



DESDE 1970 TRANSPORTANDO INFORMAÇÃO | ABR/MAI 2025 | EDIÇÃO 568
DESDE 1970 TRANSPORTANDO INFORMAÇÃO | ABR/MAI 2025 | EDIÇÃO 568
Contratação de profissionais estrangeiros é vista como alternativa para a escassez
Transporte evoluiu de caminhões movidos a gasolina para a era da conectividade
Destinado a última milha veículo se destaca pela facilidade nas manobras
DANIELA GIOPATO
Editora
025 promete ser mais um ano de safra recorde.
Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos na safra 2024/25 deve alcançar impressionantes 328,3 milhões de toneladas — um crescimento de 10,3% em relação ao ciclo anterior.
Seria o momento ideal para comemorar, certo?
Mas, infelizmente, o clima nas estradas conta outra história.
O otimismo que deveria contagiar todos os envolvidos nesse importante elo logístico dá lugar ao desânimo.
Fretes defasados, longas esperas para descarregar e a falta de infraestrutura são apenas alguns dos fatores que vêm tirando o ânimo de quem faz o transporte acontecer: os caminhoneiros. Diante de tantos desafios, muitos se sentem cada vez mais desvalorizados — e com razão.
Afinal, já faz tempo que a conta não fecha.
Os custos para manter um caminhão rodando continuam altos e desproporcionais ao valor pago por um serviço que exige tanto esforço, responsabilidade e resiliência.
O resultado é preocupante: a profissão perde atratividade, e a mão de obra vai ficando cada vez mais escassa.
Todo esse cenário contribui para que os jovens não enxerguem futuro na boleia. E, assim, o problema da falta de profissionais vai ficando ainda mais sério.
Mesmo com os avanços tecnológicos nos veículos, os problemas do dia a dia ainda pesam — e muito.
O reflexo disso é um envelhecimento da categoria e um alerta que precisa ser levado a sério: se nada mudar, o transporte rodoviário de cargas pode entrar em colapso.
Frete defasado e falta de infraestrutura são os principais desafios da safra
Categoria movida pela safra, responde por mais de 50% das vendas de caminhões
BYD eT5 7200 é destinado a última milha tem PBT de 6,7 t e seu maior tributo é ser dinâmico e de facil manobrabilidade
Transporte rodoviário de cargas evoluiu do caminhão movido a gasolida para a era da conectividade
Ever Express faz primeira aquisição do Actros Estrela Delas com objetivo de incluir mais mulheres no setor de transporte
Contratação de motoristas estrangeiros está sendo considerada como uma alternativa para aumentar o número de profissionais no Brasil
Mercedes-Benz inaugura Centro de Treinamento Atibaia para aperfeiçoar a mão de obra na rede de concessionários e prepará-la para as novas tecnologias
Estabelecer uma planilha de custos eficiente pode ajudar o caminhoneiro a organizar melhor suas finanças e melhoras o faturamento
Ford Pro inicia operação do Serviço Móvel com a Transit equipada como oficina que vai até o local do cliente para realizar a manutenção
Foton anuncia sua linha de montagem, em regime CKD, e deu mais um passo para ampliar sua presença no mercado brasileiro
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ED. Nº 568 • ABRIL-MAIO/2025
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O México é o primeiro mercado internacional a receber a nova geração de caminhões da marca Euro 6. Segundo a Volkswagen Caminhões e Ônibus, trata-se do maior desenvolvimento da empresa focado em garantir a solução ideal ao cliente de cada segmento. Todos os modelos foram reformulados, testados e aprovados na maior frota de protótipos construída no Brasil pela montadora. Assim, os veículos trazem diferenciais em eficiência, conforto, segurança e tecnologia.
De acordo com a Volkswagen, as novas configurações do trem de força oferecem economia média de combustível de até 8% em relação aos modelos anteriores. Outro ponto destacado pela empresa é
a maior potência e torque, proporcionando até 10% mais eficiência para todos os tipos de aplicações. Outro ponto mencionado é a maior capacidade de carga em relação ao portfólio anterior, bem como a redução de emissões de poluentes para cumprir a legislação.
A nova geração de caminhões Volkswagen no mercado mexicano também tem o foco no conforto do motorista e passageiro. Entre eles a suspensão, o sistema de direção e suporte para telefone móvel. Os veículos são equipados com um novo painel de instrumentos com mais de 70 funções. Além disso, é equipado com sistema de segurança ativa como controle de estabilidade, de tração, de partida em rampa e sistema de antibloqueio das rodas e distribuição de frenagem
A Sergomel está comemorando 50 anos de fundação no País. Para celebrar a data, a empresa de Sertãozinho, interior de São Paulo, realizou um evento para seus colaboradores no centro de eventos da Copercana.
Mais de 700 pessoas, entre colaboradores e acompanhantes convidados, participaram do evento elaborada com o intuito de comemorar não só os 50 anos da Sergomel, mas também para homenagear e agradecer o quadro de colaboradores.
Segundo o CEO da Sergomel, Marcos Dandaro, os planos de expansão estão pautados em novas tecnologias, processos e relançamento de produtos de alta
performance, atendendo às expectativas de mercado.
“Os investimentos direcionados para essas ações superam os R$ 20 milhões”, afirma.
Até 2027 a empresa segue com foco na restruturação e no reposicionamento da marca.
A empresa busca também conquistar maiores fatias de mercado e ingressar em outros segmentos, além de investir no capital humano e em toda a fábrica.
“Nos últimos 3 anos, foram realizados investimentos em todo o parque fabril, incluindo a aquisição de máquinas de laser, cabines de pintura, robôs e dobradeira, totalizando em torno de R$ 15 milhões”, aponta Dandaro.
A Iveco está comemorando a comercialização de cinco mil unidades do Iveco S-Way no Brasil. O marco chega no ano em que a fabricante comemora 50 anos de fundação. Marcio Querichelli, presidente da Iveco para a América Latina, explica que nos cinco anos que está a frente da empresa, adotou estratégia que resultou em crescimento consistente da marca em diversas frentes, refletindo em um aumento no nosso market share, nas vendas, lançamentos de novos produtos e serviços, além de investimentos estratégicos na operação da América Latina.
“Um dos resultados que mais me trazem orgulho, pois não existe nada melhor para atestar a qualidade de um produto do que fatos e dados, é o marco que o S-Way alcançou no mercado. Atualmente, grandes players do setor estão negociando lotes do caminhão para expandir e modernizar suas
frotas, e essa é a melhor chancela que um produto pode ter. Nosso objetivo é aumentar ainda mais a presença do modelo pesado nas estradas, surpreender quem ainda não testou os nossos produtos e conquistar novos parceiros", diz.
Marco Pacheco, diretor Comercial, destaca que os resultados de emplacamento do S-Way foram positivos em 2024, com um crescimento de 17% em relação a 2023.
“O modelo tem se tornado cada vez mais competitivo no segmento em que atua, e estamos confiantes de que, em 2025, o crescimento se manterá, consolidando sua presença no mercado. Temos atualmente um caminhão único, O caminhão, equipado com o motor Cursor 13, da FPT Industrial, está disponível em três versões — 4X2, 6X2 e 6X4 — com potências variando entre 480 e 540 cavalos, adequadas às diversas missões do transporte rodoviário no Brasil.
Após um ano de testes, a Fersa, empresa global em inovações para eficiência de combustível no transporte rodoviário, apresentou um conjunto de cubo de roda voltado para economia de combustível. A tecnologia FE, como foi batizada, pode reduzir o consumo de diesel em até 3% em conjuntos formados por cavalo mecânico e semirreboque. Foram mais de um milhão de quilômetros de testes com a tecnologia em diferentes continentes, climas e condições de rodagem. Os caminhões operaram em jornadas de longa distância, trânsito urbano intenso e vias não pavimentadas.
Além disso, a empresa utilizou caminhões de diversas categorias, incluindo modelos
rodoviários e rígidos para simular a realidade do setor de transporte. Operadores de frota que participaram dos testes confirmaram a eficiência do sistema. Segundo a Fersa, operadores de frota que participaram dos testes confirmaram a eficiência do cubo de roda FE em suas operações diárias. De acordo com relatos, os caminhões rodoviários apresentaram maior eficiência nas viagens. As frotas urbanas, por sua vez, registraram redução de desgaste em atividades que o veículo tem constantes paradas e partidas. Em números, um caminhão que roda 150.000 km por ano, e consome cerca de 60 mil litros de diesel, pode economizar 1.800 litros anualmente.
A Rede de concessionários Foton deve dobrar até o fim de 2025. Pelo menos essa é a meta da empresa. A montadora fechou 2024 com 40 revendas no País. Entretanto, a expectativa é finalizar este ano com pelo menos 80 concessionárias em todas as regiões do território nacional. Maurício Santana, diretor nacional de vendas e pós vendas, será o responsável por comandar essa expansão. A Foton possui um centro de distribuição na cidade de Itajaí, Santa Catarina, de onde partem as peças de reposição para as revendas da marca. O centro de distribuição tem mais de sete mil itens disponíveis para o mercado de reposição. Santana explica também que é feito investimento contínuo na qualificação
das equipes da sua rede de concessionários Foton. Em 2024, por exemplo, a Foton fechou parceria com o SENAI para aprimorar o conhecimento técnico das equipes de oficina das suas revendas, para que elas ofereçam diagnósticos cada vez mais rápidos e intervenções mais eficazes nos veículos. “Estamos trazendo para o País os veículos mais avançados e tecnológicos. Uma das minhas principais responsabilidades é assegurar que a marca continue a oferecer serviços de excelência em vendas e pósvendas para os nossos clientes. Em 2025, continuaremos investindo na evolução da infraestrutura e dos serviços da nossa rede de concessionárias.”, finaliza Santana.
A Librelato, fabricante catarinense de implementos rodoviários, tem uma nova CEO: Simone Lucas Martins. Desde ontem, 25 de março, ela assumiu o cargo, sucedendo Roberto Lopes Júnior. Anteriormente, Lopes Júnior liderava a empresa desde 30 de setembro de 2024. A executiva já integra a Librelato desde 2018. Além disso, ela continuará como Diretora Administrativa Financeira da Librepar, holding que controla a implementadora. Roberto Lopes Júnior, por sua vez, deixa a companhia para buscar novas oportunidades no mercado. A Librelato informa que Simone Martins agora lidera a empresa em um momento de transformação e fortalecimento estratégico.
Nesse sentido, a nova CEO declarou que seu objetivo é garantir a evolução contínua da companhia com processos otimizados. Simone também mencionou a implementação de soluções que atendam às necessidades do mercado e o alinhamento com a cultura de inovação, sustentabilidade e valorização das pessoas, pilares da Librelato. Como nova CEO, ela também dará continuidade ao trabalho de inovação e crescimento sustentável da empresa. O foco principal permanece na entrega de produtos robustos e duráveis.
O 14º Rodeio de Caminhões reuniu motoristas de diversas partes da Região Sul para uma competição onde a segurança no trânsito e o respeito à profissão de caminhoneiro foram os destaques. Com o apoio do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (SETCERGS) e promovido pela Raízen, o evento busca também proporcionar celebração da importância do trabalho no setor de transportes que movimenta o Brasil. O Rodeio de Caminhões é um reconhecimento aos motoristas que se destacam por sua performance ao longo do ano, com a marca de zero acidentes. A competição mistura teoria e prática.
São 50 motoristas pré-classificados, que participam das etapas regionais. A recompensa para os 20 primeiros é descanso e lazer com suas famílias, além da chance de disputar a grande final na Bahia. Marcelo Dinon, vice-presidente do SETCERGS, ressalta que este é um evento feito especialmente para o caminhoneiro, para retribuir todo o esforço de uma categoria. A entidade montou um espaço acolhedor para motoristas e suas famílias, onde todos puderam relaxar, desfrutar de lanches e picolés e conhecer mais sobre a campanha Tudo Gira Sobre Rodas, que visa valorizar e reconhecer o trabalho fundamental das empresas de transporte.
A XCMG Brasil acaba de ampliar seu portfólio de produtos para mineração com a chegada do caminhão XDE260, prevista para o início do segundo semestre de 2025.
De acordo com a empresa, o modelo registrou desempenho positivo em mina de carvão Shaanxi, mina de cobre no Equador e mina de carvão na Mongólia Interior, entre outras.
Um dos equipamentos em operação já acumulou 18 mil horas de trabalho na mina de cobre Jiangxi, enquanto outro opera há 14 mil horas na mina de cobre Tibet Julong, localizada a altitude de
5.400 metros.
XDE260 promete entregar para cada 10% de redução no peso médio, uma economia de combustível de aproximadamente 4%.
O modelo é equipado com um ventilador de embreagem com controle de temperatura e a carroceria leve diminui o peso morto do veículo, aumentando sua eficiência no transporte.
O chassi é rígido, motor diesel-elétrico (MTU com controle eletrônico e sistema de acionamento CA da GE e XCMG), e entrega potência de 1865 kW - 2500 BHP @ 1800 rpm e uma carga nominal de 240T.
Serviços de saúde para caminhoneiros estão sendo oferecidos na plataforma digital Clube Mercosul. O valor do plano individual é de R$ 79 ao mês e R$136 no familiar com até 3 dependentes. Entretanto, vale ressaltar, que não se trata de um plano de saúde convencional. A solução disponibiliza aos usuários serviços médicos e odontológicos privados a preços acessíveis, sem carência e com flexibilidade. Os benefícios incluem consultas online 24h, atendimento primário, apoio emocional, exames e consultas presenciais com auxílio de concierge para agendamento, desconto em medicamentos, seguro de morte acidental, invalidez permanente. Além disso, oferece indenização de R$ 15.000 em caso de
diagnóstico de doenças graves, auxílio de R$100,00/dia por até 60 dias em caso de internação em UTI, assistência funerária de até R$ 5.000, clube de vantagens e sorteios mensais de R$ 20.000.
“Nossa missão é democratizar o acesso à saúde privada, criando uma alternativa eficiente para motoristas de carga e suas famílias. Passamos três anos desenvolvendo essa solução, focados nessa classe essencial para a economia, mas que recebe pouco suporte.
Investimos mais de R$1 milhão em pesquisa e desenvolvimento, e ao longo deste ano aplicaremos mais R$2 milhões para expandir o projeto”, afirma Fernando Linhares, Diretor de Operações do Clube Mercosul.
Defasagem do valor do frete, filas nos locais de descarga, falta de estrutura básica estão entre as principais reclamações dos profissionais que atuam na safra, que esse ano promete recorde com estimativa de mais de 320 milhões de toneladas
DANIELA GIOPATO
Asafra é o momento mais aguardado para todos que participam da cadeia do transporte. A expectativa para 2025 é de novo recorde. Após a conclusão do plantio das culturas de 1ª safra e intensificação dos trabalhos de colheita destes produtos, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atualizou a estimativa da produção
de grãos na safra 2024/25 para 328,3 milhões de toneladas.
Esse número é 10,3% maior se comparado com o volume obtido no ciclo anterior, o que representa um acréscimo de 30,6 milhões de toneladas a serem colhidas em relação a safra passada. O resultado reflete tanto um aumento na área plantada, estimada em 81,6 milhões
Para Joyce Bessa, apesar do cenário positivo, alguns desafios, como o fechamento de fábricas de fertilizantes e a infraestrutura, podem gerar oscilações
de hectares, como em uma recuperação na produtividade média das lavouras, projetada em 4.023 quilos por hectare.
Dados divulgados recentemente pelo IBGE, baseado na estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) apontam aumento na soja de 13,4% em comparação à safra do ano passado, chegando a 164,4 milhões de toneladas. Para o algodão, são nove milhões de toneladas, acréscimo de 1,8% em relação a 2024. Quanto ao milho, a estimativa da produção é de 124,8 milhões de toneladas, crescimento de 8,8% em relação ao volume produzido em 2024. O arroz também teve bom de-
sempenho projetado, com aumento de 7% em relação ao ano anterior.
O cenário é positivo e animador principalmente para o transportador e caminhoneiro, que muitas vezes aproveitam essa fase para aumentar o faturamento e fazer pequenos investimentos.
Joyce Bessa, diretora de estratégia e gestão da TransJordano, explica que a empresa atende ao agronegócio e movimenta produtos como fertilizantes, soja e açúcar. O serviço prestado acontece desde a coleta nas fábricas ou áreas produtoras, como fazendas, até a entrega nos portos, terminais ou entre unidades industriais. Apesar de operar em todo o Brasil, a concentração maior está no Centro-Oeste durante a supersafra.
Para esse ano, mesmo com as expectativas positivas, Bessa ressalta alguns pontos de atenção. “Sou otimista e acre-
dito que 2025 será um ano de safra recorde. No entanto, o mercado apresenta desafios, como o fechamento de fábricas de fertilizantes, o que pode gerar oscilações. Além disso, já enfrentamos gargalos logísticos, com filas extensas em regiões estratégicas como o Centro-Oeste, impactando os tempos de carga e descarga. A infraestrutura será um fator determinante para o sucesso dessa safra”, destaca.
Bessa ressalta o fato da safra ter um alto volume de movimentação que impulsiona não apenas o agronegócio, mas toda a cadeia produtiva, incluindo indústria e serviços. Esse impacto positivo se reflete diretamente no PIB do Brasil, fortalecendo a economia nacional. “O maior desafio, especialmente na supersafra, é a infraestrutura logística. Filas longas impactam diretamente a produtivida-
Afonso Aragão acredita que a falta de estrutura e organização estão entre os principais entraves da safra
de, reduzindo o quilômetro rodado e aumentando o consumo de diesel. Para minimizar esses problemas, investimos em inteligência logística e inteligência artificial, otimizando a alocação dos caminhões e reduzindo o tempo de espera nos pontos de carga e descarga”.
Os longos períodos de espera talvez seja um dos grandes desafios da safra no Brasil, pois prejudica diretamente toda a logística desse tipo de transporte, desacelera o processo de escoamento e interfere diretamente no dia a dia do caminhoneiro.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte de Rondonó-
Adieuson de Lucena diz que o valor do frete diminuiu e acabou com a margem de lucro. Seria importante fiscalização para fazer valer a lei de tabela mínima
polis e região, Afonso Aragão, atua nos principais pontos de embarque e desembarque de safra. Na sua visão, ao longo do trabalho de visita a esses locais espalhados pelo Brasil, a falta de estrutura e organização está entre os principais entraves. Afinal, como Aragão definiu, “caminhão parado é prejuízo para a economia do Brasil”.
“As filas são resultado da falta e estrutura para receber o volume de caminhões e cargas produzidas. Essa realidade se torna um grande desafio durante a safra, principalmente para os caminhoneiros. Esses profissionais, geralmente estão longe de casa e ficar dias nes-
Para Paulo Ubirajara o movimento da safra foi bem fraco e o valor já diminuiu. Por esse motivo enfrenta dificuldades de fazer a manutenção no seu caminhão
sas filas aguardando para descarregar. E esses locais não oferecem infraestrutura mínima de conforto e segurança. Além disso, temos uma lei que exige o descanso de 11 horas. Mas, como ele vai cumprir? Sem contar que muitos são comissionados e acabam perdendo dinheiro”, disse.
Para boa parte dos caminhoneiros, a safra não é mais um período de bom faturamento. Todas essas dificuldades, somado ao valor defasado do frete, tem provocado desânimo mesmo diante de estimativas tão positivas. É o que concorda Adieuson de Lucena Alves, 40 anos de idade, 22 anos de profissão, de
São João dos Patos/MA. Na ocasião da reportagem, ele estava puxando grão para São Luiz/MA.
“O valor diminuiu bastante o que acaba com toda a margem de lucro. Na minha região, a soja não foi tão boa pois não choveu o suficiente. As expectativas para o ano são de fretes baixos e sem melhora. Infelizmente não existe fiscalização adequada para fazer valer a lei de tabela mínima de frete. E mesmo que exista esse valor não está sendo repassado”, reclama.
Adieuson é autônomo e diz que essa situação de frete baixo e falta de fiscalização prejudica o trabalho. A gente se obriga a carregar com valor inferior para conseguir pagar as nossas contas em dia. Mas não é fácil. Hoje existe uma fiscalização muito severa em cima da condição do caminhão e também do horário
Jaque Luciano acredita que muitos caminhoneiros devem deixar a profissão, pois está cada dia mais difícil dar conta das despesas com o faturamento baixo
de descanso. Outro desafio para o caminhoneiro e agricultor da safra é a falta de melhorias nos pontos de descarga. Temos que aguardar até três dias nas filas nos períodos de pico”, destacou.
Paulo Ubirajara Galdino Bezerra, 22 anos de profissão é de Campina Grande/ PB, mas atualmente mora com a familia em Sinop/MT, para facilitar o trabalho na safra. Na sua opinião o movimento foi bem franco entre novembro e dezembro do ano passado. “Confesso que as minhas expectativas não eram boas. Porém no início do ano o movimento e o preço ficaram bons e fiquei animado. O preço de Sinop a Miritituba/PA ficou R$ 315,00. Porém, hoje esse valor já caiu para R$ 240,00”, explica.
Para Paulo alguns fatores prejudicam o bom desempenho durante a safra. Ele cita a questão da manutenção. “É difícil
arcar com essa despesa já que o preço tende a cair ao longo dos meses. Quem trabalha com soja tem que estar atento a essas oscilações. É preciso se organizar para quando chegar os meses de baixo faturamento não se enrolar. Seria muito bom se os preços pudessem ser mantidos”, desabafou.
Outros fatores que intergerem em um bom desempenho na safra são o cumprimento das onze horas de descanso, escoamento eficiente por conta das filas de até 30km e falta de motorista.
Para o autônomo Jaque Luciano Drescher, de Nova Mutum/MT, 53 anos de idade e 33 de profissão, as expectativas para esse ano eram boa. Porém, em apenas 40 dias se decepcionou com os valores dos fretes no Mato Grosso. “Sou proprietário de quatro rodocaçamba. Um tinha deixado para rodar na estrada
e três trouxe para o trabalho na lavoura. Porém, acabou os produtos da lavoura e os preços caíram. A margem do nosso lucro está muito baixa. O transporte vai entrar em colapso”, disse.
Jaque acredita em uma colheita frustrada no Sul, estima quebra de até 50% e reflexo no Mato Grosso. Na sua opinião, boa parte da classe dos autônomos deve deixar a profissão pois é cada dia mais difícil dar conta das despesas com um faturamento tão baixo. “Esse problema é observado também em empresas grandes. Em 2024 muitas empresas não aguentaram. O aumento dos custos e a queda nos preços reduziram os investimentos por parte dos produtores. O agronegócio movimenta o transporte. Portanto, quando está instável reflete na economia do País.
Oseias de Lima Guimarães, Sinop/MT,
Oseias de Lima conta que antes com o valor que recebia conseguia lucrar 40% e hoje esse valor caiu para 25%
Apesar de alguns desafios, Kaciély está feliz em trabalhar na fazenda e poder estar mais próxima da família, com mais segurança e ganho maior
é autônomo e tem 18 anos de profissão. Está trabalhando em uma fazenda na região de Alta Floresta, em Nova Monte Verde/MT. Ele conta que as chuvas trouxeram dificuldade para o transporte pois as estradas são de terra e isso dificulta a colheita e o transporte. Mas, apesar desses fatores, Oseias acredita que a safra será boa com resultados positivos para boa parte dos envolvidos.
“Mas, no caso do caminhoneiro, o frete ainda preocupa, pois ele não tem acompanhado o aumento das despesas. Sou autônomo e a minha margem está baixa. Antes conseguia lucrar com pelo menos 40% e hoje esse valor caiu para 25%, os outros 75% fica para o diesel, pedágio e manutenção do caminhão”, disse.
Na sua opinião, toda essa instabilidade do frete na safra traz insegurança pa-
ra boa para os motoristas de caminhão. “O respeito com a classe dos caminhoneiros era grande antes. Não sei explicar, mas sinto que existiu uma época onde ganhava-se menos mas se conseguia mais e o frete era melhor”.
Kaciély da Silva Rodrigues, 30 anos, de Sinop/MT, decidiu, no final do ano passado, sair da estrada para trabalhar em uma fazenda como motorista. Em relação aos pontos negativos ela citou a falta de estrutura para atender a mulher que decide atuar nesse tipo de transporte. “A falta de banheiro, continua sendo a principal reclamação e pesa bastante”, contou.
Para Kaciély, um dos fatores positivos foi poder estar mais perto da família. “Estar próximo de quem se ama é ótimo. Além disso, tenho mais segurança e o meu ganho é maior", disse.
Representando mais da metade da produção de caminhões no Brasil, os extrapesados rodoviários se consolidam como veículos de alta tecnologia e eficiência em um mercado impulsionado, sobretudo, pela safra de grãos
JOÃO GERALDO
Oavanço contínuo do agronegócio, especialmente da safra de grãos, e a crescente demanda por um transporte eficiente, tornaram os caminhões extrapesados fundamentais na logística de escoamento da colheita. Cada vez mais tecnológicos, o preço desses esses veículos ultrapassam facilmente a marca de 1 milhão de reais. Em contrapartida, os fabricantes oferecem soluções que garantem dis-
ponibilidade e produtividade do veículo.
A estratégia de cada fabricante também inclui fidelização de clientes através de financiamentos por banco próprio voltados a opções mais alinhadas ao seu modelo de negócios e aumento da lucratividade, entre outros objetivos.
Em 2024, a Scania, por exemplo, registrou crescimento de 49,8% no segmento, passando de 11.619 unidades licenciadas em 2023 para 17.407 em 2024. Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da Scania Operações
Comerciais Brasil, atribui esse aumento à linha Super e à gama Plus, ambas equipadas com motores de 13 litros. A linha Super conta com novos motores Euro 6 de 13 litros, projetados para otimizar eficiência energética e reduzir emissões. Disponíveis nas potências de 420, 460, 500 e 560 cv, esses propulsores foram desenvolvidos para reduzir custos operacionais. No caso da linha Super, a fabricante destaca uma economia de combustível de até 8% em comparação à geração anterior e intervalos de
A Scania foi a única marca a ter quatro modelos extrapesados entre os mais vendidos em 2024, destaca Alex Nucci. Só do R 450 Plus foram 4.417 emplacamentos
manutenção estendidos, aumentando a disponibilidade do veículo.
A linha Plus, por sua vez, utiliza motores de 13 litros da geração Euro 5 e versões iniciais do Euro 6. Esses propulsores operam com tecnologia de injeção common rail de alta pressão, identificada pela Scania como XPI (eXtra High Pressure Injection), e tratamento de gases de escape SCR. Além de melhorias da cabine, a linha Plus é oferecida com custo competitivo em relação à Super.
Segundo Nucci, esses fatores impulsionaram as vendas de extrapesados, sendo o R 450 Plus o modelo mais licencia-
do em 2024, com 4.417 unidades.
O executivo acrescenta que a Scania foi a única fabricante a ter quatro modelos da categoria entre os caminhões mais vendidos no período. Além do R 450 Plus, destacaram-se o R 460 (4.010 unidades), o R 540 (2.507 unidades) e o R 560 (2.493 unidades). “Tradicionalmente, 45% dos caminhões vendidos pela Scania são destinados ao agronegócio e suas subdivisões”, afirma.
Além do desempenho comercial dos caminhões extrapesados, a Scania ampliou sua oferta de serviços, incluindo o plano Scania PRO, com diferentes categorias de atendimento. Outros destaques da marca são airbag de cortina (item de série), aprimoramento dos sistemas de rastreamento e o ADAS, como itens que reforçam a segurança e a eficiência no transporte rodoviário de grãos.
– A
DAF iniciou 2025 projetando mais um período de crescimento. Nos últimos cinco anos, a montadora dobrou o número de caminhões emplacados, ultrapassando 40 mil unidades em operação no Brasil. Em 2024, a marca cresceu 15,3% em relação a 2023, consolidando-se como a quarta maior fabricante de caminhões pesados do País.
Para Luís Gambim, diretor comercial da DAF Caminhões, a empresa avançou estrategicamente e consolidou entre as principais fabricantes do segmento. Ele observa que além do agronegócio - setor estratégico - a indústria tem se tornado um comprador cada vez mais relevante de caminhões da marca. A DAF opera no Brasil com duas principais linhas pesadas: CF, voltada a operações fora de estrada, e XF, destinada ao
A DAF cresceu 15,3%, avançou estrategicamente e se consolidou como a quarta maior fabricante de caminhões pesados no País, enfatiza Luis Gambim
transporte rodoviário.
A Paccar Financial, braço financeiro da Paccar, desempenha papel estratégico na expansão da DAF, financiando cerca de 46% dos caminhões vendidos pela marca no Brasil e totalizando mais de 14 mil veículos financiados nos últimos cinco anos. Com uma rede de 70 concessionárias, a empresa mantém o foco na retenção de clientes, expansão para novos setores e renovação de frotas.
– Em 2024, os emplacamentos de caminhões extrapesados da Mercedes-Benz totali-
zaram 9.512 unidades. Segundo Jefferson Ferrarez, vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças & Serviços Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, 25% desse volume foram destinados ao agronegócio. Outros setores como mineração, logística e transporte de combustíveis também impulsionam as vendas da marca. Atualmente, o CDC representa 73% dos financiamentos de caminhões da marca.
Apesar da safra apresentar números positivos ano após ano, em 2024 as vendas da fabricante para o segmento caíram 7,7%. Ferrarez atribui o resultado à fase Euro 6 da legislação de emissões em vigor a partir de janeiro de 2023. Conforme diz, no caso da Mercedes-Benz que fabrica desde caminhões leves até extrapesados fora de estrada, qualquer alteração na legislação de emissões gera desafios na cadeia pro -
Além do agronegócio, o Mercedes-Benz Actros também atende outros setores como mineração, logística e transporte de combustível, destaca Jefferson Ferrarez
dutiva e ajustes na produção e nos serviços e como resultado a mudança impactou nas vendas de extrapesados da marca.
No entanto, o executivo destaca que os novos modelos Atego 3133 e 1933, lançados no final de 2024, já demonstram boa aceitação. “O mercado aguardava esses caminhões, e a demanda tem sido expressiva”, afirma. Como parte da transição da legislação Euro 5 para Euro 6, em 2024 a fabricante também lançou o Accelo para 11 toneladas de PBT com cabine reestilizada.
“Apesar dos fatores macroeconômicos, o segmento de extrapesados conti-
nuará em destaque, o agronegócio deve manter sua relevância em 2025 e os modelos extrapesados continuarão a ter representatividade acima de 50% do mercado total de caminhões", conclui.
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Considerado pela fabricante como o melhor caminhão extrapesado já produzido pela marca no Brasil, o Iveco S-Way superou 5 mil unidades licenciadas e conquistou espaço nas grandes frotas do Brasil. Ano passado, os licenciamentos do modelo atingiram 2.844 unidades. Esse resultado significou um crescimento de 16% sobre as 2.452 registradas em 2023. Este ano, o S-Way 480 ocupou a sétima posição no ranking da Fenabrave dos caminhões pesados mais licenciados nos meses de janeiro e fevereiro. “Estamos confiantes de que o crescimento
Iveco S-Way já se destaca entre os 10 extrapesados mais licenciados em janeiro e fevereiro desse ano. Carlos Fraga ressalta a confiança no crescimento da marca
continuará fortalecendo nossa presença no mercado em 2025”, afirma Carlos Fraga, diretor de Marketing da companhia para a América Latina. Ele acrescenta que o modelo segue cada vez mais competitivo no segmento.
“Quem testa o S-Way reconhece os benefícios que ele oferece ao transportador, especialmente pelo custo total de propriedade (TCO)”, destaca Fraga. O extrapesado da Iveco está disponível nas versões 4x2, 6x2 e 6x4, com motores de 480 e 540 cv. As configurações 4x2 e 6x2 contam com suspensão pneumática. A Iveco também oferece uma versão movida a gás natural e biometano.
"Desempenho do VW Meteor no agronegócio ndurante o ano passado reflete a consolidação da linha pesada da marca", comemora Sérgio Pugliesi
AVANÇO NO AGRONEGÓCIO – Em seu quinto ano de mercado desde o lançamento em 2020, o maior volume de vendas do Volkswagen Meteor está associado ao agronegócio. Ano passado, das 6.227 unidades licenciadas 4.800 foram destinadas ao setor. Um crescimento de 9,4% sobre o ano anterior. O modelo atende também a Atividades ligadas à infraestrutura.
Sérgio Pugliesi, diretor de Vendas de Caminhões da Volkswagen, avalia como bastante positivo o desempenho da linha Meteor. Diz que o avanço reflete a consolidação da linha extrapesada da marca. “O Meteor de tornou uma referência no seg-
mento extrapesado, oferecendo alta potência, conforto para o motorista e excelente relação custo-benefício”, relata. Pugliesi ressalta que grandes transportadoras e empresas do agronegócio adotaram os caminhões Volkswagen pela robustez, eficiência em operações de longa distância e capacidade de carga. O executivo também acrescenta como destaque a conectividade proporcionada pelo RIO Box, tecnologia que possibilita uma gestão mais eficiente da frota. O executivo projeta um mercado aquecido em 2025 impulsionado pelo agronegócio e investimentos em infraestrutura e logística. Ele considera também a tendência de renovação de frota, principalmente em busca de maior eficiência. “Nossa expectativa é continuar crescendo no segmento, consolidando a linha VW Meteor e ampliando nos-
Cavalcanti diz que a liderança do Volvo FH no segmento de extrapesados, e também no mercado de seminovos, é atribuída às constantes atualizações dos caminhões
sa participação com soluções inovadoras para nossos clientes”, conclui.
A Volvo Caminhões, por sua vez, assegura forte presença no agronegócio. Cerca de 60% da produção são destinadas ao setor. Em 2024, a fabricante licenciou 18.838 caminhões extrapesados e segue lider no segmento. Alcides Cavalcanti, diretor executivo da Volvo Caminhões, atribui o desempenho à inovação e aprimoramento do portfólio da marca.
Ele diz que a Volvo investe continuamente em soluções para manter sua posição de liderança. “Não é por acaso que
o FH é o caminhão mais vendido do Brasil em todas as categorias. Nossos caminhões estão presentes em toda a cadeia do agro brasileiro; do plantio ao transporte e distribuição”, afirma. "As atualizações contribuem para o desempenho comercial da marca, inclusive no mercado de seminovos", acrescenta, destacando que manter as características de tecnologia, robustez, alta disponibilidade e segurança são essenciais para o sucesso marca.
“O desempenho de vendas da Volvo está associado à constante busca por inovação e aprimoramento do portfólio de produtos", reforça. Cavalcanti conclui dizendo que a busca por soluções mais avançadas do setor também é parte essencial da estratégia da empresa na manutenção da liderança no segmento de cavalos mecânicos extrapesados.
O caminhão elétrico
da BYD eT5 destinado à última milha tem PBT de 6,7 t e seu maior atributo é ser dinâmico e de fácil manobrabilidade para operações urbanas
OBYD eT5 7.200 está presente no mercado há poucos meses. Destinado às operações urbanas. A vantagem do modelo está nas suas dimensões e na motorização elétrica.
Todavia, logo no seu lançamento, a BYD havia anunciado o preço de R$ 589 mil. Porém, nossa reportagem consultou a assessoria para atualizar a informação. A empresa informou que o valor está desatualizado. Mas, não divulgou o valor atual.
Seja como for, o caminhão tem peso bruto total (PBT) de 6,7 t. Além disso, conta com capacidade de carga líquida (somando o peso da carroceria) de 3,9 t. Com 5.930 mm de comprimento, e distância entre os eixos de 3.360 mm, o modelo pode receber alguns tipos de implementações, como baú, convencional ou frigorificado e até mesmo implemento do tipo carga seca. Assim, pode atender aos mais diversos tipos de operação.
Uma outra aposta da BYD é a atividade de manutenção municipal. Nesse sentido, o caminhão tem despertado o interesse de empresas que operam com cesto aéreo de até 10 m para a manutenção de rede de energia.
O eT5 7.200 é destinado para operações urbanas e é de fácil manobrabilidade
Outro foco da BYD são as locadoras. Nesse sentido, a empresa já negocia com os importantes players do mercado dedicado à terceirização de frota.
Já que o caminhão elétrico custa em torno de três vezes mais em relação ao equivalente com motor diesel, por ora, o representante da BYD está atraindo os grandes embarcadores. Sobretudo, empresas focadas no comércio eletrônico.
AS EMISSÕES ‑ O BYD eT5 7.200 tem motor elétrico de TZ220XST, feito pela BYD. Cota com potência de 145 kW, equivalente 197 cv. E o torque imediato, comuns a modelos eletrificados, é de 33,7 mkgf. Sendo um motor combinado a uma caixa automática.
O propulsor é alimentado por um conjunto de baterias que soma 99 kWh. O que garante autonomia de 185 km.
Todavia, se a bateria for carregada por sistema CCS tipo 2 de alta potência, a carga é feita em até 2 horas.
E para suportar o peso do conjunto de baterias, o chassi é estruturado com longarinas de aço reforçadas em perfil "U". Nesse sentido, vale destacar que o modelo tem peso em ordem de marcha de 2,8 t.
Supervisor de engenharia da BYD Brasil, Natan Barbizan diz que outra novidade do modelo é o design. Com linhas mais modernas e arrojadas. Mas que tem a função de reduzir o arraste e garantir mais autonomia ao modelo, que eventualmente pode rodar na intermunicipalidade, em distâncias curtas.
A bordo, o caminhão é bem equipado. Traz os sistemas de segurança como freios ABS e EBS por força de lei. Assim como assistente de partida em rampa e
O modelo entrega bom acabamento e é equipado com volante elétrico e multifuncional controle eletrônico de tração.
BYD ET5 7200 DEDICADO PARA AS CIDADES A bordo, o modelo entrega bom acabamento. Considerando que o modelo tem capacidade para levar três pessoas, motorista e mais dois passageiros, o que é comum aos caminhões dedicados às atividades urbanas, oferece bom espaço interno.
O volante é multifuncional. E tanto o cluster como a tela multimídia de 7” são digitais. O caminhão tem sensor de ré e emite som, o que traz segurança na hora das manobras. Mas se o cliente quiser pode colocar como opcional a câmera de ré. Porém, o item não é oferecido pelo fabricante.
Na direção, chama a atenção a desenvoltura do caminhão. A começar pela rápida resposta às solicitações do pedal. Por causa do torque imediato o moto-
rista tem que conter mais o pé no pedal do acelerador, pois a resposta é também bem dinâmica.
Colabora para o seu dinamismo o volante elétrico. Aliás, o que ajuda muito na hora de fazer manobras, mesmo em ruas mais estreitas.
Graças ao motor elétrico, o caminhão não emite ruído a bordo. O que traz conforto ao motorista e também aos ajudantes.
A transição da gasolina para o diesel, a crescente especialização dos veículos para diversas aplicações, a valorização do feedback dos clientes e a integração de sistemas de monitoramento remoto são fatores cruciais que impulsionaram a evolução do transporte rodoviário de cargas
O MercedesBenz 1313, foto acima à direita, foi um campeão de vendas em sua época. Equipado com motor OM 352 de seis cilindros e 130 cv, o modelo sucedeu o L-1113
JOÃO GERALDO
No início da década de 1970, os caminhões eram mais ou menos assim: cabines apertadas e quentes, motores barulhentos e de baixa potência em comparação com os atuais, e os bancos ofereciam pouco conforto. Direção hidráulica, ar-condicionado, retrovisores e janelas com vidros elétricos, assim como um rádio na cabine, eram luxos inexistentes na rotina dos motoristas mesmo nas longas distâncias.
A indústria também não oferecia como hoje a variedade de veículos comerciais específicos para cada tipo de operação. O caminhão era essencialmente um "carrega tudo", um verdadeiro "pau pra toda obra". Muitos modelos leves e médios ainda utilizavam motor ciclo Otto (a gasolina), mas a disparada do preço desse combustível devido à crise do petróleo, em 1973, impulsionou o diesel como uma alternativa mais viável para o transporte, levando ao crescimento da produção nacional de motores alimentados por esse combustível.
A transição da gasolina para o diesel foi relativamente rápida. Contudo, entre 1960 e 1970, o uso de motores a diesel já estava em ascensão, especialmente nos caminhões pesados destinados a viagens mais longas. Apesar disso, a maioria dos modelos leves e médios ainda rodava com gasolina.
Entre as opções a diesel disponíveis naquele período, a Mercedes-Benz se destacava com modelos médios L1113 e 1313.
A Scania, já estabelecida com a tradição em motores a diesel, oferecia caminhões os modelos L e LS entre outros, que ganharam fama no mercado pela potência e a confiabilidade, especialmente em operações mais pesadas.
Havia também os populares FNM D-11000 e FNM 2150, am-
bos movidos a diesel e produzidos pela Fábrica Nacional de Motores, localizada em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Em 1968, a FNM foi adquirida pela Alfa Romeo, que continuou a produzir caminhões até a incorporação da marca pela Fiat, em 1976.
Na decada de 1970, a Volvo também tinha caminhões circulando no Brasil. Na época importados da Suécia. Embora o volume fosse menor em comparação com modelos de fabricantes já instalados no País, como Mercedes-Benz, Scania e FNM, a marca sueca era reconhecida pela qualidade de seus veículos. Modelos como o L48, L49 e L50 eram vistos como caminhões robustos, duráveis e confiáveis.
A crescente busca por rentabilidade naturalmente acelerou outras mudanças no setor, definindo não apenas as
diferentes categorias de caminhão e suas aplicações específicas, mas também a implementação de um maior controle da operação. O serviço pós-venda e o atendimento 24 horas sete dias por semana, por exemplo, ganharam maior importância, tornando-se inclusive um fator crucial na decisão de compra.
NOVA ERA DO TRANSPORTE - A partir da década de 1980, a globalização ganhou destaque, e com a abertura de mercado no início dos anos 1990, a frota brasileira de caminhões foi se tornando cada vez mais equiparada tecnologicamente. A chegada da eletrônica embarcada trouxe mudanças significativas aos motores e à manutenção, inicialmente preventiva seguida preditiva marcaram uma nova era ao transporte rodoviário de cargas.
À esquerda, o VW Titan
Tractor 18-310, lançado em 2002, inaugurou o segmento de cavalos mecânicos leves com menor custo
À direita, interior da cabine do FNM: bancos pouco confortáveis e o túnel central sobre o motor ocupava boa parte do espaço de circulação do motorista
Os bancos, painéis de instrumentos e volante também evoluiram muito; hoje transmitem muito mais conforto, segurança e informações ao motorista
Os fabricantes de caminhões também intensificaram a prática de ouvir as sugestões e dicas de frotistas e motoristas sobre soluções para aprimorar os veículos para operações específicas. A Volkswagen foi uma das pioneiras ao enfatizar o conceito do "caminhão sob medida", com foco na satisfação tanto do motorista quanto do frotista. Anos depois, a Mercedes-Benz lançou a campanha "as estradas falam, a MercedesBenz escuta", também com o objetivo de atender plenamente o cliente.
Atualmente, para desenvolver caminhões mais eficientes, seguros e adequados às necessidades do transporte, com frequência os fabricantes buscam o feedback de quem utiliza os diariamente. Vale dizer que frotistas e carreteiros contribuem de modo significativo para o aprimoramento do espaço interno da cabine, bancos mais confortáveis com múltiplas regulagens, melhor disposição dos comandos e isolamento acústico etc.
Além disso, a conectividade proporcionada pelo gerenciamento de frota e telemetria, mais a busca pela redução de custos, se dá através do monitoramento em tempo real do consumo de combustível, localização, desempenho do motorista e necessidades de manutenção. Além disso, esses sistemas podem ser constantemente atualizados de acordo com as demandas dos clientes.
Na próxima edição de O Carreteiro, traremos mais um capítulo da fascinante evolução do transporte rodoviário de cargas nos últimos 55 anos.
O Volvo XH testado pela equipe da Carreteiro na década de 1980. Ao centro, o primeiro caminhão VW contrasta com o atual Meteor. Ao lado, a tecnologia da conectividade
Com o objetivo de promover a inclusão feminina no setor de transporte suprindo a falta de infraestrutura na estrada, a Ever Express decidiu investir na aquisição do caminhão Estrela Delas
AEver Express, operadora logística voltada ao comercio exterior e focada em portos e aeroportos, deu um passo importante no sentido de valorizar o ingresso das mulheres no setor de transporte rodoviário de cargas. Recentemente a empresa decidiu investir na compra de uma unidade do cami-
nhão Actros Estrela Delas e incorporar a sua frota. O Mercedes-Benz Actros 2553 6x2 foi desenvolvido no contexto do Movimento A Voz Delas - iniciativa criada pela fabricante a fim de conscientizar a sociedade sobre a importância da participação das mulheres no transportee customizado para atender às necessi-
DANIELA GIOPATO
dades específicas das mulheres que enfrentam o cotidiano nas estradas.
Originalmente um caminhão conceito, ele passou a fazer parte da linha de produtos da fabricante no final do ano passado. Entre os diferenciais do veículo, o banheiro integrado à cabine é, sem dúvida, um dos maiores atrativos.
Um item que, além de inovador, atende a uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos caminhoneiros – e, especialmente, pelas motoristas mulheres, que lidam com essa questão no dia a dia.
Ivan Henrique Palhari, diretor comercial da Ever Express, diz estar orgulhoso de ter realizado a aquisição do primeiro
Marcia Cristiane acredita que o caminhão valoriza a profissão de motorista
caminhão desta linha. Ele conta que decidiu investir no caminhão por entender que existe um propósito de inclusão social no mercado de caminhões, no qual a empresa também acredita ser importante. Para ele há uma grande dificuldade no ingresso das mulheres no segmento de transporte rodoviário de cargas.
“Um dos grandes problemas está na falta de infraestrutura para receber essas profissionais. Quando soubemos que parte dessas necessidades havia sido pensada pela Mercedes-Benz e estava dentro da cabine decidimos incorporar a nossa frota. A ideia é incentivar mulheres a fazer parte dessa profissão. Estamos construindo um futuro mais igualitário e sustentável e o Actros Estrela Delas é o reflexo da nossa visão e determinação para fazer a diferença”, afirmou.
Rodrigo Soares, diretor de operações, explica que o caminhão Estrela Delas foi adquirido para atuar nas operações aéreas, próximo a região de Campinas/SP –sede da matriz e Centro Logístico e Administrativo da empresa- e direto com clientes. “O mercado de trabalho está aberto para as mulheres e esperamos que com a essa iniciativa elas se sintam mais incentivadas a ingressar no transporte”.
Atualmente a Ever Express tem seis motoristas mulheres na equipe. Porém, apenas uma atendia aos requisitos para dirigir o Actros Estrela Delas. Marcia Cristiane Imbriani Ferreira está na empresa há dois anos, porém acumula mais de 15 anos de experiência. Na sua opinião, o caminhão valoriza a profissão de motorista e contribui para enfrentar os desafios da estrada.
“Eu recebi esse caminhão como um presente. Poder trabalhar em um veícuPara Ivan Henrique o investimento no caminhão fez sentido pelo propósito de incluir a mulher no setor de transporte de carga
Rodrigo Soares explica que o caminhão foi adquirido para atuar nas operações aéreas
lo que oferece itens como geladeira, televisão e um banheiro exclusivo dentro da cabine é uma honra. Meu sentimento é de valorização”, disse.
Marcia faz questão de falar que as mulheres não tem esse tipo de suporte na estrada e a falta de infraestrutura muitas vezes se torna um desafio e até motivo para afastá-las da estrada. Ela lembra que quando iniciou na profissão foi alertada pela cunhada sobre as dificuldades de encontrar um banheiro feminino na estrada. “Realmente esse sempre foi um ponto de atenção. E vejo muitas colegas reclamando sobre a falta de estrutura pra atender as mulheres, sej a motorista ou a esposa do caminhoneiro. Esse caminhão capta um pouco das nossas principais necessidades. Não é tudo ainda, mas, faz muita diferença. Deixo uma mensagem para que todas as mulheres continuem lutado pelo seu espaço profissional”, disse.
O Actros “Estrela Delas” é fruto do trabalho do Centro de Customização de Caminhões da própria Mercedes-Benz (CTC), que configura o veículo da maneira que o cliente quiser. O caminhão tem itens exclusivos como vaso sanitário na cabina com sistema que não permite retorno de cheiro para o veículo, ducha higiênica com bico antirrespingo, espelho atrás do banco do passageiro - feito de material resistente a fim de garantir a segurança- gaveta adicional localizada próxima ao espelho e TV da Alliance Truck Parts, geladeira e saias laterais.
Defasagem do valor do frete, filas nos locais de descarga, falta de estrutura básica estão entre as principais reclamações dos profissionais que atuam na safra, que esse ano promete recorde com estimativa de mais de 320 milhões de toneladas
Acontratação de motoristas estrangeiros está sendo considerada como uma alternativa para aumentar o número de profissionais no Brasil e minimizar os impactos da escassez de caminhoneiros no setor de transporte.
A falta de motoristas tem se tornado um desafio crescente no Brasil, levando alguns transportadores a cogitarem a contratação de profissionais de outros países. A dificuldade de atrair jovens brasileiros para a profissão, mesmo com os avanços tecnológicos nos caminhões e a evolução do transporte rodoviário, é um reflexo das condições de trabalho e da falta de valorização da profissão, que fazem com que muitos optem por outras áreas.
O Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) enfrenta sérias dificuldades devido à escassez de motoristas, o que afeta tanto as operações quanto a competitividade do setor. Com um grande número de vagas não preenchidas, a falta de profissionais qualificados se tornou uma preocupação urgente para o mercado logístico. Segundo um estudo da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), entre 2013 e 2023, o Brasil perdeu cerca de 1,1 milhão de motoristas profissionais, representando uma redução de 20% nos últimos 10 anos.
Esse cenário reflete uma tendência global: a União Internacional dos Transportes Rodoviários (IRU) aponta que há
Os desafios da estrada e a falta de valorização estão afastando os jovens da profissão de motorista e provocando um envelhecimnto da mão de obra
uma falta de mais de 3 milhões de motoristas de caminhão no mundo.
O envelhecimento da força de trabalho também é uma preocupação. Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou que, em 2019, a maioria dos motoristas tinha entre 40 e 49 anos (29,6%). Já os motoristas com até 29 anos representavam apenas 8,9%. Esse envelhecimento da categoria torna ainda mais difícil a renovação da mão de obra.
Gustavo Krás, coordenador do núcleo COMJOVEM Porto Alegre, aponta que a escassez de novos motoristas é fruto de vários fatores, como a mudança nas profissões e o desinteresse da juventude pela atividade. "A profissão exige desprendimento, com via -
gens longas e distante da família, o que faz com que os jovens se interessem menos. Eles estão muito focados nos entretenimentos da atualidade", explica Krás.
Além disso, Delmar Albarello, presidente do Setcergs, destaca que mudanças na legislação, como a Lei do Motorista, que estabelece descanso obrigatório a cada sete dias de trabalho, também impactam a profissão. "Essa exigência pode dificultar o tempo de descanso do profissional e, consequentemente, desmotivar os motoristas, dificultando a atração de novos profissionais", observa.
Diante desse cenário, José Alberto Panzan, diretor da Anacirema Transportes e presidente do Sindicato das Em-
Para Gustavo Krás, da COMJOVEM, apesar dos desafios, a profissão ainda oferece boas oportunidades, especialmente para quem não tem curso superior
presas de Transportes de Cargas de Campinas (Sindicamp), acredita que, embora distante, a contratação de motoristas estrangeiros pode ser uma solução caso a escassez de motoristas se agrave. "Essa pode ser uma alternativa quando as opções internas, como a atração de profissionais locais, não forem suficientes. É urgente valorizar a profissão e investir nela, pois ela é essencial para a economia do país", afirma Panzan.
Contudo, a contratação de motoristas estrangeiros exige políticas públi-
Delmar Albarello, do Setcergs, acredita que algumas mudanças na legislação, como a Lei do Motorista podem dificultar a atração de novos profissionais
cas para facilitar a obtenção de vistos e autorizações de trabalho. Além disso, o setor precisaria se adaptar para integrar esses profissionais. Segundo Panzan, é necessário um esforço conjunto entre empresas, entidades do setor e órgãos reguladores para adaptar esses motoristas às normas e à cultura do transporte no Brasil. Ele sugere investir em programas de integração, tanto técnicos quanto culturais, e buscar parcerias com sindicatos e órgãos governamentais para facilitar as mudanças necessárias.
Diante de uma falta de interesse de motoristas locais, seja necessário a contratação de estrangeiros, diz José Alberto Panzan, da Anaricema Transportes
Marcel Zorzin, CEO da Zorzin Logística, observa que o recente reconhecimento recíproco de carteiras de habilitação entre Brasil e Itália abre novas possibilidades. "Podemos expandir essa medida para outros países do Mercosul, facilitando a contratação de motoristas estrangeiros", sugere. No entanto, Zorzin alerta que muitos motoristas brasileiros também estão em busca de trabalho em outros países, atraídos por salários mais altos.
Apesar dos desafios, Gustavo Krás acredita que a profissão de caminhoneiro ainda oferece boas oportunidades,
Marcelo Zorzin, da Zorzin Logística, alerta que muitos motoristas brasileiros também estão em busca de trabalho em outros países, por conta do valor do salário
especialmente para quem não tem um curso superior. "Para motoristas sem qualificações específicas, os salários podem ser muito bons, tornando a profissão atrativa para jovens que buscam uma carreira sólida e bem remunerada", comenta.
Ele também defende que, para atrair mais jovens, é preciso investir em projetos nas escolas para mostrar as vantagens da profissão, como os benefícios financeiros e a qualidade de vida que ela proporciona. "A sociedade precisa entender que ser caminhoneiro é uma excelente escolha de carreira", afirma.
No intuito de reter motoristas e atrair novos talentos, muitas transportadoras estão implementando ações de valorização dentro das empresas. A Anacirema Transportes, por exemplo, adota estratégias como a utilização de motoristas PX e a participação em programas de capacitação do SEST SENAT. A empresa também oferece benefícios como planos de saúde, bonificações por desempenho, horários flexíveis e roteiros otimizados. Além disso, investe em campanhas de valorização da profissão e em parcerias com escolas técnicas para formar novos motoristas. "Essas iniciativas têm sido fundamentais para reduzir a carência de profissionais, mas sabemos que precisamos ir além. Atração e retenção de talentos qualifi-
A inclusão de mulheres no setor de transporte é uma alternativa para reduzir o problema da falta de motorista
cados exigem esforço contínuo", explica Panzan.
Zorzin, por sua vez, acredita que a profissão pode ser mais atraente com melhores salários, melhores condições de trabalho e a contratação de motoristas estrangeiros. A Zorzin Logística, por exemplo, tem investido na inclusão de mulheres na profissão, com cerca de oito motoristas contratadas até agora. "A profissão também pode ser exercida por mulheres, e investimos ativamente na divulgação e captação de novos profissionais", diz Zorzin.
Nos últimos anos, a presença feminina tem aumentado em diversas funções dentro do setor, inclusive dirigindo caminhões, o que reflete uma mudança social e valorização da diversidade.
Com objetivo de aperfeiçoar a mão de obra na sua rede de concessionários e prepará-la para as novas tecnologias, incluindo os veículos elétricos da marca, a MercedesBenz inaugurou o Centro de Treinamento
Atibaia com sistema híbrido de ensino
DANIELA GIOPATO
AMercedes-Benz inaugurou no início do ano, o Centro de Treinamento Atibaia, interior de São Paulo. O novo espaço é mais uma ferramenta da fabricante para qualificar a mão de obra e os serviços prestados em sua rede de concessionários.
O novo Centro de Treinamento tem 3.700 metros, oito salas, uma área de treinamento de veículos elétricos e um auditório. A cidade de Atibaia foi escolhida para sediar o centro por estar estrategicamente localizada próxima aos aeroportos de Viracopos e Guarulhos, facilitando o acesso aos alunos.
A estrutura se destaca por tecnologias digitais, robôs, chatbot, gameficação e, em breve, um simulador de dirigibilidade de caminhões e ônibus, este último em mais uma parceria com o SEST SENAT. O chatbot é chamada de Liz. Ela oferece apoio, principalmente, durante o uso da plataforma de treinamento. No caso do TeamBot, é um robô com inteligência artificial, estrategicamente focado no Actros.
O Centro de Treinamento da Mercedes-Benz do Brasil conta ainda com três Unidades Volantes de Treinamento (caminhões e ônibus), equipados com recursos didáticos e equipamentos técnicos para atividades práticas, como motores e caixas de transmissão. Além
Com inteligência artificial, o TeamBot é focado nas informações do Actros
disso, alguns cursos se estendem aos CTAs (Centro de Treinamento Autorizado) junto a concessionários da marca em praças estratégicas.
O portifólio abrange 600 cursos direcionados para profissionais de vendas e pós-vendas da rede de concessionários, assim como frotistas de caminhões e ônibus. Desse total, 230 estão em formado EaD.
Sandro Onofre, gerente sênior de Desenvolvimento da Rede de Concessionários Caminhões e Ônibus & Treinamentos da Mercedes-Benz do Brasil, explica que além dos treinamentos presenciais teóricos e práticos, o CTA vem se destacando, nos últimos anos, pelos cursos EaD, que ganharam impulso especial-
mente durante a pandemia da Covid-19.
“Foi um trabalho que envolveu mais do que a digitalização dos materiais de treinamento, foi um desenvolvimento de uma nova didática de ensino, impulsionando uma transformação completa dos cursos usando essas novas metodologias bem como a estruturação de uma plataforma online completa”.
A principal vantagem do EaD é a flexibilidade nos horários, otimização do tempo e redução de custos. Além disso, aumenta a possibilidade do concessionário de inscrever mais profissionais nos cursos.
Todas as modalidades de treinamento oferecidas pelo Centro de Treinamento podem ser feitos no formato híbri-
Todos os cursos oferecidos no Centro de Treinamento são realizados de maneira híbrida
do, com atividades presenciais e EaD. A principal vantagem do presencial é a possibilidade de exercitar o aprendizado teórico na prática, tendo a disponibilidade dos recursos materiais, componentes e vários outros itens dos veículos, além do caminhão ou ônibus completo, o que potencializa os ensinamentos e a aprendizagem.
“O sistema híbrido combina o ensino presencial com o ensino à distância, proporcionando ao aluno não só a conveniência do EaD, mas toda a efetividade das atividades presenciais. Oferece mais autonomia e exige mais disciplina do aluno, consolidando a cultura do autoestudo”, disse.
Onofre destaca também que o CTA está conectado com o Centro de Treinamento Global da Alemanha, que desenvolvem os conceitos, as metodologias e definem os recursos que são necessá-
rios para os treinamentos. Todo o material é adaptado a realidade brasileira e latino-americana e os nossos instrutores brasileiros são todos certificados pela Alemanha.
“São mais de 90 centros de treinamento ao redor do mundo e o conhecimento é o mesmo em qualquer lugar. Atuamos não só no Brasil, mas também em 43 países da América Latina e 10 países que nós chamamos de Overseas, que é África e Oriente Médio", explicou. O portfólio de cursos para caminhões e ônibus inclui técnica em diagnóstico, literatura de serviços, sistemas elétricos, gerenciamento de trem de força Euro 6, gerenciamento de freios e suspensões, reparação de transmissões e vários outros.
Especificamente para ônibus elétrico, os cursos abrangem entrega técnica, apresentação técnica e temas ligados
Sandro Onofre explica que os cursos oferecidos atendem as necessidades da rede a veículos com alta tensão, como conscientização, segurança, manutenção e reparo, padrão de operação e outros. Vale ressaltar que o Centro de Treinamento já está preparado para atender a demanda dos caminhões elétricos. “Nesse caso a maior preocupação é a segurança como a possibilidade de choque elétrico”, disse.
Onofre explica que o Centro possui estrutura completa com os recursos necessários para aplicar o treinamento. "Temos todas as ferramentas necessárias, que uma oficina precisa ter para poder prestar um serviço adequado e de qualidade para os nossos clientes”, explicou.
São oferecidos treinamentos para atender as principais necessidades dos profissionais da Rede de Concessionárias. Entre eles o gerencial, vendas e pós-vendas.
Onofre reforça que são mais de 40 anos dedicados ao treinamento e aperfeiçoamento dos profissionais da rede de concessionários. O uso e a operação do caminhão hoje, conforme compara Onofre, é muito diferente de 10 anos atrás. “A gente vê a tecnologia mudando rapidamente, e junto a necessidade de atualização dos profissionais. No Centro de Treinamento conseguimos simular todas as condições do produto, do ambiente, para garantir que o conhecimento seja repassado reduzindo as chances de situações perigosas, emissão de CO2 e aumentando a disponibilidade”.
Em 43 anos de atuação mais de 460 mil pessoas participaram dos treinamentos oferecidos pela Mercedes-Benz. Em 2024 foram 9 mil participações. A expectativa para esse ano é permanecer nessa crescente.
Estabelecer uma planilha de custos eficiente pode ajudar o caminhoneiro a organizar melhor suas finanças. Esse planejamento contribui para evitar que o profissional gaste mais do que ganha e tenha uma visão realista da sua situação econômica.
DANIELA GIOPATO
Um bom planejamento financeiro é o primeiro passo para transformar a atividade de caminhoneiro em um negócio de sucesso. Anotar todas as despesas relacionadas ao caminhão permite avaliar melhor o valor do frete, investir no próprio negócio e alcançar objetivos pessoais e profissionais. No entanto, começar um orçamento eficiente não é tarefa simples
— é preciso disciplina e entender as vantagens de manter as finanças sob controle.
Para iniciar, é fundamental registrar de forma detalhada todas as despesas, desde o combustível até as refeições durante a viagem. Isso proporciona uma visão clara dos gastos diários e facilita a identificação de oportunidades para economizar. Também é importante anotar todas as fontes de renda mensal, como salários, rendas extras, aluguéis e investimentos.
Classificar os gastos também ajuda na organização: separe as despesas fixas (como o pagamento do caminhão e o seguro) das despesas variáveis (como alimentação e manutenção do veículo).
Essa prática ajuda a entender melhor pa-
ra onde o dinheiro está indo e identificar gastos desnecessários, permitindo reduções quando necessário.
Outro passo essencial é estabelecer metas financeiras, inclusive para a formação de uma reserva de emergência. Mesmo que seja um valor pequeno, é importante ter um fundo para imprevistos. Além disso, definir objetivos ajuda a manter o foco em quitar dívidas, fazer investimentos e realizar sonhos.
A tecnologia pode ser uma grande aliada nesse processo. Aplicativos de controle financeiro e planilhas online facilitam os cálculos e o acompanhamento do orçamento ao longo do tempo.
Sempre que houver mudanças na renda — aumento ou redução —, é importante revisar o orçamento. A flexibilidade é essencial para que ele continue funcionando bem e reflita a realidade do momento.
Por fim, para quem possui dívidas ou financiamentos, vale a pena incluir no planejamento um plano de quitação. Definir metas específicas de pagamento e reservar uma parte do orçamento para
isso pode acelerar o processo e trazer mais tranquilidade financeira.
Mostrar a legislação e as responsabilidades na operacionalização e tráfego de produtos perigosos são alguns dos objetivos do curso MOPP.
Porém, é importante ressaltar que o curso não habilita o caminhoneiro para esse tipo de condução
DANIELA GIOPATO
Você sabe qual a importância do curso de Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP) para o caminhoneiro que transporta produtos perigosos? Antes antes de responder a essa pergunta é importante saber que todo motorista que decide entrar para o segmento de cargas perigosas deve ter a atenção redobrada ao conduzir o veículo. Afinal, qualquer imprevisto pode ser fatal, tanto para ele quanto para as pessoas que estiverem próximas do local de um eventual acidente.
Produto perigosos são todas as substâncias ou artigos encontrados na natureza ou produzidos por qualquer processo que, por suas características físico-químicas, representem risco para a saúde das pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente.
A definição deixa evidente a responsabilidade do motorista que transporta carga perigosa e para isso ele deve estar preparado, pois este tipo de transporte é cercado de exigências. Uma delas é o curso de Movimentação de Operação de Produtos Perigosos, mais conhecido como curso MOPP.
O curso visa conceituar o produto perigoso, mostrar a legislação específica e as responsabilidades na operacionalização e tráfego desses produtos. Mas é importante ressaltar que esse curso não habilita o motorista para a condução de produtos perigosos.
O objetivo principal é proporcionar condições para que o carreteiro conduza o veículo com segurança, preservando a sua integridade física, a da carga, do caminhão e do meio ambiente, além de prestar um primeiro atendimento emergencial na ocorrência de qualquer acidente.
O curso MOPP deve permitir que o condutor conheça e aplique os preceitos de segurança adquiridos durante o treinamento e faça uso dos comportamentos preventivos e procedimentos no caso de emergência, desenvolvido para cada uma das classes de produtos perigosos.
O Sest Senat oferece o curso aos motoristas. São trabalhados temas como legislação de trânsito, direção defensiva, noções básicas de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente, prevenção de incêndio, legislação do curso MOOP
e movimentação de produtos perigosos.
Os carreteiros que transportam produtos perigosos devem ficar atentos também ao curso de reciclagem, obrigatório para todos os motoristas, independente da época em que foi realizado o curso MOPP, pois o mesmo tem validade de cinco anos.
O público alvo são os trabalhadores do transporte e o público em geral e o curso tem carga horária de 20 horas. O aluno deverá realizar uma avaliação ao final do curso e obter uma nota maior ou igual 60 (sessenta).
Outro ponto importante quando se trata de transportar produtos perigosos, além do curso, é saber o que fazer
em caso da ocorrência de um acidente, para evitar consequências de grandes proporções.
Um dos pontos principais é comunicar outros motoristas que viajam no sentido contrário ao seu para que não se aproximem do local. Outro procedimento é avisar a Policia Rodoviária e o Corpo de Bombeiros, através dos telefones 190 e 193 ou da primeira viatura que encontrar, informando os números anotados, a rodovia e o km exato do local do acidente.
É essencial anotar os números descritos no painel de segurança e a cor do rótulo de risco e verificar se há vazamento de líquido ou gases.
Troca de óleo, filtros, fluídos, lâmpadas, limpadores de parabrisa, freios, bateria, campanhas de serviço e recalls, rodízio de pneus, escaneamento e diagnóstico são alguns dos serviços disponibilizados na Ford Transit equipada como oficina
AFord Pro iniciou a operação do Serviço Móvel com uma Transit equipada como oficina que vai até o local do cliente para realizar a manutenção do veículo ou frota. Dessa forma, a marca quer fidelizar o cliente oferecendo ganho de tempo e eficiência.
“O serviço móvel é uma tendência que vem crescendo forte nos Estados Unidos e acreditamos que terá a mesma
aceitação no nosso mercado. O cliente que começa a usar não quer outra coisa”, diz o gerente de estratégia de veículos comerciais da Ford América do Sul, Matias Guimil.
Assim, segundo o executivo, com o serviço móvel o cliente não precisa mobilizar seu pessoal e veículos para irem até a oficina. Assim, evita interrupções no trabalho e com a segurança da ma-
nutenção feita por técnicos e com peças genuínas. Dessa forma, facilitando a administração da frota.
O Serviço Móvel Ford é capaz de atender vários veículos no mesmo dia e cobre cerca de 80% dos itens de manutenção mais usados. Como, por exemplo: troca de óleo, filtros, fluídos, lâmpadas, limpadores de para-brisa, freios, bateria, campanhas de serviço e recalls, rodízio de pneus, escaneamento e diagnóstico, atualização de software e instalação de acessórios. Seja como for, o preço dos serviços é o mesmo cobrado na oficina das concessionárias.
Para atendimento a até 30 km de distância não há taxa adicional de deslocamento. E a solicitação pode ser feita por meio do aplicativo FordPass, do site Agenda Ford ou das concessionárias – que devem ser contatadas diretamen-
te para distâncias maiores.
Oficina móvel, montada na Ford Transit, leva até o cliente diversos serviços para aumentar a dispobilidade da frota
Inicialmente, o Serviço Móvel Ford começa a ser oferecido por nove concessionárias, localizadas em regiões com maior concentração de frotas. São elas: Caminho (São José do Rio Preto, SP), Studio (Guarulhos e São Paulo, SP) e Brasauto (Belo Horizonte, MG). Além de Disbrava (Cuiabá, MT), Indiana (Salvador e Lauro de Freitas, BA), Fenix (Belém, PA), Ciaasa (Goiânia, GO), Slaviero (Curitiba, PR) e Slaviero Brasília (DF).
A expectativa é que o serviço esteja disponível também nas concessionárias Buriti (Barreiras, BA). Assim como em Superauto (Santa Maria, RS) e Amazon (Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Santa Cruz do Sul, RS). Além de outras localidades. O programa global está sendo implementado também na Argentina, Chile e Colômbia, na América do Sul. (JG)
Fabricante chinesa deu mais um passo para ampliar sua presença no mercado brasileiro e anunciou o início da sua linha de montagem, em regime CKD, em Caxias do Sul
DANIELA
GIOPATO
Anova fase da Foton no Brasil está sendo marcada por planos ousados que visam aumentar a sua participação no mercado brasileiro. Recentemente, a empresa anunciou que sua rede de concessionários deve dobrar até o fim de 2025. A montadora fechou 2024 com 40 revendas no País e a nova meta é finalizar o ano com ano com pelo menos 80 concessionárias em todas as regiões do território nacional.
Outro passo importante é o início da
sua linha de montagem em regime CKD (Completely Knocked Down), em uma área de 6 mil metros quadrados dentro da planta industrial da Agrale, em Caxias do Sul (RS). Inicialmente, a Foton montará os caminhões com componentes importados da China, enviados ao Brasil em kits CKD.
A linha, instalada dentro da fábrica da Agrale, começará com os modelos semileves Aumark S 315 (nas versões manual e automatizada), os leves Aumark S
715 e S 916, e o médio Aumark S 1217. Todos já fazem parte do portfólio da marca no país.
Em seguida, a unidade também passará a montar o semipesado Auman D 1277, que marca a entrada da Foton nesse segmento no Brasil. A rede de concessionárias da marca inicia a comercialização do modelo ainda neste mês de abril.
Fábio Pontes, diretor de operações da Foton e responsável pela coordena-
ção da unidade, afirma que a linha de montagem foi projetada para oferecer eficiência e produtividade. Segundo ele, o processo contará com oito estações em linha e quatro fora da linha. Cada caminhão levará cerca de 20 horas para ser montado, passando por todas as etapas até sair pronto para operação.
A planta terá capacidade inicial para montar até sete veículos por dia, com possibilidade de expansão conforme a demanda. De acordo com Pontes, a Fo-
Inicialmente, a planta terá capacidade para montar até sete veículos por dia
ton pretende aumentar gradualmente a produção local e estimular o desenvolvimento de fornecedores nacionais.
Pontes destaca que a parceria com a Agrale tem caráter estratégico. Para isso, a Foton investiu em uma nova infraestrutura e adquiriu equipamentos modernos com foco na produtividade e no controle do processo de montagem.
Além disso, escolheu Caxias do Sul pela presença de uma cadeia automotiva consolidada e pela disponibilidade de mão de obra qualificada.
Outro fator relevante foi a proximidade com o Porto de Itajaí/SC, que facilitará a logística de entrada das peças importadas, o que contribuirá para maior agilidade na produção.
Por fim, a Foton informou ainda que o primeiro caminhão a sair da linha de Caxias do Sul será o semileve Aumark S 315. O modelo simboliza um marco para a companhia, pois se tornará o veículo de número 12 milhões produzido pela Foton globalmente desde sua fundação, em 1996. (JG)
A Iveco — marca do Iveco Group N.V. — e a Beiqi Foton Motor Co., Ltd. (Foton) assinaram um Memorando de Entendimento (MoU).
O acordo tem como objetivo avaliar uma possível colaboração no desenvolvimento de soluções voltadas para os mercados do Brasil e da Argentina.
Segundo Marcio Querichelli, presidente da Iveco para a América Latina, os mercados do Brasil e da Argentina são
estratégicos para o crescimento das operações da empresa. Ao comentar a assinatura do MoU com a Foton, Querichelli destacou que a iniciativa reforça o compromisso da Iveco com a busca por soluções voltadas à região. Por fim, ele afirmou que a parceria permitirá desenvolver tecnologias alinhadas às necessidades locais e, ao mesmo tempo, impulsionar o crescimento sustentável da marca no continente.
Caminhoneiro deve estar atento aos diferentes tipos de pastilhas de freios e suas aplicações para poder realizar a manutenção correta e garantir a disponibilidade e segurança do equipamento
Osistema de freio do veículo, composto por diversos componentes, entre eles as pastilhas, é um dos mais importantes quando o assunto é segurança na estrada. Afinal, ele permite ao condutor controlar a velocidade, evitar colisões e parar o caminhão quando necessário. Caso o sistema de freio apresente algum problema o risco de imprevistos aumenta significativamente.
Assim, é importante que o motorista de caminhão conheça mais sobre essas peças. “As pastilhas de freio são as responsáveis por gerar o atrito e frear o veículo, portanto fundamentais para a garantia de uma frenagem eficiente e segura”, afirma Leandro Leite, coordenador de Assistência Técnica da Fras-le. Leite explica que, quando o pedal de freio é acionado movimenta o êmbolo do cilindro mestre, que bombeia o fluido para as rodas, fazendo com que a frenagem ocorra. Segundo o profissional,
Quando o sistema de freio apresenta algum defeito os riscos de acidente aumentam significativamente a atuação do pedal é auxiliada pelo servo freio, que amplifica a força aplicada, tornando o acionamento ainda mais eficiente. “Essa força é transferida para o fluido que exerce pressão, promovendo contato entre o material de atrito e o disco, diminuindo a velocidade”, diz.
As pastilhas de freio não têm as mesmas características e especificações técnicas. Elas são compostas por material de atrito – resinas, fibras sintéticas e partículas metálicas, e plaqueta metálica que seguem padrões rigorosos dimensionais e estruturais. Cada tipo de pastilha é indicado para determinada aplicação. Segundo Leite, os principais tipos de pastilhas são as cerâmicas, metálicas e semimetálicas.
O coordenador ressalta a importância de conhecer os diferentes tipos de pastilhas. “Em veículos muito pesados ou que operam em altas velocidades, as pastilhas são submetidas a um grande esforço quando acionadas, pois a pressão e o aquecimento durante a frenagem são intensos”, explica o profissional. Ele conclui: “Por isso, é fundamental verificar se as características da pastilha estão adequadas à aplicação.”
CERÂMICAS: compostas por fibras cerâmicas, enchimentos não ferrosos e agentes de ligação. São leves, resistentes, mais silenciosas e suportam altas temperaturas sem deformações. Além disso, possuem um coeficiente de atrito elevado, sendo indicadas para veículos que exigem frenagens de alta precisão
METÁLICAS: formadas por ligas de ferro, cobre, aço e grafite. Embora não sejam tão resistentes ao estresse da frenagem quanto as cerâmicas, destacam-se pela alta durabilidade. Atualmente, são as mais utilizadas nos veículos.
SEMIMETÁLICAS: produzidas a partir da combinação de materiais não metálicos, orgânicos ou não, com compostos metálicos, geralmente com alto teor de grafite. Possuem excelente dissipação de calor e resistência mecânica, sendo amplamente empregadas em aplicações mais severas, como veículos de grande porte e esportivos.
Esse mês, gostaríamos de abordar nesta coluna um assunto que, muitas vezes, é deixado para depois por carreteiros ou carreteiras. Sua constante presença nas rodovias brasileiras é essencial no combate à violência sexual infantil. Porém, antes de se atentar com o próximo, principalmente meninas e meninos, é necessário olhar para a sua própria saúde.
Você consegue se lembrar da última vez que foi à uma consulta médica ou realizou um check-up? Por mais desafiadora que a sua jornada de trabalho seja, estamos aqui para lembrá-lo(a) de como esse cuidado é essencial e influencia de forma direta a sua qualidade de vida.
Priorizar a sua saúde mental também é importante, já que a rotina intensa nas estradas somada ao tempo longe da família pode desencadear problemas psicológicos como ansiedade e tristeza. Começar com pequenas atitudes diárias
pode ser um caminho. Respeite as suas necessidades básicas, como descansar e se alimentar, e também tirar um tempo para conversar com quem você ama, ainda que à distância.
Sempre tenha em mente que você não está sozinho(a). Se precisar de ajuda, busque apoio psicológico com profissionais especializados.
Contamos com o seu apoio e o seu olhar atento para proteger crianças e adolescentes nas estradas. Porém, antes de mais nada, cuide da sua saúde física e mental. E lembre-se: ao testemunhar ou suspeitar de qualquer situação, denuncie pelo Disque 100. A ligação é gratuita, anônima e pode ser realizada de qualquer lugar do Brasil. Para saber mais,