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CELEBRIDADE

POR QUÊ?

Pessoas do mundo inteiro que assistiram à série –são mil jurados – e compreenderam por que essa série tem uma linguagem universal, que é a linguagem do amor, da superação, que se conecta com todas as pessoas. Foi bom sentir que a nossa história chegou tão longe. Eu ganhei a APCA, que é um grande prêmio brasileiro, que eu jamais poderia pensar em ganhar um dia e eu tive a sorte de receber – são tantos trabalhos bons de outras atrizes.

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A JORNADA DA AMANDA, AO LONGO DOS CAPÍTULOS, É MUITO INTENSA. COMO FOI SEU PROCESSO DE CRIAÇÃO DA PERSONAGEM?

Conversei com muitos psiquiatras, fui aos CAPs (Centro de Atenção Psicossocial). Fui em reuniões dos Narcóticos Anônimos. Tirei várias dúvidas sobre como funcionava o sistema. Fui na Cracolândia. Ao contrário do que muitos pensam, é um local de afeto e família também. É algo completamente diferente daquele olhar de medo que as pessoas pintam. São pessoas que se protegem, pessoas que têm sonhos. São pais, filhos, irmãos... Mudou a minha vida olhar no olho daquelas pessoas.

COMO ASSIM?

É muito cômodo colocar esse olhar marginalizado na Cracolândia. Foi muito bom olhar diretamente nos olhos daquelas pessoas e ver que há uma pessoa ali. A Cracolândia é um espaço de resistência. Estamos lidando com um assunto complexo. Não estive na Cracolândia como quem vai ao zoológico. Respeito absurdamente cada pessoa que cedeu o seu tempo para conversar comigo e sentou ao meu lado.

QUAIS CARACTERÍSTICAS DA AMANDA CHAMARAM A SUA ATENÇÃO AO TOPAR PARTICIPAR DA SÉRIE?

Acho que a vulnerabilidade. O ser humano é vulnerável e isso é lindo, é o que nos faz ter identificação com o outro, abandonar as nossas defesas e pedir ajuda. A nossa capacidade de amar vem de ser vulnerável. E a vulnerabilidade é o que nos fragiliza também, nos confunde, nos angustia, nos desencoraja, nos aprisiona. A Amanda quer se provar uma médica tão boa quanto o pai e não aceita sua limitação e suas falhas. Ela não dá conta da vida como todos nós porque é uma ilusão achar que temos controle sobre a vida. O mundo condena a vulnerabilidade do outro, aponta como uma fraqueza, como uma displicência, sendo que isso é a única condição que nos faz todos iguais.