

Uma revisão bibliográfica em Medicina Veterinária Equina
Gabriela Gonçalves Ferreira; Gabriela Maria Ghislotti de Matos; Luan Bueno; Marina Muniz Araujo Resende; Natália Avelino de Mendonça; Vitória Tobias Paris
CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA
Em30diasantesdoparto,a fêmeadevesermobilizadaaum piquete ou baia maternidade de acesso restrito, silencioso, limpo, submetidoaprotocolohigiênicosanitário e com água potável e forragem disponíveis, tendo-se por intuito ambientá-la e induzir a síntese de anticorpo colostral específico para esse ambiente (Thomassian,2005).
N trêsfases,amãepodemanifestarmaiordesenvolvimentodas glândulasmamáriascomextravasamentodeleiteeformação de cera no teto, além de relaxamento da garupa e da vagina, passandoaexpressarsinaldeinquietação,olharparaoflanco esudorese.
omomentodoparto,oqualédidaticamentedivididoem
Caracteriza-se pelo início das contrações do útero, de modo que tanto a placenta como a cérvixsejampressionadasàexpulsãodofeto.
Tem duração de 12 minutos - 01 hora em média, sendo que nesta fase a mãe se mantém emdecúbitoesternalparaparir
É expressado pelo aumento das contrações uterinas, início das contrações abdominais e a rupturadasmembranasfetais,comliberaçãode líquido amniótico e reposicionamento do corpo do potro de maneira que a sua cabeça esteja entre os membros anteriores para facilitar a passagemnaviadeparto.
Possuiduraçãode01horaeocorresomente depois do nascimento do potro, demarcada por uma interrupção breve das contrações uterinas e que é reiniciada conjuntamente às contrações das musculaturas abdominais para a expulsão da placenta ainda presente no trato reprodutivo daégua
Deve-semonitoraroprocessodeparto, cronometrando-oparaavaliaranecessidade deintervenções
OBSERVAÇÃO: A realização de palpação retal como um método clínico de acompanhamento gestacional permite não apenas estimar a data doparto,mastambémcomplicaçõesedistocia.
Acomprometer a sua sobrevivência e a sua saúde, sendo as primeiras 24 horas decisivas ao monitoramento e à realização de intervenções caso necessário, com uma consequente contribuição à prosperidade da nova vida e a redução de índices de mortalidade, diante de umaprecocidadediagnóstica.
Precisaserfeitaimediatamentedepois donascimentoedeformasistemática,com empregodeexameclínicoparaobservação de comportamento, características físicas e parâmetros vitais, além do Escore APGAR, ummétododepontuaçãoqueinfereograu deviabilidadedeste
Posturaereatividade
Presençadereflexodesucção
Presençadeesternalização
Interesseeminteragircomomeio
Frequênciacardíacaerespiratória
Temperaturaretal
Tempodepreenchimentocapilar
Coloraçãodemucosas
Auscultaabdominal
Inspeçãodocordãoumbilical
Presençadeanomaliasanatômicas
Potro Amal em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) em um Hospital Veterinário Universitário, com a sua mãe India. JournalCEHHorseReport. mai. 2015. p. 05. Disponível em: https://ceh.vetmed.ucdavis.edu/news/previous-issues.
Índice APGAR adaptado para potros neonatos (Smith, 2006)
Atividadedetônus muscular
pósoparto,aavaliaçãodosfilhotespossuicomointuitoidentificarsinaisquepossam Superiora60
Pulsação
Expressãoaestímulo nasal,toracolombareem orelha
A
Cordemucosas
Respiração
RESULTADOS: 0-2
Quedasedecúbito
Semi-esternalcom flexãodemembros Posiçãoesternal
Inferiora60
Comexpressãofaciale movimentodecabeçae pescoço
Comexpressãofacial, tentativadeficarem péemovimentos
pontos (necessidade de reanimação imediata); 3-5 pontos (precisão de oxigenação intranasal e bom suporte cardiovascular); 6-8 pontos (medidas de controle de asfixia moderada); 9-10 pontos: valores ideais sem risco de óbito.
Aalimentaçãocomeçanoambiente
uterino de maneira que, a partir do terço finaldagestaçãosetenhacercade80%do desenvolvimento e, por isso, é necessário queanutriçãodaéguasejaadequadapara manter o suprimento das exigências fetais antes do nascimento, após o qual deve ser amamentadoacada01-02horas,comojá citado,comcolostromaterno.
Conformeocrescimentodesteanimal é indicada a avaliação da qualidade e da quantidade do leite ingerido, de maneira que, no segundo mês de vida, seu sistema digestório adquire a capacidade de digerir fibras durante as tentativas de imitar a mãe naspastagense,consequentemente,iniciar aexperimentaçãodevolumosos.
Doterceiromêsemdiante,alactação da égua tende a diminuir, sendo necessário um aumento no consumo de volumoso e adição de concentrado adequado para a nutriçãodopotro,efetuando-seodesmame geralmente do 04º ao 08º mês, embora seja comumserrealizadoapartirdosextomês.
Por ser um período estressante e que exige a separação do filhote em relação à fêmea, emprega-se um sistema chamado Creep Feeding (cocho privativo), no qual se usa de uma estrutura física projetada para quesomenteosherbívorosemcrescimento tenhamacesso.
Assim,proporciona-se 01-1,50Kgde concentrados/100 Kg de peso vivo (PV) em duasrefeiçõesdiárias,juntodesalminerale água limpa e fresca à vontade, adequando a dieta conforme o desenvolvimento e a faixaetáriaemquetalpotroseencontra.
Aingestãodocolostrodamãedeve
sempre ser estimulada em no máximo 06 horasapósopartoparaqueopotroadquira nutrientes essenciais e imunoglobulinas IgG que manterão sua imunidade contra vários agentes nocivos de forma passiva Mas, no caso de dificuldade de ingestão e absorção do leite materno ou, ainda, problemáticas de produção desta secreção pela mãe, o filhote pode passar a apresentar a falha de transferênciadeimunidadepassiva(FTIP).
A FTIPéumacondiçãocríticaecapaz de impedir a absorção de uma quantidade adequada de imunoglobulinas, tornando o filhote suscetível a infecções, das quais se destaca a septicemia, uma das principais causas de mortalidade neonatal para esta espécie.
Seudiagnósticoexige,em12-24horas depois do nascimento, a dosagem de IgG sérica, SNAP Test e o teste de turvação de ZnSO4, enquanto a terapêutica a ser feita necessita da avaliação do estado geral do potro, a presença de algum sinal clínico, a qualidadedecolostrodisponível,oresultado dos exames hematológicos e o tempo que foitranscorridodopartoaodiagnóstico.
Assim,seidentificadaematé18horas devida,indica-seofornecimento,acada01 - 02 horas, de 300 - 500 mL de leite da mãe, de outra égua ou de um banco de colostro, porviaoralcomusodemamadeiraouuma sonda nasogástrica. Ainda, a outra opção consiste na administração oral de plasma hiperimuneporsondanovolumede150mL
Poroutrolado,seodiagnósticoéfeito a partir de 18 horas depois do nascimento, quandoosintestinosnãomaisabsorvemas imunoglobulina, preconiza-se transfusão de plasmafresco,congeladooucomerciale,se preciso, desorohiperimune, desdequetais produtos contenham proteína total superior a70g/LeIgG>12g/L.
Paraumpotrode45Kg,preconiza-sea transfusãointravenosade01-03Ldeplasma
Emgeral,posteriormenteatalmanejo os equinos com as concentrações séricas de IgG entre 04 - 08 g/L, com bom estado geral e mantidos em um ambiente limpo e controlado, podem não necessitar de uma transfusão, sendo mantida a sua dieta apenas com o leite materno. No entanto, se verificado qualquer sinal clínico, alteração laboratorial ou identificação de um fator de risco, tal procedimento com uso de plasma deveserinstituído.
mãe.
Ilustração obtida do Domínio Freepik, especializado em criação e edição de conteúdos audiovisuais (2025).
Avacinaçãoédesumaimportância
para a promoção da saúde e do bem estar dospotros,nosprimeirosdiasasemanasde vida especialmente, dado que fornece, por meiodeumestímuloaosistemaimunitário,a produção de anticorpos contra afecções infecciosasezoonosesvariadas.
Mas, para isso tais animais devem estar saudáveis e ser submetidos a um manejo que permita um controle de certosfatoresdeinfluência:Estressepor transporteeportemperaturaambiental, criação em local com superpopulações, falhas na elaboração das dietas e de limpezaambientaleeliminaçãodeendo eectoparasitosnospontosemqueháa permanênciaedestesfilhotes
Ainda, condições individuais como a imunossupressão e o emprego de esquemas e programas vacinais, com utilização de imunizantes devidamente conservados e administrados por um médicoveterináriocapacitado,também são fatores que interferem na produção de imunidade ativa pelos potros, desde que se leve em consideração que tais protocolospodemvariardeacordocom acasuísticaepidemiológicadolocal
1ªdosenadesmamae2ªdose30diasdepois
1ªdosenadesmamae2ªdose30diasdepois
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1ªdosenadesmamae2ªdose30diasdepois
1ªdosenadesmamae2ªdose30diasdepois
5º,7ºe9ºmeses degestação
Depoisdonascimentoearupturado
cordão umbilical, o umbigo deve ser curado julgando-se que mantém contato com o ambiente e pode atuar como uma porta de entrada a vários microrganismos e, assim, facilitar a ocorrência de várias doenças no potro, como onfalites, septicemias, artrites sépticas e hérnias umbilicais (Thomassian, 2005;Auer&Stick,2006;Corrêa,2007;Reed etal,2021).
Por esse motivo, as falhas de manejo sanitário são intoleráveis e, logo após o examedoanimaleoseualeitamentocomo colostro,deve-se:
01 MANEJODOANIMAL
Limpar o umbigo emergindo-o em uma solução iodada 05-10% ou em Clorexidine 0,50% 02 vezes diárias nos 02-03 primeiros dias de vida do animal (Austin, 2013), como ilustradonasfigurasAeBabaixo.
Organizar,higienizaresempredesinfectaro ambiente em que o potro permanece e circula, controlando o acúmulo de matéria orgânica, o fluxo de vetores e dos outros animaiscriados.
Demonstração de desinfecção do umbigo de potro.
Artigo “Cuidando do seu potro: Guia completo do nascimento ao treinamento”. SiteGeraldo Vasconcellos, 2024.
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MIRANDA, Luany Protocolo vacinal de equinos. Blog Vet. JR. da Universidade Federal de MG, 2022. Disponível em: https://www.vetjr.com/posts/protocolosvacinais-de-equinos
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