


Departamento De coração e vasos
Da uniDaDe local De saúDe De santa maria PublicaçãoPeriódica


Hipercolesterolemia familiar
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Departamento De coração e vasos
Da uniDaDe local De saúDe De santa maria PublicaçãoPeriódica
Hipercolesterolemia familiar
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Projeto FH-EARLY selecionado para financiamento de 7M€ pág. 10 inovação no departamento de coração e vasos da Ulssm
• Tromboendarterectomia pulmonar de última geração • Taquicardia ventricular por radioterapia estereotáxica
14-16
março 2013
julho 2017
maio 2024
promover a partilha de boas práticas entre todas as unidades do sns numa única publicação
08 – Fausto Pinto
Estamos a entrar em 2025 e aproxima-se a 15.ª edição do Congresso
Novas Fronteiras em Medicina Cardiovascular
10 – José Fernandes e Fernandes
Distinguido entre os 100 melhores cirurgiões vasculares do mundo
10 – Dedicado à hipercolesterolemia familiar Projeto FH-EARLY selecionado para financiamento de 7M€
12 – Tratar a hipertensão pulmonar ULSSM disponibiliza tromboendarterectomia de última geração
12 – Tratamento não invasivo de arritmias complexas
Santa Maria utiliza a ablação de taquicardia ventricular por radioterapia estereotáxica
13 – Cardiovolution 2024
Interno de Cardiologia da ULSSM premiado
14 – Unidade de Ecocardiografia da ULS de Santa Maria
Assente numa técnica moderna e transversal, funciona com triagem rigorosa e tem profundo impacto na atividade clínica hospitalar
26 – South Side of the Heart 2024
Assinalados os 30 anos da Cardiologia de Intervenção do Garcia de Orta
14-16 / 2025 Fev 14-16 / 2025 Fev
For professional use. See instructions for use for full prescribing information, including indications, contraindications, warnings, precautions, and adverse events.
Edwards Lifesciences devices placed on the European market meeting the essential requirements referred to in Article 3 of the Medical Device Directive 93/42/ECC bear the CE marking of conformity.
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Edwards, Edwards Lifesciences, the stylized E logo, INSPIRIS, INSPIRIS RESILIA and RESILIA are trademarks of Edwards Lifesciences Corporation or its affiliates. All other trademarks are property of their respective owners. © 2017 Edwards Lifesciences Corporation. All rights reserved. E6373/08-16/HVT Edwards Lifesciences • Route de l'Etraz 70, 1260 Nyon, Switzerland • edwards.com
dUrante o 79.º congresso Brasileiro de cardiologia
* Simplified implantation through reduced suture steps.
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a entrar em
aproxima-se
15.ª
FAuSto J. PInto
DIretor Do DePArtAMento De CorAção e VASoS DA uLSSM
PreSIDente Do CCuL. PASt-PreSIDent DA WHF e eSC
Bem-vindos a mais um número da revista Coração e Vasos, desta feita na transição de 2024 para 2025. Foi um ano de atividade muito intensa, com múltiplos eventos, em que vários membros do Departamento de Coração e Vasos estiveram envolvidos.
Realçamos o justo reconhecimento do Prof. Fernandes e Fernandes como um dos 100 melhores cirurgiões vasculares do Mundo, o que, naturalmente, nos enche de orgulho. De referir ainda o esforço que tem sido feito para implementar na nossa Unidade Local de Saúde o Centro de Tratamento de Tromboendarterectomia Pulmonar, integrado no Centro de Tratamento de Hipertensão Pulmonar.
Como vem sendo hábito, temos uma entrevista central, desta feita com uma protagonista de uma área crítica em qualquer unidade hospitalar, o Laboratório de Ecocardiografia. A Prof.ª Catarina Sousa, atual coordenadora do mesmo, revela vários aspetos relacionados com o funcionamento do Laboratório. Para além disso, dá-se voz a outros profissionais envolvidos no trabalho desta Unidade, incluindo não só médicos, mas também cardiopneumologistas, para além de elementos da enfermagem e dos serviços de apoio.
Destacamos ainda outros artigos, nomeadamente a propósito da realização do South Side of the Heart 2024, que assinalou 30 anos da Cardiologia de Intervenção no Hospital Garcia de Orta, em que publicamos uma curta entrevista com a Dr.ª Cristina Martins, coordenadora adjunta da Intervenção Coronária na Unidade de Cardiologia de Intervenção daquela unidade hospitalar.
Iniciamos, entretanto, o ano de 2025 e chamo, desde já, a atenção para mais um grande evento organizado pelo nosso Departamento, o Congresso Novas Fronteiras em Medicina Cardiovascular, desta feita a 15.ª edição, a decorrer entre 14 e 16 de Fevereiro. Iremos refletir sobre o que foi feito nestes últimos 15 anos nas diversas áreas do Departamento e, ao mesmo tempo, olhar para o futuro. Esperamos ter uma forte participação, como tem sido habitual.
No XV Congresso Novas Fronteiras, iremos refletir sobre o que foi feito nestes últimos 15 anos nas diversas áreas
do Departamento e, ao mesmo tempo, olhar para o futuro.
Espero que desfrutem de mais esta edição da nossa Coração e Vasos, fazendo, desde já, Votos de um Excelente 2025, com muitas conquistas e com mais e melhor Saúde Cardiovascular!
Bom trabalho e até breve!!
14-16 / 2025 Fev
Presidente de Honra / Honorary President
António Nunes Diogo
Presidente / President Fausto J. Pinto
Directores / Directors
Ângelo Nobre, Luis Mendes Pedro
Comissão Científica / Scientific Committee
Ana Abreu, Ana G. Almeida, Ana Margarida Pinto, Augusto Ministro, Catarina Sousa, Daniel Caldeira, Dulce Brito, Fernando Ribeiro, Francisca Patuleia Figueiras, Gustavo Silva, Hélder Pereira, Hugo Corte-Real, Inês Cabrita, Isabel Rocha, João de Sousa, Luis Parente Martins, Luís do Rosário, Manuela Fiúza, Maria Rita Pinto, Mónica Mendes Pedro, Nuno Cortez Dias, Nuno Lousada, Pedro Cardoso, Roberto Palma dos Reis, Ricardo Arruda Pereira, Sara Correia, Sérgio Baptista, Susana Constantino, Tiago Velho
Secretariado / Secretarial Support
GetDone, Luisa Buscardini, Carla Rodrigues, Fátima Casaca, Andreia Rãa
Oprofessor catedrático jubilado da FMUL José Fernandes e Fernandes, que foi diretor do Serviço de Cirurgia Vascular e primeiro diretor do Departamento de Coração e Vasos do então CH Lisboa Norte, foi homenageado com a inscrição do seu nome no prestigiado livro Legends, Leaders, Pioneers - Cirurgiões que construíram a Cirurgia Vascular Publicado nos EUA pela Society for Vascular Surgery (SVS), destaca 100 cirurgiões de todo o mundo que tiveram um impacto significativo no desenvolvimento da Cirurgia Vascular, tornando-a uma especialidade de referência na Medicina, pela sua contribuição essencial na evolução das técnicas e diagnósticos.
José Fernandes e Fernandes é lembrado não apenas pelo seu papel enquanto diretor da
FMUL, entre 2005 e 2015, mas também pelos seus 40 anos de dedicação à CV. A sua carreira foi marcada por inovações pioneiras, tanto em Por-
tugal como noutros países, que constituem um legado profundo no ensino e na prática médica. O livro, que levou 10 anos a ser concluído, inclui ainda entrevistas gravadas em vídeo que preservam o testemunho e a experiência destes cirurgiões para as gerações futuras. A sua apresentação ocorreu durante o encontro anual da Society for Vascular Surgery.
Comentando o reconhecimento de que foi alvo, José Fernandes e Fernandes considerou ter sido “uma agradável e inesperada surpresa neste outono da vida», recordando que a recolha do seu depoimento para o livro foi realizada aquando da sua eleição como honorary member da SVS, em 2014. Na ocasião, destacou o seu apreço pela obra do Prof. Cid dos Santos e pela Escola que este criou.
dedicado à Hipercolesterolemia familiar, é liderado pela aidfm, soB coordenação de faUsto pinto
Oprojeto FH-EARLY, dedicado ao desenvolvimento de novas estratégias para o diagnóstico precoce, estratificação de risco e cogestão da hipercolesterolemia familiar (HF) foi selecionado para receber um financiamento de cerca de 7 milhões de euros.
Este projeto é liderado pela Associação para a Investigação e Desenvolvimento da Faculdade de Medicina de Lisboa (AIDFM), sob a coordenação de Fausto Pinto, presidente do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL).
Financiado pelo programa Horizonte Europa, no âmbito da ação “Research and Innovation Actions (HORIZON-RIA)” e do tópico “Comparative effectiveness research for healthcare interventions in areas of high public health needTackling diseases and reducing disease burden” (HORIZON-HLTH-2024-DISEASE-03-08-twostage)”, envolve um consórcio de 15 instituições
de renome internacional. Terá uma duração de 48 meses, com início em janeiro de 2025.
A hipercolesterolemia familiar, distúrbio metabólico hereditário que afeta 2,5 milhões de europeus, é uma das principais causas de doenças cardiovasculares prematuras, aumentando consideravelmente o risco de eventos cardíacos. Embora existam tratamentos eficazes para reduzir esse risco, a identificação precoce dos pacientes ainda é um grande desafio, já que apenas 50% dos casos são confirmados por meio de testes genéticos. Nos outros 50%, a causa da hipercolesterolemia grave permanece desconhecida, o que dificulta um tratamento adequado.
O objetivo do projeto FH-EARLY é transformar essa realidade, por meio de uma abordagem inovadora, que permitirá a deteção mais precoce da HF, com base em fluxos de dados bem definidos, abordagem multiómica, inteligência artificial e a colaboração com famílias e cuidadores. Visa
não apenas melhorar o diagnóstico, mas também criar estratégias de tratamento que possam ser implementadas desde os primeiros anos de vida.
Com potencial para reduzir a incidência de doenças coronárias precoces, o projeto FH EARLY procura também gerar benefícios económicos e sociais significativos, tanto para os pacientes com HF quanto para a população em geral. Para além disso, busca abrir novos caminhos para a identificação de mecanismos e meios envolvidos na hipercolesterolemia grave, ampliando o conhecimento científico e melhorando a qualidade de vida de quem vive com a doença.
Ao focar-se em soluções interligadas para diagnóstico precoce, estratificação de risco e estratégias de cogestão, este projeto proporcionará diagnósticos mais rápidos, acessíveis e eficazes, para um tratamento mais adequado, garantindo melhores resultados a longo prazo para os doentes e suas famílias.
ATTR-CM: UMA CAUSA SUBDIAGNOSTICADA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 1,2
O primeiro e único tratamento que pode oferecer mais tempo de vida aos doentes com ATTR-CM
hereditária ou wild type 3,4
Reduz significativamente a mortalidade por todas as causas e a hospitalização por causas CVs3
Eficácia comprovada com 5 anos de dados clínicos3,5
Perfil de segurança e tolerabilidade semelhante a placebo3
Toma única diária por via oral4
Para saber mais sobre VYNDAQEL®
Este medicamento está sujeito a monitorização adicional. Isto irá permitir a rápida identificação de nova informação de segurança. NOME Vyndaqel 61 mg cápsulas moles COMPOSIÇÃO Cada cápsula mole contém 61 mg de tafamidis micronizado. Excipiente com efeito conhecido Cada cápsula mole contém não mais que 44 mg de sorbitol (E 420). INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Tratamento da amiloidose associada à transtirretina de tipo selvagem ou hereditária em doentes adultos com miocardiopatia (ATTR-CM). POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO O tratamento deve ser iniciado sob a supervisão de um médico familiarizado com o tratamento de doentes com amiloidose ou miocardiopatia. Quando existir uma suspeita em doentes que apresentam uma história clínica específica ou sinais de insuficiência cardíaca ou de miocardiopatia, o diagnóstico diferencial tem de ser realizado por um médico familiarizado com o tratamento da amiloidose ou miocardiopatia para confirmar a ATTR‑CM e excluir a amiloidose de cadeias leves antes de iniciar o tafamidis, utilizando ferramentas de avaliação adequadas, tais como: cintigrafia óssea e análises ao sangue/urina, e/ou avaliação histológica por biopsia e genotipagem de transtirretina (TTR) para caracterização como selvagem ou hereditária. A dose recomendada é uma cápsula de Vyndaqel 61 mg (tafamidis) administrada por via oral, uma vez ao dia. Vyndaqel 61 mg (tafamidis) corresponde a 80 mg de meglumina de tafamidis. Tafamidis e meglumina de tafamidis não são intercambiáveis em equivalência por mg. Vyndaqel deve ser iniciado o mais cedo possível no curso da doença, quando o benefício clínico na progressão da doença pode ser mais evidente. Por outro lado, quando as lesões cardíacas relacionadas com a amiloide são mais avançadas, como na Classe III da NYHA, a decisão de iniciar ou manter o tratamento deve ser tomada com base no critério de um médico familiarizado com o tratamento de doentes com amiloidose ou miocardiopatia. Os dados clínicos em doentes com Classe IV da NYHA são limitados. Se ocorrerem vómitos após a administração, e for identificada a cápsula intacta de Vyndaqel, deve ser tomada uma dose adicional de Vyndaqel, se possível. Se não for identificada nenhuma cápsula, não é necessária uma dose adicional e deve ser administrada a dose habitual de Vyndaqel no dia seguinte. Idosos: Não é necessário ajuste posológico em doentes idosos (≥ 65 anos). Compromisso renal e hepático: Não é necessário ajuste posológico em doentes com compromisso renal ou compromisso hepático ligeiro a moderado. Os dados disponíveis em doentes com compromisso renal grave (depuração da creatinina igual ou inferior a 30 ml/min) são limitados. Tafamidis não foi estudado em doentes com compromisso hepático grave e recomenda se precaução. População pediátrica: Não existe utilização relevante. Modo de administração: Via oral. As cápsulas moles devem ser engolidas inteiras e sem serem esmagadas ou cortadas. Vyndaqel pode ser ingerido com ou sem alimentos. CONTRAINDICAÇÕES Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO Mulheres com potencial para engravidar devem utilizar um método contracetivo apropriado durante o tratamento com tafamidis e continuar a utilizar um método contracetivo apropriado durante um mês após parar o tratamento com tafamidis. Tafamidis deve ser adicionado ao tratamento padrão de doentes com amiloidose associada à transtirretina. Os médicos devem monitorizar os doentes e continuar a avaliar a necessidade de outras terapêuticas, incluindo a necessidade de transplante de órgãos, como parte deste tratamento padrão. Como não estão disponíveis dados relativos à utilização de tafamidis no âmbito de transplante de órgãos, tafamidis deve ser descontinuado em doentes submetidos a transplante de órgãos. Pode ocorrer aumento nas análises da função hepática e diminuição da tiroxina. Este medicamento contém não mais que 44 mg de sorbitol em cada cápsula. O sorbitol é uma fonte de frutose. Deve se ter em consideração o efeito aditivo da administração concomitante de produtos contendo sorbitol (ou frutose) e a ingestão de sorbitol (ou frutose) na dieta. O conteúdo em sorbitol nos medicamentos administrados por via oral pode afetar a biodisponibilidade de outros medicamentos administrados concomitantemente por via oral. EFEITOS INDESEJÁVEIS Os dados de segurança refletem a exposição de 176 doentes com ATTR CM a 80 mg (administrados como 4 x 20 mg) de meglumina de tafamidis administrados diariamente num ensaio clínico controlado por placebo com a duração de 30 meses em doentes diagnosticados com ATTR CM. A frequência dos acontecimentos adversos nos doentes tratados com 80 mg de meglumina de tafamidis foi, no geral, semelhante e comparável a placebo. Os seguintes acontecimentos adversos foram notificados mais frequentemente em doentes tratados com meglumina de tafamidis 80 mg quando comparados com o placebo: flatulência [8 doentes (4,5%) versus 3 doentes (1,7%)] e valores aumentados nas análises à função hepática [6 doentes (3,4%) versus 2 doentes (1,1%)]. Não foi estabelecida uma relação causal. Os dados de segurança para tafamidis 61 mg estão disponíveis do seu estudo aberto de extensão de longa duração. Lista de reações adversas As reações adversas são indicadas abaixo por Classe de Sistema de Órgãos MedDRA e categorias de frequência através da convenção padrão: Muito frequentes (≥ 1/10), Frequentes (≥ 1/100, < 1/10) e Pouco frequentes (≥ 1/1000, < 1/100). No grupo de frequência, as reações adversas são apresentadas por ordem de gravidade decrescente. As reações adversas listadas na tabela a seguir provêm de dados clínicos cumulativos em participantes com ATTR CM. Doenças gastrointestinais: Diarreia. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: Erupção cutânea, prurido. A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício risco do medicamento. Pede se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 02/2023. Medicamento sujeito a receita médica restrita de utilização reservada a certos meios especializados. Para mais informações deverá contactar o Representante Local do Titular da AIM.
ATTR-CM, miocardiopatia amiloide por transtirretina; CV, cardiovascular. Referências: 1. Witteles RM, et al. JACC Heart Fail. 2019;7(8):709-716. 2. Maurer MS, et al. THAOS Investigators. J Am Coll Cardiol. 2016;68(2):161-172. 3. Maurer MS, et al. N Engl J Med. 2018;379(11):10071016. 4. RCM VYNDAQEL® 61mg https://labeling.pfizer.com/ShowLabeling.aspx?id=13045. Acedido a 24/02/2023. 5. Elliot P, et al. Circ Heart Fail. 2022;15e008193.
| Data de preparação: 03/2023
departamento de coração e vasos inicioU em maio procedimento único em port para tratar Hipertensão pUlmonar
ODepartamento de Coração e Vasos da ULS de Santa Maria, dirigido por Fausto Pinto, iniciou em maio um programa de tromboendarterectomia pulmonar, procedimento para tratamento da hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (HPTEC), com operações bem-sucedidas em três doentes. A ULSSM passa, assim, a ser a única unidade portuguesa a oferecer a última geração desta técnica, evitando deslocações dos doentes ao estrangeiro.
Este programa, liderado pelo cirurgião David Jenkins, do Royal Papworth Hospital (Reino Unido), e coordenado por Ricardo Ferreira, do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica da ULSSM (diretor: Ângelo Nobre), e Rui Plácido, do Serviço de Cardiologia da ULSSM, permitirá aumentar a qualidade de vida e oferecer uma técnica de acordo com os padrões mais elevados de excelência médica aos doentes seguidos pelo Departamento de Coração e Vasos.
A cirurgia de tromboendarterectomia pulmonar é um procedimento altamente diferenciado, que implica uma hipotermia profunda (20º C) e paragem circulatória completa, seguida de
uma desobstrução vascular mecânica. Devido à sua complexidade, exige o envolvimento de uma equipa multidisciplinar altamente treinada e integrada num centro de referência de hipertensão
pulmonar e de assistência ventricular mecânica/ circulatória extracorporal.
Muito embora historicamente estivesse associada a altas taxas de complicações, a tromboen-
AULS de Santa Maria é o primeiro hospital do SNS a utilizar uma técnica inovadora para tratamento não invasivo de arritmias complexas – a ablação de taquicardia ventricular por radioterapia estereotáxica. Este procedimento, só muito recentemente introduzido a nível mundial, foi realizado no final de maio no Hospital de Santa Maria por uma equipa multidisciplinar que envolveu os serviços de Cardiologia, Radioterapia e Imagiologia. Tem como grande vantagem a rapidez da intervenção, que é não invasiva e feita em ambulatório, com alta do doente no próprio dia.
“Este tratamento consiste na utilização localizada de um feixe com alta dose de radiação e
demora cerca de 10 minutos, sem complicações imediatas, saindo o doente do hospital pelo seu pé algumas horas depois. Note-se que a ablação de taquicardia ventricular tradicional demora entre 4 a 6 horas, implica anestesia geral, múltiplos acessos vasculares e permanência em cuidados intensivos no pós-operatório, durante dois a três dias, além de se associar a uma taxa de complicações agudas graves de 3-10%”, explica Nuno Cortez-Dias, subcoordenador de Eletrofisiologia da Unidade de Arritmologia da ULS de Santa Maria.
Os especialistas destacam a segurança e o baixo nível de toxicidade desta técnica experimental, intervenção de recurso para doentes que já
esgotaram outras opções terapêuticas. O procedimento em causa foi preparado, desde o final de 2023, em articulação com a equipa do cardiologista e eletrofisiologista Raphael Martins, do Hospital Universitário de Rennes, em França, e resulta de um trabalho multidisciplinar que envolveu cardiologistas, radio-oncologistas, físicos médicos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, enfermeiros, sem esquecer o importante papel da Imagiologia.
“O Serviço de Radioterapia da ULS de Santa Maria tem diferenciação técnica e de equipamentos e conta com uma vasta experiência na utilização da radioterapia estereotáxica noutros órgãos, nomeadamente no pulmão. Passamos assim a
darterectomia pulmonar, quando realizada no contexto adequado, oferece riscos semelhantes a outros procedimentos cardíacos e, aliada a terapêutica farmacológica específica, possibilita um aumento significativo da sobrevivência e da qualidade de vida destes doentes.
A HPTEC pode afetar mais de um terço dos doentes referenciados a centros de tratamento de hipertensão pulmonar. É uma doença complexa, que resulta na obstrução por material fibro-trombótico persistente das artérias pulmonares proximais (lobares e segmentares) e distais (subsegmentares) e com potencial de cura se abordada atempadamente.
A realização de tromboendarterectomias pulmonares na ULSSM representa um marco importante para o Centro de Tratamento de Hipertensão Pulmonar do Departamento de Coração e Vasos, coordenado por Nuno Lousada, consolidando o seu posicionamento como referência nacional e internacional na área. Pretende-se proporcionar aos doentes com HPTEC o melhor tratamento possível, de acordo com os padrões mais elevados de excelência médica em território nacional.
Daniel Cazeiro, médico interno de Cardiologia na ULS de Santa Maria, foi o vencedor do prémio atribuído ao melhor caso clínico apresentado na edição de 2024 do Cardiovolution.
Em declarações à Just News, explica que apresentou na reunião “um caso de hipertensão pulmonar desafiante, porque teve uma causa rara, que foi o desenvolvimento de uma fístula arteriovenosa entre a artéria ilíaca direita e a confluência de duas veias ilíacas”. Uma situação que contribuiu para “o desenvolvimento de hipertensão pulmonar com sintomas de insuficiência cardíaca”.
Na sua opinião, o caso tem “um percurso interessante porque a doente é-nos referenciada, ao Centro de Tratamento de Hipertensão Pulmonar, e reflete o papel importante de estabelecer o diagnóstico etiológico nessa entidade variada que é a hipertensão pulmonar”.
E acrescenta: “Fizemos uma série de exames, que culminaram na realização de um cateterismo direito, revelando que a doente teria um estado de alto débito, e foi essa situação que nos permitiu depois desconfiar de uma fístula. A TAC e a ressonância realizada posteriormente confirmaram-nos o diagnóstico. O procedimento foi resolvido por via percutânea e a doente ficou rapidamente melhor em termos sintomáticos.”
Não tendo sido a primeira vez que participou no Cardiovolution, Daniel Cazeiro explica que este ano decidiu “aceitar o desafio e submeter este caso clínico, porque era interessante, tem uma causa rara e evidencia aquilo que são os desafios do diagnóstico da hipertensão pulmonar”.
oferecer mais uma arma terapêutica aos doentes, que resulta da comunicação entre serviços da nossa Unidade, com muito conhecimento acumulado nas suas áreas”, salienta Filomena Pina, diretora do Serviço.
De recordar que a taquicardia ventricular produz uma frequência cardíaca superior a 100 batimentos, por vezes, acima mesmo de 200, com origem em curto-circuitos nas paredes ventriculares. É uma causa importante de paragem cardíaca e associa-se a elevadas taxas de mortalidade. Só em 2023, a Unidade de Arritmologia da ULSSM, uma das maiores do País, tratou mais de meia centena (55) de novos doentes referenciados de norte a sul de Portugal.
Quanto aos profissionais que estiveram envolvidos neste caso clínico, afirma que “ainda foram alguns”, sublinhando que “quem avaliou a doente em consulta foi o Dr. Rui Plácido, que é um dos médicos que faz parte do Centro de Hipertensão Pulmonar e que tem muita experiência nesta área, fazendo diariamente muito pelos seus doentes”.
Lembrando igualmente o contributo do Departamento de Imagiologia, “quer na parte de diagnóstico, quer do tratamento”, Daniel Cazeiro não esconde a satisfação por “termos conseguido identificar esta causa atempadamente, antes que se repercutisse, de forma irreversível, no coração e nas cavidades direitas”. E concluiu: “Estamos confiantes que a doente daqui para a frente tenha um prognóstico bastante favorável, porque está tratada.”
Relativamente ao evento, organizado pelo Serviço de Cardiologia do Hospital da Luz Setúbal, em parceria com o Hospital da Luz Learning Health, considera que “está em crescimento e é muito útil do ponto de vista de atualização dos assuntos mais prementes da Medicina Cardiovascular e, principalmente, no que diz respeito à ligação com os cuidados de saúde primários”.
Reforça, aliás, essa mesma ideia, destacando a importância de estar aberto à Medicina Geral e Familiar, “que é a nossa primeira linha de ataque, sendo um Congresso muito bem concebido nesse sentido, porque consegue fazer bem a ligação entre os CSP e os cuidados secundários e terciários”.
Por outro lado, destaca o facto de “conseguir um bom equilíbrio entre a formalidade e a informalidade”, dando o exemplo do Quiz, “uma forma engraçada e mais descontraída de podermos aplicar e testar alguns dos nossos conhecimentos”.
pela capacidade de “tocar” toda a estrutura clínica hospitalar, é de extrema importância que a Unidade de ecocardiografia desta que é uma das maiores Uls do país esteja bem organizada e dotada de adequados recursos físicos e humanos. estas são algumas das convições de catarina sousa, que assim que assumiu a sua coordenação, no final de 2023, decidiu instituir uma triagem muito rigorosa dos exames que são pedidos.
“Aecocardiografia é, neste momento, uma técnica fundamental em qualquer hospital porque, ao possibilitar uma avaliação morfológica e funcional da função cardíaca, é capaz de auxiliar no rastreio de doenças, na estratificação de risco, ou no estabelecimento de diagnósticos, estadiamentos e tratamentos”, começa por referir Catarina Sousa, que coordena a Unidade de Ecocardiografia da ULS de Santa Maria desde outubro de 2023.
Abrangendo a ecocardiografia transtorácica, transesofágica, de sobrecarga – farmacológica ou por exercício −, de contraste e de intervenção, é realizada tanto em contexto de internamento como de ambulatório, nos hospitais de Santa Maria e de Pulido Valente, o que representa um grande volume de exames efetuados”.
Numa instituição hospitalar que recebe “doentes de diferentes complexidades”, a cardiologista aponta que “a ecocardiografia é claramente uma das técnicas com maior impacto na atividade clínica hospitalar”. E desenvolve:
“Sem uma avaliação ecocardiográfica, muitas vezes, os doentes não iniciam uma terapêutica, não são submetidos a intervenções cirúrgicas, nem podem ver a sua medicação ajustada ou o seu diagnóstico estabelecido. Podemos estar a falar de uma terapêutica oncológica, como
“A ecocardiografia é, claramente, uma das técnicas com maior impacto na atividade clínica hospitalar.”
a quimioterapia, de uma intervenção a um tumor de pulmão ou de um transplante renal… É impressionante como nós tocamos vários níveis de intervenção no meio hospitalar!”
Por esse motivo, a sua abrangência é grande: “A versatilidade da ecocardiografia permite-nos dar apoio desde ao doente crítico que está em peri-paragem na Urgência, conseguindo num tempo rápido estabelecer diagnósticos que permitem avançar logo para o tratamento, até àquele que requer uma avaliação muito fina da função valvular.”
Nesta base, “pelo lugar tão especial e importante que ocupa a nível hospitalar”, considera que “qualquer estrutura hospitalar deve prioritizar esta valência, que tanto interfere na história de vida dos doentes”.
“A versatilidade da ecocardiografia permite-nos dar apoio desde ao doente crítico que está em peri-paragem na Urgência até àquele que requer uma avaliação muito fina da função valvular”, salienta a coordenadora.
gia e Reumatologia, tanto em contexto de internamento como de ambulatório.
Claro que, neste leque de pedidos, a equipa tem de responder também aos doentes altamente complexos da Cardiologia, seja da Unidade de Tratamento Intensivo Coronário – Arsénio Cordeiro (UTIC) ou da Intervenção, dando “apoio com a imagem in loco durante procedimentos como implante de válvulas aórticas percutâneas, intervenção estrutural mitral e tricúspide, e encerramento de apêndice ou de comunicações interauriculares”. Sendo a ULS de Santa Maria uma instituição terciária e Centro de Referência Nacional em 17 áreas, “que tem especialidades e valências que não existem em todas as instituições, como a Pneumologia Oncológica, a Hipertensão Pulmonar e a Cirurgia Torácica, bastantes grupos específicos de doentes acabam por ser referenciados
A médica adianta que, além do Departamento de Coração e Vasos, que integra os serviços de Cardiologia, de Cirurgia Vascular e de Cirurgia Cardiotorácica, muitos dos pedidos partem dos serviços de Medicina Interna, Nefrologia, Hematologia, Oncologia, Gastrenterologia, Pneumolo- (Continuanapág.16)
(Continuaçãodapág.15)
para aqui, e a ecocardiografia surge, muitas vezes, como um exame básico para a avaliação desses casos”.
Esta abrangência leva a que a equipa receba cerca de 70 pedidos de ecocardiogramas por dia, volume que exigiu da parte da equipa médica “uma triagem muito rigorosa”. Sabendo-se que “os recursos são limitados, é preciso identificar, entre o leque de doentes, os que são potencialmente graves e aqueles cujo exame vai ditar o início, a continuidade ou a alteração de um tratamento”.
Sublinhando a necessidade de haver “uma clara prioridade clínica”, Catarina Sousa alerta para o facto de “nem todos os doentes precisarem de fazer este exame em ambiente hospitalar”. É esta análise que a leva a passar uma parte importante dos seus dias ao telefone com os colegas. “Porque
precisas deste exame? O resultado vai alterar em alguma coisa a tua estratégia? Porquê?” são algumas das questões que coloca para, juntos, perceberem se a sua realização faz mesmo sentido.
“Até pode fazer sentido, mas, por vezes, não neste setting. Pode ser preferível fazer em ambulatório e não em internamento, ou até pedir a colaboração do médico de família, quando o exame não é fulcral para a evolução da situação clínica
do doente. Pensando numa situação de internamento por pneumonia, por exemplo, é preciso distinguir entre o doente que evoluiu bem e dará continuidade ao seu seguimento nos CSP daquele que desenvolveu um choque séptico e uma insuficiência cardíaca, alternado o rumo da hospitalização e exigindo um estudo adicional”, esclarece.
Esta forma de atuação obriga, assim, a um “grande diálogo e colaboração diários com os ser-
“Os recursos são limitados, por isso, é preciso identificar os doentes que são potencialmente graves e aqueles cujo exame vai ditar o arranque, a continuidade ou a alteração de um tratamento”, distingue a cardiologista.
viços e até a alguma formação, quando a indicação é menos adequada ou quando o exame não vai beneficiar o doente, sendo até mais importante para outro doente do mesmo Serviço, por exemplo”. Para poder fazer essa triagem, muitas vezes, Catarina Sousa avalia pormenorizadamente o processo, nomeadamente no que se refere à admissão na Urgência, ao resultado das análises e à evolução do caso. “Entre os 20 a 30 pedidos de exames
“Se pudesse, estaria sempre a estudar”
Natural de Alcochete, Catarina Sousa, de 46 anos, nunca equacionou, durante a sua juventude, ser médica. “Gostava de física, de matemática, de química…”, refere, o que a levou a ingressar no curso de Engenharia do Instituto Superior Técnico. No final do primeiro ano, decidiu que queria alterar o seu rumo, para o campo da Biologia, e ainda equacionou seguir Veterinária ou Bioquímica, até ter-se consciencializado de que “Medicina permitiria trabalhar em diferentes segmentos, como a clínica ou a investigação”.
Completou o curso na FMUL há duas décadas e foi ao entrar nos anos clínicos que percebeu que “gostava de ver doentes e que, se calhar, até ia enveredar pela carreira clínica”.
Ao ter realizado um estágio clínico de Cardiologia com Daniel Ferreira, no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, logo no 3.º ano, e ao ter trabalhado de perto com Fausto Pinto nas áreas da ecocardiografia e da investigação em Cardiologia durante os anos seguintes, achou que a especialidade “era apaixonante”, o que ajudou a definir a sua escolha, de forma natural. “A Cardiologia permite-nos fazer clínica, técnicas invasivas e não invasivas, e intervenção dentro desta grande área médica”, observa.
Realizou o internato de Cardiologia no Hospital de Pulido Valente, numa altura em que a instituição ainda não estava agregada ao Hospital de Santa Maria. Durante esse período, teve muita prática em ecocardiografia, tendo chegado a fazer um fellowship em ecocardiografia no Hospital Royal Brompton, em Londres. Enquanto especialista, passou pelo Hospital Beatriz Ângelo e pelo Centro Hospitalar Barreiro Montijo, até regressar, em 2022, ao ponto de partida – o então designado CHU Lisboa Norte. Durante todo esse período, manteve a ligação à
diários do Internamento, parte deles são indubitáveis e, consoante a prioridade, o doente pode ser chamado no próprio dia ou até 48 horas. Há certos casos que eu recuso de imediato por entender que o exame não vai interferir em nada na evolução do doente, e outros ainda que são dúbios, investindo algumas horas a rever esses processos e a falar com os colegas”.
“Nós atuamos como um ponto de charneira de tudo o que funciona na ULS, por isso, é muito
FMUL, enquanto docente, sendo que, atualmente, além de dar aulas de Cardiologia aos alunos do 4.º ano de Medicina, também participa em formações pós-graduadas, em vários contextos, como mestrados e cursos de ecocardiografia ou de suporte avançado de vida em insuficiência cardíaca.
A sua tese de doutoramento versou sobre a incidência, fatores de risco e prognóstico de doentes internados em Portugal com endocardite infeciosa e, “apesar do trabalho que implicou, na altura, com uma recém-nascida e duas crianças de três e cinco anos, foi muito interessante”.
Em 2018, quando ainda estava a trabalhar no Barreiro, iniciou o seu doutoramento, que viria a terminar em 2022, pouco tempo depois do nascimento do terceiro filho. “Se pudesse, estaria sempre a estudar! Achei que fazia sentido continuar a investir na minha formação e mantive sempre a perspetiva de vir a entrar num programa de doutoramento, sabendo que é uma tarefa muito pesada para quem trabalha em Medicina, sem tempo protegido para a executar”, refere.
importante o espírito de equipa, a interajuda e a colaboração com outras unidades e especialidades”, comenta.
“A ECOCARDIOGRAFIA MUDOU O PARADIGMA DA OBSERVAÇÃO DO DOENTE”
Caracterizando a ecocardiografia como “uma técnica transversal e moderna”, salienta como
Em outubro de 2023, assumiu a coordenação da Unidade de Ecocardiografia do ainda então CHULN. Fora do ambiente hospitalar, procura fazer exercício físico pelo menos três vezes por semana, “por uma questão de sanidade física e mental”, e esforça-se por ler, por ser algo de que gosta muito de fazer, de tal forma que tem sempre livros novos na mala. Faz com alguma frequência viagens em família, dentro e fora de Portugal.
esta “tem vindo a evoluir muito, a ponto de ter mudado bastante o paradigma da observação do doente”. De facto, “os mais novos confiam cada vez mais na ecocardiografia para complementar a observação clínica do doente, porque mesmo a mais básica pode ajudar a integrar aspetos clínicos importantes”.
Desta forma, “confere uma maior segurança e
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permite até uma monitorização e uma ajuda na estratégia terapêutica do doente crítico, por poder ser feita à cabeceira do doente e não implicar radiação”. Contudo, é uma técnica “muito ope-
Em agosto de 2024, o Laboratório de Ecocardiografia foi, mais uma vez, reacreditado pela Associação Europeia de Imagiologia Cardiovascular, um organismo da Sociedade Europeia de Cardiologia, nas modalidades de ecocardiografia transtorácica, transesofágica e de sobrecarga.
A primeira acreditação aconteceu em 2013, tendo sido repetida em 2018 e novamente em 2024. Desta vez, as duas primeiras modalidades obtiveram a reacreditação para o nível avançado.
Para Catarina Sousa, este é “o resultado das políticas de qualidade implementadas na Unidade de Ecocardiografia”. E desenvolve: “Embora tenhamos obviamente volume, todos os processos de realização, validação e digitalização dos exames são transparentes e estão de acordo com as regras de boas práticas clínicas.”
Por isso, encara esta reacreditação como “um selo de qualidade que está a ser atribuído ao Laboratório”.
rador-dependente, na medida em que só alguém com muita formação, treino e experiência consegue identificar aspetos muito ‘finos’”.
Catarina Sousa esclarece existirem vários graus de diferenciação associados a esta técnica, desde o 1, que corresponde ao nível básico, em que “duas ou três respostas permitem gerir o doente numa fase crítica”, até ao 3, que já é a ecocardiografia avançada. Ao longo do ano, são vários os internos que vão passando por esta Unidade de Ecocardiografia, e “o grau de diferenciação varia consoante o seu propósito”.
No fundo, “tenho de perceber o que têm de levar daqui, por isso, já definimos outras estratégias, como a rotação pelos vários settings da ecocardiografia, para verem outro tipo de doentes e fazerem outro género de avaliação, e a organização de cursos de formação pós-graduada”.
No início de 2024, já decorreu um curso de ETE para intensivistas, que se prevê que possa vir a ter uma cadência anual. A par, a coordenadora espera poder vir a realizar também cursos de ecocardiografia básica dirigidos a não ecocardiografistas e não cardiologistas, e de ecocardiografia destinados a cardiologistas.
“Diariamente, recebemos aqui um grande volume de doentes com complexidades muito variadas, inclusive com condições praticamente não descritas, pelo que temos o dever de as partilhar com aqueles que estão menos expostos a essas realidades, para poderem também aprender connosco”, aponta.
A especialista comenta que esta é “uma área que carece de continual medical education, porque está em constante evolução. Enquanto há 10 anos não havia praticamente 3D disponível e existia pouca aplicabilidade prática da técnica
Quando, em 2022, Catarina Sousa regressou ao Serviço de Cardiologia do CHULN, foi alocada ao Hospital Pulido Valente, tendo ficado responsável pela respetiva Unidade de Técnicas Não Invasivas, que abrangia as áreas de ecocardiografia, provas de esforço, holter e MAPA.
No Hospital de Santa Maria, era Ana Almeida que tinha esse pelouro, até que, em outubro de 2023, numa “ótica de transversalidade”, Fausto Pinto, diretor do Serviço, decidiu autonomizar as áreas, transformando-as em unidades, e atribuir-lhes coordenadores, que ficariam responsáveis
pelos dois hospitais. Nesse âmbito, Catarina Sousa assumiu a coordenação da Ecocardiografia, Ana Abreu ficou responsável pelas Provas de Esforço e Arminda Veiga pela Arritmologia Não Invasiva.
“Deixei algumas atividades que tinha no Hospital Pulido Valente, concretamente o Internamento, o Hospital de Dia de Insuficiência Cardíaca e a Unidade Mais Sentido, que designa o Hospital de Dia de Cuidados Paliativos de Insuficiência Cardíaca Avançada, para embarcar nesta epopeia de estar em dois polos a trabalhar a área da ecocardiografia”, comenta.
de deformação miocárdica, hoje em dia é quase mandatório fazer esse tipo de análise nos doentes que estamos a avaliar na Unidade”.
“NINGUÉM É SUPERIOR A NINGUÉM, TODOS TÊM A SUA FUNÇÃO, E ESTE ESPÍRITO DE EQUIPA É MUITO IMPORTANTE!”
Espacialmente, no Hospital de Santa Maria, há quatro salas de ecocardiografia no Laboratório de Ecocardiografia (inserido na área das Técnicas Não Invasivas de Cardiologia), uma na zona da Consulta Externa, outra no Internamento e mais uma ainda na UTIC. Existem ainda aparelhos alocados à Unidade de Cuidados Intensivos da Cirurgia Cardíaca. No Hospital Pulido Valente, há uma sala no Internamento e outra na Consulta Externa.
Em Santa Maria, na primeira consulta, é geralmente feito um ecocardiograma. O mesmo já não acontece no HPV, onde “a dinâmica difere, pela necessidade de dar uma resposta célere a um conjunto de estruturas que só existem ali, concretamente o Hospital de Dia de Insuficiência Cardíaca, a Consulta de Hipertensão Pulmonar e a Unidade de Reabilitação Cardiovascular. Tenta-se, nessas valências, dar resposta no mesmo dia em que os doentes vão à consulta”.
Com sete cardiopneumologistas no HSM e dois no HPV, Catarina Sousa valoriza o seu papel enquanto “profissionais que desenvolvem uma
“Temos uma equipa de cardiopneumologistas mesmo muito diferenciada”, enaltece a nossa interlocutora.
atividade fundamental para se conseguir tão elevado nível de produção e qualidade e chegar a todos os doentes”. Muitos exames são realizados por estes técnicos ou por médicos internos, sendo posteriormente revistos pelo ecocardiografista sénior que estiver alocado nesse dia à Unidade. “Embora tenhamos uma equipa de cardiopneumologistas mesmo muito diferenciada, que melhora a eficiência e tem impacto direto na qualidade dos exames, fazemos questão de discutir e de validar os exames”, refere.
Aliás, “a troca de ideias é muito recorrente, e tem de ser assim, porque é um trabalho de equipa. Aqui, ninguém é superior a ninguém, todos têm a sua função, e este espírito de equipa é muito importante!”
Dada a maior disponibilidade de médicos e enfermeiros em Santa Maria, é aí que é realizado um maior volume de ecocardiografias avançadas. Ainda assim, excetuando o seu caso, todos os médicos desempenham outras atividades, o que os leva a dedicar apenas uma parte do horário em certos dias a esta área, fazendo com que, em cada dia, a equipa clínica seja diferente.
Assim, além de Catarina Sousa, o trabalho vai
“Faziam
falta
mais colegas,
mas também não conseguimos encontrar médicos diferenciados em ecocardiografia de repente… Isso é uma ilusão!”, afirma a médica.
sendo dividido por seis médicos na ecocardiografia avançada, no HSM, e por dois, no HPV. “Faziam falta mais colegas, mas também não conseguimos encontrar médicos diferenciados em ecocardiografia de repente… Isso é uma ilusão! São precisos muitos anos de formação”, refere. Apesar de estimular os internos de Cardiologia a trabalhar nesta área, reconhece que “nem todos estão vocacionados para a imagem, pois, desenvolvem naturalmente interesses diferentes durante o período formativo, como a hemodinâmica, a eletrofisiologia e o pacing”.
“A DIFERENCIAÇÃO FOI TANTA QUE, HOJE EM DIA, OS MÉDICOS ESTÃO PULVERIZADOS EM PEQUENAS SUBESPECIALIDADES”
A coordenadora da Unidade de Ecocardiografia adianta que, à semelhança do que se passa em todos os hospitais, “o que se pretende é absorver
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todos os internos que aí se formaram, porque são mesmo precisos”. A médica atribui a justificação dessa necessidade atual à diferenciação da Medicina, que se espelha na globalidade das especialidades:
“Se recuarmos 40 anos, poderíamos ter uma dezena de cardiologistas a fazer internamento, eletrocardiograma e ecocardiograma básico e a dar apoio à urgência. Com o passar do tempo, a diferenciação foi tanta que, hoje em dia, os médicos estão pulverizados em pequenas subespecialidades dentro da especialidade. No caso
Catarina Sousa reconhece que “esta setorização só traz ganhos em saúde, mas, a nível hospitalar, obriga a uma grande elasticidade e dispersão das equipas e a um enorme consumo de recursos”.
da Cardiologia desta ULS, temos a imagem, o internamento, os cuidados intensivos, a hemodinâmica, o pacing , a eletrofisiologia, a reabilitação, a insuficiência cardíaca e a hipertensão pulmonar. São, por isso, necessários muitos mais médicos para responder a todas essas valências.”
Na sua opinião, “esta setorização não é um problema, porque só traz ganhos para a saúde da população, mas, a nível hospitalar, obriga a uma grande elasticidade e dispersão das equipas e a um enorme consumo de recursos para assegurar resposta a todos os nichos das especialidades”.
Ainda assim, “é o rumo que faz sentido na Medicina, até porque queremos resultados fidedignos e, para isso, o profissional tem de ter um conhecimento profundo e experiência na área”.
Enquanto docente do ensino pré-graduado da FMUL, Catarina Sousa afirma que “os alu -
“Embora se integre no conceito da imagem, juntamente com a TAC, a RM e até a cintigrafia, a ecocardiografia pode perfeitamente ser uma área de diferenciação por si só”, aponta a especialista.
Susana
Gonçalves, cardiopneumologista
“A acreditação
Susana Gonçalves, de 48 anos, é um dos sete cardiopneumologistas alocados à Unidade de Ecocardiografia, cuja habilitação literária vai desde a licenciatura ao mestrado. A maior parte destes profissionais são acreditados pela Associação Europeia de Imagiologia Cardiovascular (European Association of Cardiovascular Imaging – EACVI) ou encontram-se em processo de acreditação. Aliás, esse é um dos requisitos a cumprir até um ano após estarem integrados na equipa. “Permite-nos partir de um determinado nível de qualidade e de eficiência, garantir que os procedimentos são feitos de forma standardizada e adequada, e diminuir a probabilidade de erro”, refere.
Neste âmbito, adianta que a própria (re) acreditação do Laboratório de Ecocardiografia pela EACVI nas três grandes valências de ecocardiografia transtorácica, transesofágica e de sobrecarga foi “uma etapa fundamental”.
“Permitiu o crescimento e desenvolvimento desta valência, promovendo a interação com outros centros europeus e possibilitando a implementação de protocolos, incluindo estudos multicêntricos e ensaios clínicos”, comenta.
Na realidade, “existe uma forte interdisciplinaridade entre os diversos grupos do próprio Departamento de Coração e Vasos, uma vez que
cardiopneumologista responsável: permite-nos partir
nos de Medicina vão construindo esta noção de diferenciação e, depois, os internos de Cardiologia, à medida que vão avançando, percebem que podem manter-se generalistas ou subespecializar-se em determinada área”. No caso da ecocardiografia, considera que “embora se integre no conceito da imagem, juntamente com a TAC, a RM e até a cintigrafia, pode perfeitamente ser uma área de diferenciação por si só”.
Sara Lopes: um exame inócuo, que dá muita informação sobre o coração
Sara Lopes e Bruno Bento são os dois cardiopneumologistas que trabalham na Unidade de Ecocardiografia no polo do HPV. Com um espaço inferior ao existente em Santa Maria,
de um determinado nível de qualidade e de eficiência”
integramos as várias equipas multidisciplinares em diversos ensaios clínicos e protocolos de investigação. Além disso, dedicamos uma parte significativa do nosso tempo à formação de diferentes profissionais, como cardiopneumologistas, internos de Cardiologia e de outras especialidades, cardiologistas provenientes de outros centros internacionais e até alunos de Engenharia Biomédica do Instituto Superior Técnico, de forma pontual”. A estas dimensões acresce a atividade assistencial, que diz ser “a mais importante”, relevando a “elevada produtividade da equipa no panorama nacional”. Procurando “prestar sempre a melhor qualidade possível”, adianta que, recentemente, tiveram de diminuir o tempo dos exames de 45 para 30 minutos, a fim de “dar uma maior resposta às necessidades clínicas”.
Nesse âmbito, entende que a triagem médica instituída pela coordenadora da Unidade foi “fundamental para, com os recursos humanos e físicos existentes, garantir uma assistência prioritária a quem realmente necessita, melhorando o serviço prestado”.
Susana Gonçalves adianta que, entre os sete cardiopneumologistas, um deles está fixo na Consulta Externa, sendo que os restantes seis trabalham numa lógica de rotatividade entre o Laboratório de Ecocardiografia – onde ficam alo-
cados cinco elementos –, enquanto um assegura a realização de ecocardiogramas na UTIC e no Internamento da Cardiologia.
Os cardiopneumologistas integram a equipa multidisciplinar na realização dos ecocardiogramas transesofágico e de sobrecarga, sendo “uma mais-valia na orientação e otimização da imagem”. No caso da ecocardiografia transtorácica, “fazemos o exame de A a Z”.
Enquanto cardiopneumologista responsável pela Ecocardiografia Cardíaca desde 2012 –nomeação feita pelo seu coordenador, Fernando Ribeiro, que acumula a direção dos TSDT da ULSSM –, Susana Gonçalves tem sob a sua orien-
tação não só os seis colegas cardiopneumologistas, como também os técnicos auxiliares de saúde da área de Técnicas Não Invasivas de Cardiologia. E enaltece como estes elementos “desempenham um papel crucial no aumento da eficiência da atividade assistencial desenvolvida pelos cardiopneumologistas”.
Formada em Cardiopneumologia pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa desde 1998, Susana Gonçalves começou por trabalhar cerca de três anos no Hospital Egas Moniz, até que foi desafiada por Fernando Ribeiro a abraçar o projeto da Cardiopneumologia, especificamente da Ecocardiografia Cardíaca do Hospital de Santa Maria.
Ao longo dos anos, foi investindo na sua formação contínua, tendo concluído a sua acreditação individual pela EACVI em 2009 – que, entretanto, já vai na sua 3.ª reacreditação – e realizado o mestrado em Tecnologia de Diagnóstico e Intervenção Cardiovascular, na área de Ultrassonografia Cardiovascular, em 2010. Já em 2024, concluiu com distinção a pós-graduação em Gestão na Saúde, da Nova School of Business and Economics. É ainda professora responsável das várias unidades curriculares de Ultrassonografia Cardíaca na licenciatura de Cardiopneumologia da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa desde 2020.
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dispõe de apenas duas salas e, embora a dinâmica de marcações em ambos os polos seja semelhante, a escala é menor, pois a equipa médica também é mais reduzida.
“Contamos com a Prof.ª Catarina Sousa, coordenadora da Unidade, e mais dois cardiologistas, o Dr. Pedro Morais e o Dr. Pedro Alves Silva”, refere. Esta equipa médica é então responsável pela validação diária dos exames realizados.
Assumindo a subcoordenação da Cardiopneumologia do HPV, Sara Lopes é também a cardiopneumologista responsável da Unidade de Ecocardiografia do mesmo polo e espera que, com a recente doação de um terceiro ecógrafo, possa ser integrado um terceiro elemento na equipa, para colmatar as necessidades.
Joana rigUeira, cardiologista:
“Temos uma lista de espera muito grande, porque tanto o número de médicos como de doentes está a crescer na instituição. A título de exemplo, atualmente, contamos com 12 médicos cardiologistas a fazer consulta aqui”, adianta.
Sara Lopes realça que o maior volume de pedidos parte não só da Consulta de Cardiologia mas também do Centro de Tratamento de Hipertensão Pulmonar e dos hospitais de dia de Insuficiência Cardíaca e de Pneumologia Oncológica, sendo que todas estas valências carecem de uma resposta rápida:
“No caso da Pneumologia Oncológica, temos de analisar se a terapêutica está ou não a afetar o coração, e na Insuficiência Cardíaca somos responsáveis por avaliar a fração de ejeção, que vai ditar a titulação de medicação, pelo que, em ambos os casos, trata-se de exa -
“a ecocardiografia interessou-me por permitir uma correlação clínica direta e preferencial”
Foi a meio do internato de Cardiologia que Joana Rigueira viu nascer o seu interesse pela Imagem Cardiovascular, “predominantemente pela ecocardiografia, por ser uma técnica de imagem com uma correlação clínica direta e preferencial”.
Por isso, além de trabalhar no Hospital de Dia de IC, fazer RM Cardíaca e Urgência, dedica dois dias semanais à Unidade de Ecocardiografia do HSM. Avaliando os últimos anos, considera que “esta é das áreas da Cardiologia que têm sofrido um maior avanço científico em tão curto espaço de tempo”.
Joana Rigueira confirma que “são poucos médicos para responder às necessidades, o que se traduz numa grande sobrecarga de trabalho, porque todos os exames passam pela equipa médica, pelo menos para validação”.
Normalmente contam com a presença de internos: “Acompanham-nos durante a realização e a validação dos exames. Assim, podem ouvir os nossos comentários relativamente às medições e aquisições, por exemplo, e ver as correções que fazemos. Numa fase inicial, também eles realizam exames, de forma supervisionada, sendo que, à medida que vão progredindo no estágio, vão-se tornando mais autónomos.”
Estando maioritariamente presente no La -
boratório de Ecocardiografia, salienta que, por vezes, se dirige a unidades de Cuidados Intensivos e a enfermarias do HSM para assistir doentes que, “por condição clínica ou por isolamento, apresentam impossibilidade de deslocação”.
Natural de Setúbal, Joana Rigueira, de 36 anos, formou-se na FMUL e realizou o internato de Formação Geral no antigo CHULC. A versatilidade da Cardiologia foi o que a moveu a escolher essa especialidade no CHULN. “Tem as vertentes clínica, de imagem e de urgência, de que gosto bastante”, reconhece.
mes relativamente urgentes.” Sendo Catarina Sousa a responsável por triar e priorizar os pedidos de exames, é uma presença constante, ainda que, por vezes, à distância. “Está diariamente em articulação connosco”, assegura.
Os ecocardiogramas são efetuados na área das Técnicas Não Invasivas de Cardiologia, localizada no Pavilhão da Consulta Externa, que integra oito cardiopneumologistas, três técnicos auxiliares de saúde e uma assistente técnica. “Claro que, em caso de necessidade, os
Sara Lopes
ecocardiogramas são efetuados à cabeceira do doente, nas enfermarias do hospital”, salvaguarda.
Apesar de se contarem já quase duas décadas de trabalho de Sara Lopes na Ecocardiografia do HPV, em 2023, por uma questão de gestão das necessidades da Unidade, relacionadas com o horário reduzido que estava a praticar, trabalhou um período em Santa Maria. E não rejeita que essa rotatividade possa voltar a acontecer, “não por uma questão de maternidade”, que foi o seu caso específico, “mas como forma de uniformização de metodologia de trabalho e de conhecimento. Afinal, somos uma Unidade de Ecocardiografia com dois polos”.
Foi durante o estágio de Ecocardiografia que realizou no Hospital Militar Principal, no âmbito da licenciatura que frequentou na ESTeSL, que Sara Lopes percebeu como gostava tanto dessa área: “É um exame inócuo, que dá muita informação sobre o coração!”
E resume o seu gosto pela ecocardiografia citando uma frase da cardiologista Ana Rita Victor, com quem trabalhou alguns anos no HPV: “Echocardiography is anatomy, physics, maths, cinema,sound…somuchfunintheheart!”
João Cravo: a oportunidade de aprendizagem e de publicação
João Cravo é um dos internos de Cardiologia da ULSSM. No seu caso, está a concluir o 3.º ano e considera que “a imagem cardiovas -
cular, no geral, tem sido uma das áreas com maior desenvolvimento ao longo dos anos e que ajuda os médicos a abrir os seus horizontes”.
Na realidade da ULSSM, “recebemos múltiplos doentes referenciados de várias zonas do país e até dos PALOP, o que nos possibilita ver patologias raríssimas, que se traduz
João Cravo: “Recebemos doentes referenciados de todo o país e dos PALOP, o que nos possibilita ver patologias raríssimas, que se traduz numa oportunidade de aprendizagem e de publicação que poucos colegas de outros hospitais têm.”
João Cravo
numa oportunidade de aprendizagem e de publicação que poucos colegas de outros hospitais têm”.
À data desta reportagem, realizada no final de maio, o interno encontrava-se a fazer um estágio de seis meses em ecocardiografia, que decorreria até setembro. À sua semelhança, também João Fonseca e Yolene António, ambos do 4.º ano, estavam a realizar esse estágio.
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Helena carvalHo, enfermeira:
“os cuidados de enfermagem não se circunscrevem à administração de terapêutica”
Helena Carvalho é uma das duas enfermeiras que prestam cuidados de enfermagem na área de Técnicas Não Invasivas de Cardiologia do HSM. Aquelas profissionais rocuram dar apoio aos exames auxiliares de diagnóstico que ali se realizam, nomeadamente ecocardiogramas transesofágicos, de sobrecarga, e com contraste, e ainda provas de esforço.
Em todos estes exames, “os cuidados de enfermagem não se circunscrevem à administração de terapêutica”, realça. Afinal, “uma parte importante e, por vezes, menosprezada tem que ver com os ensinos, não só sobre os procedimentos que os utentes vão efetuar, mas também relativos aos cuidados pós-exame”.
A vigilância dos parâmetros vitais durante os exames e a antecipação de alterações no estado de saúde dos utentes são outras vertentes dos cuidados de enfermagem prestados nesta Unidade.
Helena Carvalho, de 44 anos, formou-se pela Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian, em 2002, altura em que começou a
trabalhar no Serviço de Urgência do Hospital de Santa Maria. Em 2020, transitou para o Serviço de Cardiologia.
Enquanto enfermeira especialista em Reabilitação, refere que “os conhecimentos adquiridos nesta área são de vital importância na aplicação e adaptação dos cuidados de enfermagem prestados aos utentes”.
elisaBete medalHas, responsável administrativa:
“o grupo administrativo funciona como um todo”
Elisabete Medalhas, de 49 anos, começou a trabalhar no Serviço de Cardiologia do CHULN em outubro de 2001. Iniciou funções no Internamento e passou pela Consulta de Cardiologia,
até que há nove anos integrou a antiga Unidade de Técnicas Não Invasivas.
Desde 2015 que é a responsável administrativa da Ecocardiografia / Arritmologia não Invasiva, pelo que acaba por estar maioritariamente a fazer trabalho de back-office. “Enquanto as duas colegas estão mais dedicadas ao atendimento ao público e à preparação de tudo o que é necessário para assegurar o bom funcionamento dos exames, eu procuro responder aos e-mails e telefonemas, fazer o agendamento dos exames, confirmar a presença dos utentes e responder a tudo que é solicitado por parte dos médicos a nível de agendamento de exames”, refere.
Ainda assim, “o grupo funciona como um todo e acabamos por ser um pouco multitasking, na medida em que todas respondemos ao que for preciso”, ressalva.
(Continuaçãodapág.23)
Fazendo um balanço, destaca como “a Unidade de Ecocardiografia tem funcionado cada vez melhor, sob a coordenação da Prof.ª Catarina Sousa, e com uma ótima equipa de especialistas, enfermeiros, técnicos e administrativos, que nos tem dado imensa possibilidade de crescer”.
Considerando que “a aprendizagem dá-se não só a fazer, mas também a ver”, afirma que “a autonomia tem sido progressiva para permitir um crescimento saudável”, sendo que “a presença constante de alguém mais experiente, que pode ajudar e tirar dúvidas, é uma mais-valia”. Assim, “mesmo quando já temos alguma autonomia a fazer os exames, nunca nos encontramos desapoiados”.
João Cravo nasceu em Vila Franca de Xira, há 29 anos, e estudou Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. Após passar pelo Hospital de VFX, no internato de Formação Geral, avançou para o internato de Cardiologia, no HSM, em 2022. Além de essa corresponder à área que sempre gostou de estudar e com a qual mais se identificava, acredita ser “uma das especialidades com mais futuro, a médio e a longo prazo”.
Diz que, quando se tornar especialista, gostaria de exercer alguma atividade profissional nesta ULS, porque, “dado o seu cariz universitário, está sempre aberta à investigação clínica (inter)nacional, conferindo uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento profis -
sional que outras instituições podem não garantir”.
Yolene António: o objetivo de melhorar a abordagem dos doentes em Angola
Yolene António, interna do 4.º ano de Cardiologia em Angola, encontrava-se, na altura da reportagem, a cumprir um período de formação de um ano na ULSSM. O estágio de ecocardiografia era o último que estava a realizar em Portugal nesse âmbito e, na altura, dizia que a experiência estava a correr muito bem:
Jorge carreira, técnico aUxiliar de saúde:
“Basicamente, o nosso trabalho é de apoio aos enfermeiros e aos cardiopneumologistas”
A escassa oferta de trabalho no ramo da Proteção Civil levou Jorge Carreira, de 59 anos, a mudar de área profissional há cerca de dois anos. Foi nessa data que começou a trabalhar no Serviço de Cardiologia do CHULN.
Numa lógica de rotação mensal, os técnicos auxiliares de saúde distribuem-se pelas unidades de Ecocardiografia, Pacing, Provas de Esforço e Arritmologia Não Invasiva. À data da realização desta reportagem, Jorge Carreira encontrava-se a trabalhar, em conjunto com dois colegas, em
“Acho que está a ser o melhor estágio! É uma realidade totalmente diferente da que vivemos em Angola, ao nível da abordagem dos doentes e dos próprios meios de diagnóstico, que lá não temos, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico.”
No final de junho, quando terminasse os três meses de estágio, previa então regressar a Angola para concluir o internato e ser colocada num hospital, uma vez que ali o internato de Cardiologia é de apenas quatro anos.
Yolene António acredita que, nessa altura, poderá colocar em prática os conhecimentos que estava a adquirir em Portugal: “Claro que sim. Está a ser uma maravilha! Tenho aprendido muito, com o objetivo de melhorar a abordagem dos doentes com patologia cardiovascular – para assim poder fazer um diagnóstico precoce e o tratamento oportuno – e até mesmo o sistema de saúde de Angola, que ainda é deficiente. Espero implementar tudo aquilo que estou a aprender aqui!”
Vir trabalhar para Portugal não é uma opção
Ecocardiografia e Arritmologia Não Invasiva. No caso da Unidade de Ecocardiografia, refere que o papel do seu grupo profissional é muito diverso. “Recebemos os doentes, acompanhamo-los à sala e ajudamo-los a deitarem-se e a levantarem-se. Antes disso, necessitamos de fazer a desinfeção do espaço, sendo preciso mais tempo se tiver sido usada por algum doente com patologia infeciosa”. Tratando-se de doentes que vêm encaminhados da Sala de Observação, “é preciso termos a sala preparada e estarmos atentos ao momento da sua chegada, para proceder imediatamente à entrada”. Por vezes, a presença dos técnicos auxiliares de saúde é necessária também durante a realização dos exames, “quando é preciso ajudar a que algum doente mais agitado ou que não se consegue equilibrar fique imobilizado”. Também após a realização do ecocardiograma transesofágico, procedem à “limpeza e desinfeção da sonda, um procedimento rigoroso e crucial para garantir a segurança dos doentes e prevenir a transmissão de infeções, exigindo que os técnicos se protejam de forma adequada”.
“Basicamente, o nosso trabalho é de apoio aos enfermeiros e aos cardiopneumologistas”, explana.
“Espero implementar tudo aquilo que estou a aprender aqui”, sublinha Yolene António.
para si. “É mesmo lá que quero estar. Já somos tão poucos médicos…”, lamenta.
Nessa altura, já tinha um elevado grau de autonomia, o que lhe permitia “realizar entre dois a três ecocardiogramas por dia”, cujos relatórios eram sujeitos à revisão dos especialistas. Ainda assim, diariamente, procurava acompanhar o processo de validação, não só dos relatórios elaborados por si como de outros. “Aprende-se muito a acompanhar as técnicas de Cardiopneumologia nas revisões”, comenta.
“fomos sempre procurando formas de contornar os obstáculos que iam surgindo. nunca desistimos!”, garante cristina dantas martins, a coordenadora adjunta da intervenção coronária na Unidade de cardiologia de intervenção do Hospital garcia de orta (Hgo), que integra a Uls de almada-seixal.
Aúltima edição do South Side of the Heart, no início de outubro, evento organizado pelo Serviço de Cardiologia do HGO e presidido pelo seu diretor, Hélder Pereira, permitiu revisitar as conquistas de três décadas e antecipar passos futuros.
“Quando tratámos o primeiro doente com enfarte, em 1994, a angioplastia coronária era uma técnica inovadora e a sua realização num hospital sem cirurgia in house era controversa. Hoje em dia, é aceitável fazê-la, mas, na altura, a sua implementação foi difícil”, recorda Cristina Dantas Martins.
Recentemente, “com as TAVI, voltámos a passar pelo mesmo processo”, adianta, notando que, “à luz da ciência e das melhores práticas médicas, o implante percutâneo da válvula aórtica deve ser feito na presença de um cirurgião cardíaco”.
Apesar de o HGO não ter essa especialidade, “isso não demoveu a equipa do Laboratório de Hemodinâmica de tratar os seus doentes, estabelecendo uma parceria com um hospital que tivesse essa valência, neste caso, o Hospital de Santa Cruz”. O protocolo existente “prevê a deslocação de cirurgiões cardíacos ao Garcia de Orta, para estarem presentes na sala a fim de poderem intervir caso surja alguma complicação”.
O processo foi iniciado em 2023 e, atualmente, já estão a ser feitos tratamentos com uma frequência bimensal, o que “é muito relevante, porque a lista de espera é grande e a mortalidade destes doentes enquanto se encontram a aguardar a realização de TAVI não é negligenciável”.
Cristina Dantas Martins
“É muito importante a partilha das complicações para podermos melhorar”
“O programa do último South Side of the Heart, na linha do que tem sucedido nos anos anteriores, foi pensado e elaborado de modo a promover a partilha de conhecimentos e a discussão saudável sobre os diversos temas clínicos”, avança Cristina Dantas Martins. E acrescenta que, “além da introdução teórica sobre determinado tema atual e relevante da Cardiologia de Intervenção, é privilegiada a apresentação de casos clínicos, de forma a promover a discussão entre os diferentes profissionais do painel e também com a assistência”.
Houve ainda tempo para a discussão de complicações, através de casos clínicos diversos, “para partilhar o tipo de complicações, por vezes inesperadas, que surgem, o procedimento adotado pelos operadores e o que os vários centros teriam feito nessa situação, reconhe-
cendo, no entanto, que as ações num momento de stress são imprevisíveis”. Ainda assim, “é muito importante a partilha das complicações para podermos melhorar para o futuro, tendo sempre como foco o tratamento do doente em segurança”.
O primeiro dia da reunião ficou marcado pela apresentação de várias temáticas, como a doença coronária calcificada ou a utilização da imagem intracoronária para ajudar na orientação e no tratamento dos doentes, a discussão de casos clínicos e ainda a sessão comemorativa dos 30 anos de Cardiologia de Intervenção no HGO.
Na véspera, tinham sido realizados quatro workshops, dirigidos não apenas à classe médica mas também a enfermeiros e técnicos de Cardiopneumologia. “É importante que as partilhas se estendam a todos os grupos, porque na sala de Hemodinâmica não se encontram apenas médicos. Para que a Cardiologia de Intervenção funcione bem, tem de haver médicos, enfermeiros e técnicos de Radiologia e de Cardiopneumologia atualizados. É um trabalho de equipa, em que cada um conta”, realça Cristina Dantas Martins.
Se o Laboratório de Hemodinâmica do HGO celebra 30 anos de existência, a médica cumpre 28 de carreira. Foi em 1996 que iniciou o internato de Cardiologia no HGO, tornando-se a primeira interna do Serviço de Cardiologia. Durante esse período, apaixonou-se pela Cardiologia de Intervenção, o que a tem levado a trabalhar praticamente sempre na Hemodinâmica.
Apesar de reconhecer que o sucesso do Laboratório se deve a um trabalho de equipa, a médica evidencia que “o Prof. Hélder Pereira, que coordena o Laboratório desde a sua abertura e que em 2010 acumulou a direção do Serviço, faz a diferença, pelas suas capacidades técnicas e de liderança”.
A primeira edição do South Side of the Heart aconteceu em 2018. Cada reunião tem-se centrado num tema diferente, como a ecografia e os protocolos de referenciação da MGF para a Cardiologia.
NOME DO MEDICAMENTO: Edarclor 40 mg + 12.5 mg comprimidos revestidos por película. Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película. QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Edarclor 40 mg + 12.5 mg comprimidos revestidos por película e Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película. Cada comprimido contém 40 mg de azilsartan medoxomilo (sob a forma de potássio) e 12.5 mg ou 25 mg de clorotalidona. mg comprimidos revestidos por película: Comprimido revestido por película de cor vermelho pálido, redondo (aproximadamente 9.7 mm de diâmetro), biconvexo, com A/C 40/12.5 gravado numa das faces. Edarclor 40 mg + 25 mg comprimidos revestidos por película: Comprimido revestido por película de cor vermelho claro, redondo (aproximadamente 9.7 mm de diâmetro), biconvexo, com A/C 40/25 gravado numa das faces. Edarclor é uma associação de dose fixa indicada em adultos cuja pressão arterial não é adequadamente controlada por monoterapia com azilsartan medoxomilo. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: não é adequadamente controlada com monoterapia anti-hipertensiva corrente como Edarbi 40 mg ou Edarbi 80 mg. Se necessário a dose pode ser aumentada para um máximo de 40 mg + 25 mg uma vez por dia. O efeito anti-hipertensor perto do máximo torna-se normalmente evidente ao fim de 1-2 semanas, com os efeitos máximos atingidos às 4 semanas. Populações especiais: Idosos (idade igual ou superior a 65 anos): Não é necessário um ajuste inicial da dose nos doentes idosos; nos doentes muito idosos (≥75 anos), o tratamento deve ser efetuado com precaução e recomenda-se uma monitorização médica apertada. Compromisso renal e Afeção hepática: A clorotalidona, um dos componentes ativos do Edarclor, não deve ser usada em doentes com compromisso renal grave , anúria e afeção hepática grave . Não há experiência da administração de Edarclor em doentes com transplante renal recente. Não é necessário um ajuste da dose nos doentes com compromisso renal ligeiro ou moderado. É limitada a experiência de utilização em doentes com afeção hepática ligeira a moderada; no entanto não é necessário um ajuste inicial da dose de Edarclor em doentes com afeção hepática ligeira a moderada. Alterações menores do equilíbrio hidro eletrolítico devidas a diuréticos tiazídicos podem precipitar um coma hepático. Recomenda-se monitorização estreita. Depleção do volume intravascular: Edarclor deve ser iniciado sob supervisão médica estreita, apenas após ter sido alcançado um volume correto. Uma resposta hipotensiva temporária devida a depleção de volume não impede que os doentes continuem o tratamento, o qual pode normalmente ser continuado sem dificuldade uma vez estabilizados a pressão arterial e o estado do volume. Insuficiência cardíaca: Recomenda-se precaução em doentes hipertensos com insuficiência cardíaca congestiva dado que não existe experiência de utilização nestes doentes. População de raça negra: Não é necessário um ajuste da dose na população de raça negra. População pediátrica: A segurança e eficácia em crianças e adolescentes dos 0 aos <18 anos de idade não foram ainda estabelecidas. Não existem dados disponíveis. Modo de administração: Via oral e pode ser tomado com ou sem alimentos. CONTRAINDICAÇÕES: - Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. - Gravidez. - Afeção hepática grave. - Compromisso renal grave (TFG <30 mL/min/1.73m2). - Anúria. - Hiponatremia refratária. - Hipercalcemia. - Hiperuricemia sintomática. - O uso concomitante de Edarclor com medicamentos contendo aliscireno é contraindicado em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal. adversas baseadas nos dados agregados de todos ensaios clínicos de fase 3 são apresentadas em baixo, de acordo com as classes de sistemas de órgãos e termos preferenciais. Estão classificadas por frequência, utilizando a seguinte convenção: muito frequentes (≥ 1/10); frequentes (≥ 1/100, < 1/10); pouco frequentes (≥ 1/1,000, < 1/100); raras (≥ 1/10,000, < 1/1,000); muito raras (< 1/10,000), incluindo notificações isoladas. Dentro de cada classe de frequência, as reações adversas são apresentadas por ordem decrescente de gravidade. Doenças do metabolismo e da nutrição – Reações adversas frequentes: Aumento do ácido úrico no sangue, hiperuricémia. Doenças do sistema nervoso – Reações adversas frequentes: Tonturas, tonturas posturais. Vasculopatias – Reações adversas frequentes: Hipotensão. Doenças gastrointestinais - Reações adversas frequentes: Diarreia, náuseas. Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos- Reações adversas frequentes:Espasmos musculares. Perturbações gerais e alterações no local de administração - Reações adversas frequentes: Fadiga. Exames complementares de diagnóstico - Reações adversas:muito frequentes: Aumento da creatinina no sangue; Reações adversas frequentes: Aumento da ureia no sangue. Informação adicional sobre os componentes individuais: As reações adversas que se sabe ocorrerem com cada componente administrado isoladamente mas que não foram observadas nos estudos clínicos podem ocorrer durante o tratamento com Edarclor. Clorotalidona: Adicionalmente às reações adversas listadas para o Edarclor, foram notificadas as seguintes reações adversas para a clorotalidona: Doenças do metabolismo e da nutrição - Reações adversas:muito frequentes: Aumento dos lípidos no sangue; Reações adversas frequentes: Hipomagnesemia. Cardiopatias – Reações adversas frequentes: Hipotensão postural. Doenças gastrointestinais – Reações adversas frequentes: Perda de apetite, desconforto gastrointestinal menor. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos – Reações adversas frequentes: Urticaria. Doenças dos órgãos genitais e da mama - Reações adversas frequentes: Impotência. Exames complementares de diagnóstico. Creatinina sérica: O tratamento com Edarclor resultou numa maior incidência de aumentos da creatinina sérica, comparativamente com o azilsartan medoxomilo e a clorotalidona. Estes aumentos foram temporários ou não progressivos e reversíveis, e associados com acentuadas reduções da pressão arterial. Ácido úrico: O Edarclor esteve associado a aumentos do ácido úrico sérico. Os aumentos de ácido úrico são dependentes da dose, aumentando com a dose de clorotalidona, embora tenham sido pouco frequentes as notificações de gota nos grupos de tratamento, mesmo nos estudos de longo prazo. Hemoglobina e hematócrito: O Edarclor esteve associado com reduções ligeiras nos níveis de hemoglobina, hematócrito, e na contagem de células vermelhas, consistentes com os efeitos farmacológicos conhecidos dos inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Experiência pós-comercialização: Foi notificada uma rara incidência de angioedema associado ao uso de Edarclor. Não foram identificadas outras reações adversas nas notificações espontâneas pós-comercialização. Notificação de suspeitas de reações adversas: A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.: Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente) ou através dos seguintes contactos: Direção de Gestão do Risco de Medicamentos | Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 | 1749-004 Lisboa | Tel: +351 21 798 73 73 | Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita) | E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt | DATA DA REVISÃO DO TEXTO setembro 2021. Para mais informações deverá contactar o representante do titular da autorização de introdução no mercado. MSRM. Medicamento comparticipado no escalão B. NOME DO MEDICAMENTO: Edarbi 20 mg comprimidos. Edarbi 40 mg comprimidos. Edarbi 80 mg comprimidos. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Cada comprimido contém 20 mg, 40mg ou 80 mg de azilsartan medoxomilo (sob a forma de potássio). FORMA FARMACÊUTICA: Comprimido branco a esbranquiçado redondo, com 6,0 mm, 7,6 mm ou 9,6 mm de diâmetro; com “ASL” gravado numa das faces e “20”, “40” ou “80” gravado na outra face, para os comprimidos de 20 mg, 40 mg ou 80 mg respetivamente. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Edarbi é indicado para o tratamento da hipertensão essencial em adultos. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: Posologia: A dose inicial recomendada em adultos é de 40 mg uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada até um máximo de 80 mg uma vez ao dia nos doentes cuja pressão arterial não é adequadamente controlada com a dose mais baixa. O efeito anti-hipertensor perto do máximo torna-se visível ao fim de 2 semanas, com os efeitos máximos atingidos às 4 semanas. Se a pressão arterial não for adequadamente controlada com o Edarbi isoladamente, pode obter-se uma redução adicional da pressão arterial quando o Edarbi é administrado concomitantemente com outros medicamentos anti-hipertensores, incluindo diuréticos e bloqueadores dos canais do cálcio. CONTRAINDICAÇÕES: Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. No segundo e terceiro trimestres da gravidez. O uso concomitante de Edarbi com medicamentos contendo aliscireno é contraindicado em doentes com diabetes mellitus ou compromisso renal (TFG < 60 ml/min/1,73 m2). Edarbi não é indicado para utilização em crianças ou adolescentes com menos de 18 anos de idade. EFEITOS INDESEJÁVEIS: Resumo do perfil de seguranca Edarbi nas doses de 20, 40 ou 80 mg foi avaliado em termos de segurança em estudos clinicos com doentes adultos tratados durante até 56 semanas. Nestes estudos clinicos, as reações adversas associadas ao tratamento com o Edarbi foram, na sua maioria, ligeiras ou moderadas, com uma incidência global semelhante ao placebo. As tonturas constituiram a reação adversa mais frequente. A incidência das reações adversas com o Edarbi não foi afetada pelo sexo, idade ou raça. Lista tabelada de reações adversas: As reações adversas baseadas nos dados agregados (doses de 40 e 80 mg) estão classificadas abaixo por frequência. Frequentes (≥ 1/100 a < 1/10): tonturas, diarreia e aumento da creatina fosfoquinase plasmática. Pouco frequentes (> 1/1000, < 1/100): hipotensão, náuseas, erupção cutânea e prurido, espasmos musculares, fadiga e edema periférico, aumento da creatina plasmática e aumento do ácido úrico plasmático. Raras (> 1/10.000, < 1/1000): angioedemas. As reações adversas foram notificadas para a dose de Edarbi 20 mg com uma frequencia semelhante às doses de 40 e 80 mg num estudo controlado por placebo. Notificação de suspeitas de reações adversas : A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P. Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente) ou através dos seguintes contactos: Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: +351 21 798 73 73 Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita) E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt Data da revisão do texto: Abril 2022. MSRM. Medicamento comparticipado escalão B. Para mais informações contactar o titular da autorização de introdução no mercado. Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu.