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CARANDÁ Revista do Curso de Letras do Câmpus do Pantanal – UFMS Corumbá, MS, maio 2011, n. 3, p. 301

PALAVRA E SILÊNCIO EM LUIZ VILELA Wania de Sousa Majadas 1

A CABEÇA Luiz Vilela Cosac & Naify 132 p.

Não sei onde li ou ouvi a frase com que inicio mais essa leitura da obra de Luiz Vilela. Sei que é uma frase recente (e não está relacionada a texto dele; talvez nem esteja relacionada a um texto literário, pode ser a um autor musical, ou a um artista plástico), porque até há bem pouco tempo eu não a conhecia. Mas agora preciso dela. Ei-la: ―Um toque de recolher impõe-se à recepção de‖ um texto de Luiz Vilela. O ―toque de recolher‖ guarda em sua história o simulacro do silêncio; da presença que se torna ausência; da voz que se cala; dos olhos que se fecham; ou da vigília que mantém o espírito alerta e as palavras recolhidas. Em minha primeira leitura de cunho acadêmico da obra de Luiz Vilela, em 1992, quando movimentei os seus dez livros publicados de 1967 a 1989 em diálogo compassivo e apaixonado, já adiantava, logo na apresentação:

1

Wania de Sousa Majadas é doutora em literatura, tendo publicado os livros O diálogo da compaixão na obra de Luiz Vilela (2000; 2. ed., 2011) e Silêncio em prosa e verso: minério na fratura das palavras (2007). Esta resenha, escrita em 2002, assim que a coletânea A cabeça foi lançada, permanecia inédita até o momento.


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