Manifesto em defesa do modelo de cogestão do distanciamento controlado no Rio Grande do Sul
Diante da decisão recente do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em alterar as bandeiras do mapa preliminar de distanciamento controlado no RS, as entidades, que representam setores fundamentais da nossa economia, abaixo assinadas, manifestam-se em defesa do modelo de cogestão do distanciamento controlado, especialmente no município de Porto Alegre, mas também em apoio à manutenção do sistema nos demais municípios do Rio Grande do Sul. Compreendemos que a cogestão representa a tomada de decisões focada nas particularidades de cada localidade e que, respeitando o exercício democrático que elege representantes municipais a partir do voto popular, garante a adoção de protocolos de bandeira inferior à atual vigente, dando autonomia e atribuindo confiança nas decisões de cada gestor municipal. Ainda, com a cogestão, todas as análises e dados epidemiológicos de cada cidade seguem sendo levados em consideração, assegurando o distanciamento interpessoal e as normas de higienização, mas não temos mais ambiente possível para assumir o ônus da bandeira preta em nossa Capital Gaúcha. Nossos recursos estão esgotados. Medidas econômicas que anteriormente garantiam fôlego às nossas operações já não fazem mais parte de nossa realidade, e não temos condição alguma de arcar com os impactos de medidas que imponham restrições duras de funcionamento, suspendendo atendimentos presenciais ao público, reduzindo capacidade de atuação e bloqueando operações e realizações de eventos, por exemplo, entre outras consequências. Pedimos um especial destaque nesta mensagem: não temos condições de fechar as portas. Não temos condições de reduzir ou realizar adaptações em nossas operações. Não há recursos, estoques ou meios para que isso aconteça. Este é um relato profundo e sincero de profissionais que encontram-se no limite. Estamos à beira de um colapso na economia gaúcha e não podemos correr estes riscos. Reiteramos que os setores empresariais não são culpados por esse novo aumento de contágio do Coronavírus. Nossos estabelecimentos não são fontes propagadoras do vírus e, desde o início da pandemia, estamos tomando todos os rigorosos cuidados com protocolos de higiene e sanitização para preservar a nossa saúde, de nossos funcionários e de nossos clientes, oferecendo ambientes seguros. Portanto, não podemos pagar a conta que é extremamente cara - desse momento. Entendemos também que os poderes precisam estabelecer critérios firmes de combate às aglomerações que, conforme foram constatadas por toda a sociedade gaúcha, acontecem, sobretudo, nas praias e nas festas clandestinas. Além disso, as testagens rápidas precisam ser ampliadas, de modo que tenhamos um diagnóstico em tempo real da