O Elefante de Marfim - Portitura de Ciberfonia

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22 .6.3.1 . Para o esteta, a arte é interessante em suas teorias abstratas; para o diletante, ela é valiosa por suas realizações sensíveis; mas é a unidade entre teoria e prática que o artista estético mais aprecia e que enfatiza em seu ensino-obra. Em quase todas as disciplinas das “Belas Artes”, há uma forte tradição de formação em técnicas de experimentação e observação (de vivências poéticas) – repetindo experiências históricas famosas, usando paletas e instrumentos de época, observando métricas parnasianas e curvas de camartelos sobre as rochas esculpidas. Esta repetição, como os ensaios técnicos, são a apreensão e questionamento sensível de conhecimentos estéticos teóricos prévios. Se aprendemos a falar sem esforço, para ler e escrever precisamos interpor toda nossa escuta e da ajuda de outrxs. A música se põe neste vão: entre canto-fala e canto-escrita, ar e teia. 22 .6.3.2 . A estudante de arte costuma encontrar uma nova entidade relacional estética, tal como um campo magnético, primeiro como uma intuição sensível e depois tem de manipular seu corpo e seus instrumentos até que a relação se torne real para ela. No devido tempo, pode ser forçada a afirmar que sua obra é um paradigma da experiência estética universal. No curso de sua breve formação universitária, raramente terá tempo ou oportunidade para internalizar o paradigma inteiro em toda sua riqueza e complexidade, e pode sair da universidade com pouco mais do que uma doutrinação incerta nos aspectos mais avançados das técnicas de produção e controle de seu tema.


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