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As motos
As motos mAis desejAdAs dA décAdA (e As meNos)
Motocicletas não são como carros e é preciso ter um entendimento sobre a paixão que as envolve para avaliá-las bem: mesmo as “ruins” são “boas”
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Honda CB 400 - Esta motocicleta abriu os anos 80 com a euforia da esperança de nós termos, no Brasil, motocicletas maiores e melhores. Tecnicamente, não era uma motocicleta moderna, mas seu visual foi bem cuidado, para parecer maior e melhor do que realmente era. Aos olhos dos anos 80, a CB 400 era bem mais bonita do que as importadas de maior cilindrada que entraram no país até 1976. Yamaha DT 180 - Um dos modelos mais populares da década, foi a primeira motocicleta nacional feita para uso misto. Inovou na suspensão traseira monoamortecida cantilever, com o amortecedor horizontal embaixo do banco. Grande sucesso nas ruas e nas trilhas. Yamaha RX 180 - Era um upgrade da RX 125, com maior cilindrada. O motor monocilíndrico dois tempos não era muito redondo mas a motocicleta era bem forte. O banco em dois níveis e o guidão alto em formato de chifre lhe dava um estilo meio custom que agradava. Yamaha RDz 125 - Uma 125 naked com visual bem esportivo já tinha boas chances de conquistar o público jovem, mas o motor dois tempos de ótimo desempenho foi o fator decisivo para o sucesso da motocicleta. Até hoje a RDz 125, que depois se tornou Yamaha RD 135Z, tem seus seguidores, entre aqueles que cultuam os motores dois tempos.


Honda XL 250R - Para muitos, a motocicleta definitiva. Bonita e atual, era torcuda, moderna e razoavelmente confortável para um modelo de uso misto. Meio pesada para o fora de estrada, nesse campo os experts preferiam a DT 180. Honda XL 125S - Versão menor da XL 250R, mas sem as virtudes da irmã maior. O motor 125, o mesmo da CG, era fraco para vencer obstáculos em trilhas e a suspensão traseira convencional não tinha as mesmas qualidades do Pro Link.


Honda CBX 150 Aero - A moda das motocicletas aerodinâmicas estava no auge quando a Aero chegou, no fim da década. O nome, inclusive, era devido a essa sua característica. A moto era bacana e mais imponente do que as 125 que existiam.

Honda CBX 750F - A “sete-galo” nacionalizada era mesmo uma motocicleta boa, apenas supervalorizada devido à abstinência de motocicletas de maior cilindrada que os brasileiros estavam sofrendo havia uma década. Era veloz e confortável, mas nem de longe era a esportiva que a maioria pensava que era. Yamaha RD 350R - Sensação em todos os sentidos, a esportiva descendente das linhagem “viúva negra” era tudo de bom: bonita, veloz e muito ágil. Mas não era confortável, como não seria mesmo uma esportiva, nem partida elétrica ela tinha. Honda CBR 450SR - A motocicleta que fechou a década. Assim como toda a família CBR, a 450 tinha quase todas as qualidades para grande desempenho: quadro, aerodinâmica, suspensões, freios e, fechando tudo isso, uma belíssima aparência de supereportiva. As palavras “quase” e “fechando” foram propositais, o “quase” para dizer que a motocicleta tinha tudo de bom, menos o motor, que era fraco e antiquado para uma motocicleta muito moderna, e o “fechando” para dizer que a carenagem fechada escondia o seu pior, o velho motor bicilíndrico da pacata Honda CB 450.



Honda XLX 350R - A evolução da XLX 250R se deu por conta do motor com alguns centímetros cúbicos a mais na cilindrada e das linhas mais angulosas das carenagens, o que resultava em um visual um pouco mais moderno. Mas continuava uma trail pesadona e ainda mais difícil de ser ligada no pedal de partida do que a 250.

Vespa PX 200 - O Brasil ainda não estava pronto para as motonetas, nem o termo “scooter” era popular por aqui, quando a Piaggio se associaou com a Caloi para produzir a motoneta mais famosa do mundo, a Vespa. Mas o veículo era simpático, gostoso de ser pilotado, apesar de suas particularidades, e bastante versátil. Bonitinho, até, enquanto os modernos scooteres ainda não estavam chegando.
Yamaha TDR - A falta de “finesse” no acabamento e no funcionamento da Yamaha DT 180 podia ser tolerado para um modelo destinado às trilhas, mas não pegou bem na versão adaptada para uso urbano. E era feinha. Honda NX 150 - A família NX era mais sofisticada que a família XL, com linhas mais atuais e inclusive com partida elétrica. A NX era essencialmente uma trail mais adequada para uso urbano.
Montesa 360 H6 - A marca espanhola já era famosa pelas motocicletas rudes, porém competentes, para o fora de estrada pesado, quando um empresário paranaense comprou um lote excedente e trouxe para o Brasil, equipando as unidades com o que fosse necessário para sua nacionalização. Mal acabada e extremamente alta, apenas os praticantes de trail mais experientes encararam a fera. MZ 250RS - A motocicleta originária da Alemanha oriental, montada no Rio Grande do Sul, era bem tosca, se comparada aos modelos nacionais, mas extremamente robusta. O motor dois tempos de 250 cm3 era mais fraco do que o de uma 125 e o câmbio tão longo que era quase impossível usar a última marcha.
FBM 125 Rallye - Essa era ruim mesmo, tanto no acabamento, precaríssimo, quanto no funcionamento do motor argentino, fabricado pela Zanella. Mas também tem um atenuante, o fato de seu criador gaúcho ter mirado em um produto fazendeiro, para auxiliar no campo, e acabou conquistando alguns praticantes de fora de estrada. Yamaha XT 600 - Outra motocicleta que causou frisson quando chegou. A primeira big trail nacional era estradeira e encarava bem qualquer caminho quando saía do asfalto.
Agrale SXT - Com tecnologia adquirida da italiana Cagiva, a Agrale entrou no ramo das motocicletas com uma trail cheia de itens tecnológicos, para a época e para o segmento, como freio dianteiro a disco, refrigeração a água e suspensão traseira monoamortecida. Mas o controle de qualidade da fábrica sulista não era dos melhores e a motocicleta, que era deliciosa de ser pilotada, dava muito problemas na manutenção.l