PARAR Fleet Review - 6ª edição

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EMERSON FITTIPALDI: EMBAIXADOR DA SEGURANÇA 6ª EDIÇÃO NOVEMBRO 2015

COMO O BICAMPEÃO MUNDIAL DE F-1 INSPIRA UMA CULTURA DE SEGURANÇA DENTRO E FORA DAS PISTAS ---

CARSHARING

VEJA COMO O CONCEITO PODE SER APLICADO NA SUA FROTA ---

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM LUCIANO BURTI

"O ACIDENTE MUDOU MINHA PERSONALIDADE E MEUS VALORES"

PARAR é o nosso

PROPÓSITO

Quando uma empresa deixa de ser apenas um negócio ao encontrar uma causa pela qual lutar AO REDOR DO MUNDO � CONHEÇA A TRAJETÓRIA E AS LIÇÕES DE AMYR KLINK PararFleetReviewMagazine

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12 DRIVE THE FUTURE

Novos gestores para um novo mundo.

16 PARAR ON THE ROAD

Fóruns abrem caminho para uma nova fase, com mais experiências práticas, conteúdos personalizados e interatividade.

22 QUANDO A EDUCAÇÃO ENCONTRA A PRÁTICA

Profissionais da área frotista unem conceitos teóricos à experiência do dia a dia em cursos de formação.

28 COMPROMISSO COM A SEGURANÇA

PARAR lança documento para incentivar empresas a adotarem ações que priorizem a segurança dos seus colaboradores.

MATÉRIA DE CAPA

interview ————

20 EMBAIXADOR DA SEGURANÇA

Como o bicampeão mundial de F-1 Emerson Fittipaldi inspira uma cultura de segurança dentro e fora das pistas.

34 PARAR É O NOSSO PROPÓSITO

30 "O ACIDENTE MUDOU MINHA PERSONALIDADE E MEUS VALORES"

42 POR ONDE ANDA O PARAR

48 PAIXÃO POR CARROS… E PELA VIDA!

Quando uma empresa deixa de ser apenas um negócio ao encontrar uma causa pela qual lutar.

Confira os principais lugares por onde o PARAR passou em 2015.

44 TAKES

Registros de um ano que movimentou centenas de gestores em torno dos eventos, ações e atividades do Instituto PARAR.

Luciano Burti conta qual a relação do acidente no GP da Bélgica com o seu trabalho para um trânsito mais eficiente e seguro.

O piloto e apresentador César Urnhani tem exercido o papel mais importante da sua carreira: disseminar a cultura de segurança no trânsito no Brasil.

58 AO REDOR DO MUNDO

A trajetória e as lições de empreendedorismo, estratégia e planejamento do navegador Amyr Klink.

57 TOP FLEET PARAR

Abra as portas para mais visibilidade e novas oportunidades de negócios.

60 PARAR APRESENTA NOVOS CONSELHEIROS PARA 2016

Grupo estará envolvido com ações e projetos para transformar o trânsito brasileiro e disseminar a cultura de segurança.

64 SAVE THE DATE

Fique por dentro do que está programado para o próximo ano e agende-se.

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08 CARSHARING

52 SEM PLANEJAMENTO, NÃO HÁ GESTÃO

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Conceito, que é muito popular na Europa e nos EUA, já chegou ao Brasil. Veja como ele pode ser aplicado na sua frota.

Antonio Carlos Machado, diretor de suprimentos e logística da Telemont, ressalta que o planejamento é o ponto de partida para o sucesso na gestão de frotas.


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tips & cases ————

26 CULTURA DE SEGURANÇA DEVE SER TRABALHADA NA BASE J. Pedro Corrêa, referência em segurança no trânsito no Brasil, elenca cinco passos importantes para implantar a cultura de segurança dentro da sua empresa.

38 NÃO PODE EXISTIR LUCRO SE NÃO HOUVER SEGURANÇA

EXPEDIENTE > A PARAR Fleet Review Magazine é uma publicação do Instituto PARAR direcionada para administradores de frotas leves de pequenas, médias e grandes

Conheça a história da Castrol, uma empresa que trata a segurança como prioridade e responsabilidade de todos.

40 DR. CARLOS RESPONDE

As perguntas mais feitas para o Dr. Carlos Tudisco em 2015.

54 5 ERROS QUE NÃO SE PODE COMETER NA CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA DE FROTA Por Maria Baldin, CFO da ALD Automotive Brasil

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14 É HORA DE TROCAR O ESPELHO POR JANELA Maximiliano Fernandes, diretor de marketing e produtos da Ticket, acredita que o futuro das corporações está em incentivar os profi ssionais a voltarem seu olhar para o outro.

50 INFORMAÇÃO FAZ A DIFERENÇA Ricardo de Bolle, diretor comercial da Arval Brasil, compartilha suas experiências profi ssionais e destaca a educação como base para o futuro da gestão de frotas no Brasil.

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nnnnnnn Mais de 40 expedições à Antártida, mais de 30 embarcações construídas e viagens pelos cinco continentes. Os feitos são do navegador Amyr Klink, destaque dessa edição da revista.

empresas. Publicação gratuita e veiculada por distribuição direta. Para recebê-la, associe-se em www.institutoparar.com.br Gerente de Comunicação Maria Fernanda Beneli Vicente Coordenadora Executiva Renata Sahd Coordenadora de Comunicação Larissa Fernandes Jornalista Responsável Karina Constancio imprensa@institutoparar.com.br Colaboração Loraine Salvadori dos Santos Revisão Chico Amaro Publicidade publicidade@institutoparar.com.br (43) 3315-9524 Traduções GARF Traduções contato@garftraducoes.com.br Projeto Gráfico e Diagramação Brand & Brand Comunicação www.brandandbrand.com.br Impressão e acabamento Midiograf www.midiograf.com.br nnn A Revista PARAR Fleet Review é uma publicação da empresa idealizadora do Instituto PARAR

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editorial

——— POR RICARDO IMPERATRIZ CEO GOLSAT | PARAR LEADER

RETROSPECTIVA stava buscando inspiração para os próximos meses quando me dei conta de que o ano está acabando. Faltam menos de 50 dias para o Natal e aquela sensação de que o tempo está passando rápido demais tomou conta mais uma vez! Por isso, resolvi mudar o foco deste texto. Não vou desejar que no seu próximo ano corporativo você encontre paz e felicidade permanentes. Não vou desejar que supere todas as suas metas e vença todos os desafios, que ganhe dinheiro e seja sempre a pessoa mais bem sucedida do planeta. Não vou desejar que 2016 seja o melhor ano profissional de todos os anos de sua vida. 365 dias é muito pouco para todas as conquistas, todos os desafios e tudo o mais que se deseja fazer, ser e ter. ser que não seja a que está levando agora. EnEm nome do time PARAR, neste final de ano, contre seus propósitos. Pare e pense nos seus quero desejar outras coisas. Desejo que se lemdesafios profissionais e no porquê de fazer o bre de todas as conquistas que teve. Foi um que você faz. Escolha as pessoas que vão ajuano sensacional para o mercado de Gestão de dá-lo a conquistar seus objetivos. Escolha as Frotas do Brasil! O profissional de frotas conpessoas que você vai ajudar e seja um dissemiquistou visibilidade dentro da empresa em que nador de boas práticas. atua, respeito para seu departamento e notoNo coração do PARAR pulsam duas paixões: riedade do mercado. E você é parte disso! educação e valor à vida. Foi somente quando Desejo, então, que você olhe para trás e veja encontramos essas paixões que conseguimos tudo o que foi aprendido, lembre-se de toagregar mais de 6 mil gestores de frotas disdas as pessoas que o apoiaram e quem você postos a lutar conosco. Que conseguimos lefoi em todas essas situações. Tenho certeza var o PARAR para os EUA e países da Europa de que vai se orgulhar. Ainda temos muitos e ajudar empresas globais a entenderem as desafios. Nossos números permanecem alarparticularidades da gestão de frotas em nosmantes: mais de 50 mil mortes no trânsito so país. Que conquistamos o Prêmio Windel todos os anos; quase 400 mil pessoas com T. Mitchell, um reconhecimento da nossa luta invalidez permanente, vítimas de acidentes diária por um trânsito mais justo. nas vias; bilhões gastos com saúde pública Portanto, desejo que você descubra o que lhe em razão do trânsito doentio que assola o dá prazer e trabalhe para que essa seja uma Brasil; e, por mais absurdo que pareça, o resconstante em seu dia a dia. Faça o que você ama ponsável por tudo isso ainda é o vergonhoso e ame o que você faz. Reconheça as caractecomportamento do ser humano ao volante. rísticas pessoais de que não gosta e aprenda a Diante disso, desejo que você separe um temmudá-las — ou a aceitá-las. Você pode ser um po para determinar a vida que quer levar. Pode profissional melhor todos os dias. Porque quem você quer ser já está dentro de você. Então, procure. Insista e não desista. Respire fundo. Não espere o ano novo chegar. Comece agora. E continue contando com o Instituto PARAR! Orgulhe-se e be commited.

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> RICARDO IMPERATRIZ

No coração do PARAR pulsam duas paixões: educação e valor à vida. Foi somente quando encontramos essas paixões que conseguimos agregar mais de 6 mil gestores de frotas dispostos a lutar conosco.



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CARSHARING

O conceito de carro compartilhado, muito popular na Europa e nos EUA, já chegou ao Brasil. Veja como ele pode ser aplicado na frota corporativa

ocê tem o seu carro e a sua esposa (ou seu marido) tem o dela(e). Vocês até pensam em vender um dos carros e dividir o outro, porque o custo daquela vaga extra na garagem do prédio pesa no orçamento, somado ao combustível, ao IPVA, à manutenção e muitos outros gastos. Mas aí as facilidades falam mais alto: “Sábado de manhã você trabalha e eu não. Vou ficar preso em casa?” Isso é só um exemplo, mas é natural que você se identifique com a situação. Agora, imagine se o seu condomínio disponibilizasse alguns carros que pudessem ser usados por qualquer morador, mediante agendamento prévio. Tudo online e com apenas um clique, você só pagaria pela quilometragem e pelo tempo de uso. Além de benefícios para o seu bolso, essa mudança cultural de sacrificar o conforto do carro designado em prol do carro compartilhado gera resultados satisfatórios para toda sociedade. O conceito, conhecido como CarSharing, tem ganhado força fora do Brasil. Segundo artigo publicado no UOL, em agosto, a Alemanha é o maior mercado europeu de compartilhamento de automóveis, com 15.400 unidades preparadas apenas para essa finalidade. As montadoras locais estão apostando pesado no serviço e já vislumbram levar o modelo para outros países da Europa, pois o carro compartilhado vai ao

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encontro da necessidade relativa à mobilidade urbana e à construção de uma sociedade mais sustentável.

E NO BRASIL? Segundo dados de 2014 do IBGE, em algumas cidades do Brasil, a proporção de automóveis por habitante já é quase de 1:1. Em contrapartida, mediu-se que na cidade de São Paulo os donos de veículos usam efetivamente o carro em média 3 horas por dia. Isso corresponde a 320 dias de ociosidade em um ano. Mas para produzir esse veículo ocioso, são emitidas 7 mil toneladas de CO2 na atmosfera, fazendo com que a preocupação com a poluição também entre na pauta dos benefícios do carsharing. “O trânsito nas cidades brasileiras está cada vez pior. Há uma demanda latente por soluções de mobilidade que resultem em economia, sustentabilidade, praticidade e melhora na qualidade de vida”, explica Rafael Taube, proprietário da Joycar, empresa de São Paulo que tem implantado o conceito de carro com-


Falando em

maior complexo “Triple A” do Brasil: com 4 bicicletas elétricas e 6 bicicletas urbanas, uma estação de compartilhamento de bikes foi implantada no subsolo do condomínio empresarial localizado na Zona Sul de São Paulo. O projeto de bikesharing em prédios corporativos é inédito. “O colaborador que trabalha no Rochaverá pode acessar o site exclusivo do empreendimento e se cadastrar. Depois, é só descer na estação das bikes e, com um código pessoal, retirar a bicicleta, utilizar e depois devolver. É possível utilizar as bikes por até duas horas ininterruptas gratuitamente”, explica Martins. Em menos de dois meses, a Compatibike recebeu 250 cadastros e ocorreram mais de 100 utilizações, com tempo médio de locação de um hora e meia. “A solução tem se mostrado ideal para empresários que precisam sair do prédio para rápidas reuniões e almoços. Para percursos até oito quilômetros, é mais ágil ir de bike do que de carro”, afirma Martins.

Diferentemente do que acontece em alguns países da Europa, no Brasil, os meios de transporte alternativos aos veículos são considerados precários e, por isso, não estão incorporados à cultura das pessoas. Porém, essa realidade está mudando e, nos últimos meses, a construção e uso das ciclovias são pautas constantes na sociedade. “Trata-se de modais que se complementam. Em grandes centros, tem hora que é mais prático andar de bike, ou de carro ou de transporte público”, conta Tomás Martins, proprietário da Compartibike, especializada em soluções inovadoras de mobilidade urbana. Mais que oferecer a oportunidade de transporte alternativo, a Compartibike resolveu criar uma solução inédita. Trata-se de um serviço customizado que oferece bicicletas compartilhadas em ambientes privados. Recentemente, a empresa ganhou destaque com o case da Rochaverá Corporate Towers, o

partilhado no Brasil, tanto para pessoas quanto para empresas. Segundo Taube, o Brasil possui algumas particularidades que tornam esse processo mais tímido que nos países europeus. “Somos um país difícil para empreender. Mas acredito que as pessoas vão aderir a essa solução quando ela estiver com uma escala maior. Foi a mesma coisa com a bicicleta e hoje já existem 700 mil pessoas compartilhando a bike”, explica.

APLICAÇÃO DA FROTA CORPORATIVA Se o conceito de carro compartilhado encontra algumas barreias para ser implantado na vida das pessoas, no mundo corporativo ele vem ganhando espaço em razão da praticidade e da busca constante de algumas empresas por soluções sustentáveis. A terceirizadora de frotas ALD Automotive, em parceria com a Joycar, oferece o serviço de carro compartilhado para clientes que querem otimizar a frota. “Começamos a discutir esse conceito há dois anos, inspirados no lançamento do servi-

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ço pela ALD na Europa. Fizemos uma pesquisa com nossos clientes e avançamos em um projeto piloto com a Basf. Hoje, já possuímos o produto pronto, mas ainda sem escala porque é embrionário no Brasil”, explica Maria Baldin, CFO da ALD. A solução do carro compartilhado é ideal para operações que utilizam serviço de táxi eventual ou quando há vários condutores por veículo. Segundo Baldin, “sem tecnologia, a empresa acaba dependendo do gestor para fazer um check-list diário e controlar quem estava ao volante no momento de uma multa, por exemplo. A gestão acaba sendo manual”. Em uma época de instabilidade econômica como a que o Brasil está enfrentando, muitas empresas têm buscado alternativas para reduzir custos e isso afeta diretamente o departamento de frota, uma vez que o centro de custo desse setor está entre os maiores da corporação. Além de contribuir com a sustentabilidade ambiental, o sistema de compartilhamento de frota traz benefícios econômicos para a empresa e pode ser uma alternativa para quem está pensando em reduzir ou eliminar a frota. “Se as utilizações do carsharing na Basf fossem feitas via rentalcar convencional, o custo seria superior em 60%”, explica Eduardo Canas, responsável pela administração de veículos da companhia.

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O trânsito nas cidades brasileiras está cada vez pior. Há uma demanda latente por soluções de mobilidade que resultem em economia, sustentabilidade, praticidade e melhora na qualidade de vida

No caso da Basf, são 10 carros alugados com a tecnologia para atender quase 500 colaboradores e a operação tem sido um sucesso. Segundo Canas, além dos resultados financeiros favoráveis, o sistema de carsharing deixou os colaboradores mais satisfeitos. “Antigamente tinha o trâmite para locar carro avulso. Hoje, ele se cadastra uma vez e, depois que o gestor aprova, utiliza a frota como quiser. O gestor recebe a confirmação das locações e o fluxo não fica mais complicado e burocrático”, comenta. Canas salienta que o compartilhamento é complementar aos demais meios de deslocamento e útil

apenas para funcionários que têm compromissos esporádicos ou rápidos fora da empresa. “No caso da Basf, parte de nossos colaboradores atua em regiões inóspitas do Brasil, onde não há outros colaboradores para compartilhar o veículo e muitas vezes são veículos específicos para rodar em cada região. Nesse caso, é melhor receber um carro para trabalhar”, explica.

Mobilidade urbana e tecnologia ——————————

Q

ual é o trajeto menos congestionado para eu chegar ao meu trabalho? Quantos minutos eu demoro até meu próximo destino? É fato que a tecnologia tem transformado a mobilidade urbana ao redor do mundo. Segundo pesquisa realizada pelo IMS Internet Media Services, cerca de 400 milhões de pessoas usaram o celular na América Latina no ano passado, sendo que 99% fizeram download de algum aplicativo para guiar seu dia a dia. O Waze, por exemplo, conhece bem essa realidade. Criado com a missão de ajudar os cidadãos a economizar 5 minutos de trânsito do seu dia, o aplicativo israelense é um case mundial. O Waze é um aplicativo de navegação para smartphones desenvolvido para funcionar com informações pessoais fornecidas pelos usuários, formando mapas editados por comunidades. Hoje, são mais de 35 milhões de pessoas conectadas umas às outras e compartilhando informações em tempo real sobre problemas no trânsito e preço da gasolina.

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CarSha

Mas será que a melhoria da mobilidade urbana depende apenas de aplicativos e smartphones? Exemplos de outros países provam que não. Os projetos integrais de caminho escolar, por exemplo, em que as crianças vão a pé para a escola, são iniciativas desenvolvidas em países como EUA, Canadá, Austrália, países da Europa e em algumas cidades de América Latina. Porém, esse incentivo ainda não foi plenamente implantado no Brasil. Esses projetos são orientados para que as crianças possam se mover com segurança e autonomia pelas ruas, desfrutando do espaço público através da mobilidade urbana ativa - a pé ou de bicicleta. "Nós sabemos que cidades com congestionamentos muito intensos de veículos tornam-se antieconômicas”, afirma Marcos de Souza, da Mobilize Brasil, um portal dedicado à mobilidade urbana sustentável. “O Brasil seguramente já perdeu investimentos, muitas multinacionais deixaram de implantar suas sedes aqui em razão do nosso trânsito. Entregas não são realizadas, pessoas não conseguem chegar aos seus locais de trabalho no horário correto, tudo por falta de transporte adequado", completa. Em grandes cidades, não há dúvida de que o trânsito é um dos tópicos que mais preocupam. Segundo dados do DETRAN publicados em 2014, cerca de 81,6 milhões de veículos circulam no país e a expectativa é dobrar a frota nos próximos 20 anos. Segun-

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Sharing: como funciona PARA O USUÁRIO DO CARRO

• O colaborador acessa sua conta e faz a reserva do veículo • Utiliza seu crachá para abrir o carro • Responde algumas perguntas no computador de bordo, sobre itens como limpeza e avarias • Utiliza o carro no período da reserva e devolve no local onde retirou • Ao acessar a conta, o colaborador pode consultar seu histórico de reservas, com dia, hora, distância percorrida etc.

do Souza, essa projeção é baseada no mercado europeu, onde o número de veículos por habitante supera o do Brasil. "A diferença é que lá fora o carro é usado para viagens, passeios de finais de semana ou emergências. A Europa lutou muito para ter alternativas de transporte, diminuindo os espaços para automóveis particulares e abrindo-os para o coletivo: ciclovias, calçadas para

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PARA O GESTOR DA FROTA

• O gestor possui um usuário MASTER com acesso a todas as contas de seus colaboradores e pode acompanhar e editar qualquer reserva.

PARA A EMPRESA

• Para usar o sistema de compartilhamento, a empresa paga uma mensalidade por carro e pode solicitar a instalação do serviço a qualquer momento.

pedestres, transporte público", explica Souza. Já o Brasil fez o caminho contrário. Com o passar dos anos, foram-se eliminando os bondes e trens, e as calçadas tornaram-se cada vez mais estreitas. Qual o papel da educação nesse cenário? Segundo Souza, o problema de educação se estende para outras áreas. "Nos últimos anos, tivemos um deslocamento da população que saiu da área rural para a área urbana, tentando sobreviver mesmo sem condições habitacionais. A falta de escola, a desestruturação do país, esses desajustes sociais afetam a educação brasileira e isso leva à dificuldade do brasileiro de se relacionar no meio urbano. É no trânsito que essa situação se manifesta de forma mais eloquente", opina. As "cotoveladas" no trânsito ficam claras quando vemos no mesmo ambiente os motoristas, os ciclistas e os pedestres. A boa notícia é que já é possível notar uma gradativa melhoria das condições de segurança e da compreensão do motorista quanto ao risco de acidentes, mesmo na cidade mais agitada do Brasil. "Há 15 anos, uma pessoa circulando de bike em São Paulo era vista como um objeto estranho. Hoje, apesar de ainda difícil, é possível notar essa reordenação da circulação da cidade. A rede cicloviária já está em torno de 250 quilômetros e tende a chegar a 400 quilômetros até o final de 2015. Já se fala até em 1.000 quilômetros", comenta Souza.

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POR Flavio Tavares

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DRIVE THE FUTURE

Novos gestores para um novo mundo “Mais importante do que o destino, é a jornada”, Flavio Tavares, diretor de marketing e vendas da GolSat e PARAR Leader.

SE,

É com esse pensamento que o Instituto PARAR convida os há alguns anos, o conhecimento era o fator primorgestores de frotas do Brasil a serem protagonistas dentro das dial para que um profissional ganhasse notoriedade suas corporações e das suas realidades. A voltarem o olhar para no mercado, hoje esse requisito ganhou novas proporções. Não o futuro, para o que ainda está por vir, e descobrirem qual é o adianta ter especializações, mestrado e doutorado, se não tiver seu papel para que a mudança que eles querem ver no munbrilho nos olhos, engajamento e vontade de fazer a diferença. do realmente aconteça. O trânsito brasileiro Cada vez mais, as empresas estão valorizannão se resume a indicadores ou estatísticas. É do profissionais de atitude, envolvidos com as importante perceber o que está por trás desses causas e práticas da corporação. FLAVIO TAVARES números, o que eles nos revelam e qual pode ser Mas, e no futuro? Se ontem o diferencial era a nossa contribuição para que esse cenário seja o conhecimento e hoje é a atitude, o que será Descobrir o seu porquê revertido. Olhar para o futuro, descobrir de que valorizado no amanhã? A resposta é: PROé o primeiro passo para futuro estamos falando, é mergulhar em nossa PÓSITO. Um profissional sem propósito é um a mudança, lutar por ele realidade, ir a fundo e descobrir qual o caminho profissional desmotivado, que até cumpre sua é viver essa mudança para a transformação. função, mas não tem energia para o novo, para e transformar o futuro Isso é DRIVE THE FUTURE. Olhar para o a transformação e para a mudança. É o prodentro do seu presente. futuro e ser protagonista da mudança. O Inspósito que motiva a descoberta de novos catituto PARAR acredita que os gestores são os minhos e incentiva a inovação. É ele que nos agentes transformadores desse novo mundo. tira da estagnação e do conformismo. Muitas “Drive The Future” foi o tema escolhido para a nossa III Convezes acreditamos que o propósito é o objetivo final, é onde esferência Global e será o ponto de partida para todas as nossas peramos chegar. Porém, mais importante do que o destino, é a ações em 2016. Para seguir essa jornada rumo ao futuro, o gesjornada. O caminho que vamos percorrer em busca dos nossos tor precisa ter algumas habilidades que o ajudarão a percorrer sonhos e objetivos já é estar vivendo o nosso propósito. o caminho, solucionar problemas e fazer a diferença. O conceito Portanto, o amanhã já é o próximo minuto e a hora de você Drive The Future é ilustrado com os 5C´s que todo gestor de froviver o seu propósito é o agora. Descobrir o seu porquê é o pritas moderno precisa dominar. E quem estiver na Conferência, meiro passo para a mudança, lutar por ele é viver essa mudança em novembro, terá o privilégio de se aprofundar no assunto. e transformar o futuro dentro do seu presente.

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Anote aí | Dicas essenciais

Conheça os 5C's que todo gestor de frotas precisa dominar C

DE CENÁRIO 40.451. Esse é o número de pessoas mortas, vítimas do trânsito brasileiro, em 2014. Equivale à queda de um avião como aquele da Air France a cada 2 dias. Ou a uma tragédia como a da Boate Kiss dia sim, dia não. Em 2010, a ONU decretou a Década de Ações para a Segurança Viária, em que países de todo o mundo se comprometeram a reduzir em 50% os acidentes de trânsito. Desde então, os números do Brasil permanecem astronômicos e nosso país está entre os cinco que mais matam no trânsito. Se levarmos em conta o prejuízo financeiro, gastamos na Copa do Mundo menos do que o Brasil gasta todos os anos na saúde viária. São bilhões de reais dedicados anualmente às vitimas dos acidentes. Apesar das condições precárias de algumas estradas e da falta de sinalização, o que mais impressiona diante desses números é que 93% dos acidentes são causados por negligência. Gerir frotas a partir do momento que você entende o cenário em que está inserido torna-se uma atividade mais eficiente e estratégica.

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DE CONCEITO > Depois de entender o cenário em que você, sua empresa, sua frota e seus condutores estão inseridos, é hora de organizar a atuação do departamento. A Política de Frota é o documento que estabelece os limites, através de regras e ferramentas, para gerir os veículos e os condutores com eficiência. Ela precisa indicar todas as atividades da frota, as competências da estrutura organizacional responsável pelos carros e condutores e os recursos disponíveis para a execução das atividades e serviços. Além disso, a Política de Frota precisa regulamentar a relação do condutor com a frota, prever as regras de utilização dos veículos, o abastecimento, as infrações, os sinistros, as manutenções,

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os custos, as locações, as avarias etc. Por fim, deve conter termos de responsabilidades e o plano de ação que vai guiar o gestor de frota quanto às atitudes que devem ser tomadas em casos de não cumprimento da Política por parte dos condutores.

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DE CRITÉRIO > Definir quais são os indicadores mais importantes para a sua empresa é o primeiro passo para colocar a estratégia em ação. Ao estabelecer KPIs, o gestor de frota tem a possibilidade de criar relações de causa e efeito, como, por exemplo: “Se eu intensificar as horas de treinamento (KPI 1) em 20%, consigo reduzir o número de acidentes (KPI 2) em 35%”. Além disso, de posse dessas informações, o gestor de frota consegue relacionar seus indicadores aos custos da operação e aos resultados financeiros, tornando sua atividade cada vez mais eficiente e estratégica. Os indicadores-chave devem ser o principal instrumento de navegação do gestor de frota e precisam ser consultados com frequência para que o gestor entenda se está no curso certo ou não. Escolher o conjunto certo de KPIs o ajudará a enxergar quais áreas precisam de mais atenção e quais setores têm atingido o desempenho correto. O contrário também é válido. Escolher o conjunto errado de indicadores pode trazer resultados desastrosos. Claramente, para saber quais as métricas corretas para cada operação, o gestor precisa alinhar-se aos

objetivos estratégicos da empresa como um todo. Existem muitas coisas a serem medidas em cada operação e os parâmetros corretos devem ser definidos com base na estratégia traçada inicialmente.

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DE CAPACITAÇÃO > De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto PARAR, o maior problema não está na resistência das empresas a educar seus condutores. O que acontece com frequência é o desconhecimento dos gestores de frotas sobre como capacitar adequadamente seus condutores. Depois de entender o cenário, criar a Política de Frota, gerir com base nos indicadores, o desafio do gestor de frota é encarar as objeções dos colaboradores e colocar projetos da Cultura de Segurança para rodar na empresa. Capacitar condutores vale a pena! O ser humano em geral é resistente à mudança. Porém, por mais drástica que ela seja, mesmo que seja para salvar apenas uma vida já se justifica.

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DE CULTURA > Você já deve ter visto em grandes indústrias – ou até mesmo na sua empresa – a placa “Dias sem Acidentes” como norma de prevenção de acidentes de trabalho, certo? Pois bem, você como gestor de frota tem o dever de tratar os acidentes de trânsito praticados por seus condutores com a mesma relevância. Os seus colaboradores trabalham atrás do volante e você é o responsável por eles. Seu papel deve ser o de ajudá-los a conduzir de forma segura e consciente, oferecendo todas as informações e ferramentas de que necessitam para cuidarem melhor deles próprios e de seus veículos. Por isso, gerir frotas embasado na Cultura de Segurança é um caminho que as empresas estão buscando para alcançar resultados sustentáveis e sucesso nas operações.

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É HORA DE TROCAR O ESPELHO POR JANELA Maximiliano Fernandes, diretor de marketing e produtos da Ticket, acredita que o futuro das corporações está em incentivar os profissionais a voltarem seu olhar para o outro

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om uma trajetória profissional que impressiona, Maximiliano Fernandes, diretor de marketing e produtos da Unidade de Negócios de Gestão de Frotas da Ticket, soma experiências no mercado internacional – onde atuou de forma global na gestão de novos negócios e na definição de estratégias em conjunto com mais de 40 países –, além de passagens pelas áreas de vendas e marketing em empresas como Nestlé, Marsh & McLennan e Ticket. Na última, Fernandes está há quase 15 anos e atualmente lidera um time de 25 pessoas engajadas em desenvolver novas soluções para a gestão de frotas. O Ticket Car conta com um portfólio de 12 mil clientes e mais de 700 mil veículos geridos pelos seus sistemas. Como fornecedor do setor de frotas, ele destaca que um dos principais desafios é entender as necessidades dos clientes. “Isso tem que estar sempre em primeiro lugar. Não acredito na máxima de tudo para todos, acredito que temos que caminhar em direção à segmentação, em desenvolver soluções mais direcionadas de acordo com a realidade de cada empresa”. Além disso, a profissionalização dos gestores é outra questão lembrada por Fernandes como fundamental para o avanço do setor. “Os profissionais da área geralmente são pessoas que se viram gestores de frotas, que foram colocados naquela função e tiveram que aprender na raça. Hoje, percebemos que o setor já atingiu um maior grau de maturidade, mas é um caminho que temos que continuar trilhando e aprimorando cada vez mais”, afirma. Com a trajetória percorrida, até chegar a sua atual área dentro da Ticket, Maximiliano Fernandes conta que aprendeu a se colocar no papel do outro. “Quando você lida com 42 países, 42

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culturas diferentes, como quando estive na sede na França, você necessariamente aprende a ouvir mais, a primeiro entender quem é que está do outro lado. Só assim é possível começar a construir uma solução que realmente atenda as expectativas do cliente ou até o surpreenda, adaptando projetos e demonstrando que pode atendê-lo de uma forma diferente”. Seguindo essa linha de pensamento, é importante tomar cuidado com uma fórmula pronta, ou seja, descobrir o que o cliente precisa e ajudá-lo a enxergar o que talvez nem ele ainda tenha percebido. “Costumo falar que é necessário trocar o espelho por janela. Principalmente nós, profissionais do marketing, temos que tomar cuidado com o ‘umbiguismo’, não importa o que eu gosto ou acredito que vá solucionar a vida dos clientes, eu não sou o público alvo. É fundamental voltar o olhar para o outro”, ressalta Fernandes. Ele revela que durante sua trajetória foi impactado por muitos projetos e que isso o fez começar a percorrer novos caminhos. “Comecei a me sentir um visionário também. Passa a ser um exercício rico e interessante aplicar um conceito

Maximiliano Fernandes, diretor de marketing e produtos da Unidade de Negócios de Gestão de Frotas da Ticket, soma experiências no mercado internacional – onde atuou de forma global na gestão de novos negócios e na definição de estratégias em conjunto com mais de 40 países nnnnnnnnnnnnnnnnn


O que é essencial para se destacar no mercado? A PEDIDO DA REVISTA PARAR FLEET REVIEW, MAXIMILIANO FERNANDES ELENCOU QUAIS CIRCUNSTÂNCIAS E ATITUDES SÃO ESSENCIAIS PARA UM PROFISSIONAL SE DESTACAR NO MERCADO E EXERCER SUAS ATRIBUIÇÕES DA MELHOR FORMA

MESMOS VALORES "O primeiro passo é encontrar uma empresa em que seus valores estejam refletidos e vice-versa."

PENSAR COMO DONO DA EMPRESA "Dessa forma, o projeto da empresa passa a ser o seu projeto, assim como uma conquista da empresa, passa a ser a sua conquista."

TRABALHAR MUITO que funcionou no México, na República Checa, ou adaptar uma solução da África do Sul para o Chile e assim por diante. Essas experiências estimularam minha maneira de pensar, a não apenas enxergar por outro prisma, mas a girar o prisma”. São esses aprendizados que ele costuma compartilhar com sua equipe e disseminar dentro da Ticket. Não é por acaso que a empresa está há 18 anos consecutivos entre as melhores para se trabalhar no ranking da Great Place To Work, referência internacional na análise e avaliação de ambientes de trabalho. De acordo com Fernandes, a empresa tem uma cultura muito transparente e colaborativa e conta com um time bastante engajado. “Umas das coisas que me prendem na Ticket é saber que eu trabalho em uma empresa que faz a diferença no mundo, que é algo mais do que só um negócio”, destaca.

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"Tem uma frase que eu gosto bastante: ‘Quanto mais trabalho, mais sorte eu tenho."

NÃO TER MEDO DE ERRAR "É bom ser irresponsável na medida certa, pois o medo te impede de agir."

SE DIVERTIR "Trabalho muito, mas me divirto muito também."

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Fóruns abrem caminho para uma nova fase, com mais experiências práticas, conteúdos personalizados e interatividade

uitas vezes em nossa vida precisamos que alguns ciclos terminem para que outros possam nascer e crescer. Assim também acontece com o trabalho desenvolvido no Instituto PARAR: algumas ações, que já cumpriram sua função com sucesso e foram responsáveis por grandes avanços do setor, precisam abrir caminho para que uma nova fase seja implantada. É o caso dos fóruns. Desde a criação do PARAR, em 2012, os eventos itinerantes, que percorreram cidades como Londrina (PR), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ), conseguiram reunir mais 2,5 mil pessoas para discutir e compartilhar conhecimentos sobre temas importantes para a gestão de frotas leves no Brasil. Em 2015, mais de 600 profissionais marcaram presença nos cinco fóruns realizados no Rio de Janeiro (RS), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA). Durante os eventos, os gestores tiveram oportunidade de obter mais informações sobre telemetria, cultura de segurança, Política de Frota, terceirização, profissionalização do setor, engenharia de risco, blindagem e direção defensiva. Os conteúdos ajudaram esses profissionais a repensarem suas funções e a agirem de forma mais estratégica

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na administração dos veículos das frotas de suas empresas. Marcelo Alves de Oliveira, supervisor de serviços administrativos da Arauco do Brasil, teve a oportunidade de participar de dois Fóruns. “Antes de conhecer o evento, tinha a impressão de ser uma atividade voltada para a venda de produtos e serviços, mas saí do primeiro Fórum de que participei com ótima impressão, principalmente em relação ao conteúdo apresentado. Todos os temas abordados foram muito interessantes e ainda tivemos a oportunidade de trocar experiências com outros gestores de frotas. As participações foram tão boas que já garanti minha matrícula para o PGF 2016”, conta. Oliveira revela que os eventos o motivaram a iniciar mudanças dentro da

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Desde a criação do PARAR, em 2012, os Fóruns percorreram as principais regiões do país e conseguiram reunir mais 2,5 mil pessoas interessadas em discutir e compartilhar conhecimentos sobre temas importantes para a gestão de frotas leves no Brasil.

empresa. “Estamos desenvolvendo nossa Política de Frota, que deve ser posta em prática já no começo de 2016, implantamos o cartão de combustível e vamos iniciar um projeto piloto com o uso da telemetria”. Assim como Oliveira, Neander Rodrigues Candido, gerente regional de frota e logística da Serede, coloca os conteúdos e a troca de experiências como destaques do evento. “Os cases chamaram muito minha atenção, pois, na maioria das vezes, soluções simples se revelam os melhores caminhos para a resolução dos problemas mais complexos”. Os temas abordados abriram os olhos de Candido para novas soluções. “Questões relacionadas à legislação e aos itens fundamentais para a elaboração de uma boa política de frota têm contribuído no desenho dos processos internos de nossa empresa. Além disso, o conhecimento de todas as ferramentas e possibilidades envolvendo o rastreamento e a telemetria veicular mudaram o nosso patamar de exigência e resposta junto aos nossos fornecedores”, ressalta. Para Daniel Araújo, coordenador de segurança empresarial do Grupo Boticário, a troca de conhecimentos proporcionada pelos Fóruns trouxe entendimento sobre diversos pontos que

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devem ser priorizados na administração da frota. “A compreensão do processo e das políticas de gestão de frotas vem contribuindo com a tomada de decisão, formulação de indicadores e otimização de tempo”, revela.

NOVO ANO, NOVOS CAMINHOS Em 2016, os Fóruns abrirão espaço para o PARAR on the Road, projeto que vai percorrer cinco cidades do Brasil com conteúdos personalizados, planeja-

"Saí do primeiro Fórum de que participei com ótima impressão, principalmente em relação ao conteúdo."

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Em 2015, mais de 600 profissionais marcaram presença nos cinco fóruns realizados no Rio de Janeiro (RS), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).

Os eventos terão transmissão online, uma oportunidade para profissionais de todo o país terem acesso aos conteúdos dos de acordo com a realidade de cada região. Além de Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG), que já faziam parte do itinerário dos Fóruns, uma nova cidade entra no trajeto: Fortaleza (CE). Uma das novidades é que os participantes terão acesso a mais conteúdos práticos. Diferentemente do que acontecia nos Fóruns, a programação vai reservar meio período para palestras e meio período para oficinas. Além disso, novas opções de oficinas farão parte do evento, como Inovação na Gestão de Frotas, Gestão por Indicadores, Como Elaborar um RFP e Cultura de Segurança. Elas se juntam às oficinas de Telemetria, Direção Defensiva e Política de Frotas, que já vinham sendo realizadas. O PARAR on the Road ainda terá um espaço de feira ampliado, que deverá reunir 10 estandes de empresas que são destaque

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no setor em diversos segmentos. Outro grande diferencial é que todos os eventos terão transmissão online, o que dará oportunidade para que profissionais de todas as regiões do país tenham acesso aos conteúdos. Dessa forma, cada evento terá sua própria grade de programação, de acordo com as peculiaridades de cada região, e como todos os gestores poderão acompanhar o evento através de transmissão online, esses conteúdos poderão ser complementares entre si. Com os olhos em 2016, o PARAR promete aos profissionais de frotas leves do Brasil um ano com mais conteúdos compartilhados, experiências práticas e interatividade, sempre priorizando a capacitação dos gestores e a disseminação de uma cultura de segurança dentro e fora das empresas.



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Embaixador da segurança A luta do bicampeão mundial de F-1, Emerson Fittipaldi, por uma cultura de segurança dentro e fora das pistas

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os anos de Fórmula 1 e Fórmula Indy, Emerson Fittipaldi perdeu 35 amigos nas pistas. Um dos maiores ícones do automobilismo brasileiro, o bicampeão mundial de Fórmula 1 compartilhou da dor de muitas pessoas que perderam familiares e amigos de forma repentina, em acidentes que poderiam ter sido evitados com uma cultura de segurança dentro e fora das pistas. Com uma trajetória marcada por histórias de vitória e superação, Fittipaldi inspirou e ainda inspira milhares de pessoas em sua luta pela segurança. Ele foi escolhido embaixador de uma campanha idealizada pelo Governo Federal e pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA), em 2012, para reduzir o número de mortes no trânsito do Brasil. Ao lado da presidente Dilma Rousseff, Fittipaldi se reuniu com o secretário da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente da FIA, Jean Todt, para discutir ações de conscientização dos condutores e prevenção de acidentes. “A FIA lançou esse projeto simultaneamente em vários países do mundo e o Brasil foi um dos que aderiram à causa. Nós temos que reviver essa campanha aqui, pois o número de acidentes no Brasil é preocupante. Temos muito o que trabalhar para melhorar a segurança no trânsito”, alertou. As perdas nas pistas incentivaram-no a repensar a questão da segurança. “Quando comecei na Fórmula 1, a chance de sobrevivência era de 7 para 1. Nós éramos 21 pilotos e sabíamos que, em condições normais, três não estariam lá no final

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Com uma trajetória marcada por histórias de vitória e superação, Emerson Fittipaldi inspirou e ainda inspira milhares de pessoas em sua luta pela segurança. nnnnnnnnnnnnnnnn

do ano. Era um risco muito alto, mas era um risco do momento em que a gente corria. Existiu uma luta muito grande da Associação dos Pilotos de F-1, a Grand Prix Drivers Association (GPDA), para melhorar a segurança. Foi uma luta constante e que possibilitou as melhorias que vemos hoje”, revelou Fittipaldi. De acordo com ele, quem começou esse trabalho foram os pilotos Jackie Stewart e Jo Bonnier. “Foi até antes de eu chegar à F-1, mas quando entrei na modalidade, também fiz questão de apoiar a causa”. Nos últimos 40 anos, o automobilismo vem trabalhando para eliminar os maiores riscos à segurança. As pistas evoluíram, assim como os carros e a conduta dos pilotos nas competições. “Muita coisa nasceu no mundo da competição e foi transmitida para o carro de rua, mas é importante ressaltar que o motorista que quer correr, que quer sentir a adrenalina, tem que ir para uma pista, correr dentro de um espaço preparado para a velocidade. Não pode correr nas ruas e nas estradas. Primeiro, porque as vias não estão preparadas e, segundo, porque há outras pessoas dividindo o espaço – pedestres, crianças, ciclistas. A lista de riscos é muito grande”, reflete o automobilista. De acordo com Fittipaldi, o caminho é atuar na conscientização das pessoas. “O carro na rua é como uma arma, tem que tomar cuidado e criar uma nova consciência de segurança de trânsito no Brasil. O problema nas estradas do país é cultural. Nós temos que trabalhar muito e de forma constante para conseguir reverter esse cenário”.

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DE SONHO ÀREALIDADE nnnnnnnnnnnnnn

Aos 5 anos, quando seus pais o levaram para acompanhar uma corrida em Interlagos, Fittipaldi descobriu sua paixão. "É isso que quero fazer da minha vida, eu quero ser piloto”.

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Como seu pai não tinha condições econômicas de ajudá-lo, começou a fabricar volantes de couro e depois karts para fi nanciar suas corridas.

Em 1975, fundou, em parceria com o irmão, a equipe Fittipaldi, inteiramente brasileira, e que contou, em boa parte de sua vida, com o patrocínio da cooperativa brasileira de açúcar e álcool Copersucar.

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Foi mecânico do seu irmão, Wilson Fittipaldi Jr., uma de suas maiores inspirações.

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Construiu o protótipo campeão do lendário Fitti-Vê.

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Quando saiu do Brasil para correr na Inglaterra, não imaginava que poderia ser campeão mundial. “Foi a realização de um sonho”.

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Foi o primeiro brasileiro a conquistar o título de campeão mundial de Fórmula 1, em 1972, e tornou-se bicampeão em 1974. nnnnnnnnnnnnnn

Sua primeira vitória na F-1 foi narrada pelo seu próprio pai, o jornalista Wilson Fittipaldi, em uma emissora de rádio.

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Em sua carreira na Fórmula 1, disputou 149 Grandes Prêmios, com 14 vitórias, 6 pole positions, 6 melhores voltas e um total de 276 pontos. nnnnnnnnnnnnnn

Na Fórmula Indy, obteve 22 vitórias e 17 pole positions.

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Em 1996, encerrou sua carreira na Fórmula Indy depois de um grave acidente no Michigan International Speedway. nnnnnnnnnnnnnn

A partir daí, passou a se dedicar exclusivamente a seus negócios.

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Em 2010, realizou mais um desejo: andou com o Lotus do seu primeiro título mundial de Fórmula 1 pelas ruas de São Paulo, sua cidade natal.

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QUANDO A EDUCAÇÃO ENCONTRA A PRÁTICA Profissionais da área frotista unem conceitos teóricos à experiência do dia a dia em cursos de formação

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acordo com a UNESCO, nos próximos 30 anos mais pessoas passarão por um processo educacional formal do que em toda a história prévia da humanidade. Isso acontecerá porque a educação é a base da nossa sociedade e das carreiras profissionais das mais diversas áreas. E cada vez mais a educação formal se encontra com novas formas de aprendizagem. Encontros, eventos, cursos paralelos e workshops se tornam formas de complementar o que encontramos nas escolas e universidades. É essencial que essa complementação aconteça, afinal, vivemos em tempos extremamente dinâmicos, nos quais as informações e conceitos permanecem atuais por um tempo incrivelmente pequeno. Além dessa complementação à educação formal, o cenário de aprendizagem atual também apresenta uma mudança importante quanto ao tipo de conteúdo ministrado. Os estudos mais recentes indicam que, quando os conceitos teóricos estão associados à prática, o aluno aprende muito mais. “A nova educação é uma mistura de criatividade, empreendedorismo e educação. Passa muito por ‘ir lá e fazer’”, explica Tiago Mattos, diretor da Perestroika, uma escola de atividades criativas sediada em Porto Alegre/RS. Em sua palestra ministrada no

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TEDX de POA, Mattos diz que no mundo “só há dois tipos de pessoas: as que fazem e as que não fazem”. E, segundo ele, o papel da educação é mobilizar as pessoas a colocar a mão na massa. Se, na educação em geral, o sistema é composto por uma troca de teorias, com pouca ênfase nas atividades práticas, no ambiente da gestão de frotas o contexto é inverso. Há muita gente dedicada a “aprender na prática”. Ou seja, existem inúmeros profissionais com vasta experiência no cotidiano da gestão de frotas, mas que não dominam bem as teorias da área. Daí a importância de uma forma de educação que aliasse a teoria existente à prática dos gestores de frotas. “Muita gente fala que não gosta de estudar, mas quando se depara com um tema de seu interesse, a situação é diferente”, conta Flavio Tavares, diretor de marketing e vendas da GolSat e PARAR Leader. “Esse profissional passa a se interessar pela teoria. E quando essa teoria pode ser aplicada no dia a dia, a mudança é extraordinária”. Diego Sanjurjo, profissional da STEMAC e um dos alunos recentemente formados pelo Programa para Gestores > TIAGO MATTOS de Frotas (PGF), acredita que essa união Nova educação entre a experiência e o saber aconteceu é uma mistura durante o PGF. “É um curso conceitude criatividade, al que concilia teoria e prática”, afirma. empreendedorismo e educação. Outro participante do curso, Fernando

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da Nóbrega Júnior, concorda. Para ele, “é imprescindível para o gestor de frotas estar antenado sobre as boas práticas e tendências da área. E o Programa é muito rico ao fomentar o contato entre profissionais de todo o país”. A relação entre a teoria e a prática se mostra relevante porque a nossa inteligência é diversa. Nós pensamos o mundo da forma como o vivenciamos. “Nós pensamos em sons, pensamos sinestesicamente, pensamos em termos abstratos, pensamos em movimento”, detalha Ken Robinson, especialista em educação. No âmbito da gestão de frotas, essa dinâmica acontece da mesma forma: a teoria influencia a prática e, ao mesmo tempo, a forma como vivenciamos e experimentos o mundo altera a teoria. O grande problema é que, na gestão de frotas, os envolvidos estão todos sempre muito ocupados. As atividades do profissional se sobrepõem e a operação diária deixa pouco espaço para reflexões mais estratégicas e teóricas. “O desafio é criar conteúdos e tópicos tão interessantes que façam com que seja impossível que as pessoas deixem de participar”, afirma

> KATE VIGNEAU

Kate Vigneau lidera os processos de certificação NAFA

Kate Vigneau, diretora de desenvolvimento profissional da Associação Norte-Americana de Frotas (NAFA). Kate Vigneau foi gestora da frota do Departamento de Defesa do Canadá, onde foi responsável por 32 mil veículos. Toda essa experiência, além de sua formação acadêmica, lhe habilita liderar os processos de certificação da NAFA (o CAFM e o CAFS), duas das mais importantes acreditações do mundo disponíveis para os gestores de frotas. Esses programas de certificação já estão disponíveis há alguns anos nos Estados Unidos e há uma tendência de que estejam cada vez mais acessíveis. Kate Vigneau afirma que “ficará mais fácil acessar os materiais e os testes para atingir a certificação”, em um futuro próximo. Há uma tendência, inclusive, de que esse processo possa ser feito inteiramente aqui no Brasil, a partir de 2016.

A relação entre a teoria e prática se mostra relevante, pois nós pensamos o mundo da forma como o vivenciamos.

PGF com novidades para 2016 Em março de 2016, uma nova turma

Além disso, dois novos módulos

A intenção é deixar o PGF ainda mais

do Programa para Gestores de Frotas

estão sendo desenvolvidos.

completo e enfatizar um pouco mais

(PGF) iniciará atividades com uma

Os temas Cultura de Segurança e

as áreas de segurança e as atividades

série de boas notícias. O material do

Gestão Operacional se juntam aos

do dia a dia. “São dois módulos que

curso foi validado pelos técnicos da

conteúdos relacionados à Gestão

têm relação direta com as propostas

NAFA e isso trará ainda mais projeção

Estratégica, Política de Frotas, TCO

do PARAR: a profissionalização

e reconhecimento aos alunos que

(custos), Gestão por Indicadores e

da gestão de frotas e a cultura de

forem certificados.

Gestão de Compras.

segurança”, informa Flavio Tavares.

Garanta já seu lugar. As inscrições podem ser feitas através do Portal PARAR: www.institutoparar.com.br

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ESSES SÃO OS NOVOS PROFISSIONAIS QUE VÃO MUDAR A GESTÃO DE FROTAS DO BRASIL

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CULTURA DE SEGURANÇA DEVE SER TRABALHADA NA BASE

J. Pedro Corrêa, referência em segurança no trânsito no Brasil, elenca cinco passos importantes para que o gestor de frotas comece a implantar a cultura de segurança dentro da sua empresa

alar em cultura de segurança sem educação e conscientização no trânsito é o mesmo que começar a construir prédios a partir do quinto andar. A reflexão do consultor em segurança no trânsito, J. Pedro Corrêa, responsável pela criação do Programa Volvo de Segurança no Trânsito, expõe uma realidade preocupante: o problema do trânsito brasileiro está na raiz. Não é fácil falar em cultura de segurança no trânsito em um país onde o tema foi constantemente colocado em segundo plano. “O problema lendário do Brasil é que nós nunca tivemos cultura de segurança. Em 1928, quando Washington Luís governava, seu lema era ‘Governar é abrir estradas’. Nos anos 50, ao assumir o governo, JK, que criou Brasília e a indústria automobilística brasileira, estava determinado a alcançar o desenvolvimento a qualquer preço. Quando os militares assumiram, em 1964, a grande preocupação era melhorar a infraestrutura do país. São três episódios marcantes dos últimos 100 anos da história do Brasil e em nenhum deles a segurança foi colocada como prioridade”, alertou Corrêa. Para reverter esse cenário e desconstruir o quadro de despreocupação, é preciso que a cultura de segurança seja semeada desde a base. “Não adianta apenas limitar a velocidade ou punir os motoristas que não seguirem as normas estabelecidas. É necessário que comecemos pela fundação, pela raiz, e depois ir construindo passo a passo”, explica o consultor. Nesse sentido, iniciar a conscientização no ambiente corporativo é uma forma de disseminar a cultura de segurança nas empresas, pois os motoristas que assimilam a importância da segurança passam a ser influenciadores também quando estão dirigindo seus veículos pessoais e em outros ambientes fora da empresa.

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De acordo com J. Pedro Côrrea, o gestor de frotas tem papel fundamental para que a segurança comece a ser tratada como prioridade dentro da empresa. Ele será o responsável por dar o primeiro passo e levar até a diretoria o seu planejamento para uma gestão mais eficiente, estratégica, segura e econômica. “É provável que, se uma empresa não tem cultura de segurança, vai ter de desenvolver um esforço muito maior para chegar a esse ponto”, destaca Corrêa. “Não podemos ter a pretensão de implantar a cultura de segurança em uma empresa em um ou dois anos, devemos pensar em ações estratégicas para cinco, 10 anos. Os primeiros passos desse trabalho serão, simplesmente, para preparar as pessoas para receber esse tipo de mensagem (semeadura). Uma frase de que gosto muito diz: ‘Se você tiver seis horas para cortar uma árvore, use as quatro primeiras para afiar o machado’. Quer dizer: o que precisamos é preparar a base para receber as informações, pois a partir delas tudo vai funcionar muito melhor”.

Fotografia: Brunno Covello | Gazeta do Povo


J.Pedro Corrêa: o problema do trânsito brasileiro está na raiz nnnnnnnnnnnnnn

Corrêa afirma que devemos ter claro de onde saímos, para onde vamos, como queremos chegar lá, com que suporte podemos chegar lá, quanto isso pode custar e quais as dificuldades que encontraremos no caminho. Implantar uma cultura de segurança implica em um programa bem definido de ações, alinhado com os objetivos e a realidade da empresa. Para auxiliar os gestores nessa tarefa, J. Pedro Corrêa elencou estes cinco passos:

acidentes graves de trânsito envolvendo veículos da frota da empresa e, principalmente, das fatalidades” (operacional). É importante que objetivos sejam claros para todos os colaboradores da empresa e factíveis, ou seja, estejam de acordo com as chances reais da companhia.

Reunir dados: Qual o tamanho da frota, qual o grau de acidentalidade da frota, por que acontecem acidentes, quais são os danos provocados pelos acidentes, quantos mortos e quantos feridos (de preferência, quantos feridos leves, médios e graves). Conhecer as causas dos acidentes, quando, como e em que locais aconteceram, além do custo desses acidentes para a empresa. Esses dados servirão como argumento para que gestor demonstre aos seus diretores o quanto é importante administrar a frota de forma estratégica e com foco na segurança dos colaboradores.

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Elaborar um Programa de Segurança no Trânsito: com o objetivo de reduzir o número de acidentes, mortos, feridos e custos e, assim, criar raízes mais fortes para se construir uma cultura de segurança dentro da empresa.

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Definir objetivos institucionais e operacionais. Exemplos: “Em 5-10 anos quero que minha empresa seja reconhecida como referência na área de segurança no trânsito” (institucional) e “Em três anos, queremos reduzir 30% dos

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Montar time de comando: Um trabalho desses não se faz sozinho. Verificar quais colegas, dentro da empresa, podem ajudar a colocar o programa em prática e negociar seu envolvimento. A formação da equipe é especialmente importante quando a frota da empresa está espalhada por vários municípios ou estados. Operacionalizar o Programa, exercendo monitoramento e controle. Ponto fundamental: sem o apoio da direção da empresa, dificilmente o programa decolará e, se começar, não terá vida longa. O envolvimento da diretoria, para deixar claro que esse programa é objetivo da diretoria e da empresa, é vital para que o programa alcance o sucesso desejado.

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COMPROMISSO COM A SEGURANÇA PARAR lança documento para incentivar empresas a adotarem ações que priorizem a segurança dos seus colaboradores As empresas que assinarem a declaração estarão assumindo um compromisso para uma mudança significativa na sua gestão. “O documento é um marco na história do PARAR e simboliza uma luta que temos travado há muito tempo de disseminar a cultura de segurança dentro das corporações e salvar vidas”, afirma Flavio Tavares, PARAR Leader. As metas são desafiadoras, mas possíveis de serem realizadas. “É preciso ter compromisso e esforço. Estamos lançando um desafio para a adoção de uma nova atitude e para a realização de novas escolhas, que ENTRE OS COMPROMISSOS ESTÃO: priorizam a segurança dos veículos e de seus condutores”, ressalta Alejandro Furas, 1 — Exigir que os veículos da frota sejam equipados com ESC diretor técnico da Latin NCAP – instituição (Controle Eletrônico de Estabilidade); que testa a segurança dos veículos através 2 — Impulsionar, a nível governamental, estímulos fiscais para de crash tests – e um dos colaboradores na frotas seguras; elaboração do documento. Para o gestor de frotas Micael Duarte, 3 — Incentivar o desenvolvimento do mercado brasileiro de tecnologia responsável pelo gerenciamento estratéde frenagem automática de emergência; gico da frota da IBM e conselheiro do PA4 — Incentivar a profisionalização da atividade de gestão de frota por RAR, o termo é um importante passo para meio da divulgação de informações, campanhas de conscientização que a segurança seja tratada como priorie atividades formativas e educacionais; dade dentro das organizações. “Ao colocar 5 — Adquirir somente carros 4 ou 5 estrelas, de acordo com a avaliação a segurança em primeiro lugar, estamos de segurança da Latin NCAP; zelando pela vida das pessoas. Acredito 6 — Estimular a pesquisa e a adoção de tecnologias que reduzam o que esse seja o futuro, pois cuidar do coimpacto das emissões de gases nocivos ao meio ambiente; laborador é cuidar da empresa, e isso traz 7 — Incentivar a aplicação de regulamentações de ganhos imensuráveis”. proteção aos pedestres; O PARAR estará colhendo assinaturas na III Conferência Global PARAR e nos eventos 8 — Encorajar outros gestores de frotas a comprarem, usarem e organizados pelo Instituto em 2016. Dê esse manterem veículos que ofereçam modernas tecnologias de importante passo para a mudança! segurança e altos níveis de proteção dos passageiros.

elar um compromisso com a segurança. Esse é o objetivo do documento que será lançado pelo Instituto PARAR na III Conferência Global PARAR (11-12 de novembro, em São Paulo/SP). A declaração traz uma série de ações para transformar a realidade da gestão de frotas no Brasil e indicar o caminho para a implantação de um trânsito mais seguro para todos.

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"O acidente mudou minha personalidade e meus valores"

LUCIANO BURTI CONTA QUAL A RELAÇÃO DO ACIDENTE NO GP DA BÉLGICA COM O SEU TRABALHO PARA UM TRÂNSITO MAIS EFICIENTE E SEGURO o contrário do que muitos podem pensar, a paixão de Luciano Burti pela velocidade começou com as motos. Por birra, pois sua mãe não o deixou correr sobre duas rodas, comprou um kart e passou a se divertir nas pistas no final de 1991, aos 16 anos. Daí para a frente, foi tudo consequência. A paixão pelo esporte cresceu junto com seu amadurecimento pessoal e profissional. Piloto de Fórmula 1 de 1999 a 2004, Burti é atualmente um dos principais nomes da Stock Car e comentarista de automobilismo na Rede Globo, ao lado de Galvão Bueno e Reginaldo Leme. Durante sua passagem pelo Fórmula 1, o piloto sofreu um grave acidente no GP da Bélgica, em 2001, indo de encontro a uma barreira de pneus a 300 km/h. Ficou vários dias em coma e foi substituído pelo tcheco Tomas Enge nas três últimas etapas daquela temporada. De acordo com Luciano Burti, aquele acidente mudou sua personalidade e seus valores. Em entrevista exclusiva à revista PARAR Fleet Review, revelou como o acontecimento influenciou o trabalho que ele vem desempenhando em sua empresa, a Navig, especializada no treinamento e reciclagem de motoristas profissionais.

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Luciano Burti: antes do acidente, minha preocupação era apenas com a velocidade nnnnnnnnnnnnnnnn

PARAR NO ACIDENTE DO GP DA BÉLGICA, PODEMOS DIZER QUE O CAPACETE SALVOU A SUA VIDA? LUCIANO BURTI: Eu vou falar até além do capacete. Nós muitas vezes colocamos o cinto, por exemplo, porque tem que pôr, mas esquecemos de sua real importância. Achamos, até de forma inconsciente, que acidentes não acontecem com a gente. Quando você sofre um acidente de verdade é que cai a ficha de que aquilo não acontece só com os outros, acontece

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com você. No meu caso, se eu não estivesse com um capacete eficiente, se eu não tivesse toda a proteção do carro, da pista, e assim por diante, não teria como escapar vivo. Então existe um aprendizado e um amadurecimento muito grande de como é fundamental seguir as normas e usar os equipamentos de segurança. Você aprende de uma forma muito rápida e dura a importância da segurança. PARAR QUAL A RELAÇÃO DAQUELE ACONTECIMENTO COM O TRABALHO QUE VOCÊ VEM REALIZANDO EM PROL DE UM TRÂNSITO MAIS EFICIENTE E SEGURO? LUCIANO BURTI: Sem dúvida agregou muito, porque se eu tivesse prosseguido em minha carreira de piloto sem ter vivido o que vivi no acidente, talvez não tivesse me dado a inspiração de buscar algo totalmente relacionado à cultura de segurança, como é o caso do treinamento e dos simuladores. Não é o único motivo, mas a segurança é uma parte muito importante do treinamento e, com certeza, aquela experiência me ajudou a enxergar esse caminho. PARAR SUA FORMA DE PILOTAR MUDOU DEPOIS DO ACIDENTE? LUCIANO BURTI: Sim. Passei a me preocupar com a segurança, dirigindo mais de forma antecipatória (justamente a técnica principal dos treinamentos da Navig). Antes do acidente, minha preocupação era apenas com a velocidade. PARAR E O QUE SERIA DIRIGIR DE FORMA ANTECIPATÓRIA? LUCIANO BURTI: Essa técnica é a base dos nossos treinamentos. Infelizmente, as pessoas não sabem olhar direito para a frente quando estão dirigindo. Eu posso falar isso, porque todos, inclusive eu, não sabem olhar para a frente. Pelo menos até fazer o treinamento e entender exatamente o que é olhar para a frente. Geralmente, quando olhamos para a frente dirigindo, estamos vendo um pouco à frente, um ou dois carros à frente, e, quando você aprende a dirigir de forma antecipatória – que é isso que faz você ter economia de combustível, economia de manutenção e segurança –, você aprende a olhar 50 metros, 100 metros à sua frente e, com tempo, depois de entender essa técnica, até mais. Então, você acaba antecipando tudo que vem à sua frente, às vezes com 20 segundos de distância até você chegar lá. O trânsito já parou e, ao invés de continuar acelerando, porque está olhando só o carro que está à sua frente, você já viu que lá na frente está parado, então você já vai tirando o pé do acelerador, já começa a reduzir a velocidade, enxerga uma curva que pode ser mais fechada, um obstáculo, você passa a enxergar coisas que não está acostumado. Isso é direção antecipatória. Quando falo isso, as pessoas reagem: “Imagina, mas é claro que eu olho para a frente!” Mas é mais do que isso, tem uma diferença muito

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Passei a me preocupar com a segurança, dirigindo mais de forma antecipatória— justamente a técnica principal dos treinamentos da Navig grande. Temos obtido resultados tão bons no treinamento com o simulador porque o motorista, mesmo sendo experiente, tendo 20 anos de profissão, com um histórico muito bom de acidentes, quando ele sai do simulador, sai bem melhor do que entrou. É uma coisa que a gente fala que não é nem uma mudança técnica, de transformar o motorista comum em um supermotorista, mas uma mudança de atitude. PARAR PARA O GESTOR QUE ESTÁ PROCURANDO ADMINISTRAR SUA FROTA DE FORMA ESTRATÉGICA E COM MAIS SEGURANÇA, QUAIS SÃO AS VANTAGENS DE TREINAR SEU MOTORISTA? LUCIANO BURTI: Além da segurança, o principal benefício para os gestores é a possibilidade de reduzir seu custo operacional. Ainda mais agora que estamos em um momento muito delicado da economia, reduzir o custo para melhorar a margem é fundamental e até uma questão de sobrevivência. A ferramenta principal que o gestor de frotas tem na empresa é o motorista. Não adianta fazer muito planejamento sem colocar o motorista como parte desse planejamento. O simulador, além de garantir segurança total, é muito prático. Em um dia, e com apenas um instrutor, podemos treinar até 20 motoristas. E o custo é muito reduzido, comparado com qualquer outro treinamento que pesquisamos. Então é uma opção que tem um custo-benefício muito bom. Dessa forma, o gestor consegue reduzir seu custo operacional e melhorar a segurança do motorista de forma prática, segura e barata. É o único caminho que ele tem para melhorar a sua gestão.

Fotografia: Divulgação


Direção antecipatória é a base dos treinamentos da Navig

PARAR ALÉM DISSO, OS SIMULADORES SÃO MÓVEIS, CERTO? LUCIANO BURTI: Esse é outro grande diferencial. Porque não adiantava ter um simulador como esse se as empresas tivessem que vir até nós. Há empresas que possuem 500, 600 motoristas, e deslocar todo esse pessoal para o treinamento seria inviável, íamos indisponibilizar esses motoristas por um dia para o treinamento e o custo seria muito alto. Então, criamos um sistema para ter os nossos simuladores dentro de uma unidade móvel de treinamento que permite que a gente vá até a empresa. PARAR NA SUA OPINIÃO, QUAL O MAIOR DESAFIO PARA OS GESTORES DE FROTA NO BRASIL E CONSEQUENTEMENTE PARA O TRÂNSITO DO PAÍS? LUCIANO BURTI: O maior desafio para os gestores é ter uma boa gestão em relação ao motorista. Para atingir um custo operacional adequado, a "peça" principal é o motorista, e os treinamentos visando a qualificação são obrigatórios para alcançar economia e segurança. Mas não é qualquer treinamento que trará resultados, é preciso buscar algo que realmente funcione e depois manter isso no dia a dia, através de reciclagens. Para isso, é necessária uma boa gestão de análise, cobrança, motivação e ação. PARAR EM JULHO DESTE ANO, O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO (CONTRAN) COMUNICOU QUE O SIMULADOR DE DIREÇÃO VEICULAR VOLTOU A SER OBRIGATÓRIO NOS CENTROS DE FORMAÇÃO DE

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CONDUTORES DE TODO O PAÍS. EM SUA AVALIAÇÃO, QUAL A IMPORTÂNCIA DO USO DOS SIMULADORES PARA A FORMAÇÃO DO MOTORISTA? LUCIANO BURTI: São simuladores muito mais simples que os da Navig, mas atingem o resultado de adaptação do motorista atrás do volante. Falei com pessoas ligadas ao DETRAN e esse é apenas o primeiro passo, pois a simulação é o futuro da formação e dos treinamentos dos motoristas que tiram sua primeira CNH. Uma referência muito boa é a aviação, uma vez que 100% da formação e dos treinamentos de pilotos de Boing e Airbus são feitos através da simulação. PARAR NESSE SENTIDO, UM MOTORISTA QUALIFICADO E CONSCIENTE É O CAMINHO PARA REVERTER O CENÁRIO ATUAL DO TRÂNSITO BRASILEIRO? LUCIANO BURTI: Esse é o caminho, pois infelizmente o motorista brasileiro em geral não é um bom motorista. E isso não acontece por acaso, não é por falta de capacidade ou habilidade, mas por falta de formação adequada. O sistema de formação de condutores no Brasil não é o ideal e acaba não sendo eficiente para o motorista profissional e nem para o civil. Como a formação na base é falha, os motoristas acabam sofrendo as consequências de uma direção pouco eficiente. O próprio número crescente de acidentes no Brasil reflete isso, motoristas que são mal formados e carregam isso para sempre. As consequências vão aparecendo cada vez mais, porque quanto mais veículos você tem na rua, mais acidentes acontecem. Infelizmente, essa é a realidade do Brasil.

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PARAR NOSSO É -----O

PROPÓSITO

A história de uma empresa que deixou de ser apenas um negócio ao encontrar uma causa pela qual lutar

comum vermos nas corporações um modelo de negócios em que o importante é vender, lucrar, bater metas e atingir resultados. Essas questões são relevantes, mas não devem ser o objetivo maior. Uma empresa deve ter valores, concentrar seus esforços em se deslocar do “lugar comum” e ser uma marca admirada, uma marca que tem uma alma e um propósito. Raj Sisodia, cofundador e copresidente do Instituto Capitalismo Consciente, em entrevista ao Mundo do Marketing, afirma que antes de conversarmos sobre estratégia temos que falar sobre o propósito, que é o responsável por apontar a direção que devemos seguir. Ele reconhece que as empresas estão despertando para a importância de encontrar a sua causa, pois a antiga forma de atuação não está mais funcionando. “A partir de 1989, o mundo entrou em uma nova fase. Chamamos de Era da Transcendência, em que as pessoas estão indo além do material e passam a se preocupar com outras questões também”. Nas reuniões de novos projetos no Google, por exemplo, o CEO da empresa, antes de abrir a discussão sobre qualquer tema abordado, faz perguntas provocativas cujas respostas podem mudar o planeta: "O que vamos discutir será relevante para mundo? Irá melhorar a vida das pessoas?" Se a resposta for sim, a pauta segue e o valor orçamentário do projeto torna-se secundário.

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Assim como o Google, outras empresas já estão se perguntando como ser relevantes na vida das pessoas e ter um impacto positivo no mundo. E não basta apenas contratar uma boa agência de publicidade e pensar em um propósito com uma boa sonoridade. O propósito não é um slogan, ele precisa ser real, profundo e autêntico. “É o que a companhia defende”, explica Sisodia. Mais do que isso, ele precisa que alguém acredite em sua relevância e faça desse propósito a sua missão de vida, o seu porquê. Quando falamos em achar um propósito, falamos em acreditar. Acreditar que é possível transformar nossa vida profissional e a realidade em que vivemos ao descobrir o que nos motiva e por quem lutamos. Encontrar uma causa é voltar o olhar para o mundo que queremos para os nossos colaboradores, amigos e família e descobrir como podemos contribuir para essa mudança. É nadar contra a corrente, tirar os olhos do presente e dirigir as atenções para um cenário que ainda não chegou. Se olharmos para a nossa história, com certeza iremos nos lembrar de pessoas que acreditaram em nós. Não por nossos conhecimentos, conquistas ou habilidades, mas por enxergarem em nós algo que ainda não havia se revelado ao mundo, por terem visto nosso potencial. A confiança depositada por essas pessoas contribuiu para o nosso crescimento e tem papel fundamental no que somos hoje e nas histórias que temos para contar.

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riamente ao nosso propósito. Foi esse acreditar que imQuando falamos em achar um Nosso ambiente de trabalho é pulsionou a GolSat, empresa propósito, falamos em acreditar. pulsante, formado por pessoas especializada em soluções Acreditar que é possível transformar apaixonadas pelo que fazem e inteligentes de telemetria e engajadas em fazer a diferengestão de frotas, com sede em nossa vida profissional e a realidade ça. É isso que mantém o nosso Londrina, PR, a criar o Instituem que vivemos ao descobrir o que propósito vivo”, afirma Impeto PARAR, hoje referência no nos motiva e por quem lutamos. ratriz. Na época da idealização Brasil em conteúdo e capacido Instituto, a GolSat possuía tação para gestores de frotas cerca de 50 colaboradores. Hoje, esse número dobrou e a causa e um dos principais órgãos de disseminação da cultura de seguatingiu uma relevância que se estende para além da empresa. O rança no trânsito no país. “Acreditamos que nada tem mais valor PARAR se tornou um ímã que atrai cada vez mais pessoas que endo que a vida”, diz Ricardo Imperatriz, CEO da GolSat e um dos tendem a importância e a urgência do trabalho desenvolvido pelo fundadores do Instituto PARAR. “Cada carro que gerenciamos Instituto e compartilham do seu propósito. através da telemetria, simboliza um pai de família que precisa voltar com segurança para casa no final do dia. Alguém que precisa ser produtivo. Nossa preocupação é para que, acima de tudo, O COMEÇO DE UMA NOVA HISTÓRIA a vida seja cuidada e preservada”. O insight que mudou a jornada da GolSat se deu em 2011. Em Ele ressalta que o objetivo da GolSat não é ser reconhecida pelo um voo de São Paulo para o Rio de Janeiro, Flavio Tavares, direseu tamanho ou faturamento, mas sim pelas causas em que a tor de marketing e vendas da GolSat, estava lendo uma reportaempresa acredita – e pelas quais luta. “Nosso maior orgulho não gem da revista HSM quando um pequeno trecho lhe chamou a é fazer grandes eventos ou ganhar prêmios, mas ver o brilho nos atenção: o Brasil era o 4º país do mundo em número de mortes olhos dos nossos colaboradores. Tudo isso só foi construído porem acidentes no trânsito. A mesma matéria trazia informações de que eles também acreditaram em nossa causa e se dedicam diaque a ONU estava promovendo a “Década da Ação pela Seguran-

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ça Viária”, que tinha o objetivo de reduzir em 50% o número de mortes no trânsito. “Quando li essa reportagem, já estávamos implantando na GolSat o tripé da sustentabilidade – econômico, social e ambiental – e direcionando todas as nossas ações para ajudar as empresas nesses três níveis. Mas ao ler sobre quantas pessoas morriam no trânsito brasileiro, meus olhos se abriram para o nosso real papel: nós não temos só um negócio, nós temos uma causa pela qual lutar. Foi nesse momento que percebi que podia unir meu trabalho ao meu sonho de fazer a diferença no mundo”, conta Tavares. Ao apresentar suas descobertas para Ricardo Imperatriz, ele teve a confirmação de que eles tinham encontrado o seu propósito. “Quando terminei de falar, vi que o Ricardo estava emocionado. Entendi que a partir dali começaríamos a construir uma nova história”. E foi isso que aconteceu. “Percebemos que estávamos envolvidos em um cenário muito maior do que o nosso campo de atuação e que tínhamos de fazer algo a respeito, já que mais de 5 milhões de veículos são conduzidos por motoristas que estão prestando seus serviços para as empresas que atuam neste país”, conta Imperatriz. Com um time engajado em fazer parte dessa nova história, foi elaborado um projeto de profissionalização e conscientização das empresas frotistas brasileiras, com o objetivo de ajudá-las a desenvolver culturas de segurança e investir na formação de seus gestores de frota. Assim como em todo começo, a implantação do projeto não foi nada fácil. “Perdi a conta de quantas pessoas tentaram nos desanimar”, comenta Flavio Tavares. “Todos tinham objeções, diziam que o mercado jamais entenderia nossa proposta e que nunca conseguiríamos reunir mais de 40 pessoas em um evento. Mas naquele momento já acreditávamos e nossa vontade era transformar em realidade aquilo que ainda não existia”. Os dois primeiros eventos realizados com a marca PARAR, em Porto Alegre e em Curitiba, trouxeram ânimo para gestores cansados e desiludidos com sua atividade. Esses profissionais passaram a apoiar o projeto e a acreditar nesse mesmo propósito. Assim, no segundo semestre de 2012, nasceu oficialmente o Instituto PARAR – Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando Frotas com Resultado. Desde então, três anos se passaram e os feitos alcançados impressionam: mais de 250 eventos realizados, mais de 6 mil gestores e executivos filiados ao PARAR e mais de 100 gestores formados pelo PGF, o primeiro curso para gestores de frotas do Brasil. Além disso, o PARAR foi reconhecido em sustentabilidade social com o prêmio Ozires Silva, promovido pela ISAE/FGV, e obteve reconhecimento internacional por sua causa humanitária com o Prêmio Windell Mitchell, um dos mais importantes do segmento. Todas essas conquistas só foram alcançadas porque alguém acreditou. Primeiro, a GolSat, que acreditou nos gestores de frotas e confiou que eles poderiam se tornar mais estratégicos e relevantes para sua organização, e depois porque os próprios

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> RICARDO IMPERATRIZ

À esquerda: Percebemos que estávamos envolvidos em um cenário muito maior do que o nosso campo de atuação, já que mais de 5 milhões de veículos são conduzidos por motoristas que prestam serviço a empresas. > FLAVIO TAVARES

À direita: Descobrimos nosso real papel. Nós não temos só um negócio, nós temos uma causa pela qual lutar.

gestores acreditaram e transformaram a causa do PARAR na sua causa. São profissionais que não se conformam com a realidade e têm realizado trabalhos inovadores em suas empresas. “São muitas as histórias de empresas que nunca tiveram uma cultura de segurança e hoje têm por causa desses gestores, empresas que profissionalizaram sua área de gestão de frotas e conseguiram resultados expressivos, além de inúmeros fornecedores que tiveram que se adequar aos gestores, hoje muito mais exigentes e preparados”, ressalta Tavares. O PARAR está transformando a gestão de frotas no Brasil com a ajuda de gestores comprometidos em mudar o cenário caótico do trânsito brasileiro e em salvar vidas.

A CHAVE PARA UMA PORTA DE OPORTUNIDADES Há sete anos atuando na área de gestão de frotas, Adilson Ramos, responsável, atualmente, pelos 250 veículos que compõem a frota do Grupo CIMED, conta que o PARAR vem influenciando positivamente sua vida profissional. Quando o seu caminho cruzou com o do Instituto, ele sentiu que havia encontrado o que buscava desde quando iniciou a faculdade de Logística e Transportes, na Fatec, o único curso que tinha um semestre voltado para gestão de frotas. Foi ali que seu interesse pela área foi despertado. “Quando encontrei o PARAR foi como se uma grande chave despencasse na minha frente e em seguida aparecesse uma porta

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Seu propósito pode ser responsável por grandes impactos Quem também compartilha dessa visão é Wellington Macedo, gestor de frota da Belagrícola. À frente dos mais de 500 veículos que compõem a frota da empresa, ele destaca que as informações oferecidas pelo PARAR estão influenciando as práticas de sua gestão e fazendo com que as ações sejam cada vez mais voltadas para as esferas econômica, ambiental e social.

de oportunidades para se abrir com essa chave. Participei de Fóruns e Cafés Online, da Conferência Global de 2014 e concluí o PGF. Hoje estou certificado e tudo isso só tem contribuído para o meu desenvolvimento e realização profissional e pessoal”, destaca. Ramos revela que, a partir desse encontro, um processo de melhorias e tomadas de decisões, que ele chama de "oportunidade de negócio", passou a ter grande relevância na gestão de frota da empresa. “Ajustamos a Política de Frota, implantamos um controle efetivo de multas e padronizamos toda a frota. Além disso, passamos a criar lotes de veículos para substituição e fizemos novas parcerias”. Ferramentas, como o TCO (Total Cost of Ownership), também passaram a ser utilizadas. “Recentemente, realizamos uma compra de 30 veículos em que o modelo escolhido obteve vantagens em relação a preço, tecnologia e segurança, e esse último acabou sendo o fator decisivo. Diariamente, estou aplicando em diversas situações o que tenho absorvido dentro do PARAR e com os colegas gestores de frotas”, afirma Ramos. Os próximos passos, segundo ele, são aprimorar o inglês, para participar do evento da NAFA, nos EUA, e repassar os conhecimentos e práticas adquiridos ao longo do tempo para o ambiente acadêmico. “Esse é um grande desejo. Acho que no nosso país é fundamental inserir a importância da gestão de veículos seguros e eficientes na sociedade, sejam eles de uma família ou empresa”, ressalta Adilson Ramos.

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“Nossa gestão está em constante mudança e, sem dúvida, temos muitos desafios pela frente. Porém, hoje, se olharmos para trás, podemos enxergar avanços em indicadores, controles, redução de custos, segurança e produtividade. Além desses itens, também destaco nossa Política de Frota, que está em fase final de elaboração e será de extrema relevância para o nosso trabalho.” WELLINGTON MACEDO Gestor de frota da Belagrícola

Para Macedo, descobrir o seu propósito é fundamental. “Trazendo para a gestão de frotas, gostaria de citar como exemplo um propósito de segurança. Imagine se esse propósito se inicia com os condutores de sua frota e esses começam a replica-lo a seus familiares, amigos e assim sucessivamente. Veja como um propósito, mesmo que em um universo menor, pode ter grandes impactos”.

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NÃO PODE EXISTIR LUCRO SE NÃO HOUVER SEGURANÇA Conheça a Castrol, uma empresa que trata a segurança como prioridade e responsabilidade de todos

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Fotografia: Reprodução | Site Castrol

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NOSSA RESPONSABILIDADE É GARANTIR QUE TODOS SEJAM TREINADOS E SAIBAM AQUILO QUE TEM QUE SER FEITO PARA EVITAR PROBLEMAS.

Gustavo Benegas Diretor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Castrol

a Castrol, empresa de óleos lubrificantes com sede no Reino Unido que opera diretamente em mais de 40 países, a segurança é responsabilidade de todos. Faz parte da cultura e dos valores da corporação. Com uma cultura de segurança bem definida, formada por políticas e procedimentos que devem ser aplicados nas atividades diárias da empresa, a Castrol vem somando resultados positivos em relação a mudanças de comportamento, conscientização e prevenção de acidentes. “A nossa Política de Segurança é aberta para consulta de todos os colaboradores, está publicada nos veículos de comunicação interna da empresa e recebe divulgação já a partir dos momentos de integração. Além disso, os funcionários têm de participar de treinamentos específicos ao longo de sua vida laboral na empresa”, releva o diretor de saúde, segurança e meio ambiente da Castrol Brasil, Gustavo Benegas. Essa postura, que coloca a segurança como prioridade, foi adotada pela empresa há 15 anos, quando o Grupo BP assumiu a administração da Castrol. Na unidade do Brasil, os 105 colaboradores estão envolvidos e engajados em assumir essa responsabilidade sobre sua segurança e dos demais colegas de trabalho. As mudanças de conduta resultaram em um ambiente de trabalho livre de acidentes há quatro anos. “Outra coisa muito tangível para nós é que as mudanças que acontecem aqui dentro são levadas para fora, ou seja, isso também passa a se refletir na vida pessoal dos funcionários e se dissemina entre seus colegas, amigos e familiares”, destaca Benegas. De acordo com ele, a Política de Segurança abrange medidas no trânsito, gerenciamento de terceiros e gerenciamentos de distribuidores. “Nossa responsabilidade é garantir que todos sejam treinados e saibam aquilo que tem que ser feito para evitar problemas”. Benegas explica que a Política de Direção Defensiva está baseada em quatro pilares. “O primeiro é que tipo de veículos temos e como esses veículos são mantidos. O segundo é seleção e treinamento dos motoristas, tanto em nossa Política de Direção Defensiva como no gerenciamento de fadiga, pois a fadiga do motorista é a maior causa de mortes no trânsito. Esses treinamentos são feitos logo que o funcionário é contratado, no primeiro mês, e reciclados a cada três anos. O terceiro ponto, muito importante, é o monitoramento da conduta do motorista através da telemetria. Todos os nossos carros estão equipados com telemetria, que nos indica três parâmetros principais:

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velocidade máxima, aceleração brusca e frenagem brusca. Através deles, podemos perceber se o motorista está dirigindo de forma agressiva ou defensiva. O quarto pilar é o tempo de uso do veículo. Controlamos para que nenhum motorista passe mais de nove horas dirigindo um veículo e ainda temos uma política de direção noturna, que proíbe os motoristas de dirigir entre as 10 horas da noite e as 6 horas da manhã”. Para ele, a implantação de uma Política de Frota bem estruturada é fundamental, pois deixa claramente estabelecido o que deve e o que não deve ser feito. “Caso o colaborador não cumpra alguma norma, existem várias formas de orientá-lo para mudar seu comportamento, e se mesmo assim o funcionário não mostrar evolução, há programas disciplinares para verificar o que está acontecendo e auxiliar o colaborador a entender e incorporar a cultura de segurança. Também possuímos um sistema de premiação para o motorista que está dirigindo de forma defensiva”. Casos como o da Castrol ainda são raridade no Brasil. Muitas empresas não veem a segurança como um ganho e sim como uma despesa. “Não pode existir um negócio que dê lucro se não houver segurança. O problema é que a maioria das empresas aprende isso da pior maneira, ou seja, deixando acontecer acidentes. Quando se é negligente, aparece uma série de custos diretos e indiretos que impactam fortemente os lucros da corporação. Dependendo do grau, o acidente pode custar muito para a empresa e causar danos de reputação irrecuperáveis. A Castrol tem muito claro que a base de um negócio sustentável é um negócio seguro”, ressalta Benegas.

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DR. CARLOS RESPONDE

AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES EM 2015 Dr. Carlos Tudisco, advogado, especialista em direito do trabalho e direito corporativo responde às perguntas mais feitas pelos gestores de frota neste ano

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A EMPRESA PODE DESCONTAR AVARIAS NOS VEÍCULOS DA FROTA EM FOLHA DE PAGAMENTO?

| Caso a avaria tenha ocorrido intencionalmente ou por culpa do colaborador, o desconto é legalmente possível. Porém, alguns cuidados são imprescindíveis para que a empresa não seja obrigada a devolver tais valores diante de uma eventual reclamatória trabalhista. Um dos princípios norteadores do direito do trabalho é o denominado “Princípio da Intangibilidade Salarial”, que, em poucas palavras, entre outros desdobramentos, determina a proteção do salário do trabalhador contra redução e contra descontos indevidos. Ou seja, partimos de uma regra geral que protege o salário. O desconto é uma exceção e, para que essa exceção seja possível, devemos seguir fielmente os requisitos determinados pela legislação. Feitas tais considerações, voltamos à questão dos descontos de avarias. Sua autorização está fundamentada no parágrafo 1º do art. 462 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o qual prescreve: “Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado”. Passamos então a analisar o texto da Lei Quando a Lei fala sobre “dolo do empregado”, está se referindo à “intenção”, ou seja, àqueles casos em que o empregado causa o dano intencionalmente. Para essa hipótese, o desconto está legalmente autorizado, independentemente de outras formalidades. Entretanto, a dificuldade nesse caso está em constituir a prova em juízo. Provar que o empregado agiu intencionalmente é, geralmente, muito difícil, lembrando que quem faz a alegação tem a obrigação de prová-la. Quando o dano ocorre por “culpa” do empregado (sem intenção),

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Dr. Carlos Tudisco, advogado, especialista em direito do trabalho e direito corporativo, é também o gerente jurídico e de recursos humanos da GolSat

o desconto é também possível, desde que essa possibilidade tenha sido ajustada em contrato. É o que diz a Lei quando determina que “o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada”. Ou seja, o desconto somente será possível se houver um contrato assinado previamente (acordo), que preveja tal eventualidade e autorize a dedução dos valores em folha de pagamento ou outros haveres. Mas como interpretar a “culpa” do empregado? Simplificando bastante o conceito, “culpa” ocorre naquelas hipóteses em que o colaborador, apesar de não desejar o dano, por imprudência, imperícia ou negligência, acaba permitindo que ele aconteça. Vale salientar que imperícia e imprudência são atos, isto é, o colaborador comete uma ação imprudente em infração a alguma lei ou norma que deveria observar (daí a importância de uma Política de Frota estabelecendo normas claras a serem seguidas). No caso específico da “imperícia”, o colaborador comete um ato contrário aos deveres de cuidado inerentes ao seu ofício. No nosso caso, por exemplo, imperícia aconteceria quando um motorista profissional comete um ato imprudente. Já a “negligência” é uma omissão. Nesse caso, o colaborador deveria ter tomado uma medida de cuidado que, por “negligência”, deixou de executar. Qualquer dessas hipóteses seria suficiente para caracterizar a culpa do empregado. Nos casos de ausência de “culpa”, o colaborador não pode ser responsabilizado. Vamos ilustrar com um exemplo prático: se o empregado está rodando na estrada e uma pedrinha bate no para-brisa, causando uma avaria, não seria possível o desconto. Nesse caso, o dano seria parte do risco da atividade econômica do empregador, o qual não pode ser transferido para o empregado, uma vez que falta o denominado “nexo de causalidade”, que é o vínculo entre a ação/omissão e o prejuízo resultante. Portanto, é necessário que estejam presentes tanto o elemento culpa como a previsão contratual para que o desconto seja legalmente permitido.


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SE ESSES REQUISITOS SÃO RELATIVAMENTE SIMPLES, POR QUE HÁ TANTAS DECISÕES DESFAVORÁVEIS ÀS EMPRESAS NA JUSTIÇA DO TRABALHO, DETERMINANDO A DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS REALIZADOS?

| Temos que ter sempre em mente que tudo aquilo que é alegado tem que ser provado em juízo. Muitas empresas tomam o cuidado de se resguardar com os contratos necessários, mas acabam pecando no momento de constituir a prova em juízo. Não basta sabermos algo. Em uma ação trabalhista, temos que fazer a prova daquilo que sabemos, caso contrário a empresa fatalmente irá perder a ação. Disso resulta que devemos estar preparados, mantendo um arquivo organizado com tudo o que possa ser necessário como prova em uma eventual defesa na Justiça

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QUAL O VALOR MÁXIMO QUE A EMPRESA PODE DESCONTAR DO EMPREGADO EM FOLHA DE PAGAMENTO, SE ESTIVEREM PRESENTES OS DEMAIS REQUISITOS JÁ MENCIONADOS?

| Existem decisões divergentes sobre o valor máximo que poderia ser descontado do empregado em uma situação como o ressarcimento de danos. Um dos parâmetros utilizados pela Justiça encontra-se no inciso II do parágrafo 2º do art. 2º da Lei 10.820/2003 (Redação da Medida Provisória 681/2015), que estabelece um percentual máximo de 40% para o total dos descontos autorizados pelo empregado (aqueles não decorrentes de lei). Ou seja, a soma dos descontos autorizados (adiantamentos, empréstimos, convênios etc.) não pode ser superior a 40% da remuneração total. Essa Lei foi originalmente concebida para regular os empréstimos aos empregados, mas é utilizada por analogia.

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do Trabalho. Documentos, laudos, prova de que o colaborador agiu com culpa, ou declaração assinada pelo mesmo assumindo a responsabilidade pelo incidente (isso é válido em juízo), boletim de ocorrência, fotos das avarias, declarações de testemunhas, documentos que provem que o condutor estava na posse do veículo quando ocorreu o sinistro, orçamentos do conserto do dano (pelo menos três orçamentos), nota fiscal da realização dos serviços/peças etc., tudo isso é válido e sua existência, ou não, pode significar a diferença entre ganhar ou perder a ação. Devemos lembrar que, via de regra, pode-se dar entrada em uma ação trabalhista até cinco anos depois de uma ocorrência, portanto um arquivo bem organizado é fundamental. Com provas consistentes, a existência de culpa do empregado e autorização firmada em contrato, os descontos estarão de acordo com a legislação trabalhista e em conformidade com as decisões da Justiça do Trabalho.

Outro parâmetro utilizado pela Justiça do Trabalho está no parágrafo único do art. 82 da CLT, que autoriza o desconto de tal forma que, ao final do mês, o colaborador ainda receba o equivalente a 30% do total de sua remuneração. Ou seja, ajustar o desconto permitindo que o valor líquido recebido pelo empregado seja pelo menos 30% dos seus haveres mensais. Diante dessa incerteza, a sugestão mais segura seria calcular o desconto através das duas fórmulas acima descritas, escolhendo aquela que for mais benéfica para o empregado. É importante lembrar que, havendo rescisão de contrato de trabalho, caso ainda restem valores a descontar após o acerto final, não vindo o ex-empregado a pagar espontaneamente, há a possiblidade de a empresa mover contra ele uma ação cível de cobrança no âmbito da Justiça do Trabalho, pois, apesar da natureza cível, segundo as normas de competência para julgamento, esse tipo de cobrança fica a cargo da Justiça do Trabalho, em razão de a discussão originar-se a partir da relação de emprego. São relativamente comuns ações desse tipo.

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POR ONDE ANDA O PARAR

Confira os principais lugares por onde o PARAR passou em 2015

Abril, 12 a 19 | Orlando (EUA) Março, 11 | Rio de Janeiro, RJ

Abril, 8 | Curitiba, PR

FÓRUM PARAR #17

FÓRUM PARAR #18

130 participantes

Maior evento de gestão de frotas do mundo

135 participantes

NAFA 2015 I&E

Realizado pela Associação Norte Americana de Gestores de Frotas, o evento reuniu 2,3 mil profissionais, responsáveis por cerca de 3,5 milhões de veículos.

Setembro, 11 a 13 | Gramado, RS

XI CONGRESSO BRASILEIRO SOBRE ACIDENTES E MEDICINA DE TRÁFEGO - ABRAMET

Os mais de 1 mil médicos presentes foram motivados pela palestra que destacou a busca por um propósito e a importância dos profissionais se engajarem em uma causa.

Maior evento sobre acidentes e medicina de tráfego do Brasil

Setembro, 26 e 27 | Campos do Jordão, SP

EPICENTRO

História do Instituto PARAR foi destaque em evento de empreendedorismo e inovação. Mais de 1 mil pessoas tiveram a oportunidade de conhecer a trajetória do PARAR e se inspirar em um projeto que já nasceu com um propósito.

Setembro, 18 | Rio de Janeiro, RJ

I FÓRUM NACIONAL DA CRUZ VERMELHA BRASILEIRA SOBRE SEGURANÇA VIÁRIA

Ricardo Imperatriz e Flavio Tavares, líderes do PARAR, participaram de mesas-redondas sobre prevenção e cuidados no trânsito ao lado de autoridades, representantes de instituições que tratam da segurança viária e especialistas em segurança.

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Maio, 20 | Porto Alegre, RS

Junho, 2 | Brasília, DF

FÓRUM PARAR #19

REUNIÃO DENATRAN E MINISTÉRIO DAS CIDADES

125 participantes

Junho, 24 | Belo Horizonte, MG

FÓRUM PARAR #20 136 participantes

Agosto, 21 | Salvador, BA

Julho, 28 a 31 | Curitiba, PR

FÓRUM PARAR #21

II ENCONTRO DA EQUIPE DE VENDAS DO GRUPO BOTICÁRIO

99 participantes

Julho, 21 | São Paulo, SP

DIA DA FROTA – AIAFA

Outubro, 10 | Londrina, PR

WORKSHOP PADO

Novembro, 11 e 12 | São Paulo, SP

III CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR Mais de 500 gestores e 16 horas de conteúdo.

Maior evento sobre gestão de frotas leves da América Latina

NOVEMBRO: 17, 18 E 19 | BRASÍLIA, DF RECONHECIMENTO: O PARAR foi convidado para participar da CONFERÊNCIA GLOBAL DA ONU sobre Segurança no Trânsito, que será realizada em Brasília.

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TA K E S Registros de um ano que movimentou centenas de gestores em torno dos eventos, ações e atividades do Instituto PARAR. Confira fotos dos dois últimos Fóruns realizados nas cidades de Belo Horizonte/MG e Salvador/BA.

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TA K E S

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Registros de um ano que movimentou centenas de gestores em torno dos eventos, ações e atividades do Instituto PARAR. Confira fotos dos dois últimos Fóruns realizados nas cidades de Belo Horizonte/MG e Salvador/BA.

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PAIXÃO POR CARROS... E PELA VIDA

Com uma história marcante no automobilismo, o piloto e apresentador César Urnhani tem exercido o papel mais importante da sua carreira: disseminar a cultura de segurança no trânsito no Brasil iloto de testes e apresentador do programa Auto Esporte (TV Globo), César Urnhani é um entusiasta. Com três décadas de atuação na indústria automobilística, ele compartilha da mesma paixão do Instituto PARAR: valorizar a vida. Confira entrevista exclusiva em que ele divide suas expectativas e experiências diante do atual cenário do trânsito brasileiro.

PARAR O INSTITUTO PARAR FICOU MUITO HONRADO COM SUA PARTICIPAÇÃO NA III CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR. PARA VOCÊ, QUAL É O PRINCIPAL BENEFÍCIO DO INSTITUTO?

PARAR O QUE O TORNA UM ENTUSIASTA DESSA CAUSA?

CÉSAR URNHANI: O PARAR conseguiu provocar uma discussão em torno da má mobilidade dos centros urbanos. São milhares de acidentes de trânsito, levando o ser humano a óbito ou causando sequelas permanentes. E o Instituto PARAR vai além da discussão. São poucos aqueles que conseguem tirar um resultado da provocação, e vocês conseguiram criar instrumentos e ferramentas para contra-atacar o problema.

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CÉSAR URNHANI: Aquilo em que acredito vem da minha prática do dia a dia. Eu sou piloto de teste há 30 anos, ou seja, já são três décadas ajudando as indústrias automobilísticas a desenvolverem carros cada vez mais seguros e confortáveis. Carros embarcados com uma série de instrumentos que ajudam os motoristas a dirigirem cada vez melhor e de maneira mais consciente. Que contribuem para que os motoristas não utilizem o carro como uma arma, o que, infelizmente, ainda acontece no trânsito do nosso país. PARAR EM SUA OPINIÃO, QUAL O PAPEL DO GESTOR DE FROTAS NO TRÂNSITO CAÓTICO QUE ASSOLA O BRASIL? CÉSAR URNHANI: Estamos em um ano de crise e é preciso criatividade para encontrar soluções e alcançar resultados melhores econômicos. Quem é gestor de frotas sabe disso melhor do que ninguém. É decepcionante chegar ao final de um período de trabalho e encontrar altos índices de sinistralidade, de multas, ver seus carros parados com bastante frequência por mau uso e identificar alto consumo de combustível. Porém, o gestor de frotas tem à disposição uma série de ferramentas e instrumentos para auxiliá-lo a gerir de fato a sua frota. Além de cuidar da máquina, que é o carro, essa gestão mais criativa faz com que o gestor passe a olhar com mais cuidado para o motorista, educando-o para dirigir de maneira mais atenta e preventiva. Essa direção mais segura reduz o desgaste físico do condutor, traz resultados satisfatórios para empresa e mais qualidade de vida para quem dirige.

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PARAR FAZENDO PARTE DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA, COMO VOCÊ LIDA COM O FATO DO TRÂNSITO TER SE TORNADO UM CENÁRIO DE GUERRA NO BRASIL?

Cesar Urnhani: O carro é um instrumento de vida e jamais poderia estar associado a um instrumento letal

CÉSAR URNHANI: O carro foi desenvolvido para que a gente pudesse diminuir a distância entre as pessoas, ele é instrumento de vida e jamais poderia estar associado a um instrumento letal. Durante a Revolução de 1932, Santos Dumont viu da praia do Guarujá um avião contra-atacando uma embarcação e isso causou nele uma angústia profunda. Depois de ver aviões sendo usados para aquele fim, o Pai da Aviação escreveu

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uma carta dizendo que não havia construído o avião para a guerra, e sim para diminuir a distância entre as pessoas. Que a intenção era levar o amor e não a dor, muito menos a morte. Em seguida, Santos Dumont se suicidou. Para nós, que trabalhamos no desenvolvimento de carros, é muito emocionante ver uma pessoa entrando em uma loja e comprando um carro, sentindo aquele cheirinho de carro novo, levando a família para passear e realizando seus sonhos. Isso é recompensa de toda uma vida. Ao mesmo tempo, quando vemos esse mesmo carro acidentado, cenas chocantes, dá uma dor muito grande. Da mesma forma que Santos Dumont não projetou o avião para a guerra, nós não desenvolvemos carros para que eles sejam usados como armas. O carro só vai deixar de ser uma arma e o trânsito uma guerra quando cada um de nós fizer a sua parte. PARAR QUAL O SEU RECADO PARA OS CONDUTORES DE FROTAS CORPORATIVAS, QUE PASSAM A MAIOR PARTE DO TEMPO NO TRÂNSITO SOB O ESTRESSE DE SUAS ATIVIDADES? CÉSAR URNHANI: É só pensar o seguinte: quando eu dou partida em um carro, tenho um objetivo, certo? Aquele sujeito que está dividindo o trânsito comigo quer exatamente a mesma coisa que eu: sair de um ponto e chegar a outro. Precisamos parar de achar que aquelas pessoas estão nos atrapalhando. Experimente agir de forma cordial no trânsito e verá como um sentimento positivo toma conta de você. É preciso estimular cada vez mais os gestores e condutores a praticarem a generosidade ao longo do dia em um ambiente tão hostil como o trânsito, onde as pessoas estão lutando pelo mesmo espaço. Você passa a desenvolver habilidades que envolvem autocontrole, compaixão e cordialidade. O segredo está na busca da humanização na gestão de frotas e nas relações no trânsito. Se você for gentil, também irá receber gentileza.

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INFORMAÇÃO FAZ A DIFERENÇA Ricardo de Bolle, diretor comercial da Arval Brasil, compartilha suas experiências profissionais e destaca a educação como base para o futuro da gestão de frotas no Brasil ngenheiro químico, administrador com ênfase em comércio exterior e experiência profissional nas áreas de vendas, turismo, assessoria de imprensa e logística internacional. Esse extenso e variado currículo pertence à Ricardo de Bolle, diretor comercial da Arval Brasil, multinacional francesa especializada em terceirização de frotas. Na empresa desde 2006, De Bolle primeiro integrou a equipe comercial externa, como comercial júnior, depois passou a comercial pleno, comercial sênior e, em 2010, foi convidado a gerir uma equipe de vendas em São Paulo. Os bons resultados e o perfil de liderança o levaram ao atual cargo de direção, onde está há quase dois anos. Nesse trajeto, o diretor conta que tirou uma lição que faz questão de disseminar dentro de sua equipe. “Costumo dizer às pessoas mais próximas de mim que quem tem mais informação sempre leva vantagem. Então, no processo de vendas, se você sabe qual é a necessidade, se você faz perguntas à pessoa que está à sua frente para entender o que ela precisa, você conseguirá propor uma solução de valor adequada à real necessidade daquele cliente. É um princípio muito simples: faça perguntas para conhecer quem está do outro lado. Só assim você conseguirá entender o que ele realmente precisa e não ficará preso àquilo que você quer vender”. Para ele, a educação é o pilar de tudo. “Essa é a palavra-chave. Da educação nós vamos partir para a informação, para a conscientização e para a segurança. O mesmo funciona no sentido inverso, quando falamos em conscientização e cultura de segurança, estamos falando em educação”, ressalta. Há quase 10 anos envolvido com a terceirização de frotas, De Bolle explica que a informação tem papel

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Quando falamos em conscientização e cultura de segurança, estamos falando em educação

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central nesse segmento e é um dos pontos principais para que a gestão de frotas no Brasil comece a trilhar um novo caminho. “É daí que vem a importância do trabalho do Instituto PARAR, na minha opinião, ao proporcionar mais informações para que os gestores de frota deem embasamento técnico e profissional aos projetos que gostariam de implementar dentro da empresa e subsídios para que eles ‘vendam’ essa ideia internamente e possam fazer a diferença dentro das suas corporações”. Coletar dados e reunir informações sobre a frota também são atitudes fundamentais para que o gestor possa administrar de forma estratégica, com o objetivo de minimizar riscos e gastos. “Adotando medidas preventivas, o gestor consigue se antecipar e reduzir o custo da sua frota. Eu me lembro que, em 2006, quando começamos a operar no Brasil, nós falávamos em TCO (Total Cost of Ownership ou Total Custo de Propriedade) e as pessoas nos olhavam de maneira estranha, sem saber o que era. Passados quase 10 anos, temos bastante orgulho de ver que isso está sendo utilizado cada vez mais em nosso setor. O gestor está se planejando melhor, olhando para sua frota de forma estratégica e levando em consideração princípios importantes como a segurança e a sustentabilidade”, afirma Ricardo de Bolle.

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SEM PLANEJAMENTO, NÃO HÁ GESTÃO

Estratégia, compras, eficiência e integração. Esses são alguns dos pontos abordados por Antonio Carlos Machado, diretor de suprimentos e logística da Telemont, em entrevista exclusiva ao PARAR. Com ampla experiência no setor, Machado ressalta que o planejamento é o ponto de partida para o sucesso no processo de gestão de frotas PARAR O GESTOR DE FROTAS PRECISA INTEGRAR-SE AO DEPARTAMENTO DE COMPRAS E TRABALHAR DE MANEIRA CONJUNTA PARA SELECIONAR FORNECEDORES E PARCEIROS ALINHADOS À ESTRATÉGIA DA EMPRESA. COMO FAZER ISSO DA MELHOR MANEIRA? ANTONIO MACHADO: Primeiro, as áreas precisam entender, claramente, seus escopos de atuação, de forma a promover uma integração harmoniosa, sem conflitos de responsabilidades. O gestor de frotas é responsável por gerir esses ativos, sejam eles próprios ou terceirizados, e seus insumos. Já o departamento de compras é responsável por atender a esse gestor como um cliente interno. Naturalmente, a responsabilidade pela seleção e negociação com fornecedores é do departamento de compras, mas o gestor é peça fundamental nessa decisão e deve avaliar e compreender o processo, que vai além de apenas "comprar custo". Nem sempre o menor custo representa a melhor solução. PARAR EM TEMPOS DE CRISE, ATUAR DE FORMA ESTRATÉGICA É MUITO IMPORTANTE. NO CASO DO GESTOR DE FROTAS, QUE TRABALHA EM

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UMA DAS ÁREAS QUE GERAM MAIS GASTOS PARA A EMPRESA, É ATÉ UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA. COMO UM GERENCIAMENTO DE COMPRAS EFICIENTE PODE CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DAS DESPESAS COM A FROTA? ANTONIO MACHADO: Acredito que são situações distintas. O gestor de frotas não deve ingerir sobre as compras, mas sua responsabilidade em administrar seus insumos, seja sob o ponto de vista operacional, tático ou estratégico, é vital para a organização. Gastos em combustível, manutenção e pneus devem ser avaliados com lupa e, nesse sentido, as alianças com fornecedores são essenciais, pois são eles que possuem o know-how para subsidiar diversas ações. Entretanto, não podemos esquecer que um dos maiores ofensores em custos são aqueles decorrentes de acidentes, pois provocam muito mais do que um prejuízo material e declínio dos indicadores de resultados: lidamos com vidas e a segurança dos trabalhadores é um de nossos principais valores. Já do ponto de vista estratégico, os acidentes também são importantes pontos que requerem extrema atenção, pois necessitam de investimentos em sua prevenção. Esse tipo de investimento tem um retorno rápido para a empresa.

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Antonio Carlos Machado: nem sempre o menor custo representa a melhor solução

PARAR COMO UM GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO PODE CONTRIBUIR PARA A COMPETITIVIDADE DA EMPRESA? ANTONIO MACHADO: É através desse gerenciamento que conseguimos aumentar a disponibilidade da frota e, com isso, reduzir seu contingente operacional e todos os custos atrelados a ele. Essa redução está diretamente ligada ao OPEX e, com isso, se houver um bom diligenciamento e gestão, há um incremento direto no resultado da organização. Quanto mais estruturada for a gestão da frota, mais competitiva a empresa se torna. Aquelas empresas que empregam frota própria precisam ter um controle de custos muito preciso, pois a tomada de decisão em relação à sua renovação depende da efetividade desse gerenciamento, mantendo a frota sempre em bom estado e em operação, oferecendo maior rentabilidade à organização. PARAR NO CASO DA ESCOLHA DE FORNECEDORES E PARCEIROS, COMO O GESTOR PODE SE ASSEGURAR DE QUE ESTÁ CONTRATANDO EMPRESAS QUE ATENDEM AOS REQUISITOS FUNDAMENTAIS PARA A REALIZAÇÃO DO SERVIÇO E QUE ESTÃO ALINHADAS À SUA ESTRATÉGIA? ANTONIO MACHADO: Consultando e visitando outras empresas que se utilizam dos serviços do proponente. É fundamental que o fornecedor tenha boas referências não só em termos de entregas, mas em todos os sentidos, particularmente aquelas envolvendo as variáveis não tangíveis, em especial sistemas. Os profissionais da área praticam pouco benchmarking e isso traz às empresas uma enorme desvantagem. Outro ponto que precisamos melhorar muito é o que de fato queremos do nosso fornecedor. Se não tivermos esse escopo muito bem definido, corremos o risco de um desalinhamento em termos de expectativas e entregas e, consequentemente,

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as estratégias estabelecidas pela organização não serão concretizadas. Essa responsabilidade recai sobre o gestor de frotas, pois é ele quem irá administrar o que desenhou como solução para a organização. PARAR QUAL A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA A GESTÃO DE FROTAS? ANTONIO MACHADO: Muito simples: sem planejamento, não há gestão. O planejamento é o ponto de partida para o sucesso no processo de gestão de frotas. Na minha visão, esse planejamento se dá no momento em que se desenvolve uma RFP, detalhando criteriosamente suas expectativas, SLA’s (acordos de nível de serviço), responsabilidades das partes etc. Temos que nos preocupar cada vez mais com a economia operacional, porém, sem perder de vista a segurança e a sustentabilidade em seu tripé ambiental, social e econômico, lembrando ainda que a gestão inteligente dos processos pode significar o sucesso ou o fracasso de uma operação. PARAR NA SUA OPINIÃO, QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS QUE O GESTOR DE FROTAS ENFRENTA HOJE PARA TER UMA GESTÃO MAIS EFICIENTE? ANTONIO MACHADO: Creio que ainda não tenhamos um conceito robusto de terceirização de frotas. Poucas empresas fazem isso. As demais oferecem locação de veículos, recaindo sobre o gestor a responsabilidade de cuidar de aspectos que nem sempre são, em teoria, de sua responsabilidade. Esse paradigma vem mudando, mas ainda precisamos de um esforço maior nesse sentido. Também somos carentes de sistemas. Precisamos gerir nossas operações a partir de dados consistentes e confiáveis. A integração entre as diversas plataformas envolvidas em um processo dessa natureza é indispensável.

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MARIA BALDIN ALD

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ERROS QUE NÃO SE PODE COMETER NA CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA DE FROTA

implantação de uma Política de Frota bem estruturada é essencial para o bom gerenciamento dos veículos da empresa. De acordo com Maria Baldin, CFO da ALD Automotive Brasil, é através da definição e divulgação de normas e procedimentos que se garante que os colaboradores façam o uso adequado dos automóveis e, consequentemente, mesmo que não se deem conta disso, dirijam com mais segurança e contribuam para a redução de custos de manutenção e sinistros. Para ela, uma Política de Frota estratégica e eficaz só é possível se a empresa trabalhar três pontos básicos: envolvimento, clareza e disseminação. “Não envolver profissionais de outras áreas pode ser um erro fatal na hora de compor as normas e perfis para utilização dos veículos. Por isso, Recursos Humanos, Jurídico, Diretoria e Risco devem ser envolvidos em todas as etapas do processo. Antes de divulgar, consultar

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Maria Baldin, CFO da ALD Automotive Brasil: procedimentos que compõem a Política de Frota não devem deixar margem para interpretação

um grupo de condutores também pode ser uma boa alternativa para que a Política de Frota seja mais assertiva”. Os procedimentos que compõem a Política não devem deixar margem para interpretação. “Quanto mais detalhado e claro for o texto, menos dúvidas causará aos usuários. E se todos conhecerem as regras e souberem quais são os seus direitos e deveres, também não haverá margem para questionamentos ou justificativas para o mau uso dos veículos corporativos. Portanto, não basta apenas criar um documento crível, é preciso divulgá-lo massivamente”, explica a diretora. Para os profissionais que querem implantar uma Política de Frota em suas empresas, mas ainda não sabem por onde começar ou como podem fazer, Maria Baldin lista os erros que não se pode cometer nesse processo de construção e disseminação da Política.

Não envolver profissionais de outras áreas pode ser um erro fatal na hora de compor as normas e perfis para utilização dos veículos

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5 ERROS QUE NÃO SE PODE COMETER NA CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA DE FROTA

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FALTA DE REGRAS CLARAS Os condutores precisam saber claramente quais são as normas para utilização do veículo corporativo, quais os procedimentos a seguir e quais são suas responsabilidades legais em caso de mau uso do carro. NÃO DEFINIR PERFIS ADEQUADOS PARA A UTILIZAÇÃO DOS VEÍCULOS Levando em conta o ramo de atuação da empresa, é preciso ter claro na Política de Frota quais tipos de veículos devem ser utilizados, de acordo com a função exercida. Por exemplo, não se deve atribuir um carro de passeio a um colaborador que precisa dirigir em regiões inóspitas, como estradas de terra e regiões de mineração. FALTA DE ATUALIZAÇÃO A Política de Frota precisa ser revisada, no mínimo, anualmente. Esse é um documento dinâmico e que deve ser modificado sempre que houver necessidade. Por exemplo, se a locadora contratada ou a rede credenciada utilizada altera as normas de manutenção, essa informação precisa ser atualizada e divulgada rapidamente aos condutores.

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FALTA DE DIVULGAÇÃO As normas e boas práticas na utilização do veículo precisam ser conhecidas por todos. Por isso, é importante que o condutor receba o documento juntamente com o automóvel e receba também as atualizações periódicas. NÃO COLOCAR A POLÍTICA EM PRÁTICA Uma vez estabelecidas as regras e procedimentos, não deixe de utilizar aquilo que está combinado e divulgado. Permitir que ocorram exceções causa desconforto entre os usuários e questionamentos desnecessários ao gestor da frota.

Fotografi a: Fotolia Fotografi a: Nononono


TOP FLEET PARAR

Abra as portas para mais visibilidade e novas oportunidades de negócios

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principais fornecedores do setor de frotas leves do Brasil estarão reunidos em um guia inédito e exclusivo que será lançado em 2016. O O Top Fleet PARAR vai contar com mais de 200 empresas de todo o país divididas em categorias: Seguradoras, Locadoras, Montadoras, Oficinas, Despachantes, Centros de Treinamento, Serviços de Tecnologia e muito mais. De acordo com Maria Fernanda Beneli Vicente, gerente de comunicação do PARAR, a partir de uma necessidade detectada no setor, pensou-se em um produto com o objetivo de facilitar a pesquisa dos gestores por serviços e preços. “O PARAR sai na frente mais uma vez com um guia que promete revolucionar a busca e o acesso aos fornecedores”, destaca. Os 6,5 mil exemplares do Top Fleet PARAR serão distribuídos em todo o Brasil. Além disso, os associados do Instituto também terão acesso ao conteúdo de forma rápida e fácil através de uma versão online do Guia, que ficará disponível no portal PARAR ( www.institutoparar.com.br ). As empresas interessadas em fazer parte do Top Fleet PARAR podem fazer o seu cadastro de forma gratuita.

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AO REDOR DO MUNDO

A trajetória e as lições de planejamento, estratégia e inovação do navegador Amyr Klink, conhecido por suas travessias solitárias no oceano ais de 40 expedições à Antártida, mais de 30 embarcações construídas e viagens pelos cinco continentes. Os feitos são do navegador Amyr Klink, que em 1984 se notabilizou por ter atravessado o Atlântico Sul, entre a Namíbia e o Brasil, sozinho, em um pequeno barco a remo, na viagem que deu origem ao best-seller “Cem dias entre céu e mar”. Economista e pós-graduado em Administração, seu interesse pela navegação surgiu através dos livros. “Estudei francês e literatura francesa durante muitos anos e comecei a colecionar relatos da fase heroica de exploração antártica. Quando fui morar em Parati (RJ), acabei testemunhando a passagem de alguns barcos, pioneiros ainda, que estavam indo para o continente antártico. Na época, o acesso àquele continente era muito restrito, basicamente apenas marinhas e instituições governamentais iam para lá. Não era comum a ida de embarcações privadas. Foi assim que comecei a me encantar com a ideia de fazer os barcos e de, quem sabe um dia, ir para lá”, conta. Sua viagem transatlântica de 1984 exigiu preparação e dedicação intensa. “Atravessar o Atlântico em um barquinho a remo não era uma ideia que me encantava, mas aos poucos fui me envolvendo com todos os problemas e desdobramentos que envolviam esse desafio”. Klink começou a se interessar e pesquisar o porquê de tantos barcos terem naufragado no Atlântico Norte, que tipo de erros os navegantes cometeram, por que os remadores desapareciam, até que começou a vislumbrar alternativas para evitar esses problemas. “Percebi que precisava de um estudo de correntes de ventos muito cuidadoso para escolher a rota e tinha que ter uma embarcação muito confiável e muito simples ao mesmo tempo. Também era preciso resolver o problema da logística, como mantimentos e comunicação”. Ele estudou astronomia, tornou-se radioamador e realizou uma pesquisa profunda sobre embarcações e experiências de sobrevivência. O processo durou cerca de 2 anos. “Fui me envolvendo em todos os aspectos que eram exigidos para que a viagem desse certo. A travessia foi uma consequência desse processo”, afirma. O sonho de ir para a Antártica foi realizado em 1989, em um veleiro especialmente construído para a expedição, o Paratii. Esse, aliás, é outro diferencial de Klink e sua equipe: todas as embarcações são concebidas e construídas por eles, do projeto ao desenvolvimento de soluções de navegação, sistemas de refrige-

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O QUE PODEMOS APRENDER COM AMYR KLINK: DISCIPLINA FOCO PERSISTÊNCIA RESILIÊNCIA PLANEJAMENTO SEGURANÇA CONHECIMENTO PararFleetReviewMagazine


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ração, aquecimento, água e até de inteligência. “Fazemos viagens não convencionais e utilizamos equipamentos não convencionais. Esses equipamentos têm que ter muita confiabilidade, durabilidade e ao mesmo tempo ser muito simples. Isso explica por que nunca tivemos ocorrências ruins, nunca perdemos tripulantes ou tivemos acidentes”, ressalta. A inovação é uma perspectiva sempre presente nos projetos das embarcações. “Eu gosto muito do espírito inovador, mas não fico fazendo inovação por inovação. Buscamos a inovação para aperfeiçoar soluções que nos permitam realizar aquilo que a gente gosta de fazer”, conta. E o que ele gosta de fazer é viajar. Conseguir fazer suas viagens, de um jeito simples e seguro, é o que o motiva. “Meu objetivo não é quebrar recordes ou fazer coisas que ninguém fez, é fazer o que eu gosto, e fazer bem feito. Eu não tenho a menor disposição para sofrer em alto mar. Navegar no meio de ondas de 15 a 20 metros de altura já significa suficiente risco de vida. O meu propósito é ir e voltar com o equipamento em perfeita ordem. E eu tenho sido feliz nesse processo”. Embora tenha feito dezenas de travessias marítimas em lugares difíceis e perigosos, o navegador revela que, ao contrário do que se pode imaginar, ele não é uma pessoa destemida. “A minha primeira travessia foi assustadora. Mesmo hoje, com toda minha experiência, tenho uma convivência constante com o medo. Mas, durante as viagens, o medo é só um dos componentes presentes. Nós temos que lidar com a fome, com o senso de urgência, concluir cada etapa dentro do tempo previsto, reduzir as velas, fazer manutenção do motor. O medo está lá, mas temos que aprender a conviver com ele. Eu até desconfio de quem não tem medo. Quem é completamente destemido se torna uma pessoa perigosa”, afirma. Ele também destaca que, mesmo com mais de 30 anos de navegação, procura se dedicar, em cada viagem, como um aprendiz no seu primeiro dia. “O grande risco que eu vejo na minha atividade é começar a relaxar e ter excesso de autoconfiança. Eu fico tenso a cada viagem, exatamente por ter muita experiência. Essa inquietação é importante”. Depois de cruzar o oceano, participar de inúmeras expedições, dar a volta ao mundo, ministrar mais de 2.500 palestras e escrever cinco livros, ele conta que ainda deseja fazer muita coisa. “A primeira viagem que fiz à Antártida não é a mesma que eu faria hoje, para o mesmo lugar, com o mesmo barco. O contexto mudou completamente. A Antártida, hoje, é um destino extremamente burocrático, existe um monte de regulamentações internacionais, é uma viagem totalmente diferente. Isso explica por que eu fui 40 vezes para lá, é porque sempre muda. Praticamente tudo o que já fiz, eu adoraria fazer de novo, talvez de um jeito diferente, em menos tempo ou com mais tempo”. Durante a III Conferência Global PARAR, marcada para 11 e 12 de novembro, em São Paulo, Amyr Klink vai compartilhar sua experiência em conduzir esses processos, como gestor e mentor, e contar sobre sua vivência com pessoas e como extrair o que cada um tem de mais positivo.

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PARAR APRESENTA NOVOS CONSELHEIROS PARA Grupo estará envolvido com ações e projetos para transformar o trânsito brasileiro e disseminar a cultura de segurança pelo país

novos conselheiros do Instituto PARAR já estão com os olhos voltados para 2016. O grupo eclético reúne especialistas, executivos, diretores, médicos, profissionais de comunicação e gestores de frotas, unidos pelo mesmo propósito: transformar o trânsito brasileiro e disseminar a cultura de segurança. Na reunião de apresentação, realizada em São Paulo no mês de setembro, além de avaliar os resultados alcançados até o momento, os conselheiros debateram pontos importantes – como prevenção de acidentes, comportamento de risco, manutenção dos veículos e formação de condutores – e fizeram importante reflexão sobre como inspirar e engajar boas práticas de segurança através da educação, ou seja, profissionalizando gestores e treinando motoristas. “Esses condutores que assimilam a cultura de segurança passam a disseminar essa ideia para sua família e para as pessoas que estão a sua volta”, destacou Ricardo Imperatriz, CEO da GolSat e PARAR Leader. “É algo que percebemos nesses anos de PARAR, aqueles que se preocupam com a segurança, que estão em sintonia com o propósito do Instituto, estão influenciando outras pessoas”.

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O grupo também aproveitou para fazer projeções para 2016 e definir projetos que vão pautar as próximas ações do Instituto. Um desses projetos é a criação de três comitês que atuarão em suas frentes para fazer a diferença, contribuir com a sociedade e solucionar problemas. São eles: Comitê de Segurança, Comitê de Comunicação e Comitê de Gestores de Frotas. Segundo Flavio Tavares, líder do PARAR, se 2015 foi o ano das práticas, 2016 será o ano do condutor. Algumas ações do Instituto ganharão reformulações, como é o caso dos Fóruns, que darão espaço para o PARAR On The Road. Outras novidades serão colocadas em prática no próximo ano com o intuito de ampliar, intensificar e disseminar o trabalho do Instituto. Conscientização, educação e cultura de segurança são os temas que inspiram os conselheiros e regem as ações do PARAR.

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O que esperar do PARAR ANTONIO CARLOS MACHADO JUNIOR

DR. DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor de Suprimentos e Logística da Telemont e especialista em gestão de compras

Médico, diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET).

Acredito que em 2016 vamos conseguir mais adesão à causa e solidificar ainda mais o propósito de alcançar a conscientização dos nossos condutores e disseminar a cultura de segurança.

DORINHO BASTOS

GUSTAVO BENEGAS

Professor e Cartunista, Doutor em Ciências da Comunicação pela USP/SP

Diretor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Castrol.

Em 2016, como conselheiro do PARAR, daremos andamento a um projeto muito legal com os estudantes de publicidade da UNOPAR, em Londrina. A ideia é promover a reflexão sobre o trânsito brasileiro através da produção de campanhas publicitárias de segurança.

FLAVIO TAVARES Um dos Fundadores do PARAR e Diretor de Marketing e Vendas na GolSat Tecnologia.

Estamos muito animados para 2016, nossa expectativa é que possamos fechar o ano com mais de 500 gestores certificados pelo PGF. Será um grande desafio, mas queremos atuar muito forte nessa linha. Também faremos um trabalho muito focado nos condutores. Acreditamos que, se conseguirmos mudar o comportamento deles, iremos contribuir muito para a mudança do cenário do trânsito no Brasil.

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Nossa expectativa é de crescimento vertical, conscientizando o gestor que passa a ser um multiplicador de informações não só para aqueles que lidera, mas também para seus superiores. Estou convicto de que o somatório de ideias apresentadas pelos conselheiros complementará a estrutura que vem sendo motivo de grande repercussão e reconhecimento.

Minha expectativa para 2016, como conselheiro do Instituto PARAR, é contribuir com a minha experiência e a minha vivência como Diretor de Segurança e Gestor de Frota para melhorar o trânsito no Brasil, formando bons motoristas e espalhando a cultura de segurança.

DR. JOSÉ MAURO BRAZ DE LIMA PhD, ex-Professor de Medicina da UFRJ, Esp. em Problemas Relacionados ao Álcool e Drogas, Medicina Preventiva e em Neurociências pela Universidade de Paris; Coord. Educação e Saúde da Cruz Vermelha Brasileira

Para 2016, em face da séria crise econômica e política que o Brasil atravessa, é de fundamental importância que o segundo e o terceiro setores se integrem na busca de ações inovadoras. Nisso, o setor de transportes representa um dos mais importantes a ser atendido por instituições protagonistas de parcerias para o nosso desenvolvimento sustentável. Assim, nos associamos ao Instituto PARAR para o enfrentamento desses desafios. PararFleetReviewMagazine

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O que esperar do PARAR MICAEL DUARTE DE ALMEIDA COSTA

MILAD KALUME NETO Gerente de Desenvolvimento de Negóciots da Jato Dynamics e consultor da indústria automotiva há mais de 12 anos

Especialista em Custos, Finanças e T.I., atua na gestão de Frotas da IBM

Em 2016, será meu segundo ano como conselheiro do PARAR e espero que alcancemos um amadurecimento de mercado e consigamos evoluir bastante no que diz respeito à segurança da frota brasileira.

As expectativas para o próximo ano são as melhores. Aumentar a quantidade de informações disponibilizadas ao público em geral, fazer proliferar conhecimento, aumentar o número de empresas e pessoas cadastradas e, dessa forma, atingir um público cada vez maior.

ROBERTO MANZINI REZENDE

RICARDO MAKOTO TOYO Gestor de Frotas da AMBEV

Piloto, Psicólogo e Diretor do Roberto Manzini Centro Pilotagem. Membro do CEDATT (Conselho Estadual para Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transporte)

É um prazer participar do Conselho do PARAR por mais um ano e começar a mexer com a consciência de gestores que passam a ser transformados não só internamente, mas mudam suas práticas no dia a dia. Dá para diminuir o número de mortos nas estradas brasileiras. Nós temos que trabalhar muito para que isso aconteça, mas é possível.

Estamos ainda mais empenhados em disseminar a prática de segurança no trânsito, através da profissionalização do gestor de frota e da orientação ao condutor, que vai se tornar um multiplicador dessas boas atitudes do trânsito. Novas ideias e projetos entrarão em funcionamento com o intuito de fazer a diferença e salvar vidas.

RICARDO JÁBALI IMPERATRIZ

ROGÉRIO NERSISSIAN

Especialista em Segurança e Consultor de Compliance para a Shell na América Latina

CEO da GolSat Tecnologia e um dos fundadores do PARAR. MBA pela Fundação Getúlio Vargas

Avançamos bastante nesses três anos, mas ainda temos muito a transformar na gestão de frotas do Brasil. Em 2016, pretendemos ampliar o nosso trabalho, sempre com os olhos voltados para o nosso propósito, incentivando e criando nova cultura de segurança nas corporações que exercem suas atividades pelas ruas e estradas deste país.

COMITÊ DE SEGURANÇA • Roberto Manzini Rezende • Milad Kalume Neto • Rogério Nersissian

Edição 6 | Novembro de 2015

• Antonio Carlos Machado Junior • Dr. Dirceu Rodrigues Alves • Dr. José Mauro Braz de Lima • Gustavo Benegas

Estou com muitas expectativas, já de olho em 2016, que será um ano de novas parcerias e muitos eventos. A ideia é que a gente esteja mais próximo dos gestores de frota. Acredito que vamos aprender muito juntos. Cultura de Segurança é realmente um tema muito importante para todos nós.

COMITÊ DE COMUNICAÇÃO • Dorinho Bastos • Dr. Dirceu Rodrigues Alves

COMITÊ DE GESTORES DE FROTA • Micael Duarte de Almeida Costa • Ricardo Makoto Toyo

PararFleetReviewMagazine



# SAVETHEDATE

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AS

expectativas para 2016 só aumentam e o PARAR assume novos direcionamentos para disseminar ainda mais a cultura de segurança no trânsito e proporcionar formação de qualidade aos gestores de frotas leves do Brasil. A agenda para o próximo ano está repleta de atividades que buscam reforçar o propósito do Instituto e nos aproximar das reais necessidades do setor

SE 2015 FOI O ANO DAS PRÁTICAS, 2016 SERÁ O ANO DO CONDUTOR! PARAR LEADER março

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GESTOR COM HUMOR

Edição 6 | Novembro de 2015

Por Dorinho Bastos, cartunista, professor de comunicação da USP e conselheiro do PARAR



UMA PUBLICAÇÃO

www.institutoparar.com.br


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