4ª Edição PARAR Magazine

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PARAR MAGAZINE

TECNOLOGIA PARA GESTÃO DE FROTAS LEVES

4ª EDIÇÃO . FEVEREIRO 2015

O MAIOR EVENTO SOBRE GESTÃO DE FROTAS LEVES DO BRASIL

“PRIMEIRA EMPRESA DO BRASIL A UNIR TELEMETRIA, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE.”

Bons resultados na gestão de frotas não precisam de muito tempo para acontecer Rejane Guse, eleita GESTORA DE FROTAS 2014 durante a Conferência Global PARAR 2014.

e mais PÁG. 15 O futuro do gerenciamento de frotas no mundo PÁG. 16 PARAR e Global NCAP Paraná

CONSIDERADA UMA DAS MELHORES EMPRESAS DO PARANÁ PARA SE TRABALHAR.

Agende uma visita com um de nossos consultores e saiba mais:

0800 400 8585 | 43 3315 9595 golsat.com.br

PÁG. 22 Telemetria e a profissionalização da gestão PÁG. 24 Perfil de compras do consumidor de frotas


EDITORIAL É muito gratificante ver como bons exemplos moldam o comportamento das pessoas. Sem querer, a nossa II Conferência Global PARAR (o maior evento que já realizamos até hoje) foi um celeiro de histórias de pessoas que “colocaram as mãos na massa” para fazer deste mundo um lugar melhor. Buscávamos mostrar aos participantes uma série de boas práticas e propostas para a gestão de frotas. Acabamos exibindo seres humanos que deveriam ser imitados e multiplicados. Os exemplos são intermináveis. Poderiamos citar aqui os convidados internacionais, que nos ensinaram a aliar práticas de sustentabilidade à gestão de custos, a fomentar e criar parcerias entre empresas aparentemente concorrentes e a pensar de forma global em todos os aspectos de nossas empresas (inclusive na qualidade de vida dos nossos funcionários e da sociedade em que vivemos). Poderíamos falar também dos palestrantes brasileiros, referências em suas áreas, que tantas lições nos ensinaram. Ou mesmo destacar a história de Christiane Yared, a mãe que perdeu seu filho na guerra do trânsito e decidiu transformar esta experiência em algo positivo: ergueu suas bandeiras, foi à luta, e transformou-se na Deputada Federal mais bem votada do Paraná. O PARAR é feito de pessoas que dão exemplos. Cada uma destas histórias inspira outros exemplos ainda melhores e maiores, e essa corrente se reforça continuamente. E quem nos inspira? Expediente PARAR Magazine é uma publicação oficial do Instituto PARAR direcionada para administradores de frotas leves de pequenas, médias e grandes empresas. Publicação gratuita e veiculada por distribuição direta. Para recebê-la, associese em portalparar.com.br Instituto PARAR Av. Ayrton Senna da Silva, 500 Torre Pietra, 2ª Andar CEP 86050-460 Londrina, PR. JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Pedro Conte Mariana Marias imprensa@portalparar.com.br

Você. Você que está lendo esta revista. Que empenha seu tempo para participar dos nossos eventos e cursos. Que manda sugestões, críticas e que nos ajuda a produzir todo este conteúdo. O PARAR se inspira em você que aplica o que aprende no seu dia a dia. Inspiram-nos também a nossa equipe de voluntários que faz com que tudo isso se mova. Os nossos patrocinadores, que permitem que este projeto seja possível. E as empresas que cedem seus funcionários para participarem como palestrantes e ouvintes dos eventos do PARAR. A todos vocês, muito obrigado. E seja bem vindo, 2015!

PUBLICIDADE comercial@portalparar.com.br VERSÃO EM INGLÊS GARF TRADUÇÕES contato@garftraducoes.com.br DIAGRAMAÇÃO E DESIGN contato@eduardobibiano.com.br IMPRESSÃO Idealiza Gráfica e Editora www.idealizagraf.com.br SUGESTÕES parar@portalparar.com.br

Ricardo Imperatriz, Diretor Executivo – CEO GolSat & PARAR Leader

www.PORTALPARAR.com.br

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EDITORIAL É muito gratificante ver como bons exemplos moldam o comportamento das pessoas. Sem querer, a nossa II Conferência Global PARAR (o maior evento que já realizamos até hoje) foi um celeiro de histórias de pessoas que “colocaram as mãos na massa” para fazer deste mundo um lugar melhor. Buscávamos mostrar aos participantes uma série de boas práticas e propostas para a gestão de frotas. Acabamos exibindo seres humanos que deveriam ser imitados e multiplicados. Os exemplos são intermináveis. Poderiamos citar aqui os convidados internacionais, que nos ensinaram a aliar práticas de sustentabilidade à gestão de custos, a fomentar e criar parcerias entre empresas aparentemente concorrentes e a pensar de forma global em todos os aspectos de nossas empresas (inclusive na qualidade de vida dos nossos funcionários e da sociedade em que vivemos). Poderíamos falar também dos palestrantes brasileiros, referências em suas áreas, que tantas lições nos ensinaram. Ou mesmo destacar a história de Christiane Yared, a mãe que perdeu seu filho na guerra do trânsito e decidiu transformar esta experiência em algo positivo: ergueu suas bandeiras, foi à luta, e transformou-se na Deputada Federal mais bem votada do Paraná. O PARAR é feito de pessoas que dão exemplos. Cada uma destas histórias inspira outros exemplos ainda melhores e maiores, e essa corrente se reforça continuamente. E quem nos inspira? Expediente PARAR Magazine é uma publicação oficial do Instituto PARAR direcionada para administradores de frotas leves de pequenas, médias e grandes empresas. Publicação gratuita e veiculada por distribuição direta. Para recebê-la, associese em portalparar.com.br Instituto PARAR Av. Ayrton Senna da Silva, 500 Torre Pietra, 2ª Andar CEP 86050-460 Londrina, PR. JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Pedro Conte Mariana Marias imprensa@portalparar.com.br

Você. Você que está lendo esta revista. Que empenha seu tempo para participar dos nossos eventos e cursos. Que manda sugestões, críticas e que nos ajuda a produzir todo este conteúdo. O PARAR se inspira em você que aplica o que aprende no seu dia a dia. Inspiram-nos também a nossa equipe de voluntários que faz com que tudo isso se mova. Os nossos patrocinadores, que permitem que este projeto seja possível. E as empresas que cedem seus funcionários para participarem como palestrantes e ouvintes dos eventos do PARAR. A todos vocês, muito obrigado. E seja bem vindo, 2015!

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II Conferência Global PARAR – Novembro, 2014

NOVOS CAMINHOS PARA A GESTÃO DE FROTA NO MUNDO Maior evento para gestores de frotas do país reuniu profissionais responsáveis pela administração de mais de 500 mil veículos

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ualquer pessoa que entrasse na sede da Câmara de Comércio Americana (AMCHAM), em São Paulo, durante os dias 12 e 13 de novembro, perceberia que algo grande acontecia ali. A II Conferência Global PARAR, maior evento realizado até hoje pelo Instituto PARAR (Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando frotas com Resultado), apresentava o que há de mais moderno em gestão de frotas e cultura de segurança no trânsito. Nomes de peso trouxeram ao evento discussões relevantes para os gestores de frota presentes, ao mesmo tempo em que tudo era transmitido via internet para gestores de todo o país. Ao todo, mais de 300 pessoas participaram do evento, representando uma frota que superou meio milhão de veículos. Durante dois dias, os gestores de frota tiveram uma série de palestras com alguns dos mais importantes speakers do mundo. É o caso de Joe LaRosa, por exemplo, vice presidente da Associação Norte-Americana de Gestores de Frotas (NAFA) e gestor de uma frota de quase 30 mil veículos e de Tom Johnson, Fundador do Prêmio 100 Best Fleets nos EUA, que apresentou dicas que já funcionam com sucesso na gestão de frotas norte americana. Um dos pontos altos do evento foi esta troca de experiências entre gestores de diferentes países. “Eu acredito que, as necessidades para a gestão de frotas, os benefícios que estão sendo buscados por gestores locais, são os mesmos em todos os países”, conta Nicolas Crescent, principal executivo de vendas internacionais da ALD International. Crescent veio ao Brasil para abordar a importância de, cada vez mais, traçar estratégias de gestão de forma global e que tragam soluções eficientes para os mercados locais. Além disso, reafirmou que as maiores preocupações dos gestores devem ser a segurança, o controle de custos e a satisfação dos empregadores, fatores que também permearam toda a conferência. A gestão de informação e a integração de dados foi o tema escolhido por Fred Madeira, Diretor Comercial da WEX. “Sem os dados, você não tem como se planejar”, explica o executivo da empresa que processa cerca de 40 mil compras de combustível por hora, em 20 países diferentes. Madeira apresentou o conceito do “Level III Data”, que ajuda os gestores de frota a identificar não somente o “onde” e “quando” por trás de uma compra, mas também o “quem”, “o quê” e “como”. De acordo com ele, o detalhamento destas informações pode levar a economia de 15% nos custos totais da frota.

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II Conferência Global PARAR – Novembro, 2014

NOVOS CAMINHOS PARA A GESTÃO DE FROTA NO MUNDO Maior evento para gestores de frotas do país reuniu profissionais responsáveis pela administração de mais de 500 mil veículos

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ualquer pessoa que entrasse na sede da Câmara de Comércio Americana (AMCHAM), em São Paulo, durante os dias 12 e 13 de novembro, perceberia que algo grande acontecia ali. A II Conferência Global PARAR, maior evento realizado até hoje pelo Instituto PARAR (Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando frotas com Resultado), apresentava o que há de mais moderno em gestão de frotas e cultura de segurança no trânsito. Nomes de peso trouxeram ao evento discussões relevantes para os gestores de frota presentes, ao mesmo tempo em que tudo era transmitido via internet para gestores de todo o país. Ao todo, mais de 300 pessoas participaram do evento, representando uma frota que superou meio milhão de veículos. Durante dois dias, os gestores de frota tiveram uma série de palestras com alguns dos mais importantes speakers do mundo. É o caso de Joe LaRosa, por exemplo, vice presidente da Associação Norte-Americana de Gestores de Frotas (NAFA) e gestor de uma frota de quase 30 mil veículos e de Tom Johnson, Fundador do Prêmio 100 Best Fleets nos EUA, que apresentou dicas que já funcionam com sucesso na gestão de frotas norte americana. Um dos pontos altos do evento foi esta troca de experiências entre gestores de diferentes países. “Eu acredito que, as necessidades para a gestão de frotas, os benefícios que estão sendo buscados por gestores locais, são os mesmos em todos os países”, conta Nicolas Crescent, principal executivo de vendas internacionais da ALD International. Crescent veio ao Brasil para abordar a importância de, cada vez mais, traçar estratégias de gestão de forma global e que tragam soluções eficientes para os mercados locais. Além disso, reafirmou que as maiores preocupações dos gestores devem ser a segurança, o controle de custos e a satisfação dos empregadores, fatores que também permearam toda a conferência. A gestão de informação e a integração de dados foi o tema escolhido por Fred Madeira, Diretor Comercial da WEX. “Sem os dados, você não tem como se planejar”, explica o executivo da empresa que processa cerca de 40 mil compras de combustível por hora, em 20 países diferentes. Madeira apresentou o conceito do “Level III Data”, que ajuda os gestores de frota a identificar não somente o “onde” e “quando” por trás de uma compra, mas também o “quem”, “o quê” e “como”. De acordo com ele, o detalhamento destas informações pode levar a economia de 15% nos custos totais da frota.

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Tom Johnson, fundador do prêmio “100 Best Fleets”

As práticas de Tom Johnson É notório que os EUA estão na vanguarda da Gestão de Frotas mundial. No entanto, o Brasil está a poucos passos de alcançar as melhores práticas para consolidar o mercado interno. Tom Johnson, fundador do prêmio “100 Best Fleets” foi categórico ao afirmar que os métodos americanos, aplicados à realidade brasileira podem ser de grande valia. E onde está o segredo disso tudo? Em “pequenas-grandes” ações que prometem ser revolucionárias. A principal dica é, antes de tudo, conseguir executar as ideias. Segundo Johnson, dois terços dos CEOs norteamericanos falham nesse quesito. Saber tirar o rascunho do papel e efetivar os pensamentos é a mina de ouro de qualquer negócio. No caso da Gestão de Frotas, identificar o maior problema que aflige os gestores, pensar soluções para resolvê-lo – e realizá-las – é o pontapé inicial. Tom Johnson afirma que o principal problema já foi identificado: o comportamento dos motoristas de frota. Seguindo a proposta de resolver uma questão até o fim, ele detalha algumas respostas que, nos EUA, já andam surtindo efeito: - Instalação de câmeras internas em toda frota. O equipamento permite estudar e acompanhar o comportamento dos motoristas, além de reduzir drasticamente comportamentos indesejados como alta velocidade, desvio de trajeto e outras infrações. Segundo Johnson, a ação salva vidas e o retorno sobre o investimento se dá em apenas 3 meses. - Política de “diminuição” (downsize) dos veículos da frota. Não se fala apenas em menor número de veículos, mas sim, em conduções de volume menor.

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Menos caminhões e mais furgões, por exemplo. A cidade de Denver, nos EUA, atingiu uma economia de mais de 10 milhões de dólares em três anos com essa providência. - Instalação de GPS ou telemetria em toda frota. Essa tecnologia reúne um grande e essencial número de informações acerca do carro, do motorista e de seu comportamento. Um dos exemplos é permitir que os gerentes tomem conhecimento dos trajetos, do gasto de combustível e até mesmo se o condutor trabalhou ou não. - Base de dados. Aliado à tecnologia do GPS. Johnson propõe a criação de uma grande base de dados e de KPI's (indicadores) próprios para o gerenciamento de frotas. Desta forma, todos os funcionários de vários escalões hierárquicos são envolvidos na missão de alcançar os alvos estratégicos estabelecidos pela empresa. - Comprometimento dos funcionários. Isso se dá em dois momentos: na assinatura de termos de compromisso e, principalmente, em momentos de conversa em que se deve dar atenção a ideias, propostas e opiniões vindas dos funcionários. Estas soluções podem ser de extrema importância no desenvolvimento de novos projetos. - Participação em prêmios de incentivo às melhores frotas. Como o “100 Best Fleets”, por exemplo, que promovam o fomento de novas soluções. Empresas brasileiras já podem se inscrever. Para complementar, Johnson dá uma última dica: “depende de cada um fazer as mudanças necessárias para a construção de um mundo melhor”.

Diferente do sistema dos cartões de crédito, o “Level III Data” oferece uma central de informações que, em tempo real, capta e analisa os dados, como identificação de veículos, identidade dos motoristas, leitura de odômetro, etc. O objetivo é, além de levar conveniência e segurança aos motoristas, aumentar o controle das transações feitas pelos condutores. “Em última instância é o comportamento do condutor que determina a utilização ótima do veículo”, explica Madeira. Essa tecnologia converge com a importância de se manter bancos de dados atualizados através da telemetria. Fornecedores de gestão de combustível, manutenção, telemetria e mesmo as locadoras precisam fornecer informações relevantes à gestão de frota. Além de capacitar profissionais para tomar decisões em relação às suas frotas e quais caminhos seguir, os dados ajudam também a baixar os custos gerais de operações. Os visitantes da Conferência também puderam conferir, no ambiente da feira de expositores, um simulador de capotamento, montado pela ALD International. O intuito principal desse atrativo foi conscientizar os motoristas, por meio de uma experiência realística de capotamento, da importância do uso correto do cinto de segurança. Além do stand com o simulador, os conferencistas puderam conhecer as últimas novidades das montadoras, locadoras de carro, softwares de gestão, telemetria, treinamento de condutores, desmobilização, blindagem e diversas outras áreas. A prevenção de acidentes, como sempre, foi também um dos assuntos mais abordados durante a Conferência. Em quase todas as palestras percebeu-se a preocupação e a necessidade de uma política efetiva para reduzir as mortes por acidente no Brasil. Fred Madeira, Diretor Comercial da WEX

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Tom Johnson, fundador do prêmio “100 Best Fleets”

As práticas de Tom Johnson É notório que os EUA estão na vanguarda da Gestão de Frotas mundial. No entanto, o Brasil está a poucos passos de alcançar as melhores práticas para consolidar o mercado interno. Tom Johnson, fundador do prêmio “100 Best Fleets” foi categórico ao afirmar que os métodos americanos, aplicados à realidade brasileira podem ser de grande valia. E onde está o segredo disso tudo? Em “pequenas-grandes” ações que prometem ser revolucionárias. A principal dica é, antes de tudo, conseguir executar as ideias. Segundo Johnson, dois terços dos CEOs norteamericanos falham nesse quesito. Saber tirar o rascunho do papel e efetivar os pensamentos é a mina de ouro de qualquer negócio. No caso da Gestão de Frotas, identificar o maior problema que aflige os gestores, pensar soluções para resolvê-lo – e realizá-las – é o pontapé inicial. Tom Johnson afirma que o principal problema já foi identificado: o comportamento dos motoristas de frota. Seguindo a proposta de resolver uma questão até o fim, ele detalha algumas respostas que, nos EUA, já andam surtindo efeito: - Instalação de câmeras internas em toda frota. O equipamento permite estudar e acompanhar o comportamento dos motoristas, além de reduzir drasticamente comportamentos indesejados como alta velocidade, desvio de trajeto e outras infrações. Segundo Johnson, a ação salva vidas e o retorno sobre o investimento se dá em apenas 3 meses. - Política de “diminuição” (downsize) dos veículos da frota. Não se fala apenas em menor número de veículos, mas sim, em conduções de volume menor.

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Menos caminhões e mais furgões, por exemplo. A cidade de Denver, nos EUA, atingiu uma economia de mais de 10 milhões de dólares em três anos com essa providência. - Instalação de GPS ou telemetria em toda frota. Essa tecnologia reúne um grande e essencial número de informações acerca do carro, do motorista e de seu comportamento. Um dos exemplos é permitir que os gerentes tomem conhecimento dos trajetos, do gasto de combustível e até mesmo se o condutor trabalhou ou não. - Base de dados. Aliado à tecnologia do GPS. Johnson propõe a criação de uma grande base de dados e de KPI's (indicadores) próprios para o gerenciamento de frotas. Desta forma, todos os funcionários de vários escalões hierárquicos são envolvidos na missão de alcançar os alvos estratégicos estabelecidos pela empresa. - Comprometimento dos funcionários. Isso se dá em dois momentos: na assinatura de termos de compromisso e, principalmente, em momentos de conversa em que se deve dar atenção a ideias, propostas e opiniões vindas dos funcionários. Estas soluções podem ser de extrema importância no desenvolvimento de novos projetos. - Participação em prêmios de incentivo às melhores frotas. Como o “100 Best Fleets”, por exemplo, que promovam o fomento de novas soluções. Empresas brasileiras já podem se inscrever. Para complementar, Johnson dá uma última dica: “depende de cada um fazer as mudanças necessárias para a construção de um mundo melhor”.

Diferente do sistema dos cartões de crédito, o “Level III Data” oferece uma central de informações que, em tempo real, capta e analisa os dados, como identificação de veículos, identidade dos motoristas, leitura de odômetro, etc. O objetivo é, além de levar conveniência e segurança aos motoristas, aumentar o controle das transações feitas pelos condutores. “Em última instância é o comportamento do condutor que determina a utilização ótima do veículo”, explica Madeira. Essa tecnologia converge com a importância de se manter bancos de dados atualizados através da telemetria. Fornecedores de gestão de combustível, manutenção, telemetria e mesmo as locadoras precisam fornecer informações relevantes à gestão de frota. Além de capacitar profissionais para tomar decisões em relação às suas frotas e quais caminhos seguir, os dados ajudam também a baixar os custos gerais de operações. Os visitantes da Conferência também puderam conferir, no ambiente da feira de expositores, um simulador de capotamento, montado pela ALD International. O intuito principal desse atrativo foi conscientizar os motoristas, por meio de uma experiência realística de capotamento, da importância do uso correto do cinto de segurança. Além do stand com o simulador, os conferencistas puderam conhecer as últimas novidades das montadoras, locadoras de carro, softwares de gestão, telemetria, treinamento de condutores, desmobilização, blindagem e diversas outras áreas. A prevenção de acidentes, como sempre, foi também um dos assuntos mais abordados durante a Conferência. Em quase todas as palestras percebeu-se a preocupação e a necessidade de uma política efetiva para reduzir as mortes por acidente no Brasil. Fred Madeira, Diretor Comercial da WEX

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Neste âmbito, destacam-se as falas de Dorinho Bastos, professor no curso de Publicidade da USP e conselheiro do Instituto PARAR (que trouxe à luz a importância do uso da Comunicação de Risco tanto nas empresas quanto em campanhas publicitárias governamentais) e do Dr. Dirceu Alves Junior, da ABRAMET, que apresentou um painel com os principais dados do trânsito brasileiro e também é um dos conselheiros do PARAR.

Simulador de capotamento explica funcionamento do cinto de segurança Patrocinadora da Conferência Global PARAR 2014 e também do PGF (Programa para Gestores de Frotas), a ALD Automotive trouxe à Conferência um simulador de capotamento com o intuito de educar os motoristas para o uso correto do cinto de segurança e também ao ajuste ideal a cada tipo físico. O equipamento realiza um giro lento e tranquilo para que a pessoa tenha a sensação de estar em um veículo durante um capotamento. Entre várias posições e manobras, o simulador permite que o instrutor ensine a maneira correta de sair do veículo após um acidente sem que haja maiores complicações. Pesquisas afirmam que algumas pessoas se lesionam ao tentar se desvencilhar do cinto de segurança e isso ocorre por não o fazerem de forma correta.

Os dados apresentados já são amplamente conhecidos e pintam um cenário bastante violento para o trânsito brasileiro nos últimos anos. Já a legislação nacional, no entanto, não apresenta falhas na mesma proporção. Luiz Flávio Gomes, do Instituto Avante Brasil, foi muito claro ao afirmar que apenas com punições efetivas e devidamente cumpridas podem-se diminuir as mortes no trânsito. É o que ele chama de “certeza do castigo”. Ou seja, não é preciso alterar demasiadamente a legislação atual – basta fazer com que ela seja cumprida. Pode-se considerar também a temática do futuro do gerenciamento de frotas como uma constante nas falas e palestras de toda a Conferência. Dicas, novos paradigmas, ferramentas, melhores caminhos – todos esses itens foram enfatizados durante a Conferência. E, nas páginas a seguir, você poderá acompanhar cada detalhe deste importante evento.

Além disso, também foram oferecidas orientações para que os motoristas aprendessem a usar corretamente o cinto de segurança. Erros comuns como distância muito grande entre o cinto de segurança e o corpo, posicionamento incorreto, folga e dobra do equipamento, e objetos pontiagudos entre o cinto e o motorista foram alguns dos pontos abordados. Pascal Vitantonio, CEO da ALD Automotive Brasil, reforçou a parceria com o PARAR e reafirmou o alinhamento de suas metas com as da Conferência – construir e divulgar uma cultura de responsabilidade social e ambiental aos gestores de frota é também um dos principais objetivos da ALD. Para Vitantonio, os eventos são “essenciais para a troca de experiências e informações e, acima de tudo, para profissionalizar o setor de gestão de frotas” no Brasil.

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“QUEM NÃO SE COMUNICA...” Segurança no trânsito: A importância da comunicação de risco para as Gestoras de Frotas

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ense em todas as propagandas de acidentes de carro, motos, barcos, etc. onde aparecem acidentados ou situações de risco. Você sabia que essa estratégia tem um nome? Ela é conhecida pelos profissionais como “Comunicação de risco”.

Essa comunicação específica trata não somente de explicar as iniciativas e processos de decisão das organizações para gerenciar seus riscos, mas também, de promover e desenvolver a percepção que se tem a respeito dos perigos e riscos existentes decorrentes da natureza da atividade desenvolvida. Dorinho Bastos, professor no curso de Publicidade da USP e conselheiro do Instituto PARAR, irá desenvolver com seus alunos algumas peças para a ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) que contemplarão a Comunicação de Risco nas empresas de gestão de frotas. O intuito é criar, tanto nos publicitários, quanto no público em geral, uma cultura de prevenção que, para ele, “tem que vir com criatividade e persuasão”. Questões como índice de álcool zero, uso do cinto de segurança, redução de velocidade e uso do celular podem ser abordadas em um target (público) bem específico – como os motoristas de frotas – e, assim, atingir um resultado eficaz. A ideia é que os gestores de frotas 'reais' façam visitas aos alunos e mostrem a eles o cotidiano deste mercado. A união dessas duas ações poderá resultar em uma comunicação de risco de sucesso. O publicitário afirma que a propaganda muda a mentalidade das pessoas e, conseguir expor esse assunto na mídia, de forma tenaz, é essencial para mudança de paradigmas. Dorinho cita o pesquisador Roberto Mena Barreto para explicar a importância dos anúncios: "A boa propaganda não mente. Ela lança mão de aspectos e fragmentos da verdade, ângulos de estatísticas, sentimentos incontestes, depurando a realidade em proveito de uma ideia, um produto ou um serviço". O fato é que, para que qualquer mensagem seja efetivamente ouvida, é preciso que ela apareça com frequência nas mídias. Isso geraria um custo bem alto para as campanhas publicitárias, fato que pode ser combatido, “com parcerias e patrocínio” das próprias mídias, diz Bastos. Afinal, a cultura de segurança no trânsito é um interesse comum a todos os brasileiros. Além disso, estender essa comunicação a outros alvos também pode baratear os custos e, ainda melhor, ampliar a conscientização. A frequência de exposição das mensagens como forma de prevenir acidentes também pode ser levada para dentro das empresas. Bastos acredita que, munidos de “um material de apoio bem desenvolvido e visualmente agradável”, os gestores se tornarão grandes emissores destas mensagens de segurança. E, consequentemente, os resultados serão melhores. O segredo é: “criar uma unidade de comunicação que apoie o discurso do gestor”, diz Bastos. E, daí em diante, criar pontos frequentes de comunicação em diversos canais – desde emails e cartazes até treinamentos e eventos, por exemplo. Com o tempo, e com a ajuda de bons exemplos e atitudes, a comunicação potencializa a criação de uma cultura de segurança cada vez mais sólida.

Dr. Dirceu Alves Junior, da ABRAMET

Dorinho Bastos, professor no curso de Publicidade da USP e conselheiro do Instituto PARAR

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Neste âmbito, destacam-se as falas de Dorinho Bastos, professor no curso de Publicidade da USP e conselheiro do Instituto PARAR (que trouxe à luz a importância do uso da Comunicação de Risco tanto nas empresas quanto em campanhas publicitárias governamentais) e do Dr. Dirceu Alves Junior, da ABRAMET, que apresentou um painel com os principais dados do trânsito brasileiro e também é um dos conselheiros do PARAR.

Simulador de capotamento explica funcionamento do cinto de segurança Patrocinadora da Conferência Global PARAR 2014 e também do PGF (Programa para Gestores de Frotas), a ALD Automotive trouxe à Conferência um simulador de capotamento com o intuito de educar os motoristas para o uso correto do cinto de segurança e também ao ajuste ideal a cada tipo físico. O equipamento realiza um giro lento e tranquilo para que a pessoa tenha a sensação de estar em um veículo durante um capotamento. Entre várias posições e manobras, o simulador permite que o instrutor ensine a maneira correta de sair do veículo após um acidente sem que haja maiores complicações. Pesquisas afirmam que algumas pessoas se lesionam ao tentar se desvencilhar do cinto de segurança e isso ocorre por não o fazerem de forma correta.

Os dados apresentados já são amplamente conhecidos e pintam um cenário bastante violento para o trânsito brasileiro nos últimos anos. Já a legislação nacional, no entanto, não apresenta falhas na mesma proporção. Luiz Flávio Gomes, do Instituto Avante Brasil, foi muito claro ao afirmar que apenas com punições efetivas e devidamente cumpridas podem-se diminuir as mortes no trânsito. É o que ele chama de “certeza do castigo”. Ou seja, não é preciso alterar demasiadamente a legislação atual – basta fazer com que ela seja cumprida. Pode-se considerar também a temática do futuro do gerenciamento de frotas como uma constante nas falas e palestras de toda a Conferência. Dicas, novos paradigmas, ferramentas, melhores caminhos – todos esses itens foram enfatizados durante a Conferência. E, nas páginas a seguir, você poderá acompanhar cada detalhe deste importante evento.

Além disso, também foram oferecidas orientações para que os motoristas aprendessem a usar corretamente o cinto de segurança. Erros comuns como distância muito grande entre o cinto de segurança e o corpo, posicionamento incorreto, folga e dobra do equipamento, e objetos pontiagudos entre o cinto e o motorista foram alguns dos pontos abordados. Pascal Vitantonio, CEO da ALD Automotive Brasil, reforçou a parceria com o PARAR e reafirmou o alinhamento de suas metas com as da Conferência – construir e divulgar uma cultura de responsabilidade social e ambiental aos gestores de frota é também um dos principais objetivos da ALD. Para Vitantonio, os eventos são “essenciais para a troca de experiências e informações e, acima de tudo, para profissionalizar o setor de gestão de frotas” no Brasil.

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“QUEM NÃO SE COMUNICA...” Segurança no trânsito: A importância da comunicação de risco para as Gestoras de Frotas

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ense em todas as propagandas de acidentes de carro, motos, barcos, etc. onde aparecem acidentados ou situações de risco. Você sabia que essa estratégia tem um nome? Ela é conhecida pelos profissionais como “Comunicação de risco”.

Essa comunicação específica trata não somente de explicar as iniciativas e processos de decisão das organizações para gerenciar seus riscos, mas também, de promover e desenvolver a percepção que se tem a respeito dos perigos e riscos existentes decorrentes da natureza da atividade desenvolvida. Dorinho Bastos, professor no curso de Publicidade da USP e conselheiro do Instituto PARAR, irá desenvolver com seus alunos algumas peças para a ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) que contemplarão a Comunicação de Risco nas empresas de gestão de frotas. O intuito é criar, tanto nos publicitários, quanto no público em geral, uma cultura de prevenção que, para ele, “tem que vir com criatividade e persuasão”. Questões como índice de álcool zero, uso do cinto de segurança, redução de velocidade e uso do celular podem ser abordadas em um target (público) bem específico – como os motoristas de frotas – e, assim, atingir um resultado eficaz. A ideia é que os gestores de frotas 'reais' façam visitas aos alunos e mostrem a eles o cotidiano deste mercado. A união dessas duas ações poderá resultar em uma comunicação de risco de sucesso. O publicitário afirma que a propaganda muda a mentalidade das pessoas e, conseguir expor esse assunto na mídia, de forma tenaz, é essencial para mudança de paradigmas. Dorinho cita o pesquisador Roberto Mena Barreto para explicar a importância dos anúncios: "A boa propaganda não mente. Ela lança mão de aspectos e fragmentos da verdade, ângulos de estatísticas, sentimentos incontestes, depurando a realidade em proveito de uma ideia, um produto ou um serviço". O fato é que, para que qualquer mensagem seja efetivamente ouvida, é preciso que ela apareça com frequência nas mídias. Isso geraria um custo bem alto para as campanhas publicitárias, fato que pode ser combatido, “com parcerias e patrocínio” das próprias mídias, diz Bastos. Afinal, a cultura de segurança no trânsito é um interesse comum a todos os brasileiros. Além disso, estender essa comunicação a outros alvos também pode baratear os custos e, ainda melhor, ampliar a conscientização. A frequência de exposição das mensagens como forma de prevenir acidentes também pode ser levada para dentro das empresas. Bastos acredita que, munidos de “um material de apoio bem desenvolvido e visualmente agradável”, os gestores se tornarão grandes emissores destas mensagens de segurança. E, consequentemente, os resultados serão melhores. O segredo é: “criar uma unidade de comunicação que apoie o discurso do gestor”, diz Bastos. E, daí em diante, criar pontos frequentes de comunicação em diversos canais – desde emails e cartazes até treinamentos e eventos, por exemplo. Com o tempo, e com a ajuda de bons exemplos e atitudes, a comunicação potencializa a criação de uma cultura de segurança cada vez mais sólida.

Dr. Dirceu Alves Junior, da ABRAMET

Dorinho Bastos, professor no curso de Publicidade da USP e conselheiro do Instituto PARAR

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UM SETOR DESAFIADO Locadoras estão em posição privilegiada para melhorar a gestão de frotas do país

A

cada dia que passa, o mercado de locadoras de carros fica mais complexo e a concorrência mais acirrada, pois grandes atores brasileiros se consolidam ao mesmo tempo em que locadoras multinacionais desembarcam por aqui. O país já conta com a presença das maiores multinacionais do setor.

Este cenário tem causado um impacto muito importante na atividade das locadoras brasileiras. Com concorrentes capacitados, a margem para atuação fica bastante restrita. “Os descontos são praticamente iguais entre uma empresa e outra”, conta David Zini, Diretor de Leasing Fleet da Ouro Verde, acrescentando que assim a briga por preços fica cada vez mais emparelhada. Como os valores de locação variam pouco entre uma locadora e outra, assim como os modelos de veículos disponíveis, a locação de carros torna-se uma commodity. Afinal, se os carros disponíveis são parecidos e os preços também, o que levaria uma empresa a optar por

um fornecedor ou outro? Uma mudança cultural faz-se necessária, dentro das locadoras – uma alteração no modelo de negócios que passe a enfocar a oferta de serviços. Segundo Pascal Vitantonio, CEO da ALD Automotive Brasil, as locadoras ocupam “uma posição privilegiada, pois têm acesso a muita informação”, desde multas, estado do carro, telemetria, entre outros. Ao reagrupar e centralizar todas estas informações, o fornecedor de carros alugados pode avaliar opções para diminuição de custos e também de acidentes. Em suma, a locadora pode influenciar a gestão de frotas como um todo. “Na ALD, já deixamos de nos considerar como locadora. Nós somos provedores de serviços de gestão de frotas e com a visão de que, muito brevemente, a gestão de frotas será percebida como um componente de uma questão mais ampla que é a mobilidade corporativa”, completa Vitantonio.

Dados do setor indicam que as locadoras são responsáveis por menos de 10% das vendas de carros a empresas, no país. Isso quer dizer que a terceirização de frota ainda não é uma realidade para 9 entre cada 10 negócios realizados entre montadoras e empresas. O brasileiro ainda não confia na locadora como parceiro para seu negócio, ou não enxerga vantagens na terceirização da frota. Para Cleber Kouyomdjian, Diretor Geral da Relsa Brasil, a cultura do brasileiro está mudando. Ele explica que, “o Brasil, há 14 anos, não tinha nenhuma preocupação com segurança ou com gestão de frotas”. Nesta época, terceirizar uma frota significava comprar e vender veículos. Contudo, nos últimos seis anos, a depreciação aumentou significativamente e o mercado passou a olhar com mais atenção para as locadoras. “Nós podemos ajudar os clientes em diversos momentos na sua gestão de frotas. O papel da locadora é, neste momento, ajudar o gestor a se tornar mais estratégico”, afirma Roberto Varallo, Diretor Comercial LeasePlan. Para ele, as locadoras são importantes fontes de informação e precisam levar as melhores práticas, tecnologias e processos para os gestores de frotas. Esta conversa com os representantes da ALD Automotive, LeasePlan, Relsa e Ouro Verde aconteceu durante a Conferência Global PARAR

2014. No mesmo evento, os participantes foram questionados sobre suas expectativas em relação à terceirização de frotas: cerca de 45% dos presentes apontou a integração de serviços como sua principal necessidade – deixando claro que os serviços, atualmente, são uma necessidade maior que a diminuição dos valores de contrato. Mas este não é um pensamento consolidado. Os gestores de frotas brasileiros ainda tendem a levar em consideração apenas o valor final do contrato com as locadoras com indicativo de uma negociação bem feita. Ao escrever uma RFP (Request For Purchase ou solicitação de compra), pede-se às locadoras a inclusão de serviços como telemetria ou gestão de combustível, mas no decorrer da negociação, a empresa pressiona a locadora para reduzir os custos e estes serviços acabam sendo retirados da proposta. “No final das contas, o gestor de frotas consegue uma economia de 70 reais no valor do contrato, mas deixa para trás uma expectativa de economia de 250 reais, no custo total da operação. Ele não projeta o custo lá na frente”, exemplifica Flavio Tavares, um dos líderes do PARAR e palestrante na Conferência 2014. Roberto Varallo complementa: “Podemos contribuir com a frota olhando todo o TCO (Custo Total de Propriedade) do cliente durante todo o contrato e não só a parcela mensal”.

Responsabilidade social Durante a conferência, ficou claro que as locadoras presentes podem e devem atuar também na melhora dos indicadores de trânsito do país, além de na profissionalização da gestão de frotas. Pascal Vitantonio, da ALD, acredita que, diante das estatísticas dramáticas de acidentes no Brasil e da falta de investimento do poder público, convém a contribuição de cada um dos atores envolvidos no setor. “Devemos estar muito conscientes do nosso papel e responsabilidade social”. Esta é justamente a principal bandeira promovida pelo Instituto PARAR. De acordo com Roberto Varallo, iniciativas como as promovidas pelo instituto “trazem uma profissionalização ainda maior do segmento e fazem com que o conhecimento se difunda. Isso contribui para que tanto as empresas do segmento, quanto os clientes, sejam cada vez mais antenados e exijam mais de nós, fornecedores”. As locadoras são parte do problema e também parte das soluções de mobilidade no Brasil, afirma David Zini, da Ouro Verde. Ele também entende que projetos como o PARAR ajudam a “formar um conceito, uma consciência de que a mudança não tem que vir do governo (...). A mudança começa em nós que estamos neste setor”. THE FLEET DEBATE: Futuro da terceirização – II Conferência Global PARAR

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UM SETOR DESAFIADO Locadoras estão em posição privilegiada para melhorar a gestão de frotas do país

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cada dia que passa, o mercado de locadoras de carros fica mais complexo e a concorrência mais acirrada, pois grandes atores brasileiros se consolidam ao mesmo tempo em que locadoras multinacionais desembarcam por aqui. O país já conta com a presença das maiores multinacionais do setor.

Este cenário tem causado um impacto muito importante na atividade das locadoras brasileiras. Com concorrentes capacitados, a margem para atuação fica bastante restrita. “Os descontos são praticamente iguais entre uma empresa e outra”, conta David Zini, Diretor de Leasing Fleet da Ouro Verde, acrescentando que assim a briga por preços fica cada vez mais emparelhada. Como os valores de locação variam pouco entre uma locadora e outra, assim como os modelos de veículos disponíveis, a locação de carros torna-se uma commodity. Afinal, se os carros disponíveis são parecidos e os preços também, o que levaria uma empresa a optar por

um fornecedor ou outro? Uma mudança cultural faz-se necessária, dentro das locadoras – uma alteração no modelo de negócios que passe a enfocar a oferta de serviços. Segundo Pascal Vitantonio, CEO da ALD Automotive Brasil, as locadoras ocupam “uma posição privilegiada, pois têm acesso a muita informação”, desde multas, estado do carro, telemetria, entre outros. Ao reagrupar e centralizar todas estas informações, o fornecedor de carros alugados pode avaliar opções para diminuição de custos e também de acidentes. Em suma, a locadora pode influenciar a gestão de frotas como um todo. “Na ALD, já deixamos de nos considerar como locadora. Nós somos provedores de serviços de gestão de frotas e com a visão de que, muito brevemente, a gestão de frotas será percebida como um componente de uma questão mais ampla que é a mobilidade corporativa”, completa Vitantonio.

Dados do setor indicam que as locadoras são responsáveis por menos de 10% das vendas de carros a empresas, no país. Isso quer dizer que a terceirização de frota ainda não é uma realidade para 9 entre cada 10 negócios realizados entre montadoras e empresas. O brasileiro ainda não confia na locadora como parceiro para seu negócio, ou não enxerga vantagens na terceirização da frota. Para Cleber Kouyomdjian, Diretor Geral da Relsa Brasil, a cultura do brasileiro está mudando. Ele explica que, “o Brasil, há 14 anos, não tinha nenhuma preocupação com segurança ou com gestão de frotas”. Nesta época, terceirizar uma frota significava comprar e vender veículos. Contudo, nos últimos seis anos, a depreciação aumentou significativamente e o mercado passou a olhar com mais atenção para as locadoras. “Nós podemos ajudar os clientes em diversos momentos na sua gestão de frotas. O papel da locadora é, neste momento, ajudar o gestor a se tornar mais estratégico”, afirma Roberto Varallo, Diretor Comercial LeasePlan. Para ele, as locadoras são importantes fontes de informação e precisam levar as melhores práticas, tecnologias e processos para os gestores de frotas. Esta conversa com os representantes da ALD Automotive, LeasePlan, Relsa e Ouro Verde aconteceu durante a Conferência Global PARAR

2014. No mesmo evento, os participantes foram questionados sobre suas expectativas em relação à terceirização de frotas: cerca de 45% dos presentes apontou a integração de serviços como sua principal necessidade – deixando claro que os serviços, atualmente, são uma necessidade maior que a diminuição dos valores de contrato. Mas este não é um pensamento consolidado. Os gestores de frotas brasileiros ainda tendem a levar em consideração apenas o valor final do contrato com as locadoras com indicativo de uma negociação bem feita. Ao escrever uma RFP (Request For Purchase ou solicitação de compra), pede-se às locadoras a inclusão de serviços como telemetria ou gestão de combustível, mas no decorrer da negociação, a empresa pressiona a locadora para reduzir os custos e estes serviços acabam sendo retirados da proposta. “No final das contas, o gestor de frotas consegue uma economia de 70 reais no valor do contrato, mas deixa para trás uma expectativa de economia de 250 reais, no custo total da operação. Ele não projeta o custo lá na frente”, exemplifica Flavio Tavares, um dos líderes do PARAR e palestrante na Conferência 2014. Roberto Varallo complementa: “Podemos contribuir com a frota olhando todo o TCO (Custo Total de Propriedade) do cliente durante todo o contrato e não só a parcela mensal”.

Responsabilidade social Durante a conferência, ficou claro que as locadoras presentes podem e devem atuar também na melhora dos indicadores de trânsito do país, além de na profissionalização da gestão de frotas. Pascal Vitantonio, da ALD, acredita que, diante das estatísticas dramáticas de acidentes no Brasil e da falta de investimento do poder público, convém a contribuição de cada um dos atores envolvidos no setor. “Devemos estar muito conscientes do nosso papel e responsabilidade social”. Esta é justamente a principal bandeira promovida pelo Instituto PARAR. De acordo com Roberto Varallo, iniciativas como as promovidas pelo instituto “trazem uma profissionalização ainda maior do segmento e fazem com que o conhecimento se difunda. Isso contribui para que tanto as empresas do segmento, quanto os clientes, sejam cada vez mais antenados e exijam mais de nós, fornecedores”. As locadoras são parte do problema e também parte das soluções de mobilidade no Brasil, afirma David Zini, da Ouro Verde. Ele também entende que projetos como o PARAR ajudam a “formar um conceito, uma consciência de que a mudança não tem que vir do governo (...). A mudança começa em nós que estamos neste setor”. THE FLEET DEBATE: Futuro da terceirização – II Conferência Global PARAR

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PREVENIR É REMEDIAR Como criar uma cultura de prevenção para diminuir os altos índices de acidente de trânsito no Brasil

Segundo uma rápida pesquisa feita por Luiz Flávio Gomes, do Instituto Avante Brasil durante a II Conferência PARAR, 80% dos entrevistados acreditam que “a certeza do castigo” é o modo mais eficiente de se diminuir as infrações de trânsito no Brasil. No entanto, o que se observa é uma realidade totalmente diferente, que privilegia a dureza das leis em favor de uma fiscalização efetiva. Ao invés de aumentar os índices de pessoas punidas, endurecemos as penas dos poucos que acabam sendo considerados culpados. Para Gomes, essa atitude vai contra uma política séria de prevenção de acidentes. E, o que é ainda mais grave: tem o apoio das grandes mídias (leia mais sobre o tema no artigo “Mortes no Trânsito: Mídia, Governo e Legisladores nos iludem com Mentiras (?)”, também nessa revista). Dados comprovam que o Brasil mantém uma escala crescente de mortos no trânsito, fato esse mascarado tanto pelo governo, quanto pelos jornais. O resultado disso é um jogo de empurra, em que poucos são declarados culpados e, com isso, as ações efetivas para a redução de mortes são deixadas de lado. A Europa vem reduzindo o número de acidentes de trânsito a uma taxa de 5% ao ano, com medidas educativas como a conscientização do motorista e o ensino de primeiros socorros. Além disso, lá, tem-se a convicção de que as infrações cometidas no trânsito serão cobradas. Isso se dá por meio de largas fiscalizações. Em um país onde se tem três quartos de analfabetos funcionais, como o Brasil, a solução, segundo Gomes, é preparar o futuro motorista por meio da educação – fato que deve ocorrer desde as primeiras séries, nas escolas municipais. “Todo ser humano merece respeito, isso é ética. Conduzir o veículo com consciência é civilização”, diz Gomes. A fórmula educação mais fiscalização deu certo em países de terceiro mundo, como a Coréia do Sul. O que falta ao nosso país é “achar a ponte entre problema e solução”, afirma Gomes. Para ele, o gestor de frotas tem um papel crucial na construção dessa ponte. Esse profissional tem uma missão social de traçar políticas de prevenção e ajudar a diminuir as mortes no trânsito. Os governos também são decisivos para mudar os índices dessa tragédia. É preciso uma fiscalização ostensiva e, acima de tudo, acabar com a noção de impunidade. “A certeza do castigo é a solução”, diz Gomes. Para isso, é dever de todo cidadão denunciar maus comportamentos e cobrar dos governantes respostas e atitudes convincentes. “Se não formos líderes estamos apenas tocando a vida, e isso não é crescimento”, fecha Gomes.

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Luiz Flávio Gomes, do Instituto Avante Brasil

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PREVENIR É REMEDIAR Como criar uma cultura de prevenção para diminuir os altos índices de acidente de trânsito no Brasil

Segundo uma rápida pesquisa feita por Luiz Flávio Gomes, do Instituto Avante Brasil durante a II Conferência PARAR, 80% dos entrevistados acreditam que “a certeza do castigo” é o modo mais eficiente de se diminuir as infrações de trânsito no Brasil. No entanto, o que se observa é uma realidade totalmente diferente, que privilegia a dureza das leis em favor de uma fiscalização efetiva. Ao invés de aumentar os índices de pessoas punidas, endurecemos as penas dos poucos que acabam sendo considerados culpados. Para Gomes, essa atitude vai contra uma política séria de prevenção de acidentes. E, o que é ainda mais grave: tem o apoio das grandes mídias (leia mais sobre o tema no artigo “Mortes no Trânsito: Mídia, Governo e Legisladores nos iludem com Mentiras (?)”, também nessa revista). Dados comprovam que o Brasil mantém uma escala crescente de mortos no trânsito, fato esse mascarado tanto pelo governo, quanto pelos jornais. O resultado disso é um jogo de empurra, em que poucos são declarados culpados e, com isso, as ações efetivas para a redução de mortes são deixadas de lado. A Europa vem reduzindo o número de acidentes de trânsito a uma taxa de 5% ao ano, com medidas educativas como a conscientização do motorista e o ensino de primeiros socorros. Além disso, lá, tem-se a convicção de que as infrações cometidas no trânsito serão cobradas. Isso se dá por meio de largas fiscalizações. Em um país onde se tem três quartos de analfabetos funcionais, como o Brasil, a solução, segundo Gomes, é preparar o futuro motorista por meio da educação – fato que deve ocorrer desde as primeiras séries, nas escolas municipais. “Todo ser humano merece respeito, isso é ética. Conduzir o veículo com consciência é civilização”, diz Gomes. A fórmula educação mais fiscalização deu certo em países de terceiro mundo, como a Coréia do Sul. O que falta ao nosso país é “achar a ponte entre problema e solução”, afirma Gomes. Para ele, o gestor de frotas tem um papel crucial na construção dessa ponte. Esse profissional tem uma missão social de traçar políticas de prevenção e ajudar a diminuir as mortes no trânsito. Os governos também são decisivos para mudar os índices dessa tragédia. É preciso uma fiscalização ostensiva e, acima de tudo, acabar com a noção de impunidade. “A certeza do castigo é a solução”, diz Gomes. Para isso, é dever de todo cidadão denunciar maus comportamentos e cobrar dos governantes respostas e atitudes convincentes. “Se não formos líderes estamos apenas tocando a vida, e isso não é crescimento”, fecha Gomes.

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DA TRAGÉDIA À ESPERANÇA

A história de uma mãe que preferiu lutar a desistir – e pode, com isso, mudar o trânsito no país

Maio de 2009. Um grave acidente de carro, causado por excesso de velocidade e indícios de embriaguez do então Deputado Estadual Fernando Ribas Carli Filho, pôs fim à vida de dois jovens na cidade de Curitiba-PR. Christiane Yared, mãe de uma das vítimas, sabia que seria muito difícil que a sua dor encontrasse consolo. Ainda pior, ela estava ciente de que a justiça costuma mover-se lentamente neste país – especialmente quando os réus são representantes das classes políticas.

Christiane Yared, fundadora do Instituto Paz no Trânsito e deputada federal mais O carro de Fernando Ribas Carli Filho, de acordo com o laudo do Instituto de Criminalística do votada no Paraná em 2014

Paraná, trafegava a mais de 160 km/h quando se encontrou com o carro do filho de Christiane. A carteira do ex-deputado estava cassada e o exame de sangue registrou 7,8 decigramas de álcool por litro. Esta quantidade indica a ingestão de algo em torno de três ou quatro doses de uísque no corpo de um homem de 70kg. Desde o acontecido, Christiane Yared, decidiu não parar de lutar enquanto Carli Filho não fosse levado a júri popular. Ele acabou indiciado por duplo homicídio, e o caso até hoje não teve o desfecho que ela esperava. Este cenário poderia ter levado Christiane Yared ao desalento, mas ela decidiu buscar outras vias de combate. Ela costuma dizer que seu filho não morreu, mas sim foi plantado e gerará inúmeros frutos que melhorarão o trânsito brasileiro. Além de fundar o Instituto Paz no Trânsito (onde trabalha em parceria com seu marido em programas de assistência a vítimas e ressocialização de infratores de crimes de trânsito) a busca por justiça levou Christiane Yared à política. E, nas eleições de 2014, ela foi eleita a deputada federal mais votada no Paraná, em uma votação que superou os 200 mil votos. A principal bandeira que Yared irá defender em Brasília será, com certeza, a melhoria do trânsito. Para a deputada, crimes de trânsito precisam ser punidos de forma mais efetiva e não com penas alternativas como o pagamento de cestas básicas. Veja estas e outras ideias retiradas da conversa que tivemos com a deputada Christiane Yared durante a II Conferência Global PARAR, no trecho abaixo:

Como os gestores de frota podem atuar ao verificar infrações de seus motoristas, ainda antes deles serem punidos externamente (com multas, etc.)? Antes de mais nada, é preciso conscientização. Precisam ser oferecidas palestras que aproximem o gestor dos condutores. As pessoas querem mudança. Elas apenas necessitam de pequenas lembranças como uso do cinto de segurança, deixar o celular de lado, etc. São pequenos detalhes que trarão benefícios muito grandes a toda a frota. Se fizermos a corrente do bem, todos farão o bem. É preciso somente acreditar que as mudanças são possíveis. O Brasileiro costuma se afastar da política ao invés de buscar esse caminho para resolver seus problemas. Você fez o caminho contrário. Como a política pode ajudar nesse processo de mudança? Estamos em um momento de mudança em que os brasileiros são responsáveis pela melhora do país. E somos responsáveis pelo nosso próximo, também. Há uma nova política acontecendo no país, em que as pessoas de bem resolveram entrar para fazer a diferença, para tirar aquilo que está lá (em Brasília).

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Muitos anos se passaram em que nós acreditamos que a política não era coisa de gente do bem. Então, nós deixamos que as coisas fossem acontecendo. E elas aconteceram de maneira completamente torta. Agora chegou a hora de corrigir. Vamos corrigir o que já foi feito de ruim. Preciso de vocês (PARAR e Gestores de Frota) comigo. O que está aí não está bom nem para quem é político, nem para quem é brasileiro. Vamos juntos reescrever a história do país. Os acidentes de trânsito causam prejuízo de 32 bilhões de reais por ano na economia brasileira. Você consegue enxergar uma brecha para que possamos usar um pouco desse valor em políticas de prevenção?

O FUTURO DO GERENCIAMENTO DE FROTAS NO MUNDO LaRosa coloca os gestores de frotas para pensarem “fora da caixa”

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ela quarta vez no Brasil, Joe LaRosa, vice presidente da NAFA e gestor de frotas da Merck, laboratório com mais de 24 mil veículos espalhados pelo mundo, é um dos grandes responsáveis pelas ideias que irão fazer os gestores “Pensarem fora da caixa”, palestra que trouxe à II Conferência Global PARAR. Imagine uma realidade, no ano de 2007, em que os custos com a frota da Merck batiam quase 300 milhões de dólares. Incumbido de baixar os valores investidos, LaRosa tornou-se responsável por encabeçar um plano de mudança de paradigmas. O setor lidava com processos locais muito específicos, políticas regionais muito variadas e instabilidade do mercado, o que gerava investimentos altíssimos. A ideia era que, até 2012, um padrão global de administração de frotas fosse implementado, com regras e papéis bem definidos, que, salvo exceções, respeitasse as variantes locais. O objetivo principal era baixar 10% dos custos. No entanto, essa mudança também permitiu a discussão de novos caminhos para a Gestão Mundial de Frotas. Para que o projeto fosse colocado em prática, precisavam de equipes em nível local, com patrocinadores iniciais (os chamados "presidentes" das divisões) que se comunicassem o tempo todo. O lugar escolhido para o início da operação foi a América Latina, precisamente em São Paulo. Foi criado, a título de direção de ações, um guia com 21 princípios com a intenção de desenvolver boas práticas de gerenciamento de frota com o menor custo de propriedade possível. Esses princípios foram essenciais para a criação de um pensamento global sobre Gestão de Frotas e criaram a base para o desenvolvimento de novas ações do setor. Grandes mudanças podem ser vistas, atualmente, nas frotas europeias que, por exemplo, conseguiram diminuir, sensivelmente, a emissão de CO². Paralelo ao trabalho na Merck, LaRosa exerce um papel fundamental na NAFA, associação que que permite o desenvolvimento contínuo do setor mundial de frotas. Dentre algumas ações promovidas pela entidade, destaca-se o CAFM/CAFS (programa que inspirou a criação do PGF – Programa para Gestores de Frotas) que contam com disciplinas estratégicas e fornecem um certificado para gestores de frotas reconhecido mundialmente. Junto a isso, a NAFA ainda conta com programas de educação continuada (presencial e à distância), publicações, pesquisas, banco de dados, eventos e consultoria jurídica. Essa expertise é alicerce para que novos paradigmas sejam criados no mundo e para que os gestores de frotas criem novas formas de se pensar “fora da caixa” o mercado global de frotas.

Com certeza. Vamos trabalhar para isso e, graças a Deus, não estou sozinha na área do trânsito. Vamos juntar forças para que os recursos todos, toda essa verba, venham para que possamos trabalhar com conscientização, campanhas maciças de segurança e mudança de comportamento. Aí, a gente começa a delinear um caminho, onde, lá no futuro, nós vamos colher vidas e não mais mortes, como acontece hoje.

Joe LaRosa, vice presidente da NAFA e gestor de frotas da Merck

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DA TRAGÉDIA À ESPERANÇA

A história de uma mãe que preferiu lutar a desistir – e pode, com isso, mudar o trânsito no país

Maio de 2009. Um grave acidente de carro, causado por excesso de velocidade e indícios de embriaguez do então Deputado Estadual Fernando Ribas Carli Filho, pôs fim à vida de dois jovens na cidade de Curitiba-PR. Christiane Yared, mãe de uma das vítimas, sabia que seria muito difícil que a sua dor encontrasse consolo. Ainda pior, ela estava ciente de que a justiça costuma mover-se lentamente neste país – especialmente quando os réus são representantes das classes políticas.

Christiane Yared, fundadora do Instituto Paz no Trânsito e deputada federal mais O carro de Fernando Ribas Carli Filho, de acordo com o laudo do Instituto de Criminalística do votada no Paraná em 2014

Paraná, trafegava a mais de 160 km/h quando se encontrou com o carro do filho de Christiane. A carteira do ex-deputado estava cassada e o exame de sangue registrou 7,8 decigramas de álcool por litro. Esta quantidade indica a ingestão de algo em torno de três ou quatro doses de uísque no corpo de um homem de 70kg. Desde o acontecido, Christiane Yared, decidiu não parar de lutar enquanto Carli Filho não fosse levado a júri popular. Ele acabou indiciado por duplo homicídio, e o caso até hoje não teve o desfecho que ela esperava. Este cenário poderia ter levado Christiane Yared ao desalento, mas ela decidiu buscar outras vias de combate. Ela costuma dizer que seu filho não morreu, mas sim foi plantado e gerará inúmeros frutos que melhorarão o trânsito brasileiro. Além de fundar o Instituto Paz no Trânsito (onde trabalha em parceria com seu marido em programas de assistência a vítimas e ressocialização de infratores de crimes de trânsito) a busca por justiça levou Christiane Yared à política. E, nas eleições de 2014, ela foi eleita a deputada federal mais votada no Paraná, em uma votação que superou os 200 mil votos. A principal bandeira que Yared irá defender em Brasília será, com certeza, a melhoria do trânsito. Para a deputada, crimes de trânsito precisam ser punidos de forma mais efetiva e não com penas alternativas como o pagamento de cestas básicas. Veja estas e outras ideias retiradas da conversa que tivemos com a deputada Christiane Yared durante a II Conferência Global PARAR, no trecho abaixo:

Como os gestores de frota podem atuar ao verificar infrações de seus motoristas, ainda antes deles serem punidos externamente (com multas, etc.)? Antes de mais nada, é preciso conscientização. Precisam ser oferecidas palestras que aproximem o gestor dos condutores. As pessoas querem mudança. Elas apenas necessitam de pequenas lembranças como uso do cinto de segurança, deixar o celular de lado, etc. São pequenos detalhes que trarão benefícios muito grandes a toda a frota. Se fizermos a corrente do bem, todos farão o bem. É preciso somente acreditar que as mudanças são possíveis. O Brasileiro costuma se afastar da política ao invés de buscar esse caminho para resolver seus problemas. Você fez o caminho contrário. Como a política pode ajudar nesse processo de mudança? Estamos em um momento de mudança em que os brasileiros são responsáveis pela melhora do país. E somos responsáveis pelo nosso próximo, também. Há uma nova política acontecendo no país, em que as pessoas de bem resolveram entrar para fazer a diferença, para tirar aquilo que está lá (em Brasília).

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Muitos anos se passaram em que nós acreditamos que a política não era coisa de gente do bem. Então, nós deixamos que as coisas fossem acontecendo. E elas aconteceram de maneira completamente torta. Agora chegou a hora de corrigir. Vamos corrigir o que já foi feito de ruim. Preciso de vocês (PARAR e Gestores de Frota) comigo. O que está aí não está bom nem para quem é político, nem para quem é brasileiro. Vamos juntos reescrever a história do país. Os acidentes de trânsito causam prejuízo de 32 bilhões de reais por ano na economia brasileira. Você consegue enxergar uma brecha para que possamos usar um pouco desse valor em políticas de prevenção?

O FUTURO DO GERENCIAMENTO DE FROTAS NO MUNDO LaRosa coloca os gestores de frotas para pensarem “fora da caixa”

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ela quarta vez no Brasil, Joe LaRosa, vice presidente da NAFA e gestor de frotas da Merck, laboratório com mais de 24 mil veículos espalhados pelo mundo, é um dos grandes responsáveis pelas ideias que irão fazer os gestores “Pensarem fora da caixa”, palestra que trouxe à II Conferência Global PARAR. Imagine uma realidade, no ano de 2007, em que os custos com a frota da Merck batiam quase 300 milhões de dólares. Incumbido de baixar os valores investidos, LaRosa tornou-se responsável por encabeçar um plano de mudança de paradigmas. O setor lidava com processos locais muito específicos, políticas regionais muito variadas e instabilidade do mercado, o que gerava investimentos altíssimos. A ideia era que, até 2012, um padrão global de administração de frotas fosse implementado, com regras e papéis bem definidos, que, salvo exceções, respeitasse as variantes locais. O objetivo principal era baixar 10% dos custos. No entanto, essa mudança também permitiu a discussão de novos caminhos para a Gestão Mundial de Frotas. Para que o projeto fosse colocado em prática, precisavam de equipes em nível local, com patrocinadores iniciais (os chamados "presidentes" das divisões) que se comunicassem o tempo todo. O lugar escolhido para o início da operação foi a América Latina, precisamente em São Paulo. Foi criado, a título de direção de ações, um guia com 21 princípios com a intenção de desenvolver boas práticas de gerenciamento de frota com o menor custo de propriedade possível. Esses princípios foram essenciais para a criação de um pensamento global sobre Gestão de Frotas e criaram a base para o desenvolvimento de novas ações do setor. Grandes mudanças podem ser vistas, atualmente, nas frotas europeias que, por exemplo, conseguiram diminuir, sensivelmente, a emissão de CO². Paralelo ao trabalho na Merck, LaRosa exerce um papel fundamental na NAFA, associação que que permite o desenvolvimento contínuo do setor mundial de frotas. Dentre algumas ações promovidas pela entidade, destaca-se o CAFM/CAFS (programa que inspirou a criação do PGF – Programa para Gestores de Frotas) que contam com disciplinas estratégicas e fornecem um certificado para gestores de frotas reconhecido mundialmente. Junto a isso, a NAFA ainda conta com programas de educação continuada (presencial e à distância), publicações, pesquisas, banco de dados, eventos e consultoria jurídica. Essa expertise é alicerce para que novos paradigmas sejam criados no mundo e para que os gestores de frotas criem novas formas de se pensar “fora da caixa” o mercado global de frotas.

Com certeza. Vamos trabalhar para isso e, graças a Deus, não estou sozinha na área do trânsito. Vamos juntar forças para que os recursos todos, toda essa verba, venham para que possamos trabalhar com conscientização, campanhas maciças de segurança e mudança de comportamento. Aí, a gente começa a delinear um caminho, onde, lá no futuro, nós vamos colher vidas e não mais mortes, como acontece hoje.

Joe LaRosa, vice presidente da NAFA e gestor de frotas da Merck

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PARAR SE APROXIMA DA GLOBAL NCAP Entidade promove a segurança dos automóveis ao redor do mundo Alejandro Furas, Diretor Técnico da GLOBAL NCAP

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iz-se que a América Latina é o lugar do mundo onde o trabalho das montadoras de carros é mais simples. A cada ano, 500 mil carros pouco seguros são vendidos no continente, de acordo com Alejandro Furas, o uruguaio que atua como Diretor Técnico da GLOBAL NCAP. Órgão associado à FIA – Federação Internacional do Automóvel – a GLOBAL NCAP tem escritórios espalhados pelo mundo todo e atua na avaliação da segurança dos automóveis produzidos. O programa de avaliação promovido pela GLOBAL NCAP procura dar informação transparente aos consumidores, fazendo testes de impacto em cada um dos seus carros. Os testes funcionam da seguinte forma. A organização escolhe os carros mais recentes lançados pelas montadoras e realiza uma compra anônima, de forma que nem a concessionária nem os fabricantes fiquem sabendo. Em seguida, a montadora é convidada a estar presente no dia do teste, que envolve simulações de acidentes frontais 64 km/h. Os padrões são muito similares aos adotados pela ONU (Organizações das Nações Unidas), que utiliza como critério as batidas a 56 km/h. Não é permitido que a montadora troque o carro durante o processo, mas os fabricantes podem solicitar a verificação de todos os processos protocolares. Segundo os organizadores, avalia-se sempre a versão mais básica do mercado. Ou seja, se um carro é vendido no Brasil com airbags, mas não apresenta o dispositivo em versões oferecidas em outros países da América Latina, o modelo escolhido será o mais simples de todos. Esta política funciona como uma maneira de pressionar as montadoras. Na última apresentação da LATIN NCAP (a divisão latino-americana da GLOBAL NCAP), por exemplo, foram feitos testes com o Fiat Palio sem airbags, e o veículo teve um resultado de zero estrela (num ranking que vai de zero a cinco). A Fiat argumentou que tem um modelo com dois airbags disponível no Brasil, e, diante da negativa da LATIN NCAP em testar o carro com o adicional de segurança, acabou retirando os carros sem airbags do mercado. Vitória para os condutores de todos os outros países. Fica demonstrado aí o efeito positivo e rápido que a influência do mercado consumidor pode ter sobre os

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fabricantes. “Se os frotistas tomam a decisão de comprar carros mais seguros, isso fará muito mais pressão nas montadoras para mudar rapidamente a segurança da América Latina”, explica Alejandro Furas. De acordo com ele, o impacto da pressão dos compradores é maior e mais imediato que os obtidos buscando mudanças de legislação. Há empresas como a Shell, que não compram carros que não tenham quatro ou cinco estrelas no NCAP local. Já o governo da Austrália, por exemplo, só compra veículos com quatro ou mais estrelas. Estas atitudes ajudam a alterar o mercado como um todo. Furas relata um caso recente da BHP Billiton, uma mineradora australiana que buscava renovar sua frota de caminhonetes. A BHP Billiton comprava, já há algum tempo, veículos Toyota Hilux, para sua frota. Quando precisava renovar, escolhia o modelo mais atual da Hilux e atualizava seus veículos. Contudo, após uma decisão de comprar somente veículos que tivessem 5 estrelas no quesito segurança, a empresa australiana sentiu falta de alguns acessórios no modelo corrente da Toyota. Eles comunicaram a fábrica, que decidiu não alterar as configurações da Hilux.

A Ford, por outro lado, optou por atualizar a nova Ranger e obteve 5 estrelas na avaliação do NCAP local. “Estamos falando de milhares de unidades”, conta Furas. A BHP Billiton optou pelas caminhonetes da Ford, trocou seu fornecedor e melhorou a segurança de todos os outros compradores de Ford Rangers no mercado australiano.

Acessórios não resolvem (todo) o problema É comum as pessoas entenderem que a adição de um determinado item de segurança, como airbags ou freios ABS, já seria uma garantia da segurança dos veículos. “Os airbags não garantem a segurança (...) é preciso passar em uma prova de desempenho. E a única forma de atestar o desempenho, é um crash test”, explica Alejandro Furas. Em geral, quanto maior o número de itens de segurança presentes no veículo, maior a segurança oferecida por ele. Contudo, o projeto do carro e a sua estrutura são tão ou mais importantes que a existência de adicionais como airbags ou barras de proteção lateral. Para Furas, “se o carro não tem uma boa estrutura, pode colocar 20 airbags (que ele não será seguro)”.

E a diferença de estrutura dos carros Brasileiros é notória quando comparada a seus similares europeus. Em 2011, a Global NCAP testou os modelos do Nissan March vendidos na América Latina e na Europa (onde ele se chama Micra). Ambos os modelos tinham airbags frontais, mas o modelo fabricado no velho continente recebeu quatro estrelas, enquanto seu similar vendido no mercado brasileiro recebeu duas estrelas. A tese de que é impossível fazer carros mais seguros no Brasil por conta do preço cai por terra quando comparamos também os preços praticados. O Micra/March é vendido a preços similares no Brasil, na Argentina, na Alemanha e na França. O modelo Up, recentemente lançado pela Volkswagen também desmistifica a tese. O Up briga na mesma faixa de preço de concorrentes como o Renault Clio, Nissan March ou o Fiat Novo Uno, mas teve um resultado significativamente superior nos testes da Latin NCAP. Alejandro Furas defende que “o consumidor não tem que pagar mais por mais segurança”. Levemos isto tudo em consideração na próxima rodada de negociações.

CARROS MAIS VENDIDOS NO BRASIL E COMPARATIVO DE SEGURANÇA*

Carros 5 estrelas para adultos*, no Brasil:

Carros 0 ou 1 estrela para adultos*, no Brasil:

VW Golf Ford Focus Toyota Corolla VW Jetta VW Up Ford Ecosport

Chevrolet Agile Chevrolet Celta Chevrolet Corsa Classic Fiat New Palio s/ airbags Fiat Novo Uno Fiat Palio ELX 1.4 s/ airbag Ford Ka Fly Jac J3 Peugeot 207 Compact 5p Renault Clio Mio Renault Sandero VW Gol Trend 1.6 s/ Airbag

*não leva em conta a proteção oferecida pelo banco de trás

Carro

Modelo Testado

Segurança para o condutor

Fiat Palio Chevrolet Onix Fiat Strada VW Gol Fiat Uno Hyundai HB20 VW Fox / Crossfox Ford Ka VW Saveiro Chevrolet Prisma Fiat Siena Renault Sandero VW Voyage VW Up Toyota Corolla

Fiat New Palio c/ Airbag Duplo Chevrolet Onix c/ Airbag Duplo Não testado VW Gol Trend 1.6 c/ Airbag Fiat Novo Uno Evo s/ Airbag Hyundai HB20 Não testado Ford Ka Fly Viral s/ Airbag Não testado Não testado Não testado Renault Sandero s/ Airbag Não testado VW Up c/ Airbag Dupli Toyota Corolla

3 estrelas 3 estrelas Não testado 3 estrelas 1 estrela 4 estrelas Não testado 1 estrela Não testado Não testado Não testado 1 estrela Não testado 5 estrelas 5 estrelas

*não leva em conta a proteção oferecida pelo banco de trás

Fontes: Revista Quatro Rodas e Latin NCAP

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PARAR SE APROXIMA DA GLOBAL NCAP Entidade promove a segurança dos automóveis ao redor do mundo Alejandro Furas, Diretor Técnico da GLOBAL NCAP

D

iz-se que a América Latina é o lugar do mundo onde o trabalho das montadoras de carros é mais simples. A cada ano, 500 mil carros pouco seguros são vendidos no continente, de acordo com Alejandro Furas, o uruguaio que atua como Diretor Técnico da GLOBAL NCAP. Órgão associado à FIA – Federação Internacional do Automóvel – a GLOBAL NCAP tem escritórios espalhados pelo mundo todo e atua na avaliação da segurança dos automóveis produzidos. O programa de avaliação promovido pela GLOBAL NCAP procura dar informação transparente aos consumidores, fazendo testes de impacto em cada um dos seus carros. Os testes funcionam da seguinte forma. A organização escolhe os carros mais recentes lançados pelas montadoras e realiza uma compra anônima, de forma que nem a concessionária nem os fabricantes fiquem sabendo. Em seguida, a montadora é convidada a estar presente no dia do teste, que envolve simulações de acidentes frontais 64 km/h. Os padrões são muito similares aos adotados pela ONU (Organizações das Nações Unidas), que utiliza como critério as batidas a 56 km/h. Não é permitido que a montadora troque o carro durante o processo, mas os fabricantes podem solicitar a verificação de todos os processos protocolares. Segundo os organizadores, avalia-se sempre a versão mais básica do mercado. Ou seja, se um carro é vendido no Brasil com airbags, mas não apresenta o dispositivo em versões oferecidas em outros países da América Latina, o modelo escolhido será o mais simples de todos. Esta política funciona como uma maneira de pressionar as montadoras. Na última apresentação da LATIN NCAP (a divisão latino-americana da GLOBAL NCAP), por exemplo, foram feitos testes com o Fiat Palio sem airbags, e o veículo teve um resultado de zero estrela (num ranking que vai de zero a cinco). A Fiat argumentou que tem um modelo com dois airbags disponível no Brasil, e, diante da negativa da LATIN NCAP em testar o carro com o adicional de segurança, acabou retirando os carros sem airbags do mercado. Vitória para os condutores de todos os outros países. Fica demonstrado aí o efeito positivo e rápido que a influência do mercado consumidor pode ter sobre os

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fabricantes. “Se os frotistas tomam a decisão de comprar carros mais seguros, isso fará muito mais pressão nas montadoras para mudar rapidamente a segurança da América Latina”, explica Alejandro Furas. De acordo com ele, o impacto da pressão dos compradores é maior e mais imediato que os obtidos buscando mudanças de legislação. Há empresas como a Shell, que não compram carros que não tenham quatro ou cinco estrelas no NCAP local. Já o governo da Austrália, por exemplo, só compra veículos com quatro ou mais estrelas. Estas atitudes ajudam a alterar o mercado como um todo. Furas relata um caso recente da BHP Billiton, uma mineradora australiana que buscava renovar sua frota de caminhonetes. A BHP Billiton comprava, já há algum tempo, veículos Toyota Hilux, para sua frota. Quando precisava renovar, escolhia o modelo mais atual da Hilux e atualizava seus veículos. Contudo, após uma decisão de comprar somente veículos que tivessem 5 estrelas no quesito segurança, a empresa australiana sentiu falta de alguns acessórios no modelo corrente da Toyota. Eles comunicaram a fábrica, que decidiu não alterar as configurações da Hilux.

A Ford, por outro lado, optou por atualizar a nova Ranger e obteve 5 estrelas na avaliação do NCAP local. “Estamos falando de milhares de unidades”, conta Furas. A BHP Billiton optou pelas caminhonetes da Ford, trocou seu fornecedor e melhorou a segurança de todos os outros compradores de Ford Rangers no mercado australiano.

Acessórios não resolvem (todo) o problema É comum as pessoas entenderem que a adição de um determinado item de segurança, como airbags ou freios ABS, já seria uma garantia da segurança dos veículos. “Os airbags não garantem a segurança (...) é preciso passar em uma prova de desempenho. E a única forma de atestar o desempenho, é um crash test”, explica Alejandro Furas. Em geral, quanto maior o número de itens de segurança presentes no veículo, maior a segurança oferecida por ele. Contudo, o projeto do carro e a sua estrutura são tão ou mais importantes que a existência de adicionais como airbags ou barras de proteção lateral. Para Furas, “se o carro não tem uma boa estrutura, pode colocar 20 airbags (que ele não será seguro)”.

E a diferença de estrutura dos carros Brasileiros é notória quando comparada a seus similares europeus. Em 2011, a Global NCAP testou os modelos do Nissan March vendidos na América Latina e na Europa (onde ele se chama Micra). Ambos os modelos tinham airbags frontais, mas o modelo fabricado no velho continente recebeu quatro estrelas, enquanto seu similar vendido no mercado brasileiro recebeu duas estrelas. A tese de que é impossível fazer carros mais seguros no Brasil por conta do preço cai por terra quando comparamos também os preços praticados. O Micra/March é vendido a preços similares no Brasil, na Argentina, na Alemanha e na França. O modelo Up, recentemente lançado pela Volkswagen também desmistifica a tese. O Up briga na mesma faixa de preço de concorrentes como o Renault Clio, Nissan March ou o Fiat Novo Uno, mas teve um resultado significativamente superior nos testes da Latin NCAP. Alejandro Furas defende que “o consumidor não tem que pagar mais por mais segurança”. Levemos isto tudo em consideração na próxima rodada de negociações.

CARROS MAIS VENDIDOS NO BRASIL E COMPARATIVO DE SEGURANÇA*

Carros 5 estrelas para adultos*, no Brasil:

Carros 0 ou 1 estrela para adultos*, no Brasil:

VW Golf Ford Focus Toyota Corolla VW Jetta VW Up Ford Ecosport

Chevrolet Agile Chevrolet Celta Chevrolet Corsa Classic Fiat New Palio s/ airbags Fiat Novo Uno Fiat Palio ELX 1.4 s/ airbag Ford Ka Fly Jac J3 Peugeot 207 Compact 5p Renault Clio Mio Renault Sandero VW Gol Trend 1.6 s/ Airbag

*não leva em conta a proteção oferecida pelo banco de trás

Carro

Modelo Testado

Segurança para o condutor

Fiat Palio Chevrolet Onix Fiat Strada VW Gol Fiat Uno Hyundai HB20 VW Fox / Crossfox Ford Ka VW Saveiro Chevrolet Prisma Fiat Siena Renault Sandero VW Voyage VW Up Toyota Corolla

Fiat New Palio c/ Airbag Duplo Chevrolet Onix c/ Airbag Duplo Não testado VW Gol Trend 1.6 c/ Airbag Fiat Novo Uno Evo s/ Airbag Hyundai HB20 Não testado Ford Ka Fly Viral s/ Airbag Não testado Não testado Não testado Renault Sandero s/ Airbag Não testado VW Up c/ Airbag Dupli Toyota Corolla

3 estrelas 3 estrelas Não testado 3 estrelas 1 estrela 4 estrelas Não testado 1 estrela Não testado Não testado Não testado 1 estrela Não testado 5 estrelas 5 estrelas

*não leva em conta a proteção oferecida pelo banco de trás

Fontes: Revista Quatro Rodas e Latin NCAP

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PERFIL:

Rejane Guse, Coordenadora de Controladoria e Vendas da Mondelēz

REJANE GUSE Gestora de Frotas mais votada no Prêmio PARAR – Categoria Gestor de Frotas 2014

A

vencedora da categoria mais importante do Prêmio PARAR deste ano é um exemplo de que bons resultados não precisam de muito tempo para acontecer. Rejane Guse, Coordenadora de Controladoria e Vendas da Mondelēz (antiga Kraft Foods) não atua exclusivamente com a gestão de frotas e está na área há menos de dois anos. Ainda assim, teve seu trabalho reconhecido por seus colegas e foi considerada por eles uma referência na gestão de frotas em 2014. Antes de entrar na Kraft Foods há cerca de 12 anos, Rejane Guse foi auditora da Ernst & Young por sete anos, atuando em averiguação de balanços de outras empresas. Em abril de 2002, ela passou a integrar o time de auditoria interna da então Kraft Foods e seguiu executando estas atividades por dois anos. Em seguida, e em meio ao nascimento de seus dois filhos (Henrique, hoje com seis anos e Camila, de três), a gestora exerceu funções no controle financeiro de uma das plantas da empresa (a planta responsável pela fabricação dos chocolates) e, posteriormente, na área de crédito e cobrança. Pouco depois, passou mais um ano gerenciando os números da fábrica de queijo, até desembarcar na área de controladoria de vendas. A gestora conta que não cuida somente da área de frotas. A controladoria de vendas é responsável por todas as políticas internas voltadas a vendas – como revisões, treinamentos, conciliações, cartões corporativos e prestação de contas. Sem nenhuma experiência específica na área, Rejane passou a controlar uma frota de veículos leves que hoje tem 550 carros locados. “Durante a Páscoa, temos cerca de 300 carros a mais, que contratamos de outros fornecedores”, explica. Sua equipe conta com nove funcionários e uma estagiária. “Não tenho nenhum funcionário efetivo na frota”, expõe. Além de Rejane, apenas a estagiária se dedica à gestão dos veículos. Mesmo em temporadas mais intensas, como na fase de renovação de contratos, por exemplo, apenas 50% do seu tempo é despendido com a gestão dos carros. O segredo, de acordo com a profissional, é contar com bons parceiros. “Na verdade, quem trabalha para mim são os fornecedores. Tenho que exigir deles um bom trabalho, para que eu possa apresentar bons resultados”. Parceiros como a locadora ou a

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gestora de combustível costumam deslocar funcionários exclusivamente para a operação da Mondelēz. São eles, os fornecedores, os responsáveis por gerar relatórios e apresentar soluções. “Quando eu cheguei de fora, na gestão de frotas, eu tinha muita experiência em termos de controle”, descreve. Mas lhe faltava, então, conhecimento prático. Rejane passou a conversar com os fornecedores, aprender com eles e a transformar dificuldades em oportunidades. “Acho interessante o profissional que vem com uma visão de fora, de outras áreas. Muitas vezes não temos experiência, mas temos a vontade de fazer”. Com o passar do tempo, ela foi se aperfeiçoando e também ganhando espaço na operação da empresa. “Tudo que a gente faz precisa ser demonstrado. Nosso controle de multas, por exemplo, agora chega aos gerentes e regionais (...) Eu consegui ser vista, e comecei a ficar mais próxima do pessoal de segurança e do RH”. Com o tempo, Rejane passou a integrar o Comitê de Segurança da Mondelēz, que atualmente reúne 17 profissionais das áreas de Recursos Humanos, Segurança, Vendas, Jurídico, T.I., Medicina do trabalho e Marketing. Seus primeiros contatos com o PARAR aconteceram em 2014, quando ela passou a assimilar as práticas debatidas nos fóruns ao seu dia-a-dia. Rejane relata que os eventos têm ajudado em muita coisa:

“Hoje temos uma política de multas para celular dentro das nossas políticas e isso fez com que as multas por celular fosse praticamente eliminadas”. A ideia surgiu durante o Fórum PARAR Curitiba 2014. “Eu acho que o fórum traz muita informação para a gente, uma das coisas que eu vinha buscando, e também muito networking”. Em outra ocasião, “quando o Tudisco (Carlos Tudisco, um dos palestrantes do PARAR) falou que o controle da pontuação das carteiras de motorista deveria fazer parte da política da empresa, eu levei isso para comitê de segurança”. A sugestão foi acatada e agora o controle faz parte das normas da Mondelēz. É certo que a capacidade técnica e as experiências anteriores ajudaram a alçar Rejane Guse à posição de destaque que ela conquistou na Conferência Global PARAR 2014. É visível também que a sua empresa oferece condições de trabalho para que a gestão de frotas se profissionalize e se desenvolva a cada dia. No entanto, é provável que os motivos para que ela fosse eleita por 35% dos votantes sejam a sua capacidade de buscar soluções, mesmo onde elas não existem, e a de executar projetos com clareza e objetividade. Temos pessoas admiráveis atuando na gestão de frotas, nas empresas brasileiras. Rejane Guse é uma delas.

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Rejane Guse, Coordenadora de Controladoria e Vendas da Mondelēz

REJANE GUSE Gestora de Frotas mais votada no Prêmio PARAR – Categoria Gestor de Frotas 2014

A

vencedora da categoria mais importante do Prêmio PARAR deste ano é um exemplo de que bons resultados não precisam de muito tempo para acontecer. Rejane Guse, Coordenadora de Controladoria e Vendas da Mondelēz (antiga Kraft Foods) não atua exclusivamente com a gestão de frotas e está na área há menos de dois anos. Ainda assim, teve seu trabalho reconhecido por seus colegas e foi considerada por eles uma referência na gestão de frotas em 2014. Antes de entrar na Kraft Foods há cerca de 12 anos, Rejane Guse foi auditora da Ernst & Young por sete anos, atuando em averiguação de balanços de outras empresas. Em abril de 2002, ela passou a integrar o time de auditoria interna da então Kraft Foods e seguiu executando estas atividades por dois anos. Em seguida, e em meio ao nascimento de seus dois filhos (Henrique, hoje com seis anos e Camila, de três), a gestora exerceu funções no controle financeiro de uma das plantas da empresa (a planta responsável pela fabricação dos chocolates) e, posteriormente, na área de crédito e cobrança. Pouco depois, passou mais um ano gerenciando os números da fábrica de queijo, até desembarcar na área de controladoria de vendas. A gestora conta que não cuida somente da área de frotas. A controladoria de vendas é responsável por todas as políticas internas voltadas a vendas – como revisões, treinamentos, conciliações, cartões corporativos e prestação de contas. Sem nenhuma experiência específica na área, Rejane passou a controlar uma frota de veículos leves que hoje tem 550 carros locados. “Durante a Páscoa, temos cerca de 300 carros a mais, que contratamos de outros fornecedores”, explica. Sua equipe conta com nove funcionários e uma estagiária. “Não tenho nenhum funcionário efetivo na frota”, expõe. Além de Rejane, apenas a estagiária se dedica à gestão dos veículos. Mesmo em temporadas mais intensas, como na fase de renovação de contratos, por exemplo, apenas 50% do seu tempo é despendido com a gestão dos carros. O segredo, de acordo com a profissional, é contar com bons parceiros. “Na verdade, quem trabalha para mim são os fornecedores. Tenho que exigir deles um bom trabalho, para que eu possa apresentar bons resultados”. Parceiros como a locadora ou a

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gestora de combustível costumam deslocar funcionários exclusivamente para a operação da Mondelēz. São eles, os fornecedores, os responsáveis por gerar relatórios e apresentar soluções. “Quando eu cheguei de fora, na gestão de frotas, eu tinha muita experiência em termos de controle”, descreve. Mas lhe faltava, então, conhecimento prático. Rejane passou a conversar com os fornecedores, aprender com eles e a transformar dificuldades em oportunidades. “Acho interessante o profissional que vem com uma visão de fora, de outras áreas. Muitas vezes não temos experiência, mas temos a vontade de fazer”. Com o passar do tempo, ela foi se aperfeiçoando e também ganhando espaço na operação da empresa. “Tudo que a gente faz precisa ser demonstrado. Nosso controle de multas, por exemplo, agora chega aos gerentes e regionais (...) Eu consegui ser vista, e comecei a ficar mais próxima do pessoal de segurança e do RH”. Com o tempo, Rejane passou a integrar o Comitê de Segurança da Mondelēz, que atualmente reúne 17 profissionais das áreas de Recursos Humanos, Segurança, Vendas, Jurídico, T.I., Medicina do trabalho e Marketing. Seus primeiros contatos com o PARAR aconteceram em 2014, quando ela passou a assimilar as práticas debatidas nos fóruns ao seu dia-a-dia. Rejane relata que os eventos têm ajudado em muita coisa:

“Hoje temos uma política de multas para celular dentro das nossas políticas e isso fez com que as multas por celular fosse praticamente eliminadas”. A ideia surgiu durante o Fórum PARAR Curitiba 2014. “Eu acho que o fórum traz muita informação para a gente, uma das coisas que eu vinha buscando, e também muito networking”. Em outra ocasião, “quando o Tudisco (Carlos Tudisco, um dos palestrantes do PARAR) falou que o controle da pontuação das carteiras de motorista deveria fazer parte da política da empresa, eu levei isso para comitê de segurança”. A sugestão foi acatada e agora o controle faz parte das normas da Mondelēz. É certo que a capacidade técnica e as experiências anteriores ajudaram a alçar Rejane Guse à posição de destaque que ela conquistou na Conferência Global PARAR 2014. É visível também que a sua empresa oferece condições de trabalho para que a gestão de frotas se profissionalize e se desenvolva a cada dia. No entanto, é provável que os motivos para que ela fosse eleita por 35% dos votantes sejam a sua capacidade de buscar soluções, mesmo onde elas não existem, e a de executar projetos com clareza e objetividade. Temos pessoas admiráveis atuando na gestão de frotas, nas empresas brasileiras. Rejane Guse é uma delas.

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PRÊMIO PARAR Além de Rejane Guse, confira os outros vencedores do 2º Prêmio PARAR anunciados durante a conferência:

Empresa premiada na categoria

Redução de Custos Belagrícola

Em menos de um ano, a frota da Belagrícola passou por uma mudança bastante significativa. Conforme explica Wellington Macedo, responsável pela frota na empresa, uma série de ações foram tomadas, dentre as quais, a mais importante, foi a adoção de um sistema de rastreamento especializado em gestão de frotas leves.

Sustentabilidade GVT

Os resultados mais significativos foram: redução de 60% na velocidade geral, de 95% no registro de velocidades acima de 130 km/h e de 40% no número de sinistros.

O objetivo primário das ações implantadas era “reduzir os riscos de trânsito aos quais os colaboradores ficam expostos diariamente”, conta Macedo. E, através deste foco na segurança de

“A consequência foi a melhora nos índices de custo por km”, afirma o gestor. Na Belagrícola, a mudança de comportamento dos condutores levou a uma economia de 10% no custo total por quilômetro rodado.

Costuma-se dizer, no meio da gestão de frotas, que empresas de telefonia têm particularidades muito interessantes. Além do foco no custo, comum a outras áreas, as prestadoras de serviços tendem a trabalhar com bastante ênfase no atendimento e na disponibilidade de seus carros. Por isso, mudanças neste tipo de ambiente tendem a ser bastante complexas.

Nada disso impediu que a GVT, em cinco meses, transformasse a sua matriz de combustível em 18 estados diferentes. Capitaneado por Wesley Figueira, o coordenador de frotas da empresa, o percentual de carros que utilizava álcool como combustível saltou de 19% para 63%. Em uma frota de 1,5 mil carros da GVT, o potencial de economia da ação é de 600 mil reais por ano.

De forma bastante didática e completa, a JTI conseguiu reunir, em sua política de frotas, as bases para o funcionamento da sua gestão de veículos. A empresa trabalha tanto com “carros benefício” quanto com “carros ferramentas de trabalho” e mistura a utilização de veículos compactos, pick ups e sedans executivos.

Ainda assim, a JTI consegue, detalhar regras como “não oferecer ou dar carona para pessoas que não sejam colaboradores da empresa” ou “não fumar no interior dos veículos”.

As famosas “12 regras que salvam vidas” já seriam suficientes para indicar a Shell como referência na área de segurança de frotas em qualquer lugar do mundo. No entanto, esse prêmio ilustra principalmente a atuação de Rogério Nersissian, Consultor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente na Shell Brasil.

importantes, mas tudo isso deve ser sempre acompanhado e tendo como base, o valor da vida”.

Wellington Macedo, Belagrícola, recebendo o prêmio de Diogo Ilha, Ouro Verde

Empresa premiada na categoria

seus condutores, eles chegaram a resultados muito importantes também na área de custos.

Sergio Monteiro, Ecofrotas, entregando o prêmio para Wesley Figueira, GVT

Empresa premiada na categoria

Política de Frotas JTI Paulo Fleischer, GolSat (representando a empresa JTI), recebendo o prêmio de Flavio Tavares, GolSat

Empresa premiada na categoria

Cultura de Segurança SHELL

Rogério Nersissian dedica-se com tanto afinco à questão da segurança que foi o consultor de segurança da Conferência Global PARAR 2014.

Como Nersissian mesmo explica, “sem as pessoas, sem vida, sem segurança, a gente não consegue avançar. A tecnologia é importante, os sistemas são Rogério Nersissian, Shell

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PRÊMIO PARAR Além de Rejane Guse, confira os outros vencedores do 2º Prêmio PARAR anunciados durante a conferência:

Empresa premiada na categoria

Redução de Custos Belagrícola

Em menos de um ano, a frota da Belagrícola passou por uma mudança bastante significativa. Conforme explica Wellington Macedo, responsável pela frota na empresa, uma série de ações foram tomadas, dentre as quais, a mais importante, foi a adoção de um sistema de rastreamento especializado em gestão de frotas leves.

Sustentabilidade GVT

Os resultados mais significativos foram: redução de 60% na velocidade geral, de 95% no registro de velocidades acima de 130 km/h e de 40% no número de sinistros.

O objetivo primário das ações implantadas era “reduzir os riscos de trânsito aos quais os colaboradores ficam expostos diariamente”, conta Macedo. E, através deste foco na segurança de

“A consequência foi a melhora nos índices de custo por km”, afirma o gestor. Na Belagrícola, a mudança de comportamento dos condutores levou a uma economia de 10% no custo total por quilômetro rodado.

Costuma-se dizer, no meio da gestão de frotas, que empresas de telefonia têm particularidades muito interessantes. Além do foco no custo, comum a outras áreas, as prestadoras de serviços tendem a trabalhar com bastante ênfase no atendimento e na disponibilidade de seus carros. Por isso, mudanças neste tipo de ambiente tendem a ser bastante complexas.

Nada disso impediu que a GVT, em cinco meses, transformasse a sua matriz de combustível em 18 estados diferentes. Capitaneado por Wesley Figueira, o coordenador de frotas da empresa, o percentual de carros que utilizava álcool como combustível saltou de 19% para 63%. Em uma frota de 1,5 mil carros da GVT, o potencial de economia da ação é de 600 mil reais por ano.

De forma bastante didática e completa, a JTI conseguiu reunir, em sua política de frotas, as bases para o funcionamento da sua gestão de veículos. A empresa trabalha tanto com “carros benefício” quanto com “carros ferramentas de trabalho” e mistura a utilização de veículos compactos, pick ups e sedans executivos.

Ainda assim, a JTI consegue, detalhar regras como “não oferecer ou dar carona para pessoas que não sejam colaboradores da empresa” ou “não fumar no interior dos veículos”.

As famosas “12 regras que salvam vidas” já seriam suficientes para indicar a Shell como referência na área de segurança de frotas em qualquer lugar do mundo. No entanto, esse prêmio ilustra principalmente a atuação de Rogério Nersissian, Consultor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente na Shell Brasil.

importantes, mas tudo isso deve ser sempre acompanhado e tendo como base, o valor da vida”.

Wellington Macedo, Belagrícola, recebendo o prêmio de Diogo Ilha, Ouro Verde

Empresa premiada na categoria

seus condutores, eles chegaram a resultados muito importantes também na área de custos.

Sergio Monteiro, Ecofrotas, entregando o prêmio para Wesley Figueira, GVT

Empresa premiada na categoria

Política de Frotas JTI Paulo Fleischer, GolSat (representando a empresa JTI), recebendo o prêmio de Flavio Tavares, GolSat

Empresa premiada na categoria

Cultura de Segurança SHELL

Rogério Nersissian dedica-se com tanto afinco à questão da segurança que foi o consultor de segurança da Conferência Global PARAR 2014.

Como Nersissian mesmo explica, “sem as pessoas, sem vida, sem segurança, a gente não consegue avançar. A tecnologia é importante, os sistemas são Rogério Nersissian, Shell

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USANDO A TELEMETRIA PARA PROFISSIONALIZAR A GESTÃO DE FROTAS

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telemetria tornou-se uma grande aliada dos gestores de frotas em todo mundo ao possibilitar o monitoramento da localização, movimentação e comportamento de veículos em tempo real. Arthur Oda, da GolSat, afirma que é imprescindível que as empresas se preocupem, de forma crescente, em utilizar os indicadores da telemetria para construir um projeto de gestão de frotas mais viável e proveitoso. Além dos dados referentes à gestão propriamente dita, Oda destaca que, por meio da telemetria, consegue-se trabalhar de forma preventiva e, assim, reduzir os números de acidentes de trânsito. Os dados fornecidos pelo sistema ajudam a criar uma cultura de segurança e um ambiente mais seguro. Para que isso ocorra é preciso estar atento a alguns fatores. “Em primeiro lugar, trabalhe o perfil de dirigibilidade dos condutores. Analise como se comportam em relação ao excesso de velocidade, utilização da ‘banguela’, excesso de RPM, acelerações e frenagens”, explica Oda. O controle de utilização do veículo é a segunda dica. O gestor deve ter relatórios com os horários de rodagem dos condutores e quilometragem semanal para, com essas informações, descobrir quais as situações que oferecem mais risco ao condutor. Dependendo das características da operação, o gestor pode limitar distâncias, horários de rodagem ou mesmo o uso durante os finais de semana. Em um cenário ideal, a telemetria deve estar integrada à gestão de combustíveis, pois o cruzamento de informações possibilita a comparação de dados bastante relevantes. Dessa forma, seria possível avaliar, por exemplo, a localização do carro no exato momento

Arthur Oda, Gerente Comercial GolSat

DICAS DE ESPECIALISTAS PARA GARANTIR A SEGURANÇA DOS MOTORISTAS E REDUZIR CUSTOS

do abastecimento. O índice de fraudes diminui drasticamente, quando há sinergia entre estes dois sistemas. Para Luiz Claudio Souza, também da GolSat, os indicadores da telemetria têm como principais objetivos reduzir os acidentes de trânsito, formar gestores de frotas e reduzir os custos operacionais das empresas. Ele conta que a “gestão sustentável de frotas busca um melhor perfil de dirigibilidade dos condutores”, o que leva a importantes consequências sociais, ambientais e econômicas. Com os dados da telemetria em mãos, o gestor de frotas pode avaliar quais os seus principais problemas operacionais – e propor soluções práticas para eles. Como consegue acompanhar a rodagem total dos veículos, o gestor passa a poder organizar manutenções preventivas com antecedência. Ele também poderia reduzir o consumo de combustível (e, consequentemente, a emissão de gases tóxicos) através de uma melhor avaliação das rotas. O gestor pode ainda convidar seus condutores mais agressivos para uma rodada específica de treinamentos. A lista de possibilidades é grande. Outra vantagem de lançar mão dos rastreadores é a capacidade de “gerenciar melhor os processos de compra das empresas”, afirma Souza. As informações ajudam a precificar os veículos de forma mais justa, levando em conta informações como custos de manutenção, sinistros e outras particularidades. Encontrar fornecedores que integrem soluções de frota e entreguem um carro full service também é de grande valia para reduzir custos.

Luiz Claudio Souza, Gerente de Canais e Alianças Estratégicas GolSat .

METAS PARA OS PRÓXIMOS MESES PROFISSIONAIS DO SETOR DÃO DIRETRIZES PARA O ANO DE 2015

temos um enorme potencial, o que falta é a organização.

U

ma frase dita por Flávio Tavares, diretor comercial da GolSat, exemplifica o mercado atual de gestão de frotas no Brasil: “temos um enorme potencial, o que falta é a organização”. Diversos setores têm realizado esforços nesse sentido, é verdade. Mas ainda são poucos os ambientes de discussão sobre as frotas brasileiras, locais onde se buscariam soluções para os mais variados problemas. O primeiro passo para organizar o mercado, segundo Ricardo Imperatriz, CEO da GolSat, é “conseguir transformar dados em informação nos próximos 5 anos”. Vemos uma grande quantidade de dados valiosos sendo gerados diariamente pelos sistemas de telemetria, combustível, ERPs, entre outros – mas que ainda não são completamente aproveitados. O mercado norte-americano é exemplo na gestão desses dados e pode ser considerado um modelo a ser seguido, até mesmo porque “consegue explorá-los de forma natural”, explica Imperatriz. A Mondelēz, segundo Rejane Guse (Coordenadora de Controladoria), é “uma das pioneiras no uso desses dados para a construção de uma base de informações que já viabiliza práticas inovadoras de gestão de frotas”. Para ela, é essencial que se usem os dados coletados “de uma forma proveitosa e em favor da empresa”. Outro caminho para os gestores de frotas, conforme relata Micael Duarte, da IBM, está na potencialização do atendimento. Para ele, as empresas responsáveis pela gestão, em especial as locadoras, precisam “oferecer meios que tornem as frotas mais produtivas e efetivas para melhor atender os clientes”. De acordo com ele, a conta é simples: mais facilidade, mais clientes, mais compras, maior crescimento. Wilson Belekevicius, da MSD, acrescenta que é preciso uma atenção redobrada às prestadoras de serviço. Para ele, é pequeno o “comprometimento no controle de qualidade”. Isso se deve ao fato de que o Brasil ainda apresenta “uma baixa qualificação de mão de obra”, diz.

Em relação aos fornecedores, é uníssona a opinião de que falta maior comunicação entre os players e os gestores. “A gestão de frotas não é apenas telemetria, combustível, manutenção, integração dos sistemas, vai um pouco além disto. É preciso que a empresa me ajude a ser melhor para meu cliente”, avalia Ricardo Imperatriz. Ouvir as necessidades específicas de cada gestor e oferecer soluções práticas e inovadoras é um excelente caminho para os fornecedores. Ao, profissionalizar o mercado, os fornecedores poderão ajudar os gestores de frotas a atingirem suas metas.

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USANDO A TELEMETRIA PARA PROFISSIONALIZAR A GESTÃO DE FROTAS

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telemetria tornou-se uma grande aliada dos gestores de frotas em todo mundo ao possibilitar o monitoramento da localização, movimentação e comportamento de veículos em tempo real. Arthur Oda, da GolSat, afirma que é imprescindível que as empresas se preocupem, de forma crescente, em utilizar os indicadores da telemetria para construir um projeto de gestão de frotas mais viável e proveitoso. Além dos dados referentes à gestão propriamente dita, Oda destaca que, por meio da telemetria, consegue-se trabalhar de forma preventiva e, assim, reduzir os números de acidentes de trânsito. Os dados fornecidos pelo sistema ajudam a criar uma cultura de segurança e um ambiente mais seguro. Para que isso ocorra é preciso estar atento a alguns fatores. “Em primeiro lugar, trabalhe o perfil de dirigibilidade dos condutores. Analise como se comportam em relação ao excesso de velocidade, utilização da ‘banguela’, excesso de RPM, acelerações e frenagens”, explica Oda. O controle de utilização do veículo é a segunda dica. O gestor deve ter relatórios com os horários de rodagem dos condutores e quilometragem semanal para, com essas informações, descobrir quais as situações que oferecem mais risco ao condutor. Dependendo das características da operação, o gestor pode limitar distâncias, horários de rodagem ou mesmo o uso durante os finais de semana. Em um cenário ideal, a telemetria deve estar integrada à gestão de combustíveis, pois o cruzamento de informações possibilita a comparação de dados bastante relevantes. Dessa forma, seria possível avaliar, por exemplo, a localização do carro no exato momento

Arthur Oda, Gerente Comercial GolSat

DICAS DE ESPECIALISTAS PARA GARANTIR A SEGURANÇA DOS MOTORISTAS E REDUZIR CUSTOS

do abastecimento. O índice de fraudes diminui drasticamente, quando há sinergia entre estes dois sistemas. Para Luiz Claudio Souza, também da GolSat, os indicadores da telemetria têm como principais objetivos reduzir os acidentes de trânsito, formar gestores de frotas e reduzir os custos operacionais das empresas. Ele conta que a “gestão sustentável de frotas busca um melhor perfil de dirigibilidade dos condutores”, o que leva a importantes consequências sociais, ambientais e econômicas. Com os dados da telemetria em mãos, o gestor de frotas pode avaliar quais os seus principais problemas operacionais – e propor soluções práticas para eles. Como consegue acompanhar a rodagem total dos veículos, o gestor passa a poder organizar manutenções preventivas com antecedência. Ele também poderia reduzir o consumo de combustível (e, consequentemente, a emissão de gases tóxicos) através de uma melhor avaliação das rotas. O gestor pode ainda convidar seus condutores mais agressivos para uma rodada específica de treinamentos. A lista de possibilidades é grande. Outra vantagem de lançar mão dos rastreadores é a capacidade de “gerenciar melhor os processos de compra das empresas”, afirma Souza. As informações ajudam a precificar os veículos de forma mais justa, levando em conta informações como custos de manutenção, sinistros e outras particularidades. Encontrar fornecedores que integrem soluções de frota e entreguem um carro full service também é de grande valia para reduzir custos.

Luiz Claudio Souza, Gerente de Canais e Alianças Estratégicas GolSat .

METAS PARA OS PRÓXIMOS MESES PROFISSIONAIS DO SETOR DÃO DIRETRIZES PARA O ANO DE 2015

temos um enorme potencial, o que falta é a organização.

U

ma frase dita por Flávio Tavares, diretor comercial da GolSat, exemplifica o mercado atual de gestão de frotas no Brasil: “temos um enorme potencial, o que falta é a organização”. Diversos setores têm realizado esforços nesse sentido, é verdade. Mas ainda são poucos os ambientes de discussão sobre as frotas brasileiras, locais onde se buscariam soluções para os mais variados problemas. O primeiro passo para organizar o mercado, segundo Ricardo Imperatriz, CEO da GolSat, é “conseguir transformar dados em informação nos próximos 5 anos”. Vemos uma grande quantidade de dados valiosos sendo gerados diariamente pelos sistemas de telemetria, combustível, ERPs, entre outros – mas que ainda não são completamente aproveitados. O mercado norte-americano é exemplo na gestão desses dados e pode ser considerado um modelo a ser seguido, até mesmo porque “consegue explorá-los de forma natural”, explica Imperatriz. A Mondelēz, segundo Rejane Guse (Coordenadora de Controladoria), é “uma das pioneiras no uso desses dados para a construção de uma base de informações que já viabiliza práticas inovadoras de gestão de frotas”. Para ela, é essencial que se usem os dados coletados “de uma forma proveitosa e em favor da empresa”. Outro caminho para os gestores de frotas, conforme relata Micael Duarte, da IBM, está na potencialização do atendimento. Para ele, as empresas responsáveis pela gestão, em especial as locadoras, precisam “oferecer meios que tornem as frotas mais produtivas e efetivas para melhor atender os clientes”. De acordo com ele, a conta é simples: mais facilidade, mais clientes, mais compras, maior crescimento. Wilson Belekevicius, da MSD, acrescenta que é preciso uma atenção redobrada às prestadoras de serviço. Para ele, é pequeno o “comprometimento no controle de qualidade”. Isso se deve ao fato de que o Brasil ainda apresenta “uma baixa qualificação de mão de obra”, diz.

Em relação aos fornecedores, é uníssona a opinião de que falta maior comunicação entre os players e os gestores. “A gestão de frotas não é apenas telemetria, combustível, manutenção, integração dos sistemas, vai um pouco além disto. É preciso que a empresa me ajude a ser melhor para meu cliente”, avalia Ricardo Imperatriz. Ouvir as necessidades específicas de cada gestor e oferecer soluções práticas e inovadoras é um excelente caminho para os fornecedores. Ao, profissionalizar o mercado, os fornecedores poderão ajudar os gestores de frotas a atingirem suas metas.

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PERFIL DE COMPRA DO CONSUMIDOR DE FROTAS DADOS OBTIDOS NOS FÓRUNS PARAR REVELAM O COMPORTAMENTO DO MERCADO NO ANO DE 2014 Loraine Santos, PARAR Leader e Gerente de Marketing GolSat

A

s centenas de gestores de frotas que participaram dos eventos do PARAR durante o ano de 2014 ajudaram a traçar um perfil valioso do consumidor de frotas no Brasil. Cerca de 350 profissionais foram entrevistados nos estados do Paraná, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, com média de idade entre 31 e 42 anos. Os dados oferecidos por eles são de grande valia, tanto para outros gestores, quanto para cada um dos players interessados em atuar neste mercado.

Outro dado extremamente relevante é o da política de gestão de frotas: 63% dos entrevistados afirma que há uma política de frotas constituída em suas empresas. 75% utilizam a gestão de combustível através do cartão de abastecimento e os fornecedores escolhidos dividem-se em: 51% Ecofrotas; 36% Ticket Car; 5% Vale Card e 6% Outros.

A frota das empresas entrevistadas é constituída, em sua maioria, por veículos próprios e varia entre 80 e 200 veículos. No entanto, podese observar uma tendência em direção às frotas mistas ou completamente locadas. Em 2015, a previsão é de que as melhores locadoras de carros também se tornem gestoras de frotas, prestando cada vez mais serviços integrados à locação.

Os sistemas de gestão (ERP) são utilizados por 49% dos entrevistados, sendo que 38% destes utilizam a SAP; 31% Totvs e 29% outros fornecedores. O grau de satisfação com a prestação desse serviço chega a 90%.

As locadoras mais utilizadas pelos entrevistados foram: 24% Locamérica; 21% Localiza; 10% Ouro Verde e 42% Outras Locadoras e o grau de satisfação do atendimento foi descrito como muito bom.

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54%

PRÓPRIA

TIPO DE FROTA

A mesma porcentagem (49%) pode ser observada quando se trata de empresas que possuem sistema de manutenção. As prestadoras de serviço mais citadas foram: 29% Ecofrotas; 18% Ticket Car e 11% Locamérica. Questionados sobre a importância da telemetria, os gestores escolheram a segurança do condutor como principal motivo para o uso dos

MISTA LOCADA

25% 21%

sistemas, seguidos de: redução de custos, segurança do bem, controle de jornada e gestão de produtividade. Ao final da pesquisa, os participantes foram perguntados sobre quais os temas mais lhe interessavam, em relação à gestão de frotas. O item mais votado foi “Política de Frotas”, seguido de “Gestão de Manutenção” e “Formação de Gestores”. Outra tendência observada foi a crescente preocupação com questões estratégicas do gerenciamento de frotas. Segundo Loraine Santos, organizadora da pesquisa, “o papel do fornecedor é muito importante na formação desses profissionais”. São os fornecedores nestes mais variados setores quem detêm a capacidade de criar e direcionar conteúdo para a formação dos gestores de frotas brasileiros.

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PERFIL DE COMPRA DO CONSUMIDOR DE FROTAS DADOS OBTIDOS NOS FÓRUNS PARAR REVELAM O COMPORTAMENTO DO MERCADO NO ANO DE 2014 Loraine Santos, PARAR Leader e Gerente de Marketing GolSat

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s centenas de gestores de frotas que participaram dos eventos do PARAR durante o ano de 2014 ajudaram a traçar um perfil valioso do consumidor de frotas no Brasil. Cerca de 350 profissionais foram entrevistados nos estados do Paraná, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, com média de idade entre 31 e 42 anos. Os dados oferecidos por eles são de grande valia, tanto para outros gestores, quanto para cada um dos players interessados em atuar neste mercado.

Outro dado extremamente relevante é o da política de gestão de frotas: 63% dos entrevistados afirma que há uma política de frotas constituída em suas empresas. 75% utilizam a gestão de combustível através do cartão de abastecimento e os fornecedores escolhidos dividem-se em: 51% Ecofrotas; 36% Ticket Car; 5% Vale Card e 6% Outros.

A frota das empresas entrevistadas é constituída, em sua maioria, por veículos próprios e varia entre 80 e 200 veículos. No entanto, podese observar uma tendência em direção às frotas mistas ou completamente locadas. Em 2015, a previsão é de que as melhores locadoras de carros também se tornem gestoras de frotas, prestando cada vez mais serviços integrados à locação.

Os sistemas de gestão (ERP) são utilizados por 49% dos entrevistados, sendo que 38% destes utilizam a SAP; 31% Totvs e 29% outros fornecedores. O grau de satisfação com a prestação desse serviço chega a 90%.

As locadoras mais utilizadas pelos entrevistados foram: 24% Locamérica; 21% Localiza; 10% Ouro Verde e 42% Outras Locadoras e o grau de satisfação do atendimento foi descrito como muito bom.

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A mesma porcentagem (49%) pode ser observada quando se trata de empresas que possuem sistema de manutenção. As prestadoras de serviço mais citadas foram: 29% Ecofrotas; 18% Ticket Car e 11% Locamérica. Questionados sobre a importância da telemetria, os gestores escolheram a segurança do condutor como principal motivo para o uso dos

MISTA LOCADA

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sistemas, seguidos de: redução de custos, segurança do bem, controle de jornada e gestão de produtividade. Ao final da pesquisa, os participantes foram perguntados sobre quais os temas mais lhe interessavam, em relação à gestão de frotas. O item mais votado foi “Política de Frotas”, seguido de “Gestão de Manutenção” e “Formação de Gestores”. Outra tendência observada foi a crescente preocupação com questões estratégicas do gerenciamento de frotas. Segundo Loraine Santos, organizadora da pesquisa, “o papel do fornecedor é muito importante na formação desses profissionais”. São os fornecedores nestes mais variados setores quem detêm a capacidade de criar e direcionar conteúdo para a formação dos gestores de frotas brasileiros.

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Flavio Tavares, PARAR Leader e Diretor Comercial GolSat

PARAR EM PROL DOS GESTORES DE FROTAS DO BRASIL Confira o bate papo que tivemos com Flavio Tavares logo após a Conferência Global PARAR 2014. Um dos principais impulsionadores do projeto, Tavares é também um dos palestrantes do Instituto PARAR desde a sua fundação em 2012. Na conversa, ele nos conta um pouco sobre as perspectivas do PARAR para os próximos anos e os desafios a serem enfrentados.

Qual é a importância do PARAR hoje, para o mercado de gestores de frotas brasileiros? O PARAR tem se tornado uma referência em conteúdo e capacitação para os gestores de frotas. Na nossa primeira turma do PGF (Programa para Gestores de Frotas, a certificação oferecida pelo PARAR), que se encerra agora em dezembro, temos quase 100 alunos. Entre eles há gestores de frotas, técnicos de segurança, pessoas de recursos humanos, compras e ainda temos executivos de vendas de outros fornecedores do mercado. Isso mostra a capilaridade do PARAR e também a união do mercado de frotas como um todo na busca da profissionalização dos gestores. Além disso, o PARAR tem se tornado uma referência na defesa da responsabilidade social corporativa, e isso extrapola a discussão pura e simples do acidente de trânsito. Dentro do PARAR, o tema sustentabilidade tem alcançado discussões aprofundadas sobre o papel das empresas na geração de resultados com valores, na busca por uma implantação de cultura de segurança, no resgate dos valores humanos, e no olhar mais sensível para seus colaboradores. Ao longo deste ano de 2014, tenho palestrado bastante sobre este tipo de Liderança Sustentável, uma proposta que gera valor e também transformações na sociedade em que vivemos. Isso acaba ecoando de uma maneira ampla dentro das organizações também.

MAGAZINE

O que mudou é que agora somos um imã que atrai cada dia mais pessoas, mais gente para acreditar naquilo em que acreditamos. Existe uma gestora de frotas de Porto Alegre, a Laura, que esteve conosco em todos os eventos que fizemos por lá. Nesta última conferência, em novembro, tive a oportunidade de conversar com ela e o relato dela é de entusiasmo por fazer parte de tudo isso. Temos mais de 3.000 gestores se relacionando conosco e existem, neste universo, pelo menos umas 500 Lauras engajadas. Gente que faz da nossa causa a causa deles, e que não mede esforços para fazer com que suas empresas entendam o valor do que estamos construindo. O que deu certo até aqui? Um grande acerto do PARAR foi atuar de forma regionalizada. Desde o inicio decidimos que iríamos valorizar o gestor de frotas de Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro (e agora Salvador) da mesma forma que fazemos com São Paulo. Assim foi possível falar com gestores de empresas que nunca tinham ido a um treinamento sequer na área deles.

O que mais mudou desde que o movimento foi criado, há cerca de dois anos?

Outro ponto que não posso deixar de citar é o apoio que temos recebido dos outros fornecedores e players do mercado. Quando começamos, não havia absolutamente nenhuma outra empresa que acreditasse no que estávamos fazendo. Os três primeiros eventos foram feitos sem apoio de ninguém... somente a GolSat acreditou desde o princípio.

Quando fizemos o primeiro evento, em novembro de 2011, eu pessoalmente já projetava chegar onde

A partir do quarto evento, os parceiros começaram a chegar e, hoje, é muito gratificante ver empresas como

Tenho sido convidado com frequência para palestrar para diretorias e conselhos de diversas empresas. Isso é constatação de que estamos no caminho correto.

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estamos. Tenho orgulho de ver tanto a nossa logomarca, quanto os nossos projetos se manterem fiéis ao que construímos antes do primeiro fórum.

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Flavio Tavares, PARAR Leader e Diretor Comercial GolSat

PARAR EM PROL DOS GESTORES DE FROTAS DO BRASIL Confira o bate papo que tivemos com Flavio Tavares logo após a Conferência Global PARAR 2014. Um dos principais impulsionadores do projeto, Tavares é também um dos palestrantes do Instituto PARAR desde a sua fundação em 2012. Na conversa, ele nos conta um pouco sobre as perspectivas do PARAR para os próximos anos e os desafios a serem enfrentados.

Qual é a importância do PARAR hoje, para o mercado de gestores de frotas brasileiros? O PARAR tem se tornado uma referência em conteúdo e capacitação para os gestores de frotas. Na nossa primeira turma do PGF (Programa para Gestores de Frotas, a certificação oferecida pelo PARAR), que se encerra agora em dezembro, temos quase 100 alunos. Entre eles há gestores de frotas, técnicos de segurança, pessoas de recursos humanos, compras e ainda temos executivos de vendas de outros fornecedores do mercado. Isso mostra a capilaridade do PARAR e também a união do mercado de frotas como um todo na busca da profissionalização dos gestores. Além disso, o PARAR tem se tornado uma referência na defesa da responsabilidade social corporativa, e isso extrapola a discussão pura e simples do acidente de trânsito. Dentro do PARAR, o tema sustentabilidade tem alcançado discussões aprofundadas sobre o papel das empresas na geração de resultados com valores, na busca por uma implantação de cultura de segurança, no resgate dos valores humanos, e no olhar mais sensível para seus colaboradores. Ao longo deste ano de 2014, tenho palestrado bastante sobre este tipo de Liderança Sustentável, uma proposta que gera valor e também transformações na sociedade em que vivemos. Isso acaba ecoando de uma maneira ampla dentro das organizações também.

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O que mudou é que agora somos um imã que atrai cada dia mais pessoas, mais gente para acreditar naquilo em que acreditamos. Existe uma gestora de frotas de Porto Alegre, a Laura, que esteve conosco em todos os eventos que fizemos por lá. Nesta última conferência, em novembro, tive a oportunidade de conversar com ela e o relato dela é de entusiasmo por fazer parte de tudo isso. Temos mais de 3.000 gestores se relacionando conosco e existem, neste universo, pelo menos umas 500 Lauras engajadas. Gente que faz da nossa causa a causa deles, e que não mede esforços para fazer com que suas empresas entendam o valor do que estamos construindo. O que deu certo até aqui? Um grande acerto do PARAR foi atuar de forma regionalizada. Desde o inicio decidimos que iríamos valorizar o gestor de frotas de Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro (e agora Salvador) da mesma forma que fazemos com São Paulo. Assim foi possível falar com gestores de empresas que nunca tinham ido a um treinamento sequer na área deles.

O que mais mudou desde que o movimento foi criado, há cerca de dois anos?

Outro ponto que não posso deixar de citar é o apoio que temos recebido dos outros fornecedores e players do mercado. Quando começamos, não havia absolutamente nenhuma outra empresa que acreditasse no que estávamos fazendo. Os três primeiros eventos foram feitos sem apoio de ninguém... somente a GolSat acreditou desde o princípio.

Quando fizemos o primeiro evento, em novembro de 2011, eu pessoalmente já projetava chegar onde

A partir do quarto evento, os parceiros começaram a chegar e, hoje, é muito gratificante ver empresas como

Tenho sido convidado com frequência para palestrar para diretorias e conselhos de diversas empresas. Isso é constatação de que estamos no caminho correto.

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estamos. Tenho orgulho de ver tanto a nossa logomarca, quanto os nossos projetos se manterem fiéis ao que construímos antes do primeiro fórum.

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as locadoras nos procurarem e se colocarem à disposição do movimento. Hoje temos muitas empresas interessadas em nos ajudar.

O que ficou marcado da Conferência Global 2014 para você? Olha, esta pergunta é difícil, porque o evento foi incrível em vários sentidos. O conteúdo estava excelente, o espaço muito bem organizado e a feira de expositores ficou ótima. Mas vale destacar três pontos, na minha opinião. Primeiro, o público. Não dá para falar do sucesso do evento sem destacar os participantes. Nunca participei de um evento em que houvesse tamanho envolvimento e engajamento dos presentes, como o que nós vimos nesta conferência. O público era extremamente qualificado e estavam todos muito envolvidos e participativos. Esta resposta por parte do público já seria o fato mais marcante, pois fez toda a diferença. Preciso lembrar também da palestra do Alejandro Furas (Diretor Técnico da Global NCAP). Não foi apenas uma ótima palestra, mas também um momento histórico na trajetória do PARAR. Com a participação dele, selamos uma parceria com a GLOBAL NCAP. Vamos gerar conteúdo com eles e, mais do que isso, levantaremos a bandeira dos NCAPs para todas as empresas frotistas do Brasil. O gestor de frotas precisa levar em consideração os indicadores de segurança dos veículos antes da sua aquisição ou locação. Isso foi um passo importante, e merece todo o destaque. Finalmente, não posso deixar de fora é participação do nosso time de apoio no evento. Talvez muita gente não saiba, mas todo o PARAR é construído de forma voluntária por colaborares da GolSat. Na conferência tínhamos mais de 30 pessoas trabalhando – e nenhuma delas era de fora. Todos eram voluntários que atuam nas áreas mais diversas dentro da GolSat. É emocionante pensar que conseguimos fazer com que a causa do PARAR se tornasse também a causa de cada colaborador que trabalha com a gente. Recebi inúmeros elogios sobre o nosso time, sobre a energia, paciência, gentileza e carinho com que trataram cada participante da conferência. Isso é simplesmente incrível, o melhor elogio que poderíamos receber. Não é demais? Com certeza. O que podemos esperar do PARAR e da Conferência Global em 2015? O PARAR começa 2015 com a missão de se consolidar cada vez mais como referência no setor. O grande lançamento de 2015 será o PARAR Leader, um evento exclusivo para diretores, vice-presidentes e presidentes. Faremos dois eventos, um no primeiro semestre e outro no segundo, de forma que os diretores possam participar ativamente.

Sempre ouço, por parte dos gestores, relatos da dificuldade que eles têm em elevar as discussões do PARAR para a alta diretoria. Com este evento, iremos reunir os decisores, os diretores e executivos que podem promover grandes mudanças em suas corporações. Iremos manter o número de eventos de 2014, mas investiremos em conteúdo ainda mais qualificado. Vamos nos dedicar bastante ao PGF, para que ele se firme como o curso daquele gestor que quer promover mudanças na sua carreira profissional e em seu ambiente de trabalho. Há poucos dias, estive pensando sobre o nosso papel social, e me veio à mente que muitos profissionais que gostariam de fazer o PGF talvez não tivessem condições financeiras. Chamei a Loraine (Santos, Gerente de Marketing da GolSat e PARAR Leader) e pedi para ela incluir, no novo Portal PARAR, um espaço para que os profissionais que não possam arcar com os custos do PGF se manifestem. Decidimos que, para cada PGF vendido, será doada uma inscrição para alguém que não tenha condições de realizar o curso. Existem hoje muitos assistentes de frotas, auxiliares e pessoal de suporte que almejam ter uma profissão. Queremos que eles possam escolher tornarem-se gestores de frotas. Meu sonho é encontrar, daqui a alguns anos, profissionais que se apaixonaram por esta profissão e encontraram no PARAR a chance que eles precisavam para seu crescimento.

Quais são os principais desafios a serem enfrentados nos próximos projetos?

presencial AGORA COM TURMA ESPECIAL PRESENCIAL EM SÃO PAULO

VALORIZE O SEU CURRÍCULO SAIA NA FRENTE, SEJA UM GESTOR DE FROTAS CERTIFICADO.

s o l u d ó 5 m + l a n i f a v pro

Temos inúmeros desafios pela frente. O principal deles é estabelecer um time de patrocinadores que traga mais do que interesse comercial. Precisamos de gente alinhada com a nossa causa. Tirar do papel tudo o que fazemos custa muito caro, e, sem o apoio de empresas do setor, não conseguiremos crescer da forma como desejamos. Já estamos em contato com várias organizações e quero, nos próximos meses, apresentar um time completo de parceiros que acreditam no que estamos realizando. Neste ano formamos o nosso conselho. Junto com eles, a Loraine e o Ricardo (Imperatriz, CEO da GolSat e também PARAR Leader), iremos trabalhar cada vez mais centrados na geração de conteúdo qualificado para os gestores de frotas. Nada disso será possível se os gestores deixarem de abraçar esta causa junto conosco. Por isso, convido a todos os que lerem este artigo: entre em contato e procure se engajar de alguma forma a este projeto. Já mudamos muita coisa, mas ainda há muito a ser feito pelo nosso país.

INÍCIO DAS AULAS: 24 de abril. Faça já sua inscrição! pgf@aiafa.com

A REALIZAÇÃO DO PGF PRESENCIAL É UMA PARCERIA :

INSTITUTO

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as locadoras nos procurarem e se colocarem à disposição do movimento. Hoje temos muitas empresas interessadas em nos ajudar.

O que ficou marcado da Conferência Global 2014 para você? Olha, esta pergunta é difícil, porque o evento foi incrível em vários sentidos. O conteúdo estava excelente, o espaço muito bem organizado e a feira de expositores ficou ótima. Mas vale destacar três pontos, na minha opinião. Primeiro, o público. Não dá para falar do sucesso do evento sem destacar os participantes. Nunca participei de um evento em que houvesse tamanho envolvimento e engajamento dos presentes, como o que nós vimos nesta conferência. O público era extremamente qualificado e estavam todos muito envolvidos e participativos. Esta resposta por parte do público já seria o fato mais marcante, pois fez toda a diferença. Preciso lembrar também da palestra do Alejandro Furas (Diretor Técnico da Global NCAP). Não foi apenas uma ótima palestra, mas também um momento histórico na trajetória do PARAR. Com a participação dele, selamos uma parceria com a GLOBAL NCAP. Vamos gerar conteúdo com eles e, mais do que isso, levantaremos a bandeira dos NCAPs para todas as empresas frotistas do Brasil. O gestor de frotas precisa levar em consideração os indicadores de segurança dos veículos antes da sua aquisição ou locação. Isso foi um passo importante, e merece todo o destaque. Finalmente, não posso deixar de fora é participação do nosso time de apoio no evento. Talvez muita gente não saiba, mas todo o PARAR é construído de forma voluntária por colaborares da GolSat. Na conferência tínhamos mais de 30 pessoas trabalhando – e nenhuma delas era de fora. Todos eram voluntários que atuam nas áreas mais diversas dentro da GolSat. É emocionante pensar que conseguimos fazer com que a causa do PARAR se tornasse também a causa de cada colaborador que trabalha com a gente. Recebi inúmeros elogios sobre o nosso time, sobre a energia, paciência, gentileza e carinho com que trataram cada participante da conferência. Isso é simplesmente incrível, o melhor elogio que poderíamos receber. Não é demais? Com certeza. O que podemos esperar do PARAR e da Conferência Global em 2015? O PARAR começa 2015 com a missão de se consolidar cada vez mais como referência no setor. O grande lançamento de 2015 será o PARAR Leader, um evento exclusivo para diretores, vice-presidentes e presidentes. Faremos dois eventos, um no primeiro semestre e outro no segundo, de forma que os diretores possam participar ativamente.

Sempre ouço, por parte dos gestores, relatos da dificuldade que eles têm em elevar as discussões do PARAR para a alta diretoria. Com este evento, iremos reunir os decisores, os diretores e executivos que podem promover grandes mudanças em suas corporações. Iremos manter o número de eventos de 2014, mas investiremos em conteúdo ainda mais qualificado. Vamos nos dedicar bastante ao PGF, para que ele se firme como o curso daquele gestor que quer promover mudanças na sua carreira profissional e em seu ambiente de trabalho. Há poucos dias, estive pensando sobre o nosso papel social, e me veio à mente que muitos profissionais que gostariam de fazer o PGF talvez não tivessem condições financeiras. Chamei a Loraine (Santos, Gerente de Marketing da GolSat e PARAR Leader) e pedi para ela incluir, no novo Portal PARAR, um espaço para que os profissionais que não possam arcar com os custos do PGF se manifestem. Decidimos que, para cada PGF vendido, será doada uma inscrição para alguém que não tenha condições de realizar o curso. Existem hoje muitos assistentes de frotas, auxiliares e pessoal de suporte que almejam ter uma profissão. Queremos que eles possam escolher tornarem-se gestores de frotas. Meu sonho é encontrar, daqui a alguns anos, profissionais que se apaixonaram por esta profissão e encontraram no PARAR a chance que eles precisavam para seu crescimento.

Quais são os principais desafios a serem enfrentados nos próximos projetos?

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Temos inúmeros desafios pela frente. O principal deles é estabelecer um time de patrocinadores que traga mais do que interesse comercial. Precisamos de gente alinhada com a nossa causa. Tirar do papel tudo o que fazemos custa muito caro, e, sem o apoio de empresas do setor, não conseguiremos crescer da forma como desejamos. Já estamos em contato com várias organizações e quero, nos próximos meses, apresentar um time completo de parceiros que acreditam no que estamos realizando. Neste ano formamos o nosso conselho. Junto com eles, a Loraine e o Ricardo (Imperatriz, CEO da GolSat e também PARAR Leader), iremos trabalhar cada vez mais centrados na geração de conteúdo qualificado para os gestores de frotas. Nada disso será possível se os gestores deixarem de abraçar esta causa junto conosco. Por isso, convido a todos os que lerem este artigo: entre em contato e procure se engajar de alguma forma a este projeto. Já mudamos muita coisa, mas ainda há muito a ser feito pelo nosso país.

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MORTES NO TRÂNSITO: MÍDIA, GOVERNO E LEGISLADORES NOS ILUDEM COM MENTIRAS (?) Por Luis Flavio Gomes, Jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil

01. Depois de ouvir os tétricos diagnósticos de Flávio Tavares e Dirceu Alves Júnior na Conferência Global Parar 2014, fiz minha exposição e sublinhei o seguinte: a mentira que nos contam as manchetes: Exemplo: “Após Lei Seca mais rigorosa, mortes caem no trânsito. Depois de três anos de alta, índice tem queda de 10%, a maior desde 1998” (Folha de S. Paulo 10/11/14: A1). O leitor dessas manchetes, desavisado, é levado a crer que o rigor da lei é a solução do problema (o problema do Brasil seria a falta de leis duríssimas). Isso é puro populismo penal demagógico e irresponsável, que vem sendo levado a cabo no nosso país (desde a redemocratização, com certeza: veja meu livro Populismo penal midiático) pelo governo, legislador e mídia.

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Folha, depois de mais de 20 parágrafos, diz que eventual diminuição pode ter sido causada pela fiscalização. No último parágrafo (onde normalmente o leitor já não chega) diz: “Os dados do SUS podem ser alterados até junho de 2015. Nos últimos anos, porém, as revisões não mudaram substancialmente os resultados”. Ou seja: a informação de que as mortes no trânsito diminuíram em 2013 (com manchete em letras garrafais) constitui um desserviço à cidadania porque pode ser alterada até 2015 (muita água ainda vai rolar sob essa ponte).

02. Estou me valendo, neste artigo, das manchetes escandalosas e das matérias da Folha (que é um jornal, normalmente, que eu reputo sério) por acaso. Praticamente todos os meios de comunicação fazem, nessa área, a mesma coisa sob a égide da mesma ideologia: “o endurecimento da lei é o responsável pela diminuição dos crimes”. Nada mais inverídico. O que todos esses meios ignoram? É que, de 1940 a 2014, o legislador brasileiro já fez 157 reformas penais, das quais 73% pelo endurecimento das leis, e nunca, jamais, diminuiu qualquer tipo de crime no médio prazo no Brasil. Há 74 anos o legislador ilude a população com leis mais duras, sem nunca ter desenvolvido nenhuma política de “certeza do castigo” (fazer cumprir a lei, por meio de um rigorosa fiscalização).

O primeiro parágrafo da notícia diz: “As mortes em acidentes de trânsito caíram 10% em todo o país no ano passado (2013), segundo o governo federal. É a primeira queda em três anos e a maior desde 1998”. A informação é do “governo federal”. A mídia não tem o cuidado sequer de checar se essa informação tem consistência ou plausibilidade.

Adoramos, em virtude da nossa formação “bacharelesca”, normas jurídicas (que são abusivas e excessivas no Brasil: somente no campo tributário, da CF para cá, já emitimos mais de 4 milhões de normas). E acreditamos que elas solucionam problemas sociais. Tradição maldita e desgraçada porque assim o legislador ilude a população (editar uma lei nova não custa nada), sem enfrentar seriamente o problema.

O que o legislador, o governo e a mídia fazem é um desserviço à cidadania, à nossa democracia (que é uma das mais corruptas do planeta e, ao mesmo tempo, uma das mais manipuladas). A matéria da

03. A Folha acreditou na informação (do governo) de que em 2013 tivemos 40.500 mortes no trânsito. Em 2012, já tínhamos alcançado 44.891 óbitos. Os números de 2013

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vão ser atualizados até 2015. Não percebem os meios de comunicação que essas estatísticas preliminares (manhosas, porosas, enganosas) vêm se mostrando bastante falhas, ficando muitas vezes longe do resultado real, ou até mesmo contrariando a expectativa. Em 2009, a Folha (referindo-se ao ano de 2007) publicou o seguinte: “Lei Seca reduz mortes e internações por acidentes de trânsito, diz ministério” (quem leu isso deve ter acreditado na informação). Quando os resultados finais saíram, eles apontavam um aumento real nessa taxa. A reportagem apontava um total de 36.465 mortes no trânsito; o número real (em 2007) ficou em 37.407, tendo havido crescimento de 2,8% em relação ao ano anterior.

04. Em junho de 2010, a mídia também divulgou uma informação que dava conta de uma redução de 6,2% nas mortes causadas pelo trânsito, também devido à Lei Seca mais dura, entre os anos de 2008 e 2009 (“‘Lei Seca’ reduz em 6,2% as mortes causadas pelo trânsito”). O resultado final para os anos de 2008 e 2009, na verdade, apontaram queda de apenas 1,7%. Aliás, 2009 foi o único ano, na década de 2001 a 2010, que houve redução no número de mortes (em virtude da boa fiscalização). Em novembro de 2011, outra publicação da mídia (“Mortes no trânsito têm alta de 25% em 9 anos, aponta ministério”) também revelou um aumento inferior ao resultado real na taxa de mortes. Era apontado um aumento de 25% para o período entre 2002 e 2010 com base em resultados preliminares, e o que se confirmou foi então um aumento de 30,8%, em 9 anos. O número estimado para 2010 seria de 40.610 vítimas e o resultou final apontou 42.844.

05. Nos últimos 32 anos (1980-2012), o crescimento da mortandade no trânsito foi de 125% no número de mortes absolutas; considerando-se a taxa de mortes por 100 mil habitantes, o aumento foi de 37,5%; a única queda que se nota é na taxa de mortes por 100

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MORTES NO TRÂNSITO: MÍDIA, GOVERNO E LEGISLADORES NOS ILUDEM COM MENTIRAS (?) Por Luis Flavio Gomes, Jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil

01. Depois de ouvir os tétricos diagnósticos de Flávio Tavares e Dirceu Alves Júnior na Conferência Global Parar 2014, fiz minha exposição e sublinhei o seguinte: a mentira que nos contam as manchetes: Exemplo: “Após Lei Seca mais rigorosa, mortes caem no trânsito. Depois de três anos de alta, índice tem queda de 10%, a maior desde 1998” (Folha de S. Paulo 10/11/14: A1). O leitor dessas manchetes, desavisado, é levado a crer que o rigor da lei é a solução do problema (o problema do Brasil seria a falta de leis duríssimas). Isso é puro populismo penal demagógico e irresponsável, que vem sendo levado a cabo no nosso país (desde a redemocratização, com certeza: veja meu livro Populismo penal midiático) pelo governo, legislador e mídia.

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Folha, depois de mais de 20 parágrafos, diz que eventual diminuição pode ter sido causada pela fiscalização. No último parágrafo (onde normalmente o leitor já não chega) diz: “Os dados do SUS podem ser alterados até junho de 2015. Nos últimos anos, porém, as revisões não mudaram substancialmente os resultados”. Ou seja: a informação de que as mortes no trânsito diminuíram em 2013 (com manchete em letras garrafais) constitui um desserviço à cidadania porque pode ser alterada até 2015 (muita água ainda vai rolar sob essa ponte).

02. Estou me valendo, neste artigo, das manchetes escandalosas e das matérias da Folha (que é um jornal, normalmente, que eu reputo sério) por acaso. Praticamente todos os meios de comunicação fazem, nessa área, a mesma coisa sob a égide da mesma ideologia: “o endurecimento da lei é o responsável pela diminuição dos crimes”. Nada mais inverídico. O que todos esses meios ignoram? É que, de 1940 a 2014, o legislador brasileiro já fez 157 reformas penais, das quais 73% pelo endurecimento das leis, e nunca, jamais, diminuiu qualquer tipo de crime no médio prazo no Brasil. Há 74 anos o legislador ilude a população com leis mais duras, sem nunca ter desenvolvido nenhuma política de “certeza do castigo” (fazer cumprir a lei, por meio de um rigorosa fiscalização).

O primeiro parágrafo da notícia diz: “As mortes em acidentes de trânsito caíram 10% em todo o país no ano passado (2013), segundo o governo federal. É a primeira queda em três anos e a maior desde 1998”. A informação é do “governo federal”. A mídia não tem o cuidado sequer de checar se essa informação tem consistência ou plausibilidade.

Adoramos, em virtude da nossa formação “bacharelesca”, normas jurídicas (que são abusivas e excessivas no Brasil: somente no campo tributário, da CF para cá, já emitimos mais de 4 milhões de normas). E acreditamos que elas solucionam problemas sociais. Tradição maldita e desgraçada porque assim o legislador ilude a população (editar uma lei nova não custa nada), sem enfrentar seriamente o problema.

O que o legislador, o governo e a mídia fazem é um desserviço à cidadania, à nossa democracia (que é uma das mais corruptas do planeta e, ao mesmo tempo, uma das mais manipuladas). A matéria da

03. A Folha acreditou na informação (do governo) de que em 2013 tivemos 40.500 mortes no trânsito. Em 2012, já tínhamos alcançado 44.891 óbitos. Os números de 2013

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vão ser atualizados até 2015. Não percebem os meios de comunicação que essas estatísticas preliminares (manhosas, porosas, enganosas) vêm se mostrando bastante falhas, ficando muitas vezes longe do resultado real, ou até mesmo contrariando a expectativa. Em 2009, a Folha (referindo-se ao ano de 2007) publicou o seguinte: “Lei Seca reduz mortes e internações por acidentes de trânsito, diz ministério” (quem leu isso deve ter acreditado na informação). Quando os resultados finais saíram, eles apontavam um aumento real nessa taxa. A reportagem apontava um total de 36.465 mortes no trânsito; o número real (em 2007) ficou em 37.407, tendo havido crescimento de 2,8% em relação ao ano anterior.

04. Em junho de 2010, a mídia também divulgou uma informação que dava conta de uma redução de 6,2% nas mortes causadas pelo trânsito, também devido à Lei Seca mais dura, entre os anos de 2008 e 2009 (“‘Lei Seca’ reduz em 6,2% as mortes causadas pelo trânsito”). O resultado final para os anos de 2008 e 2009, na verdade, apontaram queda de apenas 1,7%. Aliás, 2009 foi o único ano, na década de 2001 a 2010, que houve redução no número de mortes (em virtude da boa fiscalização). Em novembro de 2011, outra publicação da mídia (“Mortes no trânsito têm alta de 25% em 9 anos, aponta ministério”) também revelou um aumento inferior ao resultado real na taxa de mortes. Era apontado um aumento de 25% para o período entre 2002 e 2010 com base em resultados preliminares, e o que se confirmou foi então um aumento de 30,8%, em 9 anos. O número estimado para 2010 seria de 40.610 vítimas e o resultou final apontou 42.844.

05. Nos últimos 32 anos (1980-2012), o crescimento da mortandade no trânsito foi de 125% no número de mortes absolutas; considerando-se a taxa de mortes por 100 mil habitantes, o aumento foi de 37,5%; a única queda que se nota é na taxa de mortes por 100

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mil veículos: menos 68,3%. Isso se deve ao incremento da frota automotiva brasileira. Quanto mais carros circulando no país, menos a quantidade de mortos por 100 mil veículos. A média de crescimento anual de mortes no trânsito, para este período, é de 2,77%. Faz 32 anos que os óbitos estão aumentando fortemente e não se vê nenhuma política pública adequada de prevenção de mortes (é uma prova inequívoca do quanto as políticas públicas não valorizam a vida). As autoridades sempre empurram o problema com a barriga (são, portanto, administradores de mortes, não tutores da vida). Vejamos:

06. A solução para as mortes no trânsito passa pela educação e conscientização cívica e ética do cidadão, engenharia (dos carros, das ruas e das estradas), fiscalização, primeiros socorros e punição concreta (efetiva). A fórmula é: ECEFPP. Falhamos em todos esses itens, a começar pela nossa formação (3/4 da população brasileira é analfabeta funcional: não entende o que lê ou não sabe fazer operações matemáticas mínimas). De outro lado, de acordo com FGV, para 81% é muito fácil burlar as leis no país! Analfabetismo (funcional) + falta de cidadania ética + ojeriza do brasileiro em cumprir as leis (principalmente as de trânsito) + ausência de uma efetiva fiscalização = 45 mil mortes por ano.

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07. Para constatar isso basta comparar o Brasil com os países de capitalismo evoluído e distributivo. Selecionamos uma elite (um grupo) de 18 países (dentre os 21 primeiros no IDH), que se identificam com o que estamos chamando de “escandinavização”, ou seja, que apresentam baixo índice de violência e métodos socializadores altamente civilizados, muito semelhantes aos dos países da Escandinávia (Noruega, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Islândia e Ilhas Feroé), apesar das suas diferenças culturais, sociais, jurídicas e históricas. Esses países “escandinavizados” ou em processo de “escandinavização” possuem as seguintes médias: PIB per capita de USD 50.084, Gini de 0,301 (pouca desigualdade e, ao mesmo tempo, pouca concentração da riqueza nas mãos de pouquíssimas pessoas), 1,1 homicídios por 100 mil habitantes, 5,8 mortos no trânsito por 100 mil pessoas, 18.552 presos (na média) e 98 encarcerados para cada 100 mil pessoas. Vejamos:

08. Mortes no trânsito e IDH. Os países do primeiro grupo (IDH muito elevado = países de capitalismo evoluído e, normalmente, distributivo e civilizado) matam muito menos no trânsito (média de 0,17 para cada mil veículos ou 7,7 mortes para cada 100 habitantes). Os números dos grupos seguintes (IDH elevado, médio e baixo) são: 0,81 e 16,2 (segundo grupo), 2,80 e 18,4 (terceiro grupo) e 22,38 e 20,6 (quarto grupo). O Brasil mata 0,66 para cada mil veículos (perto da média do segundo grupo) e 22 pessoas para cada 100 mil (no quarto grupo). Em síntese, somos muito violentos. Vejamos:

fracassada. A causa principal é o capitalismo extremamente desigual (extrativista, patrimonialista e clientelista), que não tem nada a ver com o capitalismo distributivo das nações avançadas e prósperas como Noruega, Austrália, Holanda, Alemanha, Nova Zelândia, Irlanda, Suécia, Suíça, Coreia do Sul e Japão, etc. As quatro instituições que levam os países para a glória ou para o buraco são as seguintes: políticas (Estado/democracia), econômicas (modelo de economia), sociais (sociedade civil/incivil) e jurídicas (império da lei repressiva, das garantias e do devido processo).

10. O gigante inacabado chamado Brasil apresenta sérios problemas no funcionamento de todas as instituições assim como nos seis eixos citados (Educação, Conscientização cívica e ética, Engenharia, Fiscalização, Primeiros socorros e Punição efetiva). O sistema educacional é um dos mais deploráveis do planeta (últimas colocações no PISA). Grande parcela dos carros é insegura e as estradas são esburacadas e mal sinalizadas. O Estado negligencia na fiscalização, os primeiros socorros são demorados e a punição é muito falha. Os países com os melhores IDH´s apresentam baixíssimas taxas de mortes no trânsito, com exceção dos Estados Unidos, país com a maior frota de veículos do mundo e alta incidência de violência (quando comparados com essa elite de dez países). Já entre os países com baixos IDH´s, como Níger, República Democrática do Congo, Moçambique, Chade, Burquina Faso, Mali, Eritréia, República Centro Africana, Guiné e Burundi, os piores do índice, as taxa de mortes no trânsito alcançam números altíssimos, tanto por 100 mil habitantes, como por 1 mil veículos.

09. O Brasil, quando comparado com os países do primeiro grupo do IDH, é uma nação

O brasileiro, no volante de um carro, em muitos casos, é um bárbaro mal educado, bêbado e sem precaução (o céu, para ele, não é o limite, é o escopo). Todos os ingredientes da salada mortífera são abundantes. Resultado: perto de 45 mil mortes por ano. Solução: educação de qualidade para todos (inclusive para o escolarizado, que sempre tem algo a mais a aprender para viver humanamente, ou seja, respeitando todos os seres humanos), mais forte redistribuição de renda (melhor renda per capta) e rápida diminuição nas desigualdades, começando pelas educacionais e socioeconômicas.

*Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Insituto Avante Brasil.

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mil veículos: menos 68,3%. Isso se deve ao incremento da frota automotiva brasileira. Quanto mais carros circulando no país, menos a quantidade de mortos por 100 mil veículos. A média de crescimento anual de mortes no trânsito, para este período, é de 2,77%. Faz 32 anos que os óbitos estão aumentando fortemente e não se vê nenhuma política pública adequada de prevenção de mortes (é uma prova inequívoca do quanto as políticas públicas não valorizam a vida). As autoridades sempre empurram o problema com a barriga (são, portanto, administradores de mortes, não tutores da vida). Vejamos:

06. A solução para as mortes no trânsito passa pela educação e conscientização cívica e ética do cidadão, engenharia (dos carros, das ruas e das estradas), fiscalização, primeiros socorros e punição concreta (efetiva). A fórmula é: ECEFPP. Falhamos em todos esses itens, a começar pela nossa formação (3/4 da população brasileira é analfabeta funcional: não entende o que lê ou não sabe fazer operações matemáticas mínimas). De outro lado, de acordo com FGV, para 81% é muito fácil burlar as leis no país! Analfabetismo (funcional) + falta de cidadania ética + ojeriza do brasileiro em cumprir as leis (principalmente as de trânsito) + ausência de uma efetiva fiscalização = 45 mil mortes por ano.

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07. Para constatar isso basta comparar o Brasil com os países de capitalismo evoluído e distributivo. Selecionamos uma elite (um grupo) de 18 países (dentre os 21 primeiros no IDH), que se identificam com o que estamos chamando de “escandinavização”, ou seja, que apresentam baixo índice de violência e métodos socializadores altamente civilizados, muito semelhantes aos dos países da Escandinávia (Noruega, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Islândia e Ilhas Feroé), apesar das suas diferenças culturais, sociais, jurídicas e históricas. Esses países “escandinavizados” ou em processo de “escandinavização” possuem as seguintes médias: PIB per capita de USD 50.084, Gini de 0,301 (pouca desigualdade e, ao mesmo tempo, pouca concentração da riqueza nas mãos de pouquíssimas pessoas), 1,1 homicídios por 100 mil habitantes, 5,8 mortos no trânsito por 100 mil pessoas, 18.552 presos (na média) e 98 encarcerados para cada 100 mil pessoas. Vejamos:

08. Mortes no trânsito e IDH. Os países do primeiro grupo (IDH muito elevado = países de capitalismo evoluído e, normalmente, distributivo e civilizado) matam muito menos no trânsito (média de 0,17 para cada mil veículos ou 7,7 mortes para cada 100 habitantes). Os números dos grupos seguintes (IDH elevado, médio e baixo) são: 0,81 e 16,2 (segundo grupo), 2,80 e 18,4 (terceiro grupo) e 22,38 e 20,6 (quarto grupo). O Brasil mata 0,66 para cada mil veículos (perto da média do segundo grupo) e 22 pessoas para cada 100 mil (no quarto grupo). Em síntese, somos muito violentos. Vejamos:

fracassada. A causa principal é o capitalismo extremamente desigual (extrativista, patrimonialista e clientelista), que não tem nada a ver com o capitalismo distributivo das nações avançadas e prósperas como Noruega, Austrália, Holanda, Alemanha, Nova Zelândia, Irlanda, Suécia, Suíça, Coreia do Sul e Japão, etc. As quatro instituições que levam os países para a glória ou para o buraco são as seguintes: políticas (Estado/democracia), econômicas (modelo de economia), sociais (sociedade civil/incivil) e jurídicas (império da lei repressiva, das garantias e do devido processo).

10. O gigante inacabado chamado Brasil apresenta sérios problemas no funcionamento de todas as instituições assim como nos seis eixos citados (Educação, Conscientização cívica e ética, Engenharia, Fiscalização, Primeiros socorros e Punição efetiva). O sistema educacional é um dos mais deploráveis do planeta (últimas colocações no PISA). Grande parcela dos carros é insegura e as estradas são esburacadas e mal sinalizadas. O Estado negligencia na fiscalização, os primeiros socorros são demorados e a punição é muito falha. Os países com os melhores IDH´s apresentam baixíssimas taxas de mortes no trânsito, com exceção dos Estados Unidos, país com a maior frota de veículos do mundo e alta incidência de violência (quando comparados com essa elite de dez países). Já entre os países com baixos IDH´s, como Níger, República Democrática do Congo, Moçambique, Chade, Burquina Faso, Mali, Eritréia, República Centro Africana, Guiné e Burundi, os piores do índice, as taxa de mortes no trânsito alcançam números altíssimos, tanto por 100 mil habitantes, como por 1 mil veículos.

09. O Brasil, quando comparado com os países do primeiro grupo do IDH, é uma nação

O brasileiro, no volante de um carro, em muitos casos, é um bárbaro mal educado, bêbado e sem precaução (o céu, para ele, não é o limite, é o escopo). Todos os ingredientes da salada mortífera são abundantes. Resultado: perto de 45 mil mortes por ano. Solução: educação de qualidade para todos (inclusive para o escolarizado, que sempre tem algo a mais a aprender para viver humanamente, ou seja, respeitando todos os seres humanos), mais forte redistribuição de renda (melhor renda per capta) e rápida diminuição nas desigualdades, começando pelas educacionais e socioeconômicas.

*Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Insituto Avante Brasil.

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CONGRESSO AIAFA BRASIL DE GESTORES DE FROTAS REÚNE 500 PROFISSIONAIS DO SETOR

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quarta edição do Congresso AIAFA Brasil de Gestores de Frotas, em São Paulo, reuniu cerca de 500 profissionais do setor, entre gestores de frotas e representantes de montadoras, locadoras, empresas gestoras e prestadoras de serviços. Eles participaram de mesas de debate e palestras ministradas por especialistas renomados, que compartilharam experiências e estratégias sobre as tendências da gestão de frotas. O Congresso foi realizado pela Associação Internacional de Administradores de Frotas de Automóveis (AIAFA), no último dia 30 de outubro, no Auditório Elis Regina – Parque Anhembi. O evento foi organizado em parceria com o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. “O Congresso AIAFA Brasil se firmou como principal encontro de profissionais do segmento de frotas no Brasil, possibilitando a troca de experiências nos variados níveis de gestão”, afirmou Jaume Verge, vicepresidente executivo da AIAFA. “Foi uma satisfação realizar um evento voltado a um grande número de participantes, com palestrantes de alto nível e apoiado pelas principais empresas do segmento”, comemorou Verge.

Cases inspiradores Durante o Congresso AIAFA, o público teve a oportunidade de conhecer cases inspiradores e técnicas para potencializar o desenvolvimento e a profissionalização dos gestores de frotas. Flávio Tavares, diretor de marketing e vendas da GolSat, foi um dos palestrantes. Ele falou sobre as particularidades e os desafios da gestão de frotas e ressaltou a necessidade de profissionalizar a função para que o gestor possa ter melhores condições de conhecer o cenário em que atua e capacidade para modificá-lo. No congresso, os profissionais debateram ainda sobre telemetria aplicada ao controle de custos de frota, estratégias de gestão de combustíveis, sustentabilidade e redução de custos, técnicas de gestão e tendências do mercado de locação para frotistas. O próximo evento da AIAFA Brasil será o Dia da Frota, em maio deste ano, no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Mais informações sobre como participar estão no site www.br.aiafa.com.

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CONGRESSO AIAFA BRASIL DE GESTORES DE FROTAS REÚNE 500 PROFISSIONAIS DO SETOR

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quarta edição do Congresso AIAFA Brasil de Gestores de Frotas, em São Paulo, reuniu cerca de 500 profissionais do setor, entre gestores de frotas e representantes de montadoras, locadoras, empresas gestoras e prestadoras de serviços. Eles participaram de mesas de debate e palestras ministradas por especialistas renomados, que compartilharam experiências e estratégias sobre as tendências da gestão de frotas. O Congresso foi realizado pela Associação Internacional de Administradores de Frotas de Automóveis (AIAFA), no último dia 30 de outubro, no Auditório Elis Regina – Parque Anhembi. O evento foi organizado em parceria com o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. “O Congresso AIAFA Brasil se firmou como principal encontro de profissionais do segmento de frotas no Brasil, possibilitando a troca de experiências nos variados níveis de gestão”, afirmou Jaume Verge, vicepresidente executivo da AIAFA. “Foi uma satisfação realizar um evento voltado a um grande número de participantes, com palestrantes de alto nível e apoiado pelas principais empresas do segmento”, comemorou Verge.

Cases inspiradores Durante o Congresso AIAFA, o público teve a oportunidade de conhecer cases inspiradores e técnicas para potencializar o desenvolvimento e a profissionalização dos gestores de frotas. Flávio Tavares, diretor de marketing e vendas da GolSat, foi um dos palestrantes. Ele falou sobre as particularidades e os desafios da gestão de frotas e ressaltou a necessidade de profissionalizar a função para que o gestor possa ter melhores condições de conhecer o cenário em que atua e capacidade para modificá-lo. No congresso, os profissionais debateram ainda sobre telemetria aplicada ao controle de custos de frota, estratégias de gestão de combustíveis, sustentabilidade e redução de custos, técnicas de gestão e tendências do mercado de locação para frotistas. O próximo evento da AIAFA Brasil será o Dia da Frota, em maio deste ano, no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Mais informações sobre como participar estão no site www.br.aiafa.com.

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PARAR MAGAZINE

TECNOLOGIA PARA GESTÃO DE FROTAS LEVES

4ª EDIÇÃO . FEVEREIRO 2015

O MAIOR EVENTO SOBRE GESTÃO DE FROTAS LEVES DO BRASIL

“PRIMEIRA EMPRESA DO BRASIL A UNIR TELEMETRIA, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE.”

Bons resultados na gestão de frotas não precisam de muito tempo para acontecer Rejane Guse, eleita GESTORA DE FROTAS 2014 durante a Conferência Global PARAR 2014.

e mais PÁG. 15 O futuro do gerenciamento de frotas no mundo PÁG. 16 PARAR e Global NCAP Paraná

CONSIDERADA UMA DAS MELHORES EMPRESAS DO PARANÁ PARA SE TRABALHAR.

Agende uma visita com um de nossos consultores e saiba mais:

0800 400 8585 | 43 3315 9595 golsat.com.br

PÁG. 22 Telemetria e a profissionalização da gestão PÁG. 24 Perfil de compras do consumidor de frotas


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