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Trabalhando Dentro do Silo, seus Riscos e as Formas Seguras de Fazê-Lo - Hernán Ferrari

SEGURANÇA E HIGIENE

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Hernán Ferrari

Perito Classificador de Cereaes e Oleaginosas hernanferrari14@hotmail.com

É sabido por todos que é inevitável não ter que entrar em nenhum dos silos ou graneleiros que temos no armazém em algum momento da safra ou durante o ano.

Por qualquer motivo (desentupimento da descarga, quebrar uma camada do granel, esvaziar o cone para ajudar a terminar a descarga, etc.). Sempre teremos que trabalhar dentro do silo em algum momento.

Deve-se notar que, embora seja uma atividade algo habitual ou comum dentro do armazém, todos os anos encontramos acidentes neste tipo de tarefa.

Todos os anos há feridos e, nos piores casos, mortes por esmagamento ou asfixia causados pelo colapso de cereais ou grãos.

Parece incrível que em meados de 2022 e com tantas medidas e práticas de segurança para implementar, esse tipo de evento ainda tenha que ser lamentado por mau desempenho, mau trabalho ou má formação de pessoal.

Como sempre insisto, PODE SER PREVENIDO, NÃO É UM ACIDENTE.

A seguir, compartilho três imagens com as situações que podem ocorrer dentro de um silo ou granel e abaixo explicarei detalhadamente como proceder para trabalhar com segurança em cada situação.

Situação 1: Operador trabalhando a granel enquanto o silo está sendo descarregado.

Bem sabemos que quando o silo começa a descarregar, o cone ou a camada superior se inverte. Isso significa que a última coisa inserida é a primeira coisa que sairá.

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Nesse tipo de situação, quando o silo está em movimento (carregando ou descarregando) sem motivo NINGUÉM deve estar dentro.

Se tiver que ser inserido como primeiro passo, a carga ou descarga deve ser interrompida, avisar que a entrada será feita para que todos sejam informados de que alguém estará dentro do silo e o painel de controle também deve ser marcado para evitar ativações acidentais ou erradas.

Figura 1.

Figura 2.

Situação 2: Pode-se observar que uma camada do volume ficou molhada ou compactada e formou o que se chama de ponte ou, se olharmos mais para baixo, foi feita uma caverna.

Vemos na imagem de exemplo o erro gravíssimo que está sendo cometido ao entrar para quebrar essa camada ou ponte sem nenhum elemento de segurança e a consequência que isso acarreta.

Situação 3: Neste caso pode-se observar que o volume grudou ou se comprimiu contra as paredes do silo.

Você também pode ver o trabalho ruim do operador tentando desgrudar o grão por baixo e o que pode acontecer se o grão preso ou compactado se desintegrar.

Figura 3.

Depois de ver esses exemplos de tudo o que pode acontecer se o trabalho for desconhecido, você trabalhar incorretamente ou não for treinado, vamos marcar uma série de pontos e indicar algumas formas de trabalho para que a entrada no silo seja o mais segura possível e não temos que lamentar acidentes de qualquer tipo.

Como primeira medida, antes de entrar no silo, deve ser comunicado a todos os setores da planta, para que fiquem cientes e cientes de que há pessoal trabalhando em algum dos depósitos.

Nunca entre em um silo que esteja em processo de esvaziamento ou enchimento (o volume está em movimento), se, por exemplo, o sem-fim de descarga ficar preso com grãos de soja enquanto estamos descarregando, devemos parar de descarregar, entrar no silo, desobstruir boca do sem-fim ou descarga, saia e reinicie. Desta forma, evitaremos que o grão nos "sugue" se a descarga for repentinamente descoberta

Nunca entre no silo para trabalhar sozinho; Pelo menos duas pessoas devem ir para realizar a tarefa.

Enquanto um entra no silo, o outro deve ficar do lado de fora e com muita expectativa observando e atendendo quem está dentro.

Quem está do lado de fora deve estar atento ao que acontece dentro, deve dar mais ou menos corda no final da vida útil do arnês e estar pronto para agir em qualquer situação.

Se for necessário empregar 3 pessoas para esses trabalhos, você não deve hesitar ou dispensar pessoal para fazê-lo com segurança.

Nunca pise diretamente no granel, use tábuas, placa firme ou algum elemento de fácil manuseio que nos permita ter uma maior superfície de contato no grão e assim evitar que nossos pés ou pernas

afundem, difi cultando o movimento.

SEMPRE entre com um arnês e corda de segurança manuseados por pessoal fora do silo ou armazém.

Desta forma, se necessário, mais corda ou corda será habilitada, ou então será coletada progressivamente.

Nunca use uma corda amarrada na cintura ou outros elementos de proteção rudimentares para entrar no volume, pois em caso de emergência o arnês distribui melhor as forças por todo o corpo e em caso de ter que puxar para sair a pessoa presa, não sofrerá ferimentos ou danos pelo movimento brusco como se estivesse amarrado a uma corda em apenas um ponto (sua cintura, por exemplo).

Por fi m e para concluir, nesta última imagem pode ver a forma correcta, ou como deve trabalhar para evitar qualquer acidente, num silo com grão grudado ou endurecido contra as paredes.

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SEMPRE trabalhe de cima para baixo; Não fi que na frente ou sob grãos suspensos por qualquer motivo.

Esta forma também se aplica se o silo foi construído como ponte ou caverna, sempre de cima, com arnês e bem sustentado pela(s) linha(s) de vida.

Também é importante estabelecer locais no silo (seja teto, parede, montantes, etc.) onde fi xar pontos de ancoragem, roldanas; mosquetões etc. poder passar cordas ou poder segurar com o arnês ou facilitar o trabalho de quem está segurando o operador que está dentro do silo.

Levando em consideração as três situações citadas acima e representadas grafi camente em imagens, trabalhando com segurança, com pessoal treinado, comprometido e consciente, esses tipos de situações graves e muitas vezes trágicas devem ser evitadas ou não acontecerem, que ainda são tão comuns e atuais. eles deveriam ser praticamente erradicados ou nunca aconteceriam.

Dessa forma e com tudo o que foi citado acima, devemos ter uma atividade pós-colheita cada vez mais segura e efi ciente.