Capítulo 34
Charles Hertman
Deitado nessa cela de prisão imunda, fico lembrando de como minha vida deu uma reviravolta. Eu era um cara importante, da alta sociedade, poderoso... e aquele desgraçado apareceu na minha vida só para me destruir. Embora tudo tenha valido a pena por Verônica, ainda não consigo perdoá-la pela sua desobediência a mim. Ela tem uma dívida comigo, que será eterna. Paschoal é o meu contato lá fora. Ele me informa sobre tudo o que acontece na vida dela. Como eu não sabia se meu plano daria certo, arrisquei ir sozinho. Não seria bom, caso Paschoal fosse preso, pois ele é meu braço direito. Embora seja tedioso estar enclausurado como um animal, não tenho muito do que reclamar. O sistema carcerário para quem tem dinheiro é quase um hotel cinco estrelas, se não fossem pelas camas duras e esses lençóis maltrapilhos da 25 de Março. Olho para as grades dessa cela e divago no dia do meu julgamento. Ouvir a minha sentença de 11 anos, não foi nada comparado com a raiva que senti quando vi o sorriso estampado na cara de Adrian Miller. Eu, Charles Hertman, Dominador, sendo abatido por um sujeito burro e metido a besta. Aquilo realmente me tirou do sério. — Senhor Hertman, o senhor tem visita. — Sou pego de surpresa pelo carcereiro. O sujeito até que é decente. Não digo em caráter, pois é facilmente corruptível. Tudo o que eu preciso, ele dá um jeito de conseguir. Afinal, eu sou quem sou, e quando eu mando, todos me obedecem, nem que seja por um pequeno preço. — Visita de quem? — pergunto curioso. — Ah, o uísque 18 anos que me trouxe estava uma porcaria. Veja se da próxima vez me traz algo melhor. Também preciso daquele celular. — Pode deixar, senhor. — Ele assente e eu passo por ele, ajeitando meu uniforme barato e fora