Revista visao

PESQUISA EM CAMPO

Pesquisadoras da Embrapa lançam artigo inédito sobre melhoria do arroz

RONDÔNIA O melhor do agronegócio

Ano I I Nº 8 - Rondônia Junho de 2016

Valor

R$

12.00

Logística: navio vai levar produtos de RO pela costa brasileira e Mercosul

O NO$$O OURO EM GRÃOS LAVOURA TECNIFICADA GARANTE PRODUTIVIDADE ACIMA DAS 180 SACAS DE CAFÉ POR HECTARE. CONHEÇA AS TECNOLOGIAS PARA PRODUZIR MAIS E MELHOR JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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Índice

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ENTREVISTA

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PESQUISA EM CAMPO

Presidente da Aprosmat fala à Visão como associações fortes solidificam a agricultura.

Doutoras da Embrapa lançam artigo inédito sobre pesquisa de melhoramento do arroz.

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LANÇAMENTO

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Geneticista da Matsuda apresenta novas cultivares de capim.

LOGÍSTICA Navio vai levar produtos de Rondônia pela costa brasileira e países do Mercosul.

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VALE DO JAMARI Cultivo de soja avança sobre áreas da grande região de Ariquemes.

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ESPECIAL

Cafeicultura tecnificada garante boa produtividade em lavouras do estado, mas em outras a falta de chuva causou retração na produção do grão.

Expediente

Agroindustrias familiares driblam a crise com trabalho, empreendedorismo e bons produtos.

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Revista RONDÔNIA

Revista Visão Rondônia é de propriedade editorial de G.B. COSTA COMUNICAÇÕES-ME CNPJ: 23.588.281/0001-40 Editora-chefe: Ivonete Gomes DRT-345 Redação: Avenida Guaporé, 4248, SL 2, Igarapé, Porto Velho, Rondônia.

Tel: 69 32259705 - Assinatura: visaorondonia@gmail.com

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AGROINDÚSTRIA

REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

Comercial: Leny Vieira - fone: 69 9213-0947/9977-7779 Designer Gráfico: Cesar Prisisnhuki Faria Colaboradores: Gerson Costa, Eliânio Nascimento, Flávia Rosane, Marcos Lock, Giliane Perin Renata Silva e Edmilson Rodrigues.

Impressão: Editora Gráfica Print Tiragem: 5.000 mil exemplares

EDITORIAL

Café nos quatro cantos de Rondônia No promissor município de Nova Brasilândia

tolerância ao estresse climático. O próprio Júlio já seria

D´Oeste, a propriedade do Júlio Cesar Mendes é quase

atração suficiente pelo exemplo de empreendedorismo.

um ponto turístico nos fins de semana e feriado. Gente

Veio à Rondônia aos 18 anos para trabalhar na colheita

de toda a região visita a lavoura de 22,7 hectares

do café e, hoje, é empresário e segundo maior produtor

em busca de conhecimento para alcançar maior

de conilon da chamada região da Zona da Mata. A

produtividade no cafezal.

lavoura dele é tecnificada e a produtividade chega a

O anfitrião interrompe as atividades laborais

182 sacas por hectare.

para responder as perguntas, falar do sistema de

Júlio César representa a nova realidade da

irrigação por gotejamento com tecnologia israelense,

cafeicultura, uma atividade que se tornou viável e

recomendar mudas clonais que estão produzindo

lucrativa depois do surgimento de mudas clonais

bem e apresentam, além de maior uniformidade

e outras tecnologias. O termo pode até parecer

de maturação, alta resistência a pragas e doenças e

repetitivo, mas não há outro para substituir: os clones revolucionaram o cultivo de conilon no estado. O levantamento da Conab revela um crescimento de 4,5 mil hectares de área plantada, mas andando por Rondônia a impressão que se tem é que todo mundo está plantando café.

Por isso, a Visão Rondônia buscou para esta edição o máximo de informações possíveis sobre a cafeicultura.

Na Embrapa, conversamos com pesquisadores e analistas que desenvolvem técnicas para garantir a melhor qualidade na secagem dos grãos, poda de formação para aumento de produtividade e formas corretas de produção de mudas em viveiro. É um trabalho incessante para levar ao produtor informações que propiciem o melhor do clonal em cada fase de toda cadeia produtiva.

BARCAÇA SECA CAFÉ da Embrapa

Que a boa leitura esteja acompanhada do nosso bom café!

IVONETE GOMES JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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ENTREVISTA

Associações fortes, agricultura sólida

Carlos Ernesto Augustin

Presidente da Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat) Por Gerson Costa Fotos: Marcos Figueira

Natural de Carazinho (RS), pioneiro no ramo de sementes no Mato Grosso desde os idos de 1984, quando se instalou na zona rural de Pedra Preta, Carlos Ernesto Augustin, presidente da Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat) explica que não há fórmula para o sucesso do estado vizinho na produção de grãos, mas tão somente associações sólidas com lastro econômico para pesquisa, tecnologia e intervenção do poder político para o agronegócio crescer. Em entrevista à Revista Visão Rondônia, o produtor fala das expectativas do novo governo Michel Temer, da gestão do senador Blairo Maggi no Ministério da Agricultura e aconselha o agricultor rondoniense a agregar entidades fortes para não depender apenas do poder público. “O Governo faz pouco”, diz ele, que é associado da AMPA, (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão), entidade que tem fundos na cifra de R$ 30 milhões anuais. Para ele, o Brasil precisa avançar em três diretrizes: logística, seguro agrícola e tecnologia.

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REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

ENTREVISTA

Com a mudança de governo no Brasil, após essa onda de escândalos, o senhor espera ventos mais favoráveis ao agronegócio?

Diante de uma possível estabilidade econômica, a volta da normalidade com mudanças de ministérios e a nova direção política, é totalmente favorável ao nosso setor porque agora podemos ter mais objetividade em nossos pleitos, coisa que no governo anterior não existia, como se fosse uma oposição ao trabalho da agricultura brasileira. Sem dúvida, em se estabilizando esse novo governo, nós vamos ter momentos mais favoráveis.

Por ser do Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, contribuirá ainda mais para o desenvolvimento do setor? Qual a sua expectativa?

O fato de ele ser do Mato Grosso, lógico que nos deixa animado. Mas, principalmente por ele conhecer o setor da agricultura empresarial, a dinâmica da exportação, logística, enfim, é um grande conhecedor do tema e que pode trabalhar com precisão para melhor tomada de decisões.

O senhor está há mais de 30 anos no Mato Grosso e conheceu bem o desenvolvimento daquele estado. Qual a fórmula para o sucesso da produção agrícola de lá?

O estado do Mato Grosso sempre se destacou por ter associações fortes. Hoje, nós temos a AMPA, que tem fundos para tocar seu orçamento e, diria, que são valores

Aqui (Rondônia), o agricultor tem o café, soja, milho, pimenta, a piscicultura, mas é preciso adotar o modelo do Mato Grosso criando associações fortes e não ficar esperando apenas pelo Governo.”

expressivos, a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja), que da mesma forma agrega associados e tem grande volume de recursos, e a Aprosmat (Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso), que tem 35 anos, pioneira das associações. Essa união para combater as dificuldades sempre nos levou a soluções. As dificuldades são inúmeras: falta de estradas, impostos, endividamento, câmbio, doenças como a ferrugem-asiática e nematoides, mudanças de variedades... e, diante desse cenário existe a necessidade de aperfeiçoamento constante. E isso o agricultor não consegue sozinho e também não consegue só pedindo para o

Governo. O Governo faz muito pouco. Quando os produtores se unem e constroem associações sólidas, as ações têm mais objetividade, não apenas dentro dos estados, mas em todo Brasil.

Essas associações têm uma atuação forte em Brasília, no Congresso, correto?

Correto. Nós temos atividade muito forte junto a Frente Parlamentar da Agricultura, onde temos reuniões todas as terças-feiras.

Nós apoiamos financeiramente o instituto que garante a Frente.

Tudo isso faz diferença. Rondônia é um estado jovem na produção rural, não chega a ser tão grande

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ENTREVISTA

como o Mato Grosso, mas agregar os produtores em associações fortes trará grandes resultados. Essa união fez uma grande diferença no Mato Grosso e fará também em Rondônia.

Em sua opinião, o Brasil precisa avançar em quais áreas para melhorar o agronegócio?

Número um, que todo mundo sabe, principalmente na região do Centro-Oeste, é a logística. Nós do Mato Grosso estamos a 2 mil quilômetros dos portos e, agora, de Porto Velho a 1.400 quilômetros, que ainda é distante. Vocês aqui tem a facilidade do porto de Porto Velho que é um corredor de exportação magnífico. A logística é um problema seríssimo que atinge a todos que estão no interior da América Latina como nós. Outra coisa que faz diferença brutal nos países desenvolvidos, e que agora começa a ser corrigido por aqui, é o seguro agrícola. O agricultor que sofreu uma intempérie, que precisava colher 50 sacas de soja e colheu apenas 15, vai levar de 5 a 6 anos para se recuperar. Hoje, não temos um seguro adequado.

Nos Estados Unidos e na Europa, quando acontece uma perda desse porte, o seguro resolve o problema.

E como resolver essa questão do seguro?

Política é a solução. Tanto nos países ricos como no Brasil, o governo paga até 50% do prêmio do seguro, mas aqui é pago de um jeito que não beneficia o agricultor, apenas o banco. É preciso, de forma urgente, o país adotar um sistema de seguro agrícola eficiente. Neste ano, no Mato Grosso, tivemos grandes dificuldades com o clima.

A produtividade foi menor, a safri-

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REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

nha foi menor. E aí? Quem paga a conta?

Além da logística e do seguro, o que mais é preciso para avançar?

Uma terceira necessidade são investimentos em tecnologias. O mundo evoluiu muito. A transgenia é uma realidade e não tem como ficar de fora. E agora tem o software aplicado à agricultura que começa a tomar corpo com grandes resultados para o setor. O Brasil precisa investir na informatização do campo, com mapas digitalizados, análise de solo, adubação, variedade e até sementes. Para ter ideia, a gente compra máquinas do mercado americano que tem tecnologia embarcada muito maior do que estamos usando. Aí vem outra questão que é a capacitação de mão de obra para utilização dessas novas tecnologias. Não dá para ficar parado.

Que conselho o senhor daria ao produtor rondoniense?

Eu não conhecia direito o estado de Rondônia. Mas vindo de Porto Velho à Ji-Paraná, observei que um dos pilares são as pequenas propriedades desenvolvendo cidades de certa forma homogêneas. Vejo isso com bons olhos porque tem difusão de culturas.

Aqui, o agricultor tem o café, soja, milho, pimenta, a piscicultura, mas é preciso adotar o modelo do Mato Grosso, criando associações fortes e não ficar esperando apenas pelo Governo.

O agricultor precisa saber de sua importância e criar fundos financeiros para tocar essas associações e ir atrás da solução de seus problemas. Isso faz a grande diferença na agricultura.

É preciso, de forma urgente, o país adotar um sistema de seguro agrícola eficiente.

Neste ano no Mato Grosso tivemos grandes dificuldades com o clima. A produtividade foi menor, a safrinha foi menor. E aí? Quem paga a conta?”

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DOUTORAS DA EMBRAPA NO melhoramento do arroz e segurança alimentar

Fotos: Marcos Figueira

PESQUISA EM CAMPO

O arroz é um dos cereais mais consumidos em todo o mundo e estima-se que contribua ao redor de 20% da energia e 15% da proteína ingerida pela população.

E

m alguns países da Ásia a quantidade de arroz consumida é maior que 100 kg por habitante por ano, representando mais da metade da ingestão diária de energia e proteína. É bastante alta quando comparada à alguns países da Europa, com o consumo de 10 kg ou menos de arroz por habitante.

No Brasil a quantidade consumida é mediana, com variações entre regiões, entre 40 a 60 kg per capita ao ano, que pode representar em torno de 15% da energia e 10% da proteína da dieta nacional.

Durante décadas a pesquisa brasileira teve como foco principal o volume de produção, independente da qualidade do produto, especialmente para o arroz não irrigado. O objetivo era produzir o máximo, mas isso não era suficiente.

Sabemos agora que a nossa preferência é pelo grão polido, quase transparente e brilhoso, de formato alongado e estreito, sem manchas, sem esbranquiçado, tecnicamente denominado de “longo fino, tipo 1”. Muitos diziam “agulhinha” para este formato de grão, que era produzido no Sul do Brasil, em áreas irrigadas até o 10

REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

lançamento da variedade Primavera, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, em 1997.

Além do formato do grão, a Primavera tem excelente qualidade de cozimento, tornando-se a principal variedade de arroz para condições de cultivo não irrigado. A estrutura e propriedade do amido que compõe o grão desta variedade resultam em grãos cozidos macios e não empapados, mesmo logo após a colheita.

O impacto da variedade Primavera foi tão importante no mercado que se tornou o padrão de excelência, melhorou o preço pago ao produtor de arroz, aumentou o preço de mercado do arroz de sequeiro – sem irrigação, e alterou até o sistema de produção do arroz.

Nessa mudança econômica e técnica mudou até mesmo a nomenclatura, do antigo nome de arroz de sequeiro passamos a ter arroz de terras altas, mais tecnificado, com variedades mais exigentes em cuidados no campo e após a colheita, mas muito mais produtivas e com grão com melhor qualidade culinária. E ao invés de “agulhinha”, a denominação tornou-se tipo

AS DOUTORAS

Marley Marico Utumi, Valácia Lemes da Silva Lobo, Raquel Mello, Isabela Volpi Furtini

Primavera.

O arroz no Brasil é produzido em basicamente dois sistemas, o irrigado e o de terras altas.

Nos últimos vinte anos a área cultivada diminuiu e a produção aumentou, pois a produtividade aumentou mais que o aumento da população. A produção brasileira é bastante concentrada na região Sul, com mais de 2/3 da produção, enquanto a segunda maior região produtora é a região Norte, com menos de 10% da produção nacional. A concentração no Sul preocupa, pois problemas climáticos naquela região podem resultar em grande impacto na produção brasileira, ressaltando-se também que as altas produções têm custo muito elevado num insumo que é extremamente importante: a

água, pois o arroz sulista é praticamente todo irrigado e a água é extremamente necessária nos centros urbanos.

Além disso, a necessidade de transportar e distribuir grandes volumes de arroz desde o Sul envolve custo que parece ilógico, pois é possível no mínimo a produção para consumo mais regionalizado.

Novos consumidores e situações de clima, mercado e economia pedem visão mais abrangente, pois a dinâmica do mercado, das áreas para produção e do consumidor mudam com o tempo e a pesquisa tem que estar antenada nas possíveis alterações e sempre com olhar para o futuro, pois uma nova variedade brasileira de arroz demora de cinco a dez

anos para se tornar comercial. Isso na parte do melhoramento genético, porque também é necessário conhecimento, pesquisa e trabalho de várias áreas, como ajustes em máquinas, equipamentos e produtos, tornando necessário esse aspecto de antecipar e trabalhar com muitos profissionais de instituições de diversas regiões.

Do campo, com as pesquisas, à mesa A pesquisa brasileira, especialmente na Embrapa, continua focada no cuidado básico para alta produtividade, estabilidade em diversos ambientes e qualidade JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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PESQUISA EM CAMPO do produto resultante para o consumidor e nas demandas específicas do mercado, seja para consumo interno, como para exportação.

Mundialmente o arroz é atacado pelo fungo Pyricularea grisea, causador da brusone, doença que pode provocar perda total da produção de grãos. A pesquisa tenta monitorar o fungo e suas raças e avaliar o material genético vegetal em condições controladas e em campo, criando ou usando condições que promovam alta incidência da doença, para auxiliar a seleção de diversos pais para novas variedades mais tolerantes em condições de cultivo comercial.

Rondônia, o terceiro maior produtor de arroz na região Norte se destaca nos resultados de pesquisa com brusone, no Campo Experimental da Embrapa Rondônia em Vilhena, município na região Sul do estado, que, além disso, é vizinho ao estado do Mato Grosso, importante produtor de arroz da região Centro Oeste. Regionalmente, Vilhena é conhecida como Cidade Clima, com temperatura mais amena, com até 70C de diferença entre a maior e menor temperatura do ar, num período de 24 horas. No ensaio especial para brusone em Vilhena, as plantas ficam naturalmente cobertas de orvalho, chove quase todos os dias e são utilizados adubos em excesso e plantas naturalmente doentes muito próximas, de modo que quase todos os anos é possível obter resultados de extrema tolerância e extrema sensibilidade entre as centenas de materiais genéticos de arroz do Brasil e estrangeiros e avaliar as linhagens de arroz de todas as instituições parceiras do programa de melhoramento genético de arroz brasileiro.

Sobre o programa de melhoramento nacional, que conta com parceiros do Rio Grande do Sul até Roraima, a Embrapa Rondônia participa especialmente nas ações para arroz de terras altas, nos ensaios finais e intermediários de linhagens para obtenção e registro de novas cultivares comerciais. Os ensaios finais 12

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ocorrem simultaneamente em três locais do estado, Porto Velho, Ouro Preto do Oeste e Vilhena, já os intermediários e avaliação de famílias, apenas em Vilhena, pois a quantidade de sementes disponíveis nessas fases ainda não é suficiente para muitos locais.

Na avaliação de famílias e seleção de plantas individuais dentro das melhores famílias para obter novas linhagens e variedades, buscam-se os objetivos comuns do projeto de pesquisa: produtividade, tolerância a doenças e ao acamamento e qualidade de grãos;. e específicos para região quente e chuvosa, como extrema tolerância ao acamamento e baixa altura de planta. O ciclo mais curto passou a ser foco também, visando novas variedades mais precoces, para mais e melhor inserção do arroz em cultivos na segunda safra, recuperação/renovação de pastagens, consórcios com outras espécies ou sucessão de cultivos.

Nesse sentido, recentemente estiveram em Rondônia pesquisadoras da Embrapa, do grupo de melhoramento de arroz, para diversas ações na área de pesquisa, como auditar a qualidade do trabalho de campo e promover treinamento, discussões, informes de novos enfoques na pesquisa e apoio para seleção mais eficiente de linhagens promissoras; coletar material doente para estudos na área de biologia molecular; além de estruturar a programação de ações para avaliação de problemas emergentes.

Uma das curiosidades sobre como está a seleção das melhores plantas no campo, próximo de 10% das quase 400 progênies rondonianas semeadas nesta safra – descendentes das famílias que vieram para cá e que foram selecionadas durante dois a cinco anos, em Vilhena –, foram escolhidas como as melhores, para mais avaliação de pós-colheita e preparo para outros ensaios em Goiás, sede do programa de melhoramento da Embrapa e com condições climáticas bem diferentes das de Rondônia. Assim, poderemos obter um material genético que também

seja superior para regiões com pouca chuva, pouca água para irrigação ou solos mais arenosos.

Atualmente, sobre o melhoramento de arroz de terras altas, Goiás é a sede de cruzamentos e seleções, para seis populações, duas delas para produtividade e qualidade são avaliadas e continua-se a seleção em Goiás, Mato Grosso e Rondônia. Aí então, os melhores materiais retornam para Goiás para mais testes e entram nos ensaios regionais e depois nacionais, em mais estados. Feito isso, a melhor linhagem torna-se cultivar, a próxima a ser lançada pela Embrapa está prevista para até o ano de 2018.

O trabalho de melhoramento de arroz pela Embrapa em Rondônia – com condições climáticas de calor intenso, muita chuva e ambiente propício às principais doenças (e algumas emergentes) –, conta com a colaboração de diversas instituições e está em continuidade aos projetos de melhoramento realizados pela Embrapa em todo o país. Isso tem permitido selecionar e disponibilizar plantas com características que podem ser interessantes para a pesquisa. Já foram selecionadas linhagens mais produtivas, com formato de grão adequado, mas menores alturas de planta, ciclo médio precoce e folhas e colmos que mantem-se verdes mesmo na época da colheita. A cultivar de arroz de terras altas BRS Esmeralda, por exemplo, é uma das mais recentes, desenvolvidas e recomendadas para Rondônia.

Autoras: Marley Marico Utumi, Valácia Lemes da Silva Lobo, Raquel Mello, Isabela Volpi Furtini *Engenheiras Agrônomas, doutoras pesquisadoras em Produção Vegetal da Embrapa Rondônia1, em Fitossanidade2 e em Melhoramento Genético3, da Embrapa Arroz e Feijão Colaboração: Renata Kelly da Silva, jornalista da Embrapa Rondônia, MTb 12361/MG. JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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PESQUISA EM CAMPO

MATSUDA LANÇA DUAS NOVAS cultivares de capim Há quase sete décadas no mercado, o Grupo Matsuda é líder mundial na produção e comercialização de sementes para pastagens tropicais e investe, continuadamente, em novos produtos por meio de pesquisas e melhoramento genético.

Por Edmilson Rodrigues Fotos: Marcos Figueira

C

om dimensões continentais, o Brasil tem grande parte de suas terras exploradas pela agricultura e pecuária, e o Grupo Matsuda busca produzir capim para determinados nichos de clientes que fazem uso de diferentes tipos de forrageiras.

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REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

Antes do lançamento dos produtos, técnicos do Grupo Matsuda realizam Brasil afora o trabalho chamado de Valor de Cultivo e Uso (VCU), teste exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para avaliar o índice produtivo da forrageira e a qualidade. Também realiza trabalho de adaptação da forrageira em vários biomas. O trabalho do Departamento de Pesquisas e De-

senvolvimento do Grupo Matsuda, através do melhoramento genético, tem resultado em lançamentos de novas cultivares de forrageiras tropicais adaptadas para as diversas regiões do país, contribuindo para a geração de plantas adaptadas aos variados ecossistemas e geradoras potenciais de forragem de alto valor.

Durante a 5ª Rondônia Rural Show em Ji-Paraná, a Matsuda

apresentou mais duas novas forrageiras: as cultivares Andropogon gayanus cv. MG7 Tupã, e a Setária sphacelata MG11 Tijuca, que são frutos de 10 anos de estudos e seleção de plantas e avaliação de teste de desempenho e ganho de peso dos animais.

Em 2015, o Grupo Matsuda havia apresentado na feira de agronegócio de Ji-Paraná duas variedades de forrageiras: a panicum maximum MG12 Paredão e a brachiaria brizantha MG13 Braúna.

Ambas recomendadas para as fases de cria, recria e engorda.

Para mostrar a eficiência das novas plantas e falar das características, esteve na Vitrine Tecnológica da Rondônia Rural Show o engenheiro agrônomo Alberto Takashi Tsuhako, responsável técnico do Departamento de Sementes do Grupo Matsuda.

MG7 Tupã A MG7 Tupã é uma forrageira que pode ser indicada para solos de média a baixa fertilidade, mais rasos e com cascalho. É um produto para regiões mais secas, com ciclo de florescimento de aproximadamente 10 dias e recomendado para bovinos nas fases de cria, recria e engorda, podendo ser oferecido também a equinos.

MG7 Tupã é uma cultivar de fácil manejo porque tem porte menor, talo mais fino, rebrote mais intenso e ciclo mais longo. O pastejo deve ocorrer quando as plantas atingirem 50 a 60 cm, até a altura de 18 a 20 cm do solo. O ciclo mais tardio dessa forrageira faz com que a planta demore mais no processo de florescimento, mantendo por mais tempo o seu ciclo vegetativo, ou seja, o período em que a planta mais cresce, mais produz forragem e mantém por mais tempo a qualidade nutricional.

ALBERTO TAKASHI, engenheiro agrônomo e geneticista

MG11 Tijuca MG11 Tijuca Hibrido que teve origem em 2004, através dos cruzamentos diversos de acessos de Seraria sphacelata do banco de germoplasma da Matsuda Genética e posterior seleção de

população. O trabalho de seleção de plantas visava um material com superior produção de forragem, maior quantidade de folhas, porte mais baixo e menores teores de oxalato, características superiores a cultivar Kazangula, comercializada há anos. A cultivar MG121 JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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PESQUISA EM CAMPO Tijuca é uma gramínea tetraplóide, de ciclo perene, entouceirada de crescimento ereto, altura em torno de 1,65m, com folhas de coloração verde-azulada e mais de 30 cm de comprimento por de 1,0 cm de largura e colmo fino de 0,38 cm de diâmetro. A planta apresenta boa qualidade nutricional, tolera solos de média e baixa fertilidade, recomendada para bovinos na fase de cria, recria e engorda, podendo ser utilizada também para equinos. A boa tolerância de solos mal drenados faz com que a MG11 Tijuca seja uma boa opção para substituir a Humidicola nestas áreas, possui a vantagem de apresentar melhor qualidade nutricional e suas sementes não apresentarem dormência. O pastejo deve ocorrer com plantas de 60 a 70 cm, até a altura de 20cm de solo. A MG11 Tijuca foi selecionada visando à diminuição de teores de oxalato na planta, que quando consumido pelos animais através do pastejo pode causar intoxicação, caracterizado por andar cambaleante, tetania, diarreia, escorrimento nasal e, em alguns casos, sanguinolento.

O técnico do Grupo Matsuda explicou que as sementes dessas cultivares serão comercializadas através da tecnologia de revestimento “Série Gold Matsuda”, as chamadas “sementes inteligentes” que possui tratamento com polímero e fungicida, melhorando a eficiência da germinação. Jorge Matsuda, diretor-presidente do Grupo Matsuda, também presente ao evento de Ji-Paraná, enfatizou que a incessante busca por novos materiais acompanha a tendência da evolução tecnológica da pecuária tropical, revelando altas produtividades concebidas visando sempre à sustentabilidade.

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NOTA DO PESQUISADOR O pesquisador do Grupo Matsuda avalia que o trabalho de distribuição de sementes em Rondônia através da parceria com a Agro Sementes gerou frutos. A pecuária cresceu, os pastos melhoraram e o setor evoluiu. Todavia, alerta Alberto Takashi, surgem pragas naturais que precisam ser combatidas com estudo e tecnologia.

“O grande problema aqui no Norte a gente sabe que é a cigarrinha das pastagens. Se fosse só a cigarrinha das pastagens o brachiarão resolvia o problema, mas acontece que está vindo a cigarrinha da cana-de-açúcar que o nome científico é mahanarva fimbriolata, e essa cigarrinha não tem nenhum pasto que é resistente onde tem a presença da cigarrinha vermelha”, observa o agrônomo.

Para esse problema, Alberto Takashi sugere o capim colonião panicum maximum MG12 Paredão, que tem uma boa relação folha e talo que possui o joçal (espinho) que fica na base da planta e repele o ataque de cigarrinha. “A principal característica do MG12 Paredão para o Norte e aqui para Rondônia é que não sofre ataque da cigarrinha porque tem um joçal, um pêlo duro igual da cana-de-açúcar, de zero a vinte centímetros. Como a cigarrinha coloca os ovos no solo, a ninfa, quando vai eclodir os ovos, não consegue atacar e acaba morrendo”, revela o pesquisador.

Segundo o Takashi, a característica do solo de Rondônia, uma parte do Acre e do Amazonas, encharcado, tem problema de drenagem.

A solução para essas terras é a MG11 Tijuca, fruto do cruzamento da Kazangula, Narok e a Nandi. A MG11 Tijuca não tem oxalato, tem o talo mais fino e maior quantidade de folhas e da humidicola, solução anterior, herdou apenas a tolerância a solos alagados.

Analisando a proximidade de Rondônia com mercados norte-americano e europeu, Alberto Takashi deu a dica: “É um local estratégico para atender não só o Brasil, mas o mundo globalizado. Aproveitem o potencial que vocês têm em Rondônia. Tem umidade, tem sol, e a coisa mais importante: tem gente com vontade de trabalhar”.

PECUÁRIA

PECUARISTAS DE

Rondônia com “los hermanos” Melhoramento genético e sistema de produção de carne foram os principais temas abordados no intercâmbio de pecuaristas brasileiros na Argentina Por Tatiana Freitas

A

Alta Genetics realizou um Showcase na Argentina para os clientes brasileiros. Participaram aproximadamente 50 pecuaristas da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e São Paulo. O objetivo da companhia é mostrar a cultura de produção na Argentina por meio de experiências técnicas, trocas de ideias e tecnologias, além de apresentar a genética disponível da empresa no país. “É uma oportunidade para mostrarmos ao mercado a força e expressão que a genética argentina têm. Nós temos muito a aprender com eles que produzem uma carne de alta qualidade em um ambiente a pasto e trabalham em um cenário de livre concorrência entre muitos frigoríficos”, explica Tiago Carrara, gerente de mercado da Alta.

As raças trabalhadas durante o Showcase foram: Angus, Hereford, Red Angus, Brangus, Braford e Red Brangus. O evento começou em Buenos Aires, seguido de uma visita ao Mercado Liniers – maior centro de vendas de animais vivos para frigoríficos da América Latina – considerado o mais importante

balizador de preços da carne no país. Os clientes puderam conferir em tempo real os arremates de diversas categorias. “Eles também ficaram impressionados com a livre concorrência que ocorre por lá, onde são cadastrados mais de 200 frigoríficos e abatedouros, o que não ocorre no Brasil”, afirma Carrara.

Os visitantes também estiveram na fazenda Las Tres Cruces da raça Brangus, sendo uma das três principais desta raça na Argentina, e conheceram um pouco da cultura gaúcha na cidade de San Antonio de Areco rica em artesanatos com couro, prata e bronze. Também visitaram a Central da Alta Ciale em Capitan Sarmiento, e ouviram

palestras sobre melhoramento genético, evolução genética, critérios de seleção adotados, mercado de carne no Brasil e sistema de cruzamento industrial como alternativa para otimizar ganhos.

Para fechar, houve desfile de 40 touros das raças trabalhadas e visita a Cabanha Charles Del Guerrero, a responsável pela primeira importação da raça Angus para a Argentina.

“O Brasil tem sido muito pressionado a abrir novos mercados para exportação de carne e estes mercados exigem melhor qualidade da carne. Ir para a Argentina buscar essas iniciativas é uma forma de vencermos estes desafios”, finaliza o Gerente de Mercado.

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LOGÍSTICA

TRANSPORTE INTERMODAL Hidrovia do Madeira aproxima Rondônia do resto do mundo Por Edmilson Rodrigues

É

promissor o horizonte que se abre com as perspectivas de envio, a cada dia, de mais mercadorias de Rondônia, Mato Grosso, e parte do Mato Grosso do Sul, pela hidrovia do Madeira até o Porto de Manaus e de lá para qualquer

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parte do mundo. À medida que os gargalos logísticos são reduzidos a conexão de Rondônia via Rota do Pacífico com os principais portos do planeta se torna realidade, ao passo que os empresários do setor do agronegócio são atraídos para essa alternativa de escoamento da produção. Essa modalidade de transporte já é utilizada por muitas empresas rondonienses que encurtam distância e diluem o custo da

logística.

A primeira grande companhia de transporte marítimo a iniciar operação com rota a partir do porto de Porto Velho foi a Mediterranean Sphipping Company (MSC), líder mundial no transporte de contêineres global. Com sede em Genebra, na Suíça, a MSC possui mais de 440 embarcações, opera 480 escritórios em 150 países, navega em mais de 200 rotas de

comércio, e em 315 portos. Com a estratégia de uma nova rota para atender com vantagens Rondônia, Amazonas e o Sul do Mato Grosso e aproximar o destino de países mais próximos e do continente europeu, a MSC através empresa SC - a operadora no estado que transporta os contêineres de balsa até Manaus – amplia seus parceiros e atrai novos exportadores.

A nova rota permite a redução do tempo de deslocamento de cargas em até 25 dias. Antes, o produto seguia em uma balsa de Porto Velho até Manaus e depois por um navio por toda a costa brasileira até o Sul, e de lá era enviado para o destino final, numa operação que durava entre 80 a 90 dias. Hoje a rota é de Porto Velho a Manaus, seguindo o navio direto para o Panamá, onde navios da MSC partem para qualquer destino do planeta.

A companhia MSC hoje exporta produtos de Rondônia para o mundo inteiro, desde madeira beneficiada, cassiterita, carne congelada e as mercadorias têm como destino os Estados Unidos

da América, a Holanda, a Rússia, a China, e países da Europa, do Oriente Médio e da África. Pelo porto da Capital, a Gramazon de Ji-Paraná também envia granito para Manaus e exporta para a Itália. Além dessa movimentação de transporte internacional, existem as cargas normais de soja e grãos, e rotas saindo de Rondônia para Manaus (AM) e Santarém (PA) com contêineres de compensados, de leite UHT e leite em pó da indústria Italac de Jarú e do Laticínio Tradição de Ji-Paraná, baterias; o óleo de soja da multinacional ADM que é produzido em Rondonópolis, no Mato Grosso também segue pelo porto de Porto Velho.

Na ocasião da 5ª Rondônia Rural Show, Rui Lourenço, Diretor Comercial da MSC no Brasil, anunciou novos parceiros interessados em exportar carne congelada para a Europa e o continente africano: “O foco principal é a logística fluvial voltada para o comércio exterior. Tem um potencial muito grande, há um interesse muito grande das autoridades. Ao invés

de escoar seu produto através dos portos do sul aqui você tem um canal gigante sem restrição de atendimento fluvial”, comentou o preposto da MSC, sobre a hidrovia do Rio Madeira.

Seguindo a tendência de empresas como os Frigoríficos Minerva, Tangará e Friboi que se beneficiam do transporte intermodal partindo do porto de Rondônia, o Frigorífico Gonçalves, de Jarú, que utiliza porto de Navegantes (SC) para exportar carne para Alexandria, no Egito, Saint Petersburg, na Rússia e Hong Kong, na China, está em vias de fechar uma parceria com a MSC, segundo informou Elias José Silva, gerente comercial da indústria. “De fato, a gente está tentando usar a rota. A gente ainda não fez nenhum embarque, vamos iniciar com um teste via Porto Velho, e essa mercadoria seguirá de balsa até Manaus, de Manaus a carne segue para Hong Kong. Vamos verificar o tempo de custo. No passado não deu certo, mas agora a gente está fazendo a análise para fazer um teste”.

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LOGÍSTICA

NAVIO VAI ATENDER RONDÔNIA pela costa brasileira e o Mercosul Diante dos resultados satisfatórios obtidos com a operacionalização da Mediterranean Sphipping Company (MSC), uma nova rota partindo de Porto Velho foi anunciada no final de maio, que terá como destino toda costa brasileira, e o Mercosul.

Por Edmilson Rodrigues

U

m serviço semanal de cabotagem vai conectar o porto de Porto Velho ao porto de Manaus, seguindo 20

MAIO 2016 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

por uma rota que cruzará toda a costa brasileira e terá como destino final Buenos Aires, na Argentina.

Essa rota surge a partir da formalização da parceria entre a Operadora Portuária SC Transportes de Porto Velho e a Log-In Logística Intermodal, que possui uma

rede integrada de movimentação portuária por uma extensa malha intermodal com abrangência geográfica em todo o Brasil e países do Mercosul. A MSC não tem permissão para operar no Mercosul, mas essa rota será realizada pela Log-In Logística Intermodal que

gerencia e opera soluções para movimentação de cargas por meio de cabotagem, complementada por ponta rodoviária, e oferece armazenagem de carga em seus terminais.

A nova rota vai permitir que produtos de Rondônia sejam transportados através de balsas pela hidrovia do Madeira até Manaus, de onde partirá um navio semanalmente com destino a Belém, porto de Suape em Recife, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá, Itajaí, Rio Grande do Sul e, por último, Buenos Aires.

As empresas que atualmente utilizam o transporte rodoviário já começam a migrar para o transporte intermodal para obterem a redução no custo do frete. O frigorífico de peixes Zaltana Pescados, localizado em Ariquemes, vai enviar o pescado (tambaqui,

pintado e pirarucu) para o centro sul do país, para abastecer as redes de supermercado dos grupos Pão de Açúcar e Wal-Mart. A Brazil Manganese Corporation (BMC),

que extrai manganês das minas de Jaburi e Rio Madeira, na região de Espigão d’Oeste, vai utilizar o serviço intermodal para enviar produtos do manganês a usinas metalúrgicas de São Paulo e de Salvador.

O empresário Gilberto Maciel, da SC Transportes, explica que o navio da Log-In não vai voltar vazio. Trará cargas para empresas de Rondônia que terão uma redução de custo significativa e vantajosa.

A empresa de suplemento mineral Big Sal, por exemplo, vai utilizar o transporte fluvial ao invés de enviar carretas para o Nordeste brasileiro.

Reduzindo o custo do transporte, vai baratear o preço final para o consumidor. No retorno, o navio da Log-In também poderá trazer insumos agrícolas, fertilizante e matéria prima para muitas indústrias que atuam em Rondônia.

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TENDAS DO COLOMBO: 11 anos de liderança no Norte do Brasil

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esde quando surgiu no seguimento de locação de tendas para quaisquer ocasiões, e de estrutura para grandes eventos, a empresa Tendas do Colombo lidera o mercado rondoniense, e a cada ano amplia seus parceiros da iniciativa privada, no setor público e às organizações do setor produtivo.

A tendas do Colombo é uma empresa com sede em Ouro Preto do Oeste que vai completar 11 anos em setembro. Administrada pelo casal Cícero e Rosania Albuquerque, a Tendas do Colombo a nível nacional está classificada como a 3ª maior empresa do seguimento no país em locação de arquibancadas, estandes e

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tendas diferenciadas; a empresa está presente nos maiores e mais importante eventos do estado de Rondônia, no Acre e no sul do Amazonas.

No seu quadro de funcionários, a empresa conta com engenheiro elétrico, engenheiro químico e engenheiro elétrico, e segue todas as normas exigidas pelo Corpo de Bombeiros e a ABNT. No recinto da feira da 5ª Rondônia Rural Show, ocorrida em maio, a Tendas do Colombo instalou 51 estandes e 128 tendas e desde o primeiro ano fornece sua estrutura para o evento. Nas maiores feiras agropecuárias dos municípios de Rondônia, a Tendas do Colombo oferece estrutura

de tendas, pisos com tablado carpetados e elevados, palco e camarotes. A empresa também instala plataforma “sustencar” nas principais concessionárias no estado.

A Tendas do Colombo atua no mercado com o sentido voltado em estar sempre modernizando sua estrutura para melhor atender a ampla clientela: “Nós estamos presente nos principais eventos de Rondônia, sempre trabalhando com eficiência para garantir a qualidade do nosso trabalho, o que faz a cada ano aumentar a nossa responsabilidade e o nosso número de parceiros”, define o empresário Cícero Albuquerque.

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UM SHOW DE FEIRA

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Maior feira agropecuária do Norte promete ser maior em 2017

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AGRONEGÓCIO Por Gerson Costa Fotos: Marcos Figueira

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negável afirmar que a crise econômica pela qual passa o país não tenha sido sentida na 5ª edição da Rondônia Rural Show, realizada de 25 a 28 de maio no Parque de Exposições Hermínio Victorelli, em Ji-Paraná. Mas, em contrapartida, a feira demonstrou superação. A mostra agrícola, que em 2017 será realizada em área própria, também em Ji-Paraná, apresentou dados que comprovam isso, e expõe uma mudança de comportamento do produtor rural, que esteve mais decidido a investir e mais cuidadoso com seus recursos.

Essa afirmação foi unânime entre os representantes de ins-

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tituições financeiras que participaram da 5ª Rondônia Rural Show, que tiveram pedidos de financiamentos (custeio de investimento) de R$ 346.370.706,50, em 3.446 propostas. Só no Banco da Amazônia S.A. (Basa) foram apresentados propostas no montante de R$ 169.422.523,46. Na mesma instituição foram liberados ainda durante a Rondônia Rural Show R$ 7.896.959,65.

Esses números, que ainda podem ter aumento, já que até o final de junho há análise de propostas, foram repassados por José Paulo Ribeiro Gonçalves, coordenador-geral do evento, que informou ainda a quantidade de visitantes nos quatro dias de feira: 68.051 pessoas.

A Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater)

transportou 4.201 pessoas. Ainda durante a feira foram entregues 108 títulos definitivos de propriedade, o que influencia diretamente na liberação de crédito.

O total de expositores chegou a 380 na edição deste ano. O Pavilhão da Agroindústria reuniu 98 expositores e movimentou R$ 178 mil.

Os 132 artesãos que expuseram produtos na feira movimentaram R$ 100 mil. Nas salas de palestras do Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae) a participação chegou a 1.182 pessoas.

Sobre as tecnologias, o secretário Evandro Padovani (Agricultura) citou o repasse de informações aos produtores, destacando os Caminhos do Café, Leite e Carne, que foram organizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em ambientes que

explicavam o passo a passo da produção até a comercialização. Ali, dados técnicos e informações sobre a cadeia produtiva e métodos de produção foram repassados de forma didática, com interação dos técnicos com o público, que teve a oportunidade de tirar dúvidas. A vitrine tecnológica, onde empresas ligadas ao setor primário fizeram demonstrações práticas de seus produtos, também foi destacada.

Sobre as máquinas expostas na feira, Padovani disse que “foram um atrativo à parte”, com muitas pessoas tendo a oportunidade de ligar e até manobrar máquinas gigantescas e ultramodernas que geralmente só são vistas em reportagens sobre grandes produtores pela televisão. Para o secretário, essas máquinas já estão introduzidas nas propriedades e nos

sonhos de consumo dos produtores rondonienses, em razão dos resultados financeiros que trazem às propriedades.

Novidades em máquinas e pesquisas Durante a 5ª Rondônia Rural Show, os expositores apresentaram novidades para o setor produtivo direcionado à colheita de grãos, plantio e divulgação de novas sementes de alta produtividade criadas a partir de estudos científicos da área privada e pela Embrapa.

Na área reservada a grandes máquinas, o estande da Case chamou atenção com a colhedora

AF2566, um monstro mecanizado, equipado com softwares avançados e tecnologia de ponta para colheita da soja. O produtor também pode conhecer a Farmall 80 e 95, além da Maxxum 110, 125 e 150, tratores de amplo uso nas lavouras.

Há mais de 40 anos no ramo, a Pemaza apresentou um mix de produtos incorporados para máquinas do agronegócio da linha Goodyear. “A gente já era da linha agro com a atividade na propriedade rural (Agromaza, que vendeu touros PO em menos de 2 horas na Rondônia Rural Show) e vendia muito pneu para uso florestal, mas de seis anos para cá ampliamos nossa participação no agronegócio”, disse Sávio Martins.

Outra novidade apresentada para o café foi a máquina recolhedora semimecanizada da MIAC mo-

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AGRONEGÓCIO delo 2CR. Três unidades foram negociadas na feira pela Jacomin Agropecuária e Irrigações que tem sede em Nova Brasilândia do Oeste.

A máquina chamou atenção dos produtores porque reduz o custo da mão de obra no momento da colheita dos grãos.

A Matsuda também esteve presente na vitrine tecnológica trazendo a pesquisa da forrageira panicum máximo Paredão. De alta produtividade, esse novo produto substitui o capim Mombaça. O pesquisador Alberto Takachi disse que nos testes o capim produz seis toneladas a mais de matéria verde por hectare do que o Mombaça, crescendo até 3 metros de altura com nutrientes poderosos para engorda do animal.

Sementeiros prometem expandir participação Embora os números da 5ª Rondônia Rural Show não estejam consolidados, a 6ª edição promete ser bem maior. Além do local próprio adquirido através de cessão da prefeitura de Ji-Paraná, visitantes de outros países e estados prometem aumentar a participação com exposição de produtos, serviços e tecnologia.

Os bolivianos, que negociaram cerca de R$ 1 milhão com a Casa da Lavoura, confirmaram retorno no próximo ano.

O presidente da Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat), Carlos Ernesto Augustin, garantiu ao secretário Evandro Padovani a expansão de sua participação junto com os associados para expor as pesquisas de sementes de soja, algodão, forrageiras, entre outras culturas, na vitrine tecnológica. A Aprosmat congrega a Agro Norte, Amaggi, Araguya Sementes para Pasto, Boa Forma Sementes, Celi Sementes, Girassol Agrícola, Grupo Bom Futuro, Sementes Acampo, Sementes Adriana, Sementes Araguaia, Sementes Aurora, Sementes Arco-Iris, Sementes Batovi, Sementes Bom Jesus, Sementes Campeã, entre outras, cuja maioria estará na próxima edição da Rondônia Rural Show.

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NOVIDADES NO MERCADO

BUDNY LANÇA transplantadora da café No mercado há 25 anos, a brasileira Budny aposta em Rondônia como o novo alicerce do agronegócio do Brasil Por Ivonete Gomes Fotos: Marcos Figueira

O

implemento agrícola foi apresentado na 5ª Rondônia Rural Show pelo presidente da fábrica, Carlos Budny. “Nosso agricultor tem hoje a necessidade de expandir seus negócios com tecnologia e estamos sempre trabalhando para oferecer inovações”, disse o presidente.

A transplantadora da Budny é fruto de uma joint venture com uma empresa italiana e vai ajudar os cafeicultores na redução de

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custos de transplante da lavoura.

Em Rondônia, onde há uma corrida para substituição das plantas formadas a partir de sementes pelas mudas clonais, a máquina chega para aliviar o alto preço da contratação de mão de obra. A transplantadora também pode ser utilizada na formação de lavouras de outras culturas.

A Budny levou, ainda, à maior feira do agronegócio do Norte a inovação dos motores. As máquinas agrícolas estão com motores MWM de até 75 cavalos de potência. “É a potência de motor adequada ao agronegócio”, diz Carlos Budny.

A empresa, que expande a participação e ganha espaço nas lavouras rondonienses, já está presente em países do Mercosul como Paraguai, Uruguai, Argentina e, em breve, também na Bolívia, onde iniciou negociações para exportação de maquinário.

Presente em todas as edições da Rondônia Rural Show, o presidente lista o evento entre os 20 melhores do Brasil. “Para nós é um orgulho.

Estivemos na primeira feira, ainda pequena, e agora estamos vendo essa grandiosidade. Rondônia continua crescendo e caminha para ser o novo alicerce do agronegócio do Brasil”, diz Budny.

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NEGÓCIOS

R$ 100 MILHÕES vão para o campo

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om as linhas de crédito rural, levadas ao produtor na 5ª Rondônia Rural Show, o Banco do Brasil recebeu R$ 100 milhões em propostas para financiamento de materiais, máquinas e implementos agrícolas. Desse total, R$ 54 milhões foram negociados durante os quatro dias do evento. O valor médio das propostas girou em torno de R$ 150 mil. Foram mais de 300 apresentadas no estande do banco.

A instituição foi responsável pela liberação de crédito para a compra da primeira recolhedora de café conilon do estado de Rondônia. O implemento foi vendido pela Jacomin Agropecuária e Irrigações aos produtores Antônio e Dionísio Alves Sobrinho (os Baianos), do município de Alvorada do Oeste. O valor financiado foi de R$ 152 mil. A máquina, da marca Miac, tem capacidade para recolher 1.500 latões por dia e reduz em até 60% os custos de colheita do café.

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Conheça as linhas de crédito Pronaf Mais Alimentos – atendimento ao agricultor familiar Prazo: 10 anos com até 03 anos de carência Juros: até 5,5% a.a.

Itens financiados: máquinas, equipamentos, tratores, cerca baração, animais, etc.

Custeio Agricultor Familiar - Pronaf Prazo: 01 ano Juros: até 5,5% a.a.

Itens financiados: despesas normais de produção BNDES Pronamp – Investimento: atendimento ao médio produtor Prazo: investimento fixo 08 anos, animais e máquina 06 anos. Linha com até 3 anos de carência.

Juros: 7,5% a.a.

Itens financiados: compra de insumos, sal mineral e adubos, mão de obra na produção.

EQUIPE DO BANCO DO BRASIL

comemora volume de negócios da maior feira do Norte

Custeio Agropecuário – atendimento geral a produtores Prazo: 01 ano Juros: 8,75% a.a.

Itens financiados: compra de insumos, sal mineral e adubos, mão de obra na produção BNDES ABC: Agricultura de baixo carbono Prazo: 10 aos, com 03 anos de carência Juros: até 8% a.a.

Itens financiados: projeto de infraestrutura rural, recuperação de pastagens e plantio de florestas. Animais, máquina e tratores – 40% do projeto podem ser para esses itens.

Inovagro – Inovocação Tecnológica Prazo: 10 anos com até 03 anos de carência Juros: 7,5% a.a.

Itens financiados: projeto de infraestrutura rural, englobando a melhoria tecnológica da produção Finame Moderfrota Prazo: até 08 anos Juros: 7,5% a.a.

Itens financiados: máquinas e equipamentos novos e usados JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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ESPECIAL

FALTOU SÃO PEDRO para dar uma forcinha ao cafezal A área plantada de café em Rondônia aumentou em 4,5 mil hectares, chegando a 94.561, mas a produção apresenta queda e deve ficar em 1,6 milhão de sacas este ano, 100 mil sacas a menos que a safra 2015

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ESPECIAL

Por Ivonete Gomes

produtividade.

Por Marcos Figueira

Perspectivas

A

informação consta no relatório do Observatório Agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que atribui a retração de produção à menor produtividade ocasionada pela falta de chuvas no período de florada, de setembro a outubro. Nas áreas irrigadas, a ocorrência de sol forte e altas temperaturas, registradas em outubro e novembro, prejudicaram a formação dos cafeeiros e ocasionaram a queda dos chumbinhos.

Os números mostram uma queda de 11% de produtividade nos maiores produtores de conilon do país. No Espírito Santo, onde há crise hídrica sem precedentes, a redução foi maior: 16,5%, enquanto em Rondônia a queda chegou a 5,6%, seguida de Minas Gerais com 2,3%.

Segundo estimativas da Conab, a produção da safra 2016 será de 49,7 milhões de sacas beneficiadas de 60 quilos de café conilon e arábica . A área plantada foi calculada em 1,9 milhão hectares (ha).

A produção do conilon representa 18,9% da produção total e está estimada em 9,4 milhões de sacas, uma redução de 16% em relação ao ciclo anterior.

Para a safra 2016, considerando as duas espécies (arábica e conilon), estima-se produtividade média de 25,58 sc/ha, equivalendo a um ganho de 13,7% em relação à safra passada. Com exceção do estado de Rondônia, região do Cerrado baiano, regiões da Zona da Mata e Norte de Minas, Espírito Santo e do Paraná, todos outros estados apresentam crescimento na

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Os dados levantados indicam que a área da cultura para a safra atual deverá permanecer inalterada. No estado de Rondônia, a área de produção prevista é de 87.657 hectares, com produtividade média ainda baixa - 18,56 sc/ha. A queda não foi maior por que houve entrada de novas áreas de cultivo do clonal, com produtividade bem superior as de lavouras seminais. São aproximadamente 7 mil hectares de café clonal em formação em todo o estado.

Desde a implantação dos clonais em Rondônia por agricultores capixabas, a cafeicultura passa por um processo gradativo de substituição de lavouras. Em alguns municípios a troca por mudas de café clonal já ultrapassa 40%.

De acordo com a Conab, essa mudança vem de fatores como o apoio do governo e prefeituras na distribuição de calcário e mudas e o trabalho de extensão rural da Emater em 44 escritórios situados nas regiões produtoras. Há, ainda, a contribuição de instituições financeiras como o Basa, Banco do Brasil e cooperativas que têm disponibilizado volume de crédito para custeio e investimentos necessários.

A Embrapa e o Idaron também constam no relatório do Observatório Agrícola como grandes parceiras. A primeira pelas pesquisas desenvolvidas para melhoramento de mudas resistentes a pragas e doenças e com tolerância ao déficit hídrico. A segunda, por ter publicado portaria aprovando os requisitos fitossanitários para a produção, o comércio, entrada, o trânsito, armazenamento e utilização de mudas no estado.

Agricultor mais consciente, menor custo de produção O Observatório Agrícola também destaca no relatório da safra 2016 a busca por profissionalização dos agricultores. Os pesquisadores verificaram que em Rondônia os cafeicultores estão adotando boas práticas agrícolas, principalmente em seleção de cultivares mais adaptadas, irrigação, adubação adequada, manejo integrado de pragas e mecanização.

O resultado do avanço da tecnologia é a redução de 21,9% no custo de produção.

Para levantar os custos de produção do conilon no estado, a Conab levou em consideração a implantação de alta tecnologia no cultivo do café como a adoção do sistema de irrigação por aspersão. A

produtividade média alcançada a partir do terceiro ano, na fase produtiva, é de 4.050 kg/ha ou 68 sacas de 60 quilos. No sistema de sequeiro, a produtividade era de apenas 25 sc/ha. A surpresa também decorre da utilização de mudas adaptadas ao clima e solo, um trabalho executado pela Embrapa e produtores independentes de mudas. As variedades lançadas no campo apresentam grãos com maior uniformidade de maturação e rendimento no beneficiamento superior a 52%, o que elevou a produtividade média para a casa das 68 sacas por hectare em cafezais novos. Em algumas propriedades a colheita ultrapassa as 100 sc/ha.

Sobre os levantamentos da Conab A Companhia Nacional de Abastecimento realiza quatro levantamentos no campo ao longo do ano safra da cultura:

1º - Em novembro e dezembro, com divulgação em janeiro, no período de pós-florada, um dos mais importantes da cultura. Nessa ocasião o clima favorável e as boas práticas agrícolas garantem a uniformidade e qualidade dos grãos;

2º - Em maio, com divulgação em junho, no período de pré-colheita, quando menos de 20% do café do país foram colhidos; 3º - Em agosto, com divulgação em setembro, no período de plena colheita, de março a outubro, concentrada de maio a agosto. Nessa fase de levantamento a colheita já ultrapassa 90% do total em todo o país; 4º - Em dezembro, com divulgação em janeiro, é o último da safra e compreende o período de pós-colheita, com dados consolidados.

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ESPECIAL

JÚLIO CÉSAR MENDES Passado: colhedor de café Presente: empresário e cafeicultor Futuro: o maior em produtividade do Brasil Por Ivonete Gomes

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nquanto muitos produtores lamentam a colheita de grãos abaixo do esperado, outros comemoram a alta produtividade garantida pela cafeicultura tecnificada. Com 58 mil pés de café conilon plantados em 22,8 hectares, o produtor de Nova Brasilândia do Oeste, Júlio César Mendes, é um deles. Em uma área de mudas clonais selecionadas, a produtividade chegou a 182 sacas por hectare na última safra e o número vem se repetindo nesta colheita, iniciada na primeira semana de junho.

Natural de Aracruz, o capixaba veio à Rondônia há 17 anos contratado para ajudar na colheita de um cafezal. Gostou do que viu nos campos rondonienses e só telefonou para mãe para informar o novo endereço que escolheu para viver. Hoje, Júlio César é empresário do agronegócio, um dos maiores produtores do estado e não para de ampliar os investimentos no conilon. “Estamos preparando uma área para plantar mais 38 mil pés”, diz o agricultor.

Este ano, o custo de produção da lavoura do Júlio César girou em torno de R$ 113,00 por saca. É alto, segundo ele, porque somados a todos os tratos culturais das áreas em produção estão os gastos com a formação da nova lavoura. Mas, com a aquisição de uma máquina para colheita semimecanizada, o produtor vai ter uma redução de 60% dos custos com mão de obra. “Sem a máquina eu teria que contratar 80 pessoas para colheita manual, que levaria mais de três dias para ser concluída”, diz o capixaba.

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A recolhedora do produtor é da marca Miac e tem capacidade para 1.500 latões por dia, cerca de 83 sacas de café beneficiado. “Hoje eu tenho somente quatro colaboradores na propriedade e mantenho esse mesmo número na colheita. Se não fosse a máquina, o custo seria 40% maior”, afirma o produtor que, colocando as contas na ponta do lápis, espera uma economia de R$ 57 mil.

O produtor Júlio César está entre os cafeicultores de Rondônia que não poupam na adoção das tecnologias disponíveis para melhorar a lavoura. Ele, os irmãos e o tio produzem mudas de clonais no viveiro da cidade e, a cada safra, fazem a seleção de materiais mais resistentes a pragas e doenças, mais tolerantes ao estresse climático e com alto poder produtivo. “Tivemos um material aqui que não deu certo. Esse, já descartamos e transplantamos outras mudas. O trabalho de pesquisa não para”, diz.

Outro fator importante para a garantia da alta produtividade do conilon de Rondônia é a irrigação. Preocupado sempre com os custos da lavoura e com a sustentabilidade, o produtor Júlio César adotou o sistema de irrigação por gotejamento da Netafim. A tecnologia israelense reduz os custos com energia e consome quantidade de água infinitamente maior que o sistema por aspersão. “Tudo aqui é automatizado.

Não falta água para o café se desenvolver em todas as fases. Mas, o que nos deixa também muito satisfeitos, é a economia com energia elétrica. Antes, a conta da propriedade era de dois mil e duzentos reais e hoje não passa de novecentos”, comemora o produtor.

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ESPECIAL

Os 10 passos da cafeicultura tecnificada Segundo o analista do Campo Experimental da Embrapa de Ouro Preto do Oeste, João Maria, pequenas ações resultam em grandes produções. Veja quais as técnicas recomendadas para a lavoura cafeeira:

4 – BOA COVA/SULCO: 1 – ESCOLHA DA ÁREA Verifique se área escolhida para o plantio tem topografia adequada para o cultivo de canéfora. Dê preferência a áreas planas.

2 – BOA FERTILIDADE através de análises de solo, feitas em laboratório, saiba os nutrientes que faltam para a terra escolhida.

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Faça covas profundas. Quanto mais fundas, melhor para a planta.

5 – Espaçamento A Embrapa recomenda uma haste por metro quadrado.

3 – HISTÓRICO DA ÁREA Pesquise se na área já houve plantio de culturas suscetíveis a nematoides, como hortaliças.

8 – Mudas

7 – ADUBAÇÃO QUÍMICA E ORGÂNICA: Use produtos de boa qualidade, na quantidade apontada na análise de solo, dentro dos sulcos.

6 – CALAGEM O calcário é essencial para correção de acidez do solo. É aconselhável a aplicação sempre que necessário.

Nunca compre mudas sem procedência. Em Rondônia, a Embrapa recomenda a BRS Ouro Preto, mas há viveiristas com materiais que também apresentam alta qualidade.

9 – PODA DE FORMAÇÃO Esse procedimento, feito da forma correta, aumenta em até 30% a produtividade.

Os pesquisadores indicam a apical ou vergamento. A técnica do vergamento promove crescimento vegetativo superior durante a formação de cafeeiros clonais na região amazônica.

10 – IRRIGAÇÃO Café irrigado é sinônimo de alta produtividade. Em Rondônia, os produtores estão optando pelo sistema de gotejamento que gera economia de água e energia elétrica.

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ESPECIAL

QUE TAL SECAR O CAFÉ NO TERREIRO? Tecnologia desenvolvida pela Embrapa Rondônia garante qualidade, economia e sustentabilidade na cafeicultura

Por Ivonete Gomes Fotos: Marcos Figueira

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ão basta produzir, tem que produzir com qualidade. A busca do mercado por um café cada vez melhor, levou os cafeicultores de Rondônia a uma corrida por práticas que garantam a segurança alimentar, uma bebida saborosa e, consequentemente, a satisfação do consumidor final. O resultado do sabor e pureza depende do desenvolvimento de toda a cadeia produtiva, desde a escolha de mudas que apresentem uniformidade de maturação dos grãos, até a torrefação. Todas as fases são importantes, mas uma das principais preocupações é o processo correto de secagem do fruto pós-colheita.

De acordo com o analista da Embrapa de Ouro Preto do Oeste, João Maria Diocleciano, os grãos colhidos devem ser submetidos imediatamente ao processo de secagem. “O café não pode esperar. Depois do terceiro dia, os grãos úmidos ficam suscetíveis ao ataque de fungos e começam a fermentar. Isso compromete a qualidade da bebida”, alerta.

Para garantir grãos secos de forma homogênea e sem fermentação, a Embrapa Rondônia desenvolveu uma técnica simples e sustentável: a Barcaça Seca Café. A estrutura é composta de um terreiro de cimento com cobertura móvel.

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Tem custo acessível, diminui a utilização de mão de obra e mantém o processo de retirada da umidade do fruto até no período noturno. Em condições amazônicas, a temperatura de secagem varia de 25°C a 45°C, com média próxima da ideal (35°C).

A cobertura móvel pode ser adaptada em qualquer terreiro de cimento convencional e qualquer material transparente pode ser usado como cobertura. O produtor também pode automatizar o sistema para ser acionado sem que ele esteja presente. “Nós mostramos aqui que a cobertura pode ser acionada de forma manual e com controle remoto. Mas ela pode ser melhorada ainda mais com instalações de relés que acionem o mecanismo quando houver falta de luz, à noite ou quando indicar chuva”, explica o analista que pensou o sistema.

As pesquisas realizadas no campo experimental da Embrapa, em uma barcaça de 20x30 metros com capacidade para 24 sacas por vez, mostraram que o sistema de secagem mantém as características sensoriais do café, proporcionando uma bebida de qualidade.

O tempo de secagem pode variar de oito a dez dias. Depois de colocar os grãos no terreiro, o produtor deve fazer as leiras seguindo a própria sombra. “Essa técnica garante melhor aproveitando da luz do sol e uniformização da secagem. Deve ser feita a cada duas horas”, orienta João Maria.

Qualidade e economia incomparáveis Além de garantir uma secagem correta, sem os riscos de fermentação e queima em secadores que utilizam altas temperaturas para acelerar o processo, a Barcaça Seca Café gera uma economia de R$ 20,00 por saca ao produtor. Esse é o valor praticado por cerealistas para uso do secador. Secando na própria propriedade, o cafeicultor vai enviar os grãos direto para o beneficiamento. Além de poupar dinheiro vai ajudar o meio ambiente, contribuindo com a redução de queima de combustível nos secadores, como lenha e carvão.

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ESPECIAL

Mudas clonais em tubete e um viveiro padrão Novas técnicas para reduzir os riscos de contaminação da lavoura por nematoides e manter a saúde do produtor Por Ivonete Gomes Fotos: Marcos Figueira

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esponde pelo nome de nematoide o grande pesadelo dos produtores de café. O verme é de difícil controle e combate e leva à perda total da lavoura. Vive no solo em qualquer ambiente e consegue resistir ao estresse hídrico durante anos.

Ele chega às áreas de cultivo pela irrigação, ventos fortes, máquinas e implementos agrícolas, movimento de animais e pessoas na lavoura e, principalmente, por mudas produzidas em solos infectados. Por isso, para eliminar os riscos de levar o nematoide embalado em sacolinhas de mudas, a Embrapa vem recomendando aos viveiristas de Rondônia a produção de mudas de café clonal em tubete.

O material de plástico em forma de tubo, de 180 ml, é preenchido com uma mistura de substratos que substituem o solo, eliminando em 100% os riscos de contaminação da lavoura por nematoide. “Estamos fazendo um trabalho de pesquisa para que produtor faça seu próprio subestrato na propriedade, diminuindo os custos de produção de mudas nos tubetes”, diz o analista da Embrapa, João Maria Diocleciano.

A pesquisa de produção de mudas de café clonal em tubetes foi desenvolvida no Campo Experimental da Embrapa de Ouro Preto do Oeste em um viveiro padrão.

A empresa de pesquisas vem orientando os produtores de mudas sobre a adoção de técnicas corretas tanto para o melhor desenvolvimento das plantas e quanto para eliminação de riscos de doenças do viveirista relacionadas ao trabalho nas estufas. “Mostramos como é mais confortável o produtor trabalhar com as mudas em tubete colocadas em bancadas 80 cm de altura. Ele não precisa ficar agachado para manusear as mudas.

Isso evita que no futuro ele tenha graves doenças er44

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gométricas”, diz o analista.

As bancadas e a estrutura do viveiro padrão são metálicas e as bandejas de plástico, com 54 tubetes, são leves e de fácil manuseio. No viveiro padrão, a recomendação é pelo uso de irrigação por microaspersão. O sistema libera gotículas de água que são absorvidas pelas folhas da planta e proporcionam o desenvolvimento inicial das mudas clonais. “No viveiro da Embrapa, trabalhamos com a irrigação em quatro setores. A distribuição de água é feita de acordo com a necessidade das mudas”, explica João Maria.

O viveiro padrão tem cobertura plástica e uma espécie de forro de sombrite que funciona como uma cortina. A técnica ajuda na climatização e controle da luz. “Quando estamos na fase de formação dos clones, as cortinas ficam sempre fechadas. Depois, controlamos de acordo com a necessidade de luz das plantas”.

Voltando a falar do risco de nematoide, é importante a dica sobre o piso do viveiro para nunca permitir que a muda tenha contato com o solo. A Embrapa indica uma forragem com pedra brita. “Quanto mais o produtor de mudas se aproximar desse modelo viveiro, melhor vai produzir”, concluiu o analista da Embrapa.

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ESPECIAL

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PODA AUMENTA em até 30% produtividade do canéfora A chamada “poda de formação” melhora desempenho das plantas na primeira safra

Por Renata Silva

U

ma nova técnica sistematizada pela Embrapa Rondônia, chamada poda de formação, pode fazer com que os cafeeiros da espécie canéfora (Conilon e Robusta) apresentem aumento de até 30% de produtividade na primeira safra. A prática ainda permite a padronização das podas de produção, já que as hastes formadas apresentarão a mesma idade. A poda dos cafeeiros é praticada por alguns cafeicultores, porém sem critérios e de forma empírica. A sistematização traz embasamento técnico e comprovação de resultados.

Além disso, se os cafeeiros forem plantados no mês de janeiro e a poda realizada em março, a técnica pode evitar que as plantas cresçam o suficiente para florescerem em julho, ou agosto, evitando a colheita do primeiro ano, conhecida como catação, que é muitas vezes inviável para o agricultor, devido ao alto custo e baixo rendimento.

O pesquisador Marcelo Curitiba, que sistematizou a poda de for-

mação, afirma que o aumento da produtividade na primeira safra e as demais vantagens compensam o investimento de tempo que o produtor faz. Ele exemplifica que para realização da poda são gastos, aproximadamente, dez segundos por planta. Assim, em um dia de serviço (equivalente a oito horas), é possível realizar a poda em aproximadamente 2.900 plantas, o que corresponde a um hectare plantado em espaçamento de três metros entre linhas por 1,15 m entre plantas.

O cientista comenta que a operação de seleção de brotos e a desbrota são um pouco mais trabalhosas, devido, especialmente ao processo de seleção. Assim, considerada a necessidade de 60 segundos por planta, em um dia de serviço é possível realizar a poda em aproximadamente 500 plantas, ou seja, aproximadamente seis dias para fazer a poda em um hectare. “Em resumo, são necessários aproximadamente sete dias de serviço para o retorno de até 30% da produção de frutos, um retorno que vale a pena”, conclui Curitiba.

O produtor de café do Município de Alta Floresta D’Oeste (RO),

Ademar Schmidt, conheceu a técnica a aprovou. “Eu não deixo de fazer a poda de formação nas minhas áreas recém-plantadas. É fácil de fazer e traz vários benefícios para a lavoura”, diz. Ele aprendeu a técnica com a filha Raquel, engenheira-agrônoma que, em suas atividades de pesquisa, aplicou o conhecimento nas lavouras do pai. “Começamos a usar a poda nas lavouras para o meu experimento do trabalho de conclusão do curso.

Vimos os resultados e gostamos.

Depois disso, em todas as lavouras utilizamos a poda de formação. Os principais benefícios que destacamos é a facilidade de aplicação da técnica e a padronização da lavoura para a poda programada depois da terceira colheita”, comenta, frisando que aumenta a produtividade já na primeira safra em torno de 30%.

Outros cafeicultores de Rondônia já tiveram acesso à nova técnica e puderam ver o passo a passo para realizar a poda de formação em suas lavouras. “Esse treinamento foi importante porque percebi as vantagens que essa prática pode ter”, destacou a produtora familiar Marlene Alves, durante treinamenJUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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ESPECIAL to realizado em maio deste ano, em Porto Velho. Ela acrescentou que irá aplicar a técnica e passar adiante o conhecimento adquirido.

A técnica Para que se possa compreender a importância desta poda, os cafeeiros Conilon e Robusta são arbustos multi-hastes (multicaules) que necessitam ser manejados de maneira a manter um número adequado de hastes por planta e por área, para que possam atingir o máximo potencial produtivo. O número de hastes de sustentação está diretamente relacionado à produtividade das plantas de café.

Diferentemente dos cafeeiros da espécie arábica, que são conduzidos no sistema mono-haste.

Apesar de o cafeeiro ser capaz de emitir brotações que se tornarão hastes, isso pode demorar a acontecer em cafezais recém-plantados no campo. Este atraso na emissão de brotos reflete em atraso na formação da copa multi-haste e, consequentemente, em menor

CAFÉ

produtividade na primeira safra da lavoura. Esse atraso pode durar até um ano ou mais e, com isso, além da reduzida capacidade produtiva, os brotos formados tardiamente crescem em condições de baixa luminosidade e comprometem a capacidade de sustentação da produção dos ramos com frutos. “Para aumentar a capacidade produtiva na primeira safra, evitar a formação de hastes finas e alongadas e padronizar o estádio de desenvolvimento das hastes produtivas, recomenda-se a técnica de poda de formação dos cafeeiros canéfora”, reforça Curitiba.

Segundo o pesquisador, há relatos de agricultores que fazem uma poda similar a esta, de maneira empírica, mas ela ainda não havia sido sistematizada, com o passo a passo e o detalhamento das vantagens e benefícios causados. “É uma nova tecnologia, não havia sistematização para a poda de formação”, destaca. Com a sistematização, os produtores podem seguir as orientações da Embrapa e obter os resultados na lavoura.

O passo a passo

A poda de formação é uma técnica indicada para a formação precoce da copa dos cafeeiros Conilon e Robusta e seu objetivo é contribuir com a alta produtividade na primeira safra. Ela é realizada de forma manual, utilizandose como ferramenta uma tesoura de poda, e consiste de duas etapas: a poda do ponteiro e limpeza do caule das plantas; a seleção de brotos e a limpeza do caule das plantas.

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O primeiro passo é a eliminação de todos os ramos de produção, folhas baixeiras e gema apical (olho do cafeeiro).

Cerca de 45 a 90 dias após a poda apical, deve ser realizada a desbrota, eliminando-se o excesso de brotos conforme a expectativa do número de hastes que se pretende manter por planta.

Dessa forma, mantém-se de três a quatro brotos por planta, dando preferência para os brotos inseridos na parte mais baixa do caule.

No momento da desbrota, devem ser eliminados os ramos de produção do baixeiro que tenham surgido após a poda.

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SUSTENTABILIDADE

POR UMA

irrigação sustentável O agronegócio está sempre na contra mão da crise. Ainda que a agricultura seja pouco reconhecida pela sociedade urbana, os números confirmam: em 2015 o Brasil fechou mais de 1,5 milhão de vagas de empregos, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Já a agricultura foi o único setor que gerou mais empregos: 9.821 vagas foram abertas nesse período.

Por Tatiana Freitas

A

sustentabilidade no agro cresce a cada dia: produtores se preocupam com a gestão das lavouras, com a qualidade dos alimentos produzidos, em atuar de maneira responsável com boas práticas agrícolas, investindo no campo com tecnologia avançada e que aumentem a produtividade.

Quando o assunto é irrigação, não é só a água quem está envolvida. “É gestão do

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uso, é tecnologia, é conhecimento”, explica Carlos Sanches, gerente agronômico da Netafim que ressalta: “Temos que saber usar a água. É um bem finito, que serve a sociedade rural e urbana. Se não fizermos o uso correto, afetará o sistema de forma que até alimento faltará”. Dados mostram que a necessidade hídrica da agricultura brasileira chega a 72% de toda a água disponível para consumo.

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SUSTENTABILIDADE Confira cinco dicas para garantir uma irrigação sustentável na lavoura 01 Conheça sua infraestrutura: avalie se possui o equipamento de irrigação mais adequado para a cultura. Eficiência de irrigação é a porcentagem de água que realmente entra no solo e é usada pela cultura em comparação com a quantidade bombeada para o sistema: medir e monitorar; uniformidade de aplicação; uso eficiente da água (m3/ha); e custos de funcionamento.

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Escolha bem a tecnologia: a irrigação por gotejamento consiste em levar água pontualmente e na medida certa para a planta através de tubos com gotejadores.

O gotejo ainda auxilia no expressivo aumento da produtividade – podendo chegar até 200%. “O gotejador permite que o produtor também realize a técnica de nutrirrigação em que os nutrientes são aplicados direto na raiz através das gotas de água. Dessa forma, a planta se alimenta mais vezes e em menores quantidades, o que é ideal para que absorva os fertilizantes de forma saudável”, destaca. Além disso, o produtor reduz custos na produção (mão-de-obra, energia e insumos), garante homogeneidade das lavouras, facilidade de manejo com a implantação da nutrirrigação, entre outros, que podem representar até 20% de economia na fazenda.

03 Monitore a lavoura: já existem tecnologias disponíveis para fazer o controle e gestão automatizados da fazenda, em tempo real. Mas ainda que o produtor não possa gastar neste momento, ele mesmo pode controlar. “É preciso gerir a quantidade de água, fertilizantes, e até de mão-de-obra. Pequenas mudanças na propriedade como a mudança do horário da irrigação podem afetar positivamente o balanço final”, acrescenta Sanches.

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04 Conheça os recursos hídricos e de solos, entenda o clima de propriedade (pluviosidade, temperatura e evapotranspiração), consulte um engenheiro agrônomo se houver necessidade, e entenda a outorga de água e suas condições e limitações. Por exemplo: A sua capacidade de armazenamento em barragem corresponde à sua outorga? Conheça a capacidade de retenção do solo.

A agricultura está indo em direção à sustentabilidade, e para que este caminho seja cada vez mais curto, são necessárias mudanças frequentes para garantir a produtividade no futuro.

05 Conheça a real necessidade da cultura: compare o uso da água contra os outros na região. O conhecimento de quando e quanto deve ser aplicado de água depende de medição da humidade do solo e qual estado vegetativo se encontra a cultura. Muitos irrigantes ainda não utilizam qualquer forma de monitoramento e programação de irrigação, que devem formar a base do uso do planejamento de uso da água durante a temporada de irrigação. “Não é correto confiar somente na pré-programação sem examinar as condições do solo no campo, mas igualmente basear as decisões de irrigação objetivamente na intuição, experiência ou caminhando a pé pela área, não vão garantir a aplicação de água ideal”, alerta Sanches.

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SOJA

SOJA O novo filão do agronegócio no Vale do Jamari

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A região já ocupa o segundo lugar no ranking de produção do estado, e promete ultrapassar o Cone sul, que deu pontapé inicial ao plantio do grão em Rondônia

Por Jaqueline Alencar

O

s investimentos começaram na microrregião de Vilhena, atraindo produtores do estado vizinho. Agora é a hora e a vez do Vale do Jamari. É o que afirma o engenheiro agrônomo e fiscal de defesa agropecuária do Idaron Augusto Fernandes Neto.

Em entrevista à Visão Rondônia, ele conta que a produção de soja na grande região de Ariquemes vai ultrapassar o município campeão, que já ocupou praticamente toda área disponível para a cultura do grão. “Nossa região ainda tem muita área a ser plantada. Com isso, podemos sim chegar ao topo da lista”, confirma o engenheiro.

A região de Ariquemes conta apenas com 37 propriedades cadastradas e 71 produtores investindo em soja e já atingiu uma área plantada de 15,1 mil hectares, com produção na casa dos 906 mil quilos. A previsão na região é de que essa produção se mantenha ou cresça ainda mais na safra 2016/2017.

De acordo com o engenheiro agrônomo, a grande projeção da soja no Vale do Jamari vem acontecendo graças ao porto de Porto Velho, que tem dado corpo ao embarque do grão e despertado interesse dos produtores da região, empresários de outros estados e até investidores estrangeiros.

A lucratividade no negócio é certa e, segundo Augusto Neto, está diretamente ligada à necessidade de rotação de culturas. Ou seja, é preciso manter o solo fértil, integrando na propriedade a soja, o milho e o capim.

Os projetos públicos e privados de investimentos também têm estimulado o cultivo da soja na região. E para quem ainda duvida que o grão não seja um bom negócio, o engenheiro do Idaron garante: “A soja só era inviável até hoje por causa do custo. Mas, com esta logística proporcionada através dos portos (público e privado), dos incentivos que vêm sendo feitos através do Governo do Estado como distribuição de calcário, revenda de insumos e a implantação de Armazéns de beneficiamento na região, a produção se tornou um grande filão no mercado”.

Vazio sanitário Outra preocupação dos produtores em relação aos investimentos na soja, de acordo com o fiscal, é com a ferrugem asiática. A solução, explica Augusto Neto, é o vazio sanitário, período em que o produtor não pode ter na lavoura plantas vivas de soja, ou seja, ela deve ser mantida por um prazo que varia de 60 a 90 dias, sem folhas. O tempo considera o máximo de sobrevivência dos esporos no ar, que é de 55 dias. Em Rondônia, o vazio sanitário começa em 15 de junho e vai até 15 de setembro. “Somados os incentivos e as técnicas, com certeza, investir na soja na nossa região, ou em qualquer outra do estado, é de fato, um grande negócio”, completa.

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SOJA

COMEÇOU A VAZIO SANITÁRIO da soja e multa é de quase R$ 2,5 mil Por Amabile Casarin

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vazio sanitário da soja, período em que o cultivo da soja fica proibido, começou no dia 15 deste mês e segue até 15 de setembro. Após o vazio sanitário, os produtores devem cadastrar as áreas produtoras de soja na Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), através do site da instituição (www.idaron.ro.gov.br) ou em uma unidade de atendimento.

A medida busca diminuir e controlar a ferrugem asiática da soja, umas das principais pragas deste tipo de lavoura.

A ferrugem asiática pode causar danos ao cultivo da soja de até 90%. Além da proibição do cultivo, o produtor também deve eliminar todas as plantas voluntárias, conhecidas como tigueras, seja por meio mecânico ou químico.

A gerente de Defesa Vegetal, Rachel Barbosa, explica que o vazio sanitário contribui para a diminuição do uso de agrotóxico. “Desde que começamos a monitorar o volume de produtos agrotóxicos utilizados no controle da 56

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ferrugem asiática da soja percebemos uma diminuição considerável. Em 2011, tínhamos um consumo em torno de 320.000 litros e hoje verificamos que esse consumo caiu para 24.500 litros”.

Esse período coincide com a adoção do vazio sanitário da soja como medida de controle. “Essa diminuição é bem expressiva visto que a área de plantio cresceu pouco mais que 50%, sendo em 2011 de 107 mil hectares passando para 244 mil na safra 2015/2016”.

O não cumprimento do vazio sanitário pode acarretar em multa de R$ 2.443,60 por área plantada. Já para o produtor que não destruir as plantas voluntárias a multa é de R$ 6.109,00 por área, podendo ser acrescido em R$ 1.221,80 por hectare caso o produtor recuse-se a destruir essas plantas. A falta de cadastro da área na Idaron também pode gerar multa de R$ 1221,80 para o produtor.

Além de Rondônia, Distrito Federal e mais dez estados adotam o vazio sanitário como medida de controle da ferrugem asiática da soja: Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, São Paulo e Tocantins.

Fiscalização do vazio sanitário A safra 2015/2016 representou um aumento de propriedades cadastradas na Idaron em relação a 2014/2015. Na última safra foram cadastradas 1.125 propriedades com plantio de soja, totalizando 244.720,13 ha. Já na safra 2014/2015 foram cadastradas 1.106 áreas produtoras, totalizando 234.173,35 ha.

No último vazio sanitário da soja, a

Idaron fez 1.122 fiscalizações em 96,38% das áreas produtoras de soja no Estado, registrando, entre as agências de defesa agropecuária do país, o maior percentual de fiscalização. Foram emitidas 52 notificações e 28 autuações.

Segundo o coordenador de Pragas, João Paulo Quaresma, o objetivo, neste vazio sanitário, é fiscalizar in loco todas as áreas cadastradas na última safra.

Produção de soja A produção de soja no Estado vem aumentando a cada ano. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2014/2015 foram produzidos 732,9 mil toneladas e na safra 2015/2016 foram produzidos 787,5 mil toneladas, representando um aumento de 7,4%.

No país, a soja representa quase metade de todos os grãos produzidos. As lavouras renderam 96.905,1 mil toneladas, aumentando em 0,7% o quantitativo em relação à safra 2014/2015. O Brasil

é o maior exportador de soja do mundo, seguido pelos Estados Unidos.

Em Rondônia, de janeiro a maio deste ano, a soja foi responsável por 44,1% das exportações estaduais, seguida pela carne bovina congelada, com 36,45%. Neste período, foram exportados 595,11 milhões de quilos de soja, o que gerou US$ 209,31 milhões. A exportação de soja teve um aumento de 32,32% em relação ao mesmo período de 2015.

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REVISTA VISÃ&#x192;O RONDÃ&#x201D;NIA I JUNHO 2016

SOLO

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS Rondônia é sede da RCC até 2018 Começaram os preparativos em Rondônia para a realização da 12ª Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos, promovida pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) e reconhecida entre seus membros por “RCC”.

Por Renata Silva Fotos: Paulo Wadt e Lúcia Anjos

O

evento deve acontecer nos próximos dois anos no estado e já foi realizado em diversas regiões do país, desde 1979, tendo como finalidade aperfeiçoar e discutir o sistema brasileiro de classificação de solos, ferramenta importante para o planejamento de atividades econômicas em nível local, regional e nacional, e também para a gestão de recursos naturais, tanto o solo, como água e vegetação.

Uma particularidade importan-

te das RCCs é que essa Reunião não ocorre em auditórios ou dentro de instituições, mas leva especialistas da área de pesquisa, desenvolvimento e ensino superior nos locais de ocorrência dos solos a serem discutidos e debatidos. Ou seja, o evento é uma atividade itinerante e que irá percorrer os principais ambientes do Estado de Rondônia.

Neste sentido, de 25 a 30 de abril, foi realizada uma das etapas preparatórias da RCC de Rondônia e diversas regiões foram percorridas em um roteiro que se deslocou de Porto Velho a Vilhena, ao longo do eixo da rodovia BR 364, adentrando por rodovias estaduais e estradas

vicinais, bem como, pelas rodovias BR 429 e BR 435, com passagens pelas cidades de Ariquemes, Machadinho do Oeste, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Teixeirópolis, Urupá, Alvorada do Oeste, Rolim de Moura, Alta Floresta do Oeste, Pimenta Bueno, Vilhena, Colorado do Oeste, Cabixi, Chupinguaia, dentre outras. Segundo a professora do Instituto Federal de Rondônia (Ifro), Stella Matoso, “é importante que o percurso escolhido reflita a diversidade de solos do ambiente amazônico, para que aquela visão equivocada tida pelos leigos e mesmo profissionais acerca da homogeneidade de ambientes na Amazônia seja refutada”.

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SOLO

A expectativa dos participantes desta etapa preparatória é de que a RCC de Rondônia, assim como aconteceu nas RCCs de Roraima (2013) e do Acre (2010), eleve a um novo patamar o entendimento da complexidade dos solos do bioma Amazônico, equivocadamente descritos como invariavelmente inférteis e improdutivos.

“Desde a RCC do Acre, e depois a RCC de Roraima, houve um enorme avanço no conhecimento sobre os solos amazônicos, inclusive, na revisão de indicadores de acidez do solo, como o alumínio trocável. E em Rondônia, a expectativa é que o avanço sobre o conhecimento continue surpreendendo a todos dada a enorme variabilidade geológica dos ambientes encontrados nesta viagem preparatória”, explica a professora da UFRRJ, Lúcia Anjos.

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variabilidade de propriedades e quanto a sua capacidade de uso da terra.

O pesquisador da Embrapa Rondônia, Paulo Wadt, destaca que o conhecimento sobre o potencial de uso das terras na Amazônia passa pelo conhecimento aprimorado dos solos e ambientes da região, o qual não pode ficar estagnado em conceitos e definições estabelecidas sobre os solos da Amazônia da época em que a agricultura estava migrando para a região dos cerra-

ORDEM Latossolo Argissolo Luvissolo Neossolo Nitossolo Cambissolo Chemossolo Espodossolo Plintossolo Gleissolo Organossolo

dos brasileiros. “É importante que especialistas conheçam os solos amazônicos em seu ambiente atual, para refletirem sobre alternativas de ocupação, conservação e preservação destes recursos naturais”, destaca. Espera-se que mais de 100 especialistas em solos visitem os diferentes ambientes de Rondônia durante o evento, estabelecendo correlações entre a paisagem natural, a geologia local, o uso agrícola e a natureza e propriedades dos solos de cada ponto a ser visitado.

Classificação do Solo Brasileiro SUB ORDEM Vermelho 2,5 YR ou 10R Vermelho-Amarelo 5 YR Amarelo 7,5 ou 10YR

Especialistas da Embrapa, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal de Rondônia (Unir), Ifro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) estiveram envolvidos nesta etapa preparatória, os quais foram unânimes ao reconhecer a complexidade dos eventos geológicos que ocorreram onde hoje se situa o estado de Rondônia, determinando a formação de solos com ampla

GRANDE GRUPO Eutrópico Mesotrópico Mesoálico Distrófico Ácrico Álico Alumínio Alí co

SUB GRUPO FAMÍLIA SÉRIE Típico Intermediário

Textura Horizone A

Manejo

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PESQUISA EM CAMPO

O LABORATÓRIO DE SOLOS

da Embrapa Rondônia recebe certificação de excelência Por Renata Silva

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aboratório de Análises de Solos e Plantas da Embrapa Rondônia, em Porto Velho, está mais uma vez entre os melhores laboratórios avaliados pelo Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF), coordenado pela Embrapa Solos (RJ), tendo recebido o Selo de Qualidade PAQLF 2016. Segundo a pesquisadora responsável pelo Laboratório, Marília Locatelli, o Certificado de Excelência recebido é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido no ano de 2015. “Demonstra que foram atendidos, com excelência, os critérios de qualidade de análi-

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se de solos constantes no Manual de Métodos de Análise de Solos da Embrapa. Assim como os produtores que trazem suas amostras para o laboratório podem ter confiança nos resultados”, destaca.

As análises de fertilidade do solo atendem tanto às pesquisas da Embrapa Rondônia quanto aos clientes externos (produtores e técnicos). Essa análise é fundamental para diagnose do solo e planejamento dos produtores, para garantir uma produção sustentável, e precisam ser feitas em laboratórios confiáveis. “A certificação é a garantia dessa confiabilidade que todos os usuários do nosso laboratório terão e permitem fazer suas interpretações e recomendações de corretivos e adubos. É importante

para a pesquisa e para os produtores rurais o monitoramento da fertilidade através de resultados confiáveis”, completa Locatelli.

Foram avaliados mais de 140 laboratórios em todo o país e o Laboratório de Solos da Embrapa Rondônia obteve a classificação nível A, com a nota 95,54, que corresponde ficar entre os 10 melhores laboratórios do programa. “É uma grande satisfação para nós da Embrapa Rondônia que a cada ano mantém essa certificação, devido à sua equipe que está sempre atenda à qualidade dos seus serviços”, reforça o pesquisador da Embrapa Rondônia, Ângelo Mansur.

O Programa

O Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF) tem como principal objetivo a verificação da qualidade das determinações analíticas em solos dos laboratórios de instituições públicas e privadas, tendo em vista a garantia dos resultados gerados pelos participantes e utilizados para o

cálculo dos níveis de adubação e calagem que serão aplicados pelos produtores rurais de todas as regiões do Brasil.

O PAQLF fornece, a cada ano, um kit com 12 amostras de solo aos laboratórios participantes, para determinações de fertilidade de solos. Os laboratórios avaliados como sendo de excelência

adquirem o direito de utilizar o Selo de Qualidade do PAQLF pelo período de um ano. Tais selos são rastreáveis, únicos em programas desta natureza, possuindo itens de segurança que impedem sua falsificação ou utilização indevida.

Além disso, o programa auxilia aos laboratórios para identificação dos problemas detectados e também com treinamentos e disponibilização de metodologias ente outras informações que permitem a melhoria continua dos laboratórios participantes do PAQLF.

JUN JJU UN U NH HO O 2016 20 2 201 01 0 16 I REVISTA RE REV R E EV VIST IIS ST S TA VISÃO VIIIS VIS V SÃ ÃO O RONDÔNIA RON RO R ON O NDÔ NDÔN DÔN D ÔN Ô NIIA A JUNHO

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PRODUTO NOSSO

PRODUÇÃO DE TOMATE MOVIMENTA economia de São Felipe Com seis mil habitantes, o município de São Felipe do Oeste, localizado a 541 quilômetros de Porto Velho, é o maior produtor de tomate do estado de Rondônia. Cerca de 40% da população vivem diretamente do plantio e venda do fruto.

Por Gerson Costa

O

s irmãos Ademir Rodrigues de Moraes e Adair Rodrigues de Moraes cultivam tomate há mais de 15 anos e são os maiores produtores da microrregião da Zona da Mata.

No sítio da família estão plantados 53 mil pés em uma área de 4 hectares. Toda produção é comercializada para Manaus, mas os preços não agradam os agricultores. Sem apoio governamental, os irmãos precisam negociar com os atra64

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vessadores, que formam carteis de preços e acabam fazendo “leilão” na propriedade. Uma caixa com 21 quilos, geralmente negociada a R$ 35,00, é vendida, dependendo do mercado e do apuro do agricultor, a R$ 21,00. Os frutos são levados ainda verdes para aguentar o longo trajeto de balsa até a capital do Amazonas, onde o preço da caixa do tomate é negociado por até R$ 200,00.

Ademir acredita que se o governo criasse um centro distribuidor e fornecesse o transporte para o tomate, o produtor ganharia mais

com a lavoura, eliminando a figura do atravessador. A falta de incentivo público é mais grave em São Felipe. O município tem extensão territorial de pouco mais de 541 quilômetros quadrados e mais de 500 mil pés sustentando cerca de duas mil famílias de agricultores.

A maioria reclama da ausência da Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater). As variedades e técnicas de plantio foram um aprendizado feito a duras penas pelos produtores, perdendo lavouras para as pragas e cultivando

frutos sem ter mercado apropriado.

Os irmãos Rodrigues cultivam a variedade faccini que, segundo eles, tem boa aceitação no merca-

do de hortaliças. Mas já amargaram prejuízos com o tipo santa adélia.

Como não tem extensão rural a disposição, a família é quem faz

as pesquisas por conta própria.

Nessa safra foram plantados 1 mil pés da variedade “liberty” como “experiência”.

Custos e as pragas na lavoura No sítio dos irmãos Rodrigues o custo de produção é alto. Eles têm gastos com sementes (cerca de R$ 330,00 a cada 1 mil pés), adubo, sistema de irrigação por gotejo e a mão de obra. No plantio e trato da lavoura, são 4 a 5 pessoas cuidando diariamente do espaçamento da planta e das hastes para segurar o caule. Na colheita, esse número salta para 25 homens colhendo o tomate.

A praga mais comum em São Felipe é a murchadeira. A mur-

cha bacteriana é uma doença comum nos trópicos e regiões mais quentes. As plantas afetadas murcham a partir da parte apical e os sintomas, na fase inicial, manifestam-se nas horas mais quentes do dia. A murcha vai progredindo de forma irreversível, devido a não translocacão de água e seiva pelo sistema vascular, até causar a morte da planta. Para fugir da praga, a cada nova safra, os irmãos Rodrigues mudam a lavoura de local e

só retornam ao plantio original a cada 2 anos. “Conseguimos evitar a doença transferindo a lavoura de lugar a cada ano”, explicou Ademir. Na sua propriedade, ele colhe duas safras por ano. “Isso tudo puxa os custos. Porque a gente tem que mudar também o sistema de irrigação”, conta ele. “Aguardamos que o estado nos dê condições para vender a bons preços nosso produto e nos forneça assistência técnica”, cobrou.

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PRODUTO NOSSO

AGROINDÚSTRIA FAMILIAR e diversificação ignoram crise Fé no potencial da terra e força nos braços faz dos agroindustriais familiares de Rondônia vencedores e empreendedores do futuro da maior vocação do estado: o agro.

Por Roni Viana

A

s características de Rondônia, onde a predominância é de pequenas propriedades, levam a um processo em expansão agroindustrial no estado. O fortalecimento da agroindústria, sobretudo familiar, tem garantindo a mudança na vida de muitas pessoas, que acreditam no potencial de suas terras e na força de seus braços. Prova irrefutável foi a Rondônia Rural Show, que aconteceu de 25 a 28 de maio em Ji-Paraná, e que destinou um pavilhão exclusivamente aos agroindustriais familiares.

Ali estiveram aproximadamente 100 expositores, que movimentaram R$ 178 mil em quatro dias de feira. Os números parecem 66

REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

pequenos perto dos números gerais, mas há de se observar que as vendas são todas feitas à vista, em dinheiro.

O governo, por meio da Secretaria de Agricultura (Seagri) e órgãos parceiros, incentiva a participação dos produtores nas grandes feiras, com apoio ao deslocamento e estadia e o resultado é lucro certo para quem não espera o cliente vir até ele, mas vai aonde ele está.

Um dos exemplos desses “nômades” da agroindústria rondoniense é o ex-carreteiro José Ribamar Paulo Egito, de 39 anos, do Sítio Coqueiral em Espigão do Oeste. Juntamente com seus familiares (são três famílias inteiras vivendo dessa atividade) e com apoio do técnico da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Samuel Borges, o produtor José Ribamar envasa 200 garrafas de 400 mililitros (ml) por semana. O resultado vem de 3.500 pés de coco em uma área de 8 hectares (ha). Ele conta que a capacidade industrial é de 300 litros/ dia, mas não há coco suficiente para tanto. Investimentos são feitos para melhorar a produção, que vem de uma nova variedade de coco anão de alta produção.

Isso vem sendo feito há dois anos com safra agroecológica, com zero

O PRODUTOR JOSÉ RIBAMAR

deixou a boleia de uma carreta para investir em propriedade rural familiar, sempre com apoio do técnico da Emater, Samuel Borges

uso de defensivos. O controle de pragas é feito manualmente e com uso de repelentes naturais.

Na variedade que utilizam na propriedade, a capacidade de cada pé de coco é de 250 frutos por ano. A colheita é feita de maneira cíclica, ou seja, os mais maduros de cada pé são retirados, enquanto os mais verdes ficam no pé até chegarem ao ponto.

Sobre os investimentos na

propriedade, o produtor diz que no início (há dois anos) fez financiamento de custeio no valor de R$ 60 mil junto ao Banco da Amazônia S.A. (Basa) e mais R$ 45 mil para a estrutura do prédio onde ficam as máquinas. Os recursos de custeio são aplicados em irrigação e adubação do coqueiral, o que eleva a produtividade. A 5ª edição da Rondônia Rural Show foi a primeira com a participação do Sítio

Coqueiral, mas os proprietários se mostraram satisfeitos com o resultado; toda a produção levada à feira foi vendida nos dois primeiros dias, a partir daí foi preciso vir mais garrafas de água de coco de Espigão até Ji-Paraná. Além dos cocos, a propriedade, que tem uma área total de 32 ha, produz peixe e café, o que comprova que acreditar e diversificar são atividades de futuro em Rondônia.

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PRODUTO NOSSO

Doces regionais de Candeias do Jamari

JOÃO E MARIA, de Candeias do Jamari, trouxeram doces de frutos regionais e se mostraram animados com a edição de 2016 da Rondônia Rural Show

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A diversificação da produção nas propriedades se refletiu na 5ª Rondônia Rural Show. No pavilhão da agroindústria havia produtores de doces a temperos, passando por vinhos, água de coco e embutidos. Produtores de todas as regiões do Estado vieram até o parque de exposições de Ji-Paraná. Dois desses produtores formam o casal Maria Augusta Santos Oliveira e João Lino (59 anos), que vieram à feira pela segunda vez. De Candeias do Jamari, a quase 350 quilômetros de Ji-Paraná, o casal obteve bom resultado com a venda de doces feitos com a produção de

frutas regionais.

A marca “Sabor do Sítio”, já registrada, está no mercado há cinco anos e, além de utilizar todo o potencial produtivo das terras do casal, em algumas épocas do ano os vizinhos também entregam parte da produção.

Para a aquisição de equipamentos, Maria Agusta e João Lino dizem que tiveram apoio dos bancos do Povo e Basa, em linhas especiais de custeio e investimento que também influenciaram sua decisão de investir.

Decisão acertada, disseram, pelo resultado que conseguiram nos quatro dias da mostra agrícola.

DE MINAS GERAIS PARA RONDÔNIA

Culinária variada vem de múltiplas culturas Os incentivos dados pelo governo federal na década de 70 para que produtores colonizassem o Norte do país fez com que pessoas de diversos estados viessem a Rondônia. Paranaenses, gaúchos, catarinenses, capixabas, mineiros; praticamente de todos os estados do país, as famílias atenderem ao chamado do governo e fizeram de Rondônia o que se tornou.

Junto com os costumes, veio a culinária e é indiscutível que uma das mais apreciadas é a mineira.

E essa culinária esteve presente à Rondônia Rural Show 2016, trazida por Edimar Martins do Carmo (49 anos). Natural de Governador

Valadares, o produtor de Nova Mamoré, trouxe queijo, manteiga de garrafa e outros derivados do leite que estiveram à venda durante a feira. Colhendo os resultados dos investimentos que fez há dois anos, o produtor mal conseguiu falar à Revista Visão, tamanha a procura dos produtos expostos no seu estande.

Atencioso tanto à reportagem quanto aos clientes, Edimar Martins conta que procurou recursos do Programa Nacional do Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) para construir a estrutura onde estão as máquinas.

O maquinário, como informou, foi

e a maior feira de negócios rurais do Norte; queijos e outros derivados do leite estiveram entre os produtos mais vendidos

repassado pelo governo do Estado em forma de comodato e isso foi um dos grandes diferenciais para que esteja prosperando.

O produtor afirma que a Rondônia Rural Show é uma feira que traz ótimos resultados comerciais, mas além disso promove a divulgação da produção da agroindústria familiar de Rondônia, “e isso é muito importante”, disse.

Para a próxima edição da mostra agrícola, que já será em nova área (Ji-Paraná fez doação de área exclusiva à Rondônia Rural Show), Edimar Martins diz que pretende trazer ainda maior variedade de produtos e em maior quantidade.

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EMPREENDEDORISMO

HIDROPONIA Negócio promissor faz irmãos mudarem de atividade Em Ouro Preto do Oeste há um exemplo positivo de como a atividade da horticultura, com o domínio da técnica da hidroponia, fez dois irmãos mudarem de ramos, quando vislumbraram a possibilidade de ganhar dinheiro pelo sistema de cultivo de hortaliças dentro de estufas sem uso de solo. Um cultivo de produção disciplinado que eles sequer tinham conhecimento.

Por Edmilson Rodrigues Texto e fotos

HORTA FAMILIAR

E

m março de 2012, Natanael Borges Barroso, 40 anos, administrava uma fábrica de estofados, mas o comércio ia mal, as contas não fechavam e as dívidas se multiplicavam. O irmão, Natan Borges Barroso, 46, lidava com uma pequena fábrica de produção de lingeries, mas também não estava satisfeito com o desempenho financeiro do empreendimento e vivia preocupado com o endividamento.

Os irmãos visitaram na região hortas produzidas em sistema de hidroponia e adquiriram conhecimento necessário para começar.

Inicialmente, investiram R$ 8 mil em duas estufas, cada uma medindo cinco metros e meio de largura 70

REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

Todo o trabalho executado na Horta Ouro Verde é feito em família. Além do produtor rural Natanael Borges, trabalham na cultiva a mulher, as duas filhas gêmeas de 18 anos, o irmão Natan com a mulher e um filho, outro irmão mais velho e os pais.

A Horta Ouro Verde já recebeu universitários de cursos de Agronomia do campus da Ulbra de Ji-Paraná em temporada de trabalho de estágio. Eles ajudaram na construção de estufas, participaram do plantio, de em todos os processos até a colheita do produto final.

por 20 metros de comprimento. A produção inicial das duas estufas foi de 4.200 pés de alface. Como para cada maço (sacola) de alface são necessários dois pés, dava para embalar 2.100 maços.

RESULTADO EM CURTO PRAZO Quatro anos depois, a Horta Ouro Verde conta com uma área de produção de 1 alqueire e cultiva alface, agrião, almeirão e salsa em 39 estufas, 20 com até 60 metros de comprimento. Cada uma tem capacidade de produzir mais de 2.000 pés de verduras nas covas das bancadas.

De acordo com Natanael, ao longo dos anos, as dívidas com banco e os fornecedores do antigo ramo de fabricar e reformar estofados foram sanadas graças ao lucro obtido com a horta. Ele também já recuperou o investimento de aproximadamente R$ 140 mil na ampliação da área de produção. As verduras produzidas são comercializadas nos principais supermercados da cidade de Ouro Preto, e esporadicamente em estabelecimentos das cidades de Jaru e de Ji-Paraná.

nicas da hidroponia gera alta produtividade com verduras de qualidade superior. A horta permite colheitas ininterruptas independente das variações do tempo, e essa eficiência apresentada dá o retorno financeiro imediato e em curto prazo. “Nossa horta permite o controle de produção e temos mercado garantido e em expansão. Tudo que nós construímos em ampliação e melhorias até o momento nós tiramos daqui.

Não temos uma matemática precisa porque agora é que começamos a contabilizar, mas os resultados estão aí”, comemora Natanael.

PROSPERIDADE A Horta Ouro Verde criada pelos irmãos que queriam mudar de ramo vem comprovando que a produção de hortaliças com emprego das técJUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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EMPREENDEDORISMO

PROSPERIDADE E SUCESSO de todas as feiras da semana

Por Giliane Perin

H

á 15 anos, Vilma Cândido da Silva é feirante.

No início ela produzia e vendia um pouco de tudo, frutas, verduras, legumes. Chegou a participar de todas as feiras livres que havia em Cacoal. Há seis anos, Vilma começou a trabalhar diferente. Percebendo a dificuldade que muitos agricultores tinham em trazer os seus produtos para a cidade, ela se propôs a “interme72

REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

diar” o negócio. Hoje Vilma é uma atravessadora, compra o produto direto dos produtores e revende nas feiras de Cacoal.

“Atravessar é como nós feirantes chamamos aqueles que assim como eu, fazem esse meio de campo. Tem produtor que não tem como trazer os produtos para a cidade. No meu caso eu compro mandioca para vender aqui nas feiras. Então eu vou lá, compro deles e venho vender na cidade, nas três feiras em que eu participo”, conta.

O atravessador se tornou uma

figura importante, tanto para os produtores, quanto para os feirantes. Seja pela questão financeira, pelas condições das estradas na área rural ou qualquer que seja o motivo, muitos agricultores perderiam a produção se não houvesse os atravessadores que se comprometem a ir na propriedade comprar o produto diretamente do produtor para a revenda.

Vilma compra a mandioca de seis famílias. Já o feirante Sedival Pezin Viguini, popular Valzinho, também atravessador, adquire os produtos de mais de 20 famílias.

“Eu faço feira de segunda a segunda e vendo de tudo: banana, mamão, abóbora, inhame, laranja, limão, folhas, tudo o que for hortifruti. Compro os produtos lá com os agricultores e isso é bom para mim e para eles. Eles têm para quem vender, venda garantida, e eu também”, brinca o feirante que, ao lado da esposa, está há mais de sete anos trabalhando nas feiras-livres de Cacoal.

Ao todo, oito feiras são realizadas por semana em diversos locais da cidade. As maiores e mais famosas acontecem no centro de Cacoal, nas avenidas Guaporé, no domingo, e São Paulo, no sábado, além do Feirão do Produtor, na quinta-feira, na marginal da BR364, saída para Ji-Paraná. Além delas, os bairros Village do Sol II, Vista Alegre, Princesa Isabel, Bruizon e Teixeirão também contam com suas feiras-livres que a cada dia atraem novos clientes e também novos feirantes.

Associação e organização A Associação dos Feirantes de Cacoal (AFEC) tem sede própria, mas está abandonada. Para recu-

perar o espaço, alguns feirantes tomaram a frente e convocaram uma reunião para criar uma comissão provisória com o objetivo de organizar uma nova eleição para a direção da associação.

Desta comissão, além dos dois feirantes citados no início desta reportagem, Vilma e Valzinho, fazem parte também os empreendedores Cícero Balbino Pereira e Vagner Lopes Rodrigues.

A comissão tem como presidente Josiane Jorge da Silva Ventorelle que ao lado do esposo, o também feirante Luiz Carlos, tem se esforçado para unir os grupo e organizar a atividade.

“Essa comissão foi criada para representar os feirantes em quaisquer situações. Estamos nos organizando e vamos defender a nossa classe. Vamos promover a eleição para escolher os nossos representantes definitivos. Queremos legalizar a nossa associação para poder gerar investimentos nas feiras-livres de Cacoal, seja na melhoria da energia, aluguel de banheiros químicos, de caçambas para reunir o lixo no final dos trabalhos ou o que for possível para melhorar o nosso serviço”, explicou Josiane.

Segundo o levantamento feito pela comissão, o número de bancas por feira varia de 57 a até 145

barracas. “Nas feiras de segunda, terça e quinta-feira, nos bairros mais afastados do centro, o número de barracas é de 57 a 68. Mas já nas maiores, que é a de quinta no feirão, a de sexta, de sábado e domingo, chegamos a ter até 145 barracas”, ressaltou a presidente da comissão.

O casal do pão de queijo Josiane e o esposo Luiz Carlos têm uma história de muito sucesso nas feira-livres de Cacoal. Os dois são feirantes há mais de 15 anos, moravam em um sítio do pai de Josiane, em Colorado D’Oeste e JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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EMPREENDEDORISMO

faziam feira em Vilhena. O produto?

Pão de queijo! Mas por lá os negócios não engrenaram e, em meio a uma situação financeira complicada, o casal resolveu deixar o sul do estado e seguir em busca de uma nova vida em Cacoal.

“Viemos pra cá com um saveirinho todo amarrado no arame e um forninho. No primeiro dia já estávamos fazendo feira”, relembrou Luiz.

A família está em Cacoal há um pouco mais de cinco anos. “Com um mês, a gente percebeu que já começava a formar fila na nossa barraca, atrás do nosso pão de queijo, fomos e compramos mais um forno. E o negócio continuou crescendo. Em toda feira que a gen74

REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

te ia o povo se aglomerava atrás do nosso pão de queijo”, comemora Josiane.

“O sucesso, graças a Deus, não parou mais e segue aumentando.

Hoje, a gente tem 20 fornos elétricos e as vendas passaram de 300 para mais. Bem mais de 1.500 pães de queijo vendidos por semana”, diz Luiz Carlos.

O casal, que no início enfrentou sozinho as feiras livres de Cacoal, hoje emprega sete funcionários com carteira assinada e contrata quatro diaristas para trabalhar nas maiores feiras. “Não conhecíamos ninguém, às vezes a gente chegava num lugar, armava tudo e depois vinha o dono do ponto pedindo

para gente sair que ali o lugar era dele. Pegávamos o forno quente e íamos atrás de outro canto”, conta seu Luiz.

Hoje o pão de queijo – O Autêntico - tem lugares garantidos em todas as feiras da cidade. “Muitos viram o nosso sucesso e teve quem quisesse imitar. Mas conquistamos o nosso espaço e as coisas têm dado muito certo. Cacoal é a cidade das bênçãos para gente. Tudo o que temos aqui, agradecemos muito a Deus”.

Foi graças à venda do pão de queijo que a família saiu do aluguel e hoje já conta até mesmo com uma indústria para a fabricação dos pães de queijo.

ECONOMIA

MILHO PARA

garantir o leite Pequenos criadores se unem para produzir silagem de milho e manter produtividade na entressafra Por Edmilson Rodrigues

C

riadores de gado de leite da região de Ouro Preto do Oeste se uniram para produzir silagem de milho e alimentar o rebanho na estação da seca - a partir de julho - período em que o rendimento cai devido à escassez de pasto. Duas associações rurais, a Aspror (Linha 153) e

a Asproleite (Linha 203), iniciaram em 2014 o plantio de milho. A iniciativa tem estimulado outros grupos de produtores associados a fazerem o mesmo.

A Emater repassou uma ensiladeira para a associação da Linha 153 e o mesmo equipamento é cedido para a Asproleite. O plantio do milho é feito entre outubro e novembro e na safrinha entre janeiro e fevereiro. Este ano, as

chuvas atrasaram o trabalho das semeadoras, e o milho safrinha só foi plantado em março. Os associados fazem o trabalho de plantio e colheita em conjunto, um ajudando o outro.

A Asproleite, comandada pelo produtor Ozeas Martins, produziu 250 toneladas de silagem para quatro sócios, e o milho da lavoura da safrinha em maio rendeu mais 70 toneladas. A Aspror, JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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ECONOMIA

presidida pelo produtor Wilson Maltezo, produziu 400 toneladas de milho que serão utilizadas por cinco produtores associados. A produção é armazenada em silo de superfície, coberta com lona plástica.

Ozeas Martins se recorda que no primeiro plantio, há dois anos, a adesão era menor. Foram colhidas entre 80 a 90 toneladas de milho, mas, ainda assim, o resultado e os 76

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benefícios empolgaram outros criadores. “Se for fazer contas só do apurado com a venda do leite, o produtor vai achar que não compensa, mas com a silagem as vacas não emagrecem e não atrasam para entrar no cio, os bezerros crescem mais e a mortalidade diminui.

O gado bem alimentado o lucro é maior”, ensina.

O dirigente da Asproleite avalia que a iniciativa dos criadores de

gado das duas associações é um bom começo. Os resultados motivaram outros produtores, mas falta apoio para que a produção de pequenos criadores se multiplique. “Se nós conseguirmos uma ensiladeira só para a nossa associação, a produção pode triplicar ou até mais. Uma pena que a ensiladeira da associação da linha 153 não consegue atender a todos”, lamentou.

AGRICULTORES PODEM PROCURAR AGÊNCIAS PARA REFINANCIAR DÍVIDA E RENOVAR CRÉDITO

Ao comentar a aprovação da Medida Provisória 707/15, alterando os prazos para renegociação da dívida dos agricultores com os bancos oficiais, o deputado federal Luiz Cláudio (PR-RO) alertou aos produtores rurais de Rondônia a procurar as agências do Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Brasil (BB) para refinanciar suas dívidas e buscar novos investimentos para custeio da lavoura e pecuária.

O parlamentar esclarece que os prazos para pagamento foram ampliados para o mês de dezembro de 2016, evitando que o nome dos produtores fosse encaminhado a Dívida Ativa da União, impedindo o acesso a novos créditos. “Nós sabemos que os produtores rurais tiveram problemas por causa das condições climáticas e outros fatores externos. Na Câmara, buscamos

alternativas para ampliar esses prazos e abrir novas linhas de crédito”, esclareceu o deputado.

Originalmente, o texto prorrogava a dívida para dezembro de 2015, o que causou sérios transtornos para a agricultura familiar.

Luiz Cláudio também informou aos produtores que ainda não fizeram o Cadastro Ambiental Rural (CAR) que os prazos também foram ampliados. A Lei já está valendo, após aprovação no Senado e sanção presidencial. “Desde que assumi como deputado federal, abracei essa luta em defesa dos agricultores que são responsáveis pelo crescimento do PIB brasileiro e geração de empregos e renda e não poderiam ser prejudicados pelo governo federal”, defendeu.

Luiz Cláudio diz que tem encontrado muitos produtores com

sérios problemas com os empréstimos bancários e outros que não tiveram condições de procurar em tempo hábil os órgãos governamentais para realizar o CAR. “Não sabemos se haverá novos prazos, por isso é importante o produtor se regularizar o quanto antes”, defendeu.

Tratores e implementos Luiz Cláudio também comemorou a liberação de R$ 11 milhões de emenda coletiva, assinada por ele e o senador Ivo Cassol (PP-RO), para compra de mais de 110 tratores com implementos agrícolas. As máquinas deverão ser entregues nos próximos meses as associações de produtores rurais. “São recursos orçamentários da União”, esclareceu ele, que dependem dos trâmites de Brasília para sua liberação.

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COMISSÃO DE AGRICULTURA

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O DESAFIO DE MANTER AS futuras gerações no campo “O trabalhador não vai para o campo por decreto. É necessário melhorar as condições de vida através de políticas públicas”

Por Gerson Costa Fotos: Marcos Figueira

V

ice-presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) defendeu a criação de políticas públicas, garantindo infraestrutura, acesso à comunicação digital e à saúde de qualidade, para manter as futuras gerações de agricultores no campo. O parlamentar vê com grande preocupação a falta de conforto na maioria dos lares dos produtores, causando o êxodo

rural de seus filhos para as cidades, inchando os núcleos urbanos e gerando escassez de mão de obra nas lavouras. “O grande desafio é levar conforto para quem mora no campo. Existe uma campanha nacional para que o homem não saia do campo, mas não adianta campanha senão houver condições de melhorar a vida do agricultor. Ele manda seu filho estudar na cidade, depois o filho não quer voltar mais porque no sítio não tem internet, TV, asfalto, enfim o conforto das cidades”, explicou o parlamentar.

Acir incluiu no Orçamento da União recursos para levar asfalto

para as linhas vicinais de todo Brasil através de parcerias entre os governos estadual, municipal e federal. Um experimento desse projeto está em curso na Linha 12 em Ji-Paraná e em breve será levado para outros municípios rondonienses. “É um projeto embrionário, mas queremos tornar uma grande realidade para levar conforto aos nossos produtores”, esclareceu. “O trabalhador não vai para o campo por decreto. É necessário melhorar as condições de vida através de políticas públicas garantindo acesso a hospitais, internet, TV e lazer”, reafirmou.

Crédito sem título definitivo Em entrevista a Revista Visão Rondônia, Acir confirmou que está desenvolvendo várias ações pelo setor produtivo. Durante audiência na cidade de Ji-Paraná, através da Comissão de Agricultura, o representante pedetista conseguiu do Banco do Brasil a garantia da liberação dos recursos do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) através de empréstimo sem a necessidade de apresentar o título definitivo da terra.

Hoje, o produtor, mesmo sem o documento de sua data, pode pegar dinheiro emprestado apresentando o contrato de compra e venda ou de posse da terra. Para Acir, a solução é paliativa, já que as linhas de crédito do Pronaf são limitadas e conforme o agricultor vai melhorando de vida ele busca mais recursos para ampliar sua produção.

“Precisamos garantir o título definitivo. Tenho feito muitas gestões no Ministério da Agricultura e no antigo MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário), que virou secretaria”, arrematou.

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INFORME PUBLICITÁRIO

Fecomércio-RO cria conselhos para empresários do turismo A Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (FecomércioRO) aceitou o desafio lançado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) para criar uma rede sustentável de turismo em Rondônia que garanta a geração de emprego e renda numa das regiões mais bonitas do Brasil.

Para dar conta deste projeto ambicioso, afim de contribuir com o Estado e Municípios, o presidente da Fecomércio-RO, em parceria com a ABAV, Iphan, Sindhotel, Sebrae, Prefeituras, Governo do Estado, e mais 27 entidades do trade do turismo criaram o Conselho Empresarial do Turismo do Estado de Rondônia (Conetur).

Lançado no dia 29 de agosto de 2015, na presença de autoridades estaduais, municipais, imprensa e empresários, no Teatro Um do Sesc, em Porto Velho, o Conetur, sugeriu a criação da 1ª Estância Turística, na cidade de Ouro Preto D´Oeste, na região central do Estado.

“O Conetur escolheu Ouro Preto D´Oeste para trabalhar o Projeto-piloto não só pela sua beleza, mas, também por sua infraestrutura. O bom deste projeto-piloto é que o prefeito Alex Testoni abraçou a causa, reconhecendo a cidade como estância turística na Lei Orgânica, fazendo investimentos nos locais potencialmente turísticos e criando um conselho municipal do turismo”, disse o presidente do Conetur, Raniery Coelho.

Ouro Preto D´Oeste hoje já é o destino de muitos turistas e aventureiros amantes do esporte radical e da gastronomia. A cidade possui a segunda maior cobertura vegetal urbana do País e possui vários pontos turísticos como o Morro Chico Mendes, que oferece salto de parapente, o Vale das Cachoeiras, 80

REVISTA VISÃO RONDÔNIA I JUNHO 2016

a Fazendinha, o Ouropark, e o Hotel Resort Graúna.

Para dar conta dessa nova demanda e responsabilidade turística, os empresários têm também contribuido.

Todos os trabalhadores que atuam direta e indiretamente nos serviços da Estância Turística de Ouro Preto D´Oeste são treinados nas áreas em que atuam. Ouro Preto D´Oeste é apenas o modelo que o Conetur quer implantar nos 52 municípios do Estado

turístico de Ouro Preto D´Oeste. Na saída de Ji-Paraná, a comitiva de empresários bolivianos conheceu vários empreendimentos do turismo e também o comércio da carne bovina, e leite, além da criação de peixes em cativeiro. É uma boa alternativa para unir turismo e negócio. A comitiva ficou encantada com os atrativos e a gastronomia local e prometeram voltar em 2017 para a próxima Rondônia Rural Show.

Turismo e Negócio caminham juntos O Conetur aproveitou a vinda da comitiva boliviana à Feira de Negócios da 5ª Rondônia Rural Show, na cidade de Ji-Paraná, para mostrar o potencial

Presidente do Conetur aborda turismo em seminário sobre logística O presidente do Conetur, Raniery Coelho, foi um dos componentes da Mesa no Seminário sobre Logística na

5ª Rondônia Rural Show. Raniery, mais uma vez, saiu em defesa do investimento na infraestrutura como forma de modernização e crescimento da economia. Ele destacou como uma das prioridades o alfandegamento do aeroporto internacional de Porto Velho. Segundo ele, a falta de estrutura penaliza não somente as oportunidades de negócios com outros países, mas, também, a atividade turística.

Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim, são os próximos “alvos” do Conetur O Conetur escolheu as cidades de Porto Velho, Guajará-Mirim e Nova Mamoré para abrigar os projetos de turismo sustentável.

São cidades situadas na chamada região do vale do Madeira, que foram fundadas a partir da construção da ferrovia centenária MadeiraMamoré possuindo monumentos da época do Ciclo da Borracha e muita história para contar. Nos três municípios foram realizados o planejamento estratégico de turismo, conjuntamente com empresários e autoridades da região. Um dos efeitos imediatos deste planejamento foi a ativação dos conselhos municipais de turismo das três cidades.

ATIVIDADES Porto Velho – No dia 8 de março, o Conetur promoveu um City Tour pelo centro antigo da cidade, e visitou vários monumentos históricos

da região central, com a presença do historiador Anisio Gorayeb, que contou detalhes sobre cada um dos pontos visitados. O City Tour começou com um café da manhã no antigo Mercado Municipal e a apresentação de show culturais, e terminou no recém-inaugurado Memorial Rondon, na localidade de Santo Antônio, que conta toda a trajetória do Marechal Cândido Rondon.

Guajará-Mirim e Nova Mamoré – O Conetur esteve presente em Guajará-Mirim e Nova Mamoré em três ocasiões: a de apresentação do projeto turístico, o de elaboração do planejamento estratégico, e oficinas.

Os empresários e as autoridades desses municípios estão abraçando a causa porque sabem de suas potencialidades turísticas. GuajaráMirim e Nova Mamoré possuem mais de 90% de seus territórios formados por florestas e áreas de preservação. Além de suas belezas naturais, possuem excelentes pontos para pesca amadora e monumentos históricos da ferrovia MadeiraMamoré. O Conetur é formado pelas seguintes instituições: FecomércioRO, Sindhotel, Sebrae, Iphan, Arom, Sindieletrico, Sirecom, Setur, Sindilojas, SRTE-RO, Sesc, Senac, SIndiber, Singaro, Sinfarmacia, Secovi, Semdestur, Sinvsul, Secovi, Abrasel, Conventions & Visitors Bureau, SepdRO, Sinalimentos, Sindipeças, AbavRO, Sescoop, e Associação Brasileira da Indústria Hoteleira.

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ARTIGO CIENTÍFICO

ANÁLISE ECONÔMICA DO MANEJO ALIMENTAR DE BOVINOS DE CORTE NAS FASES DE RECRIA E ENGORDA EM VILHENA A pecuária de corte tem ocupado lugar de destaque frente à produção animal, e vem assumindo posição de liderança no mercado mundial de carnes. O Brasil possui hoje o maior rebanho comercial do mundo, é o segundo maior produtor mundial de carne bovina. (HOFFMANN et al.2014).

D

e acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne – ABIEC (2013), a bovinocultura de corte representa a maior fatia do agronegócio brasileiro, gerando faturamento de mais de R$ 50 bilhões/ano e oferecendo cerca de 7,5 milhões de empregos.

A crescente demanda por produtos de origem animal torna necessária a otimização da produção animal para se obter um eficiente e competitivo programa de produção contínua de carne, deve-se buscar eliminar as fases negativas do processo, proporcionando ao animal condições para se desenvolver normalmente, durante todo o ano, para que atinjam as condições de abate mais precocemente. Para isso, é fundamental ampliar o conhecimento, tanto em avaliação dos alimentos quanto em determinação das exigências dos animais, o que permitirá manter o suprimento de alimentos em equilíbrio com as exigências nutricionais dos animais (MENDES, 2013) A alimentação é fundamental na definição da rentabilidade na criação do gado de corte. Por isso, é indispensável que o pecuarista conheça a fundo os principais conceitos de nutrição animal e as características nutricionais dos principais alimentos (NETO e PRADO, 2014).

No Brasil, o ano apresenta pelo menos duas estações definidas, em termos de crescimento e qualidade de forragem: uma com crescimento intenso, quando, normalmente, a qualidade é adequada; e outra, com crescimento baixo ou nulo, quando, geralmente, a qua-

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lidade da forrageira é inadequada para o desempenho animal. Além da menor oferta, o animal dispõe de um pasto pobre em proteína, com maior teor de fibra e altamente lignificada. A consequência é que em sistemas de produção baseados somente em pastagens o ano todo, os ganhos de peso são baixos ou há perda de peso (PRADO, 2004).

Contudo, Detmann et al. (2004) afirmaram que o pasto deve ser entendido como um componente do sistema de produção com elevada complexidade, uma vez que este fornece substratos aos animais e é passível de apresentar uma variação qualitativa e quantitativa ao longo do ano, influenciada principalmente por fatores abióticos, precipitação, temperatura e radiação solar.

O consumo de forragem por animais em pastejo é influenciado por três grupos de fatores: os que afetam o processo de digestão, os que afetam o processo de ingestão e aqueles que afetam as exigências nutricionais e a demanda por nutrientes (BERCHIELLI et al., 2006). A avaliação do comportamento ingestivo de novilhos em pastejo recebendo suplementação é essencial para o manejo adequado desses animais, uma vez que a suplementação com concentrado não deve ser utilizada com o objetivo de substituir o pasto, mas sim complementá-lo.

Além disso, há a preocupação com os custos dos alimentos, para que a produção seja economicamente vantajosa e as possíveis combinações que poderiam resultar num alimento que ofereça o máximo de

nutrição a um custo mínimo. A recria é geralmente realizada em pastagem, com suplementação de mistura mineral durante o ano todo e com ou sem suplementação de concentrados nos períodos críticos de produção de forragem. Alguns autores, principalmente nos Estados Unidos, sugerem o uso de concentrados durante o verão, para aumentar a taxa de lotação das pastagens ou em pequenas quantidades para explorar o efeito aditivo de volumoso e concentrado no aumento do ganho diário de peso vivo (RODRIGUES, 2003).

Na pecuária deve-se estar atento a despesas com insumos (minerais, medicamentos, rações, adubos, etc.), folha de pagamento e seus encargos, despesas de manutenção (combustíveis, lubrificantes mecânicos, etc.) despesas administrativas (impostos, taxas, escritórios, material de limpeza, etc.) despesas com lavouras destinadas à alimentação dos animais (preparo da terra, mão-de-obra, adubos, inseticidas, etc.) despesas extras como fretes e comissões, por exemplo, para que o produtor possa conhecer sua propriedade e analisar os resultados obtidos. Os custos com depreciações, investimentos, financiamentos devem também ser

controlados e compor juntamente com os demais o custo de produção total (HOFFMAN et al., 1987) A correta elaboração dos custos de produção permite uma leitura mais clara da realidade da atividade produtiva, possibilitando um diagnóstico mais preciso da real situação da propriedade frente aos diversos cultivos, culturas e explorações desenvolvidas (ARBAGE, 2000). Em grande parte das propriedades no Brasil, os pecuaristas conhecem apenas dados de custos variáveis ou diretos e as receitas obtidas na propriedade. Com isso o produtor passa a ter um fluxo de caixa negativo em grande parte do ano ficando mais vulnerável as oscilações do mercado.

Com base no contexto o objetivo deste trabalho é realizar uma analise econômica do manejo de bovinos na fase de engorda suplementados com uma dieta especifica para acelerar o processo de terminação encurtando o ciclo com intuito de diminuir custos e aumentar renda.

Deste modo, o presente trabalho ter por finalidade realizar uma analise econômica do manejo de bovinos na fase de engorda suplementados com uma dieta especifica em Vilhena – RO. JUNHO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA

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ARTIGO CIENTÍFICO MATERIAL E MÉTODOS Nesta pesquisa foi utilizada de acordo com os seus objetivos o método quantitativo de caráter exploratório e descritivo.

Segundo Gil (2002), as pesquisas descritivas tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então o estabelecimento de relações entre variáveis.

Utilizando assim um estudo de caso na Fazenda Campinho, lote 109, setor Rio Vermelho, Gleba Guaporé, Vilhena – RO. O clima é do tipo tropical quente e úmido com duas estações bem definidas.

Foi desenvolvida entrevista com o proprietário, observação direta e também dados documentais extraídos da fazenda, tendo assim a análise do custo de produção na pecuária de corte.

Nesta pesquisa foi analisada a realidade de produção de um único lote de 35 animais machos da raça Nelore e Simental desmamdos resultantes de cruzamento industrial, no qual foi utilizado o cruzamento terminal de duas raças, produzindo animais de sangue ¾ Simental e1/ Nelore, conduzidos a pasto e suplementados.

O manejo da suplementação constituiu de 03 tipos diferentes de ração proteinada, as mesmas foram fornecidas pelo prazo de um ano. Sendo que: A primeira logo após o desmame com a seguinte composição: Para cada 500 quilos de ração tem – se: milho 263kg, Girassol 60 kg, Soja 75 kg, PhosCalcio 15 kg, sal comum 25 kg (limitador de consumo), núcleo mineral 40 kg, ureia 22 kg. Com um consumo esperado de 0,600kg/dia/cab.

A segunda ração será fornecida quatro meses após o desmame milho 220 kg, Algodão 81 kg, Soja 20 kg, PhosCalcio 35 kg, sal comum 50 kg (limitador de consumo), núcleo mineral 75 kg, ureia 19 kg, sendo esperado um consumo de 0,400gr/dia/cab.

A terceira ração será fornecida 08 meses após o desmame, durante os últimos 04 meses da engorda sendo: milho 211 kg, Algodão 140 kg, Soja 25kg, PhosCalcio 35 kg, sal comum 25kg (limitador de consumo), núcleo mineral 45 kg, ureia 19 kg, sendo esperado um consumo de 1,512 kg/cab/dia.

Os animais foram suplementados com a ração, enquanto pastejam uma área de 58,3 há de pastos da Brachiaria brizanta. Após um ano de suplementação os animais foram abatidos e comercializados a preço de mercado e foram avaliada a equação custo x beneficio do fornecimento da suplementação nesta fase, através

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da pesquisa, consulta e constatação dos dados de custos e receitas provenientes neste estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados foram expressos através de tabelas e agrupados de acordo com os tipos de dados e custos onde constam os valores bem como volumes/pesos obtidos nesta pesquisa.

Na tabela 01 estão expostos os dados de receita, Preço da arroba, e de desempenho animal, produção total em arrobas, arrobas.ha.ano-1, peso médio ao abate, peso médio recria, taxa de lotação e outros números importantes tais como idade média na recria, idade ao abate e período de semi-confimaneto, que compreende o período em que os animais receberam a suplementação enquanto pastejavam.

Tabela 01: Receitas, desempenho animal. Fazenda Campinho, Vilhena – RO, 2015.

RECEITAS, DESEMPENHO ANIMAL E OUTROS NUMEROS Preço da arroba (R$) R$ 140,00 Produção total em arrobas (@) 686,79 Arroba/ha/ano 10,40 Idade média – recria (meses) 9 Peso médio - recria (Kg) 255 Idade ao abate (meses) 24 Peso médio ao abate (Kg) 294,34 Número de animais no lote 35 Taxa de lotação no período (U.A.) 1,06 Período de semi-confinamento 15 (meses) Destes dados ressaltamos o preço da arroba, o qual estava valorizado no período da venda, representando R$ 140,00.@-1. Valor este bem acima do obtido por Coelho et. al. (2008), em estudo similar realizado em Minas Gerais, onde o preço da arroba do boi foi de R$ 79,04. Dados obtidos por Araujo et. al. (2009) para o município Camapuã MS, também foram inferiores aos obtidos nesta pesquisa, os quais foram de R$ 70,00.@-1.

Observamos que a produção de arrobas por hectare/ano foi de 10,40 arrobas, comparando com os índices produtivos de outras regiões, segundo dados obtidos pelo pesquisador Moacir Corsi (BEEF WORLD, 2015), a média de produção brasileira para a bovino-

Tabela 02: Despesas gerais mensais de custeio obtidas. Fazenda Campinho, Vilhena – RO, 2015.

Despesas mensais gerais de custeio Und Valor r$ Mineral para recria R$ R$ 72,10 Vacina – aftosa R$ R$ 5,60 Vacina – carbúnculo R$ R$ 3,73 Vacina – raiva R$ R$ 1,94 Antitóxicos e carrapaticida R$ R$ 7,33 Despesas com vermífugos R$ R$ 1,98 Hora/máquina R$ R$ 26,66 Salários de funcionário R$ R$ 71,11 Prolabore do proprietário R$ R$ 788,00 Diárias R$ R$ 0,00 Uréia/mês R$ R$ 1,87 Herbicida/inseticida – pastagem R$ R$ 30,29 Combustível para veículos R$ R$ 35,76 Energia elétrica R$ R$ 150,00 Depreciação (10% ao ano) R$ R$ 10,30 Despesas administrativas R$ R$ 41,66 Total/mês R$ 1.248,33 Despesas (15 meses) – final R$ 18.724,95

cultura de corte está em 5 arrobas por hectare ano.

Em projetos realizados pelo mesmo, obteve resultados entre 30 e 40 @ por hectare ano. Os projetos foram implantados nas cidades de Rondonópolis-MT, Rancharia-SP e Paragominas-PA (BEEF WORLD, 2015).

Na Tabela 02 temos as despesas gerais mensais da produção. Destas damos destaque ao custo com o pró-labore do proprietário, representa mais da metade dos custos da propriedade, com 63,12% do total dos custos. Em segundo lugar em maiores participações nos custos aparece o custo com energia elétrica que representou 12,02% dos custos. Em terceiro aparecem os custos com minerais de recria, que representou 5,78% dos custos.

Em estudo realizado por Costa et. al. (2009), o custo com pró-labore ficou em foi de 4,21% dos custos totais, neste estudo houve investimento em melhorias de pastagem em benfeitorias, as quais representaram grande parte dos custos nesta pesquisa.

Em contra partida, a menor participação nos custos gerais mensais ficou para os custos com ureia, que representou 0,15%, seguidos dos custos com vacina da raiva, 0,16% e vermífugos, 0,16%.

Neste estudo os custos com mão de obra representaram 5,70% dos custos gerais. Em estudo realizado por Costa et. al. (2009) os serviços de mão de

Percentual 5,78% 0,45% 0,30% 0,16% 0,59% 0,16% 2,14% 5,70% 63,12% 0,00% 0,15% 2,43% 2,86% 12,02% 0,83% 3,34% 100,00% 100,00%

obra rerepresentaram 15,23% dos custos totais. Os custos do presente trabalho foram feitos baseados no custo para os 35 animais apenas, onde a fazenda com 1 funcionário, por isso ficaram bem abaixo dos custos encontrados por Costa et. al (2009).

Na tabela 03 observamos os custos com aquisição dos animais para a engorda, os quais foram adquiridos com nove meses de idade. Este valor foi quase duas vezes maior que os custos gerais da produção, R$ 35.000,00 da aquisição de animais contra R$ 18.724,95. Dividindo o custo de animais pelo numero de meses, que foram 15, temos um custo mensal de R$ 2.333,33 referente a aquisição de bezerros. Este custo é quase três vezes maior que o maior custo geral, que foi o do pró-labore do proprietário, ou seja, R$ 2.333,33 contra R$ 788,00 respectivamente.

Tabela 03: Despesas com aquisição de animais, aos nove meses de idade. Fazenda Campinho, Vilhena – RO, 2015.

Aquisição de animais (recria)

Qtde

Valor unitário

Valor total

Bezerros desmama c/ idade de 9 meses

35,00

R$ 1.000,00

R$ 35.000,00

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ARTIGO CIENTÍFICO Analisando a tabela 04, encontramos os resultados do custo com o manejo da suplementação utilizado para o sistema adotado que foi o de semi-confinamento. Notamos que apesar de utilizada em menor período e com menor preço por quilo que a ração inicial, a ração final representou um maior custo total, isto se deve ao fato de que a ração dos últimos dias de engorda ser consumida em maior quantidade que a ração da fase inicial. O custo total com a suplementação, considerando as fases inicial e final, foi de R$ 8.265,81. Este valor representou menos da metade dos custos gerais e menos de ¼ do custo com aquisição de animais.

No sistema confinado o preço de compra dos animais e dos alimentos, além do preço de venda, são de fundamental importância para a viabilidade econômica do confinamento. Em regiões onde o preço de compra do boi (na entrada) é superior a 20% da arroba de boi gordo, os preços de grãos e subprodutos são elevados devido à distância da fábrica até na fazenda; e os preços de boi gordo não são elevados, é totalmente descartada a possibilidade de realizar este confinamento, pois será inviável economicamente na maioria dos anos (BARBOSA, 2007).

Somando-se as tabelas 02, 03 e 04 temos o total dos custos da produção, que se deu em um período

de 15 meses, de R$ 61.990,76.

Sendo assim os custos com despesas gerais representaram 30,21% dos custos totais, os custos com aquisição de animais representaram 56,46% dos custos totais e os custos com suplementação representaram 13,33% dos custos totais de produção, totalizando assim os 100% de custos. Em estudo de caso realizado por Souza (2009), os custos obtidos com suplementos minerais e proteinados foi de 24% dos custos totais.

Na Tabela 05 observamos os pesos finais em arrobas obtidos ao final produção. BARBOSA et al. (2004) concluiram que a suplementação protéicoenergética a pasto, nos níveis de ingestão de 0,17 e 0,37% do peso vivo médio, proporcionou maior desempenho dos bovinos em relação à suplementação mineral, durante a época de transição águas-seca e que foram viáveis economicamente, proporcionando maiores valores econômicos quando comparadas à suplementação mineral.

A Tabela 06 traz os dados finais de custos e receita.

Constatamos que receita bruta para estudo foi de R$ 96.151, 07, o custo final foi de R$ 61.990,76 resultando em lucro liquido de R$ 34.160,31. O lucro liquidou representou 36%,, ou seja, o custo deste estudo ficaram em 64%.

Tabela 04: Despesas com a suplementação utilizada no manejo de engorda, semi-extensivo.

Fazenda Campinho, Vilhena – RO, 2015.

Central de custos – ração Consumo de ração inicial Consumo de ração final Total Custo médio total - ração

Dias 304 125 429

Qtd – Kg 4.676 6.615 11.291

Custo/Kg R$ R$ 0,74 R$ 0,73 R$ 0,74

Valor R$ R$ 3.436,86 R$ 4.828,95 R$ 8.265,81 R$ 8.265,81

Tabela 05: Peso em arrobas obtidos ao final da produção. Fazenda Campinho, Vilhena – RO, 2015.

Produção Arrobas totais Arrobas (@ semi-confinamento)

@ 686,79 595,00

Período (anos) 2,00 1,25

Total (@/ano) 343,40

Tabela 06: Dados finais de receitas e despesas totais da produção.

Fazenda Campinho, Vilhena – RO, 2015.

Fluxo de caixa Receita bruta Despesas de custeio final Lucro líquido

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Valor R$ R$ 96.151,07 R$ 61.990,76 R$ 34.160,31

Percentual 100% 64% 36%

Tabela 07: Custo de produção por arroba, produção de arroba de quinze meses e receita de semifinamento obtidos através de estudo de caso de analise econômica de criação de bovinos de corte.

Fazenda Campinho, Vilhena – RO, 2015.

Custo de produção (@ semi-confinamento) Produção de arrobas (15 meses): Receita (@ semi - confinamento): Observando a tabela 07, verificamos que se analisarmos apenas o ganho de peso do sistema adotado neste estudo, a receita da produção foi de R$ 12.851,07.

Isso se deve a grande valorização do boi gordo entre o período de compra do animal ao período de venda.

O ganho de peso total deste estudo foi de 91,79 arrobas, onde o ganho por unidade animal (U. A.) foi de 2,62 arrobas e a arroba do boi gordo foi comercializada a R$ 140,00. Desta forma obtivemos um custo por arroba de R$ 27,26.

Euclides (2001) suplementando novilhos em pastagens de B. decumbens e B. brizantha, com uma mistura múltipla na base de 0,2% do peso vivo, encontrou para novilhos suplementados e não suplementados, respectivamente, ganhos médios diários de 740g/dia e 535g/dia. O custo da suplementação foi de R$ 26,00/ novilho, e a diferença no ganho de cerca de 200g/cab/ dia, em 184 dias significa 36,8kg de peso vivo ou 1,28@ (52% de rendimento de carcaça).

CONCLUSÕES O sistema de engorda em manejo de semi-confinamento, com 3 tipos de suplementação diferentes

R$ 27,26 91,79 R$ 12.851,07 apresentou uma rentabilidade de 36%, gerando um custo de 64%. É de suma importância a analise econômica dos sistemas de produção e manejos na pecuária de corte, visando identificar maneira de reduzir custos, uma vez que as margens de lucro estão ficando mais apertadas com o passar do tempo.

Autores: 1 Gilson Martendal; 2 Cleverson Oliveira dos Santos; 3 Rômulo Gonçalves Costa Junior; e 4 Jucilene Correa Martenda; 4 Giancarlo Dalla Costa 1 Acadêmico do Curso de Zootecnia da Faculdade da Amazônia – FAMA, Vilhena – RO; E-mail: gilsonmartendal@hotmail.com 2 Docentes do Curso de Zootecnia pela Faculdade da Amazônia – FAMA, Vilhena – RO; E-mail: coszootec@hotmail.com; giandallavet@gmail.com.

3 Docente do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio da Escola Estadual Castro Alves, Dourados – MS; E-mail: romulogcosta@hotmail.com 4 Acadêmica do Curso de Agronomia Faculdade da Amazônia – FAMA, Vilhena – RO. E-mail: jucilene.cmartendal@ gmail.com Foto: Renata Silva

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