COHOUSING SÊNIOR
“No final das contas, não são os anos de sua vida que contam. É a vida em seus anos.”–AbrahamLincon.
VILASÊNIOR
Proposta de implantação na cidade de Itajubá consideração o cenário de aumento da longevidade. A proposta é direcionada aos considerados “novos idosos”, pois estes terão suas individualidades respeitadas, favorecendo a sua independência, a sua autonomia, promovendo a interação entre os moradores, algo essencial para um envelhecimento saudável e ativo.
Palavras-chaves: Cohousing, gerontologia, envelhecimento ativo, idoso contemporâneo, itajubá-MG
Os objetivos específicos deste trabalho são:
·Realizar revisão bibliográfica acerca do tema e da evolução do público alvo à medida que a longevidade da população avança.
·Realizar visita ao local de intenção de implantação do cohousing para entendimento do entorno.
·Realizar estudos de mancha para a implantação das habitações individuais e espaços coletivos.
·Elaboração de programa de necessidades adequada ao objetivo da proposta.
·Identificar através de estudos de casos, referências projetuais para serem implementadas à proposta.
·Especificar conceito e partido das habitações, bem como a sua materialidade.
O envelhecimento populacional Pág. 03
Habitações para idosos em Itajubá - MG
Pág. 21
O envelhecimento ativo e o idoso contemporâneo Pág. 05
A gerontologia ambiental Pág. 07
Desenho Universal Pág. 09
Guia Global: Cidade Amiga do Idoso Pág. 11
A habitação da pessoa idosa Pág. 14
O Cohousing Pág. 16
Proposta de Cohousing Sênior em Itajubá - MG
Pág. 23
Conclusão Pág. 33
O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
O processo de envelhecimento da população brasileira pode ser verificado graficamente através das alterações na pirâmide etária com o passar dos anos, em que a tendência mundial é o estreitamento da base, simbolizando menos jovens e crianças, o alongamento do corpo, ou seja, do número de adultos e, consequentemente, o alongamento do topo, o que significa maior número de idosos.
A população brasileira terá mais de 60 anos em 2043. A partir de 2047 a população deve parar de crescer, influenciando no processo de envelhecimento populacional. Estima-se que em 2060 (Imagem 1), o “índice de envelhecimento” chegue em 173,47%, comparado ao ano de 2018 (RETRATOS, 2019).
“O envelhecimento populacional e a urbanização são duas tendências mundiais que, em conjunto, representam as maiores forças que moldam o século XXI. Ao mesmo tempo em que as cidades crescem, aumenta, cada vez mais, o seu contingente de residentes com 60 anos ou mais. Os idosos são um recurso para as suas famílias, comunidades e economias, desde que em ambientes favoráveis e propícios.” - Guia Global: Cidade Amiga do Idoso.
QUEM SÃO OS IDOSOS?
Para a OMS – Organização Mundial da Saúde, idoso é o indivíduo com 60 anos ou mais. Ao se pensar na qualidade de vida dessas pessoas, é necessário que se garanta direitos como a saúde, trabalho, educação, esporte, meio de transporte, acesso a cultura, a assistência social e a habitação de qualidade. Estes direitos, no Brasil, são regulamentados pela Política Nacional do Idoso, bem como o Estatuto do Idoso, sancionados em 1994 e 2003, respectivamente (RETRATOS, 2019).
Segundo Picornell (2022), a velhice vem passando por uma transformação no seu sentido. Antigamente entendida como fase final da vida, atualmente é encarada como uma nova fase da vida, onde se pode experienciar coisas novas. Há um novo perfil de idosos contemporâneos, que são mais dispostos e independentes para viverem suas vidas de forma autônoma.
Estudos sobre o bem estar psicológico da população idosa mostram os efeitos negativos da solidão, isolamento social e dificuldades relacionadas ao autocuidado. Neste princípio, a arquitetura tem grande papel ao projetar espaços que ofereçam interação e integração (ARCHDAILY, 2020).
Imagem 1: Pirâmide etária do Brasil. Dados de 2018 e projeção para 2060. Fonte: (Retratos, 2019).
O ENVELHECIMENTO ATIVO E O IDOSO CONTEMPORÂNEO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2008), o envelhecimento ativo é um processo de otimização no acesso à saúde, segurança e interação com a comunidade, proporcionando uma melhor qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. Este processo dura a vida toda e depende de vários fatores como condições materiais, ambientais e fatores sociais que refletem em cada indivíduo (Imagem 2).
O Guia Global: Cidade Amiga do Idoso da OMS, diz que estes fatores, individualmente e combinados uns com outros, possuem um papel importante no envelhecimento de cada pessoa. Deve-se observa-los também através de uma perspectiva de curso de vida, reconhecendo que os idosos não formam um grupo homogêneo, há uma diversidade individual, onde a trajetória de suas vidas, com o passar dos anos, influencia em sua velhice.
Determinantes econômicos
Determinantes sociais
Gênero
Serviços sociais e de saúde
Determinantes comportamentais
Envelhecimento ativo
Determinantes pessoais
Ambiente físico
Cultura
Imagem 2: Determinantes do envelhecimento ativo. Fonte: Guia Global: Cidade Amiga do Idoso
O Centro Internacional de Longevidade Brasil (2015) diz que o conceito de envelhecimento ativo vai muito além de apenas o “envelhecimento saudável”. A intenção é fazer com que as pessoas percebam que o potencial para o bem estar físico, social e mental ao longo de sua vida está atrelado a quatro pilares fundamentais para um bom envelhecimento:
Saúde: Prática de atividades físicas, alimentação saudável, abstinência do fumo e álcool e o uso adequado de medicamentos.
Participação: Além de possuir um trabalho remunerado, engajar-se em causas sociais, cívicas, recreativas, culturais, intelectuais ou espirituais dá significado a vida, promovendo sentimentos de propósito e pertencimento.
Segurança/proteção: Contar com proteção, segurança social, financeira e física, assegurados por direito, é fundamental para a pessoa idosa.
Aprendizagem ao longo da vida: É essencial a promoção de aprendizagem também na fase adulta para o desenvolvimento de habilidades e crescimento pessoal. Isso nos ajuda a permanecer saudáveis, relevantes e engajados.
A ideia sobre o envelhecimento tem se alterado com os anos. O perfil do idoso contemporâneo não é mais o mesmo de anos atrás, muitos nem se sentem como tal. Os “novos idosos” são cheios de energia, ativos, independentes e interessados em novas experiências. A terceira idade pode ser agora entendida como uma nova fase da vida em que se é permitido experimentar o que não foi possível em outros momentos. Nota-se que idosos estão buscando cursos em faculdades, trabalhos em novas áreas, academias, atividades de lazer, aproveitando o tempo livre para viverem suas vidas como bem quiserem (PICORNELL, 2022).
Segundo o censo da Educação Superior do Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 51,3 mil idosos estão matriculados em cursos superiores no Brasil (UOL, 2024). Uma pesquisa realizada por Almeida et al (2020), apontou que Lazer e bem-estar, visitas a família e/ou amigos e conhecer novos lugares são as principais motivações das pessoas idosas realizarem viagens, números muito acima de viagens para tratamentos médicos, por exemplo. Estes dados demonstram essa busca do idoso contemporâneo em aproveitar ao máximo a sua nova fase da vida.
A GERONTOLOGIA AMBIENTAL
Segundo Oliveira e Rodrigues (2023) o termo gerontologia foi introduzido pelo Zoólogo Russo Élie Metchnikoff em 1903 e significa a ciência que estuda o processo de envelhecimento de todos os seres vivos. Como uma prática profissional, surgiu no início do século XX tornando-se uma ferramenta importante ao estudar o processo de envelhecimento dos seres humanos.
As mesmas autoras dizem que esta ciência possui característica interdisciplinar e considera as diferentes formas de experienciar a velhice, levando-se em consideração o entorno físico, social, político, econômico e cultural nos quais a pessoa idosa está inserida. A gerontologia se aplica em diversas áreas, como: biomédica, psicossocial, interventiva, integrativa, gerontológica, educacional e ambiental. Esta última refere-se à influência dos ambientes no processo de envelhecimento.
A gerontologia ambiental é uma área de pesquisa voltada para a compreensão da relação existente entre o comportamento dos idosos e o contexto espacial no qual ele se insere, desde o ambiente doméstico e privado, até mesmo no contexto institucional (PEREIRA et al, 2018).
Segundo os mesmos autores, existem poucos estudos no Brasil a respeito da Gerontologia Ambiental, possuindo grande potencial de estudos e criação de teorias através de coletas de dados, contextualizando sobre o envelhecimento da população e a relação com o ambiente que os cerca. Alguns estudos desenvolvidos por profissionais da saúde se destacam ao abordar a importância do conceito “ageing in place” , que quer dizer “envelhecimento no lugar”, discorrendo sobre as vantagens da pessoa idosa ao envelhecer no seu contexto residencial, desfrutando de sua vida comunitária.
Carvalho; Cavalcante; Nóbrega (2021) falam sobre as questões que envolvem a Psicologia Ambiental, ou seja, as inter-relações entre as pessoas e os ambientes, através de uma visão multidimensional, compreendendo:
Componentes físicos: Arquitetura, decoração, acústica, iluminação, temperatura, mobiliários, clima, características topográficas, etc.
Componentes não físicos: Aspectos psicológicos ou pessoais dos usuários, como padrões comportamentais e experiências passadas.
Aspectos sociais: Como os valores e as atividades desempenhadas pelos usuários. As autoras explicam que, estes componentes, quando aplicados ao ambiente cotidiano, influenciam diretamente no modo como as pessoas se sentem e se comportam. Esta área da Psicologia Ambiental busca compreender como se dá a apropriação dos espaços pelos usuários. A arquitetura pode assim proporcionar uma melhoria nos problemas psicológicos dos idosos, pois, através de um bom projeto, pode-se facilitar os encontros, diminuindo as separações e permitindo descontração para as pessoas que habitam os espaços, atraindo seus usuários a apropriá-los, criando relações de pertencimento (MINATTO; SAVI, 2020).
Franco (2023) diz que, para a pessoa idosa, a moradia é um aspecto importante de sua vida e a arquitetura inclusiva ou gero-arquitetura aliada a isso, projeta ambientes com o cuidado para receber todos os tipos de pessoas, de maneira que todos sejam capazes de utilizá-lo. Esta arquitetura associa-se ao Desenho Universal, criando espaços apropriados para qualquer limitação ou necessidades especiais, integrando o maior número de pessoas, garantindo a sua independência, autonomia e bem estar.
DESENHO UNIVERSAL
Segundo Geia (2020), o termo Desenho Universal foi utilizado pela primeira vez em 1985 por Ron Mace, arquiteto Norte-Americano com deficiência física, e se destina a projetos que consideram a diversidade humana, abrangendo dessa forma, a maior quantidade de indivíduos, com diferentes capacidades, habilidades e mobilidades para o desenvolvimento de projetos de edificações e produtos. Outros nomes já foram atribuídos ao mesmo termo, como: Design Inclusivo, Design for All, Design Livre de Barreiras e Design Livre de Obstáculos.
O conceito de Desenho Universal pode ser aplicado a vários tipos de projetos, levando-se em consideração as necessidades espaciais dos usuários, de maneira a promover a igualdade e evitar segregações. O Centro para o Desenho Universal da Universidade da Carolina do Norte desenvolveu sete princípios para tornar um projeto mais acessível:
1.
Uso equitativo: O desenho de espaços e equipamentos deve permitir a compreensão por pessoas com diferentes habilidades;
2. Flexibilidade de uso: O desenho deve considerar as diversas preferências e habilidades individuais.
3. Uso simples e intuitivo: Os espaços e equipamentos devem ser de fácil compreensão para diferentes experiências, conhecimentos, habilidades, linguagem ou concentração;
4. Informação de fácil percepção: O desenho deve comunicar a informação necessária ao usuário;
5. Tolerância ao erro: O desenho minimiza riscos e consequências de ações acidentais;
6. Baixo esforço físico: O espaço deve ser eficiente e confortável para utilização, considerando todas as habilidades dos usuários.
7. Dimensão e espaço para aproximação e uso: Os espaços devem ser dimensionados apropriadamente para permitir o acesso, alcance, manipulação e uso independente das condições de mobilidade do usuário.
O ensino do Desenho Universal se desenvolveu nos Estados Unidos, evoluindo conforme o próprio tema se desenvolvia na sociedade. Nos anos de 1960 e 1970, houve muitas manifestações a favor da inclusão e liberdade e neste cenário, a disciplina teve início nos currículos das escolas de arquitetura e design. Já no Brasil, o ensino teve início na década de 1990, quando professores voltaram do exterior após suas pós-graduações e incorporaram os novos conhecimentos dentro dos cursos de arquitetura.
Quando se fala de Desenho Universal, alguns outros termos são associados a ele, como a antropometria, ergonomia e a acessibilidade, termos estes que serão abordados brevemente a seguir.
ANTROPOMETRIA
É o processo ou técnica de mensuração do corpo humano ou de suas várias partes. Para a realização de projetos de arquitetura é importante considerar a média antropométrica da população do país. Desta forma, torna-se mais racional e eficiente a intervenção nos espaços naturais ou construídos, solucionando da melhor forma as necessidades de mobilidade, visuais, táteis, cognitivas e auditivas do maior número de pessoas (PEREIRA; SANTOS, 2021).
ERGONOMIA
É o estudo das relações entre o homem, objetos e máquinas, visando melhores condições de eficiência e segurança. Para a arquitetura, a ergonomia é essencial na elaboração de programas arquitetônicos, relacionando as interações entre os seres humanos e os elementos que integram os ambientes durante o projeto, proporcionando aos usuários experiências autônomas e seguras, facilitando o uso e diminuindo o esforço necessário para realizar as atividade (GEIA, 2020).
ACESSIBILIDADE
Conjunto de características de um ambiente, produto ou serviço, que possam ser utilizados com conforto, segurança e autonomia por todos, independentemente de suas habilidades ou limitações.
No ano de 2004, foi regulamentada a Lei n° 10.048/2000, dando prioridade de atendimento às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Em 2004 foi editada a NBR 9050, apresentando parâmetros técnicos mínimos de acessibilidade aos projetos arquitetônicos, hoje em sua versão mais atualizada do ano de 2020.
GUIA GLOBAL: CIDADE AMIGA DO IDOSO
Espaçosabertos eprédios
Apoio comunitárioe serviçosde saúde
Moradia
Cidade amiga do idoso
Comunicação e informação
Respeitoe inclusãosocial
Imagem 3: Quesitos do projeto Cidade Amiga do Idoso Fonte: Guia Global: Cidade Amiga do Idoso
O projeto “Guia Global: Cidade Amiga do Idoso” foi apresentado na sessão de abertura do 18º Congresso Mundial de Gerontologia, no Rio de Janeiro, em junho de 2005. A partir da OMS, o objetivo do projeto é tornar as cidades mais amigas da pessoa idosa e que estes consigam mostrar a sua importância para a humanidade. O projeto visa à inclusão e destacou oito itens (Imagem 3) a serem contemplados: 1) transporte; 2) moradia; 3) participação social; 4) respeito e inclusão social; 5) participação cívica e emprego; 6) comunicação e informação; 7) apoio comunitário e serviços de saúde; e 8) espaços abertos e prédios (PEREIRA et al, 2018).
A seção 7 do Guia fala especificamente sobre a questão da moradia, entrando-se especificamente em questões como: viabilidade financeira, serviços essenciais, planejamento, adaptações, manutenções, acesso a serviços, conexões comunitárias e familiares, opções de moradia e ambiente onde se mora. O custo da moradia influencia diretamente no local onde a pessoa idosa vive, bem como em sua qualidade de vida. As pesquisas realizadas pela OMS mostram que em algumas cidades os idosos vivem em casas muito grandes, não possuindo condições financeiras para se mudarem.
O Guia recomenda que haja moradias baratas para o idoso, podendo ser empregada algumas estratégias como a redução do imposto predial e o subsídio à moradia, sendo ela pública ou privada.
A edificação deve ter acesso aos serviços básicos como água, esgoto, eletricidade, gás, telefone e internet, além de se localizar em um bairro que ofereça serviços de suporte, levando em consideração às necessidades físicas destas pessoas. Outra questão importante são as conexões com a comunidade do local onde se vive, trazendo sensação de pertencimento e a criação de memórias afetivas (PEREIRA et al, 2018). É sugerido que as casas estejam próximas a centros comunitários para reduzir a sensação de isolamento.
Quanto ao planejamento das habitações, é dito a importância de serem construídas com materiais adequados e estruturalmente seguras, com superfícies niveladas, dispondo de elevadores e rampas, com banheiros e cozinhas adaptados, com espaço suficiente para locomoção, com aberturas de portas suficientemente largos para passagem de cadeira de rodas e andadores e que seja bem equipada para atender as condições ambientais. O Guia sugere que os arquitetos pensem seus projetos considerando o futuro de seus moradores e usuários, construindo habitações amigáveis aos idosos. Em alguns países, os projetos são concebidos de maneira a permitirem futuras adaptações, como interruptores em altura mais baixa, instalação de chuveiros ao invés de banheiras e escadas adaptáveis para acomodar assento de cadeira de rodas.
Em algumas cidades estudadas, os idosos tem a possibilidade de escolher entre morar em casas menores, residências para idosos ou centros de longa permanência. Alguns desses residenciais oferecem variedades de serviços, áreas de lazer e atividades. Algo enfatizado no Guia é a importância da moradia ser integrada à comunidade local, sugerindo grupos de moradias de idosos, com pequenos jardins, por toda a cidade, permitindo assim que não se isolem da comunidade.
A sensação de segurança que a moradia transmite aos idosos também é uma questão importante. Em algumas cidades, para aumentar a segurança das residências, foram instaladas sistemas de vigilância por câmeras. Em outras há sistema de acesso seguro a prédios de apartamentos. Há também a verificações de segurança da casa gratuitamente, além de policiamento. Outro exemplo são dispositivos para fazer chamadas de emergência em caso de necessidade, além da instalação de alarmes de emergência.
Checklist da moradia amiga do idoso
1.
CUSTO ACESSÍVEL
Existência de moradia com custo acessível para todos os idosos
2. SERVIÇOS ESSENCIAIS
Serviços essenciais prestados a um custo acessível
3. PLANEJAMENTO
Moradias feitas com materiais apropriados e bem estruturados Espaço suficiente para que o idoso se locomova com facilidade dentro de casa Mordia apropriadamente equipada para atender às condições ambientais
Moradia com piso nivelado, corredores e portas largas o suficiente para passagem de cadeira de rodas, e com banheiros, lavabos e cozinhas especialmente adaptados.
4. MODIFICAÇÕES
A moradia pode ser modificada para atender aos idosos, quando houver necessidade.
As modificações da moradia têm custo acessível. Equipamentos e material para modificações de moradia são facilmente encontrados.
Há boa compreensão de como uma casa pode ser modificada para atender às necessidades dos idosos.
5. MANUTENÇÕES
Serviços de manutenção são de custo acessível para os idosos.
Há prestadores de serviço devidamente qualificados e confiáveis para fazer a manutenção da casa.
Moradias públicas, moradias de aluguel e áreas comuns são bem conservadas.
6. ENVELHECER EM CASA
Moradia fica perto de serviços e do comércio.
Serviços de custo acessível são prestados a domicílio, para que os idosos “envelheçam em casa”
Os idosos estão bem informados dos serviços existentes para que eles possam envelhecer em suas casas.
7. INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA
O projeto da moradia facilita a integração permanente dos idosos na comunidade.
8. OPÇÕES DE MORADIA
Existe, na região, uma gama de opções de moradia apropriadas e de custo acessível para os idosos, incluindo-se os frágeis e dependentes.
Os idosos estão bem informados sobre as opções de moradia existentes.
9. MORADIA
Há moradias em número suficiente na região e a um custo acessível para os idosos.
Há uma gama de serviços apropriados além de entretenimento e atividades nos prédios onde os idosos moram.
A moradia dos idosos está integrada na comunidade onde se localiza.
10. AMBIENTE DA CASA
A moradia não tem excesso de moradores.
Os idosos se sentem confortáveis no ambiente em que moram.
A moradia não é localizada em áreas sujeitas a desastres naturais.
Os idosos se sentem seguros no ambiente onde vivem.
Há auxílio financeiro para medidas de segurança da casa.
A HABITAÇÃO DA PESSOA IDOSA
Cambiaghi (2017) fala sobre as dificuldades encontradas pelos idosos ao realizarem atividades simples do dia a dia. Mesmo considerando a pessoa idosa contemporânea, o avançar da idade faz com que limitações surjam e estes indivíduos estejam suscetíveis a influências ambientais.
Recomendações ergonômicas aliadas à antropometria são importantes para nortear a concepção das habitações do idoso, tornando-as locais espacialmente eficientes e eficazes. É necessário que se busque projetar espaços prevendo as mudanças pelas quais seus usuários passarão ao longo da vida.
De acordo com a mesma autora e considerando o uso dos espaços por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, temporária ou não, é necessário em todos os ambientes:
Uso de piso antiderrapante; Evitar degraus e desníveis entre ambientes;
Ambientes com porta de no mínimo 0,80 m de largura e com área de giro de no mínimo 1,50m;
Considerar área de aproximação lateral/frontal das portas de 1,50m, no sentido da abertura da porta e 1,20m no sentido oposto.
Instalação de campainha de segurança em quartos e banheiros;
Instalação de dispositivos de alerta para incêndio;
Tapetes devem ser evitados em rotas acessíveis;
Evitar mobiliário em excesso para garantir rota de circulação livre de obstáculo;
Em áreas externas e salas:
Prever corrimãos e piso adequado para dias de chuva;
Prever maçanetas preferencialmente do tipo alavanca, instaladas a uma altura entre 0,80m-1,10m do piso acabado;
Sugerir móveis com cantos arredondados;
Evitar tampos de vidro;
Em cozinhas:
Considerar a necessidade de menor deslocamento possível para manipulação de equipamentos como pias e fogões;
Prever armários com alturas que evitem o uso de escadas (Imagem 4);
Instalação de metais do tipo alavanca ou monocomando;
Na área de serviço:
Prever local para armazenamento de roupas a passar e onde a pessoa possa passá-las sentada;
Instalar torneira de alavanca no tanque;
Prever utilização de lava roupa com porta e comandos frontais, para que a pessoa possa utilizá-la sentada;
Nos quartos:
A altura das camas deve ser de 0,46m; Os mobiliário devem ser dispostos de forma a não obstruírem uma faixa livre mínima de circulação interna de 0,90m de largura, prevendo área de manobras para o acesso ao banheiro, camas e armários;
Deve haver pelo menos uma área, com diâmetro de no mínimo 1,50m, que possibilite um giro de 360°;
Nos banheiros:
Prever banheiros em locais próximos e em todos os andares da edificação; Instalar metais de fácil manuseio; Instalar pias com barra de apoio; Instalar assento e barras de apoio nos chuveiros;
As bacias e assentos sanitários acessíveis não podem ter abertura frontal e devem estar a uma altura entre 0,43 m e 0,45 m do piso acabado, medidas a partir da borda superior sem o assento.
O COHOUSING
O
Cohousing é uma forma de moradia que nasceu nos anos de 1970 na Dinamarca, onde grupos de famílias construíram casas em um mesmo terreno e dividiram áreas comuns, como lavanderia e espaços de recreação. Os membros destas famílias distintas não moravam na mesma casa, mas viviam sob um senso de comunidade e colaboração (SILVA, 2021). A ideia era manter as suas residências privadas e compartilhar espaços de convivência, estimulando assim a interação entre os vizinhos, como pode ser observado no desenho esquemático da Imagem 5 abaixo.
Imagem 5: Desenho esquemático da composição de um cohousing, com residências privadas e áreas de uso comum. Fonte: MCCAMANT; DURRETT (2011, p. 252)
Segundo o mesmo autor, esta forma de moradia surge como uma resposta à crise habitacional. Os usuários de classe média passam a ver o compartilhamento da habitação de forma mais sustentável e barata, muitas vezes apresentando sistemas de aquecimento solar e reaproveitamento de água da chuva. Uma das principais vantagens é a entreajuda e familiaridade entre vizinhos, trazendo uma convivência intergeracional e a consequente redução na solidão dos idosos, jovens e crianças. Nestas comunidades, os princípios arquitetônicos, como os layouts, disposição das instalações e desenho físico tem como fundamento promover o bem-estar físico, emocional e social dos residentes.
Este novo tipo de moradia é uma excelente opção para o perfil dos idosos contemporâneos, que são mais dispostos e independentes para viverem suas vidas de forma autônoma. A velhice teve uma transformação no seu sentido, agora não mais entendida como final da vida, mas sim como uma nova fase da vida, onde se pode experienciar coisas novas. O Cohousing se mostra viável neste cenário, pois respeita as individualidades, favorece a independência, a autonomia e promove a interação entre seus moradores, algo essencial para um envelhecimento saudável e ativo. A sensação de segurança e pertencimento de uma comunidade fortalece vínculos e promove qualidade de vida (PICORNELL, 2022).
A mesma autora diz que a circulação dentro do cohousing é um elemento importante, pois influencia na interação entre os moradores em sua vida social. Esta circulação dependerá das possibilidades permitidas pelo terreno, podendo haver praças centrais ou pátios que liguem as habitações e áreas comuns. A seguir estão duas possibilidades de circulação dentro da comunidade. Na imagem 6, há duas colunas de casas alinhadas e separadas por uma rua central, servindo apenas de local de passagem e fluidez para os moradores. Na imagem 7 foi criado um pátio entre as casas, servindo como praça ou uma área de recreação.
Imagem 6: Disposição linear de um cohousing. Fonte: MCCAMANT; DURRETT (2011, p. 252)
Imagem 7: Disposição de um cohousing com pátio interno. Fonte: MCCAMANT; DURRETT (2011, p. 252)
Essas comunidades apresentam algumas características como:
Processo participativo: Os futuros moradores participam do planejamento do Cohousing, já no sentido de criação de comunidade, opinando na concepção e no processo construtivo;
Design intencional de vizinhança: O layout da vizinhança permite e encoraja o senso de comunidade, como o planejamento de calçadas, praças e áreas verdes;
Espaços privados e espaços comuns: Nas comunidades são projetadas unidades habitacionais privadas e instalações de uso comum, como cozinha, refeitório, lavanderia, sala de jogos e reuniões, bibliotecas e demais áreas com função de interação social;
Autogestão: Os moradores da comunidade a administram, tomando decisões sobre problemas em comum;
Ausência de hierarquia: As decisões são tomadas em conjunto, através do senso de comunidade;
Tamanho ideal: Entre 12 e 36 unidades habitacionais aparenta um número ideal, pois grupos menores têm fundos imitados para a manutenção dos espaços comuns, enquanto os maiores podem não permitir que todos os moradores se conheçam e tornar a sua administração complexa;
Separação da circulação de veículos: O estacionamento dos veículos geralmente se localiza separado das habitações, estimulando os habitantes a caminharem até suas casas e, ao longo do percurso, interagir com os seus vizinhos;
Refeições compartilhadas: Os moradores geralmente dividem refeições nos espaços comuns, reforçando a interação da comunidade.
Na Inglaterra, ao norte de Londres, o New Ground (Imagem 8), primeiro Cohousing sênior do país, atende um grupo de mulheres acima dos 50 anos. O local foi desenvolvido pelo escritório inglês Pollard Thomas Edwards em parceria com a Anchor Hanover, empresa especializada em habitação para idosos, a partir de instalações de um antigo convento. Foram projetadas 25 casas individuais personalizadas, onde são compartilhados jardins, pátio, oficina de artesanato e há também uma casa comum com cozinha, sala de jantar, sala de reuniões e lavanderia.
“O projeto demonstrou que trabalhar com um cliente de cohousing e o processo de design colaborativo que empreendemos juntos não precisa acrescentar tempo ou custo ao desenvolvimento. New Ground deve ser um forte incentivo para outros grupos comprometidos e organizados para realizarem os seus próprios projetos e sonhos.”
ADunicamp (2023), fala sobre um exemplo brasileiro, a Vila ConViver. Um grupo da cidade de Campinas –SP, formado por 46 pessoas, decidiu construir o primeiro Cohousing sênior do Brasil. Uma iniciativa da GTMoradia/ADunicamp (Associação de Docentes da Unicamp) propõe habitações em um modelo de comunidade intencional para docentes aposentados ou em vias de se aposentar, com 50 anos ou mais. O projeto é pautado nos princípios da sustentabilidade e acessibilidade, prevendo residências individuais de dois e três dormitórios e grandes áreas comuns como uma extensão das casas. Estes espaços serão multiuso para a realização de saraus, palestras, exibição de filmes e realização de trabalhos manuais, estimulando o convívio social.
A Vila ConViver, através da Associação de Moradores da Cohousing Sênior Vila ConViver, fundada em 2017, adquiriu um terreno de 24 mil m² no Jardim Alto
Imagem 8: Jardim e horta comunitária do Cohousing Sênior em Londres. Fonte: Site do Escritório Pollard Thomas Edwards
A seguir, são abordados alguns exemplos de habitações para idosos pelo mundo, de maneira a observar as soluções contemporâneas para este tipo de habitação.
COMPLEXO
HABITACIONAL E DE SAÚDE ELTHETO
LOCALIZAÇÃO: Rijssen - Holanda
ARQUITETOS: 2by4-architects; Remko Remijnse, Rocco Reukema
ÁREA: 2000 m²
ANO: 2015
O complexo é formado por quatro blocos habitacionais e um centro de saúde, permitindo a habitação para os idosos solteiros, viúvos ou casais independentes, idosos com Alzheimer, idosos com deficiências somáticas e deficiência mental. Os blocos possuem arquitetura diferenciada, refletindo se as habitações são para idosos independentes, orientado para o social, ou para o idoso que necessita de cuidados de saúde. Todos os blocos formam uma unidade, juntamente ao espaço público, compondo um espaço social integrado para seus moradores.
Imagem 9: Habitações do Complexo Habitacional e de Saúde Eltheto. Fonte: Site Archdaily
Os idosos são estimulados a utilizar o espaço público através de atividades de jardinagem, eventos ao ar livre, reuniões e jogos. O centro de saúde é o coração de todo o complexo, fornecendo além de serviços de saúde outros serviços públicos para o bairro, como restaurante, biblioteca, mercearia, centro de meditação, creche, salão de beleza e escritórios.
ASILO NENZING
LOCALIZAÇÃO: Nenzing - Áustria
ARQUITETOS: Dietger Wissounig Architekten
ÁREA: 5100 m²
ANO: 2014
Composto por duas diferentes unidades residenciais unidas para formar apenas um edifício. As unidade contam com oito a dez flats construídas ao redor de uma área de estar central, um jardim climatizado de pavimento duplo.
O uso de materiais naturais e da luz natural da área central criam espaços de estar compartilhados. A distribuição das unidades residenciais permite uma caminhabilidade sem que haja obstáculos.
Imagem 10: Área de estar central com pavimento duplo. Fonte: Site Archdaily
PROJETO O QUE SERVIRÁ DE REFERÊNCIA
New Ground
Deste projeto, a referência para o cohousing em Itajubá é a existência de jardins e pátio, que permitem a convivência e interação das moradoras. Locais para oficina de artesanato também é um ponto interessante em ser oferecido, além de demais atividades que permitam o desenvolvimento intelectual e físico.
Deste projeto, a referência para o cohousing em Itajubá são os espaços externos e multiuso para a realização de saraus, palestras, exibição de filmes e realização de trabalhos manuais, gerando atividades que possam ser realizadas em grupo pela comunidade.
Complexo Habitacional e de Saúde Eltheto
Deste projeto, a referência para o cohousing em Itajubá são as atividades desenvolvidas como jardinagem, eventos ao ar livre, reuniões e jogos. Além do centro de saúde ser considerado o coração de todo o complexo, fornecendo outros serviços como restaurante, biblioteca, mercearia, centro de meditação, creche, salão de beleza e escritórios.
Deste projeto, a referência para o cohousing em Itajubá é a questão da espacialidade e a disposição dos flats ao redor de uma área de estar central, um jardim climatizado de pavimento duplo. Além disso, o uso de materiais naturais e luz natural nesta área central compartilhada.
Quadro 1: Tabela resumo das referências e dos estudos de caso analisados. Fonte: Próprio Autor
Vila ConViver Asilo Nenzing
HABITAÇÕES PARA IDOSOS EM ITAJUBÁ - MG
Imagem 11: Localização do estado de Minas Gerais e da cidade de Itajubá. Fonte: Próprio autor.
Cidade do Sul de Minas Gerais, com população de 93.073 pessoas, segundo censo de 2022 do IBGE.
Se destaca como cidade universitária e no oferecimento de comércios e serviços, possuindo também indústrias de grande e médio porte.
Em 2021, segundo o IBGE, o PIB per capita era de R$ 33.630,33.
No censo de 2022, o número de idosos era 17.613, o que representa 18,9% dos moradores de Itajubá. A cidade tinha 17 pessoas com mais de 100 anos.
Itajubá apresenta alguns lares para idosos, como os asilos e uma Ecomorada Sênior, que são descritos abaixo.
LAR DA PROVIDÊNCIA
A intenção de criação do primeiro lar para idosos de Itajubá surgiu em 1920, por iniciativa de Maria Carneiro Pereira Gomes, esposa de Wenceslau Braz, ex Presidente do Brasil, que residiu por muitos anos na cidade.
Construiu-se um prédio que acabou servindo, inicialmente, de alojamento para o 4º Batalhão de Engenharia.
Apenas em 1934 ocorreu a inauguração da Sociedade Protetora dos pobres, a SPP. Em 1940 começa a funcionar a Casa dos Pobres Nossa Senhora da Soledade, com o objetivo de abrigar idosos desamparados de ambos os sexos e distribuir semanalmente auxílio às famílias pobres da cidade. Em 1968, iniciou-se a construção da atual edificação do Lar da Providência (Imagem13), sendo concluída em 1974, às margens da Rodovia MG-459 e ao lado do Parque de Exposições da cidade. Atualmente, o lar conta com 59 idosos, sendo 32 homens e 27 mulheres.
VILA VICENTINA
Instituição de longa permanência fundada em 1925 através de doação da Família Ricota. Oferece abrigo, serviços de saúde, alimentação, vestiário, oficinas e cuidadores que ficam 24 horas com os idosos. É uma Instituição de caridade, ligada a igreja católica, integrante da Sociedade de São Vicente de Paulo - SSVP. No interior da Vila se encontra a Igreja de Nossa Senhora Aparecida.
Prestes a completar seus 100 anos de existência, atualmente a Vila conta com 63 idosos e um quadro de 32 funcionários, incluindo enfermeiros, cuidadores e faxineiros. Além das edificações das habitações individuais dos idosos (Imagem 12), o local conta com locais de uso comum pelos moradores, como refeitório, salas de fisioterapia e um posto de saúde.
CONVIVERE ECOMORADA SÊNIOR
Destinada a residentes de baixa, média e alta dependência, o residencial sênior oferece estadia por tempo determinado (semanal, mensal, finais de semana), hospedagem permanente e reabilitação acompanhada, para idosos que realizaram cirurgia ou internação clínica e precisam de acompanhamento especializado. O local oferece cuidados pessoais de higiene, acomodação, 6 refeições por dia, assistência médica e de enfermagem, fisioterapia, serviços de lavanderia, yoga para a terceira idade, academia, festas temáticas, passeios monitorados, atividades lúdicas e musicoterapia. Além disso, proporciona contato com a natureza a partir das áreas externas e atividades como jardinagem e fisioterapia ao ar livre.
Imagem 12: Interior da Vila Vicentina, com suas casas individuais. Fonte: Próprio autor.
Imagem 14: Dependências da Ecomorada Sênior. Fonte: Site da Convivere Ecomorada Sênior.
Imagem 13: Atual edificação do Lar da Providência concluída em 1974. Fonte: Próprio autor.
PROPOSTA DE COHOUSING SÊNIOR EM ITAJUBÁ - MG
Imagem 15: Colagem com as volumetrias gerais propostas para o cohousing sênior. Fonte: Próprio autor
Na atualidade, a ideia dos lares compartilhados tem se transformado. Não apenas destinado a jovens, como repúblicas estudantis, mas pessoas com mais de 30 anos têm também adotado esta prática. A habitação torna-se um local onde as pessoas escolhem coabitar e partilhar, mesmo não havendo parentesco entre elas (COSSO et al, 2019).
Neste contexto, este trabalho tem como proposta a criação de um cohousing sênior na cidade de Itajubá – MG, levando em consideração o cenário de aumento da longevidade, para os considerados “novos idosos”, que são mais dispostos e independentes para viverem suas vidas de forma autônoma, pois terão suas individualidades respeitadas, favorecendo a independência, a autonomia e promovendo a interação entre seus moradores, algo essencial para um envelhecimento saudável e ativo.
A proposta tem como público alvo pessoas com 60 anos ou mais. Serão desenvolvidas habitações individuais para cada morador e espaços de uso comum, que incentivem a interação entre os residentes, criando um senso de comunidade. O local de implantação é a cidade de Itajubá, no Sul de Minas Gerais, no Bairro Anhumas.
LOCAL DE INTERVENÇÃO
ITAJUBÁ
Imagem 16: Localização do terreno de intervenção a partir do perímetro da cidade. Fonte: Google Maps
O Bairro Anhumas encontra-se mais afastado do centro da cidade e até alguns anos atrás, era considerado rural, mas com a expansão da cidade, as áreas do local foram sendo loteadas e hoje concentra um grande volume de moradias e serviços. O local foi escolhido por ser um terreno vazio, com dimensões suficientes para a implantação de unidades habitacionais individuais e do espaço de uso comum, que será o “coração” do cohousing sênior, além do bairro oferecer uma variedade de comércios e serviços
População do bairro Anhumas/Medicina: 4.139 pessoas, sendo 940 pessoas com 60 anos ou mais
Área do terreno de intervenção: 13 275,30 m²
No mapa de Zoneamento Urbano e Articulação Viária do Município, o bairro se encontra em Zona de Adensamento Restrito (ZAR), que segundo o Plano Diretor (Projeto de Lei Nº 4358/2018) é o conjunto das áreas urbanizadas internas ao Perímetro Urbano não passíveis de adensamento em virtude de restrições ambientais e condições desfavoráveis de infraestruturas e características do uso do solo.
Zona Adensável (ZAD)
No Plano Diretor também foram identificados os parâmetros urbanísticos necessários para a realização do projeto arquitetônico no local escolhido.
Básico e CA Máximo
Gabarito
Afastamento Frontal
Zona de Expansão Urbana (ZEU)
de Permeabilidade
Zona de Adensamento Restrito (ZAR)
Imagem 17: Recorte do mapa de Zoneamento Urbano e articulação viária do Município com a localização do terreno. Fonte: Plano Diretor de Itajubá.
Tabela 1: Anexo III de parâmetros urbanísticos por zonas urbanas. Fonte: Plano Diretor de Itajubá
Imagem 18: Rua Sebastião Bonifácio Pereira, rua principal de acesso ao terreno de intervenção. Fonte: Próprio Autor
Imagem 19: Vista do terreno pela Rua Sebastião Bonifácio Pereira. É possível perceber como se dá a topografia do entorno com relação a topografia do terreno. Fonte: Próprio Autor
Imagem 20: Vista do terreno pela Estrada Anhumas É possível perceber a topografia plana do terreno. Fonte: Próprio Autor
Imagem 21: Vista do terreno pela Rua Sebastião Bonifácio Pereira. Percebe-se que o terreno se encontra desocupado, usado apenas como pastagem Fonte: Próprio Autor
Imagem 22: Cones de visualização da área de intervenção. Fonte: Próprio Autor
A imagem 18 mostra a rua principal de acesso ao terreno de intervenção, Rua essa que corta o Bairro Medicina e Anhumas, onde se localizam espaços públicos como as pequenas praças com academia ao ar livre. Nas imagens 19 e 20 é possível verificar que o terreno de intervenção não possui nenhum tipo de ocupação, encontrando-se apenas cercado. A imagem 21 mostra que o terreno é utilizado apenas como pastagem atualmente.
DADOS BIOCLIMÁTICOS E TOPOGRAFICOS
Para análise dos dados bioclimáticos da área de estudo, foi utilizado o site Projeteee onde é possível inserir a cidade de análise e receber os dados de clima, além das estratégias bioclimáticas necessárias e quais materiais construtivos utilizar. De forma resumida, a cidade apresenta temperaturas amenas durante todo o ano e temperaturas mais baixas na época do inverno, nos meses de maio, junho e julho. Os ventos predominantes são à Nordeste e a Oeste. No terreno de intervenção, especificamente, não há construções no entorno que atrapalhem a insolação do local, que receberá sol ao longo de todo o dia. Desta forma, é importante pensar na disposição dos cômodos das edificações, buscando localizar as áreas privadas onde incida o sol da manhã, as áreas sociais o d l da tarde esquente o ambiente e as áreas de serviço onde se tenh insolação.
Imagem 23: Como se dá a insolação no terreno de intervenção, com o Norte localizado para cima Fonte: Próprio Autor
Imagem 24: Rosa dos Ventos para a cidade de Itajubá, mostrando os ventos predominantes Fonte: mme gov br/projeteee
A cidade de Itajubá como um todo se localiza em um fundo de vale. A topografia do terreno de intervenção é mais plana, acompanhando a topografia do Ribeirão Anhumas em cotas de altitude mais baixas, como pode ser observado pelo recorte do Mapa Topográfico do município na imagem 25, obtido através do topographicmap.com. A imagem 26 mostra uma visão D3 da topografia do entorno da área de rvenção.
Imagem 25: Recorte do Mapa Topográfico da cidade de Itajubá, mostrando a localização do terreno de intervenção. Fonte: topographicmap.com
Imagem 26: Curvas de nível em 3D do entorno e do terreno de intervenção, mostrando que o terreno se localiza em área plana. Fonte: cadmapper.com
ANÁLISE DO ENTORNO
De acordo com O Guia Global: Cidade Amiga do idoso, é importante que a moradia da pessoa idosa se localize em bairros que ofereçam uma gama de comércios e serviços, considerando a mobilidade desses indivíduos, de maneira a facilitar a sua rotina. O Guia também traz a importância de haver conexões com a comunidade do local onde se vive, trazendo sensação de pertencimento e a criação de memórias afetivas. Desta forma, o mapa de Uso e Ocupação do Solo abaixo identifica no bairro e em áreas imediatamente próximas, como se dá a localização dos comércios e serviços nas proximidades do terreno de intervenção. Foram analisados os quarteirões do entorno como um todo.
Área de intervenção
Praças
Áreas verdes e terrenos vagos
Uso predominantemente residencial
Uso predominantemente institucional
Uso predominantemente de serviços
Ribeirão Anhumas
Imagem 27: Mapa de Uso e Ocupação do Solo no entorno da área de intervenção Fonte: Próprio Autor
Através do mapa de Uso e Ocupação do solo é possível perceber que o bairro escolhido para a proposta do cohousing apresenta diversos quarteirões que possuem serviços, sendo estes: supermercados, restaurantes, farmácias, lojas de material de construção, lojas de roupas, padarias, açougues, petshops, chaveiros, bicicletarias, salões de beleza, barbearias, academias, mecânicas de automóveis, conveniências, praças com academia ao ar livre, além de possuir posto de saúde, escolas, faculdade de medicina e igrejas católicas e evangélicas.
Imagem 28: Mapa de localização de lugares e acessos com relação a área de intervenção. Fonte: Próprio Autor
Terreno de Intervenção no Bairro Anhumas
Unidade Básica de Saúde do Bairro Anhumas/Medicina: 1 km, sendo 3 min de carro ou 14 min de caminhada.
Centro da cidade de Itajubá: 2,8 km, sendo 8 min de carro
Hospital das Clínicas de Itajubá: 3,4 km, sendo 10 min de carro.
Hospital UNIMED 24h: 4 km, sendo 12 min de carro
BR 459 Sentido Pouso Alegre/Belo
Horizonte
BR 459 Sentido São Paulo
Rua Sebastião Bonifácio Pereira, rua principal de acesso e saída do terreno de intervenção
A imagem 28 identifica, em um mapa geral, a localização dos serviços de saúde com relação ao local escolhido para a intervenção, além de identificar a localização do centro da cidade, a localização da via de acesso ao terreno e a localização da rodovia de acesso à cidade.
A seguir encontram-se fotos que demonstram como é o entorno do terreno de intervenção, considerando as tipologias habitacionais e os serviços mais próximos.
FOTOS GERAIS DO ENTORNO
Imagem 29: Unidade Básica de Saúde do Bairro Medicina/ Anhumas, localizado na Rua Alexandre Alves Fernandes. Fonte: Próprio Autor
Imagem 30: Mercadinho Dias Rennó, o serviço mais próximo da área de intervenção, na Estrada Anhumas. Fonte: Próprio Autor.
Imagem 31: Farmácia mais próxima da área de intervenção, na Rua Olga Chaibem Mauad. Fonte: Próprio Autor.
Imagem 32: Entorno da área de intervenção apresenta grande área de terrenos vazios e predinhos de até três pavimentos. Fonte: Próprio Autor.
Imagem 33: Entorno da área de intervenção apresenta novas residências unifamiliares. Fonte: Próprio Autor.
Imagem 34: Supermercado de maior porte próximo da área de intervenção, na Rua Olga Chaibem Mauad. Fonte: Próprio Autor.
Imagem 35: Entorno da área de intervenção apresenta grandes áreas com terrenos a venda. Fonte: Próprio Autor.
Imagem 36: Entorno da área de intervenção apresenta muitas residências térreas. Fonte: Próprio Autor.
Imagem 37: Entorno da área de intervenção apresenta residências com dois pavimentos. Muitos ainda em etapa de construção Fonte: Próprio Autor
Imagem 38: Algumas ruas do entorno da área de intervenção são revestidas com bloquetes. Fonte: Próprio Autor
39: Praça com academia ao ar livre mais próxima da área de intervenção, na Rua Sebastião Bonifácio Pereira Fonte: Próprio Autor
Imagem 40: Casas térreas que fazem confrontação com a área de intervenção, na parte inferior do terreno Fonte: Próprio Autor
Imagem 41: Visão geral do tipo de edificações do entorno, sendo casas térreas, sobrados e prédios de até três pavimentos Fonte: Próprio Autor
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Considerando uma coabitação, é necessário haver espaços compartilhados e de socialização, além das residências individuais e privativas. O programa se divide entre a área comum, que abrigará os espaços onde se darão as atividades coletivas; as residências individuais, um estacionamento para veículos, depósito para guarda de materiais de manutenção do local, hortas e pomares, área de lazer, locais de saúde e espaços de convivência ao ar livre. A partir das adaptações do programa de necessidades do Livro Cohousing: A Contemporary Approach to Housing Ourselves de Kathryn McCamant e Charles Durrett, chegou-se ao seguinte programa de necessidades:
TIPO AMBIENTE
Tipologia 1
Privativo
Utilidades
Tipologia 2
Praça
Pista de Caminhada
Estacionamento
Horta
Pomar
Guarita
Ambulatório
Sala de fisioterapia e pilates
Saúde
Vaga de ambulância
Academia
CONCEITO E PARTIDO
TIPO AMBIENTE
Sala de estar/tv
Cozinha
Área Gourmet
Despensa
Lavanderia
Uso Comum
Almoxarifado
Biblioteca
Sala de informática
Sala de Jogos
Ateliês
Banheiros
Tabela 2: Programa de de necessidades do cohousing.
A ideia para a implantação do cohousing é criar uma área central no lote onde se concentre os espaços compartilhados, onde será o “coração” da comunidade. Para isso, a representação dos quesitos do Projeto Cidade Amiga do Idoso em forma de flor serviu de inspiração para a disposição dos volumes das residências ao redor de uma área circular central. Todas as edificações serão elevadas do solo e os desníveis vencidos através de rampas. Busca-se criar um ambiente onde os idosos possam desenvolver atividades ao ar livre, como jardinagem, exercícios físicos e realização de eventos da comunidade. Para isso, a área externa contará com uma área verde com pista de caminhada e espaços de estar e reunião de pessoas. No interior da edificação central se localizará salas de convivência, cozinha e área gourmet, ambulatório, além de salas para realização de atividades, como ateliês, salas de ginástica, sala de informática, biblioteca e sala de jogos, contemplando o lazer e atividades que estimulem corpo e mente.
Imagem 43: Estudo de formas para a implantação das edificações do cohousing Fonte: Próprio Autor
Imagem 44: Croqui da área central e comum do cohousing. Fonte: Próprio Autor.
Imagem 45: Croqui da unidade habitacional individual. Fonte: Próprio Autor.
Elevação de pelo menos 1 metro do solo devido às questões de possíveis cheias do Ribeirão Anhumas e a umidade do terreno.
ESTUDO DE MANCHAS PARA A IMPLANTAÇÃO
PRAÇA DE CONVÍVIO
EDIFCAÇÕES
PRAÇA DE CONVÍVIO
GUARITA/ENTRADA/ ESTACIONAMENTO
POMAR/HORTA/JARDIM
Imagem 46: Estudo de manchas para implantação. Fonte: Próprio Autor
Concreto Tijolinho Madeira Vidro Cobogó Cores VegetaçãoIMPLANTAÇÃO
RUAPROJETADAA
CASASEDIFICADAS
Imagem 47: Implantação da Vila Sênior. Fonte: Próprio Autor.
Após o estudo de manchas realizado chegou-se a implantação como demonstrada acima. A entrada do Cohousing se dará pela Rua Sebastião Bonifácio Pereira, através de portaria com portões individuais para entrada e saída social, bem como entrada e saída de veículos. Logo na portaria, ficam dispostas vagas para visitantes e adentrando a rua principal encontra-se o estacionamento dos veículos dos moradores. Uma rua contorna todas as edificações, caso seja necessário o acesso rápido às suas casas. Por todo o terreno estão localizadas praças com áreas de convívio, além de horta, pomar e jardins comunitários, que serão cuidados pelos moradores. As residências foram dispostas de forma geminada, ao redor da edificação principal, que será o “coração” do local, apresentando as áreas de uso comum. Próximo as edificações foram dispostas duas vagas para ambulância, em caso de emergência. Busca-se através desta implantação, que o local tenha bastante áreas verdes e locais de convívio para os moradores, que estes tenham suas casas individuais, com autonomia, mas ao mesmo tempo encontrem-se próximos aos demais moradores, tanto para integração da comunidade, como em possíveis casos de emergência.
CONCLUSÃO
A crescente longevidade da população brasileira, verificada graficamente através das alterações da pirâmide etária da população, traz consigo não somente a noção de que as pessoas tem cada vez mais se preocupado com sua saúde e com envelhecer bem, mas também traz a alteração no modo de se entender a velhice e como as pessoas com 60 anos ou mais, os idosos contemporâneos, estão cada vez mais ativos e independentes.
Estudos sobre o bem estar psicológico da população idosa mostram os efeitos negativos da solidão, isolamento social e dificuldades relacionadas ao autocuidado. Neste princípio, a arquitetura tem um grande papel, pois pode, através de um bom projeto, proporcionar a melhoria nos problemas psicológicos dos idosos, facilitando encontros, diminuindo as separações e permitindo descontração para as pessoas que habitam os espaços, atraindo seus usuários a apropriá-los, criando relações de pertencimento.
É neste cenário que se propõe a implantação de um cohousing sênior na cidade de Itajubá - MG, no Bairro Anhumas, considerando o perfil dos idosos contemporâneos. Esta tipologia habitacional é constituída por um sistema de casas privadas associadas à uma área de uso público com o objetivo de promover e facilitar as relações sociais, criando um comunidade intencional com a essencial sensação de pertencimento e contribuição, mas respeitando as individualidades, favorecendo a sua independência, a sua autonomia, algo essencial para um envelhecimento saudável e ativo.
Além de pensar na habitação do idoso em si, é importante considerar a implantação do cohousing em um bairro que ofereça comércios e serviços essenciais para a vida da pessoa idosa, considerando que haverão limitações com o avançar da idade. Neste ponto, o Bairro Anhumas se mostra adequado e não muito distante do centro da cidade. Os espaços ao ar livre no interior da área de intervenção são essenciais para realização de atividades em grupo, contribuindo para a interação entre os moradores. O interior dos ambientes devem ser projetados, com base no desenho Universal, para serem utilizados por todos os tipos de pessoas, de maneira segura, para evitar acidentes, promovendo conforto e bem estar. Uma edificação acessível para idosos possui diversas especificidades que devem ser levadas em consideração no momento do projeto, respeitando as normas adequadamente para proporcionar uma experiência de vida melhor para os seus moradores.
REFERÊNCIAS
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://www.confea.org.br/acessibilidade-de-acordocom-norma-abnt-nbr-90502020. Acesso em 18 jun 2024.
ADUNICAMP. Vila ConViver: a primeira cohousing sênior do Brasil. 2023. Disponível em: https://www.adunicamp.org.br/destaque/vila-conviver-a-primeira-cohousingsenior-do-brasil/. Acesso em 18 jun 2024.
ALMEIDA, Vinicius Martinelli de et al. Turismo na Terceira Idade: Estudo Sobre a Segmentação de Mercado. Revista Liceu, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 55-75, 2020.
ARCHDAILY Habitação para idosos: exemplos de independência e vida comunitária 2020 Disponível em: https://www archdaily com br/br/941692/habitacao-para-idosos-exemplos-deindependencia-e-vida-comunitaria Acesso em 18 jun 2024
ARCHDAILY. Como projetar uma cozinha acessível: móveis ajustáveis e multifuncionais. 2019. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/941692/habitacao-para-idosos-exemplos-deindependencia-e-vida-comunitaria. Acesso em 18 jun 2024.
CÂMARA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ. Plano Diretor. 2018. Disponível em: http://residencialconvivere.com.br/. Acesso em 18 jun 2024.
CAMBIAGHI, Silvana. Desenho Universal: Métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas. 4. ed. São Paulo: SENAC, 2017.
CARVALHO, Maria Ignez; CAVALCANTE, Sylvia; NÓBREGA, Lana Mara. Temas básicos em psicologia ambiental. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2021.
CDL ITAJUBÁ. Notícias. Vila Vicentina de Itajubá cuida dos idosos e se dedica aos mais necessitados desde 1925. 2024. Disponível em: https://www.cdlitajuba.com.br/vila-vicentina-de-itajuba-cuida-de-idosos-e-sededica-aos-mais-necessitados-desde-1925/. Acesso em 18 jun 2024.
CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE BRASIL. Envelhecimento ativo: Um marco político em resposta à revolução da longevidade. Rio de Janeiro, 2015.
CONVIVERE RESIDÊNCIA SÊNIOR. Nossa Unidade. Disponível em: http://residencialconvivere.com.br/. Acesso em 18 jun 2024.
COSSO, Luiza Moraes et al. Outras formas de morar: Cohousing, ecovilas, habitação temporária. Fórum HABITAR 2019: Habitação e Desenvolvimento Sustentável. Belo Horizonte, 2019.
FRANCO, Patricia. Arquitetura Sensorial: A aplicação do conceito em projeto de um lar para idosos na cidade de Sorriso-MT 2023 Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Arquitetura e Urbanismo) - UNIFASIPE, Sinop, 2023
GEIA, Maíra Laurença Inclusão de parâmetros de desenho universal em arquitetura e urbanismo: Análise iconográfica de cartilhas de acessibilidade, ergonomia e inclusão. 2020. Dissertação (Especialização em Arquitetura, Tecnologia e Cidade) - UNICAMP, Campinas, 2020.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-eestados/mg/itajuba.html. Acesso em: 18 jun 2024.
ITAJUBÁ. Secretaria Municipal de Saúde. Dados da UBS Medicina/Anhumas. Itajubá: Secretaria Municipal de Saúde, 2024.
LAR DA PROVIDÊNCIA DE ITAJUBÁ. História. 2013. Disponível em: http://lardaprovidenciadeitajuba.blogspot.com/2013/08/historia.html. Acesso em 18 jun 2024.
MCCAMANT, Kathryn; DURRETT, Charles. Cohousing: A Contemporary Approach to Housing Ourselves. 1. ed. California, 1988.
MINATTO, Thierry Ghisleri; SAVI, Aline Eyng. Instituição de longa permanência para idosos e centro de educação infantil no Araranguá-SC. Revista Território, Espaço Construído e Meio Ambiente, v. 1, n. 1, 2020.
OLIVEIRA, Joana América Santos; RODRIGUES, Maria Emília Oliveira. A complexidade do envelhecimento humano: Para além da dimensão biológica. Curitiba: CRV, 2023.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guia Global: Cidade Amiga do Idoso, 2008. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/Brasil Amigo Pessoa Idosa/publicaca o/guia-global-oms.pdf. Acesso em: 18 jun 2024.
PEREIRA, Daiane; SANTOS, Philipe Antropologia e arquitetura: união para o futuro Revista Research, Society and Development, v 10, n 13, 2021
PEREIRA, G et al Projetando lugares com idosos: uma análise da produção acadêmica nacional. Revista PIXO-Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade, v. 2, n. 4, p. 98-119, 2018.
PICORNELL, Maria Victória Sampaio. Do Asilar ao Coabitar: Proposta de Cohousing para idoso contemporâneo. 2022. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Sagrado Coração, Bauru, 2022.
POLLARD THOMAS EDWARDS. New Ground Cohousing. Disponível em: https://pollardthomasedwards.co.uk/projects/index/new-ground-cohousing/. Acesso em 18 jun 2024.
PROJETEEE. Dados climáticos. Disponível em: https://pollardthomasedwards.co.uk/projects/index/new-ground-cohousing/. Acesso em 18 jun 2024.
RETRATOS. Rio de Janeiro: IBGE, 2019-. ISSN 2595-0800
SILVA, Dominique. Viver coletivamente: O coliving como nova forma de moradia no Rio de Janeiro. 2021. Dissertação (Especialização em Geografia) - UFRRJ, Seropédica, 2021.
TOPOGRAPHIC-MAP. Mapa topográfico Itajubá. Disponível em: https://pollardthomasedwards.co.uk/projects/index/new-ground-cohousing/. Acesso em 18 jun 2024.
UOL. Os 60+ na sala de aula: por que idosos resolvem cursar uma faculdade?. 2024. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/03/04/os60-na-sala-de-aula-por-que-idosos-resolvem-cursar-uma-faculdade.htm. Acesso em 18 jun 2024.