551DESDE 1970 TRANSPORTANDO INFORMAÇÃO | www.ocarreteiro.com.br | ano 52 | Nº IMPLEMENTOS COMPRA ANTECIPADA Eletrônica embarcada e eixo elétrico já são realidade nos semirreboques feitos no Brasil Chegada de nova motorização em 2023 provoca antecipação de compras para pagar menos INFRAESTRUTURA Duplicação de pista da BR-116 na Serra do Cafezal acabou com antiga fama de trecho perigosocaminhãodemotoristasparagratuitaDistribuição Desinteresse pela profissão ameaça setor de transporte FRAUDES E ROUBOS DE CARGAS CONTINUAM CAUSANDO PREJUÍZOS SINAL DE ALERTA










EditoraGIOPATODANIELA
C
Responder a essa pergunta é difícil. Somente paixão pela profissão, sentimento que um dia motivou o jovem a ser caminhoneiro, não é mais o suficiente. A ideia de que dirigir caminhão traria maior possibilidade de liberdade de ir e vir, e de conhecer o Brasil foi caindo por terra ao longo dos anos. Hoje, o jovem tem consciência das dificuldades inerentes à profissão. E sabe também, que a suposta liberdade foi substituída por viagens monitoradas através da telemetria e rastreamento. Mas, vamos ser justos. Problemas ligados ao dia a dia do caminhoneiro sempre existiram. Afinal, baixo valor do frete, alta do diesel e falta de infraestrutura são reinvindicações antigas. Porém, nenhum caminhoneiro poderia imaginar ter de enfrentar uma alta de 52,69% do diesel no período de um ano apenas (junho de 2021 a julho de 2022). Todos esses aumentos, somados a outros fatores negativos, tornaram a profissão menos atrativa e insustentável para aqueles que dela vivem.
ocarreteiro.com.br 3 EDITORIAL PAIXÃO EM ALERTA omo atrair jovens para ser motorista de caminhão?
Pesquisa realizada pela CNTA – Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos mostrou que os caminhoneiros trabalham 13 horas por dia e 23 dias por mês para receber uma média de R$ 4 mil. Além disso, 59,7% dos motoristas se sentem inseguros na estrada e 43,4% já foram vítimas de roubo de carga. Apesar de toda evolução dos caminhões, a tecnologia ainda é artigo de luxo para a grande maioria dos autônomos, cuja idade média do veículo é de 14 anos. Daí vem a pergunta: como depositar toda a sua expectativa e energia em uma profissão com tantos pontos negativos? Talvez o primeiro passo seja investir em ações para valorizar o caminhoneiro. Qualquer profissional merece reconhecimento, ainda mais quando o seu trabalho interfere diretamente na dinâmica de toda a sociedade e no funcionamento eficaz de toda cadeia produtiva. Porém, esse reconhecimento não pode ficar apenas nas homenagens em datas comemorativas. Deve estar em ações que garantam infraestrutura adequada, segurança, fretes justos e condições para planejar e atualizar o caminhão. O caminhoneiro precisa voltar a enxergar que a profissão, mesmo com as dificuldades, o possibilita sustentar sua família e a concretizar seus sonhos. A paixão ainda existe e o diesel corre pelas veias desses profissionais, mas é preciso ações urgentes para manter viva essa vontade de ser caminhoneiro, tanto por parte de quem está na ativa quanto para despertar esse desejo nas próximas gerações.

SUMÁRIO 22 VALORIZAÇÃO DO MOTORISTA Escassez de motoristas é um alerta de que a profissão precisa ser mais valorizada 52 ELÉTRICO Novo Furgão da JAC amplia oferta de comerciais elétricos para operações urbanas








ocarreteiro.com.br 5 /OCARRETEIRO/OCARRETEIRO_/OCARRETEIRO (11) 97362-0875 Publicação/REVISTAOCARRETEIROde:G.G.EditoradePublic. Téc. Ltda. Rua Palacete das Águias, 395 - Vila Alexandria CEP 04635-021-SP - Tel.: (11) 91442-4482 www.ocarreteiro.com.brrevista@ocarreteiro.com.br A Revista O Carreteiro é dirigida a motoristas de caminhão, empresários donos de transportadoras, frotistas, chefes de oficinas e demais profissionais ligados ao transporte rodoviário de carga. A publicação é distribuída em cooperação com pos tos de serviços rodoviários “ROD” (Rede Oficial de Distribuidores da Revista O Carreteiro). É proibida a reprodução total ou parcial de matérias sem prévia autorização. Matérias e artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Revista O Carreteiro. Impressão e Acabamento: Grafilar. Distribuição gratuita nos postos de rodovia cadastrados no ROD. DIRETOR Edson Pereira Coelho REDAÇÃO | redacao@ggmidia.com.br Publisher: João Geraldo(MTB 16.954) Editora: Daniela Giopato (MTB 39.656 ) Colaborador: Marcos Villela ARTE | arte@ggmidia.com.br Editor de Arte: Pedro Hiraoka DIGITAL Alexis EduardoCoelhoArpassy COMERCIAL | comercial@ggmidia.com.br Erika Nardozza Coleta Eurico Alves de Assis Nilcéia Rocha ADMINISTRAÇÂO Ed Wilson Furlan Juliana Vieira DISTRIBUIÇÃO G.G. Ed. de Publicações Técnicas Ltda. Ricardo Lúcio Martins Rute Rollo ASSINATURA | assinatura@ggmidia. com.br REVISTA DESDE 1970 TRANSPORTANDO INFORMAÇÃO 06SEÇÕES Notícias | 64 Classificados | 66 Na Mão Certa 12 REGIS BITTENCOURT Duplicação de pista melhorou segurança de motoristas e de cargas na Serra do Azeite 16 SER MOTORISTA Falta de interesse pela profissão afeta veteranos e desestimula jovens 32 NOVOS IMPLEMENTOS Nova linha de semirreboque da Randon nasceu preparada para receber eixo elétrico 38 PRÉ-COMPRA Transportadores antecipam compras para não pagar mais pelos caminhões com motor Euro 6 44 CARGAS E PREJUÍZOS Tecnologia ajuda a combater fraudes e roubos de carga, mas não zera as ocorrências 48 TECNOLOGIA Conheça algumas das mudanças nos veículos de carga que virão com a eletromobilidade ED. Nº 551 • AGOSTO/2022 58 FURGÕES AVANÇADOS Modernos e conectados, novos furgões Ford Transit buscam espaço no segmento






6 A Volkswagen anunciou que quase todas as 150 lojas de atendimento ao cliente da marca em todo o País já estão 100% preparadas para prestar atendimento ao seu caminhão elétrico, o e-Delivery, lançado ano passado. Segundo a montadora, as concessionárias já contam com equipes treinadas e tem linha direta com a fábrica, bem como estoque de peças, tanto para os veículos da linha convencional, com motor a diesel, quanto do modelo elétrico. O atendimento se estende também às praças onde ainda ainda não há nenhum VW e-Delivery em operação. O Vice-presidente de Vendas, Marketing e Serviços da VWCO, Ricardo Alouche, destacou que o treinamento e preparação da rede para diagnóstico dos veículos, levam os clientes a terem maior segurança na manutenção e na redução da complexidade dos principais componentes. O executivo observou ainda que a tecnologia inovadora e robustez do trem de força do caminhão elétrico proporciona aos clientes a otimização da sua manutenção, resultando em maior disponibilidade na operação. As novas concessionárias da rede já começam a operar com o conceito para atender as demandas do e-Delivery. A primeira delas, equipada com todas as ferramentas especiais em área exclusiva, dedicada para ativação, reparos e carregamento elétrico do veículo, e com com equipe treinada e autorizada pela fábrica é a unidade do Grupo Servopa, em São José dos Pinhais/ PR, instalada no Contorno Leste. CARRETEIROOARQUIVOeDIVULGAÇÃOFotos REDE PREPARADA


Segundo Marcio Querichelli, presidente da Iveco para a América Latina, há uma estratégia consolidada que permite o crescimento da marca na América Latina a grandes grupos como Andes Motors, no Chile e no Peru, e o Grupo Santa Rosa,
EXPORTAÇÕESEMALTA no Uruguai. Nossa participação de mercado na região é reflexo da força que temos entre transportadores, autônomos e operadores de diferentes países promovendo o melhor custo total de propriedade do mercado”, complementou. O diretor comercial da montadora para os países importadores, Daniel Calderoni, acrescentou que a Iveco, em parceria com importadores, tem diversificado os esforços para proporcionar serviços de excelência para os segmentos de carga e de passageiros. O executivo disse ainda que a montadora vai intensificar mais a expansão da marca no continente Sul Americano. Até o final desse ano, a previsão da Iveco é de ter 178 pontos de atendimento na América Latina.
Entre janeiro e junho desse ano a Iveco registrou aumento acima de 53% no número de emplacamentos no Páis e também comemorou o melhor semestre da marca em volume de exportações, com crescimento de 420% em relação ao mesmo período de 2021. A mais recente venda da marca para o exterior foi um lote de 26 unidades do Tector para a Partry, empresa prestadora de serviços do município de Canelones, no Uruguai, que realiza a coleta de resíduos urbanos.
ocarreteiro.com.br 7


8
RODOTREM
ágeis e garantem segurança ao operador. “Além disso, quando em aplicação com o Dolly rebaixado, a descarga pode ser efetuada sem desacoplamento”, complementou. Outros detalhes do implemento estão na maior durabilidade da caixa de carga e estabilidade durante as operações de basculamento devido à arquitetura de construção com adoção de cinco costelas; além de lanternas com lâmpadas de LED. O portfólio da Olivo abrange produtos como semirreboques basculante minério, basculante graneleiro, basculante 4º eixo, basculante cavaqueira, basculante bitrem, basculante rodotrem, carreta graneleiro, carreta graneleiro 4º eixo, carreta carga-seca, e a linha baú lonado sider e sider 4º eixo. Já para a linha Carroceria sobre chassi a empresa produz caçambas meia cana, meia cana minério, standard, cilindro frontal e agrícola.
Com atuação no mercado brasileiro desde 2005, a empresa catarinense Olivo Implementos Rodoviários está apresentando o SR Rodotrem Basculante, implemento mais leve que traz como principal diferencial a capacidade para o transporte de até 800kg a mais de carga útil. A redução de tara, segundo o gerente comercial da empresa, Clauber Hipolito, foi obtida pela produção do implemento com com chapas de aço três vezes mais leves e resistentes que o padrão encontrado no mercado. Com produção estimada em 15 unidades/mês, o lançamento conta com caixa de carga para volumes de 31 m³ e 35 m³ para o transporte de grãos, calcário, açúcar, fertilizantes e demais produtos a granel. Outro destaque do produto é o basculamento opcional acionado de modo remoto. De acordo com Hipolito, dessa forma as operações de descarga são mais DA OLIVO

ocarreteiro.com.br 9
O VISTA, competição global de mecânicos e técnicos da rede de concessionárias Volvo, chegou à reta final com quatro equipes brasileiras classificadas para a grande final marcada para setembro na Suécia. O Brasil será representado por dois times da Nórdica de Cascavel/PR, um da Rivesa de Tubarão/SC e outro da Dicave, de Blumenau/SC. Também da América do Sul, uma equipe do Peru se classificou para a disputa final, que contará com o total de 43 equipes de diversos países onde a volvo tem atuação no mercado. Thais Brito, a coordenadora da prova na América Latina, lembrou que o VISTA é mais do apenas uma competição e sim um evento de treinamento e uma jornada de aprendizagem que envolve conhecimentos técnicos e também respeito a opiniões diversas de trabalho
em equipe. Para a Volvo, a competição leva por extensão a um melhor atendimento e maior satisfação dos clientes da marca, porque milhares de profissionais de todo o mundo treinam para ser os melhores no que fazem diariamente. O diretor de Customer Experience & Services da Volvo Trucks na América Latina, Rodrigo Padilha, disse que os resultados demonstram a seriedade da competição, a qual é focada no desenvolvimento dos profissionais da rede Volvo, e que todos os participantes mantiveram alto desempenho e executaram com excelência os desafios propostos durante os últimos meses para chegarem à etapa final. O VISTA acontece a cada dois anos, mas por causa da pandemia a última edição foi realizada em 2018 e contou 19.700 participantes de mais de 90 países.
FINAL NA SUÉCIA

10
Ano passado o setor do transporte rodoviário de cargas no Brasil ficou em terceiro lugar no ranking de comunicações de acidentes de trabalho, com 12.771 notificações. No entanto, o setor liderou o número de mortes com 327 casos registrados. O alerta vem do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho com informações do Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Dados do Anuário Estatístico da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que 853 ocupantes de caminhão morreram em 2021 nas estradas federais em sinistros de trânsito, enquanto outros 1.616 ficaram gravemente feridos. Para Alysson Coimbra, diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), não há dúvidas de que PROFISSÃO PERIGOSA os motoristas de veículos pesados atuam em uma das profissões mais perigosas no Brasil e que a jornada excessiva de trabalho deteriora a saúde física e mental, abrindo portas para um comportamento de risco, como abuso do consumo de álcool e de substâncias psicoativas para trabalhar por mais horas e ganhar cada vez menos.
Coimbra destaca que analisando a pesquisa “A realidade do caminhoneiro autônomo em 2022”, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), não é difícil entender o motivo desses números: cerca de 23,7% dos caminhoneiros trabalham de 26 a 31 dias por mês e a média diária de horas ao volante chega a 13 horas. “Essa conta não fecha e todos nós pagamos o preço da insegurança viária nas estradas e rodovias”, complementou.






















































12 CARRETEIROOeDIVULGAÇÃOFotos ESTRADAS FIM DE PESADELOUM


ocarreteiro.com.br 13
JOÃO GERALDO Cinco anos após a inauguração do trecho de pistas duplicadas na Serra do Cafezal, na rodovia Régis Bittencourt, a redução de acidentes mostra que a obra colocou fim a um grande problema motoristasprincipalmenteenfrentadopelosdecaminhão
E ntregue ao tráfego no final de 2017, a duplicação da rodovia Ré gis Bittencourt na Serra do Cafe zal/SP, até então considerado como um dos trechos mais perigosos do País, teve a inauguração comemorada não somen te pelos caminhoneiros como também por transportadores e embarcadores. Localizado em região de relevo irregular e de mata atlântica, nos 30,5 quilômetros de extensão muitas vidas, cargas foram perdidas por conta de colisões bem como a assaltos sofridos por motoristas presos por horas em longos congestionamento ocasionados por tombamentos, colisões e outras ocorrências envolvendo veícu los de carga e de Levantamentopasseio.recente divulgado pe la ANTT (agência Nacional de Transpor tes Terrestres) comparando os quatro anos antes da duplicação (2014 a 2018) e os quatro anos após a entrega da obra (2018 a 2021) apontou queda de 81% no número de colisões frontais, a mais co mum em pistas simples, sem nenhuma fatalidade. As batidas traseiras sofreram

Duplicação reduziu número de acidentes, assaltos e o tempo de viagem entre as capitais dos Estados de São Paulo Paraná ESTRADAS Durante muitas décadas o trecho de pista simples da Serra do Cafezal foi motivo de insegurança para os motoristas 14 redução de 38% e as laterais de 48%.
Principal ligação entre as capitais dos Estados de São Paulo e do Paraná, a ro dovia é administrada pela concessioná ria da Autopista Régis Bittencourt. De acordo com as informações da ANTT, no período de quatro anos após a duplicação do trecho, o número de atro pelamentos também caiu. A redução é atribuída à implantação de passarelas e de campanhas de conscientização dirigi das a motoristas e pedestres que circu lam na Passagensregião. para a travessia de ani mais silvestres também tiveram efeito positivo, com redução para zero a taxa de atropelamentos. Outro ponto desta cado como fator da diminuição de ocor rências é a área de escape construída no km 353 sentido Curitiba, que possibilita ção também reduziu o tempo médio de descida dos caminhões, de até três ho ras dependendo das condições de tráfe go para apenas 25 minutos.
14 redução de 38% e as laterais de 48%.
Principal ligação entre as capitais Estados de São Paulo e do Paraná, dovia é administrada pela concessioná ria da Autopista Régis Bittencourt. De acordo com as informações ANTT, no período de quatro anos após duplicação do trecho, o número de atro pelamentos também caiu. A redução Duplicação reduziu número de acidentes, assaltos e o tempo de viagem entre as capitais dos Estados de São Paulo Paraná ESTRADAS Durante muitas décadas o trecho de pista simples da Serra do Cafezal foi motivo de insegurança para os motoristas



ocarreteiro.com.br 15
Um dos principais motivos pela demora para o início da duplicação do trecho da Regis Bittencourt na Serra do Cafezal foi uma ação pública questionando a licença prévia para obra em 2002. Seis anos depois, em 2008, quando a concessionária Arteris assumiu a administração da estrada, a ação civil pública ainda tramitava. Somente em abril de 2009, após a ação ter sido julgada improcedente foi possível iniciar o processo de licenciamento junto ao Ibama.
A Licença para o trecho central (do km 344 ao 363) saiu em janeiro de 2013. Os primeiros trechos liberados a partir de 01 de agosto de 2014 compreendiam uma extensão de 11 quilômetros do km 336,7 e 367, entre Juquitiba e Miracatu em região serrana coberta por mata atlântica.
A duplicação total do trecho incluiu a construção de 36 pontes e viadutos, além de quatro túneis projetados para encurtar caminho e reduzir o impacto ambiental. O último trecho que selou a conclusão da obra, sete anos após ter sido iniciada, foi inaugurado em 19 de dezembro de 2017.
OBRA DEMORADA
Para agilizar o processo, a Arteris optou por viabilizar o licenciamento, no âmbito de Licença de Instalação de dois segmentos (no início e no fim do trecho de serra) trechos onde os impactos das obras de duplicação se mostravam menores.
As Licenças de Instalação dos dois trechos nas duas extremidades, de 7 e 4 quilômetros, foram emitidos em abril de 2010, com as obras iniciadas no mesmo ano e concluídas em 2012.
Assim, a Serra foi “dividida” em três partes, sendo o trecho central o de maior complexidade ambiental.

16 PROFISSÃO CARRETEIROOePESSOALARQUIVOSHUTTERSTOCK,Fotos PROFISSÃO SOB

A tuar como caminhoneiro hoje é bem diferente de alguns anos atrás. O romantismo pela profis são que levou milhares de jovens a de sejarem ser motorista de caminhão foi perdendo espaço para as inúmeras exi gências por parte de embarcadores e transportadores. Por um lado essas mu danças trouxeram certos benefícios, en tre eles maior profissionalização do se tor de transporte de cargas. Entretanto, os caminhoneiros continuaram a sentir a DANIELA GIOPATO
ocarreteiro.com.br 17
Alta do diesel, valor do frete, insegurança, falta de valorização profissional e ganhos insuficientes para uma vida digna estão entre os principais fatores que têm contribuido para que caminhoneiros em atividade acabem desistindo da atividade. O desinteresse pela profissão, inclusive pelos jovens, tem sido cada vez maior e resultado caminhões parados por falta de condutores e de motoristas capacitados
AMEAÇA

PROFISSÃO
Ernanio Carlos de Almeida, de Cara tinga/MG, tem 40 anos de idade,seis de
muitos profissionais já sairam a profissão, outros falam em abandonar, enquanto jovens optam por outras atividades. Atualmente, a fal ta de motorista é um problema enfrenta do no Brasil e também em outras partes do mundo. A paixão pela estrada, o dese jo de viajar, conhecer novos lugares e pes soas, além de conviver com a liberdade de ir e vir já não são mais suficientes para su perar pontos negativos da profissão co mo preço do diesel, valor do frete, inse gurança, falta de infraestrutura adequa da, baixa remuneração etc. Formado em ciências biológicas e pósgraduado em gestão ambiental, Ernanio Carlos afirmou que só está na profissão porque gosta de caminhão e de viajar
Pesquisa com mil caminhoneiros es palhados por cinco pontos no Brasil, rea lizada pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), so bre a realidade do autônomo, mostrou que o motorista trabalha em média 13 ho ras por dia e 23 dias por mês para rece ber cerca de R$ 4 mil. Mostrou também que a idade média do veículo do TAC é de 14 anos. Outro ponto que chamou aten ção é a preocupação desses profissionais é em relação à segurança. Isso porque, 59,7% dos entrevistados responderam que nunca se sentem seguros nas rodo vias e 43,4% já foram vítimas de roubo de carga. Quanto ao perfil social da cate goria, 52% dos entrevistados estudaram até o ensino médio e possuem 19 anos de profissão em média.
18 falta de valorização e a perder interesse pelaComoprofissão.consequência

Pelo fato de ter vivido na estrada acompanhando várias gerações de sua família, Ernanio percebe diferenças em ser autônomo hoje em dia e no passado. “Uma das coisas que me desanimam é a falta de união. Lembro de quando meu pai viajava e eu ia junto, ele seguia sem pre em comboio, um ajudando o outro. Hoje isso é uma raridade”, lamentou. Na sua opinião existem vários fato res que afastam os jovens da profissão. A humilhação na hora de carregar é uma delas. Como exemplo ele cita uma situa ção vivida por ele. “Cheguei na empresa para carregar ao meiodia, os documen tos e o manifesto foram aprovados as 13h30, porém só consegui entrar na em presa para carregar às dez e meia da noi te. Encostei na doca uma e meia da ma drugada e só me chamaram as três da manhã e terminei de carregar às 6h00 horas. Isso é humilhante. Passar o dia e a noite inteira carregando e de manhã ter de sair e viajar. Que jovem quer passar por isso? ”, questionou. Em sua opinião, a realidade do au tônomos piorou muito depois da greve de 2018, acrescentando que a categoria já vinha sofrendo com constantes au mentos do diesel. “A greve só aconte ceu porque teve apoio de grandes em presas. Na época se estabeleceu a ta bela com o piso mínimo de frete, com isso as empresas se beneficiaram pois passaram a cobrar das transportado ras os valores tabelados. Porém, esse valor não era repassanossa classe fos se ficando em uma situação econômica cada vez pior. Outro problema citado por ele é a fal ta de incentivo para o autônomo atuali zar o caminhão. “Trabalho com um Mer cedesBenz 1620, ano 2009 avaliado em Eu vejo a molecada nova tentando entrar na profissão, mas trabalham por pouco tempo e desistem, pois não aguentam a pressão, comentou Anderson Zamperlini
ocarreteiro.com.br 19 profissão como autônomo e faz a rota Sudeste e Nordeste. Ele é formado em ciências biológicas, pós graduado em gestão ambiental e vem de uma família de três gerações de caminhoneiros autô nomos. Antes já trabalhou como funcio nário público, biólogo e professor, porém a vontade de seguir como caminhoneiro falou mais alto. “Estou na profissão por paixão. Amo o que faço, gosto de via jar e de ter caminhão e o compromisso com a carga, de fazê la chegar ao clien te. Mas hoje, mesmo gostando de cami nhão o jovem informado sobre a profis são analisa todos os pontos negativos e acaba optando por outra área”, afirmou.

20 PROFISSÃO
Para Anderson Cleber Zamperlini, de Arapongas/PR, 46 anos de idade e 26 de profissão, dos quais 10 como autôno mo, o jovem que decide ser caminhonei ro hoje tem de ter muita coragem. “Está bastante complicado viver do caminhão. As empresas conseguem cobrar o valor cheio de seus clientes porém para nós es se valor nunca é repassado. E isso deixa o nosso dia a dia cada vez mais difícil, pois por outro lado, o preço do diesel não bai xa e assim o caminhoneiro segue segu rando as pontas do Brasil. Já gostei mui to dessa profissão, mas apesar de que rer sair da estrada não tenho alternativas pois só sei dirigir. Mesmo assim estou es tudando outras possibilidades”, disse. Anderson acredita que será tarefa bem difícil fazer os jovens voltarem a se interessar pela profissão como era anti Dificuldades enfrentadas nas estradas e tempo longe de casa também contribuem para tornar a profissão menos atrativa
R$ 200 mil reais. Se eu quiser trocar por um zero não conseguiria pois teria que desembolsar quase R$ 300 mil reais. En tão, a tendência é a frota do autônomo estar sempre velha”, opinou.
Ele acredita que única solução seja as empresas entenderem a real importân cia do caminhoneiro e incorporar ações que valorizem esse profissional ofere cendo um valor digno de frete e con dições adequadas para trabalhar. “Um motorista bem pago e com tranquilida de para trabalhar cuida melhor do equi pamento. Hoje, um conjunto com cavalo mecânico e carreta é avaliado em quase um milhão de reais. A empresa inves te esse dinheiro e entrega a carreta nas mãos de um caminhoneiro e paga para ele R$ 2 mil mais alguns benefícios, to talizando no máximo R$ 4 mil. Não tem muita lógica, é preciso valorizar mais es sa mão de obra”, finalizou.

ocarreteiro.com.br 21 gamente. “Eles conhecem a realidade do caminhoneiro e não querem vivenciá la. Eu vejo a molecada nova tentando entrar na área do caminhão, mas traba lham por pouco tempo e desistem, pois não aguentam a pressão. Então, só vai trabalhar com caminhão aqueles moto ristas que têm paixão de verdade pe la profissão ou que não têm outra op ção”,Autonômoconcluiu. desde 2008, Casemiro Wolski Júnior, de Palmeira/PR, diz que para seguir na profissão tem de aconte cer duas coisas: baixar o preço do diesel e aumentar o valor do frete, mas acredita que será difícil qualquer uma dessas op ções vir a acontecer. "Hoje, 60% do fre te vai para o diesel e só com 40% é di fícil fazer a manutenção do caminhão e sustentar a família. Eu estou nesse ramo ainda porque não tenho estudo, mas às vezes penso em abandonar. Talvez se ja melhor trabalhar como empregado, mas aí esbarra no problema de ficar mui tos dias longe de casa. Como autônomo consigo estar em casa no final de sema na para ficar com a família”, pontuou. Casemiro acredita que o retorno fi nanceiro deve ser mais atrativo para os jovens voltarem a se interessar pela pro fissão. “Tudo que envolve o caminhão está muito caro. Um pneu está quase R$ 3 mil; para arrumar um motor se gasta R$ 50 mil e para recuperar esse dinheiro vai muito tempo. E isso não muda muito se o jovem opta em ser empregado pois vai receber um salário fixo que gira em torno de R$ 1.800,00 mais uns 8%. Por isso acho muito difícil os jovens optarem pela área de caminhão nessas condições. E assim vai faltar mão de obra cada vez mais”, finalizou. Hoje 60% do frete vai para o diesel e só com 40% fica difícil fazer a manutenção do caminhão e sustentar a família, destacou Casemiro Júnior, lembrando que um pneu novo custa quase R$ 3 mil e para arrumar um motor se gasta outros R$ 50 mil

PROFISSÃO DIVULGAÇÃOSHUTTERSTOCK,FotoseARQUIVOOCARRETEIRO FALTA


Afalta de valorização da profissão tem se tornado uma das princi pais queixas por parte dos cami nhoneiros, empatando inclusive com a alta do diesel, valor baixo do frete e in segurança. A importância desses pro fissionais para manter o abastecimento das cidades e manter funcionando hos pitais, mercados, farmácias, aeroportos e postos de combustível, assim como o es coamento de tudo o que é produzido, fi cou claro para todos os brasileiros duran
Além de dificuldades enfrentadas pelo caminhoneiro no dia a dia, como insegurança, baixo valor do frete e a falta de incentivos para melhorar suas condições de trabalho, a desvalorização da profissão tem causado abandono e o desinteresse de jovens a ingressar na profissão. O resultado são caminhões parados por falta de mão de obra ATRATIVOS E DE INCENTIVOS
DE
DANIELA GIOPATO te a greve dos caminhoneiros em 2018 e, recentemente, com a pandemia da Co vid-19. Os veículos pesados se mostra ram parte fundamental na circulação de todo tipo de mercadoria no País, com provando que sem os caminhões a rotina das pessoas se tornaria um caos. Entretanto, apesar de toda essa im portância, os motoristas se dizem cada vez mais desmotivados a permanecerem na profissão, justamente pela falta de ações para melhorar o dia a dia na estra da além do descaso de empresas, embar cadores e governo quanto à segurança e


24
PROFISSÃO
Os assaltos e roubos também apare cem na lista de pelo menos 64,6% dos caminhoneiros entrevistados. Cerca de 7% relataram que já tiveram o veículo roubado ao menos uma vez nos últimos dois anos. Além disso, 49,5% desses pro fissionais já recusaram a viagem por con ta do risco de roubo ou assalto durante o trajeto. Os motoristas também des tacaram o baixo ganho (50,4%), a bai xa qualidade da infraestrutura (20,9%) e a ausência de qualificação profissional adequada (15,6%) como ameaças à pro fissão.Ocusto do combustível aparece como o segundo maior entrave vivenciado pe los motoristas (35,9%) e a queda do pre Estamos em constante conversa com o governo para achar soluções positivas para o caminhoneiro, disse Bruno Batista, da CNT. Mais segurança é desejo da categoria
falta de infraestrutura. Pesquisa reali zada pela CNT – Confederação Nacio nal dos Transportadores – traçou o perfil dos caminhoneiros e apontou que entre os pontos negativos da profissão cons tam o fato de ela ser perigosa/insegura (65,1%) e desgastante (31,4%) e de com prometer o convívio familiar (28,9%).



ocarreteiro.com.br dido pelos profissionais do volante, em especial os autônomos. No total, 51,3% consideram ser essa a maior demanda da categoria. Em segundo lugar apare ce a necessidade de mais segurança nas rodovias (38,3%), seguida de financia mentos oficiais a juros mais baixos para a compra de caminhão (27,4%) e do au mento do valor do frete (26,2%).
25
“A pesquisa nos mostrou que boa par te das dificuldades e pontos negativos citados pelos caminhoneiros estão rela cionados com a própria dinâmica do País. Roubos e assaltos têm relação com a se gurança pública, enquanto alta do diesel e o valor de frete estão diretamente li gados a questões econômicas. Todos os entraves citados precisam de ações junto ao governo para serem solucionadas. Es tamos em constante conversa com o go ra o caminhoneiro, inclusive em relação ao financiamento para dar aos motoris tas a chance de trocar de caminhão e ter melhores oportunidades”, disse o diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte, Bruno Batista. Entretanto, ele ressalta que a pesqui sa mostrou também que mesmo diante de todas as dificuldades inerentes à ati vidade, o caminhoneiro é um profissio nal orgulhoso de sua profissão. O traba lho também mostrou características da própria dinâmica da profissão, tais como possibilidade de conhecer pessoas e lu gares e horário flexível. Apesar da paixão pela profissão, Ba tista lembra que a escassez de mão de obra de motoristas no Brasil e em outras partes do mundo é preocupante. “É um problema que pode comprometer a eco Falta de infraestrutura nas rodovias se destaca como um dos motivos causadores de desinteresse pela profissão

PROFISSÃO
Valorizar o caminhoneiro é essencial por várias razões, pois é o fator humano que grarante o transporte, diz Salete Argenton
“Eu vejo um futuro positivo e de cres cimento para a profissão. O caminhonei ro tem hoje diversas ferramentas dispo níveis com preços acessíveis, gratuitas e remotas para se aprimorar e conseguir tirar vantagem dessa profissão que é tão importante e essencial para o nosso País. Eu vejo o caminhoneiro daqui uns anos sendo um especialista em comuni cação instantânea, tecnologia e um rela ções públicas da empresa ou do seu pró prio negócio”, opinou.
Para a gerente da Fabet, Salete Ma risa Argenton, valorizar o caminhoneiro é essencial por diversas razões. Ela acre dita que por mais que os veículos este jam cada vez mais tecnológicos, é o fator humano que garante o transporte. “Uma empresa de transporte somente se con solida à medida que disponibiliza uma frota de veículos adequada, associada a motoristas preparados, engajados e que conduzam com segurança e economia.
26 nomia do País se nada for feito. Porém acredito que essa escassez esteja liga da também à própria mudança de perfil do caminhoneiro. Hoje, o mercado busca um profissional que tenha conhecimen to em tecnologia, até mesmo porque os caminhões estão cada vez mais moder nos. Mas é preciso entender que é uma situação positiva para o profissional, pois a medida que ele se capacita consegue melhores fretes e salários”, acrescentou.
Batista ressalta também ser importante o motorista buscar cursos e treinamen tos, bem como reforça que o Sest Senat oferece cursos gratuitos e alguns online.



ocarreteiro.com.br 27
Cada vez mais as transportadoras preci sam criar ações que transformem os am bientes de trabalho em espaços mais po sitivos, respeitosos, saudáveis e seguros, e que sejam estendidos aos embarcado res, pontos de apoio e demais organis mos envolvidos e responsáveis por toda a logística do negócio”, acrescentou.
Na opinião da gerente da Fabet, a es cassez de bons profissionais do volante deve servir de alerta para o setor tomar medidas necessárias para garantir mini mamente que os profissionais perma neçam na profissão e sejam capacitados para entenderem e atenderem as mu danças do setor e as exigências do mer cado. “O setor muda muito rapidamen te por conta dos avanços tecnológicos e nossos motoristas precisam ser estimu lados para avançarem na mesma propor ção e não desistirem”, completou.
Sobre as ações necessárias para esti mular jovens a ingressarem na profissão, e também evitar a desistência por parte dos que estão em atividade, Salete Ar genton ressalta a importância de empre sas apoiarem e darem condições para os motoristas realizarem treinamento téc nico e especializado, que desenvolvam as habilidades e competências compor tamentais e técnicas para se tornarem profissionais seguros e eficientes. “Tec nologias embarcadas e agregadas já são elementos que estimulam jovens a in gressarem na profissão. Muitos jovens e adultos têm o desejo de se tornarem bons condutores, entretanto percebe mos o baixo investimento das empresas Mulheres treinadas e preparadas para atuar como motoristas já dirigem caminhões em várias regiões do Brasil

28 PROFISSÃO para apoiarem esse público”, explicou. Sobre a falta de motoristas, ela cita que milhares de veículos já estão para dos nos pátios por conta da falta de pro fissionais e outros tantos estão com ida de próxima da aposentadoria e em breve também estarão ausentes da atividade. De acordo com ela, como consequên cia tem empresas contratando motoris tas sem o preparo suficiente e colocan do em risco a vida de pessoas, enquanto outras buscam soluções caseiras de trei namentos ineficientes, sem metodologia adequada, sem embasamento educacio nal. “Entendemos que a solução passa por diversas etapas que precisam ser de senvolvidas com seriedade, profissiona lismo e, sobretudo, com os investimen tos necessários. O processo de recruta mento, seleção, contratação, integração, treinamento e retenção da forma corre ta, ética e respeitosa, são os primeiros movimentos para solucionar a escassez e a falta de qualidade da mão de obra”, complementou.Outrassoluções propostas pela ge rente da Fabet é o estímulo junto a transportadores e embarcadores para o apadrinhamento de jovens e adultos inexperientes para que participem dos cursos especializados de formação e a partir do bom desempenho dar a opor tunidade de ingresso na atividade. “Es tamos em uma época de tanta transfor mação no setor que não podemos mais basear nossos critérios de contratações em experiências profissionais anteriores, mas sim conseguir avaliar quais habilida Adriano Depentor, do Setcesp, alerta sobre a queda no número de profissionais habilitados para dirigir caminhão



ocarreteiro.com.br 29 des o indivíduo tem a partir da forma ção e do estudo e quais precisam ainda de aperfeiçoamento e plano de ação para o desenvolvimento contínuo”, explicou.
A importância de ações para inserção de mulheres condutoras também é des tacada, mas para isso é importante que as empresas invistam na preparação, formação e educação de mulheres para a atividade. “Precisamos urgente de in vestimentos sérios e oportunidades pa ra as mulheres mostrarem o talento e competência na arte de conduzir veícu los modernos e tecnológicos, seja pa ra operações urbanas, rodoviárias, off road ou internacional”, disse. Ela desta cou que ex-alunas da Fabet estão espa lhadas pelo Brasil e em diversos perfis de transporte, comprovando a qualidade de seu trabalho. “Portanto, a solução é co nhecida e simples: investir em educação profissional, dar oportunidades e respei tar/valorizar a profissão e quem a exer ce”,Oconcluiu.presidente do conselho superior e de administração do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região), Adriano Depen tor, destacou que desde 2015 o número de motoristas habilitados para dirigir ca minhão (categoria C e complementares) vem diminuindo no País. Conforme dis se, até então o crescimento era modesto (cerca de 1,4% ao ano) porém, nos últi mos anos tem caído a taxas de até -5,9% ao ano. As quedas mais acentuadas es tão em São Paulo, chegando a registrar uma redução de -8,9% de motoristas habilitados entre 2017 e 2018. A queda de registros de habilitados “C” já chega a 7,45% ao ano nos muni cípios da base do Setcesp, com quedas Motoristas precisam ser estimulados a acompanhar os avanços das tecnologias do setor de transporte



30 PROFISSÃO
“Devido a desvalorização, desde a in fraestrutura (assistência nas estradas, ponto de parada e segurança) até a re muneração, e o mercado como um todo, (isso inclui governo, empresa, embarca dores, recebedores), o jovem não tem in teresse na profissão, pois ele busca dina mismo, reconhecimento e mais agilida de. Então, o setor deve ser reestruturado para que a qualidade cresça ainda mais e com isso novos perfis voltem a fazer par te do segmento”, complementou.
mensais constantes na casa dos 0,65%. Além disso, o perfil de idade dos moto ristas também mudou muito nos últi mos 10 anos: em 2010, a grande maioria se encontrava na faixa de 41-50 anos de idade, enquanto em 2020 houve um en velhecimento, passando para a faixa en tre 51-60 anos. O número de novos mo toristas na primeira faixa 18-21 anos caiu 64,1%, mesma proporção da faixa 22-25 anosDepentor(63,7%).
disse que a falta de inte resse gera a não qualificação da mão de obra e por mais que se tenha meios de melhorar essa qualificação, e as empre sas estejam investindo para isso dentro de suas dependências, a falta de interes se ainda é muito grande e decorrente da desvalorização do setor como um todo.
Em sua opinião, para reduzir a escas sez de mão de obra no Brasil o primei ro ponto deve ser a valorização da clas se, proporcionando boa remuneração, seguida por uma infraestrutura ade quada, segurança, capacitação e melhor qualidade de trabalho para todos os pro fissionais. “Se nada for feito, o principal problema será o comprometimento do crescimento do País, trazendo um garga lo ou até mesmo um apagão logístico. Is so vai expandir com a falta de profissio nais e trazer atraso no crescimento. Vale ressaltar que o motorista é personagem principal do transporte. Mesmo com o avanço da tecnologia os caminhões au tônomos estão distantes, então a mão de obra ainda irá perdurar por muitos anos neste segmento”, opinou. Marlon Maues, executivo da Confe deração Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), acrescentou que a profissão de caminhoneiro não tem ne nhum atrativo, além de oferecer vários riscos. Pesquisa realizada pela Confede ração mostrou que a remuneração bai xa é um dos fatores de dificuldades para exercer e continuar na profissão. “O sis tema que foi criado transformou o cami O sistema criado transformou o motorista em um escravo sobre rodas, refém da profissão, disse Marlon Maues, da CNTA

ocarreteiro.com.br 31 nhoneiro em um “escravo sobre rodas”, um refém da própria profissão. Sendo colocado em uma situação onde leis, re gulamentações e condições de trabalho o deixaram em condição insustentável. “Na pesquisa percebemos que pro fissionais com 19 anos de estrada são muito fieis à profissão, sendo a paixão a maior justificativa para se manterem na atividade. Além disso, o nível de escolari dade é médio e muitos deles não concluí ram o nível superior, pois tiveram de op tar entre a cabine do caminhão e o banco da escola”, observou. Outro dado da pesquisa mostrou que os caminhoneiros trabalham em média 23 dias por mês, nos outros sete geral mente estão à espera da carga ou servin do de depósito. “Somente metade dos entrevistados conhece a lei do piso mí nimo do frete, lei que existe e é de direi to do profissional, mas não conseguem exigir porque correm o risco de perder o frete para outro motorista. O mesmo ra ciocínio se aplica para a lei da estadia e pedágio, entre outras. E isso acontece pelo excesso de mão de obra nem sem pre qualificada”, explicou.
Na opinião de Marlon Maues, todo esse ecossistema do transporte rodoviá rio de cargas e essas dificuldades moti vam os jovens a buscarem outras profis sões. “O jovem entende que o caminho neiro fica fora de casa por quase 30 dias, ganha uma receita líquida de quatro mil reais, percebe a insegurança e a falta de conservação nas estradas. Quem vai ar riscar a trabalhar em uma profissão com tantos fatores negativos? Diante desse cenário, a consequência é a falta de mão de obra não somente no Brasil, mas em várias partes do mundo”, finalizou. Pesquisa apontou que caminhoneiros desconhecem leis e não conseguem exigir direitos por medo de perder o frete


32 ELÉTRICO)(EIXOFEDRIZZIFELIPEeZULIANELOSAMUELTESCH,PEDROFotos IMPLEMENTOS EM DIREÇÃO AO FUTURO


A novidade da inteligência embar cada consiste em uma plataforma com sistemas de telemetria e sensoriamen to que permitem o controle à distância do implemento e gera dados para con trole e gestão da frota. Combinados com a contratação de serviço de manutenção preventiva, por meio da rede de distri buidores Randon, a plataforma possibi lita acompanhamento do semirreboque durante toda sua vida útil. Como acon tece com os caminhões, o objetivo é ter um controle de manutenção por meio de paradas programadas para se ganhar produtividade. Inicialmente a inteligên
e manutenção programada, opção para eixo elétrico e construção com materiais mais leves e resistentes
parainteligênciatrazembarcadaacompanhamento
ocarreteiro.com.br 33 JOÃO GERALDO Nova linha de graneleiros da Randon
Assim como chegaram aos cami nhões, a eletrônica embarcada e a conectividade já marcam pre sença também nos novos semirrebo ques. Sistemas que freiam automatica mente ou que de modo inteligente con trolam a suspensão para manter a altura do implemento durante a operação de carga ou descarga, entre outras tecnolo gias para trazer mais segurança e redu zir custos do transporte são algumas das soluções que começam a integrar os im plementos para trazer mais segurança e reduzir custos da operação de transporte.
Essa é também a proposta nova li nha de semirreboques graneleiros da Randon que está sendo apresentada ao mercado. Identificada como New R, na visão da empresa o lançamento marca um novo momento da Randon Imple mentos e dá início à construção de um futuro sobre os pilares da inteligência embarcada, eletromobilidade, modulari dade e sustentabilidade, os quais juntos deverão mais rentabilidade para o agro negócio e menor custo de propriedade para o transportador.


No campo da eletromobilidade, os novos graneleiros nasceram preparados para receber o eixo elétrico de tração auxiliar, item que ajuda a movimentar a carreta especialmente nos trechos de subida. Autorizado pelo Contran para o uso em semirreboque desde 17 de maio desse ano, o módulo de tração elétrica desenvolvido pela Suspensys - empre sa do Grupo Randon - foi apresentado em 2019 na Fenatran. Desde então, pas sou por vários testes em caminhões de empresas de transporte e já se encontra pronto disponível para o mercado. Identificado como e-Sys, trata-se de um módulo com sistema de recuperação de energia gerada durante a frenagens. Dessa forma o eixo elétrico acumula energia para auxiliar o caminhão a ven cer ladeiras com mais eficiência e menos consumo de combustível. Dependen do da aplicação, essa tecnologia pode gerar economia de combustível de até 20%, além de menor desgaste dos com ponentes do cavalo mecânico e menor emissão de resíduos no meio ambiente. No entanto, seu custo ainda é alto, tra tando-se portanto de um componente cujas vantagens dependem das carac
Além da embarcada,inteligêncianovalinha de implementos traz materiais mais leves e resistentes
34 cia será disponibilizada somente para implementos novos e seminovos com menos de três anos de uso.
IMPLEMENTOS

Ainda de acordo com a fabricante, as tampas da linha graneleira são construí das com perfis de alumínio e sem sol das em sua estrutura, portanto mais le ves para abrir e fechar. Alguns dos ele mentos de fixação de acessórios do semirreboque, como o semi- varão, por exemplo, são feitos smart composites, material 65% mais leve que o anterior produzido em aço. Segundo a Randon,
terísticas da operação do transportador. Além da inteligência embarcada e da eletromobilidade, a linha graneleira New R traz também como destaque redução de peso capaz de proporcionar ganho acima de 800kg de carga líquida no se mirreboque e mais de 1,2 tonelada no ro dotrem. A maior capacidade de carga se deve à aplicação de materiais mais leves na construção do implemento. A caixa de carga, por exemplo, uti liza a uma terceira versão do Ecoplate 20% mais leve. Esse material que reú ne alumínio e plástico não requer pin tura e possibilitou a redução de 280kg somente na caixa de carga do rodotrem. O assoalho, por sua vez, em versões de alumínio e aço, chega a ser até 190 mais leve. Há também opção pelo assoalho de compensado naval, mas o objetivo da Randon é reduzir o uso da madeira substituindo por materiais mais leves.
ocarreteiro.com.br 35

IMPLEMENTOS
O isolamento da caixa de carga conta com novas borrachas para reduzir a per da de grãos. Dependendo da configura ção do semirreboque, o assoalho - em alumínio de alta resistência e novas bo cas de escoamento - proporcionam mais rapidez no escoamento da carga.
36 com as novas opções a redução total do rodotrem pode chegar a 1 tonelada mes mo com rodas de ferro.
A parte traseira dos implementos trazem várias novidades, entre elas o novo formato das sinaleiras, bem co mo na aplicação da marca da fabrican Função principal do eixo elétrico é auxiliar o caminhão nas subidas de ladeiras


ocarreteiro.com.br 37 te, além do para-choque tubular sem solda nas colunas, com geometria pa ra proteger o adesivo refletivo e siste ma de travamento automático e molas para reduzir o nível de ruídos.
ILUMINAÇÃO–
O diretor-superintendente da Divisão Montadora das Empresas Randon, San dro Trentin, reforçou que o graneleiro é o primeiro produto a carregar a trans formação representada pela Linha New R. De acordo com o executivo, mais uma vez a companhia se colocou à frente ao desenvolver um produto com soluções que beneficiam o transporte no que sito de economia de tempo e aumento de desempenho, bem como levando em conta também a sustentabilidade. “A Li nha New R, agora representada no novo graneleiro, faz o movimento em direção ao futuro”, concluiu.
A nova linha de produ tos traz novidades também na ilumina ção, com maior número de Leds em to das as funções. O objetio foi de tornar o implemento mais visível. Esse sistema antecipa a legislação, pois está em con formidade com a resolução do Contran 667/17 prevista para entrar em vigor a partir de Considerada2024. pela empresa como a sua mais moderna geração de graneleiros já produzida, a linha New R recebeu inves timento de R$ 5 milhões. O montante teve como destino toda parte de pesqui sa, desenvolvimento e novos maquiná rios para a fabricação dos novos produ tos, entre outras demandas.
Linha New R é considerada a mais moderna geração já produzida pela Randon

38 JOÃO GERALDO
O aumento de preço previsto para os caminhões produzidos a partir de 01 de janeiro de 2023 devido a nova motorização que atende a fase P8 do Proconve leva os transportadores a anteciparem as compras, por outro lado as montadoras enfrentam o desafio da falta de componentes na linha produção
PRODUÇÃO NADESCOMPASSOLINHA

CARRETEIROOeDIVULGAÇÃOFotos
Com isso, a previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ao final de ju nho conta de que esse ano os números da indústria de caminhões serão pareci dos aos de 2021, quando foram produ zidos 158.810 caminhões a partir de 3,5 toneladas de PBT e licenciados 122.824 nacionais, mais 5.855 importados.
O ingresso dos motores com a tec nologia de emissões Euro 6, pa ra atender a fase P8 do Procon ve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que trará aumento de preço dos veículos, tem sido um dos principais aceleradores de vendas de caminhões este ano. No entanto, a falta de componentes na ca deia de fornecimento tem sido uma das barreiras para montadoras conseguirem atingir um dos seus maiores volumes de produção e vendas dos últimos anos.
ocarreteiro.com.br 39

40
Apesar das limitações impostas à produção pela falta de componentes, as vendas de grandes lotes de caminhões têm acontecido, mesmo que seja para serem entregues ano que vem, uma vez que modelos produzidos até 31 de de zembro de 2022 poderão ser faturados até o final de março de 2023.
PRODUÇÃO
Seguindo a realidade do merca do brasileiro de que o agronegócio é o maior comprador de caminhões pesa dos, uma das grandes vendas provoca da pelo movimento de pré-compra - pa ra evitar o aumento dos caminhões Eu ro 6 produzidos a partir de 01 de janeiro de 2023 - envolveu 400 unidades do FH 540 6x4 e outros 40 da linha VM. Des de 2019 o FH 540 ocupa o posto de ca minhão mais vendido Brasil. Em 2021 fo ram 8.395 unidades. O negócio foi fechado com a Ama ggi, a maior empresa de grãos e fibras do Brasil com a comercialização de 17,8 milhões de toneladas no ano passado; e também uma das maiores produtoras mundiais de grãos, cuja produção pró pria anual de grãos e fibras é de cerca de 1,1 milhão de toneladas. Os caminhões FH 540 irão transpor tar produtos agrícolas produzidos no Centro-Oeste até os terminais de trans bordo da região Norte, enquanto os mo delos VM serão utilizados em operações de apoio. “Estamos expandindo nossa operação logística e melhorando a inte gração entre os sistemas rodoviário, hi

ocarreteiro.com.br 41 droviário e ferroviário, proporcionando mais economia, aumentando a agilida de e diminuindo o impacto ambiental”, declarou o gerente de logística da em presa, Anilton Carmo. Com a aquisição a frota da Amaggi passará a contar com 600Aindacaminhões.deacordo com o executivo, uma parte dos novos veículos irá rodar já este ano pela BR-163 no trecho en tre os Estado do Mato Grosso e Pará, abrangendo regiões mato-grossenses de cidades como Sorriso, Sinop e Ma tupá, até chegar a Miritituba (PA), onde os grãos são descarregados em uma es tação de transbordo e em seguida se remAexportados.empresautiliza rodotrens Librela Alcides Cavalcanti, da Volvo, satisfeito com o fechamento da venda para um dos maiores grupos do agronegócio no País
FH 540 6X4 é o caminhão mais vendido no mercado brasileiro desde 2019. Ano passado foram licenciadas 8.395 unidades



PRODUÇÃO
42 to basculantes com duas caçambas de aço e basculamento de 40graus. A ou tra parte da frota rodará no Corredor Madeira, entre Mato Grosso e Rondônia, também com destino aos terminais por tuários do Norte do Brasil.
Outra venda também anunciada em julho envolveu a negociação de 124 ca minhões pesados Iveco Hi-Way 6x4 e seis modelos semipesados Tector 6x4 para a Inpasa, considerada a maior pro dutora de etanol de milho da Améri ca Latina, com três unidades no Brasil (Sinop e Nova Mutum/MT e Dourados/ MS) e duas no Paraguai. Anualmente a empresa produz 1 bilhão de litros de etanol, 50 mil toneladas de óleo de mi lho e 570 mil toneladas de DDGS (nu trientes para ruminantes, aves, peixes, equinos e pets).
Eder Lopes, diretor da Inpasa, des tacou que a aquisição dos novos cami nhões tem como objetivo fortalecer as operações de transporte da empresa. Acrescentou que os veículos irão ampliar a eficiência e trazer redução de custos, destacando que o conforto é um dife rencial para os motoristas, principalmen te porque as operações envolvem da via gens em rotas de longas distâncias.
“É uma enorme satisfação fechar mais um negócio com a Amaggi, um dos maiores grupos mundiais do agribusi ness e genuinamente brasileiro”, afir mou Alcides Cavalcanti, diretor executi vo de caminhões da Volvo no Brasil.

ocarreteiro.com.br
O diretor comercial da Iveco, Ricardo Barion, por sua vez reforçou que a estra tégia adotada pela montadora de crescer de forma sustentável tem trazido resul tados muito positivos, tanto no aumento das vendas quanto em relação à satisfa ção dos clientes de todos tamanhos que operam com veículos da marca.
Entre janeiro e junho desse ano a Iveco registrou o emplacamento de 5.363 veículos. Esse volume represen tou crescimento de 59,2% em relação às 3.508 unidades registradas no mes mo período de 2021. Além das vendas no mercado brasileiro, a montadora co memorou também no mesmo período o crescimento das exportações, com o envio de aproximadamente 1.000 veí culos entre caminhões e ônibus.
43
Ricardo Barion destacou que a estratégia de crescer de forma sustentável tem trazido resultados positivos para a Iveco Caminhões Iveco Hi-Way vão fortalecer a frota da Inpasa nas operações de longas distâncias
O presidente da Iveco para a América Latina, Marcio Querichelli, acrescentou que a estratégia da montadora permite o avanço no continente junto a grandes grupos, como a Andes Motors, no Chi le e no Peru, e o Grupo Santa Rosa, no Uruguai. “Nossa participação de merca do na região é reflexo da força que te mos entre transportadores autônomos e operadores de diferentes países, pro movendo o melhor custo total de pro priedade do mercado”, complementou. A montadora concluiu recentemente a negociação de 26 unidades do Tector Premium com a Partry, empresa de co leta de resíduos urbanos do município de Canelones, no Uruguai.


SEGURANÇA BRECHAS TECNOLOGIANA
44
JOÃO GERALDOAumento do prejuízo em 2021 com roubos de cargas e fraudes, após período com redução das ocorrências, tem levado empresas e entidades a buscarem cada vez mais soluções inteligentes tentar reduzir as perdas A s tecnologias empregadas para reprimir roubo de carga e frau des no transporte rodoviário de carga fazem efeito, mas ainda são insu ficientes para zerar a ação dos ladrões.
Pela primeira vez desde 2017, após um período com redução, as perdas com ocorrências de roubos voltaram a cres cer, saltando de R$ 1,25 bilhão registra


Um dos motivos apontados pelo au mento das ocorrências e do prejuízo é o maior volume de mercadorias em circu lação por conta do retorno das ativida de econômicas após os piores meses da pandemia. Na avaliação do vice-presi dente de segurança da Associação Na cional do Transporte de Cargas e Logís tica (NTC Logística), Roberto Mira, o au mento das perdas se deve também à
valorização de certos produtos que se tornaram mais atrativos aos ladrões de vido à valorização causada pela infração.
ocarreteiro.com.br 45
CARRETEIROOeDIVULGAÇÃOSHUTTERSTOCK,Fotos
Outro problema vivido pelo setor do em 2020 para R$ 1,27 milhão em 2021.
O recente levantamento divulgado pela Associação apontou que os prejuí zos cresceram em R$ 20 milhões apesar das modernas tecnologias. No mesmo período, também houve alta no número de ocorrências, com registros de 14.400 no ano passado contra 14.150 em 2020.

De acordo com Bogajo, a tecnologia é parte central do investimento da pla taforma no programa Frete Seguro pa ra reduzir as fraudes do setor. “Graças às nossas iniciativas em segurança, e ao uso da tecnologia, mesmo com um au mento do volume de fretes na nossa plataforma conseguimos manter uma taxa de segurança de 99,99%”, disse o executivo. De um total de 4,6 milhões de fretes registrados no primeiro semes tre desse ano, esse percentual de segu rança representou 59 fraudes efetivas contraEntrecaminhoneiros.asiniciativas do novo investi mento constam a identificação em tem po real de comportamentos de risco de empresas que publicam fretes na plata forma, a revisão das regras do robô que checa e bloqueia fretes falsos, e tam bém as melhorias feitas na conta digital Fretebras que garantem o recebimen to do frete por parte do caminhoneiro e zera o calote sofrido.
Além de recomendações, esse tipo ocorrência tem sido combatido com in vestimentos em tecnologias, conforme explicou o Head de Risco e Prevenção à Fraude da Fretebras, Michael Bogajo. Ele lembra que no ano passado foram des tinados R$ 30 milhões no programa Fre te Seguro, aporte que resultou em redu ção de 67% das fraudes sofridas por ca minhoneiros. Segundo a Fretebras, até o final desse ano serão investidos mais R$ 48 milhões nessas ações.
SEGURANÇA
46 além do roubo de carga que exige inves timentos em segurança são as fraudes contra caminhoneiros que buscam fre te por aplicativos. São muitas as histó rias de motoristas que caem no golpe de de ir até um local combinado para pegar um carregamento e acabam sendo víti mas de assaltantes.

Outra iniciativa da plataforma é o programa Embaixadores da Fretebras criado em parceria com motoristas de caminhão. Uma das ações é disseminar constantemente dicas e conteúdo de segurança entre caminhoneiros, buscando abranger o máximo possível de profissionais.
Investimentos têm como objetivo evitar que caminhoneiros que buscam frete por aplicativo caiam no golpe de ir até um local pegar uma carga e sejam assaltados
EMBAIXADORES DO FRETE
ocarreteiro.com.br 47
O caminhoneiro
Júnior Fernandes, adepto do programa Embaixadores, explicou que principal propósito é a melhoria da classe. “O programa tem feito uma diferença muito grande, porque eu posso levar informações de segurança que muitos motoristas não sabem, ao mesmo tempo posso também posso trazer uma visão dos meus colegas”, explicou. Júnior Fernandes complementou lembrando de uma ocasião que ele estava desconfiado de um frete e chamou a equipe da Fretebras. Após ter passado as informações para a plataforma recebeu ajuda que evitou que ele caisse em um golpe. De acordo com a Fretebras, a comunicação rápida e assertiva é parte essencial para um transporte mais seguro, por isso grande parte do investimento é direcionado a divulgar recomendações de segurança e casos mais frequentes de fraude.




48
FUTURO
Tecnologias que eliminam componentes mecânicos sinalizam o quanto a eletromobilidade poderá trazer modificações aos veículos das próximas gerações e ao setor do transporte rodoviário V ocê já pensou como seria di rigir um caminhão cujos com ponentes mecânicos tradicio nais do sistema de direção não existis sem mais, e os comandos do motorista fossem transmitidos às rodas por cabos elétricos? Se ainda não imaginou é hora de começar, porque a tecnologia já exis te, está pronta e prevista para equipar as TECNOLOGIA
JOÃO GERALDO


próximas gerações de caminhões, ôni bus e demais veículos comerciais. Esta e outras inovações serão apresentadas pelo Grupo ZF na IAA Transport, a maior feira do setor de transporte do mundo, realizada em setembro na Alemanha. Como é de conhecimento de todos do meio do transporte rodoviário, o se tor encontra-se em transformação com avanços que vão além da substituição do motor a combustão por outras for mas de propulsão, entre as quais se des taca a eletricidade. Sejam quais forem as tecnologias empregadas nos próximos anos, o que se propõe hoje é ter veículos cada vez mais dinâmicos, seguros e afi nados com os novos tempos, especial mente no âmbito das emissões.
ocarreteiro.com.br 49 DIVULGAÇÃOFotos ELÉTRICO
Algumas dessas tecnologias previs tas o futuro e parte da estratégia do Grupo ZF para veículos automatizados, conectados e eletrificados foram ante



50 cipadas à imprensa mundial no mês de julho. “São várias soluções integradas para disponibilizar o que está na van guarda da tecnologia”, disse Wilhelm Rehm, membro do Board Mundial ZF, responsável por Soluções para Veículos Comerciais, Tecnologia Industrial e Ges tão de Materiais. O sistema totalmente elétrico de di reção por fios citado acima, identifica do como Steer-by-Wire, (dirigir por fio, na livre tradução) funciona inteiramen te por meio de sinais elétricos. Dispo nibilizado primeiro em automóveis de passeio, o sistema está pronto também para veículos de carga e de passageiros. A expectativa é que esta tecnologia ve nha a desempenhar um papel cada vez mais maior no controle tanto longitu dinal quanto vertical do movimento do veículo.OCEO do Grupo ZF, Henning Schei der, destacou que o objetivo que as di visões do Grupo trabalhem juntas em estreita parceria e otimizando os bene fícios da transferência mútua de tec nologias entre veículos. “Por isso, es se avanço para automação em carros de passeio é fiel à filosofia da empresa, de ser desenvolvida e implantada em qual quer outro lugar, como em veículos co merciais”, complementou. Outra tecnologia da empresa é o Ce Trax 2, sistema de driveline elétrico mo dular e integrado para veículos comer Sistema de direção que elimina componentes mecânicos (imagem acima); abaixo, sistema de tração elétrica Cetrax
TECNOLOGIA



ocarreteiro.com.br 51 ciais pesados. Apresentado em 2020 para ônibus, essa tecnologia faz agora estreia mundial. Trata-se de um siste ma tração central elétrica que substitui a transmissão convencional do veículo e pode ser usado em conjunto com um eixo elétrico. Com produção em série pre vista para 2023, o CeTrax 2 inclui tecno logias já aplicadas em carros de passeio como o sistema de refrigeração e inver sor adaptadas para veículos pesados.
Outra novidade é o ZF Scalar, uma plataforma de soluções digitais para operadores de frotas. É uma solução de Na imagem maior, gráfico de operação da plataforma Scalar; abaixo caminhão equipado com Cetrax em operação planejamento, roteamento e expedição totalmente automatizada baseada em recursos da Inteligência Artificial. Essa plataforma combina e conecta tecnolo gias a bordo de veículos comerciais a sis temas de terceiros. Segundo a empresa, a plataforma Scalar ajudará os operado res de frota a aumentarem a eficiência operacional, sustentabilidade, confiabi lidade de planejamento e segurança de carga e passageiros. Um parceiro indis pensável para o setor de transporte de cargas e passageiros, segundo a ZF.
Também fez parte da apresenta ção da empresa a plataforma para veí culos de carga autônomos. Identificado como Adopt 2.0, para velocidade máxi ma de até 20km/hora, sua aplicação é destinada a caminhões que operam em áreas controladas. Na IAA a empresa vai apresentar também a versão 3.0 para aplicações com velocidade máxima de até 80km/hora, a qual poderá aplicada em veículos rodoviários autônomos em operações entre hubs.


JOÃO GERALDOVeículos movidos a eletricidade apresentam potencial para operações de distribuição de cargas em áreas urbanas, em especial para operadores que rodam mais de 150km por dia S omente no primeiro trimestre desse ano, as vendas online au mentaram 12,6% seguidas pela al ta de pedidos de eletrodomésticos, aces sórios, informática e moda, entre outros itens que totalizaram quase 90 milhões de compras pela internet. Segundo es
52
CARGA URBANA DEMANDA ELÉTRICA

ocarreteiro.com.br 53 DIVULGAÇÃOFotos ELÉTRICA
Esse crescente movimento tem pro vocado a chegada cada vez maior de di ferentes veículos para a distribuição de carga nas áreas urbanas, inclusive de modelos 100% elétricos. Estes, apesar de terem o preço bem mais altos em re lação aos modelos tradicionais movidos a diesel, podem ser vantajosos desde que a quilometragem rodada diariamen te seja alta o suficiente para compen sar o investimento em um produto com trem de força elétrico.
Um das novidades mais recentes pa ra esse segmento, depois do Fiat Scu do apresentado em junho desse ano, é o JAC E-JV5.5, um furgão elétrico medin
timativa da plataforma “cupomvalido. com.br”, até julho desse ano as vendas online evoluíram 22,2% e até 2025 deve rão avançar 20,73% ao ano.

Com preço divulgado de R$ 349.900,00, quem compra um veículo elétrico paga mais caro, porém existem vantagens. Entre elas redução do custo do km rodado e da manutenção quando comparadas ao modelo a diesel, confor me observa o presidente do Grupo SHC e da JAC Motors Brasil, Sérgio Habib.
CARGA URBANA
Em tempos passados, uma matéria desse tipo na revista O Carreteiro pode ria soar como algo meio fora da propos ta da publicação, mas atualmente nem tanto, porque muita gente que hoje es tá na distribuição urbana já foi estra Com autonomia para até 300 km, o novo furgão elétrico da JAC chega ao mercado brasileiro por R$ 349.900,00
54 do 5.115mm de comprimento, 1.765mm de largura e 1.900mm de altura. Com PBT de 2.855kg, seu espaço de carga é de 5.5 metros cúbicos e a capacidade pa ra o transporte de até 805kg líquidos de carga. O motor elétrico entrega 295Nm de torque e a bateria proporciona auto nomia até 300m quilômetros.
Segundo sua explicação, para recar regar os 50KWh de capacidade da ba teria do E-JV5.5 o gasto é de cerca de R$ 30,00, levando-se em conta o cus to médio da energia elétrica no Brasil a R$ 0,60 o KWh. Pela conta do executivo o custo do km rodado do E-JV 5.5 sai a R$ 0,10, porque sua autonomia é de 300 km . “No entanto, se considerarmos pre ço do diesel a R$ 7,50, e que um veículo desse porte percorre 10 km com um litro de combustível, o custo do km rodado fi ca em R$0,75”, complementou.


importados. A autonomia
maioria com uma carga de bateria é
250km. CAMINHÕES (PBT) BYD ET7 (11,8 toneladas) BYD ET18 (16 toneladas) FNM 83 (13 toneladas) FNM 833 (18 toneladas) JAC IEV350T (3,75 toneladas) JAC IEV 1200T (7,5 toneladas) JAC IEV 1200T Plus (8,5 toneladas) Volkswagen E-Delivery (13 toneladas) FURGÕES BYD RenaultPeugeotJACJACFiatCitroenET3Ë-JumpyE-ScudoIEV750TE-JV5.5E-ExpertKangooZ.E.Maxi
Custo do KWh e zero emissões é ponto positivo para os elétricos, por outro lado há poucos locais de carregamento da bateria a infraestrutura para carregamento das baterias esteja ainda em desenvolvimento e com poucas opções de pontos de carregamento, já existem várias opções de veículos comerciais elétricos disponíveis no mercado brasileiro. A lista inclui tanto caminhões, inclusive modelos da grande de
ocarreteiro.com.br 55
Embora
o Volkswagen e-Delivery, produzido no Brasil, quanto outros






OPERAÇÃO – Assim como é comum em veículos a bateria, quando o moto rista retira o pé do pedal do acelerador do E-JV5.5,o motor elétrico passa a ope rar como um gerador para recarregar a bateria, podendo elevar a autonomia em até 20%. A dirigibilidade não é diferente de outros modelos desta categoria mo vidos a eletricidade isto é, torque alto, silencioso e rápido e isento de emissões. No entanto, o baixo custo de opera ção em relação aos modelos a diesel de verá ser o motivo principal capaz de le var as principais marcas de veículos co merciais leves a apostarem no êxito dos elétricos no segmento de cargas urba nas no Brasil nos próximos anos.
56 deiro. Aliás, o alto número de vagas pa ra motoristas em todo o mundo citado em matéria na edição de julho considera também a falta de profissionais para dis tribuição urbana e regional.
O novo veículo da JAC traz de série ar-condicionado, multimídia com te la de 10.25 polegadas; pacote Google e espelhamento via Bluetooth e câme ra de ré. A bateria é formada por vários módulos e cada um deles composto por aproximadamente 100 baterias “tipo pilhas”. Por isso, se a bateria apresen tar algum problema durante os primei ros cinco anos de uso do veículo ele es tará num desses módulos, que poderá ser substituído gratuitamente pela JAC MotorsQuantoBrasil.à vida útil, segundo a JAC Motor do Brasil, após 4.000 ciclos (equi valente a 800 mil a 1 milhão de quilôme tros, a bateria continua funcionado com capacidade de 75% a 80% de sua capa cidade de carga.
CARGA URBANA FNM projeta em um modelo elétrico o prestigio de uma marca produzida entre as décadas de 1950 a 1970


Anuário de Caminhões 2022 Adquira pelo ouggmidia.com.brsitenasprincipais bancas!


58 CARGA URBANA DIVULGAÇÃOFotos MODERNA, POTENTE Motor de 170cv e tecnologia embarcada de última geração, entre outros atrativos, são destaques do furgão Transit, produto que a Ford está trazendo ao Brasil para brigar por uma fatia do mercado de veículos de carga para até 3,5 toneladas de PBT

Segundo a Ford, a conectividade da Transit é capaz de detectar mais de 3.000 tipos de alertas de funcionamen to do veículo através da luz indicativa no painel e mensagens no FordPass. De
D epois do lançamento da Transit para o transporte de passagei ros, em setembro de 2021, a Ford avançou mais um passo concretizar seu retorno ao mercado brasileiro de vans e chassi-cabine com a oferta da versão furgão. Importado pela Divisão de Veí culos Comerciais para a América do Sul, o veículo é destinado ao transporte de diferentes tipos de carga, além de ou tras aplicações nas quais modelos desta categoria se enquadram. As característi cas mecânicas e a tecnologia embarca da na Transit levam a Ford a apostar no potencial de seu produto para conquis tar transportadores do País. Em 2021, o segmento de veículos para essa faixa de mercado absorveu 48 mil unidades. Um dos principais diferenciais da Transit destacado pelo pessoal de ven das e marketing da Ford é o modem de série integrado à sua arquitetura ele trônica. Trata-se do FordPass Connect, aplicativo cuja tecnologia interligada a todos os sistemas do veículo anteci pa possíveis ocorrências e evita para das não programadas. Idêntico ao siste ma já disponibilizado em caminhões de diferentes marcas, o objetivo também é o mesmo: o aumento de produtividade.
ocarreteiro.com.br 59 JOÃO GERALDO POTENTE E CONECTADA
O aplicativo disponibiliza comandos e informações da Transit no telefone celu lar, bem como conferência de quilome tragem, do nível de combustível e locali zação remota do veículo. Também agen da e acompanha serviços online e recebe relatórios mensais com indicadores de consumo de combustível, de Arla 32 e das distâncias percorridas no período.

De acordo com a gerente de Servi ço de Atendimento ao Cliente da Ford América do Sul, Cintia Pelegrina, sempre que houver necessidade de atendimen to na concessionária a peça já estará se parada, bem como um técnico em pron tidão para o recebimento e reparo mais rápido possível do veículo. Em todas as situações, o atendimento do Ford As sist é realizado sempre na concessioná ria mais próxima e o serviço gratuito du rante o primeiro ano de uso do veículo.
60 pendendo da severidade desses alertas, um atendente da central da Ford entra em contato com o cliente para informar e orientar na solução, assim como se hou ver necessidade de atendimento no lo cal para reparo ou de serviço de reboque.
Outros detalhes estão na troca do óleo lubrificante a cada 20 mil quilômetros com revisões pelo sistema "Preço Fi xo da Ford" e verificação de mais de 60 itens com mão de obra inclusa. A Ford oferece para frotistas planos de manu tenção personalizada com serviços in lo co e análise do custo de operação.
Com tração traseira, a Transit é equi para com motor 2.0 de 170cv, torque de 39,7 kgfm e turbo de geometria variável.
Como as suas concorrentes e demais
CARGA URBANA
Portas traseiras do furgão têm abertura de 270 graus e o interior conta com 10 ganchos de amarração

em duas opções de modelo, ambas de teto alto e PBT de 3,5 toneladas. Uma delas é a L2H3, de comprimento médio (com diâmetro de giro de 11,9 metros) e capacidade volumétrica de 10,7 metros cúbicos e capacidade para 1.222kg de car ga líquida. A versão L3H3 (longa) tem ca pacidade para 12,4m cúbicos, 1.181 kg de carga e diâmetro de giro de 13,3metros. O interior dos furgões contam com 10 ganchos para amarração de carga e por tas traseiras que abrem até 270 graus. O painel de instrumentos disponibi liza tela touch de 8 polegadas e cone
modelos dessa categoria, a transmissão da Transit é manual de seis velocidades com alavanca de trocas no painel. O vo lante é multifuncional com assistência elétrica e ajustes de altura e profundi dade. Outros recursos são a câmera de ré e botão de acesso direto ao 0800 da assistência 24 horas da Ford. “A Transit é a única de sua categoria com Auto Start-Stop, recurso que pos sibilita aumento da economia de com bustível na cidade; sistema de recarrega mento de bateria inteligente e três mo dos de condução com ajuste automático para diferentes tipos de piso (normal, eco e escorregadio)”, detalhou Daniel Santos, gerente de Desenvolvimento do Produto da Ford América do Sul.
disponibilizado no Brasil
Central multimídia conta com tela de 8 polegadas, Waze e outros aplicativos
Linha de produção na fábrica da Nordex, no Uruguai, atende todos os mercados da América Latina onde a Transit é vendida
Ainda de acordo com Santos, o veí culo conta com três modos de condução (econômico, escorregadio e automático) e ajustes para o tráfego em diferentes tipos de piso. "Também merecem desta que o conforto da suspensão e o isola mento acústico da cabine, 20% mais si lenciosa que a principal concorrente”, complementou.Oveículoé
61
ocarreteiro.com.br


62 xão com sistemas operacionais Android e Apple Carplay, além de duas entradas USB, duas tomadas de 12 volts e coman do de voz. O banco do motorista, por sua vez, oferece quatro posições de ajustes e mesinha auxiliar. Espaços para guardar objetos são encontrados sob o banco do passageiro e no console no teto.
CARGA URBANA
“É um produto de qualidade global, trazendo o que há de melhor no seg mento para os consumidores brasilei ros”, acrescentou Guillermo Lastra dire tor da Divisão de Veículos Comerciais da Ford América do Sul. A infraestrutura de atendimento do modelo conta com Cen tro de Distribuição de 370 mil metros quadrados, 78 mil dos quais são desti nados ao armazenamento de peças. O preço divulgado para a versão cur ta (L2H2) é de R$ 239.900,00 e de R$ 245.900,00 para a versão maior e ga rantia de um ano ou 100 mil quilôme tros. A Ford tem parceria com o Brades co para a aquisição do veículo com taxa zero e 90 dias de carência para paga mento da primeira parcela.
Furgão L2H3 tem 10,7m cúbicos de capacidade e 1.222 kg de carga líquida Garantia da Transit Furgão é de um ano ou 100.000 km, com revisões e troca de óleo lubrificante a cada 20.000 km
FÁBRICA NO URUGUAI – A Transit co mercializada no Brasil e demais merca dos da América do Sul é montada em li nha de produção na fábrica da Nordex, no Uruguai, empresa especializada no setor automotivo há mais de 50 anos. Carroceria, motor e transmissão são im portados da Turquia, principal unidade de produção da Transit no mundo.


Realização: “BOA INFORMAÇÃO É O QUE MANTÉM O PROFISSIONAL DO VOLANTE COM O PÉ NA ESTRADA.” Oferecimento: Trucão com Pé na Estrada traz, a cada programa, novidades, dicas, lançamentos, informações, o dia a dia do trecho e o bom bate-papo de sempre. No SBT todos os domingos às 7h e no site www.trucao.com.br a toda hora. Domingo no SBT Pedro Trucão às 7h Olá, Abraçoparceiro!estradeiro!









64CLASSIFICADOS LICENCIAMENTOS Entre janeiro e julho deste ano foram licenciados no Brasil 69.159 caminhões com PBT acima de 3,5 toneladas. Esse volume ficou 2,2% abaixo dos 70.704 registrados no mesmo período em 2021. Seguindo a dinâmica do mercado, os modelos pesados ficaram na frente com 34.088 unidades, sendo a Volvo a marca com mais veículos,licenciados,caminhõescom10.489seguidapela Mercedes-Benz (8.002), Scania (5.626), Volkswagen (4.873), DAF (3.561) e Iveco com 1.532. Amigo motorista, mande sua mensagem para Revista O Carreteiro por email: redacao@ocarreteiro. com.br pelo site: www.ocarreteiro.com.br pelo whatsapp: (11) 95428-8803 pelo facebook: facebook. com ocarreteiro. cartas: Rua Palacete dasÁguias,395 -Vila Alexandria - São Paulo SP - CEP 04635-021 Anuário de Caminhões 2022 Adquira pelo ouggmidia.com.brsitenasprincipais bancas!





MOTOR A GÁS A Blue Energy Motors, empresa indiana de tecnologia de caminhões de zero emissões acabou de assinar um acordo com a FPT industrial com o objetivo de disponibilizar os primeiros caminhões movidos a GNV no país. A índia conta com uma frota de 3,5 milhões de caminhões e a expectativa é que a adoção da da tecnologia GNL seja rápida. Muito casamento que começa no motel termina em pensão PNEU REFORMADO Além de consumir menos recursos, o pneu de carga reformado custa cerca da metade de um produto novo e consome 29 litros no processo de reforma. Já um pneu novo precisa de 79 litros de petróleo para ser produzido. Segundo a Associação Brasileira de Reformas de Pneus (ABR), em 10 anos essa diferença proporcionou economia de mais de cinco bilhões de litros de petróleo. O mercado de pneus reformados no Brasil é um dos maiores do mundo, com faturamento anual de R$ 5 bilhões.
ocarreteiro.com.br 65


Porém, com tantos serviços na palma da mão, é importante ficar atento para os riscos e o uso indevi do das ferramentas virtuais. A pes quisa mostra que o acesso à inter net pode se configurar como um no vo meio para o envolvimento com a exploração sexual de crianças e ado lescentes.
Em 2021, 6,7% dos caminhonei ros disseram já ter recebido pela in ternet a oferta de programa sexual com menores de 18 anos. Isto é um sinal de que o ambiente digital tam bém está se configurando como um espaço onde ocorre a mediação da exploração sexual. É válido ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que adquirir, possuir ou arma zenar, por qualquer meio, fotogra fia, vídeo ou outra forma de regis tro que contenha cena de sexo ex plícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente é crime, po dendo haver multa e pena de reclu são de 1 a 4 anos.
O Whatsapp lidera o ranking dos meios de comunicação e aplicativos mais utilizados, seguido pelos aplica tivos de cargas e Google Maps. A in ternet também é uma ferramenta de trabalho (94,8%), lazer (95,9%), in formação (85,4%) e para cursos on -line durante as viagens (8%).
66
Para saber mais, acesse: Childhood Brasil – www.childhood.org.br Programa Na Mão Certa – www.namaocerta.org.br
CONTRA A EXPLORAÇÃO SEXUAL NO AMBIENTE DIGITAL
A transformação digital e o uso de celulares pelos carreteiros abrangem diversos benefí cios, desde a facilidade de comunica ção com família e amigos, lazer e até segurança.Aquarta edição da pesquisa “O Perfil do Caminhoneiro Brasileiro” de 2021 organizada pela Childhood Bra sil, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, mostra que 82% dos profissionais entrevistados afir maram utilizar o celular quando pa ram nas estradas, enquanto em 2005, este porcentual era de apenas 32%.
Portanto carreteiro, com a sua ajuda, podemos promover uma in fância e adolescência dignas para nossos meninos e meninas! Para de nunciar, Disque 100! No caso de cri mes on-line, como fotos e vídeos, denuncie pelo site: fernet.org.br/denuncie.https://new.sa

/OCARRETEIRO/OCARRETEIRO (11) 95428-8803/REVISTAOCARRETEIRO /OCARRETEIRO_ Acesse ocarreteiro.com.br e fique por dentro das novidades do setor E siga-nos em nossas redes sociais:







