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Pedal Car

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Autorama

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força nessas pernas!

Os carrinhos de pedal já foram muito importantes em nossa infância, mas tínhamos que ser bem pequenos, para cabermos nos minúsculos cockpits

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Um desses garotos é um super piloto, e o da esquerda é o Ayrton Senna. Brincadeiras à parte, fiquei muito orgulhoso ao saber que nosso maior campeão também pedalou um Sport-Kart da Estrela, igual ao meu. E na mesma época, comecinho dos anos 60

Vamos brincar de carrinho? Quantas vezes não falamos – ou ouvimos – essa frase, geralmente para – ou de – aquele amiguinho que morava na mesma rua? Brincar de carrinho era coisa de meninos, assim como brincar de boneca era com as meninas. Existia, no entanto, muitas formas de brincar de carrinho, podia ser empurrando no chão, sempre rasgando as calças na região dos joelhos, jogando do alto do despenhadeiro, para ver se o “motorista” sobrevivia, ou então, pedalando por aí.

Os carrinhos de pedal, hoje chamados internacionalmente de “pedal car”, já foram parte importante da nossa infância, especialmente quando ainda éramos muito pequenos, pois precisávamos “caber” nos minúsculos habitáculos que esses brinquedos tinham. Às vezes passávamos horas pedalando, sonhando um dia poder simplesmente “acelerar” para o carrinho se mover, assim como faziam nossos pais.

É claro que eu também já pilotei um jipinho. Para crianças muito pequenas, era esse o mais bacana dos carrinhos a pedal, porque geralmente tinha buzina e faróis, que funcionavam a pilha. Já mais crescido, lembro que esses jipinhos se transformaram em cadeiras de barbeiro, para poder convencer os pirralhos a sentar nele e sair de lá sem suas madeixas. Eu não peguei essa fase, mas cortava o cabelo sentado em uma tábua apoiada nos braços das cadeiras Ferrante, ouvindo o carrasco, digo, o barbeiro, amolar sua navalha ali ao lado, antes da sua “execução”.

Pouco me lembro do meu jipinho. Só sei que ele foi abandonado depois que eu ganhei um novo carrinho de pedal, dessa vez a sensação de todos os moleques dessa idade: o Sport-Kart da Estrela. Dá pra vê-lo jogado em cima do tanque na foto ao lado, onde eu pedalo (leia-se “acelero”) meu novo veículo no quintal de casa, apostando corrida com as minhas irmãs.

Esse Sport-Kart era o máximo. Tinha o motor pintado na parte traseira e freio de mão, que nada mais era que uma alavanca pressionando uma das rodas. É claro que, em pouco tempo, o respectivo pneu de borracha maciça estava completamente avariado e eu rodava pela calçada aos trancos.

Há pouco tempo descobri uma fotografia do nosso campeão Ayrton Senna posando em um Sport-Kart idêntico ao meu. Como teríamos praticamente a mesma idade, concluo que nós pedalávamos nossos bólidos na mesma época, porém em bairros diferentes da capital paulista. Mas eu acabaria cruzando com ele no kartódromo de Interlagos, já que por um curto período eu pilotei karts de verdade lá, quando ele estava começando a sua carreira.

Ainda tenho um Sport-Kart no meu acervo. Mas não é o mesmo. Achei o atual, sem restauro, em uma venda de garagem e comprei, para repor aquele cujo fim não tive notícia. O Sport-Kart da Estrela era vendido no Mappin por 49.900 dinheiros.

O velho jipinho ficou abandonado em cima do tanque

Vendido no Mappin, tinha Sport-Kart também a corrente

pedal car retrô

Os carrinhos de pedal remontam de muito tempo, desde que os primeiros automóveis de verdade surgiram. Nos Estados Unidos, o mercado de pedal cars antigos é fortíssimo, com exemplares que chegam a ser vendidos em leilões por dezenas de milhares de dólares. O pedal car mais famoso é o Austin A40, mas muitas outras marcas criaram as suas próprias réplicas movidas a pedal. O ator e jornalista paulista Rogério Ferraresi é um dos criadores de pedal cars, fazendo réplicas em escala reduzida dos modelos brasileiros mais desejados entre os antigos, como Puma, Opala, e Maverick. Rogério Ferraresi e as suas criações: Opala, Maverick e Puma

O MAiS FAMOSO dOS PEdAl CARS

Austin Jr., a pedal, na coleção Og Pozzoli Os modelos de pedal car disponíveis no exterior, em especial na Inglaterra e nos Estados Unidos, eram muitos. E ainda são, uma vez que essa prática de fazer miniaturas para crianças parecidas com o carro dos pais ainda existe. Os construtores privados, no entanto, fazem carrinhos de pedal inspirados em qualquer automóvel existente. O pedal car mais famoso é o Austin Jr. réplica a pedal do inglês Austin A40, modelo bem popular nos anos 50. Um carrinho desses custa, em média, três mil dólares. O da foto eu fotografei na coleção do saudoso Og Pozzoli. Antes disso, em 1924, André Citroën criou uma réplica a pedal do seu Citroën 5HP, o Citroënette. Austin Jr. restaurado

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