Bairro de Lourdes

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BAIRRO DE LOURDES Análises segundo o método Kevin Lynch_Limites_Setores_Marcos_Nós_Percursos

Limites (Mapa pg. 15)

A definição de um novo limite partiu do critério de investigação de elementos que demarcassem as fronteiras da visibilidade do bairro, levando em consideração também a unidade harmônica da arquitetura e urbanismo. Assim, ao limite administrativo (linha roxa) foram acrescentados ou retiradas áreas. A leste o Bairro de Lourdes é delimitado por um setor de costura (mancha verde), que engloba o trecho da Av. Marechal Campos que conecta-se à parte interior do bairro junto com a área de alcance do comércio. Apresenta-se como um setor de costura e não apenas como uma linha de costura, visto que abrange uma área que funciona como limite também para o bairro vizinho, onde essas regiões se encontram. Na direção norte, o setor de costura verde termina onde a Av. Marechal Campos começa a fazer uma curva, o que resultou na retirada de uma área contida no limite administrativo - braço*. A exclusão do braço justifica-se pela perda da sua visibilidade através da

Av. Marechal Campos, devido a curva. Além disso, os elementos urbanísticos e arquitetônicos desse pedaço não dialogam com o Bairro, por apresentar ruas muito estreitas e edificações degradadas. A área norte/noroeste do Bairro termina no limite de barreira visual (linha amarela), traçada a partir dos pontos de maior cota da topografia que o cerca. A porção sudoeste possui um setor de limite (mancha amarela), que engloba a área de limite visual. Essa área foi demarcada seguindo o seguinte critério: primeiro foi demarcado o limite visual sendo visto da baixada, depois foi demarcado um limite sensorial, onde se vêm mudanças nas características do bairro. Sendo assim o setor de limite é um produto de dois limites. A área sul é contornada com uma linha de costura, um limite que determina a passagem do Bairro de Lourdes para o Bairro de Nazaré. A escadaria presente dentro do limite administrativo é retirada por circundar uma área que já não possui a mesma estética arquitetônica do bairro emanando assim uma sensação diversa altamente contrastante com o restante do Bairro de Lourdes – caracterizada por construções mais antigas e degradadas. *O braço compreende uma faixa de área que se avança para fora da composição do bairro, podendo ser comparado a uma península.

Marcos/referenciais (Mapa pg. 15)

A percepção ambiental do Bairro de Lourdes permitiu a identificação de elementos físicos configurados como pontos de referência e marcos memoráveis no contexto, que se mostram úteis como guias na localização e locomoção espacial no bairro. Esses elementos podem estar contidos no bairro ou exterior a ele. Dentro do bairro, estabelecimentos e lugares de uso coletivo - como a Associação de Moradores, o Bar Só Vento, a praça, a padaria, a Administração Regional e a Rotatória “Biscoito” – são apontados como referenciais. Funcionam como tal pois conseguem estabelecer um contraste local com os elementos próximos. Esse destaque advém do seu relevante caráter funcional, porém não marcam a paisagem. Também contida no bairro, a Igreja Católica é definida como um marco, dado ao destaque na paisagem devido ao contraste resultante do tratamento estético diferenciado das arquiteturas presentes não só ao seu arredor como também ao plano de fundo de todo o bairro. Ainda dentro do bairro e tratando de elementos naturais sob um olhar em uma escala maior categoriza-se os pontos

Nós (Mapa pg. 15)

- Na Avenida Marechal Campos foi identificado um nó no ponto de ligação da rua de saída do bairro com a Avenida, naturalmente neste ponto existe um semáforo que influencia o fluxo da avenida em função desta saída de carros. Existe a presença de uma padaria cujo movimento de fregueses é intenso e uma banca de jornal na esquina, caracterizando confluência de pessoas;

mais altos do relevo do bairro como marcos, que inclusive servem de critério para a definição do limite da paisagem do bairro devido a proeminência espacial. No bairro vizinho Santos Dumont, encontra-se no limite visual e coincidentemente limite da reserva com a área construída do bairro, uma casa implantada sobre uma pedra, aparentemente uma construção informal que chama a atenção por surgir no meio da vegetação, e ser um ponto alto na topografia. Externamente ao bairro, mas visíveis a partir de vários pontos interiores a este, são estabelecidos outros marcos, representados por cotas altas do relevo adjacente - com destaque para a Pedra dos dois olhos, o Morro do Convento da Penha e o Morro do Penedo – e por estabelecimentos de importância funcional – a exemplo da FAESA. Apesar da grande distância do Convento e o Penedo com o bairro, e mesmo que ainda não seja usado como um marco pelos residentes de Lourdes, vale a pena ressaltá-los como marcos simbólicos com o intuito de proteger a área que permite a sua visualização e marcar esse espaço como um local potencial de intervenção.

bilidade do bairro e entorno e por estar situado na crista do morro, configura momento de passagem entre os dois lados da montanha; - Na extremidade da Rua Flávio Abaurre foi destacado um nó considerado como ponto intensivo de convergência de pessoas, adquire essa formatação por corresponder ao uso específico da Igreja Católica, pode ser considerado um núcleo tendo em vista que sua imagem está vinculada a dinâmica eventual, o que difere dos demais pontos nodais que se estabelecem pelo uso cotidiano.

- Na rotatória biscoito, o fato do nó se dá principalmente pela convergência de vias, entre elas o principal acesso ao bairro vindo da Marechal Campos, tem a natureza de concentração não só de automóveis como de pessoas e caracteriza um foco intensivo que situa o usuário e o orienta ao seu destino; - No alto do morro, destacamos outro ponto nodal, caracterizado pela convergência de caminhos. Deste ponto tem-se visi-

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