TCC arqurbuvv - Economia Criativa no Sítio Histórico da Prainha Vila Velha - ES.

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Izabella Sueli Neves Gorini 2019


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AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por ter me proporcionado força e sabedoria ao longo desses anos. Agradeço à minha família, por estar sempre ao meu lado me encorajando a prosseguir e nunca desistir. Em especial aos meus pais, pelo apoio e compreensão nos tempos que estive ausente e por sonharem junto a mim. À minha orientadora Melissa Oliveira, por guiar meus passos desde o início, por todo o aprendizado e dedicação ao meu trabalho. Agradeço ao meu amor, Bryan Maciel, por me ajudar nos momentos difíceis, por me ouvir todas as noites e nunca deixar que eu perca a fé em mim. As minhas amigas, Carolline de Freitas e Marina Barcellos, que me acompanharam e me animaram nos momentos difíceis. E aos professores pelo ensinamento que me passaram e por estarem dispostos a ajudar quando fosse necessário. Muito obrigada!

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RESUMO É chamada de economia criativa todas as atividades que tem como caráter principal o ato criativo e inovador para gerar um produto. Por ter como matéria-prima a própria imaginação e criatividade, a economia criativa é considerada como uma fonte de renda sustentável e econômica. Nessa lógica, a presente pesquisa busca entender o conceito de economia criativa e analisar a viabilidade da implantação de um centro de economia criativa na região da Prainha em Vila Velha/ES. Além de beneficiar a diversidade cultural, a proposta procura incentivar o crescimento da economia criativa e estimular o conceito de integração e inclusão social. A ideia do projeto é contribuir para melhorar a qualidade de vida, trazer serviços culturais e valorização do Sítio Histórico, além de tornar o lugar mais ativo em diferentes horários. A área escolhida se deu pelo potencial histórico e cultural, uma vez que a economia criativa lida com a utilização e preservação do patrimônio cultural, contribuindo para sua valorização. A Prainha, em Vila Velha, é conhecida como o sítio histórico mais antigo do Brasil, pois agrega em seu acervo diversos monumentos e bens tombados. É um lugar único e singular, cada edificação tem sua história, sua característica e sua beleza, além de contar com belíssimas paisagens naturais que se relacionam inteiramente com o sítio. O percurso metodológico do trabalho contemplou revisão bibliográfica, pesquisa histórica e arquitetônica, levantamento fotográfico, execução de mapas do sítio histórico, além de pesquisa sobre o casarão.

Palavras chaves: Economia criativa. Sítio Histórico. Patrimônio. Prainha. Centro de economia criativa.

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - ESQUEMA SOBRE ECONOMIA CRIATIVA. ............................................................................................ 24 FIGURA 2 - SETORES DA ECONOMIA CRIATIVA. .................................................................................................... 25 FIGURA 3 - PROCESSO DE PRODUÇÃO DA ECONOMIA CRIATIVA. ........................................................................ 27 FIGURA 4 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA PRAINHA, VILA VELHA. ........................................................................... 31 FIGURA 5 - LINHA DO TEMPO, HISTÓRIA DO SÍTIO HISTÓRICO DA PRAINHA. ...................................................... 32 FIGURA 6 - AQUARELA: A COLONIZAÇÃO, MARCA O INÍCIO DA HISTÓRIA DO BRASIL. ........................................ 32 FIGURA 7 - FACHADA PRINCIPAL DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, DÉCADA DE 70 E 2018.................. 33 FIGURA 8 - VISTA PARA O CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA PENHA, DÉCADA DE 70 E 2018. ........................ 33 FIGURA 9 - MAPA DE ATERROS E PRIMEIRAS OCUPAÇÕES DO SÍTIO HISTÓRICO DA PRAINHA............................ 34 FIGURA 10 - LEI DE CRIAÇÃO DO SÍTIO HISTÓRICO DA PRAINHA. ......................................................................... 35 FIGURA 11 - MAPA DE POTENCIALIDADES E EQUIPAMENTOS URBANOS. ............................................................ 36 FIGURA 12 - RUA DAS ARTES. ................................................................................................................................ 37 FIGURA 13 - FESTA DA PENHA, CHEGADA DA IMAGEM NO CAMPINHO. ............................................................. 37 FIGURA 14 – ELEMENTOS NATURAIS QUE COMPÕEM A PAISAGEM DO LOCAL. .................................................. 38 FIGURA 15 - MONUMENTOS TOMBADOS E MURO DO 38º BATALHÃO DE INFANTARIA, GRANDE RELEVÂNCIA HISTÓRICA. ................................................................................................................................................... 38 FIGURA 16 - CAMPINHO DO CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA PENHA........................................................... 39 FIGURA 17 - EIXO HISTÓRICO DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO. ........................................................... 39 FIGURA 18 - MUSEU ETNOGRÁFICO, CASA DA MEMÓRIA. ................................................................................... 40 FIGURA 19 -MUSEU E CASA DO PINTOR HOMERO MASSENA............................................................................... 40 FIGURA 20 - NOVO ZONEAMENTO PMVV, 2017. .................................................................................................. 41 FIGURA 21 - MAPA DE ZONEAMENTO DA PRAINHA. ............................................................................................ 41 FIGURA 22 - ÍNDICES URBANÍSTICOS PROPOSTO PELO NOVO PDM. .................................................................... 42 FIGURA 23 - MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO. ............................................................................................ 43 FIGURA 24 - PONTOS COMERCIAIS DA PRAINHA. ................................................................................................. 44 FIGURA 25 - MAPA DE GABARITO. ........................................................................................................................ 45 FIGURA 26 - MAPA DE MORFOLOGIA URBANA. .................................................................................................... 46 FIGURA 27 - MAPA DE MOBILIDADE URBANA. ..................................................................................................... 47 FIGURA 28 - TANQUE E ACENTOS DEPREDADOS, ÁREAS DOS PESCADORES. ....................................................... 49 FIGURA 29 - MOBILIÁRIOS NA PRAÇA ALMIRANTE TAMANDARÉ. ........................................................................ 49 FIGURA 30 - MOBILIÁRIOS NAS PRAÇAS OTÁVIO ARAÚJO E DA BANDEIRA. ......................................................... 49 FIGURA 31 - ESTACIONAMENTO IRREGULAR E PLACAS INDICATIVAS................................................................... 50 FIGURA 32 - LOCALIZAÇÃO DO PALÁCIOS DOS CAMPOS ELÍSEOS......................................................................... 53 FIGURA 33 - VISTAS DO PALÁCIO DOS CAMPOS ELÍSEOS. ..................................................................................... 53 FIGURA 34 - IMAGENS DA DÉCADA DE 60 E 70. .................................................................................................... 54 FIGURA 35 - IMAGENS INTERNAS DO PALÁCIO. .................................................................................................... 55 FIGURA 36 - LOCALIZAÇÃO DA CASA FIRJAN. ........................................................................................................ 56

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FIGURA 37 - VISTAS DA CASA FIRJAN. ................................................................................................................... 56 FIGURA 38 - CONSTRUÇÃO CONTEMPORÂNEA, CASA FIRJAN. ............................................................................. 58 FIGURA 39 - LOCALIZAÇÃO DO TERRENO DA PROPOSTA. ..................................................................................... 61 FIGURA 40 - VIAS QUE DELIMITAM O TERRENO. .................................................................................................. 62 FIGURA 41 - LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO CASARÃO. ............................................................................... 62 FIGURA 42 - IMAGEM DA DÉCADA DE 70 E FACHADA ATUAL DA EDIFICAÇÃO HISTÓRICA. ................................. 64 FIGURA 43 - LINHA DO TEMPO SOBRE A HISTÓRIA DO CASARÃO. ....................................................................... 65 FIGURA 44 – ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS DA FACHADA.................................................................................. 67 FIGURA 45- ESQUEMA DE PATOLOGIAS DA FACHADA.......................................................................................... 68 FIGURA 46 - ESQUEMA CROMÁTICO. .................................................................................................................... 72 FIGURA 47 - SEGMENTOS TRABALHOS DO CENTRO DE INOVAÇÃO. .................................................................... 73 FIGURA 48 - PÚBLICO ALVO PARA A PROPOSTA. .................................................................................................. 74 FIGURA 49 - DIRETRIZES PROJETUAIS. ................................................................................................................... 75 FIGURA 50: FACHADA LATERAL ............................................................................................................................. 78 FIGURA 51 - SITUAÇÃO ATUAL. ............................................................................................................................. 79 FIGURA 52 - PLANTA DE DEMOLIR X PRESERVAR. ................................................................................................. 80 FIGURA 53 - PROCESSO DE CRIAÇÃO..................................................................................................................... 83 FIGURA 54 - FLUXOS INTERNOS. ........................................................................................................................... 84 FIGURA 55 - VISTA PARA O CONVENTO DA PENHA............................................................................................... 85 FIGURA 56 - MOBILIÁRIO....................................................................................................................................... 88 FIGURA 57- PAISAGISMO. ...................................................................................................................................... 89 FIGURA 58 - BRISES. ............................................................................................................................................... 91 FIGURA 59 - ESQUEMA CROMÁTICO. .................................................................................................................... 92 FIGURA 60 - DETALHE DA ESTRUTURA. ................................................................................................................. 92 FIGURA 61 - PROJETO CASARÃO. .......................................................................................................................... 94 FIGURA 62 - 3D CASARÃO...................................................................................................................................... 95 FIGURA 63 - PROJETO PRÉDIO 01. ....................................................................................................................... 100 FIGURA 64 - 3D PRÉDIO 01. ................................................................................................................................. 101 FIGURA 65 - PROJETO PRÉDIO 02. ....................................................................................................................... 108 FIGURA 66 - 3D PRÉDIO 02. ................................................................................................................................. 109 FIGURA 67 - PROJETO PRÉDIO 03. ....................................................................................................................... 116

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LISTA DE SIGLAS

CONDEPHAAT

Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e

Turístico. EAMES

Escola de Aprendizes de Marinheiros do Espírito Santo

FIRJAN

Federação das Indústrias do Estado do Ria de Janeiro

IGVV

Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha

IPHAN

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

IRPH

Inepac e Instituto Rio Patrimônio de Humanidade

MinC

Ministério da Cultura

MTE

Ministério do Trabalho e Emprego

PDM

Plano Direto Municipal

PIB

Produto Interno Bruto

PMVV

Prefeitura Municipal de Vila Velha

RAIS

Relação Anual de Informações Sociais

SEBRAE

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEC

Secretaria da Economia Criativa

ZEIA

Zona de Especial Interesse Ambiental

ZEIC

Zona de Especial Interesse Cultural

ZEIP

Zona de Especial Interesse

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1. INTRODUÇÃO Quem deseja visitar o Espírito Santo tem em mente as belezas paisagens naturais e os atrativos culturais que o local abriga. O município de Vila Velha recebe turistas anualmente, sobretudo no Sítio Histórico da Prainha, um dos mais conhecidos pela sua tradição da Festa da Penha, pelo seu potencial econômico e turístico, sendo um dos Sítios Históricos mais antigo do Brasil, que guarda em si patrimônios e visuais inesgotáveis. O Sítio Histórico da Prainha agrega vários pontos e monumentos históricos que compõe a paisagem cultural do lugar. Um lugar que há muitos anos foi palco de inúmeras transformações e hoje é um berço de história para o município de Vila Velha. Possui lembranças culturais riquíssimas que devem ser preservadas e divulgadas. É um lugar de turismo onde edifícios históricos e belas paisagens se relacionam e se destacam em meio a arquitetura atual. Com paisagens maravilhosas e um sitio histórico marcante e preservado, a Prainha tem recebido cada vez mais atrações, eventos e turistas para o local, com um ótimo espaço que comporta todos os tipos de eventos proporcionados em diversas escalas. A Prainha, em Vila Velha, é conhecida como o sítio histórico mais antigo do Brasil. Além da beleza do lugar, conta com um vasto acervo cultural, onde são encontrados diversos estilos e transformações arquitetônicas. Possui diversas construções históricas, que contam a lembrança de um passado, como a Igreja Nossa Senhora do Rosário, Gruta Frei Pedro Palácios e o Convento Nossa Senhora da Penha, além de dois museus, o Museu Etnográfico, mais conhecido como Casa da Memória e o Museu e Atelier Homero Massena. Estes cinco monumentos históricos localizam-se muito próximos uns dos outros criando uma ambiência adequada para receber visitantes, estabelecendo um roteiro cultural, histórico e turístico. A presente pesquisa está fundamentada pela necessidade de buscar e analisar as possibilidades que contribuem para a promoção do desenvolvimento de um Centro de Economia Criativa e Inovação na região. A proposta além de incentivar o crescimento da economia criativa, estimula o conceito de coletividade e colaboração, levando em conta que a criatividade não está no pensamento isolado, mas sim coletivo. O conceito de Economia Criativa é relativamente novo, portanto, não há uma definição “pronta” e única sobre o termo. Seu estabelecimento como uma disciplina de estudo no Brasil ganhou expressão e relevância a partir dos anos 2000. Em 2012 o Governo Federal criou, por meio

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do Decreto nº 7.743, a Secretaria da Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura. Além disso, nesse mesmo ano criou-se o Observatório de Economia Criativa (OBEC) um local de pesquisas e difusão de dados sobre a economia criativa brasileira (CHEDID, 2017). É chamada de economia criativa as atividades produtivas que têm como processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu valor, resultando em riqueza cultural, econômica e social (POLITIZE, 2017). O que podemos afirmar é que a ideia da Economia Criativa, como o próprio nome diz, é unir economia com a criatividade, possuindo como matéria-prima a própria criação, imaginação e o conhecimento humano. Fazem parte dela atividades como moda, design, arquitetura, publicidade, gastronomia, audiovisual, comunicação, tecnologia e cultura. Os profissionais criativos são uma alternativa à inovação tecnológica para produzir melhor, mais rápido e com qualidade, tanto produtos quanto serviços. Em resumo, a Economia Criativa é uma maneira de criar um produto ou serviço a partir da criatividade, estimulando a geração de renda e a criação empregos, servindo como uma ferramenta para o desenvolvimento econômico e social enquanto promove a diversidade cultural. Nessa lógica, foi elaborado um estudo de potencialidades no Sítio Histórico da Prainha- ES, uma vez que a criatividade vem beneficiando a inclusão, a diversidade cultural e a sustentabilidade. Atualmente, Prainha é conhecida pelas festividades e expressões culturais, com belíssimas paisagens naturais e atrativos turísticos. Esse trabalho propõe a elaboração de um projeto, em nível de estudo preliminar, de um centro de economia criativa no Sítio Histórico da Prainha Vila Velha. Tem como propósito a capacitação, promoção e desenvolvimento dos profissionais e a integração entre a cultura local, a população e o projeto.

1.1 JUSTIFICATIVA A área da intervenção foi escolhida pela sua relevância histórica, cultural e patrimonial, na qual conta com um extenso acervo histórico de diversas riquezas naturais e culturais inexploradas, agregando valor simbólico e contribuindo para o desenvolvimento econômico e cultural, proporcionando qualidade de vida e bem-estar para a população local.

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Sendo assim, a escolha do tema “Economia Criativa” levou em consideração o contexto da região e principalmente sua inserção no Sítio Histórico da Prainha Vila Velha, incentivando a instalação de atividades inovadoras nessa área. A intenção é que o projeto permita que o público vivencie novas experiências, novas tecnologias e tudo que os setores da economia criativa oferecem, num espaço dinâmico que inspire as mentes criativas e impulsione a criatividade e a inovação. Além disso, a utilização do patrimônio cultural também é uma forma de economia criativa, porque contribui para a valorização da cultura e da história de um povo, além de ser fonte de renda para os habitantes locais. Muitos moradores da cidade de Vila Velha não conhecem a importância histórica que o seu Sítio Histórico possui. Com essa iniciativa a população terá a oportunidade de conhecer um pouco mais da história da sua cidade e conhecer o seu passado. Devido a constante mudança da economia nos dias atuais, a inovação e a coletividade, proposto pela Economia Criativa, vem para contribuir na solução de problemas comuns da crise econômica. Oferecem uma resposta rápida e eficaz, estimulando a geração de renda, criação de empregos e contribui para o desenvolvimento de atividades culturais.

1.2. OBJETIVOS GERAIS Projetar um centro de economia criativa no Sítio Histórico da Prainha Vila Velha - ES, com o propósito de capacitação, promoção e desenvolvimento dos profissionais e integração entre a cultura local, a população e o projeto.

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Para que o objetivo geral deste trabalho seja alcançado, serão desenvolvidos os seguintes objetivos específicos: •

Incentivar a economia existente no sítio histórico da Prainha

Capacitar os moradores, contribuindo com o desenvolvimento local;

Incentivar a preservação do patrimônio;

Valorização e promoção de expressões culturais, resgatar a cultura do local atraindo turistas;

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Estimular empreendimentos criativos e impulsionar a inovação em todos os sentidos;

Potencializar o uso da economia criativa através de um centro especifico para o seu desenvolvimento.

1.4. METODOLOGIA •

Pesquisa bibliográfica em livros, artigos e sites para compreender os principais conceitos relativos ao tema;

Estudo da legislação vigente e incidente na área;

Análise de casos de edificações de economia criativa para as tomadas de decisão;

Visita à Casa da Memória e entrevista com pesquisador local;

Desenho e produção de mapas de diagnósticos da área no software arcgis;

Desenho no AutoCad do objeto de estudo;

Produção dos levantamentos do objeto de estudo;

Entrevistas semiestruturadas in loco com usuários e moradores da região;

Levantamento fotográfico in loco;

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O termo “economia criativa”, que terá suas definições mais exploradas no decorrer do trabalho, foi popularizado pelo escritor John Howkins, em seu livro “The creative economy: How people make money from ideas” afirmando que são: Atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico. Pode ser definida como processos que envolvam criação, produção, e distribuição de produtos e serviços, usando conhecimento, a criatividade e o capital intelectual, como principais recursos produtivos (HOWKINS, 2001, pg. 4).

Conforme o Plano da Secretaria Da Economia Criativa define Economia Criativa como: Processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu valor, resultando em produção de riqueza cultural, econômica e social (BRASIL, 2011, p. 22).

Segundo o Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, deixou claro a sua posse na prioridade de desenvolver a economia criativa, Estamos falando de atividades culturais e criativas que tem duplo valor, simbólico e econômico. São baseadas na criatividade humana e tem dimensão cultural porque trazem em si valores, modos de ser e pensar que são próprios da cultura (MUNIZ, 2017).

Simplificando, a economia criativa é todo tipo de negócio criado a partir da criatividade e inovação, porém, para ser um negócio, é algo que precisa gerar valor econômico.

2.1 PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO Ao se tratar da preservação do Patrimônio Cultural, é necessário entender e analisar os conceitos relacionados ao uso dos espaços e sua relevância histórica. Nesse entendimento, vale ressaltar que o estudo do Patrimônio promove a valorização e consagração daquilo que é comum a determinado grupo social no tempo e no espaço. O patrimônio cultural evoca lembranças de um passado comum, assumindo importante significado para a memória coletiva de um determinado grupo, uma identidade social. É um elemento que permite rememorar um fato histórico e contém em si vestígios do passado (TOMAZ, 2010).

Segundo o Françoise Choay monumento é:

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Todo artefato ou conjunto de artefatos deliberadamente concebidos e realizados por uma comunidade humana, independentemente da natureza e das dimensões a fim de lembrar para a memória viva, orgânica e afetiva de seus membros, pessoas, acontecimentos, crenças, ritos ou regras sociais construídas de sua identidade (CHOAY, 2011, pag. 12).

Com isso entendemos que os bens culturais devem manter seu valor histórico e simbólico para as próximas gerações e servir de suporte para a memória coletiva. Muitas vezes, na tentativa de manter e preservar esse bem, acaba-se deixando o bem parado no tempo, sem preservá-lo e conservá-lo (TOMAZ, 2010). Uma forma que pode permitir sua conservação é encontrar um novo uso tendo então uma função contemporânea. Esse também é uma maneira de preservar e assegurar sua importância. O ato de preservar tem como objetivo guardar e conservar o que já existe, levando em consideração a memória e a história dos acontecimentos, ou seja, manter vivo o passado para as futuras gerações, impedindo que se destrua. Ao longo do século XX, percebeu-se a necessidade de preservação do patrimônio. Com isso, surgiram importantes leis que tratam sobre o processo conservação e a preservação do Patrimônio. Umas das recomendações analisadas foram as Cartas Patrimoniais de Veneza, 1964. Através da análise feita nas Cartas de Veneza (1964), consiste em ser o referencial mais forte e utilizado para os procedimentos de trabalhos de conservação de monumentos históricos. Considerando essa análise, as novas intervenções devem ser feitas através de uso de materiais novos e que contrastem em relação a autenticidade do antigo. De acordo com o artigo 2º da Carta de Veneza (1964): Art. 2° - A conservação e a restauração dos monumentos constituem uma disciplina que reclama a colaboração de todas as ciências e técnicas que possam contribuir para o estudo e a salvaguarda do Patrimônio Monumental (CARTA DE VENEZA, 1964, pag. 2).

A carta de Veneza (1964), esclarece o conceito de preservação e manutenção permanente dos monumentos. Tal conservação não pode e nem deve alterar a decoração, aspectos construtivos e disposição dos edifícios, ou seja, deve-se conservar o seu estado de autenticidade. Motivar e valorizar a preservação de um bem patrimonial, é fundamental para a história local. No entanto, os monumentos estão permanentemente expostos às agressões do tempo vivido. Através da análise feita na Carta de Lisboa (1995), pode ser definido como requalificação de um edifício:

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Obras que têm por fim a recuperação e beneficiação de uma construção, resolvendo as anomalias construtivas, funcionais, higiénicas e de segurança acumuladas ao longo dos anos, procedendo a uma modernização que melhore o seu desempenho até próximo dos atuais níveis de exigência (CARTA DE LISBOA, 1995, pag. 2).

Este trabalho propõe a requalificação do Antigo Grupo Escolar da Prainha, Vila Velha, diante do que foi exposto anteriormente. Entende-se que uma forma importante de preservar e conservar a história de um edifício seja por meio da requalificação, ou seja, a reutilização do patrimônio para um novo uso contemporâneo que se encaixe com o cotidiano do lugar. Nas atuações de requalificação, o mais importante é a harmonia entre a preservação das características do edifício e as adaptações necessárias ao novo uso. A aprovação depende do nível de preservação do bem e está sempre vinculada à necessidade de serem mantidas as características que justificaram o tombamento (BONDUKI, 2010).

2.2. ECONOMIA CRIATIVA Atualmente, ao se pensar em novas formas de desenvolvimento que contribuem para o crescimento econômico, o termo Economia Criativa entra em pauta, e será bastante explorado no decorrer deste trabalho. É um dos setores de maior crescimento na economia mundial pois tem a capacidade de impactar de forma positiva a economia global em termos de inovação, produtividade, geração de empregos, conhecimento e identidade cultural. Sendo assim, é uma das áreas mais rentáveis em termos de geração de lucros, empregos e exportação de bens e serviços (NYKO; ZENDRON, 2018). A Economia Criativa está cada vez mais presente em nosso dia a dia, se comparado ao passado, por exemplo, o número de projeto ligados à Economia Criativa aumentaram consideravelmente, pois utilizam atividades com potencial socioeconômico que lidam com a criatividade, conhecimento e informação fornecida por uma fonte inesgotável, a imaginação de cada indivíduo (NYKO; ZENDRON, 2018). Os profissionais envolvidos utilizam a criatividade e a inovação como um ato gerador de um produto voltado para beneficiar as dinâmicas culturais, sociais e econômicas do local a ser inserida. Dessa forma, a economia criativa lida diretamente com a integração entre atividades tradicionais já consolidadas, patrimônio cultural e festividades culturais. Por ter como matéria-prima as ideias, imaginação e a própria criatividade, a economia criativa desenvolve produtos e gera negócios sustentáveis, dando conta de necessidades específicas através de propostas inovadoras (CHEDID, 2017). Sendo assim, essa economia é encontrada

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desde o artesanato rudimentar encontrado nas feiras das cidades, joalherias, artes cênicas e plásticas, áudio visual, música, teatro, cenografia, literatura, publicidade no geral, biotecnologia, entre outros. Não precisa de um investimento alto para iniciar um negócio, já que boas ideias e imaginação são o começo de tudo. Figura 1 - Esquema sobre Economia Criativa.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Os conteúdos produzidos por este segmento, são protegidos por leis autorais, eles contêm elementos de cunho artístico e criativo de um indivíduo ou empresa. Em sua essência, a economia criativa é bastante inclusiva e sustentável. Por isso, esse setor é investido em melhorar a qualidade de vida, além de bem-estar, mais conforto e autoestima para quem a produz (DESCOLA, 2016). Mas afinal, o que é criatividade? A palavra criatividade não tem um significado definitivo, porém, é relacionado com o termo criar, originalidade; qualidade da pessoa criativa, de quem tem capacidade, inteligência e talento para criar, inventar ou fazer inovações na área em que atua (AURÉLIO, 2018). Desta forma, a criatividade pode estar presente em todos os lugares pois não obedece a nenhuma determinação física ou natural. O conceito de “Criatividade” é geralmente definido como um processo mental que envolve a geração de novas ideias, ou a associação de ideias preexistentes; é simultaneamente um ato inventivo e experimental que pressupõe assumir riscos.

2.3. ÁREAS DE ATUAÇÃO A Indústria criativa compreende diversas áreas e é dividida em quatro grandes setores: consumo (arquitetura, design, moda e publicidade), cultura (expressões culturais, patrimônio, artes, música e artes performáticas), mídias (editorial e audiovisual) e tecnologia (pesquisa e desenvolvimento, biotecnologia e TIC) (SEBRAE, 2017). Por ser uma área vasta e com bastante

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atrativos criativos, a economia criativa pode ter baixo custo de investimento inicial, pois, como dito anteriormente, tem como matéria-prima criatividade e inovação. Para um bom desenvolvimento inicial, é importante optar pela busca de parcerias e participar de eventos para novas oportunidades. Figura 2 - Setores da Economia Criativa.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Da mesma forma que a economia criativa é um setor que só cresce, o número de profissões e oportunidades da área também vem crescendo. Tais profissões que participam do segmento costumam ser bastante procuradas por estimularem talentos individuais e buscarem soluções para problemas econômicos (DESCOLA, 2016). Trabalhar localmente pode ser o primeiro passo para um desenvolvimento sustentável na região, pois cria uma afirmação de identidade, dando característica ao local e a sua cultura. A identificação de necessidades locais pode articular uma cadeia produtiva das mais variadas que não só vai ser responsável por montar estruturas como por reativar o comércio local. Pela facilidade de integração entre a economia criativa e as atividades tradicionais, tem surgido novas oportunidades de empregos para profissionais criativos em diversos setores. Em setores vinculados à arte, é crescente o número de oportunidades que estimulam serviços especializados em filmagem, gravações e fotografia, além de artesanatos normais. No setor da comunicação, a especialização vai do atendimento ao público, marketings, criação de sites, entre outros cargos (MORAIS, 2013). Existem também os segmentos vinculados às mídias, que incluem produção de vídeos e jogos, e os sistemas audiovisuais, que também geram inúmeros empregos. Já a publicidade estimula serviços de publicação além de gestão de empresas, propaganda e marketing. Entre os negócios

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ligados ao design, arquitetura, entre outros, estão, por exemplo, as agências e startups, os escritórios técnicos de arquitetura e engenharia e os ateliês de design (MORAIS, 2013).

2.4. CRIATIVIDADE ESTRATÉGICA A economia criativa tem sido reconhecida em diversos países, e consideram como um fator diferencial competitivo e inovador. Empresas tradicionais buscam por pessoas aptas para solucionarem problemas de forma criativa e assim melhorando a qualidade de seus produtos. Aliás, a inovação e a competitividade entre as empresas fazem com que a busca por empreendedores criativos só aumente. Vale ressaltar também que um dos pontos positivos dessa economia é encontrar soluções inovadores para driblar a crise econômica atual. Além da Economia Criativa representar maior participação na economia brasileira, nota-se também que o crescimento da complexidade se dá por conta do desenvolvimento de tecnologias e mudanças no comportamento do consumidor. Isso demonstra que as empresas estão cada vez mais preocupadas em agregar valor a seus serviços (AEVO, 2018). O conceito, que engloba a criação, produção e distribuição de produtos e serviços pautados na criatividade tende a crescer no Brasil, por ser um país com grande diversidade de cultura e gênero. A economia criativa passou a ser oficialmente institucionalizada no começo de 2011 com a formação e inauguração da Secretaria da Economia Criativa (SEC), integrante do Ministério da Cultura (MinC). Dessa forma, tem como grande desafio formular políticas culturais que atendam todas as demandas, transformando a criatividade e diversidade do povo brasileiro em riqueza, qualidade de vida e cidadania (BRASIL,2011). Figura 3 - Processo de Produção da Economia Criativa.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

De acordo com o mapeamento do Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) sobre as Industrias Criativa no Brasil, entre 2013 e 2015, períodos de grande

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retração da economia nacional, a área criativa foi a menos impactada. Enquanto setores viam seu espaço diminuir, a criatividade foi responsável por crescer sua participação no PIB de 2,56% para 2,64%. Isso representa R$ 155,6 bilhões para a economia do país (FIRJAN, 2016). Segundo os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é uma economia que não gera apenas receita, mas também é importante pela sua demanda de empregos, cerca de 9% dos empregos formais no país, e oferece uma renda salarial média de R$ 2.293,64 (BRASIL, 2011). Mas como já dissemos, intuito é incentivar cada vez mais a vida cultural dos brasileiros, dando evidencias a cultura do local, patrimônios culturais, inclusão social, sustentabilidade, diversidade cultural e inovação.

2.5. PRAINHA CRIATIVA Por ser um Sítio Histórico, a Prainha pode se tornar um polo para os setores de turismo e economia criativa, para a promoção e divulgação das riquezas culturais e potencializar a economia criativa do local, tornando-a referência em turismo, cultura e berço histórico com seus diversos patrimônios. A presidente da Associação Empresarial de Vila Velha, Cristal Carvalho, afirma que, o projeto de melhorias vai contribuir para o desenvolvimento da região: O objetivo é valorizar esse local que faz parte da história do Espírito Santo, resgata, desenvolver essa região de forma sustentável, com um olhar muito cuidadoso. (VITÓRIA, 2018).

O secretário Saturnino de Freitas Mauro afirma que o projeto tem como foco o fortalecimento das atividades econômicas na Prainha: Acreditamos que a Prainha possa ser uma região para incentivar a instalação de empresas voltadas para a área de inteligência. (VITÓRIA, 2018).

Prainha tem um vasto potencial cultural e turístico, e se explorado corretamente, poderá progredir economicamente. Atualmente Prainha conta com um principal polo de economia criativa, a Rua das Artes. É um movimento cultural e turístico que ocorre mensalmente na praça do Sítio Histórico da Prainha, em Vila Velha. O evento reúne exposições e contam com barraquinhas de petiscos, artesanatos e muita música, sendo um palco para a expressão artística formada por um grupo de mais de 40 expositores.

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O objetivo da Rua das Artes é incrementar o turismo religioso, além de propagar e incentivar as produções de artistas da região, tornando-se um importante espaço de exposição das obras para o público. A Rua das Artes tem o apoio da Prefeitura de Vila Velha, do Governo do Estado e do Sebrae-ES (ES, 2018). Entrevistas com moradores do bairro afirmam que o projeto Rua das Artes trouxe uma vida cultural que faltava na Prainha, além de qualidade de vida, bem-estar, turismo e movimento durante o dia. “Este é o projeto que nós queremos. O importante é darmos prioridade a implantação da economia criativa, o exemplo disto é o projeto Rua das Artes que incentiva a criatividade dos artistas”, finalizou Manoel Góes, morador e presidente do IHGVV (PMVV, 2018). Outra fonte de economia criativa encontrada na Prainha, é o comércio de artigos religiosos encontrados no início da ladeira de acesso do Convento da Penha. É um tipo de comércio local onde os próprios donos fabricam seus artigos religiosos, como quadros, pinturas, camisas e acessórios. Tais comércios atraem visitantes e moradores de Vila Velha, pois o que é comprado nestes locais remete a lembrança de uma riqueza cultural. O coordenador, Fernando Dória Porto, afirma que será possível a inclusão de um capítulo sobre o tema no Plano Diretor Municipal (PDM) e que será um grande avanço para novos empreendimentos e novas mentes criativas (PMVV, 2018).

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3. CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL 3.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO O Sítio Histórico da Prainha está localizado no município de Vila Velha, no estado do Espírito Santo. Apesar de hoje ser conhecida pela população como um bairro, de acordo com a Prefeitura de Vila Velha a região está situada no Bairro Centro. O perímetro da área de estudo é estabelecido entre o Morro do Convento da Penha, Morro do Cruzeiro da Prainha, o Morro da Ucharia e o Morro do Inhoá, limitando-se ao norte pela Baía de Vitória e ao sul pela Avenida Castelo Branco, de acordo com o mapa abaixo. Figura 4 - Mapa de localização da Prainha, Vila Velha.

Fonte: Elaborado pela autora a partir do IJSN e PMVV, 2018.

A escolha da Prainha para a proposta foi definida primeiramente por possuir uma área de alta densidade histórica e cultural com um rico acervo histórico formado pelo Convento da Penha e a Gruta do Frei Pedro Palácios, Igreja do Rosário, Casa da Memória, Museu Homero Massena e as edificações históricas com interesse de preservação. Além disso possui um potencial econômico explorado por comércios e bares locais, feirinhas de artes, comércio de artigos religiosos no início da ladeira de acesso do Morro do Convento da Penha e a pesca tanto artesanal quanto comercial.

3.2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO SÍTIO O nome Prainha nasceu do hábito carinhoso dos moradores de chamá-la desta forma, devido à pequena enseada existente ali. O Sítio Histórico é caracterizado por uma área de enorme importância para a configuração da cultura do povo capixaba. As edificações do espaço ainda

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marcam diversos períodos do local até a contemporaneidade e seus usos variam desde misto ao institucional. Figura 5 - Linha do tempo, história do Sítio Histórico da Prainha.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Trata-se de uma enseada onde aportaram com a sua Nau Glória, em 1535, as embarcações de Vasco Fernandes Coutinho, primeiro donatário da capitania do Espírito Santo e responsável pela primeira manifestação colonizadora do estado, montaram sua primeira colônia no local próximo ao mar, uma vila (VIEIRA, 2012). Figura 6 - Aquarela: A Colonização, marca o início da história do Brasil.

Fonte: Morro do Moreno, 2018.

Construíram, logo após a sua chegada, um templo a beira mar, a então Igreja do Rosário, tombada pelo IPHAN em 1950, a primeira igreja católica do Espírito Santo (VIEIRA, 2012). Foi erguida acima do nível do mar para que pudesse ser observada da Baía de Vitória, formando assim um eixo visual que perdura quase sem obstáculo até os dias de hoje. A partir desse ponto central que toda a vila se desenvolveu urbanisticamente.

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Figura 7 - Fachada principal da Igreja Nossa Senhora do Rosário, década de 70 e 2018.

Fonte: IJNS e acervo pessoal, 2018.

Outro local marcante da Prainha é o Convento da Penha, construída em um penhasco pelo Frei Francisco Pedro Palácios em 1558, hoje é considerado um dos santuários mais antigos do Brasil, tombado pelo IPHAN em 1943 (VIEIRA, 2012). Hoje em dia representa o maior símbolo religioso do estado, sendo visitado por diversos turistas e pela população local. Nele é realizado um dos maiores eventos do estado, a Festa da Penha. Figura 8 - Vista para o Convento de Nossa Senhora da Penha, década de 70 e 2018.

Fonte: Morro do Moreno, 2017.

O Convento da Penha e a Igreja do Rosário marcam a importância do perfil religioso, enquanto as construções antigas de diversas épocas e estilos como a Casa da Memória, o Museu Homero Massena e a antiga casa da família Shalder, conhecida como a casa amarela, ressaltam o perfil habitacional e a importância do Sítio Histórico. Por ter sua localização limitada entre morros e mares, o crescimento e ocupação da Prainha foi se expandindo para o interior suprindo as necessidades da população, e assim o local foi passando por diversas mudanças ao longo do tempo sendo descaracterizada da sua forma original.

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O primeiro aterro ocorreu em 1912, feito para a implantação de um bonde elétrico, o que modificou de forma intensa o traçado local, aumentando o raio de curvatura e assim a primeira invasão ao mar (SANTOS, 2015).

O segundo aterro ocorreu na década de 50, com o objetivo de implantar a escola de aprendizes de Marinheiros - EAMES.

O terceiro aterro ocorreu entre 1951 e 1954, durante o governo de Getúlio Vargas, para a construção da Avenida Beira Mar e quebra mar (SANTOS, 2015).

O quarto aterro ocorreu em 1970, feito para a construção do Parque da Prainha, foi um dos maiores aterros causando maiores impactos e descaracterização do sítio, destruindo a primitiva Enseada da Prainha, onde o uso da população era para lazer e fim de tardes na praia (SANTOS, 2015). Figura 9 - Mapa de aterros e primeiras ocupações do Sítio Histórico da Prainha.

Fonte: Elaborado pela autora a partir do IJSN e PMVV, 2018.

As demais transformações da região também incluem o acréscimo de novas construções com relevância histórica e cultural, sendo que a Prainha conta atualmente com uma grande quantidade de bens tombados pelo IPHAN.

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Graças à relevância histórica, cultural e religiosa do local, em 2015 a Prefeitura de Vila Velha, durante a candidatura do prefeito Rodney Miranda, sancionou uma lei que transformou a Prainha em Sítio Histórico, Projeto de Lei nº 044/2015, cujo objetivo é preservar o patrimônio cultural, religioso histórico e paisagístico da região, além de incentivar também o crescimento do turismo no local, visto que o mesmo abriga diversas edificações históricas datadas pelo estilos diferenciados (PMVV, 2015). Figura 10 - Lei de Criação do Sítio Histórico da Prainha.

Fonte: PMVV, 2015.

3.3. POTENCIALIDADES E USOS DA PRAINHA Com paisagens maravilhosas e um sítio histórico marcante e preservado, a Prainha tem chamado cada vez mais atrações, eventos e turistas para o local, com um ótimo espaço que comporta os tipos de eventos proporcionados em diversas escalas. Foi feita uma análise do que já existe no local afim de potencializar e ajudar nas tomadas de decisão.

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Figura 11 - Mapa de Potencialidades e Equipamentos Urbanos.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas visitas in loco, 2018.

Além de eventos religiosos, shows, artes, gastronomia, entre outros, a prefeitura tem participação na organização, como também existem formas de engajamentos proporcionado pelos moradores da Prainha, a maioria no Parque da Prainha, como feiras de legumes, recreação de escolas primárias, uso do campo de futebol, entre outros. Por sua arquitetura, paisagens e história, a Prainha atrai diversos artistas plásticos e artistas em geral, que buscam, através do trabalho, resguardar as características peculiares do local. Atualmente, um dos eventos culturais que se encontra em destaque no local é a Rua das Artes, que tem como principal objetivo divulgar as riquezas culturais de Vila Velha e potencializar a economia criativa. É uma feira de artigos artesanais que acontece uma vez no mês, combina arte,

artesanato, cultura, gastronomia e música, itens extremamente valorizados pela maioria dos moradores da região.

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Figura 12 - Rua das Artes.

Fonte: Divulgação PMVV, 2018.

É importante destacar que ocorrem outros eventos durante todo o ano, como exemplo pode-se citar a Festa da Penha, começando no Convento da Penha e termina no Parque Prainha. É um evento já consolidado há anos, e acontece durante vários dias entre os meses de março e maio e reúne inúmeros eventos, dentre eles destacam-se as missas e romarias, atraindo milhares de fiéis e turistas. Figura 13 - Festa da Penha, chegada da imagem no campinho.

Fonte: Gabriel Lordêlio, A Gazeta, 2017.

Outro potencial de grande valor são os elementos naturais que compõem a paisagem do local, como o mar e os morros. A maré além de ter como visual os barcos pesqueiros, a Baía de Vitória e a ponte, ela traz movimento diário ao local com o mercado de peixes artesanal e comercial. Os morros, além de possibilitar diversos ângulos para o Convento da Penha, é uma área que pode ser utilizada para passeios turísticos de modo que o usuário aprecie melhor os visuais existentes de Vila Velha.

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Figura 14 – Elementos naturais que compõem a paisagem do local.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

A Prainha abriga monumentos tombados de grande relevância histórica como o Convento da Penha, a Igreja do Rosário, a Casa da Memória, o Museu Homero Massena, Forte Francisco Xavier e as casas de interesse de preservação, além do 38° Batalhão de Infantaria e a Escola de Aprendizes-Marinheiro do Espírito Santo. Todos esses elementos fazem com que a prainha se torne um local muito atrativo e de grande potencial, podendo gerar um circuito histórico cultural na área, promovendo dessa forma mais visitações que podem contribuir imensamente para a preservação da memória do local. Figura 15 - Monumentos tombados e Muro do 38º Batalhão de Infantaria, grande relevância histórica.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

Considerado como um marco visual e um dos cartões postais do Espírito Santo, o Convento da Penha é uma das maiores potencialidades, pois atrai milhares de fiéis e turistas durante o ano todo. Além de seu valor histórico e arquitetônico, possui grande valor afetivo, sobretudo religioso. Portanto, é um ícone que deve ser preservado e valorizado da melhor maneira possível. É um dos santuários mais antigos do Brasil, construído em um penhasco possibilitando diversos visuais para Vila Velha e Vitória.

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Figura 16 - Campinho do Convento de Nossa Senhora da Penha.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

Já o eixo histórico da Igreja do Rosário, também atrai fiéis devotos e turistas pelos eventos elaborados nas praças, como a produção de tapetes de Corpus Christi e as festas juninas. É um monumento de grande importância histórica, pois foi a primeira igreja a ser construída na Prainha. Figura 17 - Eixo histórico da Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

A Casa da Memória é um espaço público com um vasto acervo que conta a história da colonização do local através de fotos antigas, bandeiras, estatuas de personagens históricos, jornais, revistas, dentre outros documentos sobre a região da Prainha e Vila Velha.

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Figura 18 - Museu Etnográfico, Casa da Memória.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

O museu Homero Massena, é a antiga residência de Homero Massena e sua esposa Dona Edy Massena, um pintor que trouxe técnicas e grandes referências para o Espirito Santo. O interior do museu busca reconstituir o ambiente em que ele trabalhou e viveu com varanda, sala, atelier, quartos, cozinha e banheiro. O espaço conta com os livros, pincéis e um quadro não acabado do autor. Figura 19 -Museu e casa do pintor Homero Massena.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

Como destacado anteriormente, o Sítio Histórico da Prainha possui muitos potenciais de interesse histórico e precisa de cuidados para manter-se, uma vez que os presentes bens passam por um processo de degradação física e alterações, que contribuem para a descaracterização do lugar.

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3.4. ZONEAMENTO URBANO Ao tratar sobre o Sítio Histórico da Prainha usou-se como fundamentação o comparativo a 5ª minuta de projeto de lei de 22/11/2017, o futuro Plano Diretor Municipal de Vila Velha (PDM VV). Área de estudo está inserida dentro de três zonas, os morros da Prainha na Zona Especial de Interesse Ambiental - B (ZEIA - B), o resto do sítio na Zona de Especial Interesse Cultural A (ZEIC - A) e o Parque da Prainha na Zonas de Especial Interesse Público (ZEIP). Figura 20 - Novo zoneamento PMVV, 2017.

ZONEAMENTO PDM VV 2017 ZEIA - B

ZEIC - A

ZEIP

Art. 90. As Zonas de Especial Interesse Ambiental são parcelas do território municipal, de domínio público ou privado, onde é fundamental a proteção e a conservação dos recursos naturais, com sua adequada utilização visando à preservação do meio ambiente (PDM, 2017, pg: 50). Art. 93. A Zona de Especial Interesse Cultural constitui-se de áreas destinadas à proteção do patrimônio histórico, cultural e natural, com o objetivo de garantir a proteção e valorização dos bens existentes (PDM, 2017, pg: 51). Art. 100. As Zonas de Especial Interesse Público são áreas do território municipal, de propriedade ou interesse público, onde é fundamental a manutenção e qualificação dos espaços livres de uso público ou voltados à implantação de equipamentos públicos (PDM, 2017, pg: 54).

Fonte: PDM de Vila Velha, 2017.

Figura 21 - Mapa de zoneamento da Prainha.

Fonte: PMVV, alterado pela autora, 2018.

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Observando as diretrizes de cada uma, pode-se dizer que há maior coerência quanto à real situação dos locais, porém ainda permanece uma lacuna quanto ao tratamento das características individuais do Sítio Histórico da Prainha. A preocupação com o patrimônio histórico, cultural e natural é evidenciada e surge, agrupado à preservação, o incentivo a recuperação e aproveitamento de imóveis não utilizados ou subutilizados. Aliado aos seus objetivos há índices urbanísticos mais restritivos, mantendo o gabarito das edificações mais baixo, preservando assim o visual para o Convento da Penha. Figura 22 - Índices Urbanísticos proposto pelo Novo PDM.

ÍNDICES URBANÍSTICOS ZEIC - A

CA BÁSICO

AFASTAMENTO FRONTAL

ALTURA

GABARITO

TO%

TP%

1,5

3,0m

8,0m

2 pav.

70%

10%

Fonte: PDM de Vila Velha, 2017.

Além disso está proposto para a Prainha de Vila Velha um capítulo sobre a economia criativa que visa a preservação e valorização das edificações com densidades históricas e Sítio Histórico, apoiar as pequenas empresas e criar oportunidades de trabalho e renda, além de fortalecer atividades de turismo. Art. 37. O Município de Vila Velha, através do Plano Municipal de Desenvolvimento Econômico sustentável, promoverá o desenvolvimento da economia criativa e sustentável mediante planos, programas, mecanismos e ações que fomentem a formulação, a implementação e a articulação das ações relacionadas ao ciclo de criação, produção, comercialização e distribuição de bens e serviços tangíveis e intangíveis oriundos da criatividade humana e da aplicação de capital intelectual (PMVV, 2017, pg: 31).

3.5. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO A análise de uso e ocupação do solo é de grande valor, pois ajuda a compreender como os espaços são utilizados e distribuídos pela região. O levantamento foi realizado in loco, considerando o uso residencial, comercial, serviço, institucional, religioso e misto, além de parque, espaços vazios ou sem uso.

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Figura 23 - Mapa de uso e ocupação do solo.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Ao analisar o uso e ocupação do solo da Prainha, pode-se afirmar que a maior parte é de uso residencial e alguns pontos de comércio local e uso misto sendo concentrado principalmente em frente às praças do eixo histórico e nas imediações do acesso ao Convento da Penha, onde é possível encontrar especialmente produtos artesanais e artigos religioso. É importante destacar também, que o terceiro tipo de uso com maior área é o institucional e religioso que carregam em si a sua formação histórica, uma vez que a Prainha era o centro político e religioso da cidade de Vila Velha. Poucos lotes estão vazios, e devem ser pensados antes de serem construídos por conta da vista privilegiada do Convento da Penha, nota-se também a presença de alguns lotes sem uso, fato resultante da desvalorização do lugar em relação as novas centralidades. A orla do Parque da Prainha é um espaço livre de uso público destinada a eventos sazonais como a Festa da Penha e é composta por uma pequena faixa de areia ocupada pela atividade pesqueira.

Figura 24 - Pontos comerciais da Prainha.

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Fonte: Acervo pessoal, 2018.

3.6. GABARITO A análise dos gabaritos na região em estudo é fundamental, pois a Prainha apresenta diversos patrimônios históricos, paisagens naturais e vistas privilegiadas para o Convento da Penha, marco visual do estado. Para esta análise, foram feitas comparações in loco com as edificações de acordo com a lei de preservação do cone visual, lei da criação do Sítio Histórico e com o Plano Diretor Municipal de Vila Velha, o qual cita sobre a preservação dos patrimônios edificados.

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Figura 25 - Mapa de gabarito.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

A análise da área constata que o gabarito de grande parte das edificações respeita a volumetria original do local, que oscila entre um e dois pavimentos. No entanto, verifica-se também, a existência de edificações de três, quatro e até mais de quatro pavimentos distantes do cone visual e que estão em desacordo com as Leis. Apesar da predominância de gabaritos reduzidos, o adensamento dos lotes dificulta a visibilidade das edificações de tendência histórica, com interesse de preservação, pois grande parte das edificações não possuem afastamento adequado.

3.7. MORFOLOGIA URBANA O Sítio Histórico da Prainha possui em sua maioria uma topografia plana e regular, na área central próximo ao eixo histórico, o que possibilita traçado regular da malha viária. Nas áreas próximas ao morro do Convento da Penha e da Pedra do Inhoá, a topografia é irregular formando aclives que resultam em uma malha viária mais orgânica.

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Figura 26 - Mapa de morfologia urbana.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

As quadras da Prainha se configuram em formas diferentes. Tendo como referência o eixo histórico, é possível observar que os quarteirões a leste da Igreja Nossa Senhora do Rosário possuem formas regulares e são mais densos. Nas áreas próximas ao Convento da Penha, o quarteirão modifica a sua forma se adequando a tipologia mais orgânica do solo. A oeste da Igreja do Rosário os quarteirões tomam formas mais orgânicas, devido a aclives do solo original. Nessa área, predominam lotes mais irregulares, com edifícios em sua maioria residenciais. A sul da Igreja do Rosário, os quarteirões são regulares e há predominância de vazios. Pode-se observar que os lotes em sua maioria são estreitos, possuem testada reduzida e grande profundidade, com edifícios localizados na área frontal do lote, ocasionando vazios e pátios internos. É importante destacar também que existem edificações no próprio parque e no entorno das encostas dos morros, estando assim em desacordo com o PDM de Vila Velha. Além disso, é possível perceber que os edifícios sem afastamentos frontais e laterais, onde possui maior adensamento, têm sua localização próxima ao eixo central da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e a entrada do Convento da Penha. Em sua maioria são conjuntos

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arquitetônicos do século XX, alguns possuem comércios e serviços no térreo. As casas que possuem afastamentos, são casas mais contemporâneas e que começam a seguir o PDM proposto na época.

3.8. MOBILIDADE URBANA Conforme o mapa, serão destacados e analisados os fluxos de veículos, ciclistas, transporte público e pedestres. Em relação ao fluxo de automóveis, foram classificados em três grupos, fluxo principal, fluxo secundário e fluxo local. Figura 27 - Mapa de mobilidade urbana.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Conforme analisado no mapa, o fluxo principal ocorre nas vias Antônio Ataíde, Luciano das Neves e Castelo Branco. É caracterizada como fluxo intenso pois interligam o Sítio Histórico com bairros vizinhos. Já o fluxo secundário é distribuído nas ruas Vasco Coutinho, Luiza Grinalda, Vinte e Três de Maio e Beira Mar. São fluxos de acesso interno da Prainha, distribuindo o fluxo principal e direcionando aos monumentos de maior importância histórica.

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Quanto ao fluxo local é caracterizado por vias internas da região com baixo volume de tráfego, sendo utilizadas apenas como circulação de moradores das residências locais. Segundo as entrevistas realizadas in loco, percebe-se que maior parte das pessoas que circulam a região utilizam o transporte coletivo como meio de locomoção para escola, trabalhos e visitas aos monumentos históricos. O fluxo de transporte coletivo circula apenas uma parte do Sítio Histórico afim de causar menor impacto nas edificações históricas. É distribuído nas vias Antônio Ataíde, Vasco Coutinho e Luciano das Neves, passando em frente as praças da Bandeira e Otávio Araújo, onde encontra-se um ponto de ônibus. Atualmente, a Prainha conta com uma estação de BIKEVV na praça almirante Tamandaré, o que incentiva ainda mais o uso de bicicletas. Conforme as visitas realizadas, percebeu-se que o Sítio Histórico da Prainha não possui demarcação de ciclovias, fazendo com que os ciclistas tenham que dividir os espaços com os carros, tornando o passeio perigoso. A concentração deste fluxo se dá nas principais vias, pois elas comunicam com outros bairros da região. Quanto ao fluxo de pedestres, nota-se que acontece nos eixos estruturantes do Sítio Histórico e nas principais vias de acesso ao Convento. Assim como o fluxo de bicicletas, o fluxo de pedestre em sua maior parte se concentra nas ruas junto ao espaço do carro, devido à falta de calçadas regulares.

3.9. MOBILIÁRIOS URBANOS A análise referida foi realizada para verificar se os elementos presentes suprem as necessidades do local, quais as condições de uso e seu nível de degradação. O Parque da Prainha, além de ter uso de lazer e recreações esportivas, conta com a área de comércios com peixarias e feiras de frutas e verduras e recebe anualmente eventos de grande e médio porte. A partir dos estudos realizados no local, percebe-se que a distribuição dos equipamentos urbanos foi feita de forma inadequada, pois possui uma grande aglomeração de lixeiras e poucos bancos situados próximo a orla e próximo a peixaria artesanal. O parque também conta com 2 quadras esportivas, sendo que uma atualmente está inutilizada e a outra utilizada por estudantes da escola Godofredo Schneider.

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Figura 28 - Tanque e acentos depredados, áreas dos pescadores.

Fonte: Moira Indira, 2018.

A praça Almirante Tamandaré é utilizada como um espaço de contemplação e circulação por estar localizada em frente ao Fórum. A praça atualmente conta com lixeiras e bancos, porém não é muito utilizada devido à falta de sombreamento no local o que intensifica o calor e a falta de permanência no local. Figura 29 - Mobiliários na Praça Almirante Tamandaré.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

Já a praça da Bandeira e a praça Otávio Araújo são locais de intensa concentração de pessoa, pois estão localizadas próximos a bares e restaurantes sendo ocupadas por mesas e cadeiras dos estabelecimentos, além de abrigar usuários que utilizam transporte público por estar próxima ao ponto de ônibus. Atualmente as praças contam com bancos e lixeiras, uma banca de jornais e revistas, e uma grande área de sombreamento feito pelas áreas existentes, deixando o local fresco e agradável para a permanência. Figura 30 - Mobiliários nas Praças Otávio Araújo e da Bandeira.

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Fonte: Acervo pessoal, 2018.

Através da análise, foi diagnosticado a falta de lixeiras públicas, acessibilidade e calçadas regulares, o que acaba possibilitando a circulação de pedestres nas vias. Quanto a iluminação, percebe-se a carência de poste para a iluminação pública em toda Prainha, deixando a região insegura durante a noite. É notório a ausência de padronização desses equipamentos urbanos, pois não cria uma identidade característica de cada trecho da área. Percebe-se que a maior parte dos estacionamentos irregulares se concentram no Parque da Prainha, próximos a orla e as peixarias devido ao seu uso. É possível notar que a concentração de vagas regularizadas está localizada nas vias de maior fluxo. Figura 31 - Estacionamento irregular e placas indicativas.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

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4. ESTUDOS DE CASOS O estudo de caso tem como objetivo o entendimento e a reflexão sobre o tema a ser demonstrado pelo estudo preliminar proposto. Neste capítulo foram analisados dois espaços já consolidados, abordando a história e o valor da edificação, os usos, a realidade do local inserido, pontos positivos e negativos e a contribuição o projeto agrega ao local. O primeiro aborda uma restauração de um edifício histórico no Centro de São Paulo sem mudar suas características, porém está situado na atual Cracolândia. O segundo aborda e restauração e um acréscimos de um edifício novo contemporânea sem contrastar com o histórico, no bairro Botafogo no Rio de Janeiro.

4.1. PALÁCIO DOS CAMPOS ELÍSEOS O Palácio dos Campos Elíseos, prédio histórico datado do século XIX, está situado na área central de São Paulo na Avenida Rio Branco. Depois de anos sem ter utilização, o local reabre como um Centro Nacional de Referência em Empreendedorismo, Tecnologia e Economia Criativa, com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Governo Estadual. Figura 32 - Localização do Palácios dos Campos Elíseos.

Fonte: Google Earth, 2018.

O Palácio foi construído em 1899, como residência do cafeicultor Elias Antônio Pacheco Chaves. A residência tornou-se conhecida pelos adornos e decorações antigas, bem como sua inspiração no Castelo de Écouen na França, possui cerca de 4 mil m² e é dividida em quatro andares (SÃO PAULO, 2017). Figura 33 - Vistas do Palácio dos Campos Elíseos.

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Fonte: Eduardo Anizelli, Folhapress, 2017.

O Palácio fez parte de momentos importantes para história paulistana e brasileira, a partir do ano de 1912, a residência passou a ser usada, por mais de 60 anos, como sede do governo estadual. Na década de 70, houve um incêndio que destruiu a cobertura do palácio e alguns espaços da parte interno, sendo assim, palácio passou por 2 restauros e recebeu, na última restauração, adequação às exigências legais de acessibilidade e segurança. Em 1991, o Palácio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) (SÃO PAULO, 2017). Figura 34 - Imagens da década de 60 e 70.

Fonte: Arquivo AE, 2018.

O Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou o Decreto 62.699/2017, autorizando a utilização do espaço pelo Sebrae- SP, de forma gratuita e passa a ser o Centro Nacional de Referência em Empreendedorismo (BOEHM, 2018). O projeto do Centro de Referencias foi desenvolvido de modo a preservar as características arquitetônicas e históricas do local. Tem como objetivo a promoção do desenvolvimento de novos negócios criativos e sustentáveis e o público poderá aproveitar o espaço de forma gratuita (SÃO PAULO, 2018).

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O local abriga espaços de coworking e startups, duas salas para capacitações, salas de reuniões, e a área administrativa do Sebrae-SP, além de fornecer gratuitamente cursos de capacitação e aprimoramento, por meio de palestras e oficinas, em gestão empreendedora voltados a economia criativa. O Palácio conta com uma “Casa Histórica”, um espaço que reproduz, através da tecnologia e audiovisual, o modo que as pessoas viviam em São Paulo no século XIX (SÃO PAULO, 2018). Figura 35 - Imagens internas do Palácio.

Fonte: Rovena Rosa - AGÊNCIA BRASIL, 2017.

Um dos pontos positivos é a idealização de um projeto em um edifício histórico de grande valor para São Paulo preservando suas características originais. Foi escolhido a edificação pela capacidade de suportar diferentes demandas, com diversas atividades de capacitação para novos empreendedores e um espaço de recriação da história de São Paulo através de recursos modernos, preservando a memória social e coletiva. Vale desacatar como ponto positivo o local que foi inserido o Centro de Referencias, pois próximo ao Palácio existem edificações históricas e culturais tombadas, além de museus, estações, praças e monumentos contribuindo para a formação e caracterização da cidade como um polo cultural, esse ponto será um dos objetivos primordiais para a elaboração de um projeto na Prainha Vila Velha. Foi diagnosticado, através de pesquisas, que alguns moradores relatam que um ponto negativo foi a mudança brusca da atividade antiga com a atual, visto que o Palácio foi Sede do Governo por muitos anos. Entretanto, acredita-se que a proposta da nova atividade agrega um grande valor ao bairro, pois existem, próximo ao Palácio, espaços históricos e culturais que incentivam tal uso. Além disso, o projeto poderá contribuir para vitalidade do bairro, afim de transformar a área conhecida como Cracolândia em um polo cultural.

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4.2. CASA FIRJAN Situada na Rua Guilhermina Guinle, o bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, recebe um grande presente, a Casa Firjan. O projeto reabre as portas de uma edificação histórica do século XX, o Palacete Linneo de Paula Machado. A proposta é de um centro destinado a indústria criativa, um espaço que tem como objetivo estimular diversidade e a qualidade de suas produções culturais. Figura 36 - Localização da Casa Firjan.

Fonte: Google Earth, 2018.

Erguido no início do século XX, o Palacete Linneo de Paula Machado foi construído para a família de Guilherme Guinle, um dos maiores industriais do Rio, é uma edificação que representa o crescimento socioeconômico para o Rio de Janeiro. O terreno possui cerca de 10 mil m², com edifício de dois andares com estilo romântico projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, em 1906. É uma construção imponente devido aos atributos arquitetônicos, como pórticos de carruagens, vitrais e mosaicos com folhas de ouro, cada vez mais raro no Brasil, um local de símbolo do poderio de uma família (VIOLA, 2018). Figura 37 - Vistas da Casa Firjan.

Fonte: Casa Firjan, 2018.

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O palacete é um bem tombado em 2005 por duas instituições, o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural — Inepac e Instituto Rio Patrimônio da Humanidade — IRPH, e passou por diversas restaurações sem alterar as características da edificação histórica. A última restauração teve o acréscimo de um edifício contemporâneo sem contrastar a edificação histórica. Além do acréscimo, o casarão conta com duas outras casas históricas geminadas, que também foram restauradas mantendo as características originais, e um belíssimo jardim (VIOLA, 2018). O Complexo da Casa Firjan atende diversos segmentos da economia criativa como Cinema, Teatro, Design, Moda, Web e Televisão, uma vez que a tecnologia e recursos da rede vem crescendo cada vez mais. Uma das referências para a ideia é o Waag Society & Fablab, de Amsterdã e o Space 10, de Copenhague. Tem como objetivo proporcionar a qualificação de novos profissionais, aliados sempre ao tema da inovação, criatividade e a cultura do local (FIRJAN, 2018). As atividades foram divididas por blocos, os blocos históricos funcionam como ambientes de encontro entre líderes de mercado, com debates e palestras sobre a tendência voltada para a indústria criativa. São atividades que respeitam a característica do local (FIRJAN, 2018). Com a edificação contemporânea e sustentável, o edifício novo abriga maior parte das atividades desenvolvidas. Sua implantação foi elaborada de forma a preservar as arvores centenárias do Palacete, criando pátios internos para áreas públicas conectando o interior com o exterior. Nos pátios externos são exibidos exposições culturais, shows e danças, e um cinema ao ar livre projetado na fachada do prédio recém-construído, aproveitando ao máximo a área não construída do terreno. A edificação contemporânea conta também com auditórios, laboratórios, biblioteca, estúdios de áudio e vídeo, estúdio de dança e peças teatrais, além de toda parte educacional (FIRJAN, 2018).

56


Figura 38 - Construção contemporânea, Casa Firjan.

Fonte: Casa Firjan, 2018.

A composição projetual propõe a ênfase de uma edificação organizada e eficiente, com estilo contemporâneo e sustentável. Com isso, a edificação nova conta com recursos captação e reuso de água, teto verde melhorando o conforto térmico da edificação e placas solar para a captação e armazenamento de energia solar. Sua fachada é toda revestida em vidro com baixa incidência solar e brises, o que promove melhor aproveitamento da iluminação natural, além disso, o vidro permite melhor integração exterior com o interior e harmonia com a edificação histórica. Um dos pontos positivos mais marcante na obra, foi a simplicidade e clareza que a edificação nova manteve com o Palacete, na sua composição de formas ortogonais. Nessa composição, o casarão permaneceu como protagonista e ganhou destaque no ambiente em que está inserido. Vale ressaltar que a Prainha é um Sítio Histórico marcante por suas edificações histórica, a proposta do Centro Inovação deverá seguir o caráter de simplicidade sem contrastar com as edificações existentes, como realizado nesse objeto de estudo. Além disso, a nova proposta para atividade manteve a característica tanto arquitetônica, quanto simbólica, visto que a casa foi ocupada por um dos maiores industrialista do Rio. Um dos pontos negativos analisado está relacionado ao local inserido, visto que o mesmo não possui atrativos culturais para complementar a atividade e a cultura do local.

57


58


59


5. LOCAL DE INTERVENÇÃO A implantação do projeto será realizada em uma edificação histórica do início do século XX e um terreno vazio situado ao lado, ambos localizados no Sítio Histórico da Prainha. O terreno possui 1350 m², delimitado pela Avenida Luciano das Neves e a rua Dom Jorge de Menezes. Tem como ponto de referência a Delegacia da Mulher. Figura 39 - Localização do terreno da proposta.

Fonte: Elaborado pela autora, com base no Google Earth, 2018.

A escolha do terreno parte da sua localidade, sendo próximo do eixo comercial local da Prainha, onde são encontrados os comércios mais diversificados como corte e costura. Encontra-se, próximo ao terreno, duas escolas, o Colégio São José na Avenida Luciano das Neves e mais a frente está a Escola Godofredo Schneider, o que contribui para o incentivo dos alunos a crescerem profissionalmente de forma fácil, barata e criativa. O local foi escolhido por ter próximo a ele diversos equipamentos culturais históricos presentes, como a igreja mais antiga do Brasil - a Igreja do Rosário – e o Convento da Penha - com um visual marcante em toda a Prainha -, além dos museus Homero Massena e a Casa da Memória que contribuem para o crescimento da cultura e do turismo no local.

60


Com o desejo de estimular e consolidar a produção criativa na Prainha, a escolha por um terreno de fácil acesso para os moradores foi primordial. O terreno possui uma via estruturante com grande fluxo, que comporta tal demanda de atividade. Tal avenida representa alta conectividade com o restante da cidade, pois é uma via que conecta bairros vizinhos e além de possibilitar o uso do transporte coletivo Figura 40 - Vias que delimitam o terreno.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

A escolha da edificação histórica se deu, além do seu valor histórico, pela lembrança de que a mesma um dia já foi a primeira instituição de ensino da Prainha, e hoje, o local ajudará no ensino de novas mentes criativas.

5.1. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO Figura 41 - Levantamento fotográfico do casarão.

61


.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

62


5.2. HISTÓRIA DO CASARÃO No início do século XX, Vila Velha contava apenas com escolas de até o primeiro grau. Para conseguirem prosseguir com os estudos, era necessário o deslocamento dos alunos até Vitória, com a consequência de terem que arcar com as próprias despesas de transporte, alimentação e mensalidade, tornando inviável pelas condições financeiras de muitos. Por conta disso, poucas pessoas puderam seguir com os estudos e completar o segundo grau (MORENO, 2013). O casarão foi projetado no início do século XX, na rua Dom Jorge de Menezes, inicialmente como residência particular dos professores. Em 1931, passou a ser a primeira escola pública mista da Prainha, Grupo Escolar Vasco Coutinho (MORENO, 2013). Figura 42 - Imagem da década de 70 e fachada atual da edificação histórica.

Fonte: Site Tendas de Vila Velha e acervo pessoal, 2018.

Em 1930, não havendo um local próprio para as aulas, o governo nomeava professores que fossem nas casas dos alunos para o ensino. Neste mesmo ano, o grupo de professores passou a se concentrar em uma pequena casa e recebeu a denominação de Escola Reunidas Vasco Coutinho (MORENO, 2013). Em 1931, uma época repleta de dificuldades, surgiu o grupo escolar Vasco Coutinho, pelo Decreto n° 1.720 de 23 de outubro, com o objetivo de melhorar as condições educacionais de Vila Velha. Com o passar dos anos, o casarão passou por melhorias na aparência e ampliações de novas instalações para o conforto dos alunos (MORENO, 2013). As aulas eram ministradas em dois turnos, contava com apenas um diretor, o professor Ernane de Souza, e dez professores primários. Internamente era dividida em cinco salas, uma cozinha e sanitários. No final de 1947, a escola Vasco Coutinho marcava o setor educacional de Vila Velha, sendo uma das melhores escolas, contava com mais de 600 alunos e passou a funcionar durante três turnos (MORENO, 2013).

63


Em 1933, foi iniciada a construção do prédio atual, que faz face à Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha. Durante 68 anos, a escola funcionou no mesmo local até ser abandonada no ano 2000. Em 2004, reabre as portas como uma unidade de centro técnico e profissionalizante e passou a se chamar Centro Estadual de Educação Técnica Vasco Coutinho, sendo a primeira unidade estadual voltada para o ensino profissional (COUTINHO, 2014) Figura 43 - Linha do tempo sobre a história do casarão.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

5.3.

ELEMENTOS

ARQUITETÔNICOS,

ESTILO

ARQUITETÔNICO

E

MATERIALIDADE O estilo arquitetônico eclético pitoresco, refere-se aos meados do século XIX e as primeiras décadas do século XX. É a mistura de estilos arquitetônicos históricos, como o clássico, renascentista, neoclássica e outros, para a composição de uma nova linguagem, aproveitando os novos avanços da engenharia e da indústria. Além das misturas de estilos, a arquitetura eclética é caracterizada pela grandiosidade, simetria e riqueza decorativa. O ecletismo pitoresco tem como objetivo criar cenários de aparência natural, fazendo referência a cenas de paisagem em relação a pintura, e possui a estética de chalé romantizado bem marcado.

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Características da casa: •

Alinhamento no lote

Entrada lateral

Frontão

Simetria

Ritmo das janelas

Influência do chalé

MATERIALIDADE •

Fachada argamassada e pintada na cor bege

Frisos em cimento argamassado pintados na cor pêssego

Esquadrias de madeira com grade, ambos pintados de verde bandeira

Telhado cerâmico

5.4. ESTADO DE CONSERVAÇÃO Com base no Manual de Conservação Preventiva para edificações do IPHAN, foram identificadas as seguintes patologias: •

Fissuras nas paredes dos muros

Infiltração nas paredes externas do casarão devido á danos ocorrido nas telhas

Manchas de umidade na base dos muros

Presença de vegetação e sujidade na parte superior do muro

Pichações e grafites no muro da edificação nova, sobretudo no muro do terreno vazio

Irregularidades na calça por conta das raízes das árvores

O método adotado para o levantamento da área de intervenção partiu das visitas realizadas no local e diagnósticos elaborados onde foi possível identificar os aspectos construtivos e as futuras potencialidades, seguindo o princípio de contemporaneidade marcada pela leveza e pela funcionalidade da edificação atual.

65


Telhado cerâmico com duas águas laterais,

influencia do chalé.

Abertura edificação.

para

entrada

na

lateral

da

Janelas em vergas reta, sobreverga em estuque, com

Frontão simétrico, com frisos e detalhes em

duas folhas de madeira com abertura para o interior.

estuque.

Colunas com frisos, base e capitel.

Frontão simétrico, com duas aguas laterais, com ornamentos em estuque.

Colunas com frisos, base e capitel.

Edificação nova do século XXI, fachada com detalhes em brises, telhado de 2 aguas, esquadrias

em

alumínio,

afastamento na testado do lote.

entrada

e


Ruptura na junção da parede com a calçada, mancha recém pintada de cor diferente, fungos e mofos em alguns trechos da parede. Mancha de umidade ascendente. Sujidade, manchas escorridas, fungos e mofos em alguns trechos da parede. Sujidade e pichação em determinados trechos do muro da edificação. Piso e espelho da escada danificados, descolamento da pintura e fissuras no piso.

Mancha de umidade no frontão do casarão devido à danos ocorridos nas telhas.

RRN

FORA


68


69


6. PROPOSTA A elaboração da proposta de um Centro de Inovação na Prainha parte das necessidades observadas no local a partir da pesquisa de campo, desencadeando novos serviços voltados a economia criativa. A ideia do projeto é contribuir para melhorar a qualidade de vida, trazer serviços culturais e valorização do Sítio Histórico, além de tornar o lugar mais ativo em diferentes horários. A proposta de intervenção busca valorizar a casa histórica sem alterar os aspectos da fachada, além de dar finalidade ao terreno que se encontra vazio. A mudança de uso irá contribuir para que ele se torne um equipamento referencial - uma âncora – que irá funcionar como um polo para novas atividades voltadas à economia criativa. Dessa maneira, possa incentivar que as outras casas históricas desenvolvam o mesmo processo, de modo a beneficiar o crescimento de pequenos empreendedores da região.

6.1. INTERVENÇÃO NO CASARÃO O projeto de intervenção se baseia na preservação da fachada histórica, pois a mesma não possui tombamento, mas tem um grande valor de preservação. Serão preservadas a fachada e seus elementos arquitetônicos pré-existentes, a estrutura, bem como a sua proposta cromática, sem descaracterizar seu aspecto histórico do século XX. Poderá ser alterado apenas a parte interna do espaço, com o intuito de tornar o ambiente agradável e confortável com o novo uso. Figura 1 - Esquema cromático.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

70


Pela resolução de tombamento do Sítio Histórico da Prainha, são preservadas a volumetria das construções. Portanto, ao considerarmos uma preservação volumétrica – fachadas e telhado - poderá ser alterada toda a parte interna sem descaracterizar a parte externa, aproveitando as aberturas já existentes.

6.2. PARTIDO DO PROJETO O centro de economia criativa é um laboratório onde acontece as atividades voltadas aos setores da economia criativa, ou seja, toda atividade que tem como matéria prima a criatividade e inovação. Pretende-se criar um ambiente inspirador, atraente e criativo para os olhares e mentes criativas, atendendo diferentes setores da economia criativa como as Artes Cênicas, Artes visuais, Expressões Culturais, Música e oficinas que possibilite a criação de produtos. Figura 2 - Segmentos trabalhos do centro de inovação.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

MÚSICA São formas de expressão artísticas através da combinação de ritmos, melodias e harmonia, emitindo sons e silencio de forma organizada. São fortes expressões culturais do nosso dia a dia, podendo ser trabalhados em atividades coletivas ou individuais. ARTES VISUAIS São formar artísticas de trabalhos manuais para a fabricação de produtos especializado na sua área, seja ela pintura, escultura, elementos decorativos e outros, conhecido atualmente como artesanato

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ARTES CÊNICAS E EXPRESSÕES CULTURAIS São artes desenvolvidas através que performances e expressões contemporânea através do corpo e elementos, são todas as formas de arte que se desenvolvem num palco ou local de representação para um público. A intenção desse projeto é criar um edifício que tenha integração e harmonia com o entorno histórico imediato, um espaço mais livres e humanizados para a inspiração de mentes criativas e incentive a interação de diversos usuários entre os diferentes setores da economia criativa. O Centro de Inovação será destinado a todas as pessoas que querem e buscam saber mais sobre a cultura local e que tenham interesses em novos investimentos no setor criativo. O intuito do local é aguçar ainda mais a capacidade e imaginação das pessoas, não restringindo a nenhuma posição econômica, social ou faixa etária. É um espaço livre e aberto para todos que desejam visitar e que desejam crescer como produtor criativo. Figura 3 - Público alvo para a proposta.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

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6.3. DIRETRIZES PROJETUAIS Figura 4 - Diretrizes projetuais.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Térreo composto por vãos livres e permeáveis

Espaços multifuncionais, flexíveis e integrados

Ambientes que estimule a criatividade

Visibilidades para os cones visuais

Funcionalidade

Uso de ventilação e iluminação natural

Elementos de proteção para o controle de incidência solar nas fachadas

Valorização cultural

73


74


75


7. PROJETO Com base nos estudos realizados e expostos anteriormente, a proposta de requalificação do Casarão propõe a implantação de um Centro de Economia Criativa para o atendimento dos moradores do local e proximidades. Para atender ao novo programa foram propostos três blocos novos com salas de aulas, espaço para leitura e estudo, espaço de entretenimento, lojas colaborativas e coworking, além de um mirante com uma das vistas mais bonitas da Prainha, o Convento da Penha. No casarão antigo foi proposto um bistrô. O projeto conta ainda com uma grande praça central onde poderão acontecer diversas atividades ao ar livre como exposição de artes, espaços para apresentações culturais, feiras de artesanato e aulas ao ar livre.

7.6

CONCEITOS

A proposta para o equipamento é transformá-lo em um marco referencial dentro do Sítio Histórico Prainha, relacionando-se harmonicamente com o cenário do entorno, mas oferecendo uma linguagem própria e moderna. O projeto tem como principal objetivo a conexão do antigo edifício com o novo, com formas contemporâneas. Tem como intenção ressaltar a leveza e delicadeza do casarão, sem criar conflitos visuais. Figura 5: Fachada Lateral

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

76


7.1

SITUAÇÃO ATUAL

Atualmente o terreno do casarão conta com mais 3 casas adjacentes e uma área de 2000 m². Optou-se em adicionar ao terreno do casarão, um terreno vazio de com área de 1350 m². Sendo assim uma área total para o complexo de 3350 m². Figura 6 - Situação Atual.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

77


7.2

INTERVENÇÕES - DEMOLIR E PRESERVAR

Para que a proposta do Centro de Economia Criativa fosse implantada, foram necessárias algumas intervenções no terreno do casarão, respeitando o seu devido grau de preservação. Com base nesta análise, foram identificadas três edificações que não fazem parte da história do século XX, sendo estas, marcadas em rosa como demolir, preservando somente o casarão, o muro e o pátio interno marcados de amarelo. Figura 7 - Planta de Demolir x Preservar.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

78


7.3

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Foi proposto diversos usos e atividades para o centro de economia criativa. AMBIENTES

QUANTIDADES

CAPACIDADE

01

106,73m²

31

Sala multiuso

01

106,73m²

31

Espaço Flexível

01

108,84m²

-

Salas de Aula

04

27m²

11

Banheiros

08

6,08m²

02

Banheiros PNE

04

2,55m²

01

DML

04

2,02m²

01

Área de convívio

01

105,81m²

-

AMBIENTES

QUANTIDADES

CAPACIDADE

Coworking

01

78,90m²

31

Sala de Ngécios

03

8,55m²

04

Sala de Jogos

01

91,74m²

-

Recepção

01

13,85m³

03

03

18,20m²

05

01

108,81m²

-

01

49,25m²

10

Sala de Arquivos

01

5,08m²

01

Sala de Reuniões

01

11,51m²

07

Diretoria

01

11,51m²

03

Mirante

01

104,05m²

-

Banheiros

06

6,08m²

02

Banheiros PNE

03

2,55m²

01

DML

03

2,02m²

01

Área de convívio

01

86,96m²

-

Espaço de Leitura

EDIFÍCIO 01

Lojas Colaborativas Memorial do Estudando EDIFÍCIO 02

Atendimento Rápido

79


EDIFÍCIO 03

AMBIENTES

QUATIDADES

CAPACIDADE

Salas de Aulas

03

25m²

15

AMBIENTES

QUANTIDADES

CAPACIDADE

Recepção/Espera

01

28,54m²

12

Atendimento

01

8,88m²

03

Salão

01

106,20m²

43

Cozinha

01

15,60m²

04

DML

01

5,16m²

01

Banheiros PNE

02

7,18m²

02

CASARÃO

7.4

TABELA DE ÍNDICES ÍNDICES URBANÍSTICOS ZONA

ÁREA DO TERRENO C.A.

AFASTAMENTO

ALTURA

BÁSICO

FRONTAL

MÁXIMA

PDM

1,5

3,0

PROPOSTA

0,55

3,0

ZEIC - A

7.5

3350 GABARITO

TO%

TP%

9,0

2

70

10

9,0

2

42,78

40

PROCESSO DE CRIAÇÃO

Foram desenvolvidos alguns estudos de massa através de maquetes eletrônicas no programa SketchUp. A concepção dos edifícios se deu a partir da brincadeira de formas geométricas simples e puras, criando uma sobreposição de volumes interessante que buscava permitir os melhores visuais e fluxos livres possíveis para o casarão. Cada ângulo do projeto foi pensado através dos visuais marcantes, buscando a melhor relação entre o novo e o antigo. Foram feitas diversas representações e estudos para chegar à proposta ideal.

80


Figura 8 - Processo de Criação.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

81


7.7

FLUXOS E CONEXÕES

A proposta do projeto definiu novas entradas e estruturou novos fluxos internos no projeto A entrada principal é feita pela Avenida Luciano das Neves, pois a mesma tem o maior fluxo de veículos, porém o complexo conta com outras entradas secundárias através da rua Dom Jorge de Menezes. Considerando os aspectos naturais do terreno, como as vegetações existentes e o casarão, foram definidos os principais sentidos de fluxos propostos para os edifícios, de modo a ter maior liberdade na circulação do térreo. Parte do pátio é coberto por uma estrutura de marquise em steel deck com concreto, para vencer vãos maiores, abraçando e interligando a edificação antiga, criando uma conexão entre os edifícios novos e o casarão antigo. Figura 9 - Fluxos Internos.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

82


7.8

TÉRREO

Foram preservados o casarão antigo, parte do muro da edificação, o pátio interno e a vegetação existente. Ao redor do casarão foram propostas três edificações novas para abrigar as salas de aulas, sala multiuso, espaço de leitura, coworking, mirante e um memorial do estudante. A proposta para o casarão é de um bistrô respeitando suas aberturas originais. O complexo conta com uma vasta área aberta, com mobiliários e sombreamento natural através das arvores, que servirá para o convívio de moradores, além de exposições e apresentações diárias. Pela composição dos blocos, foi delimitado os espaços livres para passagem e os espaços permeáveis. Duas marquises de steel deck com concreto abraçam e conectam o novo com o antigo, criando pátios internos com mobiliários e vegetações aromáticas. Figura 10 - Vista para o Convento da Penha.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

83


84




7.9

PROJETO DE PAISAGISMO

PAGINAÇÃO DE PISO Através da paginação de piso, é possível circular todo o complexo de maneira fácil e acessível. A proposta da nova paginação do piso vem com base na ideia de interligar os edifícios e destacar essa sensação de fluidez do térreo. Seu desenho é de malha quadriculada – que faz uma releitura dos muxarabis – elemento arquitetônico muito característico da arquitetura do período colonial. Essa releitura busca dialogar com estilos arquitetônicos pré-existentes na Prainha, além de respeitar as vegetações existentes e as entradas dos edifícios.

MOBILIÁRIO URBANO O mobiliário urbano é distribuído por toda a área do complexo, estes seguem a mesma linguagem do edifício e da paginação. São bancos feitos de madeira e concreto, locados de forma estratégica que contornam o jardim de flores aromáticas, dando uma sensação de conforto e prazer. Além dos bancos, foram locados também postes de iluminação, pois um dos maiores problemas da região é a falta de iluminação e segurança durante a noite. Figura 1 - Mobiliário.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

87


Figura 2- Paisagismo. Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

88


N


7.10 BRISES E FACHADAS Para proporcionar vistas agradáveis, foi necessário voltar as aberturas dos edifícios para o interior do complexo, resultando em grandes fachadas de vidro com baixa intensidade solar por quase toda edificação, para melhor aproveitamento da iluminação natural e visuais. Além disso, o vidro permite melhor integração exterior com o interior e harmonia com a edificação histórica. A partir disso, foi analisado que em todas as fachadas será necessário a utilização dos brises para a proteção solar, para obter um melhor desempenho térmico. Os brises foram pensados, para compor de forma harmônica e leve, a partir da repetição e modulação das aberturas do casarão, dando uma continuidade para o mesmo. As cores foram escolhidas através de uma pesquisa cromática do eixo da igreja do rosário, com cores predominantes e suaves que combinam perfeitamente com o local inserido. Feito de placas metálicas, os brises foram distribuídos por toda a edificação com distância de 1 metro entre si, envolvendo a edificação por inteira, ao mesmo tempo permite visibilidade para o pátio interno, o casarão e o convento da penha.

Figura 1 - Brises.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

90


Figura 2 - Esquema Cromático.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

7.11 ESTRUTURA A estrutura das edificações novas foi pensada de maneira a vencer o máximo de vão livre possível, tornando o seu interior mais fluido e livre de estruturas. Composto por um sistema misto de pilares e vigas metálicas – perfil I – e lajes em Steel Deck, a malha estrutural passa por toda edificação e principalmente no eixo estruturante da edificação, onde se encontra os banheiros, o apoio do mezanino e a caixa d’agua.

Figura 3 - Detalhe da Estrutura.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

91



7.12 PLANTAS E CORTES O CASARÃO A proposta do casarão é de um bistrô, com total de 200m². Seu interior foi pensado através das aberturas existente. A área principal do restaurante – salão com mesas – foi disposta 10 mesas coletivas com capacidade de 43 pessoas. Foi previsto dois banheiros acessíveis, uma cozinha semi-industrial com apoio de um depósito, além de um balcão para atendimento e uma recepção. O acesso ao bistrô é feito pela rua Dom Jorge de Menezes. A entrada e saída é controlada por duas portas laterais existentes, que são característica da época do casarão. Feito uma análise no casarão, foram identificadas três aberturas basculantes que não fazem parte do projeto original do casarão.

Figura 1 - Projeto Casarão.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

93


Figura 2 - 3D casarĂŁo. Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

94


95





EDIFICAÇÃO 01 O edifício conta com dois blocos de dois pavimentos e um mezanino intermediário fazendo a ligação entre eles. Essa edificação apresenta um programa de atividades voltado para o ensino. Encontram-se no térreo uma sala de leitura e estudo com capacidade de 31 pessoas, aberto para o público, uma área para convívio e uma sala multiuso com agendamento de horário. Foi pensado para o mezanino um espaço flexível, conectando os dois blocos e os pavimentos superiores, onde pode acontecer exposições e apresentações internas, além de ter um belíssimo visual para o pátio, o casarão e o Convento da Penha. Para o pavimento superior foram destinadas as salas de aula, com 11 mesas, por ser um local mais tranquilo e pouco fluxo de pessoas. A área molhada foi concentrada em um único local, formando um bloco estrutural para o mezanino e suporte da caixa d’agua, divididos em três tanques de 3000 litros em cada bloco, para não ultrapassar os 9 metros de altura exigidos pelo PDM. O acesso principal para ambos os blocos é feito pela Avenida Luciano das Neves, porém existem dois acessos secundários localizados nos fundos dos blocos, próximos as escadas. Figura 1 - Projeto Prédio 01.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

99


Figura 2 - 3D PrĂŠdio 01. Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

100


101







EDIFICAÇÃO 02 O edifício conta com a sobreposição de formas com dois pavimentos e um mezanino intermediário interligando os blocos. Essa edificação apresenta um programa voltado para o meio corporativo e administrativo. Encontram-se no térreo um espaço para reuniões de negócios e coworking com três salas privadas e um espaço com mesas coletivas e uma área para convívio. Foi proposto uma sala de jogos e entretenimento para lazer e descanso equipada com jogo, sinucas e mesas. Neste mesmo ambiente, foi separado um espaço para a recepção do setor administrativo, tornando o fluxo de pessoas mais restrito. Como anexo lateral, foi pensado, em um bloco único, três lojas colaborativas ligadas através de uma passarela, tornando a Edificação 02 um complexo multifuncional. Serão vendidos nas lojas, artigos produzidos pelos próprios alunos do local. O acesso principal para ambos os blocos é feito pela rua Dom Jorge de Menezes. Figura 1 - Projeto Prédio 02.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

107


Figura 2 - 3D PrĂŠdio 02. Fonte: Elaborado pela Autora, 2019.

,

108


109







EDIFICAÇÃO 03 Para a edificação três, foi proposto um sistema de pele de vidro móvel. Esse sistema permite que as salas de aula possam ser totalmente abertas tornando a aula interativa com o pátio ou totalmente fechada. Nessas salas poderão acontecer diversas atividades, como danças, músicas, artes plásticas entre outras, aproveitando o conforto e a tranquilidades que os jardins podem proporcionar. Sua fachada é toda revestida em vidro com baixa incidência solar o que permite melhor integração exterior com o interior e harmonia com a edificação histórica. Figura 1 - Projeto Prédio 03.

Fonte: 1Elaborado pela Autora, 2019.

115


116



8. COONSIDERAÇÕES FINAIS Baseados nos estudos realizados no desenvolver desse trabalho, é possível concluir que o projeto de um equipamento público vai muito além do edifício em si. Por isso foi preciso elaborar analises para o entendimento do entorno, conhecer o público envolvido, patrimônios existentes entre outras questões que nos levam a elaborar um projeto de dialogue com o meio na qual se insere. Com isso, foi possível criar um equipamento que atenda às necessidades locais e principalmente desempenhe o papel de ensino e cultura. No projeto do Centro de Economia Criativa o entorno – principalmente o eixo da Igreja do Rosário – se relaciona intensamente com a edificação criada através de um novo desenho com a utilização das cores predominantes encontradas no eixo da Igreja do Rosário. Apesar do edifício ter uma escala maior, o mesmo não contrasta com o casarão preservado, aproveitando espaços através da integração dos ambientes e dos diferentes pavimentos, integrando diversas atividades e proporcionando um ganho de variedade e qualidade espacial aos usuários.

118


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AEVO, Equipe - Economia criativa: relevância e potencial para os negócios, 2018 – disponível em: http://blog.aevo.com.br/a-importancia-da-economia-criativa-e-seu-potencialpara-os-negocios/ < acesso em 25 de agosto de 2018>.

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