteiro estremece quando sua língua acaricia meu clitóris e seus dedos vão à minha entrada. Seus dedos me penetram. Profundamente. Ainda não é o que eu realmente quero dele, mas, em breve, eu sei que será. Gemo cada vez mais alto. Sua língua faz o que jamais outra língua fez. Seus movimentos são alternados. Em momentos são circulares, em outros de um vai e vem constante e excitante. Puxo seu cabelo com força sentindo seus dedos que entram e saem de mim de um modo ágil, mas muito, muito, gostoso. Estou tão lubrificada, tão malditamente molhada que sinto meu líquido descer cada vez mais rápido e o desconhecido lamber com fome voraz. Gemo abafado ao morder meu lábio inferior quando seus dedos abandonam minha entrada e sua língua meu clitóris, mas, no segundo seguinte, sua língua me penetra e seus dedos me acariciam. Sua língua me chupa, me devora, me experimenta e eu não faço nada além de gemer e puxar seu cabelo. Minhas pernas começam a bambearem de um orgasmo que cresce rápido. Ele parece perceber


isso também, pois aqueles dedos que instigavam meu clitóris aceleram seus movimentos, mas quando estou muito perto me abandona, indo até meu quadril e me segurando. Gemo e gemo. Quero gritar que aquele homem, ali, ajoelhado pra mim, é meu, tanto quanto sou dele. Ao menos naquele momento, ao menos naquele dia. Somos um do outro. Seriamos sempre. Mas finjo que esse fato não é real, continuo no jogo. Pretendo ganhar. E invés de gemer o que quero de verdade, gemo outra coisa que também é verdade, mas me fará continuar jogando: – Meu. – apenas isso. Uma única e simples palavra. Uma única e simples verdade. Meu. Para sempre meu. Aquele homem, ajoelhado para mim, é meu! Seria sempre. Porque, se amanhã tudo desse errado, nós começaríamos de novo. Novo nome, nova história... Mas uma coisa imaculável: ele é meu e eu sou dele. Sempre.


6 Meu Theo! “Plac, Plac, Plac” é mais ou menos o som da água da cachoeira quando batemos nossa mão nela. Ela espirra e em um “plac” sobe com gotas fortes direto para nossos rostos. Ele sorri e tão nu quanto eu puxa-me pela cintura com facilidade e eu enrolo minhas pernas em suas costas. Estamos com metade de nossos corpos embaixo da água morna daquela cachoeira. Sim, a água é morna e uma delícia. A cachoeira em si não é muito grande e nem muito funda. O local é belo e felizmente não tão visitado. Ao menos naquela noite de sábado não havia ninguém. A única luz é a da lua e os faróis do carro, porque, sem isso, não iríamos enxergar nem para entrar na cachoeira rodeada de pedras enormes. O corpo daquele homem colado ao meu é bom. É mais quente do que qualquer água poderia ser. Meu cabelo, agora encharcado esconde parcialmente meu rosto e me faz rir, quando o desconhecido, o meu desconhecido, tira, com uma das mãos, mechas de meu cabelo grudado na testa. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ele me beija e com a mão na minha cintura guia meu corpo na posição perfeita para fazer eu sentir seu membro roçar minha entrada, momentos antes de penetrar. Ele nunca penetra com calma. Bem, quer dizer, ele não penetra com calma. Toda via, é assim que eu gosto e ele – parece – adivinhar. Não sou uma boneca prestes a quebrar. Talvez, um dia, tenha sido um tanto quanto “quebrada”, mas hoje, hoje não. Eu sou mãe de três, casada e relativamente bem financeiramente. Eu não sou mais, nem um pouco, “quebrada”. E meus filhos também não. Nenhum deles são. São tão perfeitos que enchem, a cada dia mais, meu peito de orgulho por cada menor coisa que eles aprendem e fazem. Seu beijo tem gosto salgado, é urgente e desesperado, mas nunca deixando de ser intenso e com fervor. Só seu beijo me faz derreter e estremecer por completo. Quando deixo sua boca, continuo perto, quase colada, mas sem beijar, apenas sinto sua respiração e posso até jurar ouvir seu coração. E ali, quando aquele homem me penetra sem medo, sussurrando o quanto sou gostosa, eu cravo minhas unhas em seus ombros e me sinto realmente muito gostosa. A vida é uma vadia, às vezes. Entretanto, depois de tantos altos e baixos, em toda minha


vivência, poderia dizer com maestria que eu enfim já não sofria de mal algum. Obviamente havia dias que eu acordava como se não tivesse dormido nada. Cansada. Havia dias que eu não conseguia me olhar no espelho e me sentir bem, minha autoestima estava no chão, junto com meu humor... Então, eu virava na cama e via, todo santo dia, uma das poucas pessoas que me tirava um sorriso sem nem sequer se esforçar. Ele dormia e eu sorria. Poderia velar seu sono tranquilamente. Seria meio esquisito, mas não seria um incomodo. Porra, e mesmo nos meus piores dias ele dizia o quanto eu estava linda, mesmo quando eu não me achava. Eu quase nunca me achava, na verdade. Porém, agora, eu estou em um jogo e eu não quero perder. Com isso, com uma das mãos, eu agarro o cabelo daquele homem e viro sua cabeça em direção a minha boca, ele deixa e eu mordo seu lóbulo, gemendo quando ele aperta minhas coxas e coloca um ritmo frenético. Sinto a água entre nossos corpos, mas não me importo com ela. Afinal, nossos movimentos de vai e vem são intensos, fazendo qualquer outro sentido perder um pouco o foco. Continuo com uma mão em seu ombro e outra em seu cabelo. Passo minha língua devagar na cartilagem de sua orelha e ouço seus gemidos entrecortados e roucos. Suas mãos continuavam em minhas coxas, dando a nossos corpos um ritmo cada vez mais rápido. Seu pênis me penetra com força, às vezes, ele o deixa na borda, apenas com sua glande me excitando, para depois, penetrar profundamente. Sendo assim, de tanto prazer, meu gemido mal sai. Minha voz quase não existe e meus movimentos são controlados por ele. Apenas minha boca continua me obedecendo enquanto minha respiração soa fraca colada a orelha dele. Uma de suas mãos sobe para minha nuca, pegando meu cabelo entre seus dedos e puxa minha cabeça para ele, para nossos rostos ficarem a centímetros do outro. Ele sorri. – Minha – e enfatiza quando a mão em minha coxa a aperta com a força – Gostosa. – termina falando em um sussurro pouco audível, rouco, mas não brutal, sensual. Eu poderia gozar naquele segundo, só por ouvir sua voz e sentir sua ênfase em cada estocada. Sua respiração está tão acelerada quanto a minha e a sinto em meu rosto. O beijo como se já não tivesse o feito outras vezes. A cada segundo, a cada estocada, a cada sensação, a cada beijo e a cada gozo, eu sinto vontade de gritar o que sinto por aquele que me segura em seus braços, que prometeu nunca soltar. Mas não digo nada. Ainda não quero perder no jogo. Eu o olho nos olhos, mesmo os meus estando quase cerrados, mas o olho e deixo minha boca entreaberta enquanto respiro fundo e gemo, sentindo todo meu corpo estremecer.


Ele sorri, mas não larga meu olhar. O dele está dilatado e brilha. Posso ter a certeza, sem ver, que o meu também está assim. Sua mão larga minha nuca e desce para minha bunda. Seguro-me em seu pescoço e entrelaço melhor minhas pernas nele quando nosso movimento acelera. Eu poderia jurar ouvir um “plac”, mas agora não é de nossas mãos batendo na água e sim de nossos corpos indo e vindo em um velocidade deliciosa. Fecho meus olhos e minha cabeça inclina para trás, involuntariamente. Não vejo o que acontece a seguir, sinto apenas meu corpo emergir da água. Quando abro novamente meus fechos já estou deitada no lençol, fora da cachoeira. Não estávamos muito longe da borda da mesma, afinal. O redor da cachoeira é cercado por grama, logo, ficar deitada em um lençol fino não doí para minhas costas. E se doesse, provavelmente, eu só sentiria amanhã. Porque, o desconhecido está sobre mim, com os braços flexionados próximos a minha cabeça e sorrindo descaradamente me penetra o máximo que pode. Minhas pernas ficam fracas e desentrelaçam de sua cintura, ficando com meus pés tocando o lençol. Minhas mãos, já tão fracas e lentas quanto meu corpo todo, agarra os braços dele, fincando minhas unhas antes dele aprofundar nosso ritmo. Quando eu penso que seu ritmo diminuirá, ele fica de joelhos no lençol e com suas mãos em minhas pernas, me penetra. Deus, a visão é deliciosa! Ele de joelhos, eu deitada. Ora ou outra minha bunda roça em suas pernas quando ficamos ainda mais próximos. Minhas coxas, tocam as dele. E eu rebolo, sorrindo satisfeita ao vê-lo morder seu lábio inferior. Agarro o lençol e fecho meus olhos, sentindo a sensação incrível de um orgasmo forte chegando. – Olha pra mim, mulher. – ele diz e eu obedeço. E eu o olho, agradecida pela luz dos faróis que o iluminam. Lindo, nu e molhado. Com a boca entreaberta e a respiração claramente rápida. Com o cabelo colado na testa e a barba pingado da água. Com as mãos em minha pele e o pau em meu canal. Com a tatuagem de carpa no peito e a serenidade no olhar. Quando gozo grito “Meu Theo!”. Quando ele goza me chama de sua. Sua gostosa, sua mulher, mas principalmente: sua moça. Ele diria que foi amor e eu, aprendi a ser sábia e um tanto quanto poética, dessa forma, eu concordaria... Sem palavras, mas com beijos que valem mais do que promessas estúpidas que as palavras poderiam proferir.


7 Sempre Acordo me espreguiçando e sinto meu corpo cansado e minhas pernas fracas. A noite havia sido mais longa do que eu poderia imaginar, sorriu. Amo, admito que mais de corpo do que de alma, quando Theo inventa algum jogo entre nós quando as crianças não estão e não estarão por algum período de tempo. E então brincamos. “Jogamos”. E em nossos jogos somos quem quisermos. Às vezes somos apenas nós, outras somos, como na noite anterior, eu com um “desconhecido” ou eu sou a “desconhecida” ou ele é o massagista ou eu sou a empregada ou a babá ou ele é o... Enfim, éramos “outro” alguém. Não é um jogo para “apimentar” a relação, na verdade, é um jogo – quase – sério. Quem falasse primeiro o nome do outro perdia. Ontem, eu perdi e hoje eu fazia algo que ele não queria, poderia ser das menores coisas como lavar os pratos ou limpar a casa, mas sempre inventávamos algo. Passávamos longos meses sem “jogarmos”, apenas sendo nós, em nossa casa, em nossa cama. Outras vezes, quando as crianças não estávamos saíamos para “batizar” outros lugares. E eu estava indo tão bem na noite anterior. Fingi tão bem que ele não era ele no começo, entretanto, é impossível gozar sem chamar seu nome. Com ele parece o mesmo, quando ele me chama de “moça” perdeu também. Ri, ainda deitada na cama, sem coragem e sem forças para levantar agora. “Moça” é a maneira que Theo sempre me chamou, depois que obtivemos intimidade. Antes, acredito eu, que ele também chamava sua falecida esposa assim. É uma mania dele. Uma mania que hoje ele só fala pra mim e um dia falou para sua falecida. Nunca me importei, na verdade, tornou-se minha palavra preferida, logo após “mamãe”. “Mamãe” é lindo. Depois de ouvir, pela primeira vez, essa palavrinha tão singela da boca de Wendy, minha filha caçula, o mundo inteiro pareceu mudar com aquilo. Palavras tão simples, mas em minha vida com um significado muito maior do que aparenta. A minha noite e a de Theo terminou pouco depois de transarmos naquele lençol. Voltamos em seu carro para casa e o meu continuava estacionado em frente ao bar. Viro-me na cama e não o encontro. Quando estou preste a me levantar ouço um barulho vindo


da sala. Pego meu roupão, jogado em um cadeira próxima a nossa cama, me visto e vou caminhando calmamente até a sala. As crianças entram com Theo logo atrás, estão pulando e conversando entre si, sorriu. – Não vão falar com a mamãe? – brinco e elas correm até mim, abraçando-me apertadamente. Theo ri e diz: – Você acordou muito tarde, aproveitei para pegar seu carro e as crianças. – Tarde? São que horas? – Mais de 13h, mamãe. – Timon, meu mais velho, responde. Arregalo meus olhos e encaro meu marido que sorri fazendo seus olhos brilharem. Ele havia deixado sua barba crescer nas últimas semanas, apenas a aparando, isso dava a ele uma aparência mais velha. Meu marido. É tão bom poder dizer isso. Meu marido é meu moço, meu amor, meu caro amante. E ele é e sempre seria o que eu quisesse que ele fosse, assim como eu também seria quem ele quisesse que eu fosse. Nossa história de amor não foi das mais simples, tampouco foi sofrida e cheia de problemas como muitas que encontramos. Nossos problemas nós resolvíamos juntos. Não precisávamos ficar longe do outro, para saber que queríamos ficar perto. Palavras dele, não minhas. Ontem, mais cedo, nós não havíamos brigado, mas eu saí de casa sem falar para ele onde ia e sem dizer que queria jogar o nosso jogo. Ainda assim, ele soube onde me encontrar. Ele sempre me encontrava. Meu caro amante é meu marido. E sempre será. Quando disse a ele que estava enjoada de ouvir o quanto era linda todos os dias, pedi para ele mudar suas falas, então, entre nós, ele diz o quanto sou gostosa... Sua moça gostosa. De manhã ele diz que sou linda, afinal, nas manhãs estamos com as crianças. E Theo diz que eu sou linda e assim ele diz para nossos filhos também, mesmo quando Timon revira os olhos, dizendo que não quer ouvir aquilo. Nas noites ele fala manso, só para mim, o quanto sou gostosa. E não havia nada que eu pudesse pedir além de saúde para nós. Todos os dias quando acordo, e todas as noites quando me deito eu penso o quanto minha vida é feliz. Não somos ricos, não somos perfeitos. Minha idade já não é as das mais fáceis, meu corpo já não é dos melhores... Ainda assim, o que temos ali, o amor que temos, faz com que tudo valha a pena. Antes, no início de nossa relação foi isso que Theo me ensinou: o quanto a vida em si valia a pena... E vale.


Com ele e nossos filhos vale. Eu não preciso de um amante de verdade, porque já tenho em meu moço tudo que uma mulher sensata pode pedir e querer. Quando nossos filhos correm para a cozinha, um atrás do outro, Theo se aproxima de mim pondo suas mãos em minhas bochechas e fala: – Você está linda hoje... – não estou, ainda nem tinha escovado os dentes, mas quando ele diz aquilo, eu passo a acreditar, porque sei que é o que ele acredita quando me vê – E você perdeu ontem. Gargalho. – Qual minha prenda? – Lavar os pratos. Continuo com o sorriso estúpido no rosto. – E você limpa a casa? Ele dá de ombros e faz uma careta. – Infelizmente... – Amanhã você quem perderá. Você falará meu nome primeiro que eu. – Amanhã? – seus olhos brilham de malícia – Pensei que amanhã seriamos apenas nós... Mas estou gostando disso. Será que você não está cansada demais para brincar? Riu e o abraço pela cintura quando suas mãos me abraçam pelo pescoço. Theo é quase uma cabeça mais alta que eu, fazendo assim eu ter que incliná-la um pouco para olhá-lo nos olhos. – Agora estou. – admito – Amanhã não. Ele assente. – O que você quiser... – e me beija. É um beijo singelo, mas sinto minhas pernas bambearem. Suas mãos saem do meu pescoço para me segurar pela cintura e descanso minhas mãos em seus ombros. Ouço as crianças voltarem para a sala e chiarem algo. Rindo, eu e Theo nos afastamos, mas continuamos abraçados. Ele sussurra para mim e depois diz para nossos filhos que estão ao nosso redor: – Amanhã eu também te amarei. É uma promessa. As crianças sorriem e nos abraçam dizendo o mesmo, eu, para enfatizar, os aperto em meus braços dá maneira que posso e fecho meus olhos. Sinto Theo perto e ouço sua risada leve. Não há nada que eu pudesse pedir naquele segundo. Ao todo havia uma e outra coisa que eu daria um braço para que os médicos descobrissem e curassem; mas, naquele momento, eu não penso


nisso, eu não sinto querer nada. Apenas o que tenho que são eles. Eles são mais do que eu poderia querer. – Amanhã eu também te amarei. – dessa vez sou eu quem digo. Abro meus olhos para ver meu caro amante sorrindo tanto que seus olhos brilham. Impossível não amá-lo. Theo sussurra: – Minha. Eu riu e não emito som quando digo: – Sempre. Não é uma promessa, é um fato. Ele é meu, tanto quanto sou dele. Porque o meu amante é o meu marido.


Nota da autora Espero que a leitura tenha sido prazerosa. Sinta-se livre para avaliar e conhecer outras obras minhas também à venda na Amazon. Livros: Entre Mordidas e Acordes Deixe-me Te Amar O Secretário (contendo os personagens deste conto) Friday Contos: Prazer Completo Deite-se (extraído do livro DTA) Jasmin Palumbo no Wattpad


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