E D O D N A B A R T N O C CICLO DO L I S A R B O A R A P O R R CIGA 1. TABACO Plantações no Brasil, no próprio Paraguai, e em outros países fornecem tabaco para a produção paraguaia
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2. PRODUÇAO Com a matéria-prima, indústrias paraguaias fabricam o produto em larga escala. A quantidade supera o consumo nacional e os dados de exportação
3. ENCOMENDA Aqui começa o circuito do contrabando. Distribuidores ilegais dos dois lados da fronteira fazem a encomenda dos cigarros. No final de tudo, na venda, está o envolvimento de milícias e de facções do crime organizado alimentando a violência nas cidades
4. TRAVESSIA A travessia é feita pelo rio, que faz a divisa entre os dois países, geralmente por "brasileiros ou brasiguaios", e também pela fronteira seca. Pela água o trajeto leva cerca de 10 minutos e os barqueiros ganham cerca de R$ 100 por noite
5. RECEBIMENTO Quem recebe a mercadoria são contrabandistas, na maioria jovens, que são chamados de formiguinhas e pegam as caixas sempre de madrugada
6. CARROS Com os cigarros em mãos, eles abarrotam carros e pegam a estrada. Todo tipo de carro é utilizado e eles só possuem o banco do motorista. Olheiros monitoram a polícia em terra e marítima, e informam por grupos de Whatsapp. Assim, programam não só a travessia mas também o transporte de carro
7. CAVALOS-DOIDOS 8. entrega Se não forem parados pela polícia que monitora as estradas, esses contrabandistas entregam o cigarro do crime aos distribuidores. Eles também são chamados de formiguinhas e recebem cerca de R$ 2.500,00 pelo trabalho. Levam o cigarro para longe da fronteira e chegam em cidades onde existe menor fiscalização. De lá, um intermediário compra os cigarros e junta tudo em um galpão
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10. MONOPOLIO Apesar de não ser uma regra, a venda de cigarros nas áreas de controle da milícia e do tráfico é um monopólio, ou seja, não se aceita concorrência. Isso é controlado com violência brutal, especialmente no Rio de Janeiro e em outros estados onde o crime é territorialista. Há muitos casos de execução por inadimplência e erros na rota do contrabando, assim como acontece no narcotráfico
Os carros saem em comboio com um batedor à frente, que vai informando se tem polícia no trajeto. Caso tenha, eles entram na mata e se escondem. Os carros são chamados pela polícia de cavalos-doidos, porque imagina-se que, por meio de uma espécie de chip, conseguem chegar a velocidades muito mais altas que o normal, como 250 km/h. Além disso, possuem um dispositivo que solta fumaça pelo escape e ainda soltam pregos na pista. Tudo para despistar a polícia. Caso sejam parados tentam o suborno e, se aceito, são liberados mediante uma senha pré-combinada
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9. DISTRIBUIÇAO Esse intermediário negocia com quem encomenda o cigarro no Brasil. Ele recebe das formiguinhas e carrega caminhões para todo o país, que levam para favelas e outros mercados informais, onde cada pack custa de R$4 a R$5. O mais comum nesses pontos de venda é a comercialização do produto em pacotes, e cada um sai por cerca de R$ 25. Nesse caso, o valor unitário do pack cai para até R$ 2,50. Como base de comparação, esse valor é praticamente metade do preço mínimo do cigarro legal, que é R$ 5
11. CONSUMO De cada 10 cigarros consumidos no Brasil, 6 são paraguaios, o que corresponde a 57% do mercado de cigarros no país. Existe muita violência atrás do contrabando, portanto quem consome está alimentando esse sistema
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12. MINIMIZAÇAO DO PROBLEMA Mesmo com toda a complexidade criminosa que circunda o contrabando de cigarros, a sociedade minimiza a atividade ilegal. O imposto para a venda de cigarro no Brasil é, em média, de 71%, enquanto no Paraguai é de 18%, e é essa diferença que alimenta a indústria do contrabando