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Explora por Marcella Oliveira Uma

EXPLORA

Marcella Oliveira

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@marcella_oliveira

Fotos: Divulgação

DE TANTOS ENCANTOS E AXÉ

Foto: Unsplash

Subir a ladeira, andar pelas ruas, comer acarajé e cocada. Ouvir axé. Sentir a alegria do povo baiano. Visitar Salvador é como conhecer nossas origens, mergulhar na nossa história. Além do Carnaval, os encantos da cidade são muitos. Os tradicionais Elevador Lacerda, Pelourinho, Praça Castro Alves, Farol da Barra, Igreja do Bonfim são paradas obrigatórias. Mas separei algumas outras dicas para explorar quando estiver em terras soteropolitanas. Prepare o coração, a emoção, os sentidos. E como diz o trecho de Chame Gente: “Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia”. Axé!

Charme hoteleiro

No centro histórico de Salvador, a cem metros da famosa Praça Castro Alves, a fachada de um prédio no estilo Art Déco chama a atenção pelo seu formato triangular – inspirado no Flatiron Building, de Nova York. Do lado de dentro, a elegante arquitetura tem história e é um convite a uma viagem no tempo, e os mais atentos vão lembrar de cenas do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos. O Fera Palace Hotel foi inaugurado em 2017, mas a construção abrigou no passado o Palace Hotel, o primeiro de luxo da cidade, que viveu seus tempos áureos nos anos 1930 – e que ainda se mantém vivo em alguns detalhes, como nas lajotinhas brancas e pretas dos banheiros e nos pisos originais de taco de madeira e mármore. São 81 suítes e o destaque fica para a Tower Suíte, com vista para a Baía de Todos os Santos. Mas se não estiver hospedado nela, não tem problema, basta subir ao rooftop para curtir o visual acompanhado de um drink no Fera Lounge. E não deixe de saborear os pratos do restaurante Omí, da dupla de chefs baianos Fabrício Lemos e Lisiane Arouca. @ferahoteis | www.ferahoteis.com

Sabores baianos

Fotos: Tatiana Azeviche/Setur-BA

Falando nos chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, o casal movimenta a cena gastronômica de Salvador. Além do já citado Omí, a dupla assina as experiências gastronômicas do Grupo Origem, que tem três diferentes operações: Origem, Ori e Gem. Cada um tem seu estilo, mas convergem numa mesma característica: a identidade da gastronomia da Bahia. Localizados lado a lado, o Origem e o Gem podem ser aproveitados na mesma noite. Comece com um drink no minibar Gem, com carta assinada por Izadora Fornari, a Isadinha, que, assim como o menu dos chefs, prioriza matériaprima baiana. Entre os drinks autorais, impossível não se apaixonar pelo Senhor do Bonfim, de vinho do porto branco, mel de cacau, campari e ervas, lindamente decorado com uma fitinha. Para começar, a sugestão é o snack de costelinha suína, tarê, saladinha de chuchu, pimenta dedo de moça, amendoim e gergelim. Depois siga para o restaurante – e surpreenda-se com o menu degustação em 14 etapas montado diariamente de acordo com a sazonalidade dos ingredientes. Neste ano, conquistou a 52ª posição na lista Latin America's 50 Best Restaurants. Em outro endereço, localizado no Horto Florestal, o Ori tem opções tanto de carne quanto de frutos do mar. Vale a pena saborear a carne de sol com pirão de leite e tropeiro de cuscuz. E como a expertise de Lisiane é a confeitaria, não deixe de degustar alguma sobremesa. Seja qual for a sua escolha, será uma explosão de sabores. @restauranteorigem | @minibargem | @orisalvador

Se for de paz, pode entrar

Rua Alagoinhas, 33, no boêmio bairro do Rio Vermelho. Azulejos identificam o endereço, com dois corações entrelaçados com os nomes "Zélia" e "Jorge". A Casa do Rio Vermelho. Foi ali que o casal de escritores Zélia Gattai e Jorge Amado viveu. Hoje, a casa-museu é aberta ao público para conhecer mais da história e obra da dupla. Um lindo jardim dá as boas-vindas. A casa tem clima de veraneio, cheia de referências artísticas e a cara dos donos. Quadros, artesanato, cores, esculturas, muita arte, roupas, objetos pessoais. Incontáveis cantos têm azulejos, como a escada de mosaicos, ideia da arquiteta Lina Bo Bardi. É uma viagem no tempo ler as cartas trocadas entre Zélia e Jorge com amigos. Vídeos dão ainda mais vida ao espaço: seja a cozinheira Dadá ensinando uma receita (que você pode receber por e-mail) ou personalidades lendo trechos de livros de Jorge. Antes de ir embora, ou no meio do passeio, a cafeteria é um convite para tomar um café e aproveitar o clima da residência. Tudo ali é tão vivo que apreciar a vista com a xícara em mãos é se perder na imaginação e, por um segundo, imaginar o casal chegando para compartilhar a mesa com você. "Na Europa me chamam de mestre, mas é caminhando pelas ruas de Salvador que me sinto à vontade", dizia Jorge Amado. Passeio imperdível. @casadoriovermelho

volta pelo local para conhecer um pouco mais da história da Bossa Nova por meio de objetos e textos de Vinicius, como violão e a máquina de escrever. Se der sorte, a Suíte Vinícius estará desocupada e poderá ver o quarto onde o artista costumava dormir, com fotos e objetos originais. Uma ótima opção para “passar uma tarde em Itapuã…” @casadivinabahia | www.casadivinabahia.com.br

Uma tarde em Itapuã

À beira-mar, o suntuoso farol de 21 metros de altura pintado de vermelho e branco é um dos cartões-postais de Salvador. Atravessando a rua, o destino é a Casa di Vina. Na parede logo na entrada, um convite emoldurado: “O ninho está pronto. Fica no Jardim Encantamento, Farol de Itapoan”, assinado pela atriz baiana Gessy Gesse e pelo poeta carioca Vinicius de Moraes. Foi ali que o poetinha viveu nos anos 1970. Hoje, a casa é um hotel e abriga um restaurante aberto ao público. Antes de sentar para saborear as delícias do menu – destaque para o Risoto de Caipirinha, com camarão, alcaçuz, limão, hortelã e cachaça – vale uma