Análise Quantitativa da Iluminação Natural em uma residência

INTRODUÇÃO Chamamos de luz natural toda aquela proveniente do sol, seja direta ou indiretamente – quando é refletida de alguma forma. A luz natural tem o espectro de luz completo, ou seja, compreende todas as cores visíveis ao olho humano (Grupo MB, 2015). A utilização de luz natural nos projetos arquitetônicos está cada vez mais eficiente, pois esse método, além da economia de energia elétrica, traz benefícios para a saúde, conforto visual e sensação de bem-estar. A utilização de luz natural nas edificações permite o melhor uso das fontes de energia, gerando uma maior eficiência energética.

Segundo a ABNT (1992, Associação Brasileira de Normas Técnicas), a iluminância é “o limite da razão do fluxo luminoso recebido pela superfície em torno de um ponto considerado, para a área da superfície quando esta tende para o zero”. Em outras palavras, é a quantidade de luz em um ambiente.

Esse trabalho apresenta a análise e a medição da luz natural na sala de estar de um apartamento, identificação de sua iluminância, através de um aparelho chamado luxímetro, e se a iluminância é compatível com os níveis ideais determinados pela NBR 5413. Para efetuar uma medição adequada foram utilizados aspectos da norma NBR 15215.

OBJETIVO Verificar o desempenho lumínico de um modelo real.

OBJETO DE ESTUDO O ambiente é uma sala de estar localizada no 7º pavimento de uma edificação recifense, situada na Rua de Sant’Anna, Casa Forte. A iluminância do ambiente é proveniente de 2 aberturas: 1 porta de 4 folhas, medindo 2,35m de largura e 2,10m de altura, e uma janela medindo 1,55m de largura, 1,00m de altura e 1,00m de peitoril. As paredes são de alvenaria, na cor branca, piso de porcelanato na cor bege e plano de trabalho utilizado como referência de cor bege.

A’

CORTE AA’ SALA DE ESTAR

PLANTA BAIXA A

Legenda:

SALA DE ESTAR

Percentual de obstrução: Aboboda celeste

Interno

75% de obstrução

Obstrução externa

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

CONFORTO AMBIENTAL II ANÁLISE QUANTITATIVA DA ILUMINAÇÃO NATURAL

PROF. DRA. PAULA MACIEL

BÁRBARA LIMA GERMANA TINÔCO JOÃO VITOR MACÊDO

prancha

01/02

METODOLOGIA A metodologia de estudo foi baseada na NBR 15215-4, que se entende pela verificação experimental das condições de iluminação interna de edificações, através de um método de medição. Tem-se como ferramenta básica o luxímetro, sensor fotométrico. Para medir a iluminação de um ambiente interno é necessário o cálculo do índice local (K) e a determinação da quantidade de pontos de medição do ambiente de acordo com a tabela 01. O valor de K encontrado foi 1,56 e a indicação para malha na tabela foi de 16 pontos, sendo isso, ajustado para 12 pontos para que houvesse uma distância mínima de 0,50M das paredes, gerando quadrados de 1,18mx1,18m e uma malha de 3x4 quadrados (malha abaixo).

K

nº

K<1

9

1<K<2

16

2<K<K

25 36

K= C.L / Hm(C+L) K= 3,55 . 4,74 / 1,3(8,29) K= 16,82 / 10,77

K>3

K= 1,56

1.18

tabela 01: Quantidade mínima de pontos a serem medidos(retirada do item 6.1.4.1 da NBR15215).

Cálculo do índice local(K)(retirada do item 6.1.4.1 da NBR15215).

0.59

1.18 0.59

Definidos os pontos no ambiente em estudo, se verificam os valores de iluminância com o luxímetro e com dados da NBR 5413 é encontrado o valor de iluminância adequada utilizando a tabela do item 5.2 (tabela 02) e seguindo as orientações do ponto 5.2.2 (iluminância média) e a iluminância específica no item 5.3.65 Residências para a sala de estar geral (150 lux).

Em= E1+E2+...+En / n Em= 5.036 / 12 Em= 419,66 LUX Cálculo da iluminância média (retirada do item 7.2 da NBR15215).

Características da tarefa e do observador

Peso 1

0

+1

Idade

Inferior a 40 anos

40 a 55 anos

Superior a 55 anos

Velocidade e precisão

Sem importância

Importante

Crítica

Superior a 70%

30 a 70%

Inferior a 30%

Refletância do fundo da tarefa

tabela 02: Fatores determinantes da iluminância adequada(retirada do item 5.2.1 da NBR5413).

RESULTADOS Para divulgação dos resultados, foi calculada a iluminância média obtida através da média aritmética dos pontos distribuídos no ambiente, com objetivo de analisa-lo com um valor único de iluminância. A medição foi feita no dia 19 de setembro de 2018, a partir das 14:20, com o céu parcialmente encoberto (fim da medição às 14:37 com o céu no mesmo estado).

A partir da iluminância específica para Residências – Sala de estar de 150 lux, pode-se analisar as características previstas na tabela 02 com índices de -1 a +1, onde o perfil do usuário se encontra entre 40 a 55 anos (peso 0), velocidade e precisão como importante (peso 0) e refletância do fundo da tarefa de 30% a 70% (peso 0), resultando em um somatório igual a 0 (150 lux como referência para sala de estar).

Após todos esses valores, pode-se observar que o ambiente em estudo e sua iluminância média demonstram que não há necessidade de uso de iluminação artificial, da hora que o sol nasce até quando se põe (manhã e tarde), visto que em todos os pontos a iluminância encontrada é superior a 150 lux, sugerido pela NBR 5413, segundo o item 4.3, atende a 1/10 da iluminância recomendada e segundo o item 4.4, atende a 70% da iluminância média(294 Lux).

Pontos A

570 Lux

360 Lux

305 Lux

Pontos B

430 Lux

350 Lux

373 Lux

Pontos C

767 Lux

456 Lux

420 Lux

Pontos D

330 Lux

339 Lux

336 Lux

Em vista disso, após a finalização dos estudos e das análises, ficou perceptível o quão importante é um projeto pensado não só na estética do ambiente, como também no seu conforto lumínico e sua eficiência energética, trazida através da iluminação natural proveniente do sol. Também levando em consideração as influências externas, como a época do ano, horário do dia, tipo de céu e

C A B D

REFERÊNCIAS - MB, Grupo, Como e porque medir a iluminação no ambiente de trabalho, Disponível em: <https://grupomb.ind.br/mbobras/economia-de-energia/como-e-por-que-medir-a-iluminacao-no-ambiente-de-trabalho/>. Acesso em: 27set de 2018 - ABNT/NBR 5413: Iluminância de interiores. Rio de Janeiro, ABNT, 1992.

- ABNT/NBR 15215-4: Iluminação natural. Rio de Janeiro, ABNT, 2003.

- BRANCO, Renan, Medição de iluminância – Luxímetro, Disponível em: <https://automacaoifrsrg.wordpress.com/2013/06/03/medicao-de-iluminancia-luximetro/>. Acesso em: 27set de 2018

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

CONFORTO AMBIENTAL II ANÁLISE QUANTITATIVA DA ILUMINAÇÃO NATURAL

PROF. DRA. PAULA MACIEL

BÁRBARA LIMA GERMANA TINÔCO JOÃO VITOR MACÊDO

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