Revista Maçonaria em Destaque - Março/2020 - GLMMG

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EDITORIAL

e as más práticas políticas para delas se beneficiarem, seja por dinheiro seja por poder, se torna bem factível.

Provocaríamos, também, o despertar dessa desejável conduta cidadã inspirado em uma música de muito sucesso no passado que metaforicamente retrata bem a omissão dos cidadãos dando lastro ao título “admirável gado novo”.

Equação: Cidadania x Pandemia

A intenção inicial quanto ao conteúdo deste texto era promover reflexões focadas na nossa responsabilidade cidadã em relação ao importante evento democrático previsto para outubro deste ano, que é a eleição para prefeitos e vereadores em todos os municípios brasileiros.

Abordaríamos a importância de nos mantermos atentos na avaliação dos pré-candidatos, estudando seu perfil ético, seu histórico de vida, seus pensamentos e projetos de alcance público, enfim, diagnosticar quem será o mais indicado para figurar como nosso representante e assim exercermos o direito de voto da forma mais acertada possível, com os olhos voltados para os interesses da sociedade.

Com essa postura cidadã a probabilidade de alijamento daqueles que cultuam a desorganização social

Sem dúvida, a negligência do cidadão eleitor é terreno fértil para o subproduto desejado pelos maus políticos que habilidosamente buscam uma “massa de manobra”.

Suplicaríamos a todos os cidadãos se empenharem em fazer com que as pessoas das suas relações pessoais compreendam a engrenagem da democracia e “fujam da ignorância”, notadamente aos “que vivem mais perto dela”, numa incansável caminhada em busca de “um povo feliz”. Enfim, rogaríamos toda sabedoria e força para fazermos o nosso Brasil estável, justo e perfeito.

E, para concluir este assunto, encorajamos todos os leitores a assimilarem a matéria posta nas páginas 32 a 35 – A Tecnologia Maçônica e o Dualismo Político-Social: Sinais da Maçonaria 4.0” que traz uma reflexão cientifica conjugada com a nossa vocação e compromissos, muito apropriada para este momento

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conturbado de polarização político-ideológico vivido pelo Brasil nos últimos tempos. Relevantíssimas, igualmente, as orientações absorvidas da entrevista com o nosso Irmão Carlos Márcio, juiz de direito e eleitoral, páginas de 10 a 13.

Entretanto, na hora em que nos preparávamos para a redação deste editorial, vimo-nos na contingência de tomar uma decisão muito dolorosa e impactante, qual seja, a de cancelar a realização da nossa Assembleia Geral Plenária do 21 de março e no mesmo ato recomendar a suspensão de todas as atividades maçônicas na nossa jurisdição, em razão da Pandemia Covid-19, conforme matéria elucidada nas páginas de 04 a 05.

A propósito dessa questão, outra obra musical inspirou nossas considerações – “o dia em que a terra parou”. Foi essa a sensação que nos acometeu, diante dos previsíveis resultados de um isolamento social, com restrições de ir e vir, paralisação de atividades culturais, comerciais, industriais e profissionais, tudo isso prenunciando reflexos extremamente negativos na economia de um País já combalido, potencializando inimagináveis sofrimentos para a sociedade.

E, diante das constatações das autoridades de saúde quanto à falta de leitos hospitalares para atendimento aos inevitáveis doentes infectados pelo coronavírus, cujo sistema de saúde em condições normais nunca esteve suficientemente estruturado, vem à nossa mente os atos de corrupção historicamente praticados em nosso País, os investimentos em estádios de futebol, os expedientes de desvio de dinheiro público, regalias e privilégios conferidos a determinadas classes, e ainda os absurdos fundos partidário e eleitoral que somam três bilhões de reais, estes destinados a financiar expedientes de marketing profissional que beneficiam os caciques políticos e, adredemente, inibe a prefalada e necessária consciência do povo.

Eis que, portanto, a mensagem primitiva (responsabilidade cidadã) fundida às realidades dessa triste pandemia, dão ensejo às seguintes EQUAÇÕES:

Que o G.A.D.U. abençoe nosso País e o nosso Povo, dando-nos capacidade para vencer os desafios deste momento tormentoso e nos faça suficientemente lúcidos para realizar as melhores escolhas no próximo pleito eleitoral.

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Edilson de Oliveira Grão-Mestre

Secretaria de Saúde, Esporte e Lazer

Roberto José de Paiva Secretário de Saúde, Esporte e Lazer

CORONAVIRUS (COVID-19)

A Secretaria de Saúde, Esporte e Lazer do Grão-Mestrado (SESEL), sob coordenação do Irmão Roberto José de Paiva, preocupada com o avanço do coronavirus (COVID-19) em Minas Gerais, está mantendo contato constante com o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Dr. Dario Brock, para obter as informações mais recentes acerca da doença, e repassá-las à comunidade maçônica da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG), através de seus canais de comunicação.

Uma das ferramentas que está sendo utilizada pela Secretária de Saúde de Minas Gerais, é o endereço eletrônico www.saude.mg.gov.br/ coronavirus, que apresenta um boletim completo sobre o tema, e que deve ser amplamente divulgado pelos Irmãos e Lojas jurisdicionadas à GLMMG.

Neste sentido, mesmo com toda a informação difundida nas redes sociais e na imprensa sobre o assunto, a SESEL não se furtou em condensar alguns tópicos sobre o que vem a ser a doença, a forma de prevenção, os sintomas, o tratamento, dentre outras informações que devem ser conhecidas, principalmente por ter a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarado, no dia 11/03, pandemia para o COVID-19, infecção causada pelo novo coronavírus.

O que é coronavírus?

Os coronavírus (CoV) são uma grande família de vírus, conhecidos desde os anos 60, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais.

Apesar de alguns desses vírus causarem síndromes respiratórias graves, geralmente, infecções por coronavírus são comuns ao longo da vida e causam doenças respiratórias leves ou moderadas, semelhantes a um resfriado comum.

Atualmente, os chineses identificaram um novo vírus que provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19), após a ocorrência inicial de 27 casos de síndrome respiratória aguda, na cidade de Wuhan, dos quais sete foram relatados como graves.

Quais são os sintomas do coronavírus?

Os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias.

No entanto, o coronavírus ainda precisa de mais estudos e investigações para se caracterizarem melhor os sinais e sintomas da doença.

Os principais sintomas conhecidos até o momento são:

• Febre; • Tosse; • Dificuldade para respirar.

Existe tratamento disponível para o COVID-19?

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. É indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos). Casos mais graves são tratados em hospitais.

Devo usar máscara na rua ou em ambientes fechados para proteção?

Neste momento não há indicação do uso contínuo de máscara. A recomendação é para pacientes suspeitos, profissionais da área da saúde ou de apoio, responsáveis pelo atendimento, ou acolhimento desses casos. No entanto, as medidas gerais para prevenir a disseminação de vírus respiratórios devem ser seguidas.

Como prevenir a infecção pelo novo coronavírus?

Para evitar a propagação do agente coronavírus, da gripe e de outras doenças respiratórias, relembre algumas ações preventivas que podemos adotar:

• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabão, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.

Lave sempre que:

• Chegar em casa ou no trabalho;

• Logo ao descer do transporte público;

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• Após usar o banheiro;

• Antes de alimentar-se e antes e após o preparo de alimentos, do contato com pessoas doentes e de tratar qualquer machucado, principalmente em crianças;

• Evite tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;

• Evite contato próximo com pessoas doentes;

• Cubra boca e nariz ao tossir ou espirrar, com o cotovelo flexionado ou com um lenço de papel, e jogue-o no lixo;

• Limpe e desinfete objetos e superfícies tocados com frequência;

• Mantenha os ambientes bem ventilados;

• Não compartilhe objetos de uso pessoal (talheres, pratos, copos ou garrafas).

• A melhor maneira de prevenir a infecção é evitar ser exposto ao vírus;

Planos de saúde vão cobrir teste para Coronavírus

Em reunião realizada no dia 10/03/2020, na sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com representantes de operadoras de planos de saúde, de entidades representativas do setor e os diretores da reguladora, ficou acertada a inclusão do exame para detecção do Coronavírus (COVID-19) no rol de Procedimentos e

Eventos em Saúde, que constitui a cobertura mínima obrigatória para os beneficiários de planos de saúde.

A Agência está detalhando os aspectos técnicos da medida, como o tipo de exame que deverá fazer parte da cobertura obrigatória e as Diretrizes de Utilização (DUTs) que serão necessárias para adequação aos protocolos do Ministério da Saúde e prazos necessários para que a medida seja implementada.

A ANS esclarece que a cobertura do tratamento aos pacientes diagnosticados com o Covid-19 já é assegurada aos beneficiários de planos de saúde, de acordo com a segmentação de seus planos (ambulatorial, hospitalar).

Organização Mundial de Saúde (OMS) - pandemia de COVID-19

A informação foi confirmada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa no dia 11/03.

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Durante a fala, ele destacou que há hoje 118 mil casos em 114 países e que 4.291 pessoas perderam a vida por causa da doença.

"Os números de casos, de mortes e o número de países afetados deve ser ainda maior nos próximos dias e nas próximas semanas."

Ghebreyesus afirmou ainda que a OMS está "profundamente preocupada" com o níveis "alarmantes" de disseminação da doença e de "inação", mas que o fato de o surto global ter evoluído para uma pandemia não significa que seja impossível reverter a situação atual.

"A palavra pandemia não deve ser usada de forma descuidada ou leviana. É uma palavra que, se mal empregada, pode despertar medo irracional ou a aceitação injustificável de que a luta acabou, levando a sofrimento e mortes desnecessárias."

"Todos os países devem encontrar um bom equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar problemas econômicos e sociais e respeitar os direitos humanos."

O diretor-geral ressaltou ainda que as orientações da OMS aos países seguem as mesmas: ativar e ampliar os mecanismos de resposta a emergências, comunicar-se com a população sobre os riscos e sobre como se proteger, encontrar, isolar, testar e tratar todos os casos de covid-19, além e rastrear todos os infectados. "Estamos todos juntos, para fazer as coisas certas com calma e proteger os cidadãos em todo o mundo. É factível", declarou.

O que é pandemia?

O termo é usado para descrever situações em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas de forma simultânea no mundo inteiro.

Um exemplo recente é o da gripe suína, em 2009, à qual é atribuída a morte de centenas de milhares de pessoas, de acordo com a estimativa de especialistas.

As pandemias acontecem, em geral, quando há um vírus novo capaz de infectar seres humanos com facilidade e de ser transmitido de uma pessoa a outra de forma eficiente e continuada.

O novo coronavírus, pelo que se sabe até agora, tem essas características.

Assim, sem uma vacina contra o agente patogênico ou tratamento que possa prevenir a doença, conter a sua disseminação é crucial.

De acordo com a descrição da OMS, uma pandemia se caracteriza quando está se espalhando entre seres humanos em uma série de países. Ela acontece quando há o aparecimento de surtos localizados em diversas regiões do mundo ao mesmo tempo.

O novo coronavírus já chegou a 110 países e a todos os continentes, exceto a Antártida, e infectou mais de 113,7 mil pessoas, levando cerca de 4 mil delas à morte.

A OMS estima que 3,4% dos pacientes morrem por causa de COVID-19. Mas alguns especialistas estimam que essa taxa de letalidade gire em torno de 2% ou menos.

Agencia Brasil / Sociedade Brasileira de Infectologia / Governo do Estado de Minas Gerais / Internet

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Fontes/Foto:

Grande Loja Maçônica de Minas Gerais anuncia apoio ao Programa “Percursos Gerais:

Trajetória

para Autonomia”

cou as Lojas para engajarem nas atividades que posteriormente serão definidas, por meio de uma circular para oficializar a parceria.

Objetivos

O Subsecretário de Trabalho e Emprego, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (SEDESE), Raphael Vasconcelos Amaral Rodrigues foi recebido na Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG), pelo Grão-Mestre Edilson de Oliveira. O Subsecretário estava acompanhado pelos membros do órgão, que vieram apresentar o programa “Percursos Gerais: Trajetória para Autonomia”, lançado pelo governador Romeu Zema, em dezembro de 2019, em Belo Horizonte.

O programa “Percursos Gerais” é parte da estratégia do Governo do Estado na busca pela redução das múltiplas formas de vulnerabilidade social e formaliza parcerias com entidades públicas e privadas. Assim, o motivo deste primeiro encontro com o Grão-Mestrado, foi para o entendimento de como a GLMMG poderá apoiar o projeto, já que este guarda muita sinergia com os propósitos da instituição maçônica.

O Grande 2º Vigilante Rodrigo Otávio dos Anjos, e o Secretário de Relações Institucionais, o Irmão Acácio Murilo Neiva também estiveram presentes durante a visita realizada no dia 05/02/2020.

Apoio da GLMMG

Ao final da reunião, após conhecer o projeto, entender sua importância para o desenvolvimento do estado e identificar pontos em seus propósitos convergentes com os desenvolvidos pela GLMMG, o Grão-Mestre Edilson de Oliveira definiu as primeiras ações para envolvimento e contribuição da Grande Loja.

O Grão-Mestre informou oficialmente que já transmitiria aos Irmãos sobre a adesão da Ordem ao programa, e convo-

O objetivo do programa “Percursos Gerais” é reduzir a vulnerabilidade das famílias pobres e extremamente pobres de 73 municípios mineiros, identificados com necessidades prioritárias em diversos campos sociais. Serão adotadas ações das diferentes áreas de atuação da SEDESE e demais setores parceiros - esporte, drogas, direitos humanos, assistência, habitação, segurança alimentar e nutricional, trabalho e renda, dentre outros.

O Programa busca criar articulações organizacionais de órgãos internos ao governo, estabelecer parcerias estratégicas externas e captar recursos através de fundos de financiamento e emendas parlamentares para subsidiar ações de geração de renda, esporte e lazer, assistência social, segurança alimentar e nutricional, habitação social, direitos humanos, e política de

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prevenção e cuidado sobre drogas.

A partir da articulação de ações entre as diferentes áreas da SEDESE e demais órgãos e parceiros envolvidos, o “Percursos Gerais” vai estabelecer ações que contribuam para que os indivíduos pobres e extremamente pobres possam sair dessa condição e ter mais autonomia, através da garantia de direitos que só pode ser encarada de maneira efetiva quando vista de modo intersetorial.

piloto, por concentrar mais municípios vulneráveis. São elas: Água Boa, Ataleia, Bartópolis, Caraí, Catuji, Crisólita, Frei Gaspar, Fronteira dos Vales, Itaipé, Ladainha, Novo Cruzeiro, Novo Oriente de Minas, Ouro Verde de Minas, Padre Paraíso, Santa Helena de Minas e Setubinha.

municípios para a resolução de problemáticas comuns que investem contra a qualidade de vida dos cidadãos.

Lançamento

Municípios mineiros mais necessitados

Atualmente, 40% das famílias mineiras vivem com menos de R$ 89 por mês per capita. E segundo o plano de metas para desenvolvimento do Estado, o percentual de pessoas abaixo da linha da extrema pobreza em 2018 foi de 12,8%.

A meta estabelecida para 2030 é a redução para 8,5%.

A primeira fase, que já está em cumprimento, vai contemplar 16 cidades com baixo IDHM que fazem parte da Diretoria Regional de Desenvolvimento Social em Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), que se tornou o alvo prioritário do programa

A meta que até 2021, os 73 municípios de 12 diferentes regionais da SEDESE sejam atendidos, aproveitando o potencial humano, econômico e cultural da região que pode ser fomentado através de políticas bem informadas para este território.

Benefícios

Impactar positivamente a vida econômica, social e habitacional das cidades que receberem o Programa, com ações que visam a captação de recurso e que auxiliem financeiramente as ações; o apoio técnico e logístico das equipes e setores envolvidos no planejamento, implementação e avaliação do Programa; elaboração de diagnósticos técnicos qualificados sobre a situação dos municípios e possibilidades futuras de melhorias; articulação com setores do estado e com outros

No lançamento do projeto o governador Romeu Zema, ressaltou a importância do programa para mudar a realidade nas regiões mais carentes de Minas. “Tenho absoluta convicção que este projeto vai fazer uma diferença substancial, tudo dentro de um contexto muito maior, um contexto de mudança que estamos fazendo na forma de governar”.

Zema falou do cenário de pobreza em Minas Gerais e no Brasil. “Muitas famílias que não têm condições de colocar dentro de casa um alimento necessário e isso está muito ligado às deficiências na forma de governar. Nós, historicamente, temos um governo que representa pouco aqueles que o elegem, um Estado mais preocupado em se manter do que em devolver recursos e serviços à população que paga com tanto sacrifício os impostos. Eu tenho convicção que atual gestão está mudando isso”, afirmou.

Na ocasião, a secretária

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de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, pontuou. “Seguindo as orientações do governador Romeu Zema, estamos propondo uma política responsável, que não aumenta gastos, mas otimiza a atuação de várias políticas no território. Não estamos apresentando uma solução mágica para os problemas. Sabemos dos nossos desafios e temos a certeza que esse primeiro passo já é uma mudança. Promover a autonomia dos indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade é uma esperança para que, no futuro, eles possam fazer suas escolhas”, finalizou.

Municípios do Programa

Água Boa

Atalaia Bertópolis Caraí Catuji Crisólita Frei Gaspar Fronteira dos Vales Itaipé Ladainha Novo Cruzeiro Novo Oriente de Minas Ouro Verde de Minas Padre Paraíso Santa Helena de Minas Setubinha Cachoeira de Pajeú Curral de Dentro Fruta de Leite Josenópolis

Montezuma

Ninheira Padre Carvalho Rubelita Santa Cruz de Salinas Alvorada de Minas Angelândia Aricanduva Coluna

Frei Lagonegro Materlândia Presidente Kubitschek Rio Vermelho Santo Antônio do Itambé Serra Azul de Minas Bonito de Minas Cristália Ibiracatu Juvenília Miravânia Pai Pedro Pintópolis Santo Antônio do Retiro São João da Ponte São João das Missões Varzelândia Verdelândia Bandeira Felisburgo Joaíma Mata Verde Monte Formoso Palmópolis Santo Antônio do Jacinto Chapada do Norte Comercinho Ponto dos Volantes Congonhas do Norte Alvarenga Nacip Raydan Nova Belém São José da Safira

São José do Jacuri São Sebastião do Maranhão Senhora do Porto Morro do Pilar Araponga Fervedouro Orizânia Pedra Bonita Sericita Cipotânea Imbé de Minas

Dados dos 73 municípios do Programa Percursos Gerais

POBREZA 43% da população vive com menos de R$ 89 mensais per capita.

ESCOAMENTO SANITÁRIO

44% da população de baixa renda vive em domicílios sem escoamento sanitário adequado.

ÁGUA ENCANADA 18% das famílias de baixa renda não têm água encanada.

RENDA 45% das pessoas de baixa renda vivem em famílias sem renda advinda de trabalho ou seguro desemprego.

TRABALHO 69% das pessoas de baixa renda em idade ativa não trabalham.

ESCOLARIDADE JOVEM 46% dos jovens de baixa renda com idade acima de 18 anos não estudam e não completaram o ensino médio.

ESCOLARIDADE ADULTA 44% das pessoas de baixa renda com 30 anos ou mais não têm ensino fundamental.

QUESTÃO RACIAL 83% da população extremamente pobre (R$89 mensais per capita) é autodeclarada negra.

Fontes/Fotos: Jornal O Tempo/Agência Minas/SEDESE

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Coluna da Força

DEVEMOS NOS PREPARAR PARA A FUNÇÃO

cadeira, colocar a “jóia” e fazer o que prescreve o ritual durante as sessões maçônicas.

Em breve, haverá mudanças dos dirigentes das Lojas. Teremos novos Veneráveis Mestres, Vigilantes e, certamente, ocorrerão também algumas substituições de Dignidades e Oficiais.

Antes de desenvolvermos este tema, permita-me esclarecer que não existem os cargos Tesoureiro Ad Vitam, Secretário Ad Aeternum, Mestre de Cerimônias “imortal”, Mestre de Harmonia “único” ou Guarda do Templo de “alta patente”. Com certeza, temos Irmãos que se destacam no desempenho de um ou outro cargo, mas, a ausência de alternância nos cargos não é salutar para a Loja, assim como para os Irmãos.

Devemos todos estar preparados para ajudar onde e quando for necessário. Somente assim, praticando todos os Ofícios, estaremos exercendo nossa verdadeira função na administração da Loja, principalmente aqueles que aspiram à liderança.

Para além do cargo, o mais relevante é se conscientizar da função. De forma simplista, o cargo é sentar na

Já, a função é a prática, o exercício para além das quatro paredes do Templo. Isso é facilmente compreendido quando nos lembramos do verdadeiro Irmão Hospitaleiro, ou devo escrever, do Irmão Hospitaleiro de verdade?

Que possa o Grande Arquiteto do Universo iluminar a todos que aspiram colaborar com o bom andamento dos trabalhos e progresso de sua Oficina, indiferente de Graus, Funções ou Cargos e, principalmente: não esqueçamos que tudo é transitório e logo, em breve, nossos títulos serão precedidos do prefixo “ex”.

Esta conscientização explicita as diferenças entre Obreiro e Membro. Devemos nos lançar na função (que é produtiva) e não ao cargo (que é representativo). Ao mesmo tempo em que podemos e merecemos exercer as funções e provado isso de forma harmoniosa entre os Irmãos da Loja, devemos, sem pseudo-humildade dizer, por exemplo: “EU SOU O VENERÀVEL MESTRE DA LOJA...”

Esta afirmativa poderia sugerir vaidade. Então, polidamente e equivocada-

mente, dizemos: “EU ESTOU VENERÁVEL MESTRE DA LOJA...”

A questão a ser maçonicamente refletida é que, por meio da conscientização da função, transmitimos a segurança, a estabilidade e a confiança do verbo SER, em contrapartida à fragilidade e à inconstância do verbo ESTAR.

Durante o período para o qual você foi eleito ou convidado para o cargo, SEJA O CARGO. Que o Venerável Mestre desperte admiração e respeito; que seus auxiliares diretos estejam sempre vigilantes ao que se passa em suas colunas; que os Mestres desempenhem com maestria seus cargos. AFINAL NENHUM DE NÓS ESTÁ MAÇOM. NÓS SOMOS MAÇONS!

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Fraternalmente Saudações, estimado Irmão!

Eleições Municipais 2020

ENTREVISTA

Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo

Juiz de Direito - Comarca de Betim / Juiz Eleitoral da 319ª Zona Eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, em dezembro de 2019, o calendário das eleições municipais de 2020. Pelo cronograma, o primeiro turno acontecerá em 4 de outubro, e o segundo turno, em 25 de outubro, das 08h às 17h, em ambos os casos.

Os eleitores irão às urnas mais uma vez para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores - principais agentes públicos - que vivem mais próximos das comunidades e de suas realidades.

É no município que a vida em sociedade acontece com toda sua intensidade, onde o homem comum vive seus dramas cotidianos, trabalha, estuda, diverte, e busca ser atendido em seus Direitos Fundamentais pelos Poderes Públicos constituídos.

A revista "Maçonaria em Destaque", cumprindo sua função social de

manter informado seu público sobre assuntos relevantes para a vida pública e privada de sua comunidade, entrevistou o Dr. Carlos Marcio de Souza Macedo, Juiz de Direito Titular da 4ª Vara Cível de Betim, Juiz de Direito orientador da EJEF (Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes) e Juiz Eleitoral da 319ª Zona Eleitoral.

O foco é alertar o eleitor a cerca da sua responsabilidade como protagonista no processo eleitoral, pois tem o dever de escolher os melhores representantes políticos, os quais deverão encontrar as soluções eficazes para as cidades, que sofrem as mazelas sociais da falta de infraestrutura básica digna, do trânsito caótico, de escolas, segurança, saúde e habitação cada vez mais em ruínas.

Como também, destacar os problemas das fake news, que surgem para tu-

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multuar, enganar, confundir os eleitores, e influenciar o processo eleitoral de forma negativa, comprometendo o trabalho complexo do TSE em todo o país, aumentando o dualismo político-social, onde, para cada lado, o que importa é vencer a luta pelo poder, apenas pelo poder em si.

Entrevistador: Como o senhor observa a questão de responsabilidade do eleitor quanto ao pleito eleitoral no Brasil?

Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo: A Constituição Federal estabelece a importância do eleitor quanto ao pleito eleitoral no Brasil, inclusive impondo o exercício do voto a todos os maiores de 18 anos e menores de 70 anos de idade, ressalvados casos específicos e trazidos no texto.

demonstrar o crescimento democrático de nosso país.

Entrevistador: Considerando que neste ano de 2020 teremos eleições municipais, quais as observações devemos fazer quanto a participação efetiva do eleitor?

Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo: Neste ano teremos eleições municipais em todo o país, para escolha de prefeitos e vereadores.

Tais governantes são os que estão mais próximos do eleitor, durante os quatro anos de seus mandatos e, por isso, são mais cobrados por todos.

do país têm responsabilidade com o for-

Entretanto nós, Maçons, temos responsabilidade ainda maior."

O eleitor tem que estar ciente de suas responsabilidades para escolher os mandatários do país, lembrando, sempre, como estabelece a própria Carta Magna Brasileira, que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei.

Somente com a nossa presença durante todo o processo eleitoral, observando os candidatos, compreendendo seus planos de governo e suas intenções para o bem da comunidade, é que poderemos escolher os melhores para administrar nossa nação.

O eleitor tem que participar, para

Para a participação efetiva do eleitor, este precisa observar que, para votar em outubro de 2020, deverá estar com seu título eleitoral regular, sendo certo que o último dia para solicitar alistamento eleitoral e transferência é o dia 06/05/2020, em todos os cartórios eleitorais do país.

Após esta data o alistamento fica suspenso, pelos 150 dias que antecedem a eleição, nos termos do art. 91 da Lei nº: 9.504/97.

Entrevistador: Como é do seu conhecimento, a GLMMG instituiu e vem trabalhando o programa “Cultura Cidadã”; qual a sua avaliação sob a ótica do dever do Maçom quanto ao fortalecimento da democracia, com fincas no processo eleitoral?

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"Todos os cidadãos
talecimento da democracia.

Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo: Todos os cidadãos do país têm responsabilidade com o fortalecimento da democracia. Entretanto nós, Maçons, temos responsabilidade ainda maior.

É que somos construtores sociais e, por tal motivo, precisamos estar cientes de que, para o bem de nossa nação, necessário levar aos demais cidadãos as informações corretas sobre a importância do processo eleitoral e a necessidade de que todos pratiquem com afinco a democracia.

Precisamos expor ensinamentos democráticos ao maior número de pessoas possível.

O "Projeto Cidadania Efetiva "que faz parte do programa "Cultura Cidadã" vem em ótima hora, na medida em que visa capacitar o máximo de pessoas possíveis ao exercício d e boas práticas de cidadania.

O Maçom tem responsabilidade social em altíssimo grau, e disso não podemos nos divorciar jamais.

Entrevistador: Qual a importância de o eleitor não se deixar influenciar no processo eleitoral?

Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo: Desde os primórdios temos lutado para que o eleitor não se deixe influenciar no processo eleitoral.

A histórica atuação dos Maçons em

momentos e questões relevantes de interesse do seu país, atrai-nos a responsabilidade de trabalharmos aqui para que o eleitor não sofra influências negativas. E neste aspecto, o fato de nos aperfeiçoarmos em cursos e projetos como o “Cidadania Efetiva”, nos capacita à realização de um trabalho eficiente na consolidação de melhores práticas de cidadania, e, por essa forma, conscientizar os eleitores, sem qualquer conotação partidária, sobre a importância de estarem atentos aos projetos de governo dos candidatos, seu passado político e pessoal, suas verdadeiras intenções, enfim, o que pretendem para o bem da comunidade, acaso eleitos.

Devemos informar ao cidadão/eleitor que não se deixe levar pelas chamadas fake news.

Entrevistador: Por falar em fake news, como elas serão tratadas no pleito eleitoral deste ano?

Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo: Estamos vivendo, infelizmente, este momento das chamadas fake news, onde o cidadão está se deixando levar, muitas vezes, por aquilo que lhe é apresentado sem demonstração de origem verídica, e, ao fim, faz com que se deixe influenciar no processo eleitoral.

Neste ano as fake news serão tratadas com maior rigorismo durante o pleito eleitoral.

É que em junho de 2019 foi aprovada nova lei com pena de 2 a 8 anos de reclusão e multa para quem cometer tal prática, inclusive eleitores. A previsão

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"...o eleitor deverá verificar a veracidade das informações que lhe chegarem, não cometendo o ato irresponsável e como se vê tipificado como crime, de repercutir notícias falsas."

anterior era de pena de 6 meses, para quem caluniasse um candidato durante a campanha eleitoral.

Agora, e por estar muito mais rigorosa, a punição virá para “quem, comprovadamente ciente da inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente atribuído”.

Assim, o eleitor deverá verificar a veracidade das informações que lhe chegarem, não cometendo o ato irresponsável e como se vê tipificado como crime, de repercutir notícias falsas.

Entrevistador: Por se tratar de uma legislação nova, o senhor entende que seria pertinente que a GLMMG através do seu projeto "Cidadania Efetiva" promova divulgação do enquadramento penal (o ato de repercutir notícias falsas

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no processo eleitoral)? Tem se notícia de que a Justiça Eleitoral fará alguma campanha de esclarecimentos nesse sentido?

Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo: Toda promoção de campanha educativa é sempre bem-vinda, sobretudo em uma ação preventiva. Assim, e dentro do projeto aludido, entendo que é muito importante que tudo que possa elucidar o eleitor para aprimorar o processo eleitoral, de forma que não seja maculado, deve ser levado a cabo, para o bem da nação.

Devemos evitar que o processo eleitoral seja contaminado com mentiras.

A Justiça Eleitoral tem alertado para o perigo da desinformação, termo que vem sendo utilizado pelo próprio TSE por ser mais abrangente, notadamente informando que, “na dúvida, não compartilhe e verifique antes”.

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Comenda:

Colar Mulheres da Inconfidência Mineira

Ariadne Elloise Coelho

Cacilda Maria Ribeiro

Carla de Freitas Damião

Carla Patrícia Leroy Resende Macedo

Carla Renata Soares

Cibele Góes de Melo

Cibele de Oliveira Wanderley Dagmá Brandão Silva

Daiane de Fátima

Laise Aparecida Rodrigues

Larissa de Oliveira Santiago Araújo

Liane Maria Cunha Lajes Nolasco

Lidiane Roberta Duarte Silva F. Machado

Lorena de Freitas Rodrigues

Luana da Mata

Luciana Pereira Assis de Narciso

Luzia Lucas da Fonseca

Luzia Maria Ferreira

Mara Geny Barbosa Pinheiro de Paula Freitas

Marcelle Mariá Silva de Oliveira

Marcia Adnane Lopes

Maria Aparecida Consentino

Maria Aparecida Dante Cruz

Maria Aparecida de Oliveira Grossi Andrade

A Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira (OCIM) realizou no dia 07 de março de 2020, no Teatro Juscelino Kubitschek, localizado na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves (CAMG), sede oficial do governo do Estado de Minas, a entrega da ComendaColar Mulheres da Inconfidência Mineira.

Criada com o intuito de homenagear mulheres que ocupam lugar de destaque na sociedade, e, ainda, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08/03), a Comenda - Colar Mulheres da Inconfidência Mineira - foi entregue este ano para 100 valorosas agraciadas, por suas atuações destacadas nos mais diversos cargos que desempenham.

Representando a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, e compondo a mesa de trabalho das homenagens, esteve presente o Grão-Mestre Edilson de Oliveira, juntamente com diversas autoridades da sociedade civil e maçônicas.

A entrega das comendas foi coordenada pelo Grão-Mestre da OCIM, Sérgio Adriano da Silva, que chamou cada homenageda para receber a condecoração das mãos dos ilustres convidados que ocupavam a mesa cerimonial, com os aplausos calorosos dos presentes.

Foram condecoradas as mulheres:

Alessandra Mara Moreira de Paiva Lopes Angela de Lourdes Rodrigues

Souza

Denia Francisca Gorgozinho Taborda

Dicíula Eva Duarte

Edna Silvia Toledo dos Santos

Elaine Matozinhos Ribeiro Gonçalves

Elenice Cristine Batista Ferreira

Eliane Carla Dias

Eliane Parreiras

Elizabeth de Castro

Ellen Thaiara Brum Braga Carvalho

Evangelina Castilho Duarte Fabiana Coelho de Oliveira

Maria Aparecida Fernandes de Castro

Maria Beatriz Cicci Neves

Maria Dalva Couto Mendonça

Maria de Fátima Chalub Malta

Maria Emília Hermont

Maria Lúcia Andrade de Abreu Latt

Maria Marcia Barbosa Galvão

Maria Rita Filgueiras

Manlene Bretas Campos

Marina Pimenta Madeira

Marlucia da Cunha Baesse

Marta Aparecida de Oliveira Rocha Mayara Folco Kerm Mirlir Cunha

Monica Abreu Fernandes

Natalia Miranda Freire

Nelma Borges Machado

Neura da Silva Pereira

Paula Geralda Alves Rafaela Kayser Nejm

Raquel Bessa Teixeira da Cunha Vilela

Renata Ribeiro Fagundes

Roberta Eliza Souza Carvalho

Roberta Fernandes Menezes Sodré Rosilene Alves de Souza

Rosilene Alves Pereira

Fátima

Fernanda de Paula Silveira

Araújo

Francisnéia Neto e Silva

Gladys de Oliveira Santos

Gracielle Rodrigues Santos

Graziela Barbosa Freitas Scoralick

Grazielle Vieira de Almeida Silva

leda Paixão de Oliveira Ferreira Novaes

Ingrid Estevam Silva Miranda

Ione Maria Pinheiro

Jaqueline da Cruz Lucas

Jane Ribeiro Silva

Josélia Lievore Polsin

Juliana Celestino

Juliana Rosário da Silva

Juthay Nogueira

Karla Fernanda de Oliveira Morais Kátia P. de Vasconcelos Oliveira

Rosimere das Graças do Couto

Sandra Alves de Santana e Fonseca

Sheila Aparecida Pedrosa de Melo Oliveira

Sibele de Fátima Neiva Miranda

Solange de Fátima Rodrigues Viana Solange Gomes de Araújo Braz

Soma Araújo Quintão Oliveira

Sueli Maria Baliza Dias

Sueli Porphiorio da Silva Imediato

Tatiane Franco Puiati

Tereza da Gama Guimarães Paes

Thais Degani Dumont Coelho

Thais Ferreira da Silva Cury

Thereza Rachel Durans Clauhs

Valéria da Silva Rodrigues Queiroz

Vanja Honorina Aguiar Albino

Wettna Márcia Lages Ferreira

Zélia Maria Patrício

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Fabiane Pimentel França Pacheco Sanson Madalena

Maçonaria em

150 anos da Loja Fidelidade Mineira (GOMG)

No dia 12 de março de 2020, em Juiz de Fora (MG), ocorreram as comemorações do 150º aniversário da Loja Fidelidade Mineira, a mais antiga de Minas em atividade ininterrupta.

Hoje, sob jurisdição do Grande Oriente de Minas Gerais (COMAB), a Loja Fidelidade Mineira foi fundada nos quadros do Grande Oriente do Brasil (GOB), em 12 de março de 1870, tendo como

Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG); e o Irmão José Humberto Bahia, do Grande Oriente de Minas Gerais (COMAB), acompanhado do Grão-Mestre Adjunto, Vanderlei Geraldo de Assis.

A história da Loja Fidelidade Mineira é composta de muitos momentos importantes para a maçonaria e para a sociedade juiz-forana, segundo texto do Ex-venerável, Irmão Gerson Occhi (em publicação no site Tribuna de Minas), em 1873, na instalação oficial da Loja, estiveram presentes autoridades maçônicas, como o Grão-Mestre Joaquim Saldanha Marinho, conhecido político, tendo sido presidente de Minas e de São Paulo, e comitiva composta pelo padre Almeida Marins, Quintino Bocaiuva, Silva Melo, dentre outros.

“A Fidelidade Mineira teve atuação destacada na abolição dos escravos e na proclamação da República, sendo que nenhum maçom deveria possuir escravos, e os maçons participariam do Clube Republicano 16 anos antes dos referidos eventos. No dia do recebimento da Carta Constitutiva, duas escravas, Tereza, com 18 anos, e Honorata, com 14 anos, foram alforriadas durante a Sessão Solene, ao preço de Cr 900,00 cada uma.”, narrou Occhi.

Fonte: https://tribunademinas.com.br

seu primeiro venerável o Dr. Cristovam Rodrigues de Andrade, advogado, produtor rural, provedor da Santa Casa, presidente da Câmara e, na ocasião, chefe do Executivo Municipal de Juiz de Fora (MG).

O atual Venerável Mestre Geraldo Zola Ribeiro de Melo coordenou as comemorações do 150º aniversário da Loja Fidelidade Mineira, que realizou no dia 10 de março uma sessão comemorativa apenas para maçons, e no dia 12, homenagem da Câmara Municipal, e reunião festiva no Ritz Hotel, em Juiz de Fora.

Presentes ao evento, no dia 12/03, autoridades civis, e maçônicas de diversas Lojas, e os Grão-Mestres, Irmão Edilson de Oliveira, da Grande

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Destaque

Por força do parágrafo 1º. do artigo 1º. da Lei Ordinária 003/2017 (da GLMMG), a data de 21 de março é estabelecida como o “Dia da Consciência Política” no âmbito maçônico, sugerindo a realização de eventos que promovam conscientização respectiva.

Neste ano, o Governador Romeu Zema foi convidado para proferir uma palestra na Assembleia Geral Plenária que se realizaria no dia 21/03/20, entretanto, lamentavelmente, foi cancelada em razão das medidas de prevenção da saúde públicaCOVID 19.

Em substituição à frustrada palestra, empreendemos a iniciativa de trazer aos Irmãos e leitores uma mensagem muito apropriada à temática e que reflete exatamente o sentimento, posicionamento e ação do então desejado palestrante, porquanto o conteúdo abaixo exposto é a transcrição exata de respostas que s. Exa., o Governador, concedeu ao programa de TV GloboNews, que foi ao ar no dia 29 de janeiro passado, a saber:

“Eu estou no Governo de Minas ... como voluntário, eu poderia estar no setor privado, onde eu sempre trabalhei, ganhando mais, tendo menos amolações, mas eu observei que o Brasil chegou, aonde chegou em 2015/16 ... com aquela quantidade de escândalos, que afetou a economia, desemprego astronômico, economia caiu quase que 8%, eu tive que demitir na empresa que eu administrava 2.500 funcionários, 1/3 da força de trabalho. ”

“Eu vi naquele momento, que não adianta você querer ter um bom emprego, ter uma boa empresa, num país que tá afundando.”

“Que que vale uma empresa na

Venezuela, quê que valeria sua casa se ela tivesse lá em Caracas? Nada. Porque ninguém quer. É um país que perdeu 7 milhões de pessoas nos últimos anos.”

“E o Brasil estava caminhando para ser algo semelhante a uma Venezuela. ”

“E por quê? Por causa de pessoas iguais a mim. Eu sempre foquei muito no meu trabalho, no setor privado, e nunca participei de nada de política, e vi que a política, infelizmente tarde, aos 53 anos, é muito importante, que todos precisam participar, não como candidato como eu fui, mais participar de um partido, opinar, deixar claro que tem candidato bom, que tem candidato ruim, e não terceirizar como eu sempre fiz, eu sempre pensei, eu tô administrando bem a minha empresa, com certeza tem gente administrando bem o Estado, pensamento simplista, para não dizer ingênuo. E vi que não funciona, nós precisamos. ”

“Agora eu estou tirando meu atraso, tô 24 horas por dia focado em tirar o meu atraso de nunca ter participado. ”

“Quero entrega-lo com tudo em dia, com outra situação, muito diferente da que eu peguei, e nós já começamos a fazer trabalho e já está dando resultado. ”

Com a certeza de que os objetivos da agenda institucional em apreço (dia da consciência política) estão altiva e plenamente realizados com este conteúdo, fica o desejo de que todos reflitam e adotem como exemplo de Cidadania a conduta e mensagem do nosso Governador do Estado.

Edilson de Oliveira Grão-Mestre
DENGUE A RESPONSABILIDADE DE ELIMINAR OS FOCOS DO MOSQUITO É DE CADA UM ww w .saude.mg . g o v .b r/aedes Se o assunto é DENGUE, muita gente quer fazer de conta que a água parada só se acumula no terreno do vizinho. Mas isso não contribui em nada para combater o Aedes. Reservatórios de água sempre limpos e tampados Piscinas limpas e tratadas com produtos próprios Quintal sem lixo e entulhos Pneus e materiais recicláveis em locais protegidos de chuva e acúmulo de água Garrafas e baldes de cabeça para baixo Vasos de planta sem pratinhos que acumulam água Reservatórios de água do ar condicionado, geladeira, umidificador e filtro secos e vazios Ralos fechados e desentupidos Calhas de chuva limpas Mais atenção para a prevenção: é o Governo do estado cuidando da saúde dos mineiros QUANDO VOCÊ CULPA O VIZINHO, O MOSQUITO GANHA TERRENO

Coluna da Beleza

NEWS E FAKE NEWS

muito maior, e certamente muito mais perigosa.

Passamos por um período conturbado, onde tudo (ou quase tudo) é novidade para nós. Concordemos ou não, queiramos ou não, fato é que temos que nos adaptar e aprender a conviver com essas “novidades”.

Não bastassem todas as polêmicas envolvendo vários e vários temas, os mais diversos possíveis, agora somos atingidos por uma questão de saúde extremamente séria, que impacta fortemente a vida de todos, e não apenas em nosso país.

E um dos piores aspectos envolvendo todos esses fatos (talvez o pior) seja a disseminação de notícias falsas, as tão faladas fake news.

Não se trata de um fenômeno novo. Na verdade, nada mais é que o “bom e velho” boato. No entanto, com o concurso e, por que não dizer, com o mau uso das mídias sociais, as fake news tomam uma dimensão

Criadas com o claro objetivo de deturpar a realidade e confundir e desviar o pensamento das massas, são fruto de um propósito dos mais sórdidos, mas se valem da boa vontade e, muitas vezes, da ingenuidade das pessoas que, com a melhor das intenções, as propagam indiscriminadamente aos quatro ventos. E essa propagação, além de nada de útil acrescentar, contribui amplamente para a desinformação e manipulação da população, via de regra o grande objetivo por trás da criação de tais “notícias”.

Mas é possível enfrentar toda essa onda de notícias falsas que invadem nossas vidas a cada instante? Embora não seja tarefa das mais fáceis, é algo absolutamente possível.

E nós, Maçons, sem qualquer traço de falsa modéstia, constituímos um grupo privilegiado, capaz de capitanear essa luta. Aliás, isso é algo que toda a sociedade espera de nós, que utilizemos todo o nosso capital humano e intelectual na defesa da cidadania.

Não tenham dúvida de que lutar contra a propa-

gação das fake news é uma forma de exercício da cidadania, e está ao alcance de todos. Combatê-las é dever de todo e qualquer cidadão, de todos aqueles que buscam uma sociedade mais justa e perfeita.

Mas como podemos utilizar nosso capital intelectual nessa batalha? Inicialmente, é necessário um mínimo de discernimento para separar uma verdade de uma mentira e, quanto mais afeitos à leitura formos, mais aptos seremos a isso. O mais das vezes é possível, já ao primeiro olhar, identificar um boato. Em outras situações, basta uma rápida pesquisa (em fontes confiáveis, desnecessário dizer) para eliminar qualquer dúvida.

Sejamos, pois, verdadeiros cidadãos, e assumamos o compromisso de lutar contra a disseminação de fake news!

O Ministro da Saúde fez uma afirmação importante sobre a conduta de seu ministério diante do avanço do coronavirus no mundo e agora, no Brasil: “vamos nos pautar pela ciência”! Cientistas investigam a natureza. Desde a descrição de fenômenos, formas, quantidades e comportamentos, até a formulação de predições sobre acontecimentos futuros, baseados no entendimento presente e passado dos fenômenos naturais. Por exemplo, faz 20 anos que os cientistas alertam para as mudanças de regimes de chuvas, com cenários mais imprevisíveis e com eventos extremos mais frequentes, caso o aquecimento global criado pelo homem não fosse revertido. Não foi!!! E terça feira, 29 de janeiro de 2020, de forma imprevisível, as partes mais ricas da cidade de Belo Horizonte foram devastadas por uma chuva que superou os desastres das tempestades de 2017 (nessa parte do mundo, essas chuvas extremas deveriam se repetir naturalmente em intervalos de mais ou menos 20 anos, estando agora mais frequentes), ou das de sexta feira anterior, que ainda mais gravemente devastou regiões carentes da cidade. Previsão = acontecimento futuro. Dentre tantas coisas, para isso serve a ciência.

A questão é que quando cientistas fazem essas previsões, não querem que elas se concretizem. O que queremos é alertar as sociedades de perigos iminentes, e causar mudanças em políticas públicas, e comportamentos sociais, de forma a evitar danos às pessoas, ao meio am-

biente, às economias.

Doenças também são assim: vírus que se espalham rapidamente com grande risco de contaminação e morte, ou que minimamente causarão rupturas no sistema econômico global, fazem o mundo se mobilizar por soluções rápidas. No entanto, enquanto a grande parte dos governos (ou seus Ministérios da Saúde) e Instituições internacionais fundamentam suas decisões no entendimento preditivo da ciência, sempre há governos e setores da sociedade que culpabilizam arbitrariamente fenômenos que não são a causa da pandemia.

Desde o início anos 2000, o mundo enfrentou duas outras pandemias de coronavirus de forma bem-sucedida, mas só porque foram seguidos protocolos científicos aceitos globalmente para conter a expansão desses vírus. Resumidamente, cientistas epidemiologistas usam uma constante chamada H0, que é o número de pessoas que uma pessoa contaminada pode infectar. O problema de certas viroses é que o H0 é muito alto, e as infecções ultrapassam tão rapidamente o número máximo de indivíduos que um ambiente pode sustentar (um vilarejo por exemplo), que a relação entre o hospedeiro e a doença entram

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Pandemias são interrompidas pela Ciência, e só: temores em um mundo politicamente negacionista e a negligência com as doenças

em colapso. Sendo nós o “recurso” para o vírus, estamos falando de índices aterrorizantes de mortalidade e ruptura social. Usando a ciência, é fácil entender que se as pessoas sadias (= recurso) estiverem fora do alcance do vírus antes dele se espalhar exponencial, e descontroladamente, interrompemos esse ciclo mortal. Ciência, predição e ação!

No entanto, em todos esses casos anteriores, as formas emergentes dos vírus não eram capazes de transmitir pelo ar e independente de partículas de saliva ou fluídos corporais. Agora, 2020, a nova pandemia de coronavirus avança, e os padrões sugerem a possibilidade de ser capaz de infectar pessoa a pessoa, e pelo ar! Um outro detalhe preocupa em 2020: a maior parte da população humana está nas mãos de governantes autoritários ou, quando democráticos, negacionistas da ciência. A tradição de escutar os cientistas tem variado de tempos em tempos, com consequências quase sempre devastadoras.

Talvez por isso estejamos alarmados com uma doença que temos quatro vezes menos chance de contrair que o sarampo, ou que mata muito menos do que a febre amarela ou o tipo mais agudo de dengue hoje presente no Brasil. Talvez, também pelo mesmo motivo, não tenha

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havido alarde sobre a entrada da perigosíssima febre do Nilo no Brasil. Ou por que esquecemos da zika? Os vírus da família Flavivirus transmitidos por mosquitos são um grave problema de saúde, com raízes profundas em problemas ecológicos e sociais. Há predições científicas sérias sobre sua expansão territorial, persistência e letalidade. Haverá reação governamental à altura? Depois da fala do Ministro, acredito que sim!

O medo, portanto, não é só do vírus, mas de que em regiões chave do mundo, com largas rotas migratórias e comerciais, a ciência seja ignorada em função de critérios político-financeiros. Um governo responsável trata seu Ministério de Saúde como um segundo Ministério de Ciência e Tecnologia, capaz de dialogar e criar força de trabalho com as universidades e centros de pesquisa. Essa base institucional de diálogo e colaboração no controle epidemiológico é presente no Brasil há várias décadas. Olhando de maneira mais ampla, não valorizar as universidades e o ensino equivale a não planejar com base no investimento na ciência e monitoramento de ameaças potenciais ao cidadão.

Imagens: https://ait.live https://gisanddata.maps.arcgis.com

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PROJETO OLHO-VIVO VÁRZEA DA PALMA e o CONCEITO DE TECNOLOGIA MAÇÔNICA

Adotar ações efetivas para tornar a humanidade mais feliz. Esses são um dos ideais maçônicos e em Várzea da Palma - MG isso já é uma realidade.

No dia 06 de dezembro de 2019, a Loja Templários do Rio das Velhas nº 78 comemorou seu 40ª aniversário, mas quem ganhou o presente foi o município mineiro de Várzea da Palma, com a inauguração do Projeto Olho-Vivo.

As câmeras de vídeo-monitoramento foram instaladas em mais de 1/3 (um terço) da cidade e começou sem qualquer recurso financeiro em reserva. Mas, apesar de ser um projeto arrojado, a novidade não é apenas a implantação, e sim o fato de ser uma inciativa, responsabilidade e execução da Loja Templários do Rio das Velhas nº 78, e não do poder público, como é comum em vários

municípios do país.

O projeto

A formação do “Projeto Olho-Vivo Várzea da Palma” remete ao ano de 2015, quando foi realizada audiência pública no município e debateu-se a segurança pública regional com os principais representantes políticos das cidades circunvizinhas e com a população.

Durante o debate, o Irmão Douglas Cunha de Souza traçou as primeiras linhas e deu os contornos iniciais para que fosse possível a instalação das câmeras em pontos-estratégicos da cidade. Um esboço foi apresentado na Loja Templários

do Rio das Velhas nº 78, que abraçou a causa com um olhar fraterno, voltado à construção de uma sociedade mais livre, justa e segura.

Após sintetizar as ideias principais, o projeto escrito foi finalizado e apresentado ao Poder Judiciário local, o qual, com parecer favorável do Ministério Público, aprovou seu início, liberando quantia significativa de recursos para início dos trabalhos.

Pesquisa e Trabalho

Por ser um projeto pioneiro e inédito, o processo de pesquisas foi longo e demandou planejamento, por isso foi

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necessário criar uma comissão para execução e sua implantação. Foram realizadas visitas à possíveis empresas que realizariam a instalação, análise da qualidade das câmeras, visitas ao comércio e procura de parceiros, principalmente ao município de Montes Claros (MG), onde foram feitas coletas de dados e visto o funcionamento das câmeras de vídeo-monitoramento na Região Integrada de Segurança Pública (RISP).

Foram realizadas visitas à vários projetos estruturais e de arquitetura na sede da 260ª Companhia da Polícia Militar de Minas Gerais, em Várzea da Palma, que abrigaria a central de monitoramento do sistema de vídeo-monitoramento. Essa fase contou com o apoio e comprometimento dos Comandos da Polícia Militar de Várzea da Palma (MG), Pirapora (MG) e Curvelo (MG), que, entre outras importantes colaborações, delimitou os pontos onde deveriam ser instaladas as câmeras, baseado nas “zonas quentes de criminalidade” e nos “pontos de fuga”, seguindo uma lógica de monitoramento em rede.

Colocando em prática

Após os primeiros passos o projeto foi anunciado em reunião solene realizado no dia 22 de fevereiro de 2017, com a participação do comér-

cio, da sociedade e de representantes de todos os Poderes Públicos em âmbito municipal, além de vários órgãos de estado, como a sempre presente Polícia Militar de Minas Gerais. Em seguida, passou-se à fase de implantação. Foram colocadas as “sapatas” de alvenaria nos pontos delimitados, os pórticos foram fabricados e aplicados, a energia elétrica e dos cabos de fibra ótica foram instalados. Todo esse processo foi realizado nos acordos formais entre Polícia Militar, município de Várzea da Palma e Cemig, quanto à gestão e manutenção do sistema.

Ao final, já no ano de 2019, instalou-se todo o mecanismo destinado ao funcio-

namento do sistema, com dez câmeras de vídeo-monitoramento que possibilitam, além da visualização das imagens em tempo real, a gravação delas em circuito próprio, na sede da Companhia da Polícia Militar em Várzea da Palma.

Recursos necessários

A grande parte dos recursos que financiaram o projeto foi disponibilizada pelo Poder Judiciário – Comarca de Várzea da Palma, por meio de fundo constituído de verbas oriundas, em sua grande maioria, de prestações pecuniárias relacionadas a crimes conhecidos como de menor potencial ofensivo. Outra parte veio do comércio local, que não mediu esforços para a efetivação do Projeto que hoje é realidade. Contou-se com a honestidade e firmeza de propósito de cada um dos comerciantes locais, que mesmo em tempos de crise, disseram “sim” ao ideal maçônico.

Parcerias

Como se percebe, foi um trabalho de olho-no-olho e de aperto de mãos, que contou com a sobriedade, compromisso, transparência, crédito moral e honestidade da Comissão e de todos os Irmãos da Loja Tem-

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plários do Rio das Velhas nº 78, resultando na aprovação da prestação de contas pelo Poder Judiciário, sem qualquer ressalva.

A realização do projeto só foi possível em razão de uma vontade coletiva, que uniu a Loja Templários do Rio das Velhas nº 78, a sociedade varzeapalmense e os órgãos e poderes públicos locais, em busca de um progresso comum e de uma cidade mais segura para todos.

Inovação e iniciativa Maçônica

O “Projeto Olho-Vivo Várzea da Palma” não só foi arrojado, como também inédito: não há notícias de projetos com tal magnitude, executados da forma como empreendida em Várzea da Palma (MG). Exemplo disso são as cidades mineiras de Pirapora, Curvelo e Diamantina com maior porte populacional, e que mesmo considerando a instalação de câmeras de olho-vivo pelo poder público em outros, não contam com um sistema de monitoramento.

O histórico de tal projeto demonstra não só o seu ineditismo e ousadia, como também a seriedade do trabalho maçônico desenvolvido em prol da comunidade local.

Fraternidade com transparência

É fato que o projeto, que conta com uma página específica no Facebook, foi gestado de forma gradual, responsável e com muita transparência, o que justificou seu amadurecimento e estabilidade no momento propício, para que

ele se mostrasse forte e autossuficiente quando pronto.

Não haveria época do ano mais propícia para a inauguração de tal projeto do que o período natalino, em que a solidariedade humana se manifesta com caridade ainda mais reluzente. O que parece impressionar mais não é o projeto em si, mas a mudança de visão da sociedade, revelando que a tecnologia não se resume a aparelhos sofisticados, e sim ao aperfeiçoamento da matéria prima: a busca pelo aprimoramento do intelecto do ser humano e da própria comunidade.

Tornar feliz a humanidade não é um objeto a ser alcançado por atos isolados e nem se pode dizer obra terminada ou que se possa terminar. É, na verdade, uma busca cíclica, que exige um comprometimento cotidiano, cujos frutos são legados para as atuais e futuras gerações, em um sério compromisso de solidariedade intergeracional. É um compromisso que todo o maçom deve se debruçar, sobretudo em uma sociedade cada vez mais líquida, para utilizar a ideia de Zigmunt Bauman.

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Monumento é Inaugurado em homenagem a Dom Pedro I

As comemorações dos 466 anos da cidade de São Paulo foram ainda mais especiais em 2020. Foi inaugurado, em 25 de janeiro, no Parque da Independência, junto à Casa do Grito, o monumento em homenagem ao maçom D. Pedro I. Denominado “Dom Pedro I – Maçom”, o monumento com 2,70m de altura e 500 kg é um projeto de Hamilton Luiz Costa Júnior, e escultura de Luiz Garcia Jorge, e foi lançado em cerimônia que contou com a presença do presidente da República em exercício, o vice-presidente, Irmão General Hamilton Mourão.

“Inaugurar a estátua de Dom Pedro I é uma oportunidade para reflexão da importância da data da Independência para a história do país”, ressaltou Mourão na cerimônia que contou com a presença do Grão-Mestre Edilson de Oliveira e do Grão-Mestre Ad Vitam Geraldo Eustáquio Coelho de Freitas e demais autoridades maçônicas e dos poderes públicos.

A inauguração do monumento foi um projeto da Maçonaria Regular Brasileira, com iniciativa da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (GLESP), e idealizada pelo Grão-Mestre Ad Vitam Ronaldo Fernandes.

Importância Histórica

A importância de D. Pedro I para o país e para a maçonaria bra-

sileira é inegável e nunca será esquecida. O ideal colocado em prática pelo primeiro Imperador do Brasil, é o mesmo da Ordem Maçônica, a luta pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade dos povos.

Fundada em 25/01/1554 a capital paulista tem gravado em sua história a transformação do Brasil Colônia em Império e depois em República. Um dos eventos mais importantes de sua trajetória, ocorreu duzentos e sessenta e oito anos após sua fundação, em 1822, quando o maçom, D. Pedro de Alcântara de Bragança, Príncipe Regente do Brasil, proclamou a Independência do país, no evento conhecido historicamente como o “Grito do Ipiranga”, às margens do riacho Ipiranga.

Ainda com a palavra, o vice-presidente Mourão acrescentou que foi no local

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onde está o Parque da Independência que D. Pedro I soube de fatos que poderiam atrapalhar a autonomia do país, e que a guerra pela independência já acontecia desde junho anterior. “Foi aí que ele declarou que todas as tropas e navios enviados ao Brasil sem seu consentimento seriam rechaçadas de armas na mão”, disse. “Depois de uma situação política insustentável, D. Pedro I pediu a união em busca da independência. Diante de constatação de que não havia interesse de Portugal em ceder, mas, sim, em colonizar o país. Então, D Pedro I declarou a independência e tornou a nação soberana”, concluiu.

“Aquele foi um dia de festa, assim como hoje, nesta brava, dinâmica e incansável São Paulo, que nasceu na fé do Colégio dos Jesuítas e foi forjada pela coragem dos Carvalhos, Buenos, Tibiriçás e outros homens e mulheres. Felizes somos nós cidadãos de um país que nasceu livre e desassombrado na procura de espaço e prosperidade, vocação cuja sínteses está plasmada nesta cidade. Viva São Paulo, viva o Brasil, saúde, força e união”, finalizou.

Fonte/Fotos: http://agenciabrasil.ebc.com.br Internet

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Secretaria de Assuntos Políticos Apartidários

A TECNOLOGIA MAÇÔNICA E O DUALISMO POLÍTICO-SOCIAL: SINAIS DA

Por Douglas Cunha de Souza, Graduado em Direito, pós-graduado em Processo, Ciência Politica, Filosofia e mestrando em Direito. Professor da Faculdade Funam-Funorte, em Pirapora (MG), das cadeiras de: Ciência Política/Teoria do Estado/Teoria Geral do Processo/Administração Pública; Analista do Ministério Público do Estado de Minas Gerais; Mediador do Tribunal e Justiça do Estado de Minas Gerais; Membro, desde 2016, da Academia de Ciências, Letras e Artes de Várzea da Palma (ACLAV); Conselheiro fiscal do Asilo São Vicente de Paula e da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), de Várzea da Palma (MG).

A Maçonaria, em uma de suas vertentes, revela-se na união fraterna entre homens “livres e de bons costumes”, o que geralmente é traduzido pelo hábito quanto à reiteração de condutas voltadas à prática do bem, com a finalidade última de, por tais virtudes, “fazer progressos e tornar feliz a Humanidade”.

Embora sua origem remota, essa lógica maçônica continua muito atual e reclama não só introspecção ativa, mas a necessidade de dedicada reflexão e contemplação sobre o cotidiano, para que, a partir do desbastar da pedra bruta - do "Eu Interior", possa-se, de fato, ser instrumento de transformação social.

E não é só: a plena convicção sobre as questões filosóficas de “onde estamos; para onde vamos; e de onde viemos” no cenário social-político, sem deixar que o anacronismo se manifeste entre esta tríade, mostra-se como fator complementar de extrema importância para vivência de uma maçonaria que, em verdade, seja especulativa.

Esse conjunto que resulta da ação, por meio de condutas livres voltadas à prática do bem; do aperfeiçoamento moral e intelectual, em constante e obstinada reflexão, contemplação e estudo sobre o ser e o dever ser; e da plena consciência sobre a importância da atuação a se desempenhar na sociedade, com o discernimento necessário na utilização das ferramentas e utensílios empregados pelos que serão responsáveis pela mudança de paradigmas sociais, é o que se espera do Maçom do Século XXI, no que convencionalmente passou a se denominar de “Maçonaria 4.0”.

Com efeito, como seres natu-

MAÇONARIA 4.0

ralmente sociais-políticos, ou zoompolitikom como sugere o filósofo grego Aristóteles na obra “A Política” , há um chamado cada vez mais vibrante ao autoconhecer e uma exigência muito maior quanto à necessidade de observância ativa dos contornos de nossa sociedade política e da vida em comunidade, para que nela possamos atuar como verdadeiros agentes de transformação.

Em um mundo que já caminha na 4ª Revolução Industrial, baseado no extraordinário avanço tecnológico - cada vez mais presentes em nossas vidas, agora desde antes do nascimento (basta ver as ultrassonografias, a nanogenética e a biogenética) - e na multilateralidade que se faz sentir em praticamente todas as áreas do conhecimento (big data, acervos culturais digitais protegidos como patrimônios imateriais; alterações nos métodos de ensino-aprendizagem), é imprescindível que também assim sejam as atuais concepções e as ações na vida em sociedade.

A toda evidência, é nessa sociedade-política e dinâmica, altamente tecnológica, com possibilidade de mudanças instantâneas ou em tempo real, por meio do simples acesso a um telefone celular - o qual a cada dia se mostra mais imprescindível, como verdadeira extensão dos sentidos humanos -, que se exige a atuação dos líderes e dos agentes de transformação.

Para tal atuação (ação maçônica), é imprescindível o aperfeiçoamento moral e intelectual, sobretudo no campo político (que não se confunde com ideários políticos-partidários), já que nessa seara o discernimento é raro e a ignorância quase sempre predomina, dando azo a corrupções de todas as espécies (hábitos desgraçados).

É a partir da fuga da ignorância, sobretudo pela democratização dos meios de acesso e de participação popular, conferindo cidadania a todos, que o processo sócio-político de transformação tem se mostrado mais efetivo e com maior poder de integração. Embora o recrudescimento das leis seja imprescindível e o aumento da efetividade da vigilância e da celeridade dos julgamentos seja uma obsessão, o combate à corrupção passa

necessariamente pela alteração do paradigma político-social, sobretudo pelo aumento dos direitos ligados à cidadania.

Nesse caminho, é importante a abordagem de um tema antigo, mas que tem se revelado ainda atual na sociedade contemporânea: a dualidade entre posições, ideias e espectros políticos-sociais.

Embora ainda presente, a dualidade de antes quanto a conceitos e posições sócio-políticas perdeu um pouco de seu sentido ante a riqueza de informações variadas, de diversificadas fontes, que, a todo o momento, constroem e descontroem o ser humano e a sociedade, revelando o que o

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filósofo Zygmunt Bauman denominou de “Sociedade Líquida” .

Não obstante, ainda parece haver muito fôlego, pelo menos para a maior parte da população, na bipolaridade intransponível presente entre eu x eles; negros x brancos; heterossexuais x homossexuais; ricos x pobres; nacionais x estrangeiros/imigrantes; crianças x idosos; verdade x mentira.

No espectro político, isso se traduz nas “velhas” dialéticas entre “esquerda x direita” no viés econômico e entre “liberais x conservadores” no viés social, como traduzido no famoso Diagrama de Nolan (ou na Bússola Política, em sua versão mais atual).

de se enfraquecer, tem ganhado força nas variadas cores que se espraiam a partir do contato do feixe luminoso com o cristal de milhares de facetas triangulares.

O professor Dalmo de Abreu Dallari, autor da obra Elementos da Teoria Geral do Estado, afirma, com bastante propriedade, que “um dos principais motivos de crise do Estado contemporâneo é que o homem do século XX está preso a concepções do Século XVIII” . E mais a frente reforça: o homem do século XX, vivendo a plenitude da sociedade industrial, orienta-se pelos padrões políticos da sociedade agrária e mercantilista do século XVIII.”

De fato, parece que ainda há certo apreço por concepções sócio-políticas arcaicas, cujo valor histórico não é muitas vezes compreendido e que tem remetido a falsas ideias da realidade, em verdadeiros fake news formado a partir de meias-verdades. Parece que muitos ainda estão nas profundezas da “caverna alegórica” de Platão quando o assunto é participação política e cidadania, sem conseguir enxergar a beleza de nossa sociedade atual e os avanços conquistados através dos tempos, limitando-se ao julgamento dual nostálgico, em que somente um dos lados sai vencedor.

Tal distinção se originou na França, no início da Revolução de 1789, em razão da disputa pelo poder travada no Legislativo, entre Girondinos e Jacobinos, contra o Executivo, então representado pelo Rei Louis XVI.

Do lado esquerdo da Assembleia, os revolucionários, compostos em sua maioria por Jacobinos, Montanheses e Sans-Cullotes. Eles faziam parte do proletariado, em sua maior parte, e já não aceitavam os luxos e desmandos da Monarquia representada por parte da burguesia e pelo monarca francês. Almejavam que certa parcela do povo francês detivesse o poder político, influenciados, então, pelas ideias de Rousseau , Montesquieu e Locke .

Do lado direito da Assembleia, os conservadores que, ostentando seus títulos nobiliários reais e sua riqueza oriunda do comércio (classe burguesa então em ascensão), desejavam a manutenção da monarquia, pois ali estava sua garantia de postos políticos, de lucro para manutenção de regalias e de status que os títulos e funções ocupadas lhes proviam. Era composto majoritariamente pelos Girondinos. É verdade que em tal meio havia aristocratas de bons princípios, em época na qual era necessário a consolidação do poder dos Estados, sustentando uma visão Hobbesiana, que, no entanto, já era ultrapassada para a época.

Ao centro, os que ficavam na “planície” almejavam por reformas mais pontuais, mantendo alguns direitos e regalias e almejando alterações em determinadas áreas do governo. Embora essa posição, eles são lembrados em um dos lados dessa divisão política francesa do Século XVIII.

Essa dualidade de fato existe, mas sua visão se revela míope dentro do contexto social acima retratado. O que parece não ser enxergado, apesar de percebido, é que a existência de “dois lados”, de “dois argumentos”, de “duas proposições” tende a não serem mais eliminatórias. Não há, ao que tudo indica, únicos lados de uma moeda na sociedade atual, a qual conta com várias caras e diversas coroas (euro, dólar, real, etc.), sem, contudo, desprezar a ausência de ambas (“crypton moedas” como “bitconis” e “litecoins”, além das “ações” na bolsa de valores, cada vez mais buscadas).

É a refração e a reflexão abrindo cada vez mais espaço para a dispersão da luz branca, que, ao invés

Como se não houvesse outras escolhas ou possível conciliação sócio-política, ignorando-se (e até mesmo vulgarizando-se) a importância do centro de equilíbrio (do caminho do meio) e de outras possibilidades criativas que surgem como via alternativa, há certa exigência na sociedade contemporânea, que se avoluma nos dias atuais, de que se opte por uma das alternativas impostas (portanto, sem qualquer liberdade quanto sua formulação). Depois, em rápida sentença, isso permite a rotulação da personalidade, quase sempre em franco preconceito, dividindo o que seria comum unidade (comunidade) e dando espaço para a massificação antidemocrática de pensamento.

Essa é a realidade quanto ao espectro político “esquerda x direita”.

É sempre festejada, em tal contexto, a famosa “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, decretada pela Assembleia Nacional da França, como resultado das sessões de 20, 21, 23, 24 e 26 de agosto de 1789, que em seu preâmbulo estatui que:

“os representantes do povo francês, reunidos em assembleia nacional, considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governantes, resolvem expor, em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração constantemente apresentada a todos os membros do corpo social, relembre-os, sem cessar, acerca de seus direitos e deveres; a fim de que os atos do Poder Legislativo e os do Executivo possam ser a todo momento

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confrontados com a finalidade de toda instituição política, tornando-os mais respeitados; a fim de que as reclamações dos cidadãos, fundadas doravante nos princípios simples e incontestáveis, visem sempre à manutenção da constituição e da felicidade de todos. Em consequência, a assembleia nacional reconhece e declara, na presença e sob os auspíios do Ser Supremo, os direitos seguintes do homem e do cidadão”.

Em pleno Século das luzes, claramente influenciado pelos ideais iluministas, o “medo da ignorância” e o desprezo dos direitos do homem como causa primeira da corrupção já exercia importante papel na sociedade, que iniciava a luta pelo controle do poder, na busca pelo progresso, com a finalidade teórica de “tornar feliz a humanidade”.

Não obstante os reverenciados ideais da Revolução, certo é que, depois de muitas lutas, a França se viu mergulhada em um verdadeiro “período do terror”, com extrema violência exercida por um lado contra o outro, a depender daquele que estivesse no exercício do poder.

Assim como várias ideias dali nascidas, o espectro político “esquerda x direita” e “revolucionários x conservadores” se espalhou pelo mundo e influenciou várias outras revoluções, permitindo, inclusive, a ascensão de Napoleão ao Trono Francês, de 1799 à 1815 (com viés extremamente nacionalista e autoritário), e as revoluções francesas de 1830 e de 1848.

Todo esse ideário bipolar desaguou na conquista de outras terras continentais pelos países “desenvolvidos”, no que se denominou de neocolonialismo, mantendo a divisão entre desenvolvidos x em desenvolvimento ou conquistadores x conquistados. Por sua vez, estas “conquistas” deram azo, como uma de suas causas, à 1ª Guerra Mundial em 1912, com conflito entre a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente, daí nascendo à disputa inicial entre “capitalistas x socialistas”, sobretudo ao final do conflito, com a intensificação da Revolução Russa de 1917.

Um pouco adiante, já nos idos de 1933, o Nazismo também se aproveitou do dualismo, sobretudo do confronto nós x eles, e das penalidades impostas à Alemanha em razão do fim da 1ª Guerra, promovendo, com o apoio de parcela da população, um Estado Totalitário, com profunda divisão étnica, social, religiosa e nacional de todo gênero, que redundou no famigerado holocausto, com a morte de milhões de pessoas.

Como efeito direto de tais fatores, a 2ª Guerra Mundial, de 1939 a 1945, intensificou as divisões, distinguindo países do “Eixo” e países “Aliados” e ainda tendo como base a economia no sentido vulgar de “capitalismo x socialismo” e “liberais x conservadores (antiliberais)”.

A partir de então a história começa a nos revelar que a dualidade distancia os seres humanos e, embora conhecida, não é deseja como fim primeiro, assim como também simbolicamente o é no seio maçônico.

Aos poucos a história foi demostrando, com algum atraso de percepção social é verdade, que o “liberalismo” (ou só “liberais”, para quem faz distinção entre os termos) social era necessário, mas que, sem qualquer limite ou intervenção do Estado, ofendia garantias fundamentais básicas que permitem a união dos seres humanos - naturalmente sociais. Comprometia-se, em linha final, a igualdade social, tornando o mundo mais competitivo e com menos mobilidade social. Em seu Extremo, daria origem à anarquia.

Por outro lado, percebeu-se, ainda, que o conservadorismo social também era uma necessidade, com o fortalecimento da intervenção do Estado na sociedade para proteção de direitos básicos (muito afetados pelas revoluções industriais e agressividade da indústria), mas que, em excesso, tais intervenções suprimiam liberdades, em busca de uma igualdade pura que é inexistente e inalcançável. Em seu extremo, deu origem a Estados Totalitários ou Autoritários.

No viés econômico, verificou-se que a ausência de intervenção do Estado fez com que o poder econômico suprimisse direitos da personalidade, que é a essência do ser humano, e direitos sociais importantes como o lazer, a segurança e a qualidade de vida.

Noutro norte, a intervenção do Estado na economia em excesso se mostrou prejudicial ao livre comércio, à liberdade de competição e fortaleceu a maquina pública, desviando-a de sua finalidade precipuamente social e possibilitando uma crescente corrupção.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem (que não se confunde com a citada Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de origem francesa), proclamada em 10 de agosto de 1948, em Assembleia Geral das Nações Unidas, traz um ideal que nos remete ao aperfeiçoamento intelectual e moral como cerne para o alcance da liberdade e efetivação de direitos à sociedade, em um mundo mais plural e cooperativo:

“A ASSEMBLÉIA GERAL proclama A PRESENTE DECLARAÇÃO

UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.”

A partir de então a dualidade antes existente se enfraqueceu, pelo menos em uma ótica histórica, e perdeu ainda mais força com o fim da Guerra Fria, em 1991, no final da 3ª Revolução Industrial e início da maioria dos Estados Democráticos de Direito, nos quais os direitos internacionais básicos ligados à proteção do ser humano e à busca pela felicidade encontraram abrigo e interiorização (também para fins de eficácia jurídica ante a soberania dos Estados).

No entanto, é difícil que tais oposições e dualidades sejam ignoradas, até mesmo pela própria natureza humana de classificação e de comparação. Elas existem, e não se nega que isso ainda irá perpetuar durante os anos vindouros. Mas, com toda certeza, parece forçoso reconhecer que a dualidade já não é mais o único caminho.

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Como um todo, o fortalecimento da democracia, a racionalização das tomadas de decisão, o fortalecimento dos organismos internacionais e o maior prestigio aos ideais de cidadania, com a concessão de direitos fundamentais básicos ao ser humano, além do notório avanço intelectual e tecnológico, fazem com que os conceitos de “esquerda x direta” e “liberais x conservadores” sejam sensivelmente atenuados, deles podendo se pinçar as melhores premissas e a formação de inúmeros pontos de convergência e divergência, em assuntos de toda natureza; sem necessidade de abraço do “pacote” como um todo.

Não é o caso, ao que parece, de completo abandono a tais concepções de espectro político, é certo. No

entanto, é necessário que não se cometa anacronismos, com divisões que foram marcas dos séculos XVIII e XX, mas que não se harmonizam com a realidade do século XXI.

Como bem explica o professor José Geraldo Brito Filomeno, na obra “Teoria Geral do Estado e da Constituição”:

“... ao se estudar a teoria Geral do Estado, o tema central será sempre o buscado equilíbrio entre os direitos e garantias dos indivíduos, de um lado, e a intervenção estatal, de outro.

Se é certo, com efeito, que o Estado existe para a consecução do bem comum, ou seja, com vistas ao estabelecimento de condições míni-

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mas e indispensáveis para que a população do Estado possa realizar-se plenamente, desenvolvendo a seu turno suas aptidões em benefício próprio, em prol da coletividade e em busca da felicidade, como bem sintetizado pela citada Declaração de Independência dos Estados Unidos, deverá fazê-lo de maneira prudente, com o afastamento desde logo da estatocracia, que é o excesso da presença do Estado na vida de sua população, e de seu extremo, que é a anarquia, caracterizada pela total ausência do mesmo Estado.

Se, como se diz, a virtude está no meio-termo, a Ciência Política tem como objetivo exatamente procurar o exato equilíbrio daquelas necessidades.”

Mais do que nunca é necessário QUE SE FAÇA A LUZ, para que as ações dos agentes de transformação social sejam realizadas com o discernimento exigido para se atuar na sociedade que os espera e para que as ações dos governantes sejam entendidas com mais facilidade por toda população a quem representam.

Com um mundo cada vez mais multifacetário e multipolar, com interesses de toda sorte, faz-se mister que os agentes e, sobretudo, os governantes avaliem todas as possibilidades, sem que se estejam “refém” de uma dualidade que, quase sempre, é infértil e ilusória nos dias atuais.

Não se nega a importância da escolha e da formação da personalidade sólida, calcada em princípios de retidão e em escolhas irrepreensíveis do que é o certo. No entanto, é necessário que essas escolhas não ignorem horizontes distintos, sem limite das possibilidades. Atualmente, ainda que possam ser tendenciais à direita ou à esquerda e à liberalidade ou ao conservadorismo no espectro político tradicional, é necessário enxergar que as decisões a serem seguidas também permitem o caminho diagonal, seja qual for o lado.

E mais: as escolhas não se mostram mais eliminatórias ou contraditórias.

Muitos ainda se agarram a “meias verdades”, quando não a fake news. E pior: espalham todo o tipo de notícia, sem qualquer apreço pela verdade, afastando-se, assim, do ideal maçônico que prega a Fiat Lux.

Assim agindo, convertem-se as possibilidades de mudança social em discórdia, utilizando o avanço tecnológico tão festejado como instrumento de desunião. Utilizam mal, sem qualquer reflexão, pesquisa e contemplação, os instrumentos de trabalho,

permitindo a proliferação de notícias inverídicas, às vezes por não se conseguir vencer as paixões ignóbeis a que estão submetidos e influenciados, sobretudo ante ao cada vez maior “jogo de interesses” político-partidário.

Ao final, acaba-se agindo como transformadores sociais maléficos, contribuindo decisivamente com a proliferação da ignorância e, assim, afastando-se de ideais maçônicos importantes, senão fundamentais.

Como nos ensina o Irmão Tito Alves de Campos, a filosofia iniciática maçônica defende que “a meia-verdade á mais perniciosa que a completa ignorância, pois aquele que detenha pode se achar plenamente informado e, a partir daí, cometer conclusões precipitadas, erros e outros males assemelhados” .

O desafio parece residir na difusão do conhecimento por meio de projetos que levem cidadania à sociedade, sobretudo aos que são menos assistidos material e, principalmente, intelectualmente.

Tornar feliz a humanidade é um objetivo que, longe de ser autofágico, mostra-se propositalmente inalcançável, justamente por sua tendência a uma busca contínua e ininterrupta, irrealizável por condutas isoladas. No entanto, não se trata de desejo utópico, mas, sim, do desenvolvimento, com força e sabedoria, de ações cotidianas e diárias com o próximo e com a comunidade. A promoção da cidadania parece ser o passo mais eficaz e célere em tal caminho, que exige sempre discernimento para que a ignorância aí não impere .

Por isso, mais do que nunca é exigido do Maçom estudo continuo e aperfeiçoamento moral e intelectual, para que, ultrapassando obstáculos de toda proporção, alcance as ferramentas necessárias para a promoção e transformação da realidade local.

O sentido literal-sociológico do termo “tecnologia” parece resumir com propriedade a imprescindibilidade do maçom como transformador social, já que encerra o significado de “estudo da técnica” (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια — "estudo"), possibilitando, então, a conclusão de que, por meio da verdadeira tecnologia maçônica, alcançada por meio das luzes refletidas pelo Criador nos recônditos da alma, se busque, cada dia mais, tornar feliz a sociedade humana, com ações práticas baseadas na razão e que ostentem força suficiente para transformar a realidade de nossos círculos. A toda evidência, é esse um dos sinais mais claros da Maçonaria 4.0.

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Grande Loja Maçônica de Minas Gerais institui

Ritual Especial - Assembleia Geral Plenária Deliberativa

A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG) aprimora, a cada dia, os processos e procedimentos para a realização de suas Assembleias Gerais Plenárias (AGP). O objetivo é atender com excelência os anseios das Lojas Jurisdicionadas e dos Veneráveis Mestres - principais protagonistas das sessões - e alcançar o máximo de eficiência, participação e resultados sobre os temas pautados. Outro momento de destaque é a confraternização que, tradicionalmente ocorre após os encontros, aonde os Irmãos, dos vários cantos de Minas Gerais, se conhecem e trocam experiências.

Como exemplo de aperfeiçoamento, o Grão-Mestrado, com apoio dos Órgãos Auxiliares da GLMMG, e aprovação da AGP, aprovou, em 29 de junho de 2019, o “Ritual Especial - Assembleia Geral Plenária Deliberativa”. Essa iniciativa permite que os encontros passem a ter um caráter mais administrativo, o que já acontece nas assembleias de outras obediências do Brasil e do exterior.

Ótimos resultados

O novo formato foi colocado em prática nas últimas duas Assembleias (setembro e dezembro/19) e os resultados não poderiam ter sido melhores: mais dinamismo, vivacidade, pontualidade e conforto aos participantes. Para identificar e mensurar os resultados, uma pesquisa de satisfação foi aplicada, em dezembro/19, para que as melhorias e sugestões sejam analisadas e aplicadas nas próximas sessões.

Uma comissão especial, convidada pelo Grão-Mestre Edilson de Oliveira, formada pelos Irmãos Antônio José dos Santos, Grão-Mestre Ad Vitam; Sérgio Paranhos Fleury Belizário, Vice-Presidente da ECSR; Nacib Rachid Silva, Procurador Geral da Ordem; Marlos César de Souza Novais, Delegado Geral do Grão-Mestre; Renato Santos Septimo, Presidente da Câmara de Justiça; e Fernando César da Silva, Presidente da Câmara Legislativa, apurou os resultados da pesquisa realizada de forma anônima e expressa. Vide quadro abaixo.

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Diplomação e posse do Novo Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto Grande Oriente do Brasil – Minas Gerais

Solenidade Pública de Posse

O Grande Oriente do Brasil – Minas Gerais (GOB-MG) realizou em 18 de dezembro de 2019, no Templo Nobre do Palácio Tiradentes, em sua sede no bairro Vila Suzana, a posse e diplomação de seus novos gestores (2019/2023), os Irmãos Cléscio César Galvão e Olímpio Antônio Maia Abreu, respectivamente, Grão-Mestre Estadual e Grão-Mestre Estadual Adjunto.

Os Irmãos foram diplomados pelo Egrégio Tribunal Eleitoral Maçônico do GOB-MG e empossados pela Poderosa Assembleia Estadual Legislativa (PAEL). Entre os convidados estavam os deputados maçônicos do GOB-MG, representantes das Lojas Maçônicas de sua Jurisdição, entidades paramaçônicas e outros 290 maçons.

O Grão-Mestre Edilson de Oliveira, da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG), prestigiou o evento acompanhado do Grande 1º Vigilante Sérgio Qui-

rino Guimarães, do Grande 2º Vigilante Rodrigo Otávio dos Anjos e do Irmão Anderson da Silva Pinto C. Calais, Grande Mestre Estadual da Ordem DeMolay para o Estado de Minas Gerais.

Compromisso e responsabilidade

Já empossado, o Eminente Ir. Cléscio César Galvão disse que ser diplomado como novo gestor é uma missão de grande responsabilidade, mas que vai abraçar com especial fervor e devoção. “Sabemos que nossa Instituição traz em si o sedimento da história, com a forja das adversidades, a condensar o compromisso daquele Irmão escolhido por seus pares para dirigi-la, mas sabemos que sozinhos nada somos e com a participação de todos, nenhum fardo é pesado demais”, avaliou.

Cléscio acrescentou que tal peso é irrelevante diante do compromisso de fidelidade maçônica, nos supremos interesses da Sublime Ordem, do Grande Oriente do Brasil e em especial ao GOB-MG.

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O novo gestor ressaltou a necessidade de não se fechar os olhos diante dos problemas que assolam o Brasil. “Somos a reserva moral da sociedade e espelho de conduta e atitudes. Não podemos esquecer da nossa responsabilidade social na construção de um país melhor, por isso podemos e devemos agir”.

Clescio finalizou dizendo que o GOB-MG vai trabalhar para a promoção da união e fraternidade entre Obreiros e Oficinas. “Seremos um parceiro amigo e atuante, com atividades comuns, para o engrandecimento mútuo e fortalecimento dos laços fraternais que nos une”.

Posse em 2020

No dia 29 de fevereiro de 2020, também no Templo Nobre do Palácio Tiradentes, aconteceu a Solenidade Pública de Posse dos Irmãos Cléscio César Galvão e Olímpio Antônio Maia Abreu, nos cargos de Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto do GOB-MG.

Na ocasião, representando a GLMMG, compareceu o Grande 1º Vigilante Sérgio Quirino Guimarães, acompanhado do Presidente do Minas Gerais Shrine Club, o Grão-Mestre Ad Vitam Geraldo Eustáquio Coelho de Freitas, e do Irmão Sérgio Paranhos Fleury Belizário, Vice-Presidente da Egrégia Câmara Superior de Recursos (ECSR).

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