Elieni Tenório Recortes da Alma Feminina

Este projeto é uma realização da Diretoria de Interação Cultural - DIC/ Fundação Cultural do Pará -FCP, através do PROGRAMA SEIVA – EDITAL Nº 006/2015 “PAUTA LIVRE” Realizado na Galeria Theodoro Braga de 8 a 31 de março de 2016

Elieni Tenório, Mazagão - AP, 1954. Vive e Trabalha em BelémPa. Atualmente, desenvolve pesquisas na utilização de diversas técnicas e suportes visando ampliar sua visão plástica na representação do seu universo feminino. Já realizou diversas individuais no Brasil e no exterior, destacam-se as seguintes exposições: “Obsessão” - Galeria Belllevue-Saal, Wiesbaden, Alemanha 2008; Bienal Internacional de Arte Siart (La Paz – Bolívia 2009); XV, XVI e XVII Bienal Internacional de Gravura de Sarcelles, França 2011, 2013 e 2015; Mostra de Lyon de Gravura, Lyon, França 2011; 8° Bienal Naif do Brasil Entre Culturas, Piracicaba, São Paulo 2006; XIV Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal 2007; XXV Salão Arte Pará, 2° Grande Prêmio, Belém–PA 2006 . Possui obras em acervos do MHEPPa; MABE-Pa; Museu Casa da Memória da UNAMA; Fundação Rômulo Maiorana; MABEU; ESTACON; CC Dragão do Mar-CE; Museu Casa das Onze Janelas; IAP-Pa; Museu da UFPA; Museu de Arte de Vila Nova de Cerveira-Pt; Pinacoteca Municipal de Atibaia–SP; Secretaria de Cultura de Wiesbaden (Wiesbaden–Alemanha); e em acervos particulares.

Governo do Estado do Pará Simão Jatene Presidente da FCP Dina Oliveira Diretor de Interação Cultural Walter Figueredo Gerente da Galeria Theodoro Braga Guilherme Teixeira Equipe da Galeria Theodoro Braga Eliane Moura, Gonçalo Neto, Renato Torres, San Rodrigues e Luana Mesquita (estagiária) Projeto Gráfico Eliane Moura Expografia, Edição, Montagem e Iluminação Eliane Moura, Renato Torres e Gonçalo Neto Exposição Contemplada no Concurso Pauta Livre 2015 exposições 2016 Exposição de 8 a 31 de março de 2016 das 9h às 19h - segunda a sexta Galeria Theodoro Braga - FCP Av. Gentil Bittencourt, 650 - CENTUR (subsolo) galeriatheodorobraga@gmail.com Realização:

Elieni Tenório

Nudez Desnudar-se a cada golpe Escavar com as unhas o próprio espaço Desbravar limites num compasso Para poder ser, Nem mais nem menos.

(Luciana Brandão Carreira)

É sugestivo o percurso artístico, Recortes da Alma Feminina, proposto por Elieni Tenório. E, diante desse “desnudar-se a cada golpe”, é preciso reafirmar: “chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder o que não dá mais para ocultar”. E a poesia oferece a mão para empreender esse “doce ou atroz, manso ou feroz” recorte.

Um construir, desconstruir e reconstruir em costuras e camadas de si. Um processo de buscacaminho, juntar, desjuntar, reajuntar. Pedaços díspares, alma microscópica em lâminas, num desenhar-se sutil que aqui e ali ainda sangra. Vestígios de um vermelho afloram tênues à flor da tela. Busca multifacetada, cubista e ficcional. Vermelho também marca da sensualidade própria e propícia às artes de uma performance-mulher. Sedução.

Territórios-Mulher. Continentes insistentemente transpassados, perfurados, introduzidos. E logo, desenhos finos delicados sobrepostos a moldes-roteiro. A conversão semiótica na mudança de significados de objetos outrora utilitários, implosão de limites, plurissignificação. Travessia da margem do signo utilitário para o signo artístico.

Emergem agulhas, fitas métricas, instrumentos cortantes ou perfurantes. Objetos cotidianos tratados artisticamente em uma infinitização de sentidos. Fragmentação. E linhas artisticamente tecidas para juntar o que foi cirurgicamente separado e agora redesenhado em teias semânticas. A materialização da busca na matéria-linguagem profusa e diversa: linha, desenho, couro, renda, grega, roupa, pele.

Em objeto escultórico tridimensional é empreendida a artística manipulação do corpo, agora o manequim-inerte. A busca de imprimir a alma na pele. A alma de si, de se fazer mulherprocura, essência. A busca de suportes que suporte o recorte intrincado, rendado, enredado da alma feminina. Hibridização. Experimentação. Técnica mista. A arte indo além do ato da arte.

Ato que arde criação e realidade na mesma chama.

Inspiração. Transpiração. Suor. Êxtase. Desejo que não se extingue na procura. “Festa da subjetividade a produzir sentidos”. Adentra a alma do expectador que potencializa a própria busca em si. Reverbera esse mosaico da alma feminina perscrutada página a página de si, dobra a dobra, fenda a fenda. “Escavar com as unhas... para poder SER nem mais, nem menos”.

Rita de Cácia Arte Educadora e Poeta.

Obras de série “Recortes da Alma Feminina”. 2015/16. Técnica Mista