Artigo comportamento de manada

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SOB PRESSÃO DAS MASSAS: Como grupos influenciam nossas ações.

Galeno de Melo¹

Resumo O tema “comportamento de manada”, assim como diversos outros temas, não teve um origem definitiva. Apesar do termo ter sido cunhado por Wilfred Trotter, a influência de grupos sobre o indivíduo já era objeto de estudo desde muito antes por psicólogos como Le Bon e pensadores da Grécia antiga. O objetivo do presente artigo é fazer um compilado das informações disponíveis em vários ramos de aplicação do efeito manada, conceituando-o e mostrando aplicações práticas no mundo animal, na economia e também na internet. Para tal, foi realizada uma revisão bibliográfica de alguns artigos e livros que expõem o tema em alguns desses segmentos. A revisão mostra que o efeito pode ser observado facilmente em animais, cujas manadas costumam seguir um padrão de comportamento. Dessa forma, entendendo desses padrões, os responsáveis pela criação de animais, como os pecuaristas, podem ter seu trabalho facilitado e melhor aproveitado quando manuseiam um grande número deles. Já na economia, é possível predizer crises ou grandes movimentações monetárias, sabendo a quem os investidores costumam seguir e o que justifica essa atitude. Na internet, contudo, é mais difícil haver essa predição, tendo em vista a dinamicidade do ambiente e a rapidez com que as informações são propagadas. Nesse caso, o efeito pode ser observado posteriormente à sua ocorrência, como uma forma de entender o que levou à determinado acontecimento.

Palavras-chave: comportamento de manada, multidões, economia, internet, animais.

Abstract The topic “herd behavior”, as many other topics, did not have a definitive origin. In spite of the word had been created by Wilfred Trotter, the influence of groups over ¹ Acadêmico de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pela faculdade BOM JESUS/IELUSC, em Joinville, Santa Catarina. E-mail: galenodemelo@gmail.com.


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an individual was already been studying long before by psychologists like Le Bon and philosophers at ancient Greece. The objective of this article is to make a compilation of available information in several herd behavior applicable segments, conceptualizing it and showing practical applications on the animal kingdom, on economy and even on the internet. For this, it was realized a literature review of some articles and books that expose in some of these segments. Review shows that the effect can be easilly observed on animals, whose herd usually follow a standard behavior. In this way, understanding these patterns, the responsibles ones for animal breeding, such as ranchers, can have them job facilitated and better spent when handling a lot of animals. In the economy, it is possible to predict crisis or large currency movements, knowing who the investors usually follow to and what justify this attitude. In the internet, however, it is more difficult to make a prediction, knowing about dynamicity of web and it speed of information propagation. In this case, the effect can be observed poteriorly of it’s ocurrence, as a way to understand what drives to an event.

Keywords: herd behavior, crowd, economy, internet, animals.

Introdução No filme Die Welle (“A Onda”, na versão brasileira), de 2008, o diretor Denis Gansel retratou uma experiência realizada por um professor com o intuito de mostrar aos seus alunos como ainda existe a possibilidade de se instaurar um regime totalitário na Alemanha. Para isso, criou um movimento que ele mesmo comandava de maneira rígida, com leis e punições severas a quem não cumprisse as ordens. O experimento deu resultados: em poucos dias, o professor conseguiu demonstrar como é possível manipular multidões facilmente. O enredo do filme foi baseado em um experimento realizado em 1967 por Ron Jones, professor que queria mostrar como o surgimento e ascensão do nazismo foi possível. Em apenas cinco dias Jones teve de encerrar o experimento, devido às proporções que ele havia tomado. Com o teor totalitário e casos de fanatismo dentro do grupo, alguns alunos tentaram resistir ao movimento e expor suas falhas. Vários desses alunos, contudo, acabavam cedendo à pressão da grande maioria.


3 Esse é um exemplo simples do comportamento de manada (ou “efeito manada”, ou até mesmo “efeito Maria-vai-com-as-outras”), termo utilizado para descrever situações em que um grupo de indivíduos reage de maneira semelhante, mesmo sem uma direção planejada, por causa da pressão exercida pelo grupo, pela maioria ou por um líder influente. O termo foi cunhado e popularizado pelo cirurgião britânico Wilfred Trotter em seu livro Instincts of the Herd in Peace and War (sem versão em português). O tema, contudo, já era objeto de análise por parte dos filósofos Soren Kierkegaard e Friedrich Nietzche, que criticavam a influência que a sociedade e grandes grupos exercem em um indivíduo. Nos dias atuais, o comportamento de manada pode ser percebido em toda parte: nos investimentos financeiros, no sucesso (ou fracasso) de uma empresa e, principalmente, na internet. Entender as suas causas pode ser a chave para predizer sucessos de vendas e a reação de um grupo de pessoas perante determinada situação, possibilitando adequações e a busca mais efetiva pelos responsáveis pela propagação de uma tendência. Para esta revisão da literatura, com o objetivo de mostrar aplicações práticas e ocorrências do efeito manada, foram pesquisados autores de diversos ramos de atuação, como psicologia, marketing, economia e tecnologia da informação. Essa diversificação se dá pela grande abrangência do tema e seus reflexos nessas áreas, com o objetivo de entender como funciona e como pode ser posto em prática os conhecimentos sobre o comportamento de manada. Dentre os autores pesquisados, destacam-se pela sua relevância Milton Valejo Sanches, mestre em economia pela USP, Sérgio Telles, psicanalista e membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Além deles, não se pode esquecer de citar Sigmund Freud, pai da psicanálise, e Gustave Le Bon, citado diversas vezes nos trabalhos sobre grupos e massas de Freud.

A influência das massas Em agosto de 2011, após uma marcha pacífica contra um assassinato cometido por um policial em Londres, deu-se início aos eventos conhecidos como Distúrbios Londrinos (London Riots). A cidade sofreu cerca de 3.400 atos de vandalismos, incluindo saques e incêndios criminosos. No total, 14 cidadãos ficaram feridos e cinco foram assassinados, enquanto tentavam proteger seus bens dos vândalos. Mais de


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três mil pessoas foram presas e mil acusadas de crime. Uma das explicações mais aceitas para o incidente é o “comportamento de manada”, que levou um grande número de pessoas a perder o controle e agir de forma selvagem (JESUS, 2013, p.495). Canetti (1995) diz que os acúmulos de pessoas, as massas, são um recurso para que cada indivíduo perca seu medo de experimentar ações novas ou realizar ações que não fariam sem a presença de outros indivíduos. De acordo com Freud (1940), a principal característica das massas é a perda de identidade própria dos sujeitos envolvidos, que se vê como semelhante dos demais componentes da massa e que, em alguns casos, se identifica com a figura do líder do grupo. Essa figura ocupa o lugar do ideal do ego e do superego dos indivíduos do grupo, que o idealizam como uma figura paternal. Entende-se por massa ou multidão qualquer agrupamento humano com grande número de indivíduos simultaneamente, de maneira organizada ou não, com ou sem liderança. Algumas das características das multidões são o anonimato dos indivíduos, consequência do acúmulo de pessoas, proximidade física e comportamento comum (VIRNO, 2001). Dessa maneira, vários dos participantes da marcha cometeram atos de vandalismo, mesmo não tendo histórico de agressão ou tendências à violência, simplesmente seguindo o comportamento dos grupos que vandalizavam as ruas e tendo a sensação de que o anonimato os manteria à salvo de possíveis punições. Quando em grupo, o indivíduo perde sua distintividade e se torna uno ao grupo maior. Para Le Bon, dotes particulares do indivíduo se apagam em grupo, mas as funções inconscientes que estão presentes em todos os membros surgem. Mesmo tendo isso em mente, Le Bon não conseguiu identificar a causa desse comportamento: “é fácil provar quanto o indivíduo que faz parte de um grupo difere do indivíduo isolado; mas não é tão fácil descobrir as causas dessa diferença” (Le Bon, 1895, tradução livre). Segundo Telles (2015), quando em uma multidão, “o indivíduo tem seu comportamento habitual modificado, decorrente da perda transitória de sua identidade. Com isso, ele fica privado dos parâmetros internos que estabelecem a forma como vê a si mesmo, os outros e a realidade externa”. É dessa forma que ele se isenta da responsabilidade por seus atos, delegando-a à figura paterna que o lidera e aos seus companheiros. Nesses casos, podem ser libertados impulsos de agressão e sexualidade que não o seriam quando em isolamento.


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Telles também observa que esse tipo de fenômeno psicológico mostra a volatilidade e a instabilidade do aparelho psíquico. De uma hora para outra ocorre uma transição de um cérebro com funcionamento mais estruturado, organizado e racional, para um modo mais arcaico e selvagem. Esse tipo de comportamento dá vazão à vários desejos humanos, por isso as massas tendem a se formar espontaneamente. Outra observação que o autor faz é da participação da mídia na formação das chamadas multidões virtuais. Essas multidões virtuais são, por definição, costumeiramente maiores do que as multidões físicas. Isso porque os indivíduos que se encontram no conforto de seus lares, observando passivamente, recebem grande carga de conteúdo ideológico. Esse conteúdo é compartilhado simultaneamente com milhares – e até mesmo milhões – de outros espectadores, que o absorvem e reagem sem criticar ou racionalizar sobre. Essa “servidão voluntária”, segundo Freud, se dá pela garantia de proteção, livrando-se dos possíveis problemas que podem ser causados pela liberdade. Ao abdicar da liberdade e da autonomia, o indivíduo se submete ao “pai poderoso”, ou seja, o líder do grupo, pois assim se sente seguro e evita conflitos por divergências. Mas a análise de Freud, de acordo com Telles, foi feita com base nos regimes totalitários do século passado. Nos regimes democráticos ocorre uma dicotomia: o indivíduo anseia pela liberdade e pelo seu livre-arbítrio, ao mesmo tempo que deseja uma figura paterna que o proteja. Retornando à esfera do público, poder-se-ia perguntar: se há um líder onipotente que quer o poder e massas infantis que desejam ser por ele comandadas, por que não deixar que isso aconteça? A experiência do nazismo talvez seja a resposta mais cabal a essa questão: atender aos anseios regressivos de ambas as partes é dar livre curso à irracionalidade psicótica mais desagregadora e destrutiva. (TELLES, 2015, p.319).

Por isso, Telles defende que a democracia deveria tentar ao máximo “evitar as circunstâncias que proporcionem a formação de massas, quer seja na prática política, quer seja como efeito dos meios de comunicação” (2015, p.319). Essa ideia vai de encontro com a ideia proposta por Freud sobre como as massas podem ser influenciadas. Ele alega que as multidões vão “diretamente a extremos” e que “se uma suspeita é expressa, ela instantaneamente se modifica numa certeza incontrovertível; um traço de antipatia se transforma em ódio furioso” (1940, p.56). Sabendo da existência desses extremos, Freud argumenta que um grupo só pode ser influenciado por um estímulo forte e excessivo. Para fazer com que uma


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massa mude sua ordem de ação, pode-se desprezar a ordem lógica de argumentos e a razão do que é dito. Basta apenas que “pinte nas cores mais fortes” e que “exagere e repita a mesma coisa diversas vezes” (1940, p.57). Outra forma de exercer a influência é por meio das palavras. Algumas frases e “fórmulas” são capazes de causar verdadeiro furor na multidão ou completo apoio ao líder, mesmo que não façam sentido lógico ou que não falem sobre uma verdade possível. Os grupos tem certo anseio por ilusões e não se mantêm unidos se não as tiverem. A influência do que é verdadeiro e do que é falso é equivalente. (FREUD, 1940). Quando em grupos, de acordo com Le Bon (1895), o indivíduo adquire sentimentos de invencibilidade, unicamente por causa do número de outros indivíduos no mesmo espaço. Com esse sentimento de invencibilidade, sente-se maior liberdade para liberar impulsos reprimidos dentro de si. Dessa forma, ele estará menos disposto a manter o controle e projetará parte da responsabilidade nos demais indivíduos do grupo. Segundo nosso ponto de vista, não precisamos atribuir tanta importância ao aparecimento de características novas. Para nós, seria bastante dizer que, num grupo, o indivíduo é colocado sob condições que lhe permitem arrojar de si as repressões de seus impulsos instintuais inconscientes. As características aparentemente novas que então apresenta são na realidade as manifestações desse inconsciente, no qual tudo o que é mau na mente humana está contido como uma predisposição. Não há dificuldade alguma em compreender o desaparecimento da consciência ou do senso de responsabilidade, nessas circunstâncias. (FREUD, 1940, p.13).

Outra causa do comportamento de manada está ligada ao chamado “contágio”, que mostra a tendência que o grupo deverá seguir. Dentro do grupo, o contágio ocorre por meio de sentimentos e atos comuns, fazendo com que o indivíduo abandone seus interesses pessoais e passe a valorizar o grupo acima dos seus interesses. (LE BON, 1895). Mas a causa mais importante, de acordo com Le Bon, é uma espécie de hipnose – um estado mental em que o indivíduo é altamente sugestionável por um operador. Esse é um ponto em que toda a personalidade se desvanece e o indivíduo “se encontra nas mãos do hipnotizador” (LE BON, 1895, p.34), ficando ele inconsciente de seus atos. Nesse estado, algumas faculdades mentais são perdidas e outras podem ser potencializadas, fazendo o “hipnotizado” agir contra sua personalidade conhecida. E, ao ver outros indivíduos se portando da mesma forma, essas ações acabam sendo recompensadas com sensações de prazer, pois faz-se


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sentir como integrante de algo maior e como autor de uma ação que agrada os demais seres. Freud, ao complementar a ideia de Le Bon sobre o comportamento de manada, sugere que dois dos tópicos apontados por Gustave, sugestionabilidade e contágio, não fazem parte do mesmo espectro, mas sim que um é causa do outro. Além disso, Freud fala sobre um provável substituto do hipnotizador citado por Le Bon, que é responsável pela fascinação e que tem papel importante no que se refere ao contágio, que conta, também, com a participação da transmissão entre si dos demais indivíduos. Essa figura seria a de um pai protetor, já citado anteriormente.

A influência das massas em ações duvidosas Em um experimento clássico – transformado em pegadinha para um programa televisivo –, aguardava-se que uma vítima adentrasse o elevador e esperasse pelo fechamento da porta. Como é habitual, a vítima estaria olhando em direção à porta de saída. O experimento consiste em fazer com que um pequeno número de pessoas exerça pressão o suficiente sobre a vítima para que ela mude a direção do seu olhar. Dessa forma, inseriam-se gradualmente pessoas no elevador olhando para o ladro contrário (a parede de metal do elevador), de maneira que, sem saber, a vítima virasse o corpo e olhasse para a mesma direção que a maioria dentro do elevador, criando um desconforto até que a vítima siga a maioria. Em outro experimento, chamado “Experimento de Conformidade de Asch”, vários participantes deviam escolher dentre três opções qual mais se assemelhava a uma imagem exibida. A resposta era óbvia, mas o experimento tinha um viés: a grande maioria dos participantes não eram voluntários, mas sim atores que faziam a escolha errada propositalmente. Quando chegada a vez dos voluntários não atores fazerem suas escolhas, era bastante provável que eles seguissem a escolha da maioria, mesmo sabendo estarem enganados. O motivo, segundo os psicólogos que realizavam o experimento, era que os participantes não queriam contradizer a maioria e, dessa forma, sentir-se como participantes do grande grupo, mesmo sabendo que a decisão do grupo não foi a correta. De acordo com o autor do experimento, Solomon Asch, outro motivo que levou à decisão incorreta tem a ver com a crença de que o grupo identificou algo que o indivíduo não conseguiu perceber. Assim, ele optou por acreditar na maioria por não


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ter certeza de sua resposta. Graham (1999), por sua vez, diz que errar com a maioria é menos estressante do que conviver com um erro por se posicionar de maneira oposta ao grupo, que ocasiona constrangimento. Esse tópico é visível, por exemplo, no mercado financeiro, e será retomado mais à frente. Apesar da comicidade de ambas as situações, esses são casos práticos de como o indivíduo sofre com a pressão dos grupos. Em algumas situações, isso pode levar uma multidão a seguir um comportamento imoral e incorreto. Telles cita a experiência do nazismo como um exemplo fácil dessa tendência, provocada por um líder autoritário que atendia aos anseios da população alemã por uma figura paternal de liderança a quem gostariam de seguir. Freud diz que... [...] nos grupos, as ideias mais contraditórias podem existir lado a lado e tolerar-se mutuamente, sem que nenhum conflito surja da contradição lógica entre elas. Esse é também o caso da vida mental inconsciente dos indivíduos, das crianças e dos neuróticos, como a psicanálise há muito tempo indicou. (1940, p.60)

Outra forma de ação do grupo sobre o indivíduo é, ironicamente, causar a ausência de ação. O Efeito Espectador, também chamado síndrome de Genovese (que ganhou esse nome após o assassinato de Kitty Genovese), segundo Pedro Garrido, Psicólogo Clínico e colaborador do portal Oficina de Psicologia, é um fenômeno em que espectadores de eventos violentos ou perigosos não oferecem qualquer ajuda ou demonstram qualquer solidariedade à(s) vítima(s) do evento quando há outras pessoas presentes. Ele afirma que, paradoxalmente, quanto maior o número de espectadores, menor a probabilidade de alguém ajudar. Júlio Melo, citando Latané e Darley, explica que isso ocorre por causa de uma espécie de difusão da responsabilidade, em que os indivíduos dividem a responsabilidade de ajudar com os demais integrantes do grupo. Com isso, o tempo de resposta demora mais ou pode até mesmo nem ocorrer. Entre os experimentos realizados para comprovar o Efeito Espectador, um deles merece ser citado. Latané e Darley lançaram uma bomba de gás inofensivo dentro de uma sala onde um estudante fazia suas tarefas, simulando um princípio de incêndio. A reação – correr e avisar alguém – levou apenas cinco segundos. Eles resolveram tentar o mesmo em uma sala com mais pessoas. Dessa vez, lançaram a mesma bomba em uma sala com quatro estudantes, que levaram mais de vinte segundos para fazer o mesmo que o outro estudante havia feito.


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Comportamento de manada no reino animal A palavra “manada” é associada à animais quase que instintivamente. O biologista Willian Donald Hamilton afirma que, em uma situação de fuga de um predador, “cada membro do grupo reduz o perigo para si mesmo se movimentando o mais próximo o possível para o centro do grupo em fuga” (1971, p.291. Tradução livre). Pesquisas feitas por biólogos, como Henri Weimerskirch, corroboram a ideia de que os animais se portam semelhantemente em grupos para fins pessoais. Weimerskirch comprovou – por meio do monitoramento de batimentos cardíacos de pelicanos – que as aves migratórias voam em V para poupar energia. Além disso, em suas observações, ele notou um padrão que se repete em todas as espécies que migram dessa forma: a ave que vai à frente bate as asas muito mais rapidamente do que as aves que estão logo atrás. Isso ocorre por causa da resistência enfrentada com o atrito entre o corpo dos pelicanos e as moléculas do ar, que é muito maior para quem está à frente e que, graças a formação em V, diminui para quem vem atrás, devido à efeitos aerodinâmicos. Como forma de contribuir para o grupo, as aves revezam na posição dianteira. Assim, os pelicanos se ajudam mutuamente, gastando menos energia durante a migração. Mas nem sempre a adesão à grupos é vantajosa no reino animal. Segundo Vianna (2007), os bovinos são animais gregários, ou seja, que necessitam de vivência em grupo. Sem isso, acabam ficando estressados e tendo uma qualidade de vida ruim. Em bando, eles adquirem vantagens sociais, reprodutivas e defensivas. Contudo, nesses grupos, acabam havendo maiores disputas por recursos. Além disso, os grupos de bovinos contam com uma liderança, à qual é definida por meios agressivos, a fim de ter acesso prioritário à recursos como água e comida. O líder também é responsável por orquestrar todo o rebanho. No caso das vacas, é comum ver um rebanho inteiro se comportando da mesma forma. Para isso, basta que o líder do bando faça algum movimento. O cuidador, sabendo disso, pode guiar o rebanho inteiro ao manejar apenas uma vaca. Com isso, todas podem ser guiadas para o abate sem pestanejar. Outro ponto levantado pela autora é o problema que o grande número de membros no mesmo rebanho pode causar. Nesses casos, é comum que os integrantes não consigam reconhecer os outros membros, muito menos seu nível na


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hierarquia. Por isso, é muito maior a incidência de agressividade em rebanhos maiores do que em rebanhos menores.

Comportamento de manada na economia Em finanças, o termo “comportamento de manada” é usado sob o mesmo pretexto citado anteriormente. Segundo Sanchez, o termo se aplica em “situações onde um grupo de investidores imita o comportamento de outro grupo, ignorando suas próprias crenças e convicções acreditando que este outro grupo tenha informações melhores que as suas” (2013, p.8). Esse tipo de situação preocupa os reguladores de mercado, pois pode conduzir à ações exageradas e acabar desestabilizando o sistema. O comportamento costuma ser observado em casos onde a venda ou compra de ações é frenética, o que pode criar as chamadas “bolhas especulativas” ou até mesmo crises nas empresas. Em momentos de alta do mercado, é comum observar investidores comprando os mesmos ativos que os outros estão comprando, para não ficar “de fora” de uma oportunidade que parece surgir (SANCHEZ, 2013). O resultado disso pode vir quando a empresa que vendeu os ativos apresenta seus resultados: caso não cumpra com as expectativas (que já haviam sido supervalorizadas anteriormente), pode haver um “êxodo” de investidores, ocasionado, novamente, por um efeito manada, tendo em vista que nenhum deles deseja ser o último a se desfazer das ações de uma empresa fracassada. Em uma situação dessas, observa-se que dois sentimentos podem ser responsáveis pelo fenômeno da manada: inicialmente, o otimismo, com a compra massiva de ativos; posteriormente, de medo, com a saída de vários investidores do negócio para evitar perdas significativas. É importante ressaltar que no mercado financeiro é possível encontrar duas formas de efeito manada: voluntárias (quando há ciência de que se está seguindo outros grupos) e involuntárias (quando não se está ciente). O primeiro caso ocorre, por exemplo, quando há uma redução da taxa básica de juros e todos reagem com um movimento de aumento da renda variável de seus portfólios. Isso porque uma notícia pública faz com que eles ajam de forma racional e simultânea à algo que atinge à todos. Outra variável que pode influenciar o efeito voluntário é a formação dos indivíduos. Profissionais com formação semelhante, treinados a responder de maneira semelhante e que recebem as mesmas informações tendem a agir da mesma forma.


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Já o segundo caso, involuntário, pode ocorrer por motivos como a falta de informações ou quando acreditam que suas informações são rasas demais para tomar uma decisão por conta. Dessa forma, preferem confiar nos outros grupos que acreditam ter mais ou melhores informações e que podem, dessa forma, tomar uma decisão mais embasada para suas ações. O problema é que os indivíduos que seguem outros grupos nem sempre têm acesso à essas informações utilizadas, o que torna a decisão de segui-los arriscada (SANCHEZ, 2013). A falta de informações para guiar os investimentos pode ter diversas causas. As principais são os custos de pesquisa e problemas de análise ou baixa confiabilidade nos métodos utilizados. De acordo com Avery e Zemsky (1998), esses são alguns dos fatores que aumentam a incidência do efeito manada nos investimentos. Quando os investidores têm apenas uma dimensão de incerteza, como o preço do ativo, é baixa a incidência do efeito. Mas quando há mais dimensões de incerteza, a probabilidade dos investidores seguirem outros grupos aumenta bruscamente. As assimetrias de informação nos mercados podem gerar um “ruído” nos preços de tal forma que estes podem não refletir corretamente os fundamentos de mercado. Se existirem assimetrias de informação importantes entre os participantes do mercado, o fluxo de investimentos entre investidores menos informados pode ser interpretado erroneamente pelos demais investidores como tendo sido obtido por informações fundamentais de boa qualidade (SANCHEZ, 2013, p.17).

Esse

comportamento,

causado

pelo

mesmo

efeito

contágio

citado

anteriormente por Le Bon, é agravado pelos efeitos da globalização. Em alguns casos, o contágio chega às pessoas físicas interessadas em fazer investimentos. Uma reportagem da Folha de São Paulo sobre as ações da Petrobrás citou um caso em que o efeito pôde ser observado. De acordo com o jornal, a estatal teve aumento de 23% nas ações preferenciais e 38,2% das ordinárias, altas essas ocasionadas, principalmente, pela especulação em torno de um balanço de 2014 publicado em atraso, mesmo não havendo provas de aumento da produção ou da distribuição de combustível. A crise de 2008 também teve indícios de um comportamento de manada. Segundo Bastos e Gonzalez (2013), os investidores brasileiros imitaram os norteamericanos e investidores de outros países, apesar do mercado nacional ter uma estrutura especulativa diferente dos demais mercados. Não só os brasileiros seguiram


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os investidores estrangeiros como também outros brasileiros, resultando em uma redução do preço dos ativos. Kutchukian (2010) relembra que o comportamento de manada contraria o Moderna Teoria de Finanças (MTF) em dois pontos. São eles: 1) Os agentes maximizam sua utilidade esperada de acordo com sua aversão ao risco, de maneira individual, sem levar em consideração a possibilidade de levar a decisão a blocos de indivíduos; 2) O preço reflete o que há de informação disponível. Se há um movimento correlacionado de investidores, isso indica que eles não acreditam que o preço atual seja justo. Caso contrário, não haveria razão para negociarem. O primeiro ponto se mostra incompleto, tendo em vista que o comportamento de outros investidores, e não apenas a utilidade esperada, também é um fator de decisão. Kutchukian cita o pressuposto da MTF de que as expectativas e informações sejam homogêneas. Se parte do efeito é causado pela crença de que outros agentes tenham informações melhores do que as próprias, então o pressuposto se mostra incorreto. De um modo geral, o autor diz que o efeito manada dificilmente tem um bom resultado para os envolvidos. Se vários investidores, seguindo a tendência de outros grupos, decidem por sair de um mercado, eles farão ofertas dos seus ativos por preços abaixo do justo devido à saturação de ativos, ocasionada pelo grande número de ofertas. Mas, qual o fator que impulsiona a escolha de qual grupo seguir? Além do palpite de que ele possui informações mais precisas, também há influência da reputação do grupo a ser seguido. Com base na imagem e no número de acertos e erros dos grupos, é comum haver uma classificação de acordo com as habilidades e a probabilidade de acerto deles. Os grupos com desempenho inferior costumam (e se sentem impelidos a) seguir os grupos com melhores taxas e probabilidade de acerto. Mosca, em seu artigo para o jornal Valor, ainda argumenta que o efeito pode ter relação com os chamados “neurônios-espelho”. Citando pesquisas recentes que afirmam que algumas das nossas células cerebrais não conseguem diferenciar o “ver algo” de “fazer algo”. Para esses neurônios, “ver” e “fazer” são interpretados da mesma forma. É por isso que os espectadores que viam Robert Kruwilch, em uma matéria científica, carregar uma pilha de caixas que aparentemente iriam cair ficavam com experessões de ansiedade e aflição no rosto. Os neurônios-espelho faziam com


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que eles sentissem uma espécie de empatia instantânea e acabassem por se envolver com Robert e sentir o mesmo que o jornalista estaria sentindo, mesmo sem conhecêlo. Mosca diz que esses neurônios podem estar por trás de ondas de pessimismo ou otimismo no mercado financeiro. Isso porque os investidores costumam ler notícias ou estar em contato com outros profissionais do mesmo ramo e, havendo essa conexão de ações e sentimentos por meio dos neurônios-espelho, acabam por se contagiar pelos outros. Boa parte desse sentimento decorre do mundo conectado no qual vivemos hoje, graças, principalmente, ao poder da internet. Esse assunto será abordado logo mais.

Comportamento de manada na internet Em novembro de 2002, houve o primeiro caso de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) com vítima fatal na China. A doença, na época ainda pouco conhecida e com sintomas semelhantes ao da pneumonia, ocasionou uma onda de pânico mundial. As autoridades pediam cautela, mas as correntes de e-mail e blogs já falavam de uma pandemia. Em poucas horas, a taxa de reservas e ocupação dos hotéis de Hong Kong caiu de 80% para menos de 15%. Depois, escolas no Canadá foram fechadas e restaurantes chineses foram boicotados nos Estados Unidos, mesmo estando há milhares de quilômetros do foco inicial da doença. Com cerca de oito mil infectados e menos de mil vítimas fatais, a OMS declarou que a epidemia de Sars teve consequências brandas para os padrões epidemiológicos, mas que os prejuízos foram grandes: mais de 100 bilhões de dólares gastos com o problema da Sars, que foi impulsionado majoritariamente pela falta de informação. Esse é um exemplo das consequências de um mundo conectado que cede à impulsos (HALDANE, 2009, p.2). Ormerod (2012) diz que esse mundo conectado torna as empresas mais suscetíveis a seguirem um comportamento de manada. O autor lembra que em 2007 os bancos dos países desenvolvidos operavam normalmente, até receberem notícias da crise imobiliária que começava nos Estados Unidos, criando um clima de pessimismo em relação à economia. Mesmo que nada de fato tivesse acontecido ainda, os bancos começaram a ter mais cautela, o que fez com que outros bancos menores também operassem de maneira cautelosa, causando um efeito cascata.


14 Esse comportamento é chamado “efeito de rede”, ou “externalidade de rede”, que pode originar o comportamento de manada. O efeito de rede pode ser facilmente observado no fenômeno do Facebook. Quanto mais pessoas aderem à rede social, mais ela se torna atraente. Isso porque uma rede de contatos começa a se formar dentro da plataforma, criando uma pressão para que quem não aderiu à ela enfim passe a participar da rede. E para que isso tenha início, basta que alguns poucos influenciadores se insiram na rede para que os demais venham junto com ele, criando, novamente, um efeito cascata possibilitado pelas redes. Esse efeito pode ser sentido, também, dentro do próprio Facebook e de outras mídias digitais, como portais de notícias e e-commerces. De acordo com Chang, do New York Times, citando um estudo científico da Science, se você “curtir” um artigo em uma mídia como o Facebook, alguém que vir sua reação à ele terá uma chance maior de ter a mesma reação, mesmo que o conteúdo não tenha sido tão relevante para o segundo indivíduo. O curioso é que o inverso nem sempre é verdade: se a reação do primeiro indivíduo for negativa ao artigo, a probabilidade do segundo ter a mesma reação não aumenta. Em vez disso, é possível que ele reaja de maneira positiva ao artigo. O estudo teve como experimento a tentativa de manipular as opiniões sobre artigos de um site colaborativo por meio de comentários. Nessa plataforma, os usuários estavam habilitados a comentar os artigos e dar “votos positivos” ou “votos negativos”. Durante cinco meses, todos os comentários colocados nos artigos recebiam avaliações positivas ou negativas aleatórias, além de manter um grupo de comentários sem alteração (como grupo de controle). A conclusão foi de que uma pessoa que visse avaliações positivas de um artigo estava 32% mais propensa a avaliá-lo positivamente também. Já ao ver avaliações negativas, a reação era neutra: os resultados desse grupo foram semelhantes ao grupo de controle. Os cientistas não souberam explicar o que motiva isso, mas acreditam ter a ver com a confiança na opinião da avaliação dos outros. Bohannon (2013), diz que às vezes a multidão pode ser mais inteligente que o indivíduo e tomar decisões melhores. Esse é um dos motivos pelo qual é comum fazer pesquisas na internet em busca de avaliações antes da compra de um produto, como um aspirador de pó ou um celular novo. Ele cita o clássico experimento do peso do boi, realizado por Francis Galton em 1907, no qual os participantes de uma feira de


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animais de criação deveriam dar palpites sobre o peso do animal. O palpite que mais se aproximasse do peso real, ganharia um prêmio. Individualmente, a maioria errou bastante, com números muito acima ou muito abaixo do valor real. Quando Galton fez a média dos palpites dos 787 participantes, ele descobriu que o resultado do cálculo era apenas 1% acima do valor real. Ou seja: a “sabedoria da multidão” chegou muito próximo do valor correto. Contudo, Bohannon questiona a validade da sabedoria das multidões em situações menos tangíveis, principalmente a expressa por comentários em mídias digitais, como avaliações quanto à qualidade dos produtos ou o quanto eles valem monetariamente. O autor argumenta que é possível que a massa guie o indivíduo a uma decisão errada, às vezes por influência de pequenos grupos de opiniões positivas ou negativas. Essa afirmação é contraditória, levando em consideração que na internet é possível encontrar mais informações sobre os produtos, possibilitando, portanto, que o indivíduo tire sua conclusão por conta própria. Mesmo assim, o indíce de popularidade de determinado produto continua sendo uma das informações mais importantes na hora de decidir a compra (DUAN et al, 2005). Em uma pesquisa realizada pelo Google em 2011, pode-se notar grandes mudanças ocasionadas pela internet no comportamento dos indivíduos quanto à hábitos de consumo. Realizada com habitantes da América Latina, chegou-se a conclusão que 62% dos consumidores fazem pesquisas na internet e consultam os mais diversos sites (especializados, redes sociais, etc) antes de fazer uma compra. Desses, 83% disse confiar na opinião de outros usuários, visualizando entre quatro e sete avaliações diferentes para formar uma decisão. Esse é só mais um indício de como as conexões facilitam e perpetuam o comportamento de manada.

Conclusão O comportamento de manada é algo difícil de ser identificado com precisão, mas é um efeito que pode justificar muitas das atitutes que um indivíduos às vezes sente dificuldade em aceitar. Em algumas áreas, como a economia, são necessários mais estudos para conceituar e identificar a presença do comportamento, tendo em vista que é mais difícil observá-lo nesse meio. Já com o crescimento do acesso à internet e, consequentemente, o aumento do número de usuários de redes sociais, abre-se uma nova área de estudo e


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observação do comportamento de manada, em um ambiente onde os experimentos e a verificabilidade do efeito podem ser mais facilmente explorados. De modo geral, o efeito se mostra uma importante área de estudo devido sua grande abrangência e a forma como afeta – ou pode afetar – um grande número de indivíduos. Retornando ao exemplo do filme Die Welle, percebe-se que um mal uso desse tipo de conhecimento pode ter efeitos catastróficos, ou, se bem utilizado, pode fazer com que uma massa seja guiada para um bem comum maior, e não apenas para auxiliar a movimentar rebanhos de animais ou para fins cômicos, como no caso da pegadinha do elevador.


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