Mercado & Eventos Edição 192

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ENTREVISTA

Emirates: “companhia aérea do século 21” quer crescer ainda mais no Brasil Mariana Martins

MERCADO & EVENTOS – A escolha do Rio de Janeiro pode ser vista de forma natural, uma vez que os olhos de todo o mundo estão voltados para a cidade. Quais as metas da Emirates com este novo voo? Thierry Antinori – O Brasil é um país muito grande e também muito

M&E – Vocês promoveram uma grande festa de lançamento do novo voo, com a presença de diversos agentes e operadores de viagens. Qual o peso desses profissionais nas vendas da companhia e, especificamente, desse novo voo? Thierry Antinori – Eles têm total importância para a Emirates! Uma companhia aérea é responsável por voar e oferecer os melhores produtos do mercado. Os agentes e operadores vendem esses produtos. Para alcançar o sucesso, é necessário cooperação. Nós voamos, as agências vendem e, juntos, somos um time de sucesso!

Thierry Antinori, vice-presidente executivo global de Vendas da Emirates

M&E – Implantar uma nova rota demanda altos investimentos, assim como ocorreu na implantação do voo Dubai-Rio. Quanto a companhia investiu nessa nova operação? Thierry Antinori – Não falamos em números, só posso afirmar que foi um investimento de muitos dígitos, de milhões, mas estamos muitos felizes. Investimos em aviões e, especialmente, em marketing. Realizamos eventos de promoção do voo, como a festa no Píer Mauá, em novembro de 2011, que contou com show da cantora Claudia Leitte e recebeu mais de 800 convidados. M&E – Altos investimentos tendem a envolver altas metas. Qual a meta para a taxa de ocupação dessa nova rota?

Thierry Antinori – Nossa meta é conseguir no mínimo 80% de ocupação nos voos entre Rio de Janeiro e Dubai. Não falamos sobre números precisos, mas é claro que queremos lucrar com essa rota. Nosso hub em Dubai é bem localizado, para quem viaja ao Oriente Médio, Austrália, Tailândia, Coreia, China e Japão. Além dos brasileiros que saem do país, muitos estrangeiros querem conhecer o Brasil. Assim, focamos tanto nos turistas a lazer quanto nos que viajam a negócios.

alguma dessas hipóteses? Thierry Antinori – Preferimos crescer por conta própria. Porque a fusão agrada o acionista, desagradando o cliente. Já a não fusão, agrada o cliente, que cria laços de fidelidade e compra mais, agradando também o acionista. Assim, sozinhos, é mais fácil garantir a qualidade do nosso produto, controlar nossa frota e nossos serviços. Queremos fazer nossos clientes felizes, por isso, perguntamos a eles quais destinos e serviços desejam.

M&E – No Brasil, são comuns queixas de passageiros e companhias quanto à infraestrutura aeroportuária. O senhor, que já esteve no país outras vezes, observou algum problema nos aeroportos brasileiros? Thierry Antinori – Como companhia aérea, preferimos não buscar desentendimentos com administradores dos aeroportos. Além do mais, não tenho queixa alguma. Como o Ralf (Aasmann, diretor geral da Emirates no Brasil) disse, o voo é noturno, justamente quando os aeroportos estão mais vazios e tranquilos.

M&E – E quanto às novidades? Há previsão de novos voos no Brasil e na América do Sul? Novos serviços e produtos? E a parceria com a FIFA, será estendida? Thierry Antinori – Estamos sempre atentos às novas oportunidades, não só no Brasil e na América Latina, como em todo o mundo. Além de Rio e Buenos Aires, ainda em 2012, lançaremos rotas em Dublin, Lusaka, Harare, Dallas, Seattle e Vietnã. Quanto à frota de aeronaves, atualmente, contamos com 161. Nossa meta é, até o ano de 2020, contar com uma frota de 250 a 280 aeronaves. Se o voo Dubai-Rio der certo, quem sabe não poderemos trazer aviões maiores como o A380? Em São Paulo, há projetos de ampliação da pista até 2014 e é provável que passemos a operar com aviões maiores lá tam-

M&E – Saindo dos aeroportos e tratando da aviação como um todo, uma tendência cada vez mais forte no setor aéreo é a fusão de companhias ou mesmo grandes companhias comprando menores. Como o senhor vê essa tendência? A Emirates já cogitou, em algum momento,

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Janeiro de 2012 - 2ª quinzena

A Emirates é hoje a companhia aérea que mais cresce em todo o mundo, crescimento este que tem se mostrado uma tendência e cuja receita aumenta geometricamente ano após ano. Em 2011, a receita do Grupo Emirates chegou a US$ 15,6 bilhões. É justamente nessa tendência que aposta Thierry Antinori, vice-presidente executivo global de Vendas da Emirates desde outubro de 2011. Assim como a companhia, o Brasil também tem crescido expressivamente e atraído olhares de investidores de todo o mundo. Como não poderia ser diferente, a Emirates tem buscado ampliar sua presença no país. Com mais de 600 funcionários brasileiros, a companhia é, segundo o vice-presidente executivo, a “mais brasileira entre as não brasileiras”. Junto do novo voo Rio-Dubai-Buenos Aires, a Emirates abriu também um escritório no Rio de Janeiro. O M&E entrevistou Thierry Antinori sobre o novo voo, experiência, fusões, novidades e perspectivas para o cenário da aviação.

forte economicamente, chegou ao patamar de sexta maior economia mundial. A Emirates quer crescer ainda mais neste país. Já faz três anos desde que lançamos o voo Dubai-São Paulo. Depois do sucesso do voo de São Paulo, precisávamos de um novo destino brasileiro. Então, a escolha do Rio de Janeiro foi sim muito natural. Esta é uma cidade global, que atrai tanto visitante a lazer quanto a negócios. Aqui também acontecerão megaeventos, como a Copa FIFA 2014 e as Olimpíadas em 2016. Além do viés estratégico – que é fortalecer a presença da companhia no país -, estão envolvidos mais dois fatores: oferecer uma boa experiência aos passageiros e aos agentes de viagens; e fazer desse voo um sucesso, para quem sabe oferecer um voo exclusivo para o Rio.

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