



cuartos de servicio gerardo aznar
El funcionamiento de las megaciudades se configura a partir de una estratificación del poder, el espacio y la vida pública. Esta división articula una compleja maquinaria de jerarquización racial, explotación laboral, delimitación del territorio y distribución inequitativa de recursos que configura toda su estructura.
Dentro de esta organización social, existen espacios de convergencia que acumulan y son atravesados por múltiples de las violencias derivadas de su funcionamiento estructural. Estos lugares, sistemáticamente invisibilizados, conforman los territorios más profundos dentro de la estratificación social del poder. Desde la perspectiva de esta configuración política jerarquizada racialmente, existen sectores que viven para servir y otros que viven para ser servidos.
En pocos lugares converjen procesos de segregación racial y explotación laboral tan complejos como en los espacios domésticos pertenecientes a las élites económicas que habitan los territorios de las megaciudades.
En este tipo de vivienda, el trabajo doméstico se inserta dentro de jerarquización racial, determinado a un sector social especifico compuesto por mujeres pertenecientes a colectivos sistemáticamente empobrecidos. Estas mujeres comúnmente son contratadas de manera irregular para cubrir las necesidades del hogar bajo un régimen de explotación laboral normalizado sistemáticamente.
Con frecuencia las trabajadoras también se ven obligadas a vivir dentro del inmueble en el que deben laborar, confinándolas a habitar en un pequeño espacio dentro de la
propiedad llamado “cuarto de servicio”. Estas habitaciones regularmente se ubican dentro de las áreas de mantenimiento de la propiedad, espacios alejados de la configuración familiar en la vivienda, precarizados dentro de la distribución jerárquica del diseño arquitectónico. Diseñados para no molestar a la vista, concebidos únicamente como una herramienta más dentro del mantenimiento del inmueble.
La configuración política de estos inmuebles, sus formas de habitar y sus dínamicas de explotación laboral. Demuestran que los procesos esclavistas derivados de la colinialidad solo han ido mutando a través del tiempo. Se les ha construido su propia “escalera de servicio” para cohabitar de manera segregada todos los espacios en los que sean necesarias.
Desde las habitaciones blancas se abren las cortinas y se contempla el inmenso lago de construcciones precarizadas para consumo propio. Autoconstrucciones pintadas con tonos brillantes para minimizar la percepción del desastre. Un paisaje absolutamente asimilado por quienes habitan esos espacios. Desde los cuartos de servicio, comúnmente arrinconados, con vistas hacia las áreas de trabajo, se acumulan las diferentes dinámicas de explotación laboral, segregación racial, y violencias sistemáticas que atraviesan estos colectivos de mujeres.
Esta publicación muestra un conjunto de propiedades que evidencian la estratificación racial del trabajo y la jerarquización del poder a través de la observación de la arquitectura y las políticas del habitar dentro de estos espacios domésticos.
quartos de serviço gerardo aznar
O funcionamento das megacidades se configura a partir de uma estratificação de poder, espaço e vida pública. Essa divisão articula um complexo maquinário de hierarquia racial, exploração do trabalho, delimitação territorial e distribuição desigual de recursos que configura toda a sua estrutura.
Dentro dessa configuração social, existem espaços de convergência que se acumulam e são atravessados por múltiplos tipos de violência derivados de seu funcionamento estrutural. Esses lugares, sistematicamente tornados invisíveis, constituem os territórios mais profundos da estratificação social do poder. Na perspectiva dessa configuração política racialmente hierárquica, há setores que vivem para servir e outros que vivem para ser servidos.
Poucos são os espaços em que convergem processos de segregação racial e exploração do trabalho tão complexos como nos espaços domésticos das elites econômicas que habitam os territórios das megacidades.
Nesse tipo de propriedades, o trabalho doméstico está inserido em uma dinâmica de estratificação destinado a um setor social específico, formado por mulheres pertencer a grupos sociais sistematicamente empobrecidos. Essas mulheres são comumente contratadas de forma irregular, para cobrir as necessidades do lar sob um regime de exploração do trabalho sistematicamente normalizado.
Freqüentemente, essas mulheres são obrigadas a morar dentro do propriedade em que devem trabalhar, confinando-as a morar em um pequeno espaço denominado
“quarto de serviço”. Estos quartos localizam-se dentro das áreas de manutenção da propriedade, espaços distantes da configuração familiar da casa, precária na distribuição hierárquica do projeto arquitetónico. Projetado para não incomodar a vista, concebido apenas como mais uma ferramenta na manutenção do propriedade.
A configuração política dessas propriedades, suas modos de vida e sua dinâmica de exploração laboral, mostram que a processos escravos derivado da colonialidade neste território só foi se modificando com o tempo. Eles foram caiados até se tornarem práticas normalizadas e socialmente assimiladas. Foi construída sua própria “escada de serviço” para que coexistam de forma segregada todos os espaços em que se façam necessárias.
Dos quartos brancos abrem-se as cortinas e contempla-se o imenso lago de construções precárias para consumo próprio. Autoconstruções pintadas em tons claros para minimizar a percepção de desastre. Uma paisagem absolutamente assimilada por quem habita esses espaços. Das quartos de serviço, comumente esquadrinhadas, com vista para as áreas de trabalho, acumulam-se as diferentes dinâmicas de exploração do trabalho, segregação racial e violência sistemática por que passam esses grupos de mulheres.
Esta publicação mostra um conjunto de propriedades que refletem a estratificação racial do trabalho e a hierarquia do poder através da observação da arquitetura e as políticas de convivência nestes espaços domésticos.


































