Moz’in News - Galp Frota

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FAZER ACONTECER!

Por João Figueiredo, presidente da CCMP

Oque verdadeiramente é preciso, é “Fazer acontecer”!

Lá teoria temos todos. Todos sabemos o que o País precisa, falta-nos fazer acontecer.

Só a teoria não vale de nada.

E para que aconteça, na minha opinião, carecemos de:

• Estabilidade política e social. Tenho andado no estrangeiro à procura de investidores para determinados sectores, e esbarro sempre nos recentes acontecimentos pós-eleitorais que ocorreram no País, nos níveis de burocracia, na dificuldade de repatriamento de dividendos, nos níveis de corrupção e outras barreiras que alimentamos há anos, como a ausência de uma política fiscal justa e equitativa e uma protecção à concorrência leal, para que rompa com o actual ambiente aonde tudo é permitido ao informal e ao investidor formal tudo lhe é exigido. A nível social, debato-me sempre com o questionamento da nossa incapacidade de travarmos o flagelo dos raptos;

• Capital nacional para incorporar os interesses nacionais nestes investimentos, devido à descapitalização do nosso empresariado e à ausência de Fundos de Capital de Risco;

• Investidores, nacionais e/ou estrangeiros, que tenham uma visão e um propósito para o médio e longo prazos e sejam capazes de criar uma maior integração das suas actividades, promovendo o crescimento das cadeias de valor a nível nacional. Investidores que não vejam nas famosas “boladas” a forma de crescimento do seu pecúlio, mas antes no desenvolvimento da sua actividade económica produtiva. Que apostem na maior criação de valor na cadeia de produção, que apostem em reinvestir os lucros gerados da actividade no próprio País.

• Parceiros que, para além de possuir capital, sejam capazes de trazer know how e tecnologia actuais e

modernizados. Temos de evitar que o investimento para o País seja feito com base na deslocalização de fábricas e equipamentos obsoletos noutros mercados. O refugo dos outros não é a nossa salvação. Evitar que a nossa vantagem competitiva seja vista apenas pelo baixo custo da mão de obra.

• Aparelho judicial verdadeiramente independente, que opere com eficácia e em tempo útil.

• E para terminar uma lista longa, mas cujo fundamental está identificado, precisamos de um Sistema Financeiro mais robusto, o que no meu entendimento determina:

1. Iniciar desde já e desenvolver um processo de concentração dos bancos pequenos;

2. Uma maior distribuição do mercado bancário, ou seja, uma diluição das cotas de mercado dos grandes bancos por 6 a 8 (no máximo) bancos comerciais a operar no nosso mercado;

3. A criação de um verdadeiro Banco de Desenvolvimento, a criação de um Banco vocacionado para as MPMEs e a criação de uma Instituição de Capital de Risco.

Mas, sublinhe-se que a primeira grande condição para atrair os investidores é a estabilidade política e social consistente ao longo dos tempos. E ter em mente que não sendo possível resolver tudo de uma vez, é possível ir dando passos nesta direcção. Vamos ver do que somos capazes.

É preciso dar passos no sentido do afastamento de um modelo em que o Estado é o maior impulsionador da economia, o seu maior agente, o seu maior empregador e... uma máquina que não criando valor, a única coisa que faz crescer é a sua dívida. A dívida pública é de todos nós e o Estado, enquanto agente económico, tudo o que tem feito é mirrar o espaço do empresariado e promover o crescimento do endividamento nacional.

Ao Estado compete impulsionar e criar as condições, ao passo que a nós — Sector Privado — cabe a obrigação de dinamizar da economia.

Uma boa saúde financeira com vista à sustentabilidade

No passado dia 30 de Maio teve lugar a Assembleia Geral Ordinária da Câmara de Comércio Moçambique Portugal, no Montebelo Indy.

Ummomento que proporcionou a apresentação do Relatório de Actividades e Contas 2024 às empresas Associadas, bem como do Plano e Orçamento 2025, documentos que foram aprovados por unanimidade, terminando a sessão com um cocktail networking. Tendo sido sublinhadas as dificuldades, bem conhecidas por todos, vivenciadas no período pós eleitoral 2024 e que se arrastaram para o início de 2025, as actividades realizadas e o respeito pelos compromissos da CCMP, revelaram um comportamento resiliente e determinado, o que permitiu e permite continuar a encarar 2025 com um sentido de segurança na recuperação das actividades que ficaram pendentes e dar continuidade a um Plano ambicioso 2025, com o objectivo maior de contribuir para a melhoria do ambiente de negócios tanto no quadro nacional como no quadro bilateral Moçambique-Portugal. A boa saúde financeira com vista à sustentabilidade, faz da CCMP uma Associação sem fins lucrativos entre as melhores, o que perspectiva a capacidade de

esperar, também dos seus recursos humanos o melhor desempenho na preparação e organização de eventos que proporcionem um networking com vantagens distintivas.

Neste ano do 15° Aniversário da CCMP espera-se, igualmente, um acréscimo significativo do quadro associativo e a celebração da efeméride com a presença massiva de todas as Associadas, num formato que a todos possa orgulhar.

Vamos todos, juntos, FAZER ACONTECER!

SIQAS: 16 anos a impulsionar sustentabilidade e segurança no trabalho em Moçambique

Foi num ambiente acolhedor, embora com mudanças de última hora devido ao clima, que se celebrou o percurso da empresa moçambicana SIQAS (Sistemas Integradas de Qualidade, Ambiente e Segurança). O evento, organizado em parceria com a Câmara de Comércio Moçambique-Portugal, visava celebrar uma etapa marcante e, sobretudo, reforçar a importância crescente da qualidade, ambiente, higiene, segurança no trabalho e segurança alimentar no tecido empresarial moçambicano.

Cláudia Cardoso, fundadora e directora geral da SIQAS, foi a protagonista da noite. Com uma trajectória iniciada há 16 anos. Após a sua chegada a Moçambique com apenas 23 anos para trabalhar na empresa Cimentos de Moçambique, Cláudia foi homenageada por colegas e parceiros como uma mulher corajosa, resiliente e pioneira numa área que, em 2009, ainda era pouco valorizada no meio empresarial local. “Naquela altura, ninguém queria saber de sustentabilidade ou segurança no trabalho. Queríamos era fazer dinheiro, trabalhar de qualquer maneira”, recordou José Alexandre Ascenção, presidente da Assembleia Geral da CCMP e empresário na área de saúde ocupacional, destacando como a legislação e a visão de pessoas como Cláudia Cardoso mudaram esse cenário.

A directora geral apresentou a evolução da SIQAS, que nasceu com o apoio de empresas como a Cimentos de Moçambique e a Servitrade, e que hoje conta com cerca de 30 colaboradores técnicos, operando em todo o território nacional.

A empresa presta, actualmente, serviços especializados em qualidade, ambiente, saúde e segurança ocupacional, com intervenção em sectores como a construção, saúde, indústria, banca e telecomunicações.

Durante o encontro que decorreu no Hotel Meliá, Cláudia destacou os novos instrumentos legais introduzidos no País em 2024, que tornam obrigatória a avaliação de riscos ocupacionais, auditorias ambientais, e planos de

controlo médico para empresas de diversos sectores. Cláudia Cardoso frisou também que os tempos em que bastava “ter um extintor e uma planta de emergência” ficaram para trás. “Hoje, as empresas têm de investir na formação das suas equipas, realizar simulacros, preparar-se para riscos reais e apresentar relatórios ambientais consistentes”, afirmou.

A SIQAS, além de prestar consultoria, realiza monitorizações ambientais e ocupacionais com equipamentos próprios e técnicos qualificados, garantindo um serviço completo e alinhado com os mais recentes padrões internacionais. A empresa também investe continuamente na formação técnica da sua equipa, com parcerias de formação na Europa e América, reforçando a sua posição como referência nacional na área.

O evento, que decorreu no Hotel Meliá, teve ainda espaço para destacar o papel da Câmara de Comércio Moçambique-Portugal, que serve como elo entre os seus membros e potenciais negócios, promovendo o networking, parcerias e apoio técnico para um ambiente empresarial mais robusto e moderno.

“A SIQAS representa o tipo de empresas que queremos valorizar: sérias, consistentes, com impacto real. É por isso que a apoiamos”, concluiu Alexandre Ascenção da CCMP.

EMPREGO

Excelência laboral premiada na ‘Gala Elite Employer 2025’

A Gala da 4.ª edição do Elite Employer, promovida pela Tempus Global Group, distinguiu, a 15 de Maio, em Maputo, 36 organizações de referência nos diversos sectores do mercado.

AGalareuniu mais de uma centena de convidados, entre CEO’s, executivos de recursos humanos, parceiros institucionais e representantes de entidades públicas, privadas e internacionais, numa celebração da excelência na valorização do capital humano. As entidades premiadas foram reconhecidas pelo seu investimento no capital humano. No top 10 destacaramse a British American Tobacco Mozambique, Lda; Cervejas de Moçambique; Coca-Cola Sabco Mozambique; Galp Moçambique; Heineken; Mozambique Leaf Tobacco, Lda; Moza Banco SA; Multichoice Moçambique, SA; Standard Bank, SA; e Vivo Energy Moçambique. Para além destas empresas, o Elite Employer 2025 distinguiu, ainda, a ABT Associates Inc.; Aga Khan Academy; Associação H2N; Banco BiG; Banco Letshego; Banco Nacional de Investimento (BNI); Bayport Financial Services Moçambique (MCB), SA; Bureau Veritas Moçambique, Lda; CARE Internacional em Moçambique; Coral FLNG; FHI 360; Fundação Aga Khan; Fundação Aurum; Grindrod Mozambique; Kenmare

Moma Processing (Mauritius) Limited; Moçambique Leaf Tobacco; MSTAR SA (ZAP); Population Services International (PSI); Porto de Maputo; Sal & Caldeira Advogados, Lda; Sanlam Moçambique Vida Companhia de Seguros, SA; Sasol Petroleum Temane; Tongaat Hulett Mozambique; TV Cabo – Comunicações Multimédia; Twigg Exploration and Mining; UBA Moçambique e Vodacom Moçambique, SA.

As organizações distinguidas foram destacadas pelo seu compromisso com a criação de ambientes de trabalho saudáveis, inclusivos e motivadores. A avaliação teve como base cinco pilares fundamentais para o bem-estar e desenvolvimento dos colaboradores, nomeadamente: compensação e benefícios, ambiente de trabalho, progressão na carreira, cultura organizacional e equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

“O Elite Employer é uma forma de mostrar que as empresas que investem no capital humano conseguem desenvolver-se e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento do país. Como resultado, ao longo destes quatro anos de iniciativa, várias organizações já se questionam sobre o que podem fazer a mais para se tornarem empresas modelo”, afirmou Felipe Fabel, sócio e director da Tempus Global Group.

Uma das principais novidades desta edição foi a

introdução de uma auditoria independente em todo o processo de avaliação, reforçando os critérios de rigor e transparência.“Esta auditoria veio reforçar a credibilidade da distinção. Queríamos que cada reconhecimento estivesse sustentado por evidência real e comparável com as melhores práticas internacionais”, acrescentou ainda Felipe Fabel.

O Elite Employer tem vindo a consolidar-se como uma referência nacional em boas práticas de gestão de talento. Mais do que um prémio, é hoje um estímulo para que as organizações coloquem as pessoas no centro das suas estratégias de crescimento.

A edição de 2025 contou com o apoio da Hollard e da Global Edge Consultants, parceiros estratégicos da Tempus Global Group que partilham a mesma visão sobre o futuro do trabalho em Moçambique.

“A Global Edge tem a excelência como um dos seus valores e, esta noite, tivemos aqui a elite dos empregadores. São o verdadeiro topo do topo no que toca ao cuidado com os seus colaboradores, algo com que a Global Edge se identifica profundamente. Por isso, acredito que os nossos valores e os objectivos desta iniciativa estão perfeitamente alinhados”, afirmou Luís Rendall, country manager da Global Edge Mozambique. “São as pessoas que inspiram. Os profissionais de Recursos Humanos que aqui marcaram presença e o compromisso que demonstraram. Sempre que falamos com qualquer um dos profissionais, percebemos a dedicação em aprofundar o conhecimento das suas organizações, em identificar e potenciar o talento interno e em reconhecer o impacto real que isso tem nos seus

negócios. As pessoas aqui são apaixonadas, envolvidas e verdadeiramente comprometidas”, sublinhou, por seu lado, Lee-Ann Dobrescu, chief operating officer da Hollard Health.

As distinções atribuídas basearam-se nos resultados da Pesquisa Nacional de Benefícios e Gestão de Capital Humano, realizada entre Agosto e Novembro de 2024. Este estudo contou com a participação de mais de 250 organizações dos sectores público e privado, organizações não-governamentais e agências de cooperação internacional.

Condições de acesso: Cliente titular de uma conta de Depósito à Ordem no Millennium bim, com TCE aberto e aprovado + Factura + DU (Documento Único) do Exportador. Financiamento até 80% do valor do TCE pelo prazo máximo de 90 dias. As operações de crédito estão sujeitas à análise e aprovação de acordo com as políticas do Banco. Campanha válida até 31 de Dezembro de 2025. Saiba mais em www.millenniumbim.co.mz ou num Balcão Millennium bim perto de si.

LOGÍSTICA

Galp Frota: a aposta na digitalização e em soluções integradas em prol da mobilidade

Atenta aos desafios das empresas moçambicanas, a Galp tem apostado em soluções que aliam tecnologia, controlo e eficiência operacional. Nesta entrevista, Ivan Ngundela, Country B2B Manager da Galp, apresenta o Galp Frota, uma solução que está a marcar uma nova etapa na forma como as empresas gerem o combustível das suas frotas em Moçambique.

A Galp tem uma longa trajectória no mercado moçambicano. De que forma tem procurado inovar nas suas soluções para clientes?

A Galp tem uma presença sólida em Moçambique, com décadas de experiência no sector energético. Esta experiência tem sido acompanhada por uma aposta contínua na inovação, procurando sempre responder de forma prática às necessidades do mercado. Temos investido fortemente na digitalização e em soluções integradas, como o Galp Frota, que contribuem para a

eficiência operacional e o controlo rigoroso dos custos do combustível.

Que benefícios concretos a solução traz para as empresas?

A solução Galp Frota foi desenvolvida para responder a desafios comuns na gestão de combustível, como falta de controlo dos consumos, risco de fraudes e dificuldades na reconciliação de dados. Um dos grandes benefícios da solução é o controlo total sobre o consumo de combustível. Os gestores podem definir limites por viatura, condutor ou cartão e acompanhar os gastos em tempo real. Esta visibilidade imediata permite decisões mais informadas e rápidas. A solução também automatiza a facturação e gera relatórios detalhados que facilitam a reconciliação financeira, eliminando processos manuais e reduzindo erros. No final, o que oferecemos é uma gestão mais eficiente, com menos desperdício, mais transparência e maior tranquilidade para as empresas.

Como é que a solução Galp Frota salvaguarda a segurança nas transacções?

A segurança é um dos pilares fundamentais da Galp Frota. Para além dos cartões com PIN, da identificação automática de veículos por TAG (segurança adicional) e dos códigos de motorista, a plataforma oferece uma gestão centralizada com níveis de acesso personalizados. Isso significa que cada utilizador só tem acesso à informação e às funcionalidades que lhe dizem respeito, o que reduz riscos e garante maior controlo interno. Por exemplo, é possível configurar perfis como o de gestor de frota limitado (com acesso apenas à consulta de dados) ou de gestor com acesso total, que pode ajustar plafonds ou criar utilizadores. Também podemos definir o perfil de gestor de sub-contas, com acesso por região, o que é ideal para empresas com operações descentralizadas. Esta estrutura permite uma gestão mais segura, organizada e eficiente.

De que forma a componente digital da plataforma Galp Frota facilita a gestão diária das frotas por parte das empresas?

A solução Galp Frota está disponível tanto no portal online como na app GALP FROTAS, o que permite ao gestor de frota monitorizar as operações a partir de

“O grande diferencial da Galp Frota está na sua abordagem integrada e digital. Ao contrário de outras soluções, oferecemos uma gestão totalmente digitalizada do combustível, desde o controlo em tempo real até à emissão automatizada de facturas detalhadas.”

qualquer lugar, com total autonomia. Através destas plataformas, é possível consultar saldos, plafonds, e movimentos em tempo real, gerar facturas em formatos adaptados à contabilidade da empresa e até planear rotas com base na localização dos postos Galp. Tudo foi concebido para tornar a gestão mais simples, eficiente e segura, respondendo às exigências de um ambiente empresarial cada vez mais dinâmico.

Como é que a plataforma se adapta às diferentes realidades e modelos de gestão das empresas?

Contamos com três tipos de cartões que se ajustam a diferentes necessidades operacionais: o Cartão Pessoal, indicado para colaboradores individuais; o Cartão Empresa, associado à entidade da empresa e com maior versatilidade, podendo ser usado por qualquer motorista ou veículo; e o Cartão Veículo, ligado directamente à matrícula da viatura, com registo obrigatório de quilometragem e identificação do condutor e ideal para um controlo rigoroso por viatura. Esta estrutura permite que cada empresa escolha a configuração que melhor se adapta à sua operação. Além disso, como disse anteriormente, através do portal de gestão, é possível personalizar níveis de acesso e gerir regiões ou departamentos de forma autónoma, o que torna a solução ainda mais robusta e adaptável à realidade de cada cliente.

O que diferencia o serviço Galp Frota de outras soluções disponíveis no mercado?

O grande diferencial do Galp Frota está na sua abordagem integrada e digital. Ao contrário de outras soluções, oferecemos uma gestão totalmente digitalizada do combustível, desde o controlo em tempo real até à emissão automatizada de facturas detalhadas. A plataforma é flexível e adapta-se à realidade de cada cliente, permitindo configurar cartões por utilizador, veículo ou empresa, com total controlo de plafonds e acessos. Além disso, garantimos cobertura nacional edisponibilizamos um atendimento próximo e personalizado, que nos permite acompanhar cada cliente de forma contínua. É esta combinação de tecnologia, proximidade e adaptabilidade que faz com que a Galp Frota seja uma solução única no mercado moçambicano.

De que forma a Galp pretende continuar a apoiar as empresas na evolução das suas operações de mobilidade?

A nossa visão passa por continuar a ser um parceiro estratégico das empresas na modernização das suas operações. Galp Frota é apenas o início de uma estratégia mais ampla para apoiar as empresas na transição digital das suas operações de mobilidade. O nosso compromisso é estar ao lado das empresas, ajudando-as a ir mais longe, com mais controlo e confiança.

Biometria no Sector Bancário: a digitalização do toque moçambicano

É importante estarmos conscientes dos desafios que a implementação da Biometria no sector bancário irá representar para as instituições de crédito: o investimento necessário deverá ser levado a cabo de forma integrada, e não somente ao nível da aquisição de tecnologia para captação e armazenamento de dados.

Por Gonçalo Arroja | EY Manager, Financial Services – Assurance

Aintrodução da obrigatoriedade de captação de dados biométricos pelo Banco Central, aplicável às instituições de crédito (que captam depósitos) a operar no sector bancário em Moçambique, surge assim como novo desafio para os players deste mercado, sendo expectável a necessidade de ajustamentos consideráveis ao nível dos processos internos e dos controlos em vigor no âmbito do processo de abertura e gestão de contas bancárias de clientes No dia 27 de Março de 2024 o Banco de Moçambique publicou o Aviso nº06/2024, o qual define o novo Regulamento do Regime de Contas Bancárias (cuja respectiva implementação dispõe de um período de adequação de 180 dias). Este Regulamento define os procedimentos de abertura e gestão de contas bancárias, sendo aplicável a todas as instituições de crédito que captam depósitos em Moçambique. No âmbito deste Aviso verificamos que são introduzidas diversas alterações relevantes, quer em termos de requisitos de documentação, como também ao nível da definição de normas específicas para a regulamentação de contas conjuntas e para a gestão de

“A introdução da obrigatoriedade de captação de dados biométricos pelo Banco Central, aplicável às instituições de crédito a operar no sector bancário em Moçambique, surge assim como novo desafio para os players deste mercado”

“As instituições de crédito devem identificar os seus clientes através de mecanismos biométricos.” .

contas inactivas. Dos cerca de trinta e quatro Artigos presentes no Aviso nº 06/2024 do BdM, destaca-se sobretudo a inovação subjacente ao Artigo 5, definindo que

A introdução da obrigatoriedade de captação de dados biométricos pelo Banco Central, aplicável às instituições de crédito (que captam depósitos) a operar no sector bancário em Moçambique, surge assim como novo desafio para os players deste mercado, sendo expectável a necessidade de ajustamentos consideráveis ao nível dos processos internos e dos controlos em vigor no âmbito do processo de abertura e gestão de contas bancárias de clientes. Poderá, contudo, este desafio materializarse em benefícios acrescidos para o sector, e para os seus clientes? Embora pioneiro em Moçambique, o uso de dados biométricos no sector bancário é bastante mais comum do que muitos de nós podemos imaginar. A nível global, diversas instituições financeiras substituíram os sistemas “tradicionais” de identificação de clientes por sistemas assentes em dados biométricos. Em particular, para o processo de verificação conhecido como Know Your Customer (KYC), a Biometria ajuda a garantir a conformidade regulatória, criando um processo de verificação de identidade digital mais seguro e fidedigno. Um dos principais benefícios da Biometria é sua vantagem face aos tradicionais métodos de autenticação baseados em conhecimento (nomeadamente PIN’s – Personal Identification Numbers ou OTP’s – One Time Passwords), que podem ser facilmente roubados ou esquecidos. Em contraste, os métodos de verificação biométrica permitem que os utilizadores acedam às suas contas usando os seus traços biológicos únicos.

Como podemos então avaliar os potenciais benefícios deste novo requisito para o sector bancário de Moçambique? Para responder a esta questão importa começar por compreender os seguintes aspectos:

1. O que é a Biometria no sector bancário?

Biometria no sector bancário consiste no uso de características fisiológicas ou comportamentais únicas de indivíduos para efeitos de autenticação e segurança em transações bancárias digitais e acesso a contas bancárias. Estas características podem ser divididas em cerca de seis grandes categorias: reconhecimento facial, reconhecimento de voz, reconhecimento de impressão digital, reconhecimento de retina, biometria comportamental e reconhecimento de veias dos dedos e/ou da palma da mão).

2. Quais os benefícios da captação de dados biométricos para as instituições de crédito?

A introdução de Biometria nas instituições financeiras apresenta três principais benefícios para as instituições bancárias e os seus clientes: em primeiro lugar, destacase (i) a maior conformidade com os requisitos regulamentares de Prevenção ao Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo (PBC-FT). Em primeiro lugar, este ponto revelase de extrema relevância, não apenas pela sua conformidade com a Lei nº11/2022 do Banco de Moçambique e com as melhores prácticas internacionais em matérias de PBC-FT, mas também pelo seu alinhamento com o foco do GIFIM – Gabinete de Informação Financeira de Moçambique, para retirar o país da Lista Cinzenta do GAFI – Gabinete de Acção Financeira Internacional. Em segundo lugar, destaca-se (ii) a melhoria da capacidade no processo de prevenção de fraude nas instituições de crédito, que por si só permitirá às mesmas reduzir o montante de perdas operacionais e evitar danos reputacionais num mercado com

crescente competitividade. Por fim, de salientar (iii) o aumento de eficiência/celeridade no processo de verificação da identidade do cliente, sendo que sempre que um provedor de serviços financeiros enfrenta demoras / atrasos durante o processo de verificação de identidade de clientes, isso gera não apenas uma má experiência para o utilizador, mas aumenta também a probabilidade dos clientes abandonarem o processo. Em termos prácticos, e embora o Aviso nº 06/2024 do Banco de Moçambique apenas defina a obrigatoriedade das instituições de crédito em “identificar os seus clientes através de mecanismos biométricos.”, verificamos que os benefícios para as instituições de crédito acima referidos poderão ser, sobretudo, captados quando maximizando o investimento necessário para dar resposta ao mesmo, em outras componentes do negócio. Ao analisar o sector financeiro num contexto internacional, verificamos que algumas das principais áreas de uso

da Biometria incluem: (a) processo de onboarding de clientes e reautenticação da identificação de clientes, sobretudo no âmbito dos procedimentos de aceitação do cliente, KYC e de verificação da identidade para acesso a dados e processamento de transações; (b) processo de identificação no acesso a serviços de Mobile Banking e nas Agências, permitindo às instituições reduzir os riscos de fraude ao nível nos serviços bancários prestados por via de ambos os canais; e (c) acesso a ATM’s, minimizando a possibilidade de acesso fraudulento a contas bancárias por via de cartões de clientes que possam ter sido extraviados, clonados ou furtados. Por outro lado, é também importante estarmos conscientes dos desafios que a implementação da Biometria no sector irá representar para as instituições de crédito: o investimento necessário deverá ser levado a cabo de forma integrada, e não somente ao nível da aquisição de tecnologia para captação e armazenamento de dados. Numa fase inicial, será necessário reavaliar o ambiente de IT e perceber a capacidade de integração dos sistemas e plataformas em vigor com as ferramentas e tecnologia necessária para implementação da Biometria. Ao nível processual, será essencial reavaliar, actualizar e (eventualmente) redesenhar procedimentos e controlos em vigor, assegurando consequentemente a sua devida formalização interna ao nível das instituições. Simultaneamente, deverá ser promovido o reforço das competências internas de protecção de dados e de cibersegurança das organizações, bem como a capacitação dos recursos humanos necessários, por forma a assegurar o funcionamento e a gestão futura deste novo processo, de forma autónoma.

Na EY estamos cientes dos desafios que esta nova realidade representa para as instituições de crédito em Moçambique, e

Sendo a transformação digital um dos nossos actuais pilares estratégicos, não poderíamos deixar de acompanhar a (re)evolução que esta iniciativa representa e contribuir de forma activa e diferenciadora para a digitalização e transparência do sector

totalmente confiantes quanto às oportunidades e ao potencial que a Biometria apresenta para a distinção e reputação das mesmas no mercado. Sendo a transformação digital um dos nossos actuais pilares estratégicos, não poderíamos deixar de acompanhar a (re)evolução que esta iniciativa representa e contribuir de forma activa e diferenciadora

para a digitalização e transparência do sector que, por sua vez, permitirá potenciar uma maior eficiência das instituições e maior satisfação dos utilizadores, promovendo também a conformidade com os requisitos do Banco Central e com as melhores prácticas internacionais.

Fonte: Ernst & Young

Import . Export

Balança Comercial Parcial de Bens de Moçambique – Portugal, Outubro de 2024 à Abril de 2025 (USD Milhões)

Descrição out/24

Exportações

Variação (outubro 2024-abril de 2025): Quanto as Exportações houve um crescimento em 76%

Valor global (outubro 2024-abril de 2025): o valor exportado no período em referência foi de 6.8 Milhões de Dólares.

Principais Produtos exportados (Outubro 2024-Abril de 2025):

1 Crustáceos

2 Moluscos e invertebrados aquáticos

3 Partes exclusivas destinada a maquina de elevação

4 Castanha de cajú e coco

5 Tâmara, figo, ananás, abacate, goiaba e manga

6 Máquinas mecânicas, com função própria

7 Pneumáticos novos de borracha

8 Bulldozers, angledozers, niveladoras e análogos

9 Instrumentos e aparelhos de geodesia,topografia

10 Motores de pistão, de ignição por compressão

Principais Províncias envolvidas (4): Maputo Cidade, Nampula, Manica e Tete.

Importações

Variação (Outubro 2024-Abril de 2025): Quanto as importações houve decrescimento de 23%.

Valor global (Outubro 2024-Abril de 2025): o valor importado no período em referência foi de 125.7

Milhões de Dólares.

Principais Produtos importados (Outubro 2024-Abril de 2025):

1 Medicamentos em doses para venda a retalho

2 Condutores isolados para uso eléctrico

3 Caixas, sacos e outras embalagens semelhantes

4 Embarcações de recreio e desporto

5 Aparelho de conexão de circuito eléctrico

6 Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos

7 Preparações alimentícias diversas

8 Construções e suas partes de ferro e aço

9 Transformador e conversor eléctrico estático

10 Máquinas e aparelhos, de impressão e auxiliares

Principais Províncias envolvidas (7): Maputo Cidade e Província, Nampula, Cabo Delgado, Zambézia, Sofala e Tete.

Maputo, Junho de 2025

FICHA TÉCNICA

PROPRIEDADE Câmara de Comercio Moçambique Portugal Av 25 de Setembro, Prédio Cardoso 3º andar D - Maputo EMAIL info@ccmp.org.mz

DIRECTOR GERAL João Figueiredo DIRECTORA EXECUTIVA Alcina Matos

EDIÇÃO & DESIGN XMU - Consultoria em Comunicação e Design Editora Helga Neida Nunes Jornalistas Arménio Mucache, Letícia Banze, Mafuqueni Júnior, Fotografia Dino Valeta Design Rui Batista

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